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Governo do Estado de São Paulo
OPERADOR DE MÁQUINAS
AGRÍCOLAS
Programa
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 2
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza
Diretora Superintendente
Laura Laganá
Chefia de Gabinete
Elenice Belmonte
Diretor Vice Superintendente
César Silva
Equipe Técnica
Coordenação:
Clara Maria de Souza Magalhães
Equipe de Apoio
Adma Cristina Cavalcanti Bovolenta
Amanda Aparecida Moraes Salazar
Caíque Nogueira Cobra
Gregory Almeida Golçales
Gustavo Prates Dantas
José Moreira
Júlio Pereira Barbosa
Larissa Leal Cunha
Raul Albuquerque
Renata Alcântara da Silva
Rodolpho de Oliveira Mello
Sérgio Claudine Fuzaro
Sérgio Luis Alves Junior
Silvia Mary Alves Jorge
Vanda Lopes Silva
Vânia da Silva de Oliveira
Revisão:
Juliana Lima Rubert Peris
Elaboração:
Profº Adriano Rodrigues de Almeida
Profº José Carlos Oliveira Barbosa
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 3
ÍNDICE
U1. INTRODUÇÃOU ............................................................................................... 4
U2. CONCEITUAÇÃOU .......................................................................................... 5
U3. CONSTITUIÇÃOU ............................................................................................ 6
U4. CLASSIFICAÇÃOU ......................................................................................... 10
U5. MANUTENÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLASU............................................ 12
U6. MANUTENÇÃO DIÁRIA (10 horas)U .............................................................. 14
U7. MANUTENÇÃO SEMANAL (50 horas)U ........................................................ 18
U8. MANUTENÇÃO MENSAL (250 horas)U ......................................................... 21
U9. MANUTENÇÃO SEMESTRAL (1000 horas)U ................................................ 22
U10. MANUTENÇÃO ANUAL (2000 horas)U ....................................................... 24
U11. SISTEMA DE ALIMENTAÇÃOU .................................................................. 25
U12. SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃOU ................................................................. 26
U13. SISTEMA DE ARREFECIMENTOU ............................................................. 27
U14. SISTEMA ELÉTRICOU ................................................................................. 28
U15. SISTEMA DE EMBREAGEMU ..................................................................... 28
U16. BLOQUEIO DO DIFERENCIALU.................................................................. 29
U17. LASTREAGEM E CALIBRAÇÃO DOS PNEUSU ........................................ 29
U18. SISTEMA DE FREIOSU .............................................................................. 31
U19. AJUSTE DE BITOLAU .................................................................................. 32
U20. SISTEMA HIDRÁULICO DE LEVANTEU ..................................................... 33
U21. REGULADORESU ....................................................................................... 34
U22. PAINEL DE INSTRUMENTOSU .................................................................. 34
U23. SISTEMA HIDRAULICO DE CONTROLE REMOTOU ................................. 35
U24. CONTROLES ADMINISTRATIVOSU .......................................................... 35
U25. SEGURANÇA NO TRABALHOU ................................................................. 38
U26. OPERAÇÃO SEGURAU .............................................................................. 49
U27. RECOMENDAÇÕES GERAIS.U ................................................................. 52
U28. COMPACTAÇÃO DOS SOLOSU ................................................................ 55
U29. TRAÇÃO DIANTEIRA ASSITIDAU .............................................................. 57
U30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.U .......................................................... 58
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 4
0B1. Introdução
O homem, em toda sua história, desenvolve tecnologias criando e
aperfeiçoando máquinas, implementos e ferramentas para facilitar os trabalhos
nas diversas atividades de produção e manufatura. Na agricultura não é
diferente. Desde a domesticação de animais para tração como fonte de
potência no meio rural, o avanço tecnológico e desenvolvimento dos sistemas
de produção de alimentos e energia, devem parte de seu crescimento à
dinâmica da modernização das máquinas agrícolas.
Devido a essas grandes transformações, atualmente temos que nos
preocupar com o treinamento das pessoas que com elas vão trabalhar,
melhorando a qualidade das operações, evitando desperdício e
consequentemente baixando os custos operacionais e aumentando a
produtividade.
Hoje há uma grande diversidade de modelos de máquinas com funções
específicas, equipadas com sistemas de segurança e até computadores de
bordo. Diante disto, o conceito “tratorista” deve ser substituído pelo “operador
de máquinas”, profissional capacitado e motivado para a realização de
operações agrícolas previamente planejadas. Para a capacitação profissional
do operador, há necessidade de definições e conhecimentos do funcionamento
das máquinas.
Os primeiros tratores funcionavam a vapor (1858), os quais eram muito
pesados e necessitavam de vários homens para a operação. Em 1889
surgiram os motores à combustão interna (gasolina), proporcionando maior
capacidade de trabalho ao homem do campo, graças à versatilidade destas
máquinas, compensando a crescente escassez de mão-de-obra rural devido à
migração das populações para o desenvolvimento industrial. Os primeiros
tratores agrícolas surgiram em 1920 (Henry Ford, Massey Harris e Fergusson),
que sofreram inovações com equipamentos adicionais tais como Tomada de
Potência (TDP) e Barra de Tração (BT); nos anos 30 surgiram o engate em três
pontos no Sistema Hidráulico, motor diesel e pneus. Nos anos 60/80 houve
incentivos governamentais para as indústrias, surgindo os turboalimentadores,
intercooler e sensores de controle automático.
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 5
1B2. Conceituação
Operação Agrícola: qualquer atividade relacionada com a execução do
trabalho de produção agropecuária. Ex.: preparo de solo, plantio, colheita etc.
Máquina Agrícola: estrutura projetada para realizar total ou
parcialmente a operação agrícola e de resistência suficiente para transferir o
efeito da força ou transformar energia. Ex.: semeadoras, colhedoras, tratores
etc.
Implemento Agrícola: sistema mecânico em sua forma mais simples,
cujos componentes não apresentam movimentos rotativos próprios, nem
capacidade para transformar energia. Ex.: arado, subssolador, terraceador etc.
Ferramenta Agrícola: sistema mecânico que entra em contato direto
com o material trabalhado. Ex.: disco de arado, ponteira da haste de
subssolador etc.
Acessório: equipamento que quando acoplado a uma máquina ou
implemento, melhora o desempenho ou resultado da operação. Ex.: raspadeira
de disco de arado, picador de palha, lâmina dentada etc..
As máquinas ou os conjuntos de máquina/implemento realizam as mais
variadas tarefas, segundo suas funções. Desta maneira podemos classificar
em máquinas para preparo de solo, de plantio, de cultivo, aplicadoras de
insumos, elevadoras, transportadoras, beneficiadoras, colhedoras, tratoras e
outras especiais. Dentre elas, destacamos as máquinas tratoras, pela sua
versatilidade e grande aplicação.
Os tratores são máquinas autopropelidas especialmente projetadas para
conferir estabilidade sobre uma superfície e fornecer potência para tracionar,
acionar e transportar máquinas e implementos de arrasto ou montados.
Na forma de tração “montados”, os equipamentos são engatados na
traseira do trator, dotados de sistema hidráulico e barras, porta, ferramenta,
denominado de sistema de engate de levante hidráulico em três pontos.
Na forma de tração em arrasto, os equipamentos são engatados na
barra de tração (rabicho), que pode ser reta, com degrau ou cabeçote tipo HD,
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 6
Este último permitindo selecionar várias alturas de engate. Permite,
também, oscilação lateral que pode ser travada com aplicação de pinos.
2B3. Constituição
No geral, os tratores são constituídos por um motor de combustão
interna, um sistema de transmissão e elementos de direção/locomoção
(rodado). Normalmente são equipados com barra de tração, sistema de levante
hidráulico por três pontos e tomada de potência.
Fig. I – Esquema de constituição
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 7
a) Motor
Responsável pela transformação da energia potencial do combustível,
em energia mecânica na forma de potência disponível no eixo de manivelas
(virabrequim).
Combustível - diesel
Número de cilindros - 1, 3,4 ou 6.
Potência - 10 a 340 cv
Rotação - 2400 a 2700 rpm
Taxa de compressão - 16:1 a 18:1
Fig. II - Ciclos de Trabalho
b) Embreagem
Órgão receptor da potência do motor e responsável pela transmissão
suave e gradativa à caixa de mudanças, sob o comando de um pedal acionável
pelo operador.
c) Caixa de mudanças (câmbio)
Órgão mecânico responsável pela redução da velocidade angular e
transformação do torque, para posterior transmissão a outros órgãos, até o
rodado. Atua aumentando o torque com a diminuição da velocidade angular do
motor através de combinações de engrenagens, que transmitem ao rodado o
movimento requerido.
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 8
d) Coroa, pinhão e diferencial.
Órgãos transformadores de movimentos, responsáveis pela transmissão
do movimento da caixa de mudanças a cada uma das rodas motrizes,
envolvendo uma redução proporcional de velocidade e uma mudança na
direção do movimento em um ângulo de 90º. O diferencial é responsável
também, pelo equilíbrio do movimento aplicado a ambas as rodas.
e) Redução final
Órgão que transmite os movimentos do diferencial às rodas motrizes
com redução da velocidade angular e aumento do torque. Protege a coroa e
pinhão contra impactos e quebra de dentes.
f) Rodados
São órgãos operadores, responsáveis pela sustentação,
direcionamento, bem como propulsão e desenvolvimento da potência do motor,
em potência na barra de tração.
g) Tomada de potência (TDP)
Órgão responsável pela transformação e transmissão do movimento do
motor para uma árvore, cuja extremidade externa está localizada na parte
traseira do trator, local onde são acoplados sistemas mecânicos rotativos.
h) Sistema hidráulico
Órgãos receptores, transformadores e transmissores da potência do
motor através da pressão de um fluido sobre órgãos operadores,
representados principalmente por cilindros hidráulicos.
i) Reguladores
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 9
Conjunto de órgãos que têm por função regular a velocidade angular do
motor em função das necessidades requeridas pelo trator no desenvolvimento
de uma operação.
j) Sistema de engate de três pontos
Responsável pela tração e suspensão de implementos e máquinas
agrícolas montadas.
k) Barra de tração (BT)
Órgão responsável pela tração de máquinas e implementos de arrasto.
l) Sistema de Freios
Órgãos responsáveis pela parada do movimento da máquina. Nos
tratores agrícolas, os freios normalmente são aplicados apenas nas rodas
traseiras e com pedais independentes, um para cada roda traseira.
m) Sistema Elétrico
Constituído por fonte geradora, regulador, acumulador, motor de
partida, sensores, instrumentos etc.
3B4. Classificação
A classificação dos tratores pode seguir vários critérios como chassis,
rodado, potência, aplicação etc. Os tratores são classificados quanto a chassis
em Monobloco e Longarina. Quanto à aplicação são classificados em
Industriais, Florestais e Agrícolas. Quanto ao rodado são classificados em
Esteira, Semi-esteira e Rodas. Quanto à tração são classificados em 4x2, 4x4 e
4x2 TDA.
a) Quanto à aplicação
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 10
Industriais são utilizados para transporte e manuseio de ferramentas em
parques industriais, aeroportos, obras de engenharia etc. Podem ser de
rodas ou esteiras e de chassi articulado ou rígido.
Florestais são utilizados para corte, carregamento, transporte e
beneficiamento de árvores.
Agrícolas são utilizados em atividades agropastoris, no transporte de
máquinas e implementos, formando um conjunto combinado.
b) Quanto ao chassis
Monobloco: são montados com carcaças individuais de cada parte
constituinte, que quando acopladas, formam um só bloco.
Longarina: são montadas com cada parte constituinte (motor, câmbio
etc.) sobre um pórtico que dá apoio ao conjunto. Podem ser rígido ou
articulado.
c) Quanto ao rodado
Esteiras são máquinas de rodas dentadas que caminham sobre uma
esteira sem fim formada por sapatas de aço, buchas, pinos e conjunto
de apoio, denominado de truck.
Rodas pneumáticas são máquinas com rodas de aço, revestida com
pneus para apoio na superfície, podendo apresentar um ou mais eixos.
Semi-esteiras são máquinas que utilizam um sistema misto de rodagem.
d) Quanto à tração
Standard são máquinas com tração nas duas rodas traseiras, usando as
dianteiras para apoio e direcionamento (4x2).
Traçado são máquinas que apresentam tração permanente nas quatro
rodas e um único diferencial. Todos os pneus têm mesma dimensão
(4x4).
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 11
Tração assistida são máquinas que tracionam na traseira, podendo
receber auxílio das rodas dianteiras. Apresentam diferencial dianteiro
que assiste ao traseiro quando requerido pelo operador. O rodado
dianteiro é menor que o traseiro (4x2 TDA).
5. Manutenção de tratores agrícolas
O trator agrícola é uma máquina bastante complexa constituída por um
motor de combustão interna, vários tipos de transmissões e rodados, utilizados
para realizar tarefas em diferentes locais e condições de trabalho. Por isso, é
muito importante adotar procedimentos adequados de manutenção antes e
depois das operações, de modo a evitar falhas no funcionamento, o que
poderia causar quebras e prejuízos. Todo trator agrícola possui um manual de
instruções e nele estão contidas todas as informações necessárias para uma
boa manutenção. É importante que o operador leia atentamente o manual de
modo a seguir as recomendações corretamente. De modo geral, uma
manutenção bem executada pode proporcionar à máquina as seguintes
vantagens: diminui o índice de falhas mecânicas; garante que, no mínimo,
atingirá a sua vida útil; proporciona maior valor residual ao final da vida útil. A
manutenção na fazenda é facilitada quando a mesma possui um abrigo de
máquinas e uma oficina equipada. Isso permite a realização da manutenção na
própria fazenda, dispensando a contratação de serviços externos e tornando a
execução da manutenção mais rápida.
As manutenções podem ser preventivas, corretivas ou preditivas.
a) Manutenção Preventiva
É realizada periodicamente e baseia-se no desgaste natural de algumas
peças. Dessa forma, adota-se previamente uma programação de realização de
medidas para prevenir que o trator apresente falhas no seu funcionamento, em
função do mau funcionamento de algum componente. Exemplo dessas
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 12
medidas são ajustes da tensão de correias, aperto de porcas e parafusos,
lubrificação de pinos, limpeza ou trocas de filtros etc.
b) Manutenção Corretiva
É realizada para corrigir algum problema apresentado pelo trator
durante o seu funcionamento. Falha na manutenção preventiva pode gerar a
necessidade de realização da manutenção corretiva. Deve-se evitar esse tipo
de manutenção, uma vez que proporciona custos altos e interrompe a
execução das tarefas no campo, pois o trator ficará parado na oficina. Um
exemplo da necessidade de realizar uma manutenção corretiva é quando
ocorre a quebra de rolamento ou eixo.
c) Manutenção Preditiva
É realizada de acordo com o uso da máquina. Nesse tipo de
manutenção, deve-se estabelecer um programa de realização de vistorias em
uma série de componentes e, de posse de dados históricos ou do fabricante,
toma-se a decisão quanto à necessidade de executar algum procedimento de
manutenção dos componentes analisados. Um exemplo de manutenção
preditiva é medir, de tempos em tempos, o desgaste das garras dos pneus de
tração. Quando à altura destas atingirem um valor mínimo, os pneus deverão
ser trocados.
Procedimentos adotados na manutenção preventiva: Dentre as
manutenções citadas, a preventiva é mais importante e é a manutenção que
demanda maior número de cuidados. Nesse tipo de manutenção, cada tarefa é
executada em um tempo específico, de acordo com o fabricante do trator.
Normalmente, os procedimentos adotados nesse tipo de manutenção seguem
os seguintes intervalos: manutenção diária ou a cada 10 horas de trabalho;
manutenção semanal ou a cada 50 horas de trabalho; manutenção mensal ou
a cada 250 horas de trabalho; manutenção semestral ou a cada 1000 horas de
trabalho; Mmanutenção anual ou a cada 2000 horas de trabalho.
As manutenções preventivas são progressivas, ou seja, na manutenção
realizada semanalmente ou a cada 50 horas de trabalho, inclui também a
realização dos procedimentos adotados na realização da manutenção diária ou
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 13
a cada 10 horas de trabalho. Dessa forma, na manutenção anual ou a cada
2000 horas, serão realizados os procedimentos de todas as outras
manutenções anteriores.
6. Manutenção diária (10 horas)
a) Realizar lubrificação
Os tratores agrícolas possuem pinos, articulações e rolamentos
equipados com bicos graxeiros, que devem ser lubrificados diariamente. É
importante que o operador tenha um mapa de localização destes pontos, de
modo a agilizar a operação e não deixar qualquer um deles sem receber
lubrificação (seguir as recomendações do fabricante). A graxa deve ser
introduzida pelos bicos graxeiros até extravasar pelas juntas das partes
móveis.
b) Verificar nível do óleo no cárter do motor
A verificação do nível do óleo lubrificante no cárter do motor é feita por
meio de uma vareta (2) contendo a indicação Mín. e Max.. Para uma leitura
correta, o trator deve estar posicionado em um local plano e o motor desligado
a pelo menos dez minutos antes da leitura. O nível do óleo deve ser mantido
sempre entre a marcação de mínimo e máximo na vareta. Caso haja
necessidade de ser completado, deve-se utilizar a mesma marca e categoria
do óleo já existente no cárter. Remova a tampa do bocal de abastecimento (1)
e coloque o óleo apropriado, utilizando as ferramentas e os utensílios
adequados.
Fig. III – Vareta e bocal
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 14
c) Verificar o sistema de alimentação
A vida útil dos motores das máquinas agrícolas está diretamente ligada
com a manutenção dos sistemas de alimentação, visto que as condições de
trabalho no campo são muito adversas. Os cuidados com o sistema de
alimentação dividem-se em verificar a qualidade do ar e do combustível que
estão sendo introduzidos no motor.
d) Alimentação do diesel
Consiste na verificação da integridade dos filtros de combustível e
sedimentador. Se este estiver com água ou sujeira, deverá sofrer drenagem até
a completa eliminação das impurezas. Deve-se observar também as condições
da junta da tampa do tanque de combustível e da tela deste bocal de
abastecimento. Ao final de cada jornada, o tanque de combustível deve ser
completado, de modo a evitar a condensação de vapor de água no seu interior
durante a noite.
Fig. IV – Filtro sedimentador
e) Admissão de ar
Consiste na limpeza do purificador de ar e conferência da integridade
das tubulações e abraçadeiras. Nos filtros de ar ”seco” deve-se verificar o
indicador de restrição no painel de instrumentos. O filtro deve ser limpo se o
indicador estiver em alerta (luz acesa).
Fig. V - Símbolos de restrição
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 15
Para isso, remover o elemento primário e aplicar ar comprimido em até
70 lb/pol2
, de dentro para fora, a fim de remover a poeira. Em seguida, verifica-
se a integridade do elemento com auxílio de uma lâmpada. O elemento
secundário (de segurança) não admite limpeza e ambos deverão ser trocados
a cada 1000 horas ou um ano de uso.
Fig. VI – Filtro de ar seco
Diariamente deve-se proceder a limpeza da válvula de descarga,
removendo os materiais ali retidos, graças à ciclonização. Nos filtros banhados
a óleo, deve-se verificar a quantidade de impureza retida no depósito de óleo;
se for necessário, proceder a limpeza, lavagem e secagem (ar comprimido) dos
componentes e fazer a substituição do óleo.
Obs: Testar periodicamente o funcionamento do indicador de restrição,
ligando apenas a chave de ignição sem dar a partida, para checar se a
lâmpada está acendendo. Quando proceder a limpeza do filtro, evite o aperto
excessivo na montagem do conjunto.
f) Verificar o sistema de arrefecimento
A queima do combustível e o atrito entre as partes do motor geram
calor, daí a necessidade de um sistema de arrefecimento eficiente, para manter
a temperatura adequada ao bom funcionamento do conjunto e menor desgaste
possível dos componentes. Em geral, os motores dos tratores e máquinas
agrícolas utilizam água para fazer a troca de calor através do radiador.
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 16
Fig. VII – sistema de arrefecimento
Diariamente deve-se verificar o nível de água do radiador e completá-lo,
se necessário. A tela frontal ao radiador deve estar sempre limpa, de modo a
permitir a livre passagem do ar pela colméia, trocando assim o calor do motor
com o ar mais eficientemente. Periodicamente verifique as condições da tampa
do radiador, conferindo a junta de vedação, a válvula de pressão e a válvula de
vácuo.
Fig. VIII – Tampa do radiador
Obs: sempre use aditivo anticorrosivo na dosagem recomendada pelo
fabricante; o não-uso pode provocar oxidação das partes internas do motor;
não se deve misturar produtos de marcas diferente; em região de clima frio,
pode-se usar aditivo anticongelante.
g) Verificação geral do conjunto
Deve-se verificar a existência de vazamentos de óleo em cubos, caixa
do diferencial, caixa de câmbio e sistema de direção. Se houver vazamentos,
os mesmos deverão ser eliminados e o nível do óleo completado. Antes de sair
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 17
para o campo, o operador deve observar atentamente se não há ruídos
estranhos durante o funcionamento do trator; se houver, o mesmo deve ser
tratado cuidadosamente. Deve-se observar, também, todos os componentes do
painel de instrumentos e seus funcionamentos adequados.
6B7. Manutenção semanal (50 horas)
A revisão de 50 horas consta de todos os itens verificados nas revisões
de 10 horas mais:
a) Verificar a tensão da correia do ventilador do radiador
Esta deve possuir uma tensão que, quando pressionada com o dedo
indicador, entre a polia do motor e a polia do alternador, permita o
deslocamento de um a dois centímetros.
Fig. IX – Folga da correia do ventilador
b) Verificar os pedais dos freios e da embreagem
A folga do pedal de embreagem deve estar de acordo com a
recomendação do fabricante, de modo a permitir o adequado engate das
marchas e não provocar desgaste excessivo no sistema. Quando acionado
pelo operador, o rolamento de encosto aciona os gafanhotos, aliviando a
pressão do platô sobre o disco, liberando-o e interrompendo a transferência de
potência do motor para a transmissão. A embreagem possui três funções
principais:
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 18
transmitir o movimento do motor para a caixa de câmbio /
transmissão, de modo suave e gradativo, sem vibração ou
deslizamentos;
interromper a transmissão da potência do motor à caixa de
câmbio / transmissão, permitindo a troca suave das marchas;
permitir a parada do trator e de um equipamento acionado pela
TDP quando acoplado a esta.
Desta maneira, com o sistema acoplado, o rolamento deve
apresentar um afastamento dos atuadores (curso livre). Com o desgaste do
revestimento do disco e demais partes do conjunto, esse curso livre diminui,
tendendo ao enforcamento, o que pode ser evitado com monitoramento
periódico. No geral, a folga do pedal deve ficar entre 20 e 30 mm em relação a
sua altura máxima.
Fig. X- Pedal de embreagem
Obs.: quando estiver operando normalmente o trator, não fique descansando o
pé sobre o pedal da embreagem, pois isto ocasiona o enforcamento do
sistema; não inicie ou reinicie a operação com o implemento penetrado no solo;
não fique por muito tempo com o pedal acionado; verifique no manual do
operador do respectivo modelo de trator para localizar e como proceder a
lubrificação.
No trator agrícola standard, os freios são aplicados apenas nas rodas
traseiras individualmente; as dianteiras não possuem dispositivo de frenagem.
Além disso, o comando do freio é feito por pedais independentes, um
para cada roda traseira. Se os freios não estiverem ajustados ou se estiver com
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 19
diferença de regulagem entre um pedal e outro, ajuste-os imediatamente,
evitando possíveis acidentes de trabalho. No processo de regulagem dos
freios, pressione os pedais um de cada vez para verificar se estão
corretamente ajustados. Acione os dois pedais de freio ao mesmo tempo
(travados), para verificar se ambos têm a mesma atuação.
c) Verificar o sistema elétrico
Nessa etapa deve-se verificar o estado geral de funcionamento do
sistema elétrico como fusíveis, lâmpadas e painel de instrumentos. Deve-se
também verificar o nível da solução eletrolítica de todas as células da bateria e
limpar os terminais. O nível da solução deve ser de 1,5 cm acima das placas;
caso esteja abaixo desse valor, deve-se completar com água destilada.
d) Verificar os pneus e as rodas
É importante verificar a pressão dos pneus e, se necessário, calibrá-los
de acordo com a recomendação do fabricante. Pressão muito baixa causa
desgaste acentuado nas laterais do pneu; pressão elevada provoca desgaste
no centro da sola, diminui a área de contato do pneu com o solo e reduz a
capacidade de tração. O aperto das porcas das rodas também deve ser
conferido.
Além dos itens já mencionados, verificar o sistema de transmissão; o
nível de óleo da caixa de mudanças, diferencial e redução final; se houver
necessidade, os mesmos devem ser completados. Verificar o sistema de
levante hidráulico e nível de óleo, completando, se necessário.
É importante que a cada semana o trator passe por uma limpeza geral.
Para isso, pode-se fazer uso de querosene para retirar mancha de graxa ou
óleo e água com sabões para retirar outras sujidades.
7B8. Manutenção mensal (250 horas)
Além dos itens das revisões anteriores:
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 20
a) Trocar o óleo lubrificante do motor
A drenagem do óleo lubrificante deve ser feita com o motor ainda
quente, de modo a permitir o melhor escoamento do óleo velho. Procede-se
soltando o bujão do Carter e coletando o óleo queimado em recipiente próprio
para o destino correto. É importante evitar a mistura de marcas ou tipos de
óleos, devendo dar preferência para os óleos sugeridos pelo fabricante. Deve-
se também trocar o filtro do óleo lubrificante. Verificar o nível de óleo da
bomba injetora (se for o caso) e completá-lo, se necessário. Dependendo da
marca do trator e das recomendações do fabricante, este procedimento poderá
sofrer modificações.
b) Trocar os filtros de combustível
Este procedimento inicia-se com o fechamento da torneira de
combustível da saída do tanque, caso este tenha conteúdo; desmontagem e
limpeza do filtro sedimentador, desmontagem dos filtros de combustível e
limpeza do cabeçote de filtros; lavagem de todas as peças do sistema;
substituição dos vedantes e dos elementos filtrantes. Montar o conjunto,
evitando o aperto demasiado e deixar a saída para a bomba injetora frouxa o
suficiente para a eliminação do ar do conjunto. Atuar manualmente a bomba
alimentadora até que todo o ar seja expulso, desta maneira, preenchendo todo
espaço vazio com combustível. Após isso, apertar o parafuso que estava
frouxo e proceder o sangramento da bomba injetora.
8B9. Manutenção semestral (1000 horas)
Além dos itens das revisões anteriores:
a) Regulagem de válvulas
Este procedimento deverá ser executado por um profissional
especializado, visto a necessidade de conhecimentos mecânicos e ferramentas
específicas. Deve-se realizar o reaperto dos parafusos do Cabeçote
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 21
(torquímetro), regulagem das folgas das válvulas, substituição de juntas,
reaperto dos parafusos do Carter, limpeza do sistema de respiro do motor,
regulagem do ponto de ignição e limpeza de bicos injetores.
b) Limpeza do radiador
Este procedimento inicia-se com a remoção da tampa e deslocamento
da mangueira inferior do radiador, de modo a permitir a drenagem da água
suja. Encher o sistema com água limpa e proceder nova drenagem, para que
eventuais sujeiras sejam eliminadas. Recolocar a mangueira, apertar as
abraçadeiras e encher o sistema com solução de água limpa, previamente
preparada com aditivo anticorrosivo. Fechar o radiador, funcionar o motor por
alguns minutos e ajustar o nível da água. Nesta revisão substitui-se a tampa
do radiador e a correia do ventilador.
c) Limpeza do tanque de combustível
Existem tratores que têm um filtro de tela na saída do tanque de
combustível. Deve-se desmontar e lavar com óleo diesel limpo esse sistema,
após a drenagem completa do conteúdo do tanque. Essa drenagem tem por
objetivo, eliminar alguma sujeira do interior do reservatório. Dependendo das
condições do sistema de transporte e manejo dos combustíveis, este
procedimento poderá ser adiado para 2000 horas.
d) Sistema de direção
Proceder a drenagem do óleo de todo o sistema de direção hidrostática,
remover o filtro velho e fazer uma limpeza completa no conjunto. Se
necessário, substituir retentores, reparos etc. Instalar o novo filtro e abastecer
com óleo recomendado pelo fabricante. Funcionar o motor e acionar a direção
para ambos os lados até o final do curso. Alinhar a direção, afogar o motor e
ajustar o nível do óleo.
e) Revisão dos cubos de roda
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 22
No caso de tratores 4x2, os cubos das rodas dianteiras deverão ser
desmontados, lavados e remontados. Se necessário, substituir retentores e
rolamentos. Proceder à regulagem da folga dos rolamentos, apertando a porca
até prender o movimento; voltar 1/4 de volta e aplicar o sistema de trava.
Preencher o cubo com graxa própria em 2/3 do volume e lacrar.
f) Sistemas de redução (câmbio, diferencial e finais)
Substituir os óleos e filtros dos sistemas de reduções, assim como do
sistema hidráulico de levante, se este não for conjugado. Para tratores 4x2
TDA, trocar o óleo do diferencial dianteiro. Retentores que apresentem
vazamentos devem ser substituídos.
Obs.: nesta revisão, proceder à substituição dos elementos do filtro de
admissão de ar.
9B10. Manutenção anual (2000 horas)
Além dos itens das revisões anteriores:
a) Caixa de direção
Em máquinas equipadas com sistema de direção mecânica, trocar o
óleo desta, observando com atenção o estado dos retentores e rolamentos.
Proceder a regulagem da folga entre o setor e a rosca sem fim.
b) Sistemas de redução (câmbio, diferencial e finais)
Neste procedimento, fazer a abertura dos compartimentos e realizar o
ajuste da folga entre coroa e pinhão, monitorar o desgaste de engrenagens e
rolamentos, substituindo os defeituosos, além da troca dos óleos e filtros.
c) Sistema hidráulico e TDP
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Substituir os reparos do sistema hidráulico de levante e da tomada de
potência. Nas TDP independentes, revisar o sistema de engate (pacote de
embreagem).
d) Sistema de embreagem
Substituir o disco de embreagem e revisar as superfícies de contato do
mesmo com o platô e volante do motor. Proceder a troca do rolamento de
embreagem e das buchas da guia.
Obs.: nesta época procede-se também a troca das mangueiras e abraçadeiras
do sistema de arrefecimento, de admissão de ar, do radiador de óleo e troca do
reparo da bomba d’água.
10B11. Sistema de alimentação
a) Alimentação de diesel
O combustível necessário para o funcionamento do motor é sucçionado
do reservatório pela bomba alimentadora, filtrado, pressurizado pela bomba
injetora e então pulverizado no interior dos cilindros pelos bicos injetores.
Fig. XI – funcionamento do sistema de alimentação.
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1- Tanque de combustível
2- Filtro sedimentador
3- Bomba alimentadora
4- Filtros duplos
5- Bomba injetora
6- Bico injetor
7- Tubulações
b) Alimentação de ar
Conforme já mencionado, a longevidade do motor é diretamente
dependente do sistema de purificação de ar. Para melhorar o rendimento dos
motores, foi desenvolvido o sistema de turbo-alimentação, que consiste de uma
turbina instalada na admissão de ar, movida pelo fluxo de gases da saída do
motor.
Fig. XII - esquema de turbina
Obs.: a turbo-alimentação pode aumentar a potência do motor em até 30%.
11B12. Sistema de lubrificação
O objetivo da lubrificação é reduzir ao mínimo os desgastes, em
decorrência do atrito das partes móveis com as fixas. O lubrificante deve
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formar uma película entre as superfícies de contato, diminuindo assim ao
mínimo os desgastes. Estes são específicos em cada condição de temperatura,
pressão, rotação etc., por isso, cada ponto de lubrificação exige um lubrificante
específico.
Fig. XIII - Esquema de lubrificação de um motor
Além da lubrificação, os óleos têm função de refrigeração e limpeza das
partes; por isso a necessidade de mecanismos de filtração e resfriamento.
13. Sistema de arrefecimento
A queima de combustível e o atrito entre as partes móveis do motor
geram calor que, se não controlado eficientemente, resulta em sérios danos ao
conjunto. Além do sistema de arrefecimento já descrito anteriormente, é de
suma importância o bom funcionamento da válvula termostática no equilíbrio
térmico do motor.
A tampa do radiador tem função de retardar o ponto de ebulição da
água, mantendo a pressão no interior adequada ao sistema. O vedante da
tampa e o suspiro devem estar revisados.
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Obs.: não abrir a tampa do radiador com o motor quente por perigo de
acidente. Se não houver outro recurso, abrir o primeiro estágio e aguardar a
despressurização, usando um pano para afrouxar a mesma.
Fig. XIV - válvula fechada / válvula aberta
Obs.: verificar o bom funcionamento do sensor de temperatura e do termômetro
no painel de instrumentos
14. Sistema elétrico
Composto de uma fonte de geração de energia, regulador de voltagem,
acumulador, motor de partida, faróis, sensores, válvulas e outros instrumentos
elétricos.
A geração de eletricidade ocorre no alternador, localizado em anexo ao
motor e movido por correia através da polia do motor. Essa energia passa pelo
regulador de voltagem e vai atender a demanda do sistema ou repor o déficit
do acumulador (bateria).
O sistema elétrico deve estar sempre em ordem, pois outros sistemas
são dependentes de energia para funcionamento e monitoração. Consta
também no sistema elétrico, equipamento de proteção e segurança (caixa de
fusíveis) que protege todo o sistema contra falhas.
15. Sistema de embreagem
Além dos tópicos já mencionados, a embreagem pode ser classificada
em dois tipos:
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No modelo Simples, existe apenas um sistema para acoplar/separar o
motor da caixa de câmbio e da TDP. Já no modelo Dupla, os sistemas de
comando são distintos, sendo um para cada finalidade, podendo ser acionados
em locais separados ou em um mesmo pedal. Não se deve permanecer por
muito tempo com o pedal acionado (mais que 1 minuto), pois poderá causar
danos no mancal traseiro do motor. Vários modelos de trator são equipados
com embreagem independente na TDP, isto é, utiliza a pressão do óleo do
sistema hidráulico para realizar o acoplamento.
16. Bloqueio do diferencial
Grande parte dos tratores de pneus é equipada com bloqueio de
diferencial. A função desse recurso é evitar a patinação em uma única roda em
situação extrema. Deve ser aplicado com o trator deslocando em linha reta e
por curto período, uma vez que pode causar danos, se aplicado durante uma
curva. Se for necessário fazer curva no trajeto, desbloquear e realinhar para
depois aplicar novamente o recurso.
16B17. Lastreagem e calibração dos pneus
O trator proporciona um melhor resultado em produtividade para a
relação de 45 a 50 quilos de peso de lastro para cada CV do motor (45 a 50
kg/cv). A distribuição de peso por eixo resulta na melhor conversão da potência
do motor em capacidade de tração. Aproximadamente 60% do peso deve
estar no eixo traseiro e 40% no eixo dianteiro.
Lastrear o trator é nada mais que aumentar o peso da máquina a fim de
melhorar a aderência ao solo e consequente melhorar o aproveitamento da
força de tração. Pode ser feita pela adição de pesos metálicos nas rodas, na
região frontal do trator e colocação de água no interior dos pneus (hidro-
inflação). A lastreagem incorreta pode afetar o desempenho do trator,
consumindo mais combustível e provocando maior compactação do solo,
portanto, não se deve ultrapassar a recomendada pelo fabricante.
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Fig. XVI - Hidro-inflação com 75 % de água
(máximo recomendado)
Obs.: em tratores 4x2 TDA, a lastreagem pode provocar o fenômeno chamado
“galope”, que se corrige com a retirada de pesos e correta calibração. Em
tratores com dupla rodagem na traseira, a lastreagem deve ser aplicada
somente nas rodas internas, com pressão de 2 a 4 libras a mais que as
externas.
Uma maneira prática de se verificar a correta lastreagem é observar os
rastros deixados pelas rodas de tração, uma vez que o trator em operação
deva apresentar um índice de patinação adequado.
Solo duro e não revolvido 05 a 08%
Solo agrícola 07 a 12%
Solo revolvido ou arenoso 10 a 15%
pouco peso muito peso peso ideal
Fig. XVII - Lastreagem / Rastro
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A pressão de calibração varia de acordo com o tipo do pneu, portanto, a
durabilidade do mesmo depende do uso e manutenção das pressões corretas.
Pressão insuficiente
Rachadura na base das garras,
desgaste irregular da banda, rachaduras
na flexão (barriga), maior consumo de
combustível.
Pressão excessiva
Perda de tração, maior compactação do
solo, maior consumo de combustível,
maior desgaste da banda de rodagem
devido à patinação.
Obs.: tratores devidamente lastreados e pneus devidamente calibrados
resultam em maior eficiência, rendimento e economia.
18. Sistema de freios
A função dos freios é interromper o movimento rotativo do sistema de
transmissão para as rodas. Os mecanismos de frenagem dos tratores
agrícolas utilizam força hidráulica combinada com sistema de alavancas. O
pedal de freio (alavanca) aciona um mecanismo hidráulico que multiplica a
força no ponto de atuação, bloqueando o movimento rotativo.
Atuam independentemente nas rodas traseiras pela ação dos pedais
individuais, porém, quando atrelados mecanicamente a ação é conjunta. Este
recurso possibilita a frenagem de uma única roda em manobras, auxiliando a
direção e impedindo a patinação excessiva. Este recurso deve ser utilizado
moderadamente, a fim de evitar desgaste prematuro do conjunto e até mesmo
acidentes.
Para parar o trator a uma distância relativamente curta, executar o
seguinte procedimento: por o motor em marcha lenta (freio-motor) e acionar
suavemente o freio em ambas as rodas para diminuir a velocidade; acionar a
embreagem e calcar energicamente os pedais de freio, fazendo o trator parar.
Os tratores apresentam, também, freio de estacionamento conjugado ao
sistema.
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19. Ajuste de bitola
Bitola é a medida do espaço entre o rodado direito e esquerdo, tomada
do centro da sola dos pneus. Deve ser ajustada de acordo com as operações,
considerando tipo de implemento, tipo de solo, tipo e espaçamento de cultura e
relevo.
a) Eixo Dianteiro
Trator 4x2 standard - pelo deslocamento da barra telescópica dentro da
canaleta da balança e/ou pela combinação do disco central da roda com o aro.
Trator 4x2 TDA - pela combinação do disco central da roda com o aro.
b) Eixo Traseiro
Disco Reversível: o ajuste pode ser feito através da combinação do
disco central com o aro.
Sistema PAVT: sistema servo ajustável entre o aro e o centro da roda,
onde a fixação do centro é feita em um trilho diagonal existente no aro.
Obs.: Rodas tipo Arrozeiras não permitem ajuste de bitola.
20. Sistema hidráulico de levante
Os tratores agrícolas são equipados com um sistema de levante
hidráulico com engate em três pontos, localizado na parte traseira do trator,
constituído de bomba, cilindro e comandos hidráulicos, duas barras inferiores
(ponto 1 e ponto 2) para o engate do implemento, controladas por braços
niveladores e estes pelos braços superiores, onde ocorre a atuação do
cilindro hidráulico. Na parte central localiza-se a viga C (de controle), onde é
acoplado o braço do terceiro ponto no trator e a outra extremidade na torre
do implemento. As barras inferiores são fixadas na carcaça do trator e
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equipadas com estabilizadores laterais. A viga C tem a função de aumentar
ou diminuir a sensibilidade do sistema.
Um dos comandos do sistema controla posição e sensibilidade e outro
controla a reação que pode ser lenta ou rápida. Há sistemas que o controle de
posição e sensibilidade é separado.
Procedimento para o engate de implementos aos três pontos:
Com o trator em ré, vá ao encontro do implemento até alinhar
as barras inferiores 1 e 2 com os pinos de engate.
Acione a alavanca de posição para o controle da altura da
barra esquerda, acoplando a rótula desta e travando.
Engate o braço do terceiro ponto no trator e no implemento,
travando-o.
Se o pino de engate do implemento ficou afastado da rótula da
barra direita, faça a aproximação alongando ou encurtando o
braço do terceiro ponto.
Se a barra direita estiver mais baixa ou mais alta que o pino de
engate, utilize a manivela niveladora para efetuar o alinhamento,
acoplando-a e travando.
21. Reguladores
Conjunto de órgãos que têm por função regular a velocidade angular do
motor em função das variações das cargas às quais o trator é submetido. No
conjunto, bomba e bicos atuam no controle do ponto de ignição, aceleração e
estrangulamento.
22. Painel de instrumentos
Localizados frontalmente à plataforma de comando e à frente do volante
de direção (console) estão os instrumentos de controle, permitindo um
monitoramento constante da máquina em operação. Apresentam diferentes
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arranjos e formas, porém, o importante é saber interpretar o significado de cada
um: relógios, luzes, teclas etc.
Horímetro: registra o número de horas trabalhadas que servem de base
para os serviços de manutenção.
Tacômetro: registra a velocidade angular desenvolvida pelo motor em RPM
(rotação por minuto).
Termômetro: registra a temperatura da água do sistema de arrefecimento.
Indicador do combustível: monitora a quantidade de combustível disponível
no tanque.
Manômetro: indica a pressão do óleo lubrificante do motor.
Amperímetro: monitora a geração e a transferência de carga do sistema
elétrico.
Indicador de restrição: a luz acende quando o purificador de ar está
obstruído.
Outros: poderá haver sensores para outros diversos sistemas como pressão
e temperatura do óleo da transmissão, sensor da TDP, bloqueio de diferencial,
freio de estacionamento, pisca alerta etc., além de chave de partida, de faróis,
da TDA etc.
23. Sistema hidráulico de controle remoto
Utilizado em grande parte para equipamentos tracionados em arrasto, no
acionamento de rodas, cilindros hidráulicos e até mesmo motores hidráulicos.
Opcional equipado com válvulas de engate e válvulas de controle de fluxo,
localizadas na traseira do trator e acionado pelo sistema hidráulico do trator ou
sistema independente. Depende de criteriosa manutenção, dada a grande
possibilidade de contaminação do óleo por sujidades e/ou misturas, causando
desgastes e avarias ao sistema.
24. Controles administrativos
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Para efetuar um controle adequado dos intervalos de manutenção, é
necessário que todas as informações sobre o trator sejam registradas na
caderneta do operador. Por meio da caderneta, é possível controlar a
quantidade de combustível ou de óleo lubrificante consumido, com isso analisar
se o consumo está ou não de acordo com o esperado. Além disso, esses
dados servem para determinar o custo das horas trabalhadas. O
preenchimento da caderneta deve ser realizado obrigatoriamente todos os dias
trabalhados, de modo que se tenha disponível a qualquer momento, todas as
informações atualizadas sobre a manutenção do trator. De modo geral, podem
existir vários modelos de caderneta do operador, mas basicamente todas
devem conter informações como: data, identificação do trator, nome do
operador, local de trabalho, operação e área trabalhada, número de horas
trabalhadas, consumo de combustível, tipos de manutenções executadas e um
local para anotações de informações diversas.
O trator como instrumento de trabalho, é manejado no sentido de
executar uma operação agrícola previamente planejada. Para tanto, o operador
deve conhecer a ordem de serviço e as especificações operacionais, antes de
apanhar o trator no galpão. A partir daí, acoplar o implemento necessário e
proceder uma vistoria no conjunto combinado, como segue:
a) Nível de combustível
Conferir o nível, vazamentos e reabastecer o tanque ao final de cada dia
de trabalho.
b) Nível do óleo lubrificante
Observar o nível de óleo lubrificante do motor, transmissões, sistema
hidráulico e direção. Se necessário, completar e observar se há vazamentos.
c) Nível de água do radiador
Verificar a limpeza da tela frontal e do radiador, o nível da água, a
integridade do sistema e reparar, se necessário.
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d) Ajuste de bitolas
Ajustar o espaçamento entre as rodas para cada condição de aplicação
(aração, cultivo, plantio etc.).
e) Ajuste de lastreagem
A lastreagem com água deve ser mantida para a maioria das condições
de aplicação agrícola. A lastreagem metálica, ao contrário, deve ser ajustada
para cada condição de aplicação.
f) Vistoria geral
Inclui o aperto de parafusos e porcas, travas dos pinos de engate,
verificação da pressão dos pneus e pontos de lubrificação, das alavancas de
mudança de marcha, da altura e folga do pedal de embreagem e pedais de
freios, do sistema de aceleração e parada do motor, da válvula de descarga do
purificador, do sistema de direção e elétrico. Fazer uma inspeção detalhada no
implemento combinado.
g) Partida
Antes de ligar a chave e dar partida no motor, deve-se observar se a
alavanca de mudança de marchas se encontra na posição neutra, se a torneira
do combustível está aberta e se o estrangulador estaá desativado. Posicionar
a alavanca do acelerador em até 1/3 do curso e acionar o motor de arranque.
Depois do funcionamento: verificar se todos os instrumentos de controle estão
funcionando e aplicar uma aceleração média até atingir a temperatura normal
de trabalho.
Obs.: se o motor for equipado com turbo alimentador, a partida deve ser em
baixa rotação; o mesmo vale para quando parar o motor. Deve-se baixar a
rotação e esperar mais ou menos trinta segundos em marcha lenta, para
depois afogar.
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No final da jornada, reabastecer de combustível e registrar na caderneta
do operador todos os dados referentes ao período.
25. Segurança no trabalho
a) Acidente de trabalho
Ocorrência não programada na realização de um trabalho, que
interrompa por um determinado período à realização normal de uma atividade,
provocando perda de tempo, danos materiais e/ou lesão corporal. Como
exemplo, podemos citar explosão, incêndio, tombamento, queda, colisão etc.
b) Causas de acidentes de trabalho
˚ Ato Inseguro
Comportamento relacionado diretamente à pessoa humana que
pode levá-la a sofrer um acidente (trafegar em alta velocidade, abastecer
fumando, não usar cinto de segurança etc.).
˚ Condição Insegura
Deficiência e/ou irregularidade técnica encontrada no local de
trabalho, como também nas máquinas (ferramenta inadequada, falta de cinto
de segurança).
˚ Fator Pessoal de Insegurança
Caso em que as UUcaracterísticas pessoaisUU (físicas ou mentais, normais
ou não) interferem negativamente no trabalho, provocando UUato inseguro.
˚ Precauções de segurança
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São cuidados e deveres que devem ser adotados pelos operadores de
máquinas agrícolas com a finalidade de evitar acidentes provocados pelo uso
inadequado. Consultar o manual de instruções é a principal precaução que o
operador deve adotar. A seguir algumas recomendações de segurança:
nunca trafegue em ponto morto, risco de acidente;
procure subir ou descer do trator sempre pelo lado esquerdo;
evite pegar no volante de direção para subir no trator;
regule o assento conforme seu peso e altura, a fim de controlar os
pedais do freio, embreagem e acelerador;
utilize adequadamente cinto de segurança e protetor de ruído;
nunca utilize roupas que possam ficar pressas em comandos, controles,
equipamentos etc.;
procure um local seguro para reconhecimento do trator;
antes de dar partida no trator, certifique-se que todos os comandos
estejam em neutro ou desligado; isso evita sobrecarga ao motor de partida
e acidentes;
não elimine o interruptor de segurança de partida que se encontra no
pedal da embreagem ou caixa de câmbio;
antes de movimentar o trator teste os sistemas hidráulicos de
embreagem, de frenagem e outros controles mecânicos;
ouça com atenção o barulho do motor, transmissões, rolamentos etc.
Qualquer anormalidade deve ser verificada e reparada.
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experimente o trator sem nenhum implemento acoplado para sentir as
características operacionais, velocidades, reação do freio, direção, raio de
giro etc.;
não dê carona a outras pessoas. Evite que as mesmas sofram
acidentes;
antes de movimentar o trator, certifique-se de que não haja pessoas ou
animais ao redor que possam ser atropelados;
evite trabalhar perto de valetas, buracos e declives.
reduza a velocidade ao fazer curvas;
transportando carga, certifique-se da distância necessária para
frenagem. Quanto maior a carga, maior será a distância para parar;
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 38
utilize velocidades adequadas e marchas reduzidas, principalmente, ao
conduzir em aclives ou declives;
não transporte cargas que supere peso do trator, para tanto, o reboque
deve ter seu próprio sistema de freios;
em rampas ou terrenos acidentados, transportando cargas ou
implementos pesados, tenha em mente que a parte dianteira do trator pode
levantar-se;
não utilize o sistema de três pontos para arrasto. Ligue sempre a carga
ao engate da barra de tração;
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ao rebocar cargas por correntes ou cabos de aço, nunca estique
bruscamente, pois poderá danificar o trator ou provocar acidentes;
evite desatolar o trator colocando madeiras ou outros objetos sob as
rodas, pois pode provocar acidentes. Utilize sempre um rebocador;
ao descer do trator, desligue o motor e acione o freio de
estacionamento;
abaixe os implementos sempre que o trator não estiver sendo usado;
utilize velocidade de descida do implemento, apropriada ao peso;
verifique se não há pessoas ou animais que possam ser atingidos com a
descida do implemento;
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não permita que o trator funcione por períodos prolongados em recintos
fechados, pois o monóxido de carbono expedido pelo escapamento é
altamente tóxico;
mantenha os degraus limpos, livres de graxa, óleo e sujeira a fim de
evitar acidentes;
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não altere as características construtivas do trator. Isso poderá colocar
em risco a sua segurança;
mantenha em perfeitas condições a estrutura de segurança (EPCC) e os
cintos;
utilize sempre o cinto de segurança e, em caso de acidente, segure
firme no volante;
não utilize o cinto se o trator não tiver Arco de Segurança (EPCC);
sempre mantenha o trator em boas condições mecânicas e
operacionais;
não opere o trator quando este se encontrar com avaria que possa
comprometer a segurança;
ocorrendo defeito, deixe um aviso na máquina;
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a bateria libera gases explosivos. A explosão pode resultar de faíscas de
ligações erradas dos cabos. Cuidado com bateria auxiliar de partida;
o líquido da bateria é ácido sulfúrico, pode provocar graves
queimaduras;
nunca coloque objetos metálicos sobre a bateria, poderá provocar curto-
circuito ou explosão.
ATENÇÃO: antes do início de qualquer trabalho no sistema elétrico do
trator, desconecte o terminal negativo da bateria;
não faça ligação direta sem estar devidamente seguro da operação.
Poderá dar partida com a marcha engatada e provocar movimento
descontrolado da máquina;
cuidado ao fazer reparos no trator. Não faça com o motor em
funcionamento;
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o uso de macacos hidráulicos ou mecânicos pode ser perigoso,
principalmente, se for necessário, fazer o serviço em baixo do trator;
durante reparos, utilize cavaletes devidamente posicionados;
abaixe o implemento até o chão antes de efetuar serviços de regulagem
e reparos;
ao fazer reparos ou ligações no sistema hidráulico, desligue o motor e
alivie a pressão;
não fique entre o trator e o implemento com o mesmo em
funcionamento;
o sistema hidráulico funciona sob alta pressão. Ocorrendo acidente com
vazamento de óleo que penetre na pele, procure imediatamente orientação
médica;
periodicamente verifique o estado das mangueiras deste sistema;
espere abaixar a temperatura do óleo para efetuar a drenagem, caso
contrário, poderá causar queimaduras;
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OBSERVAÇÃO: a manipulação e destino dos produtos descartáveis, tais
como óleos, líquido refrigerante, bateria etc., é de responsabilidade do
proprietário em conformidade com as leis ambientais;
durante o trabalho do trator, o líquido refrigerante do radiador
encontra-se com alta temperatura e pressão. Poderá causar graves
queimaduras, se a tampa for removida de uma só vez.
não desligue o motor bruscamente, caso o mesmo venha a
superaquecer. Mantenha o motor funcionando em baixa rotação
durante alguns minutos antes de desligá-lo;
durante a jornada de trabalho, faça algumas paradas para uma
rápida vistoria no conjunto trator / implemento;
durante a operação com carga contínua, utilize sempre o
acelerador manual;
para retirar a tampa do radiador, gire até a primeira posição ou ¼
de volta e espere aliviar a pressão com a saída do vapor;
IMPORTANTE: em trator equipado com cabina, deve-se a cada 250 horas,
limpar os filtros batendo com a palma da mão ou aplicando ar comprimido
seco (5 bar);
a cada 1000 horas troque os filtros;
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em trabalhos com alta concentração de pó, trocar os filtros com maior
frequência;
trabalho de pulverizações requer uso de filtro de carvão ativado.
25B26. Operação segura
a) Antes da partida
Para se colocar o motor do trator em funcionamento, deve-se consultar o
manual de instruções, seguindo cuidadosamente as recomendações do
fabricante, verificando os instrumentos de controles, inteirando-se de todos os
botões, mostradores, alavancas, pedais etc., a fim de operar corretamente.
Deverão ser observados os seguintes pontos: alavanca de mudança de
marchas em neutro (ponto morto); alavanca do acelerador em até 1/3 do curso;
torneira do tanque de combustível aberta; estrangulador do motor desativado.
b) Partida
A chave de ignição é um interruptor de dois estágios, sendo que na
segunda posição aciona o motor de partida. O primeiro estágio serve para ligar
o circuito de ignição. Quando o motor de arranque é acionado e o motor não
entrar em funcionamento, observe os seguintes pontos: não insista na partida
por período contínuo superior a 10 segundos, para não danificar o motor de
partida, a bateria etc.; entre uma tentativa e outra, aguarde aproximadamente
15 segundos; em regiões frias, antes da partida, use as velas de aquecimento.
c) Motor em funcionamento
Estando o motor em funcionamento, deve-se observar os seguintes
pontos: imprimir uma aceleração média ao motor (1200 rpm), de maneira que o
mesmo não fique em marcha lenta ou muito acelerado, até que a temperatura
normal de trabalho seja atingida; verificar o funcionamento dos instrumentos do
painel e se o sistema hidráulico está operando normalmente.
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d) Trator em movimento
Após dar saída ao trator, observar os seguintes pontos: mantenha a
alavanca do acelerador na posição em que o tacômetro indica o nível de rpm
adequado. Se a embreagem é a pedal, retire completamente o pé de sobre o
mesmo; evite passar com as rodas do trator sobre tocos, pedras e outros
obstáculos; quando notar quaisquer irregularidades, tais como
superaquecimento do motor, ruídos anormais, comando que não respondam às
solicitações etc., pare o trator imediatamente e verifique o que está
acontecendo; se necessário manobrar o trator em lugares apertados, use 1a
ou
2a
marcha reduzida e o acelerador a 1/3 do curso; tenha sempre em vista o
fator segurança pessoal, pois qualquer descuido poderá ser fatal; não
transporte pessoa alguma na plataforma do trator ou sobre a barra de tração;
nunca suba ou desça do trator em movimento, exceto para evitar acidentes;
quando dirigir o trator próximo de cercas, valas ou barrancos, observe
cuidadosamente por onde passam as rodas, pois qualquer descuido poderá
causar acidentes.
e) Mudança de marchas
Pare completamente o trator toda vez que se fizer necessária uma
mudança de marcha, a não ser se tratar de mecanismo sincronizado; ao subir
ou descer uma rampa, não faça mudança de marchas no percurso; execute-a
antes de subir ou descer, evitando acidentes; quando a marcha estiver difícil de
engrenar, mantenha a alavanca em neutro, solte o pedal de embreagem por
um instante, pressione-o novamente e leve a alavanca à posição desejada.
f) Parada do trator
Para parar o trator leve a alavanca do acelerador em marcha lenta;
acione o pedal de embreagem e conjuntamente os pedais do freio até o trator
parar; desengate a marcha e solte o pedal da embreagem; acione a trava dos
pedais de freio ou a alavanca do freio manual; acione o estrangulador do motor
e desligue a chave.
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g) Comandos do Hidráulico
Posição - comanda o levante e abaixamento dos braços. É usado para
controlar a altura de implementos montados nos três pontos.
h) Reação
Controla a velocidade de subida e descida dos implementos. Possui
duas opções: reação rápida e reação lenta.
i) Profundidade
Ajusta a profundidade de corte dos implementos que trabalham abaixo
da superfície solo.
j) Ondulação
Controla automaticamente a profundidade de trabalho dos implementos.
É acionado pelo movimento do 3o
ponto sobre a viga “C”, onde existem
três posições de engate e sensibilidade: A - para terra macia; M - para terra
média; B - para terra dura. Obs.: há modelos invertidos.
k) Utilização da TDP
Ao acoplar a luva da árvore cardan à extremidade da árvore da TDP,
certifique-se que a trava acha-se corretamente posicionada. Quando a TDP
apresentar um orifício para passagem de um contrapino de trava, este deve
apresentar formato e dimensões adequadas. Contrapinos improvisados
poderão danificar a TDP. Certifique-se de que os garfos das juntas universais
da árvore cardan estão corretamente posicionados e o conjunto está
balanceado dinamicamente (principalmente para 1.000 rpm) a fim de evitar
vibrações no conjunto. Mantenha a alavanca do acelerador na posição em que
o tacômetro indica a rpm do motor equivalente à rotação padronizada da TDP
(540 ou 1.000 rpm). Antes de iniciar o trabalho com o conjunto trator-
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implemento é importante que seja regulado adequadamente. O trator deverá
possuir uma bitola de acordo com a largura de trabalho do implemento, bem
como estar lastreado adequadamente para a operação. O implemento também
deverá ser corretamente regulado de modo a propiciar o seu melhor
desempenho.
26B27. Recomendações gerais.
Os locais destinados a abrigar tratores e ou máquinas motorizadas,
devem possuir boa ventilação para evitar que o trabalhador seja
intoxicado por gases (CO2 e CO) expelidos pelos seus canos de
escapamento. O operador deve sempre que possível, subir no trator pelo
lado esquerdo, pois desta forma estará evitando contatos acidentais com
os mecanismos de controle hidráulico ou com os freios, pois a barra da
calça poderá enroscar e o operador cair.
Antes de deslocar o trator, certifique-se de que não haja pessoas ou
animais ao redor que possam ser atropelados na saída. O limite máximo
de velocidade imposta pela segurança nos trabalhos com tratores e ou
máquinas, visam minimizar os riscos de acidentes aos quais os
operadores estão sujeitos.
Nos casos de atolamento de implementos que se acham acoplados
no trator, os mesmos deverão ser desengatados e tracionados por outro
ângulo onde o terreno seja mais firme.
Deve-se evitar chamas, cigarros acesos, faíscas etc. próximo a
combustíveis.
A verificação do nível da solução eletrolítica da bateria deve ser
realizada antes de colocar o motor em funcionamento. Para isso, não
introduzir dedos no interior da bateria e nem acender fósforo para
facilitar a visão noturna.
Quando o motor estiver aquecido e houver necessidade de se retirar
a tampa do radiador, esta deverá ser desrosqueada gradativamente, de
modo a possibilitar a saída de pequenas quantidades de vapor por vez.
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 49
O peso das cargas transportadas deve ser menor ou, no máximo,
igual ao do trator. Para tanto, a carreta deverá ter seu próprio sistema
de freio.
Ao desacoplar máquinas ou implementos de um trator, verificar se
estão convenientemente calçados para evitar acidentes.
Ter especial atenção ao rebocar veículos e máquinas em terrenos
acidentados, nas curvas ou em marcha ré.
Usar bitolas maiores em terrenos acidentados para evitar o seu
tombamento.
A marcha a ser utilizada em declive deve ser a mesma usada no
aclive. Nunca desça uma rampa com a caixa de câmbio no ponto morto.
Utilize as marchas reduzidas. Não tente trocar as marchas em um
aclive.
Usar lastreagem frontal para evitar o empinamento.
No tracionamento de máquinas, caminhões ou tratores, os cabos
deverão estar bem fixos em ambos os lados.
Roupas utilizadas nos trabalhos com tratores e/ou máquinas em
geral, devem ser adequada para que não entrem em contato com
mecanismos em movimentos.
Antes de descer, o operador deverá parar e desligar o trator, acionar
freio de estacionamento e retirar as chaves do contato.
Deixar a chave desligada. Não permitir que pessoas inabilitadas,
inexperientes e não-treinadas conduzam o trator.
Ao trafegar em estradas, unir os pedais dos freios com a trava.
Impedir o acúmulo de barro, terra, graxa ou qualquer outra substância
que torne a plataforma, estribos ou pedais escorregadios.
Mantenha os dispositivos de segurança da máquina, veículos ou
implementos.
Ao estacionar o trator, não deixar em hipótese alguma, o implemento
suspenso.
Utilizar a embreagem de forma suave e gradual.
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 50
O acoplamento de carreta, máquina ou implemento rebocado, deve
ser feito na barra de tração.
Reduza a velocidade nas curvas, em superfícies escorregadias ou
acidentadas.
O motor deve ser desligado imediatamente em caso de choque ou
tombamento.
Ao fazer o acoplamento, não ficar entre o implemento e o trator. Não
utilize a viga C como barra de tração.
Zele pelo bem estar e mantenha todos os equipamentos em perfeita
ordem.
Substituir as peças que não apresentem bom estado de uso e
conservação. Sempre usar EPI (equipamentos de proteção individual).
27B28. Compactação dos solos
Historicamente, as causas da compactação sempre foram associadas ao
tráfego excessivo de máquinas e equipamentos, manejo inadequado e preparo
excessivo do solo e, queima de restos culturais.
A eliminação das consequências deste processo danoso tem sido
universalmente associada à determinação da profundidade e espessura da
camada compactada, sendo bem conhecidos os métodos utilizados para o seu
rompimento.
Obter maior eficiência tratora com menor efeito compactante, tem sido a
busca dos pesquisadores que estudam rodados pneumáticos, desde que o
trator se tornou imprescindível para agricultura moderna.
A abordagem óbvia para minimizar o problema da compactação dos
solos, inclui as seguintes opções: incrementar a eficiência tratora dos rodados,
visando reduzir a necessidade de lastreagem. Para obter uma melhor força de
tração, reduzir o recalque pelas rodas, ou seja, aumentar a flutuação do pneu.
Essas opções são possíveis de serem realizadas num trator de duas
maneiras: substituir os pneus convencionais por pneus de baixa pressão e alta
flutuação (BPAF) ou utilizar duplo ou triplo rodado. Os pneus de baixa pressão
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 51
e alta flutuação (BPAF) são alternativas mais conhecidas e usadas no Brasil
para solucionar tais problemas.
As principais características desse tipo de pneu são: baixa pressão de
inflação; alto volume de ar; carcaça flexível; maior área de contato. Os pneus
terra (BPAF) comparados aos pneus agrícolas convencionais, mesmo os de
grandes dimensões, tem secção mais larga, alto volume de ar, carcaça mais
flexível e opera à baixa pressão de inflação.
O resultado é um pneu de alta flutuação para realizar qualquer trabalho,
apesar do terreno e da carga. A maior área de contato com o solo distribui a
menor pressão específica por unidade de superfície, o que resulta em uma
redução da compactação do solo. O índice de flutuação desse tipo de pneu
representa penetração mínima no solo, permitindo aos tratores operarem em
áreas úmidas, lamacentas, arenosas etc.
A carcaça flexível, aliada à baixa pressão de inflação, resulta em alta
capacidade de absorção de energia, dando a esse pneu excelente qualidade
de amortecimento.
O resultado do efeito do amortecimento resulta em menor desgaste do
equipamento e fadiga do operador.
O efeito da flexão e amortecimento permite maior redução de peso no
projeto do trator, o que resulta em efetivo aumento do índice de carga útil. A
maior área de contato e a baixa pressão de inflação reduzem a resistência ao
rolamento. Na areia, por exemplo, a resistência ao rolamento com pneus terra
é 0,78 kg/cm2
comparado com 0,275 kg/cm2
para pneus normais. Diferentes
estilos de pneu - terra são disponíveis em vários tamanhos para todo o tipo de
terreno.
28B29. Tração dianteira assistida
A tração dianteira auxilia o trator a ter um melhor desempenho e
produtividade, devido à diminuição do patinamento. Para que a tração dianteira
de seu trator possa ter uma excelente durabilidade, observe as seguintes
recomendações:
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 52
não tente engatar a tração dianteira com o trator em movimento, devido à
diferença entre e relação de transmissão dianteira e traseira (poderá ocorrer
danos no sistema);
use a tração dianteira somente em serviços de campo;
quando estiver trafegando em estradas e rebocando cargas, use-a somente
se for indispensável;
não use a tração dianteira com velocidade acima de 15 km/h;
não use pneus com desgastes diferentes entre si, como também marcas
diferentes;
troque o óleo lubrificante do diferencial dianteiro a cada 500 horas
trabalhadas.
UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 53
30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
ALMEIDA, L. M. & SILVA, P. R. A. Operação com tratores agrícolas.
(BOTUCATU), 2009.
APOSTILA VALTRA (AGCO). Manual de treinamento, Operação, Manutenção
e Segurança. 2009
JUAN, A.A.S.P. Curso de Aplicação e Manutenção de Motores Diesel. 2002
PACHECO, E. P. Seleção e Custo Operacional de Máquinas Agrícolas
(EMBRAPA). 2.000
SANTOS FILHO, A. G. & SANTOS, J. E. G. Apostila de Máquinas Agrícolas
(UNESP). 2001

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Operação e manutenção de máquinas agrícolas

  • 1. Governo do Estado de São Paulo OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS Programa
  • 2. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 2 Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza Diretora Superintendente Laura Laganá Chefia de Gabinete Elenice Belmonte Diretor Vice Superintendente César Silva Equipe Técnica Coordenação: Clara Maria de Souza Magalhães Equipe de Apoio Adma Cristina Cavalcanti Bovolenta Amanda Aparecida Moraes Salazar Caíque Nogueira Cobra Gregory Almeida Golçales Gustavo Prates Dantas José Moreira Júlio Pereira Barbosa Larissa Leal Cunha Raul Albuquerque Renata Alcântara da Silva Rodolpho de Oliveira Mello Sérgio Claudine Fuzaro Sérgio Luis Alves Junior Silvia Mary Alves Jorge Vanda Lopes Silva Vânia da Silva de Oliveira Revisão: Juliana Lima Rubert Peris Elaboração: Profº Adriano Rodrigues de Almeida Profº José Carlos Oliveira Barbosa
  • 3. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 3 ÍNDICE U1. INTRODUÇÃOU ............................................................................................... 4 U2. CONCEITUAÇÃOU .......................................................................................... 5 U3. CONSTITUIÇÃOU ............................................................................................ 6 U4. CLASSIFICAÇÃOU ......................................................................................... 10 U5. MANUTENÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLASU............................................ 12 U6. MANUTENÇÃO DIÁRIA (10 horas)U .............................................................. 14 U7. MANUTENÇÃO SEMANAL (50 horas)U ........................................................ 18 U8. MANUTENÇÃO MENSAL (250 horas)U ......................................................... 21 U9. MANUTENÇÃO SEMESTRAL (1000 horas)U ................................................ 22 U10. MANUTENÇÃO ANUAL (2000 horas)U ....................................................... 24 U11. SISTEMA DE ALIMENTAÇÃOU .................................................................. 25 U12. SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃOU ................................................................. 26 U13. SISTEMA DE ARREFECIMENTOU ............................................................. 27 U14. SISTEMA ELÉTRICOU ................................................................................. 28 U15. SISTEMA DE EMBREAGEMU ..................................................................... 28 U16. BLOQUEIO DO DIFERENCIALU.................................................................. 29 U17. LASTREAGEM E CALIBRAÇÃO DOS PNEUSU ........................................ 29 U18. SISTEMA DE FREIOSU .............................................................................. 31 U19. AJUSTE DE BITOLAU .................................................................................. 32 U20. SISTEMA HIDRÁULICO DE LEVANTEU ..................................................... 33 U21. REGULADORESU ....................................................................................... 34 U22. PAINEL DE INSTRUMENTOSU .................................................................. 34 U23. SISTEMA HIDRAULICO DE CONTROLE REMOTOU ................................. 35 U24. CONTROLES ADMINISTRATIVOSU .......................................................... 35 U25. SEGURANÇA NO TRABALHOU ................................................................. 38 U26. OPERAÇÃO SEGURAU .............................................................................. 49 U27. RECOMENDAÇÕES GERAIS.U ................................................................. 52 U28. COMPACTAÇÃO DOS SOLOSU ................................................................ 55 U29. TRAÇÃO DIANTEIRA ASSITIDAU .............................................................. 57 U30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.U .......................................................... 58
  • 4. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 4 0B1. Introdução O homem, em toda sua história, desenvolve tecnologias criando e aperfeiçoando máquinas, implementos e ferramentas para facilitar os trabalhos nas diversas atividades de produção e manufatura. Na agricultura não é diferente. Desde a domesticação de animais para tração como fonte de potência no meio rural, o avanço tecnológico e desenvolvimento dos sistemas de produção de alimentos e energia, devem parte de seu crescimento à dinâmica da modernização das máquinas agrícolas. Devido a essas grandes transformações, atualmente temos que nos preocupar com o treinamento das pessoas que com elas vão trabalhar, melhorando a qualidade das operações, evitando desperdício e consequentemente baixando os custos operacionais e aumentando a produtividade. Hoje há uma grande diversidade de modelos de máquinas com funções específicas, equipadas com sistemas de segurança e até computadores de bordo. Diante disto, o conceito “tratorista” deve ser substituído pelo “operador de máquinas”, profissional capacitado e motivado para a realização de operações agrícolas previamente planejadas. Para a capacitação profissional do operador, há necessidade de definições e conhecimentos do funcionamento das máquinas. Os primeiros tratores funcionavam a vapor (1858), os quais eram muito pesados e necessitavam de vários homens para a operação. Em 1889 surgiram os motores à combustão interna (gasolina), proporcionando maior capacidade de trabalho ao homem do campo, graças à versatilidade destas máquinas, compensando a crescente escassez de mão-de-obra rural devido à migração das populações para o desenvolvimento industrial. Os primeiros tratores agrícolas surgiram em 1920 (Henry Ford, Massey Harris e Fergusson), que sofreram inovações com equipamentos adicionais tais como Tomada de Potência (TDP) e Barra de Tração (BT); nos anos 30 surgiram o engate em três pontos no Sistema Hidráulico, motor diesel e pneus. Nos anos 60/80 houve incentivos governamentais para as indústrias, surgindo os turboalimentadores, intercooler e sensores de controle automático.
  • 5. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 5 1B2. Conceituação Operação Agrícola: qualquer atividade relacionada com a execução do trabalho de produção agropecuária. Ex.: preparo de solo, plantio, colheita etc. Máquina Agrícola: estrutura projetada para realizar total ou parcialmente a operação agrícola e de resistência suficiente para transferir o efeito da força ou transformar energia. Ex.: semeadoras, colhedoras, tratores etc. Implemento Agrícola: sistema mecânico em sua forma mais simples, cujos componentes não apresentam movimentos rotativos próprios, nem capacidade para transformar energia. Ex.: arado, subssolador, terraceador etc. Ferramenta Agrícola: sistema mecânico que entra em contato direto com o material trabalhado. Ex.: disco de arado, ponteira da haste de subssolador etc. Acessório: equipamento que quando acoplado a uma máquina ou implemento, melhora o desempenho ou resultado da operação. Ex.: raspadeira de disco de arado, picador de palha, lâmina dentada etc.. As máquinas ou os conjuntos de máquina/implemento realizam as mais variadas tarefas, segundo suas funções. Desta maneira podemos classificar em máquinas para preparo de solo, de plantio, de cultivo, aplicadoras de insumos, elevadoras, transportadoras, beneficiadoras, colhedoras, tratoras e outras especiais. Dentre elas, destacamos as máquinas tratoras, pela sua versatilidade e grande aplicação. Os tratores são máquinas autopropelidas especialmente projetadas para conferir estabilidade sobre uma superfície e fornecer potência para tracionar, acionar e transportar máquinas e implementos de arrasto ou montados. Na forma de tração “montados”, os equipamentos são engatados na traseira do trator, dotados de sistema hidráulico e barras, porta, ferramenta, denominado de sistema de engate de levante hidráulico em três pontos. Na forma de tração em arrasto, os equipamentos são engatados na barra de tração (rabicho), que pode ser reta, com degrau ou cabeçote tipo HD,
  • 6. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 6 Este último permitindo selecionar várias alturas de engate. Permite, também, oscilação lateral que pode ser travada com aplicação de pinos. 2B3. Constituição No geral, os tratores são constituídos por um motor de combustão interna, um sistema de transmissão e elementos de direção/locomoção (rodado). Normalmente são equipados com barra de tração, sistema de levante hidráulico por três pontos e tomada de potência. Fig. I – Esquema de constituição
  • 7. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 7 a) Motor Responsável pela transformação da energia potencial do combustível, em energia mecânica na forma de potência disponível no eixo de manivelas (virabrequim). Combustível - diesel Número de cilindros - 1, 3,4 ou 6. Potência - 10 a 340 cv Rotação - 2400 a 2700 rpm Taxa de compressão - 16:1 a 18:1 Fig. II - Ciclos de Trabalho b) Embreagem Órgão receptor da potência do motor e responsável pela transmissão suave e gradativa à caixa de mudanças, sob o comando de um pedal acionável pelo operador. c) Caixa de mudanças (câmbio) Órgão mecânico responsável pela redução da velocidade angular e transformação do torque, para posterior transmissão a outros órgãos, até o rodado. Atua aumentando o torque com a diminuição da velocidade angular do motor através de combinações de engrenagens, que transmitem ao rodado o movimento requerido.
  • 8. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 8 d) Coroa, pinhão e diferencial. Órgãos transformadores de movimentos, responsáveis pela transmissão do movimento da caixa de mudanças a cada uma das rodas motrizes, envolvendo uma redução proporcional de velocidade e uma mudança na direção do movimento em um ângulo de 90º. O diferencial é responsável também, pelo equilíbrio do movimento aplicado a ambas as rodas. e) Redução final Órgão que transmite os movimentos do diferencial às rodas motrizes com redução da velocidade angular e aumento do torque. Protege a coroa e pinhão contra impactos e quebra de dentes. f) Rodados São órgãos operadores, responsáveis pela sustentação, direcionamento, bem como propulsão e desenvolvimento da potência do motor, em potência na barra de tração. g) Tomada de potência (TDP) Órgão responsável pela transformação e transmissão do movimento do motor para uma árvore, cuja extremidade externa está localizada na parte traseira do trator, local onde são acoplados sistemas mecânicos rotativos. h) Sistema hidráulico Órgãos receptores, transformadores e transmissores da potência do motor através da pressão de um fluido sobre órgãos operadores, representados principalmente por cilindros hidráulicos. i) Reguladores
  • 9. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 9 Conjunto de órgãos que têm por função regular a velocidade angular do motor em função das necessidades requeridas pelo trator no desenvolvimento de uma operação. j) Sistema de engate de três pontos Responsável pela tração e suspensão de implementos e máquinas agrícolas montadas. k) Barra de tração (BT) Órgão responsável pela tração de máquinas e implementos de arrasto. l) Sistema de Freios Órgãos responsáveis pela parada do movimento da máquina. Nos tratores agrícolas, os freios normalmente são aplicados apenas nas rodas traseiras e com pedais independentes, um para cada roda traseira. m) Sistema Elétrico Constituído por fonte geradora, regulador, acumulador, motor de partida, sensores, instrumentos etc. 3B4. Classificação A classificação dos tratores pode seguir vários critérios como chassis, rodado, potência, aplicação etc. Os tratores são classificados quanto a chassis em Monobloco e Longarina. Quanto à aplicação são classificados em Industriais, Florestais e Agrícolas. Quanto ao rodado são classificados em Esteira, Semi-esteira e Rodas. Quanto à tração são classificados em 4x2, 4x4 e 4x2 TDA. a) Quanto à aplicação
  • 10. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 10 Industriais são utilizados para transporte e manuseio de ferramentas em parques industriais, aeroportos, obras de engenharia etc. Podem ser de rodas ou esteiras e de chassi articulado ou rígido. Florestais são utilizados para corte, carregamento, transporte e beneficiamento de árvores. Agrícolas são utilizados em atividades agropastoris, no transporte de máquinas e implementos, formando um conjunto combinado. b) Quanto ao chassis Monobloco: são montados com carcaças individuais de cada parte constituinte, que quando acopladas, formam um só bloco. Longarina: são montadas com cada parte constituinte (motor, câmbio etc.) sobre um pórtico que dá apoio ao conjunto. Podem ser rígido ou articulado. c) Quanto ao rodado Esteiras são máquinas de rodas dentadas que caminham sobre uma esteira sem fim formada por sapatas de aço, buchas, pinos e conjunto de apoio, denominado de truck. Rodas pneumáticas são máquinas com rodas de aço, revestida com pneus para apoio na superfície, podendo apresentar um ou mais eixos. Semi-esteiras são máquinas que utilizam um sistema misto de rodagem. d) Quanto à tração Standard são máquinas com tração nas duas rodas traseiras, usando as dianteiras para apoio e direcionamento (4x2). Traçado são máquinas que apresentam tração permanente nas quatro rodas e um único diferencial. Todos os pneus têm mesma dimensão (4x4).
  • 11. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 11 Tração assistida são máquinas que tracionam na traseira, podendo receber auxílio das rodas dianteiras. Apresentam diferencial dianteiro que assiste ao traseiro quando requerido pelo operador. O rodado dianteiro é menor que o traseiro (4x2 TDA). 5. Manutenção de tratores agrícolas O trator agrícola é uma máquina bastante complexa constituída por um motor de combustão interna, vários tipos de transmissões e rodados, utilizados para realizar tarefas em diferentes locais e condições de trabalho. Por isso, é muito importante adotar procedimentos adequados de manutenção antes e depois das operações, de modo a evitar falhas no funcionamento, o que poderia causar quebras e prejuízos. Todo trator agrícola possui um manual de instruções e nele estão contidas todas as informações necessárias para uma boa manutenção. É importante que o operador leia atentamente o manual de modo a seguir as recomendações corretamente. De modo geral, uma manutenção bem executada pode proporcionar à máquina as seguintes vantagens: diminui o índice de falhas mecânicas; garante que, no mínimo, atingirá a sua vida útil; proporciona maior valor residual ao final da vida útil. A manutenção na fazenda é facilitada quando a mesma possui um abrigo de máquinas e uma oficina equipada. Isso permite a realização da manutenção na própria fazenda, dispensando a contratação de serviços externos e tornando a execução da manutenção mais rápida. As manutenções podem ser preventivas, corretivas ou preditivas. a) Manutenção Preventiva É realizada periodicamente e baseia-se no desgaste natural de algumas peças. Dessa forma, adota-se previamente uma programação de realização de medidas para prevenir que o trator apresente falhas no seu funcionamento, em função do mau funcionamento de algum componente. Exemplo dessas
  • 12. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 12 medidas são ajustes da tensão de correias, aperto de porcas e parafusos, lubrificação de pinos, limpeza ou trocas de filtros etc. b) Manutenção Corretiva É realizada para corrigir algum problema apresentado pelo trator durante o seu funcionamento. Falha na manutenção preventiva pode gerar a necessidade de realização da manutenção corretiva. Deve-se evitar esse tipo de manutenção, uma vez que proporciona custos altos e interrompe a execução das tarefas no campo, pois o trator ficará parado na oficina. Um exemplo da necessidade de realizar uma manutenção corretiva é quando ocorre a quebra de rolamento ou eixo. c) Manutenção Preditiva É realizada de acordo com o uso da máquina. Nesse tipo de manutenção, deve-se estabelecer um programa de realização de vistorias em uma série de componentes e, de posse de dados históricos ou do fabricante, toma-se a decisão quanto à necessidade de executar algum procedimento de manutenção dos componentes analisados. Um exemplo de manutenção preditiva é medir, de tempos em tempos, o desgaste das garras dos pneus de tração. Quando à altura destas atingirem um valor mínimo, os pneus deverão ser trocados. Procedimentos adotados na manutenção preventiva: Dentre as manutenções citadas, a preventiva é mais importante e é a manutenção que demanda maior número de cuidados. Nesse tipo de manutenção, cada tarefa é executada em um tempo específico, de acordo com o fabricante do trator. Normalmente, os procedimentos adotados nesse tipo de manutenção seguem os seguintes intervalos: manutenção diária ou a cada 10 horas de trabalho; manutenção semanal ou a cada 50 horas de trabalho; manutenção mensal ou a cada 250 horas de trabalho; manutenção semestral ou a cada 1000 horas de trabalho; Mmanutenção anual ou a cada 2000 horas de trabalho. As manutenções preventivas são progressivas, ou seja, na manutenção realizada semanalmente ou a cada 50 horas de trabalho, inclui também a realização dos procedimentos adotados na realização da manutenção diária ou
  • 13. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 13 a cada 10 horas de trabalho. Dessa forma, na manutenção anual ou a cada 2000 horas, serão realizados os procedimentos de todas as outras manutenções anteriores. 6. Manutenção diária (10 horas) a) Realizar lubrificação Os tratores agrícolas possuem pinos, articulações e rolamentos equipados com bicos graxeiros, que devem ser lubrificados diariamente. É importante que o operador tenha um mapa de localização destes pontos, de modo a agilizar a operação e não deixar qualquer um deles sem receber lubrificação (seguir as recomendações do fabricante). A graxa deve ser introduzida pelos bicos graxeiros até extravasar pelas juntas das partes móveis. b) Verificar nível do óleo no cárter do motor A verificação do nível do óleo lubrificante no cárter do motor é feita por meio de uma vareta (2) contendo a indicação Mín. e Max.. Para uma leitura correta, o trator deve estar posicionado em um local plano e o motor desligado a pelo menos dez minutos antes da leitura. O nível do óleo deve ser mantido sempre entre a marcação de mínimo e máximo na vareta. Caso haja necessidade de ser completado, deve-se utilizar a mesma marca e categoria do óleo já existente no cárter. Remova a tampa do bocal de abastecimento (1) e coloque o óleo apropriado, utilizando as ferramentas e os utensílios adequados. Fig. III – Vareta e bocal
  • 14. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 14 c) Verificar o sistema de alimentação A vida útil dos motores das máquinas agrícolas está diretamente ligada com a manutenção dos sistemas de alimentação, visto que as condições de trabalho no campo são muito adversas. Os cuidados com o sistema de alimentação dividem-se em verificar a qualidade do ar e do combustível que estão sendo introduzidos no motor. d) Alimentação do diesel Consiste na verificação da integridade dos filtros de combustível e sedimentador. Se este estiver com água ou sujeira, deverá sofrer drenagem até a completa eliminação das impurezas. Deve-se observar também as condições da junta da tampa do tanque de combustível e da tela deste bocal de abastecimento. Ao final de cada jornada, o tanque de combustível deve ser completado, de modo a evitar a condensação de vapor de água no seu interior durante a noite. Fig. IV – Filtro sedimentador e) Admissão de ar Consiste na limpeza do purificador de ar e conferência da integridade das tubulações e abraçadeiras. Nos filtros de ar ”seco” deve-se verificar o indicador de restrição no painel de instrumentos. O filtro deve ser limpo se o indicador estiver em alerta (luz acesa). Fig. V - Símbolos de restrição
  • 15. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 15 Para isso, remover o elemento primário e aplicar ar comprimido em até 70 lb/pol2 , de dentro para fora, a fim de remover a poeira. Em seguida, verifica- se a integridade do elemento com auxílio de uma lâmpada. O elemento secundário (de segurança) não admite limpeza e ambos deverão ser trocados a cada 1000 horas ou um ano de uso. Fig. VI – Filtro de ar seco Diariamente deve-se proceder a limpeza da válvula de descarga, removendo os materiais ali retidos, graças à ciclonização. Nos filtros banhados a óleo, deve-se verificar a quantidade de impureza retida no depósito de óleo; se for necessário, proceder a limpeza, lavagem e secagem (ar comprimido) dos componentes e fazer a substituição do óleo. Obs: Testar periodicamente o funcionamento do indicador de restrição, ligando apenas a chave de ignição sem dar a partida, para checar se a lâmpada está acendendo. Quando proceder a limpeza do filtro, evite o aperto excessivo na montagem do conjunto. f) Verificar o sistema de arrefecimento A queima do combustível e o atrito entre as partes do motor geram calor, daí a necessidade de um sistema de arrefecimento eficiente, para manter a temperatura adequada ao bom funcionamento do conjunto e menor desgaste possível dos componentes. Em geral, os motores dos tratores e máquinas agrícolas utilizam água para fazer a troca de calor através do radiador.
  • 16. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 16 Fig. VII – sistema de arrefecimento Diariamente deve-se verificar o nível de água do radiador e completá-lo, se necessário. A tela frontal ao radiador deve estar sempre limpa, de modo a permitir a livre passagem do ar pela colméia, trocando assim o calor do motor com o ar mais eficientemente. Periodicamente verifique as condições da tampa do radiador, conferindo a junta de vedação, a válvula de pressão e a válvula de vácuo. Fig. VIII – Tampa do radiador Obs: sempre use aditivo anticorrosivo na dosagem recomendada pelo fabricante; o não-uso pode provocar oxidação das partes internas do motor; não se deve misturar produtos de marcas diferente; em região de clima frio, pode-se usar aditivo anticongelante. g) Verificação geral do conjunto Deve-se verificar a existência de vazamentos de óleo em cubos, caixa do diferencial, caixa de câmbio e sistema de direção. Se houver vazamentos, os mesmos deverão ser eliminados e o nível do óleo completado. Antes de sair
  • 17. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 17 para o campo, o operador deve observar atentamente se não há ruídos estranhos durante o funcionamento do trator; se houver, o mesmo deve ser tratado cuidadosamente. Deve-se observar, também, todos os componentes do painel de instrumentos e seus funcionamentos adequados. 6B7. Manutenção semanal (50 horas) A revisão de 50 horas consta de todos os itens verificados nas revisões de 10 horas mais: a) Verificar a tensão da correia do ventilador do radiador Esta deve possuir uma tensão que, quando pressionada com o dedo indicador, entre a polia do motor e a polia do alternador, permita o deslocamento de um a dois centímetros. Fig. IX – Folga da correia do ventilador b) Verificar os pedais dos freios e da embreagem A folga do pedal de embreagem deve estar de acordo com a recomendação do fabricante, de modo a permitir o adequado engate das marchas e não provocar desgaste excessivo no sistema. Quando acionado pelo operador, o rolamento de encosto aciona os gafanhotos, aliviando a pressão do platô sobre o disco, liberando-o e interrompendo a transferência de potência do motor para a transmissão. A embreagem possui três funções principais:
  • 18. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 18 transmitir o movimento do motor para a caixa de câmbio / transmissão, de modo suave e gradativo, sem vibração ou deslizamentos; interromper a transmissão da potência do motor à caixa de câmbio / transmissão, permitindo a troca suave das marchas; permitir a parada do trator e de um equipamento acionado pela TDP quando acoplado a esta. Desta maneira, com o sistema acoplado, o rolamento deve apresentar um afastamento dos atuadores (curso livre). Com o desgaste do revestimento do disco e demais partes do conjunto, esse curso livre diminui, tendendo ao enforcamento, o que pode ser evitado com monitoramento periódico. No geral, a folga do pedal deve ficar entre 20 e 30 mm em relação a sua altura máxima. Fig. X- Pedal de embreagem Obs.: quando estiver operando normalmente o trator, não fique descansando o pé sobre o pedal da embreagem, pois isto ocasiona o enforcamento do sistema; não inicie ou reinicie a operação com o implemento penetrado no solo; não fique por muito tempo com o pedal acionado; verifique no manual do operador do respectivo modelo de trator para localizar e como proceder a lubrificação. No trator agrícola standard, os freios são aplicados apenas nas rodas traseiras individualmente; as dianteiras não possuem dispositivo de frenagem. Além disso, o comando do freio é feito por pedais independentes, um para cada roda traseira. Se os freios não estiverem ajustados ou se estiver com
  • 19. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 19 diferença de regulagem entre um pedal e outro, ajuste-os imediatamente, evitando possíveis acidentes de trabalho. No processo de regulagem dos freios, pressione os pedais um de cada vez para verificar se estão corretamente ajustados. Acione os dois pedais de freio ao mesmo tempo (travados), para verificar se ambos têm a mesma atuação. c) Verificar o sistema elétrico Nessa etapa deve-se verificar o estado geral de funcionamento do sistema elétrico como fusíveis, lâmpadas e painel de instrumentos. Deve-se também verificar o nível da solução eletrolítica de todas as células da bateria e limpar os terminais. O nível da solução deve ser de 1,5 cm acima das placas; caso esteja abaixo desse valor, deve-se completar com água destilada. d) Verificar os pneus e as rodas É importante verificar a pressão dos pneus e, se necessário, calibrá-los de acordo com a recomendação do fabricante. Pressão muito baixa causa desgaste acentuado nas laterais do pneu; pressão elevada provoca desgaste no centro da sola, diminui a área de contato do pneu com o solo e reduz a capacidade de tração. O aperto das porcas das rodas também deve ser conferido. Além dos itens já mencionados, verificar o sistema de transmissão; o nível de óleo da caixa de mudanças, diferencial e redução final; se houver necessidade, os mesmos devem ser completados. Verificar o sistema de levante hidráulico e nível de óleo, completando, se necessário. É importante que a cada semana o trator passe por uma limpeza geral. Para isso, pode-se fazer uso de querosene para retirar mancha de graxa ou óleo e água com sabões para retirar outras sujidades. 7B8. Manutenção mensal (250 horas) Além dos itens das revisões anteriores:
  • 20. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 20 a) Trocar o óleo lubrificante do motor A drenagem do óleo lubrificante deve ser feita com o motor ainda quente, de modo a permitir o melhor escoamento do óleo velho. Procede-se soltando o bujão do Carter e coletando o óleo queimado em recipiente próprio para o destino correto. É importante evitar a mistura de marcas ou tipos de óleos, devendo dar preferência para os óleos sugeridos pelo fabricante. Deve- se também trocar o filtro do óleo lubrificante. Verificar o nível de óleo da bomba injetora (se for o caso) e completá-lo, se necessário. Dependendo da marca do trator e das recomendações do fabricante, este procedimento poderá sofrer modificações. b) Trocar os filtros de combustível Este procedimento inicia-se com o fechamento da torneira de combustível da saída do tanque, caso este tenha conteúdo; desmontagem e limpeza do filtro sedimentador, desmontagem dos filtros de combustível e limpeza do cabeçote de filtros; lavagem de todas as peças do sistema; substituição dos vedantes e dos elementos filtrantes. Montar o conjunto, evitando o aperto demasiado e deixar a saída para a bomba injetora frouxa o suficiente para a eliminação do ar do conjunto. Atuar manualmente a bomba alimentadora até que todo o ar seja expulso, desta maneira, preenchendo todo espaço vazio com combustível. Após isso, apertar o parafuso que estava frouxo e proceder o sangramento da bomba injetora. 8B9. Manutenção semestral (1000 horas) Além dos itens das revisões anteriores: a) Regulagem de válvulas Este procedimento deverá ser executado por um profissional especializado, visto a necessidade de conhecimentos mecânicos e ferramentas específicas. Deve-se realizar o reaperto dos parafusos do Cabeçote
  • 21. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 21 (torquímetro), regulagem das folgas das válvulas, substituição de juntas, reaperto dos parafusos do Carter, limpeza do sistema de respiro do motor, regulagem do ponto de ignição e limpeza de bicos injetores. b) Limpeza do radiador Este procedimento inicia-se com a remoção da tampa e deslocamento da mangueira inferior do radiador, de modo a permitir a drenagem da água suja. Encher o sistema com água limpa e proceder nova drenagem, para que eventuais sujeiras sejam eliminadas. Recolocar a mangueira, apertar as abraçadeiras e encher o sistema com solução de água limpa, previamente preparada com aditivo anticorrosivo. Fechar o radiador, funcionar o motor por alguns minutos e ajustar o nível da água. Nesta revisão substitui-se a tampa do radiador e a correia do ventilador. c) Limpeza do tanque de combustível Existem tratores que têm um filtro de tela na saída do tanque de combustível. Deve-se desmontar e lavar com óleo diesel limpo esse sistema, após a drenagem completa do conteúdo do tanque. Essa drenagem tem por objetivo, eliminar alguma sujeira do interior do reservatório. Dependendo das condições do sistema de transporte e manejo dos combustíveis, este procedimento poderá ser adiado para 2000 horas. d) Sistema de direção Proceder a drenagem do óleo de todo o sistema de direção hidrostática, remover o filtro velho e fazer uma limpeza completa no conjunto. Se necessário, substituir retentores, reparos etc. Instalar o novo filtro e abastecer com óleo recomendado pelo fabricante. Funcionar o motor e acionar a direção para ambos os lados até o final do curso. Alinhar a direção, afogar o motor e ajustar o nível do óleo. e) Revisão dos cubos de roda
  • 22. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 22 No caso de tratores 4x2, os cubos das rodas dianteiras deverão ser desmontados, lavados e remontados. Se necessário, substituir retentores e rolamentos. Proceder à regulagem da folga dos rolamentos, apertando a porca até prender o movimento; voltar 1/4 de volta e aplicar o sistema de trava. Preencher o cubo com graxa própria em 2/3 do volume e lacrar. f) Sistemas de redução (câmbio, diferencial e finais) Substituir os óleos e filtros dos sistemas de reduções, assim como do sistema hidráulico de levante, se este não for conjugado. Para tratores 4x2 TDA, trocar o óleo do diferencial dianteiro. Retentores que apresentem vazamentos devem ser substituídos. Obs.: nesta revisão, proceder à substituição dos elementos do filtro de admissão de ar. 9B10. Manutenção anual (2000 horas) Além dos itens das revisões anteriores: a) Caixa de direção Em máquinas equipadas com sistema de direção mecânica, trocar o óleo desta, observando com atenção o estado dos retentores e rolamentos. Proceder a regulagem da folga entre o setor e a rosca sem fim. b) Sistemas de redução (câmbio, diferencial e finais) Neste procedimento, fazer a abertura dos compartimentos e realizar o ajuste da folga entre coroa e pinhão, monitorar o desgaste de engrenagens e rolamentos, substituindo os defeituosos, além da troca dos óleos e filtros. c) Sistema hidráulico e TDP
  • 23. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 23 Substituir os reparos do sistema hidráulico de levante e da tomada de potência. Nas TDP independentes, revisar o sistema de engate (pacote de embreagem). d) Sistema de embreagem Substituir o disco de embreagem e revisar as superfícies de contato do mesmo com o platô e volante do motor. Proceder a troca do rolamento de embreagem e das buchas da guia. Obs.: nesta época procede-se também a troca das mangueiras e abraçadeiras do sistema de arrefecimento, de admissão de ar, do radiador de óleo e troca do reparo da bomba d’água. 10B11. Sistema de alimentação a) Alimentação de diesel O combustível necessário para o funcionamento do motor é sucçionado do reservatório pela bomba alimentadora, filtrado, pressurizado pela bomba injetora e então pulverizado no interior dos cilindros pelos bicos injetores. Fig. XI – funcionamento do sistema de alimentação.
  • 24. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 24 1- Tanque de combustível 2- Filtro sedimentador 3- Bomba alimentadora 4- Filtros duplos 5- Bomba injetora 6- Bico injetor 7- Tubulações b) Alimentação de ar Conforme já mencionado, a longevidade do motor é diretamente dependente do sistema de purificação de ar. Para melhorar o rendimento dos motores, foi desenvolvido o sistema de turbo-alimentação, que consiste de uma turbina instalada na admissão de ar, movida pelo fluxo de gases da saída do motor. Fig. XII - esquema de turbina Obs.: a turbo-alimentação pode aumentar a potência do motor em até 30%. 11B12. Sistema de lubrificação O objetivo da lubrificação é reduzir ao mínimo os desgastes, em decorrência do atrito das partes móveis com as fixas. O lubrificante deve
  • 25. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 25 formar uma película entre as superfícies de contato, diminuindo assim ao mínimo os desgastes. Estes são específicos em cada condição de temperatura, pressão, rotação etc., por isso, cada ponto de lubrificação exige um lubrificante específico. Fig. XIII - Esquema de lubrificação de um motor Além da lubrificação, os óleos têm função de refrigeração e limpeza das partes; por isso a necessidade de mecanismos de filtração e resfriamento. 13. Sistema de arrefecimento A queima de combustível e o atrito entre as partes móveis do motor geram calor que, se não controlado eficientemente, resulta em sérios danos ao conjunto. Além do sistema de arrefecimento já descrito anteriormente, é de suma importância o bom funcionamento da válvula termostática no equilíbrio térmico do motor. A tampa do radiador tem função de retardar o ponto de ebulição da água, mantendo a pressão no interior adequada ao sistema. O vedante da tampa e o suspiro devem estar revisados.
  • 26. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 26 Obs.: não abrir a tampa do radiador com o motor quente por perigo de acidente. Se não houver outro recurso, abrir o primeiro estágio e aguardar a despressurização, usando um pano para afrouxar a mesma. Fig. XIV - válvula fechada / válvula aberta Obs.: verificar o bom funcionamento do sensor de temperatura e do termômetro no painel de instrumentos 14. Sistema elétrico Composto de uma fonte de geração de energia, regulador de voltagem, acumulador, motor de partida, faróis, sensores, válvulas e outros instrumentos elétricos. A geração de eletricidade ocorre no alternador, localizado em anexo ao motor e movido por correia através da polia do motor. Essa energia passa pelo regulador de voltagem e vai atender a demanda do sistema ou repor o déficit do acumulador (bateria). O sistema elétrico deve estar sempre em ordem, pois outros sistemas são dependentes de energia para funcionamento e monitoração. Consta também no sistema elétrico, equipamento de proteção e segurança (caixa de fusíveis) que protege todo o sistema contra falhas. 15. Sistema de embreagem Além dos tópicos já mencionados, a embreagem pode ser classificada em dois tipos:
  • 27. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 27 No modelo Simples, existe apenas um sistema para acoplar/separar o motor da caixa de câmbio e da TDP. Já no modelo Dupla, os sistemas de comando são distintos, sendo um para cada finalidade, podendo ser acionados em locais separados ou em um mesmo pedal. Não se deve permanecer por muito tempo com o pedal acionado (mais que 1 minuto), pois poderá causar danos no mancal traseiro do motor. Vários modelos de trator são equipados com embreagem independente na TDP, isto é, utiliza a pressão do óleo do sistema hidráulico para realizar o acoplamento. 16. Bloqueio do diferencial Grande parte dos tratores de pneus é equipada com bloqueio de diferencial. A função desse recurso é evitar a patinação em uma única roda em situação extrema. Deve ser aplicado com o trator deslocando em linha reta e por curto período, uma vez que pode causar danos, se aplicado durante uma curva. Se for necessário fazer curva no trajeto, desbloquear e realinhar para depois aplicar novamente o recurso. 16B17. Lastreagem e calibração dos pneus O trator proporciona um melhor resultado em produtividade para a relação de 45 a 50 quilos de peso de lastro para cada CV do motor (45 a 50 kg/cv). A distribuição de peso por eixo resulta na melhor conversão da potência do motor em capacidade de tração. Aproximadamente 60% do peso deve estar no eixo traseiro e 40% no eixo dianteiro. Lastrear o trator é nada mais que aumentar o peso da máquina a fim de melhorar a aderência ao solo e consequente melhorar o aproveitamento da força de tração. Pode ser feita pela adição de pesos metálicos nas rodas, na região frontal do trator e colocação de água no interior dos pneus (hidro- inflação). A lastreagem incorreta pode afetar o desempenho do trator, consumindo mais combustível e provocando maior compactação do solo, portanto, não se deve ultrapassar a recomendada pelo fabricante.
  • 28. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 28 Fig. XVI - Hidro-inflação com 75 % de água (máximo recomendado) Obs.: em tratores 4x2 TDA, a lastreagem pode provocar o fenômeno chamado “galope”, que se corrige com a retirada de pesos e correta calibração. Em tratores com dupla rodagem na traseira, a lastreagem deve ser aplicada somente nas rodas internas, com pressão de 2 a 4 libras a mais que as externas. Uma maneira prática de se verificar a correta lastreagem é observar os rastros deixados pelas rodas de tração, uma vez que o trator em operação deva apresentar um índice de patinação adequado. Solo duro e não revolvido 05 a 08% Solo agrícola 07 a 12% Solo revolvido ou arenoso 10 a 15% pouco peso muito peso peso ideal Fig. XVII - Lastreagem / Rastro
  • 29. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 29 A pressão de calibração varia de acordo com o tipo do pneu, portanto, a durabilidade do mesmo depende do uso e manutenção das pressões corretas. Pressão insuficiente Rachadura na base das garras, desgaste irregular da banda, rachaduras na flexão (barriga), maior consumo de combustível. Pressão excessiva Perda de tração, maior compactação do solo, maior consumo de combustível, maior desgaste da banda de rodagem devido à patinação. Obs.: tratores devidamente lastreados e pneus devidamente calibrados resultam em maior eficiência, rendimento e economia. 18. Sistema de freios A função dos freios é interromper o movimento rotativo do sistema de transmissão para as rodas. Os mecanismos de frenagem dos tratores agrícolas utilizam força hidráulica combinada com sistema de alavancas. O pedal de freio (alavanca) aciona um mecanismo hidráulico que multiplica a força no ponto de atuação, bloqueando o movimento rotativo. Atuam independentemente nas rodas traseiras pela ação dos pedais individuais, porém, quando atrelados mecanicamente a ação é conjunta. Este recurso possibilita a frenagem de uma única roda em manobras, auxiliando a direção e impedindo a patinação excessiva. Este recurso deve ser utilizado moderadamente, a fim de evitar desgaste prematuro do conjunto e até mesmo acidentes. Para parar o trator a uma distância relativamente curta, executar o seguinte procedimento: por o motor em marcha lenta (freio-motor) e acionar suavemente o freio em ambas as rodas para diminuir a velocidade; acionar a embreagem e calcar energicamente os pedais de freio, fazendo o trator parar. Os tratores apresentam, também, freio de estacionamento conjugado ao sistema.
  • 30. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 30 19. Ajuste de bitola Bitola é a medida do espaço entre o rodado direito e esquerdo, tomada do centro da sola dos pneus. Deve ser ajustada de acordo com as operações, considerando tipo de implemento, tipo de solo, tipo e espaçamento de cultura e relevo. a) Eixo Dianteiro Trator 4x2 standard - pelo deslocamento da barra telescópica dentro da canaleta da balança e/ou pela combinação do disco central da roda com o aro. Trator 4x2 TDA - pela combinação do disco central da roda com o aro. b) Eixo Traseiro Disco Reversível: o ajuste pode ser feito através da combinação do disco central com o aro. Sistema PAVT: sistema servo ajustável entre o aro e o centro da roda, onde a fixação do centro é feita em um trilho diagonal existente no aro. Obs.: Rodas tipo Arrozeiras não permitem ajuste de bitola. 20. Sistema hidráulico de levante Os tratores agrícolas são equipados com um sistema de levante hidráulico com engate em três pontos, localizado na parte traseira do trator, constituído de bomba, cilindro e comandos hidráulicos, duas barras inferiores (ponto 1 e ponto 2) para o engate do implemento, controladas por braços niveladores e estes pelos braços superiores, onde ocorre a atuação do cilindro hidráulico. Na parte central localiza-se a viga C (de controle), onde é acoplado o braço do terceiro ponto no trator e a outra extremidade na torre do implemento. As barras inferiores são fixadas na carcaça do trator e
  • 31. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 31 equipadas com estabilizadores laterais. A viga C tem a função de aumentar ou diminuir a sensibilidade do sistema. Um dos comandos do sistema controla posição e sensibilidade e outro controla a reação que pode ser lenta ou rápida. Há sistemas que o controle de posição e sensibilidade é separado. Procedimento para o engate de implementos aos três pontos: Com o trator em ré, vá ao encontro do implemento até alinhar as barras inferiores 1 e 2 com os pinos de engate. Acione a alavanca de posição para o controle da altura da barra esquerda, acoplando a rótula desta e travando. Engate o braço do terceiro ponto no trator e no implemento, travando-o. Se o pino de engate do implemento ficou afastado da rótula da barra direita, faça a aproximação alongando ou encurtando o braço do terceiro ponto. Se a barra direita estiver mais baixa ou mais alta que o pino de engate, utilize a manivela niveladora para efetuar o alinhamento, acoplando-a e travando. 21. Reguladores Conjunto de órgãos que têm por função regular a velocidade angular do motor em função das variações das cargas às quais o trator é submetido. No conjunto, bomba e bicos atuam no controle do ponto de ignição, aceleração e estrangulamento. 22. Painel de instrumentos Localizados frontalmente à plataforma de comando e à frente do volante de direção (console) estão os instrumentos de controle, permitindo um monitoramento constante da máquina em operação. Apresentam diferentes
  • 32. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 32 arranjos e formas, porém, o importante é saber interpretar o significado de cada um: relógios, luzes, teclas etc. Horímetro: registra o número de horas trabalhadas que servem de base para os serviços de manutenção. Tacômetro: registra a velocidade angular desenvolvida pelo motor em RPM (rotação por minuto). Termômetro: registra a temperatura da água do sistema de arrefecimento. Indicador do combustível: monitora a quantidade de combustível disponível no tanque. Manômetro: indica a pressão do óleo lubrificante do motor. Amperímetro: monitora a geração e a transferência de carga do sistema elétrico. Indicador de restrição: a luz acende quando o purificador de ar está obstruído. Outros: poderá haver sensores para outros diversos sistemas como pressão e temperatura do óleo da transmissão, sensor da TDP, bloqueio de diferencial, freio de estacionamento, pisca alerta etc., além de chave de partida, de faróis, da TDA etc. 23. Sistema hidráulico de controle remoto Utilizado em grande parte para equipamentos tracionados em arrasto, no acionamento de rodas, cilindros hidráulicos e até mesmo motores hidráulicos. Opcional equipado com válvulas de engate e válvulas de controle de fluxo, localizadas na traseira do trator e acionado pelo sistema hidráulico do trator ou sistema independente. Depende de criteriosa manutenção, dada a grande possibilidade de contaminação do óleo por sujidades e/ou misturas, causando desgastes e avarias ao sistema. 24. Controles administrativos
  • 33. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 33 Para efetuar um controle adequado dos intervalos de manutenção, é necessário que todas as informações sobre o trator sejam registradas na caderneta do operador. Por meio da caderneta, é possível controlar a quantidade de combustível ou de óleo lubrificante consumido, com isso analisar se o consumo está ou não de acordo com o esperado. Além disso, esses dados servem para determinar o custo das horas trabalhadas. O preenchimento da caderneta deve ser realizado obrigatoriamente todos os dias trabalhados, de modo que se tenha disponível a qualquer momento, todas as informações atualizadas sobre a manutenção do trator. De modo geral, podem existir vários modelos de caderneta do operador, mas basicamente todas devem conter informações como: data, identificação do trator, nome do operador, local de trabalho, operação e área trabalhada, número de horas trabalhadas, consumo de combustível, tipos de manutenções executadas e um local para anotações de informações diversas. O trator como instrumento de trabalho, é manejado no sentido de executar uma operação agrícola previamente planejada. Para tanto, o operador deve conhecer a ordem de serviço e as especificações operacionais, antes de apanhar o trator no galpão. A partir daí, acoplar o implemento necessário e proceder uma vistoria no conjunto combinado, como segue: a) Nível de combustível Conferir o nível, vazamentos e reabastecer o tanque ao final de cada dia de trabalho. b) Nível do óleo lubrificante Observar o nível de óleo lubrificante do motor, transmissões, sistema hidráulico e direção. Se necessário, completar e observar se há vazamentos. c) Nível de água do radiador Verificar a limpeza da tela frontal e do radiador, o nível da água, a integridade do sistema e reparar, se necessário.
  • 34. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 34 d) Ajuste de bitolas Ajustar o espaçamento entre as rodas para cada condição de aplicação (aração, cultivo, plantio etc.). e) Ajuste de lastreagem A lastreagem com água deve ser mantida para a maioria das condições de aplicação agrícola. A lastreagem metálica, ao contrário, deve ser ajustada para cada condição de aplicação. f) Vistoria geral Inclui o aperto de parafusos e porcas, travas dos pinos de engate, verificação da pressão dos pneus e pontos de lubrificação, das alavancas de mudança de marcha, da altura e folga do pedal de embreagem e pedais de freios, do sistema de aceleração e parada do motor, da válvula de descarga do purificador, do sistema de direção e elétrico. Fazer uma inspeção detalhada no implemento combinado. g) Partida Antes de ligar a chave e dar partida no motor, deve-se observar se a alavanca de mudança de marchas se encontra na posição neutra, se a torneira do combustível está aberta e se o estrangulador estaá desativado. Posicionar a alavanca do acelerador em até 1/3 do curso e acionar o motor de arranque. Depois do funcionamento: verificar se todos os instrumentos de controle estão funcionando e aplicar uma aceleração média até atingir a temperatura normal de trabalho. Obs.: se o motor for equipado com turbo alimentador, a partida deve ser em baixa rotação; o mesmo vale para quando parar o motor. Deve-se baixar a rotação e esperar mais ou menos trinta segundos em marcha lenta, para depois afogar.
  • 35. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 35 No final da jornada, reabastecer de combustível e registrar na caderneta do operador todos os dados referentes ao período. 25. Segurança no trabalho a) Acidente de trabalho Ocorrência não programada na realização de um trabalho, que interrompa por um determinado período à realização normal de uma atividade, provocando perda de tempo, danos materiais e/ou lesão corporal. Como exemplo, podemos citar explosão, incêndio, tombamento, queda, colisão etc. b) Causas de acidentes de trabalho ˚ Ato Inseguro Comportamento relacionado diretamente à pessoa humana que pode levá-la a sofrer um acidente (trafegar em alta velocidade, abastecer fumando, não usar cinto de segurança etc.). ˚ Condição Insegura Deficiência e/ou irregularidade técnica encontrada no local de trabalho, como também nas máquinas (ferramenta inadequada, falta de cinto de segurança). ˚ Fator Pessoal de Insegurança Caso em que as UUcaracterísticas pessoaisUU (físicas ou mentais, normais ou não) interferem negativamente no trabalho, provocando UUato inseguro. ˚ Precauções de segurança
  • 36. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 36 São cuidados e deveres que devem ser adotados pelos operadores de máquinas agrícolas com a finalidade de evitar acidentes provocados pelo uso inadequado. Consultar o manual de instruções é a principal precaução que o operador deve adotar. A seguir algumas recomendações de segurança: nunca trafegue em ponto morto, risco de acidente; procure subir ou descer do trator sempre pelo lado esquerdo; evite pegar no volante de direção para subir no trator; regule o assento conforme seu peso e altura, a fim de controlar os pedais do freio, embreagem e acelerador; utilize adequadamente cinto de segurança e protetor de ruído; nunca utilize roupas que possam ficar pressas em comandos, controles, equipamentos etc.; procure um local seguro para reconhecimento do trator; antes de dar partida no trator, certifique-se que todos os comandos estejam em neutro ou desligado; isso evita sobrecarga ao motor de partida e acidentes; não elimine o interruptor de segurança de partida que se encontra no pedal da embreagem ou caixa de câmbio; antes de movimentar o trator teste os sistemas hidráulicos de embreagem, de frenagem e outros controles mecânicos; ouça com atenção o barulho do motor, transmissões, rolamentos etc. Qualquer anormalidade deve ser verificada e reparada.
  • 37. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 37 experimente o trator sem nenhum implemento acoplado para sentir as características operacionais, velocidades, reação do freio, direção, raio de giro etc.; não dê carona a outras pessoas. Evite que as mesmas sofram acidentes; antes de movimentar o trator, certifique-se de que não haja pessoas ou animais ao redor que possam ser atropelados; evite trabalhar perto de valetas, buracos e declives. reduza a velocidade ao fazer curvas; transportando carga, certifique-se da distância necessária para frenagem. Quanto maior a carga, maior será a distância para parar;
  • 38. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 38 utilize velocidades adequadas e marchas reduzidas, principalmente, ao conduzir em aclives ou declives; não transporte cargas que supere peso do trator, para tanto, o reboque deve ter seu próprio sistema de freios; em rampas ou terrenos acidentados, transportando cargas ou implementos pesados, tenha em mente que a parte dianteira do trator pode levantar-se; não utilize o sistema de três pontos para arrasto. Ligue sempre a carga ao engate da barra de tração;
  • 39. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 39 ao rebocar cargas por correntes ou cabos de aço, nunca estique bruscamente, pois poderá danificar o trator ou provocar acidentes; evite desatolar o trator colocando madeiras ou outros objetos sob as rodas, pois pode provocar acidentes. Utilize sempre um rebocador; ao descer do trator, desligue o motor e acione o freio de estacionamento; abaixe os implementos sempre que o trator não estiver sendo usado; utilize velocidade de descida do implemento, apropriada ao peso; verifique se não há pessoas ou animais que possam ser atingidos com a descida do implemento;
  • 40. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 40 não permita que o trator funcione por períodos prolongados em recintos fechados, pois o monóxido de carbono expedido pelo escapamento é altamente tóxico; mantenha os degraus limpos, livres de graxa, óleo e sujeira a fim de evitar acidentes;
  • 41. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 41 não altere as características construtivas do trator. Isso poderá colocar em risco a sua segurança; mantenha em perfeitas condições a estrutura de segurança (EPCC) e os cintos; utilize sempre o cinto de segurança e, em caso de acidente, segure firme no volante; não utilize o cinto se o trator não tiver Arco de Segurança (EPCC); sempre mantenha o trator em boas condições mecânicas e operacionais; não opere o trator quando este se encontrar com avaria que possa comprometer a segurança; ocorrendo defeito, deixe um aviso na máquina;
  • 42. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 42 a bateria libera gases explosivos. A explosão pode resultar de faíscas de ligações erradas dos cabos. Cuidado com bateria auxiliar de partida; o líquido da bateria é ácido sulfúrico, pode provocar graves queimaduras; nunca coloque objetos metálicos sobre a bateria, poderá provocar curto- circuito ou explosão. ATENÇÃO: antes do início de qualquer trabalho no sistema elétrico do trator, desconecte o terminal negativo da bateria; não faça ligação direta sem estar devidamente seguro da operação. Poderá dar partida com a marcha engatada e provocar movimento descontrolado da máquina; cuidado ao fazer reparos no trator. Não faça com o motor em funcionamento;
  • 43. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 43 o uso de macacos hidráulicos ou mecânicos pode ser perigoso, principalmente, se for necessário, fazer o serviço em baixo do trator; durante reparos, utilize cavaletes devidamente posicionados; abaixe o implemento até o chão antes de efetuar serviços de regulagem e reparos; ao fazer reparos ou ligações no sistema hidráulico, desligue o motor e alivie a pressão; não fique entre o trator e o implemento com o mesmo em funcionamento; o sistema hidráulico funciona sob alta pressão. Ocorrendo acidente com vazamento de óleo que penetre na pele, procure imediatamente orientação médica; periodicamente verifique o estado das mangueiras deste sistema; espere abaixar a temperatura do óleo para efetuar a drenagem, caso contrário, poderá causar queimaduras;
  • 44. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 44 OBSERVAÇÃO: a manipulação e destino dos produtos descartáveis, tais como óleos, líquido refrigerante, bateria etc., é de responsabilidade do proprietário em conformidade com as leis ambientais; durante o trabalho do trator, o líquido refrigerante do radiador encontra-se com alta temperatura e pressão. Poderá causar graves queimaduras, se a tampa for removida de uma só vez. não desligue o motor bruscamente, caso o mesmo venha a superaquecer. Mantenha o motor funcionando em baixa rotação durante alguns minutos antes de desligá-lo; durante a jornada de trabalho, faça algumas paradas para uma rápida vistoria no conjunto trator / implemento; durante a operação com carga contínua, utilize sempre o acelerador manual; para retirar a tampa do radiador, gire até a primeira posição ou ¼ de volta e espere aliviar a pressão com a saída do vapor; IMPORTANTE: em trator equipado com cabina, deve-se a cada 250 horas, limpar os filtros batendo com a palma da mão ou aplicando ar comprimido seco (5 bar); a cada 1000 horas troque os filtros;
  • 45. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 45 em trabalhos com alta concentração de pó, trocar os filtros com maior frequência; trabalho de pulverizações requer uso de filtro de carvão ativado. 25B26. Operação segura a) Antes da partida Para se colocar o motor do trator em funcionamento, deve-se consultar o manual de instruções, seguindo cuidadosamente as recomendações do fabricante, verificando os instrumentos de controles, inteirando-se de todos os botões, mostradores, alavancas, pedais etc., a fim de operar corretamente. Deverão ser observados os seguintes pontos: alavanca de mudança de marchas em neutro (ponto morto); alavanca do acelerador em até 1/3 do curso; torneira do tanque de combustível aberta; estrangulador do motor desativado. b) Partida A chave de ignição é um interruptor de dois estágios, sendo que na segunda posição aciona o motor de partida. O primeiro estágio serve para ligar o circuito de ignição. Quando o motor de arranque é acionado e o motor não entrar em funcionamento, observe os seguintes pontos: não insista na partida por período contínuo superior a 10 segundos, para não danificar o motor de partida, a bateria etc.; entre uma tentativa e outra, aguarde aproximadamente 15 segundos; em regiões frias, antes da partida, use as velas de aquecimento. c) Motor em funcionamento Estando o motor em funcionamento, deve-se observar os seguintes pontos: imprimir uma aceleração média ao motor (1200 rpm), de maneira que o mesmo não fique em marcha lenta ou muito acelerado, até que a temperatura normal de trabalho seja atingida; verificar o funcionamento dos instrumentos do painel e se o sistema hidráulico está operando normalmente.
  • 46. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 46 d) Trator em movimento Após dar saída ao trator, observar os seguintes pontos: mantenha a alavanca do acelerador na posição em que o tacômetro indica o nível de rpm adequado. Se a embreagem é a pedal, retire completamente o pé de sobre o mesmo; evite passar com as rodas do trator sobre tocos, pedras e outros obstáculos; quando notar quaisquer irregularidades, tais como superaquecimento do motor, ruídos anormais, comando que não respondam às solicitações etc., pare o trator imediatamente e verifique o que está acontecendo; se necessário manobrar o trator em lugares apertados, use 1a ou 2a marcha reduzida e o acelerador a 1/3 do curso; tenha sempre em vista o fator segurança pessoal, pois qualquer descuido poderá ser fatal; não transporte pessoa alguma na plataforma do trator ou sobre a barra de tração; nunca suba ou desça do trator em movimento, exceto para evitar acidentes; quando dirigir o trator próximo de cercas, valas ou barrancos, observe cuidadosamente por onde passam as rodas, pois qualquer descuido poderá causar acidentes. e) Mudança de marchas Pare completamente o trator toda vez que se fizer necessária uma mudança de marcha, a não ser se tratar de mecanismo sincronizado; ao subir ou descer uma rampa, não faça mudança de marchas no percurso; execute-a antes de subir ou descer, evitando acidentes; quando a marcha estiver difícil de engrenar, mantenha a alavanca em neutro, solte o pedal de embreagem por um instante, pressione-o novamente e leve a alavanca à posição desejada. f) Parada do trator Para parar o trator leve a alavanca do acelerador em marcha lenta; acione o pedal de embreagem e conjuntamente os pedais do freio até o trator parar; desengate a marcha e solte o pedal da embreagem; acione a trava dos pedais de freio ou a alavanca do freio manual; acione o estrangulador do motor e desligue a chave.
  • 47. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 47 g) Comandos do Hidráulico Posição - comanda o levante e abaixamento dos braços. É usado para controlar a altura de implementos montados nos três pontos. h) Reação Controla a velocidade de subida e descida dos implementos. Possui duas opções: reação rápida e reação lenta. i) Profundidade Ajusta a profundidade de corte dos implementos que trabalham abaixo da superfície solo. j) Ondulação Controla automaticamente a profundidade de trabalho dos implementos. É acionado pelo movimento do 3o ponto sobre a viga “C”, onde existem três posições de engate e sensibilidade: A - para terra macia; M - para terra média; B - para terra dura. Obs.: há modelos invertidos. k) Utilização da TDP Ao acoplar a luva da árvore cardan à extremidade da árvore da TDP, certifique-se que a trava acha-se corretamente posicionada. Quando a TDP apresentar um orifício para passagem de um contrapino de trava, este deve apresentar formato e dimensões adequadas. Contrapinos improvisados poderão danificar a TDP. Certifique-se de que os garfos das juntas universais da árvore cardan estão corretamente posicionados e o conjunto está balanceado dinamicamente (principalmente para 1.000 rpm) a fim de evitar vibrações no conjunto. Mantenha a alavanca do acelerador na posição em que o tacômetro indica a rpm do motor equivalente à rotação padronizada da TDP (540 ou 1.000 rpm). Antes de iniciar o trabalho com o conjunto trator-
  • 48. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 48 implemento é importante que seja regulado adequadamente. O trator deverá possuir uma bitola de acordo com a largura de trabalho do implemento, bem como estar lastreado adequadamente para a operação. O implemento também deverá ser corretamente regulado de modo a propiciar o seu melhor desempenho. 26B27. Recomendações gerais. Os locais destinados a abrigar tratores e ou máquinas motorizadas, devem possuir boa ventilação para evitar que o trabalhador seja intoxicado por gases (CO2 e CO) expelidos pelos seus canos de escapamento. O operador deve sempre que possível, subir no trator pelo lado esquerdo, pois desta forma estará evitando contatos acidentais com os mecanismos de controle hidráulico ou com os freios, pois a barra da calça poderá enroscar e o operador cair. Antes de deslocar o trator, certifique-se de que não haja pessoas ou animais ao redor que possam ser atropelados na saída. O limite máximo de velocidade imposta pela segurança nos trabalhos com tratores e ou máquinas, visam minimizar os riscos de acidentes aos quais os operadores estão sujeitos. Nos casos de atolamento de implementos que se acham acoplados no trator, os mesmos deverão ser desengatados e tracionados por outro ângulo onde o terreno seja mais firme. Deve-se evitar chamas, cigarros acesos, faíscas etc. próximo a combustíveis. A verificação do nível da solução eletrolítica da bateria deve ser realizada antes de colocar o motor em funcionamento. Para isso, não introduzir dedos no interior da bateria e nem acender fósforo para facilitar a visão noturna. Quando o motor estiver aquecido e houver necessidade de se retirar a tampa do radiador, esta deverá ser desrosqueada gradativamente, de modo a possibilitar a saída de pequenas quantidades de vapor por vez.
  • 49. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 49 O peso das cargas transportadas deve ser menor ou, no máximo, igual ao do trator. Para tanto, a carreta deverá ter seu próprio sistema de freio. Ao desacoplar máquinas ou implementos de um trator, verificar se estão convenientemente calçados para evitar acidentes. Ter especial atenção ao rebocar veículos e máquinas em terrenos acidentados, nas curvas ou em marcha ré. Usar bitolas maiores em terrenos acidentados para evitar o seu tombamento. A marcha a ser utilizada em declive deve ser a mesma usada no aclive. Nunca desça uma rampa com a caixa de câmbio no ponto morto. Utilize as marchas reduzidas. Não tente trocar as marchas em um aclive. Usar lastreagem frontal para evitar o empinamento. No tracionamento de máquinas, caminhões ou tratores, os cabos deverão estar bem fixos em ambos os lados. Roupas utilizadas nos trabalhos com tratores e/ou máquinas em geral, devem ser adequada para que não entrem em contato com mecanismos em movimentos. Antes de descer, o operador deverá parar e desligar o trator, acionar freio de estacionamento e retirar as chaves do contato. Deixar a chave desligada. Não permitir que pessoas inabilitadas, inexperientes e não-treinadas conduzam o trator. Ao trafegar em estradas, unir os pedais dos freios com a trava. Impedir o acúmulo de barro, terra, graxa ou qualquer outra substância que torne a plataforma, estribos ou pedais escorregadios. Mantenha os dispositivos de segurança da máquina, veículos ou implementos. Ao estacionar o trator, não deixar em hipótese alguma, o implemento suspenso. Utilizar a embreagem de forma suave e gradual.
  • 50. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 50 O acoplamento de carreta, máquina ou implemento rebocado, deve ser feito na barra de tração. Reduza a velocidade nas curvas, em superfícies escorregadias ou acidentadas. O motor deve ser desligado imediatamente em caso de choque ou tombamento. Ao fazer o acoplamento, não ficar entre o implemento e o trator. Não utilize a viga C como barra de tração. Zele pelo bem estar e mantenha todos os equipamentos em perfeita ordem. Substituir as peças que não apresentem bom estado de uso e conservação. Sempre usar EPI (equipamentos de proteção individual). 27B28. Compactação dos solos Historicamente, as causas da compactação sempre foram associadas ao tráfego excessivo de máquinas e equipamentos, manejo inadequado e preparo excessivo do solo e, queima de restos culturais. A eliminação das consequências deste processo danoso tem sido universalmente associada à determinação da profundidade e espessura da camada compactada, sendo bem conhecidos os métodos utilizados para o seu rompimento. Obter maior eficiência tratora com menor efeito compactante, tem sido a busca dos pesquisadores que estudam rodados pneumáticos, desde que o trator se tornou imprescindível para agricultura moderna. A abordagem óbvia para minimizar o problema da compactação dos solos, inclui as seguintes opções: incrementar a eficiência tratora dos rodados, visando reduzir a necessidade de lastreagem. Para obter uma melhor força de tração, reduzir o recalque pelas rodas, ou seja, aumentar a flutuação do pneu. Essas opções são possíveis de serem realizadas num trator de duas maneiras: substituir os pneus convencionais por pneus de baixa pressão e alta flutuação (BPAF) ou utilizar duplo ou triplo rodado. Os pneus de baixa pressão
  • 51. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 51 e alta flutuação (BPAF) são alternativas mais conhecidas e usadas no Brasil para solucionar tais problemas. As principais características desse tipo de pneu são: baixa pressão de inflação; alto volume de ar; carcaça flexível; maior área de contato. Os pneus terra (BPAF) comparados aos pneus agrícolas convencionais, mesmo os de grandes dimensões, tem secção mais larga, alto volume de ar, carcaça mais flexível e opera à baixa pressão de inflação. O resultado é um pneu de alta flutuação para realizar qualquer trabalho, apesar do terreno e da carga. A maior área de contato com o solo distribui a menor pressão específica por unidade de superfície, o que resulta em uma redução da compactação do solo. O índice de flutuação desse tipo de pneu representa penetração mínima no solo, permitindo aos tratores operarem em áreas úmidas, lamacentas, arenosas etc. A carcaça flexível, aliada à baixa pressão de inflação, resulta em alta capacidade de absorção de energia, dando a esse pneu excelente qualidade de amortecimento. O resultado do efeito do amortecimento resulta em menor desgaste do equipamento e fadiga do operador. O efeito da flexão e amortecimento permite maior redução de peso no projeto do trator, o que resulta em efetivo aumento do índice de carga útil. A maior área de contato e a baixa pressão de inflação reduzem a resistência ao rolamento. Na areia, por exemplo, a resistência ao rolamento com pneus terra é 0,78 kg/cm2 comparado com 0,275 kg/cm2 para pneus normais. Diferentes estilos de pneu - terra são disponíveis em vários tamanhos para todo o tipo de terreno. 28B29. Tração dianteira assistida A tração dianteira auxilia o trator a ter um melhor desempenho e produtividade, devido à diminuição do patinamento. Para que a tração dianteira de seu trator possa ter uma excelente durabilidade, observe as seguintes recomendações:
  • 52. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 52 não tente engatar a tração dianteira com o trator em movimento, devido à diferença entre e relação de transmissão dianteira e traseira (poderá ocorrer danos no sistema); use a tração dianteira somente em serviços de campo; quando estiver trafegando em estradas e rebocando cargas, use-a somente se for indispensável; não use a tração dianteira com velocidade acima de 15 km/h; não use pneus com desgastes diferentes entre si, como também marcas diferentes; troque o óleo lubrificante do diferencial dianteiro a cada 500 horas trabalhadas.
  • 53. UFIEC - Unidade de Formação Inicial e Educação Continuada 53 30. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ALMEIDA, L. M. & SILVA, P. R. A. Operação com tratores agrícolas. (BOTUCATU), 2009. APOSTILA VALTRA (AGCO). Manual de treinamento, Operação, Manutenção e Segurança. 2009 JUAN, A.A.S.P. Curso de Aplicação e Manutenção de Motores Diesel. 2002 PACHECO, E. P. Seleção e Custo Operacional de Máquinas Agrícolas (EMBRAPA). 2.000 SANTOS FILHO, A. G. & SANTOS, J. E. G. Apostila de Máquinas Agrícolas (UNESP). 2001