Este documento descreve uma oficina realizada com alunos do ensino médio sobre modelos atômicos. Os estudantes assistiram vídeos e usaram softwares para aprender sobre os modelos de Dalton e Rutherford, e depois responderam perguntas sobre sua compreensão. Os resultados mostraram que os alunos desenvolveram uma melhor compreensão dos modelos atômicos e de seu caráter representacional após a atividade mediada pelos professores.
1. Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Ações do PIBID/UFS/Química: investigando concepções de alunos da 1ª
série do ensino médio acerca dos modelos científicos para o átomo.
Anderson de Oliveira Santos1* (IC), Suelaine dos Santos Souza1 (IC) Djalma Andrade1 (PQ), João
Paulo Mendonça Lima1 (PQ). andersonoliveira.sergipe@bol.com.br
1
Departamento de Química - Universidade Federal de Sergipe – Av. Marechal Rondon, s/n – Jardim Rosa Elze – CEP
49100-000 – São Cristovão/SE.
Palavras Chave: Modelos científicos, ensino de Química.
Introdução
A Química ensinada no nível médio deve
possibilitar a compreensão das propriedades,
constituição e transformações da matéria,
considerando aspectos fenomenológicos, teóricos e
representacionais do conhecimento químico. Um
dos primeiros conceitos químicos apresentados na
1ª série do ensino médio são os modelos atômicos.
Entretanto professores sentem-se preocupados em
qual modelo para o átomo ensinar. Chassot (1996)1
defende que, o modelo a ser ensinado vai depender
da utilidade desses átomos depois de modelados.
Com o objetivo de possibilitar a compreensão dos
alunos acerca do caráter representacional da
química, em relação aos modelos para o átomo, e
visando discutir a importância dos modelos
científicos para o desenvolvimento da química,
além de apresentar limitações e potencialidades de
cada modelo atômico, foi elaborado e aplicado em
uma escola da rede pública estadual de ensino de
Aracaju/SE,
pelos
bolsistas
do
Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência –
PIBID/CAPES/UFS/Química a oficina temática:
“Átomo: o que é isto?” para alunos da 1ª série do
ensino médio. A oficina foi estruturada a partir do
referencial de Silva, Silveira e Machado2. Na oficina
foram utilizados vídeos, softwares/animações e
experimentos, visando a contextualização do
conhecimento químico e a participação ativa dos
estudantes. Os alunos assistiram ao vídeo “tudo é
matéria”, que apresentou um primeiro contato dos
alunos com o tema. Foi trabalhado também, o
software “modelo atômico de Dalton” buscando
discutir fatos históricos relacionados ao modelo
atômico de Dalton. Essas atividades foram seguidas
de questionamentos que apresentamos neste
trabalho. Para coleta de dados utilizamos
questionário
e
observação
dos
docentes
(bolsistas/ministrantes).
Resultados e Discussão
Analisamos
os
resultados
alcançados
posteriormente a aplicação do vídeo e software.
Após assistirem o vídeo “tudo é matéria”, os alunos
responderam aos seguintes questionamentos. a)
a
36 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Para você o átomo pode ser visualizado? Justifique
sua resposta. b) Desenhe uma figura de como você
imagina que seja um átomo?
Das análises das respostas dos alunos observamos
que (23,5%) acreditaram que o átomo pode ser
visualizado através de um microscópio e (76,5%)
que não pode ser visualizado. Em relação aos
desenhos percebeu-se que (50%) das figuras eram
semelhantes ao modelo de Dalton, e (50%) ao
modelo do sistema planetário de Rutherford,
algumas das representações eram semelhantes às
encontradas nos livros didáticos3. Após trabalhar o
software “modelo atômico de Dalton” os alunos
foram questionados sobre: a) o que são modelos? e
b) o que são modelos atômicos? Para (76,4%) dos
sujeitos modelo é: desenho ou imagem que
representa o que se pretende reproduzir,
desenhando, pintado esculpindo, ou seja, é tudo
aquilo que serve para ser imitado. E para modelo
atômico (70,5%) consideraram como sendo
representação de um átomo. Observa-se nas
respostas um processo de apropriação do discurso
do professor pelos alunos3.
Conclusões
Da análise dos resultados considera-se que a partir
do processo de mediação do conhecimento entre os
docentes e os alunos, ocorreu uma apropriação do
discurso do professor. E em relação aos desenhos
uma apropriação das representações constantes
nos livros didáticos, levando-nos a concordar com
que ”provavelmente, a natureza classificatória de
muitos atributos atrai o aluno na determinação,
3
muitas vezes, automática, do conteúdo estudado” .
Agradecimentos
Ao PIBID e a CAPES pela concessão da bolsa e
apoio financeiro.
____________________
1
Chassot, I. Sobre prováveis modelos de átomos. Química Nova na
Escola. nº 3, p. 3. 1996.
2
Silva, G.R.; Silveira K. P.; Machado, A. H. Modelos para o átomo:
atividades envolvendo a utilização de recursos multimídia. In. XVI
Encontro Nacional de Ensino de Química. Salvador, UFBA, 2012.
3
Romanelli, L. I. O papel mediador do professor no processo de ensinoaprendizagem do conceito átomo. Química Nova na Escola, nº 3, p. 2731. 1996.