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Giulia Lacerda Molinari
I D E N T I D A D E Q U E
V E M D O S C E Ú S
Teu amor me libertou
1
Ele me deu total
libertação;
livrou-me porque me
quer bem.
Salmos 18:19
Eu tentei muito fugir desse assunto.
Não queria mais falar, pensar e nem escrever sobre
ele.
Relutei muito.
Mas tem coisas que são assim mesmo. Elas
simplesmente acontecem em nossas vidas sem que
escolhêssemos e então sentimos como se não
pudéssemos mais viver sem elas. São coisas que nos
movem. Ou elas nos motivam ou nos causam
profundo desprazer. No meu caso, as duas coisas.
Transtornos alimentares já foi assunto tão batido,
mas ao mesmo tempo tão pouco aprofundado em
suas infinitas possibilidades ou em seu quase
imperceptível aparecimento.
Então não teve jeito. Escolhi falar sobre eles. Ou
melhor, fui escolhida para essa tarefa.
Primeiro como personagem, que viveu um distúrbio
na pele. Segundo como jornalista, que entrevistou
diversas mulheres na mesma situação. Terceiro
como mulher, que não suporta mais ouvir sobre
dietas malucas e em como mudar seu corpo para
parecer como outra pessoa que não seja você
mesma.
Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.
1 João 4:19
Em 2012, eu estava no último ano da faculdade de
jornalismo. Já tinha passado por algumas questões
bastante fortes com relação a minha alimentação,
minha autoimagem e autoestima.
Já havia decidido um ano antes que iria trabalhar
esses temas no meu trabalho de conclusão de curso.
Optei então por desenvolver um produto, um livro-
reportagem, que falasse sobre transtornos
alimentares a partir de uma visão bastante pessoal
minha, além de contar histórias reais de mulheres
que viveram esse tipo de distúrbio.
Naquele mesmo ano, com apoio de duas
psicólogas, eu montei um grupo de apoio a
mulheres com transtornos alimentares em
Curitiba. Foi o primeiro, visto que não havia
encontrado nenhum outro projeto parecido no
Brasil.
O Grupo Unika funcionou durante aquele ano
todo. Foram várias reuniões, onde conversei com
dezenas de mulheres e meninas.
Compartilhamos histórias, nos emocionamos,
choramos umas com as outras, rimos com as
semelhanças ou extremas discordâncias entre
nós.
Umas não comiam, outras comiam demais. Umas
mutilavam seus corpos, outras mutilavam suas
emoções. Umas se escondiam por trás de
sorrisos, outras por trás de fortalezas.
Histórias fortes, reais, intensas. Nada de
estatísticas, números ou metodologias.
Assim, fui criando um projeto único, do qual fui
autora, confidente e também protagonista.
Tive uma infância feliz. Fui muito amada pela
minha família e meus pais. Era comunicativa e
bastante organizada.
Mas um quê de comparação e auto exigência já
estava dentro de mim desde aproximadamente
meus quatro anos de idade. Na época de
alfabetização escrevia lindos elogios para
familiares e colegas de escola, enquanto o único
adjetivo encontrado para mim mesma era
“horrorosa”.
Engraçado, fui procurar por esses escritos e não
os encontrei mais. Pensei, pensei e lembrei.
Joguei fora. Em um dos meus rompantes em
busca de me livrar de tudo isso joguei esses
papeis no lixo.
Acabei ouvindo muitos comentários inocentes da
família que me marcaram por anos. Coisas como:
“olha como ela é fofinha”, “ela só gosta de comer
pão com maionese”, “a fulaninha é tão magrinha,
umas perninhas fininhas. Mas olha como a Giulia
tem coxão”.
Na adolescência, então, tudo isso se aflorou.
Meus pais se separaram dias antes do meu
aniversário de 13 anos. Quanta tristeza. Quanta
culpa eu senti. Foram dias muito difíceis.
Pouco depois, com 15 anos, embarquei rumo aos
Estados Unidos para um intercâmbio de um ano.
Mais uma separação.
Mas como tudo tem dois lados, vivi uma experiência
muito boa por lá. Passei a me aceitar mais, aceitar o
meu corpo, meus cabelos ondulados. Nem sabia o
quanto estava pesando e o número que estava
vestindo já não importava mais.
Na volta para casa, porém, as coisas foram bem
diferentes. Percebi que havia engordado uns
quilinhos, nada demais, mas eles começaram a
pesar.
Voltei bem na metade do ano pré-vestibular. Ou seja,
tinha apenas seis meses para me preparar
psicologicamente e estudar para as provas.
Toda essa pressão me fez pirar. Não tinha fome.
Comia pouco e me pesava incontáveis vezes ao dia.
Algo bem obsessivo mesmo: acordava e me pesava,
fazia xixi e me pesava, tomava um copo de água e
me pesava.
Além disso, fazia aulas de circo três vezes na
semana durante duas horas. E quem já fez aulas de
circo sabe que comparado a isso academia é para os
fracos.
Sequei em poucos meses. Cheguei ao menor peso
que já havia pesado. Apesar disso, não estava feliz.
Me sentia inferior a todo mundo. Me comparava o
tempo inteiro.
Estava sozinha, solitária em minhas insatisfações.
Ninguém compreendia o que se passava comigo.
Era jovem, magra, tinha um namorado apaixonado.
Aparentemente estava com tudo em cima.
Pura aparência.
Por dentro me corroía durante dias e noites. Tudo
era motivo para pensar em calorias e números na
balança. Chegava ao cúmulo de me comparar às
manequins e sentir ciúmes de meros bonecos.
Mas aí, em um momento de lucidez, percebi que
havia algo de errado comigo.
Procurei ajuda. Meus pais me ouviram e, sem
conseguir ajudar ou compreender completamente
a situação, apoiaram a minha busca por uma
psicóloga.
O diagnóstico? Anorexia.
Que palavra feia e forte!
Só pelo nome pensamos logo no estigma da
mulher caquética, debilitada, só pele e osso.
Não pensamos no processo. Não pensamos nos
sentimentos. Não pensamos em como
negligenciamos a doença. Não pensamos na
própria doença.
Eu bem sei o quanto sofri com esse transtorno.
Alguns me diziam que era incurável, teria de lidar
com ele para sempre. Outros diziam que eu nem
tinha tido anorexia, imagina, eu nem fiquei tããão
magra assim.
Quanta falta de sensibilidade. Quanto descaso.
Quanta desinformação.
Esse tema vem me incomodando desde esse
momento crucial na minha vida.
Voltei a comer normalmente, sentir prazer em fazer
uma refeição e a me amar como eu era.
No último ano da faculdade então entrei de cabeça
nessa viagem pelo conhecimento e entendimento
dos transtornos alimentares.
Foi o mesmo período em que minha fé foi
novamente ativada. Deus teve um papel
fundamental na minha transformação. Não aceitava
ter que conviver com algo que me fazia tão mal
durante a minha vida inteira. Sabia que não eram
esses os planos do Senhor, nem para mim e nem
para ninguém.
Estava um dia fazendo uma prova na faculdade
quando ouvi um grande estralo saindo da minha
boca. Algo começou a doer muito. Era minha
mandíbula.
Não conseguia falar direito, minha boca quase não
abria. Fui imediatamente ao hospital.
O que aconteceu foi um deslocamento do disco
articular, só que para dentro. Algo bastante raro que
simplesmente me impediu de comer normalmente
durante um longo período.
Como a minha boca não abria, ficou travada, eu só
podia tomar líquidos.
Foi aí que Deus falou comigo sobre a importância da
alimentação e da nutrição.
Antes eu podia comer e não queria. Agora eu queria
comer e não podia.
Quase achei que ficaria daquele jeito para sempre.
Misericórdia!
Enfim, tudo se resolveu em alguns meses. Com
tratamentos e orações, apesar da incredulidade
médica, consegui voltar a me alimentar como antes.
Continuei com minhas pesquisas para o TCC durante
aquele ano. Entrevistei quase 400 universitárias de
Curitiba, fora as entrevistas oficiais para o meu
primeiro livro.
Ao final de 2012, então, estava com o livro pronto e
cheio de grandes histórias. Foi uma vitória!
O Grupo Unika infelizmente não continuou, mas o
resultado dele chegou às mãos de muitas meninas e
mulheres.
Até hoje recebo contato de pessoas que ficaram
impactadas com o livro, pois se identificaram
com as personagens.
Ainda me disponibilizo a ajudar toda a pessoa
que me procura para conversar sobre o assunto. E
o que era um problema, virou uma paixão.
Tenho hoje uma empresa de alimentação
saudável. Cozinho todos os dias para muitas
pessoas diferentes, que podem desfrutar de
alimentos preparados com amor, nutrição e
sabor!
Não é para me promover, mas isso deixa claro
como sempre há uma saída.
Ainda que a medicina diga que não, eu acredito
que cada um pode sim encontrar a sua cura.
Hoje eu sei quem eu sou. Através da fé eu fui
curada de um distúrbio psicológico que me
atormentava e que me impedia de ser tudo aquilo
que Deus me criou para ser.
Sei que minha história não é a primeira, nem será
a última. Sei também que não foi uma
experiência das piores.
Mas vivo com a certeza que compartilho a
mesma dor com muitas mulheres. Ao me abrir,
dou espaço para que outras possam se abrir.
Acredito na força da compaixão e do amor que
não espera nada em troca.
E vou continuar acreditando até o fim.
Por isso, nas próximas páginas, espero poder te
ajudar a compreender melhor qual o propósito de
Deus na sua vida e como você definitivamente
não nasceu para ser outra pessoa, mas para viver
uma história única, escrita especialmente para
você!
Transformada para
transformar
2
Não se amoldem ao padrão
deste mundo, mas
transformem-se pela
renovação da sua mente, para
que sejam capazes de
experimentar e comprovar a
boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.
Romanos 12:2
Eu já era convertida há alguns anos quando
verdadeiramente tive minha vida transformada
pelo amor do Senhor, em 2012. E foi na igreja
Bola de Neve que isso aconteceu.
Me senti livre para adorar a Deus do meu jeito.
Fui incentivada e desafiada a buscá-lo mais a
cada dia, sem depender apenas dos
ensinamentos do pastor aos domingos. Passei a
frequentar a torre de oração na igreja às
madrugadas, jejuar com propósitos e ler a
Palavra não como uma resposta para os meus
problemas ou como um incentivo em um dia
difícil, muito menos como um livro histórico, mas
como uma busca por conhecer o Deus que me
criou e quais os planos dEle para mim.
Ainda naquele ano, por indicação do meu pastor,
estava lendo “A Recompensa da Honra”, de John
Bevere. Quando menos esperava, no meio do
livro, ele começou a falar de sua esposa. De
repente eu passei a me incomodar com a leitura,
tinha a sensação de já conhecer aquela história.
Foi então que o autor revelou o que eu já
imaginava, sua esposa Lisa havia passado por um
transtorno alimentar.
A princípio fiquei brava, porque afinal era um
tema que tocava na minha ferida e a proposta do
livro não tinha nenhuma afinidade com o assunto.
Mas então percebi que ali estava mais um motivo
para eu ir afundo em compreender a percepção
de Deus sobre alimentação e autoimagem, bem
como em entender as estratégias do inimigo em
destruir aquilo que foi criado pelo Senhor.
Deus começou a falar comigo de uma maneira
mais intensa a partir daquele momento.
Enquanto o livro contava a história de Lisa, o
Senhor ministrava meu coração sobre sua visão a
respeito dos distúrbios alimentares.
A partir disso, iniciei a minha busca por
entendimento espiritual desses problemas.
Afinal, talvez eu não estivesse ainda curada.
Muitas vezes me pegava pensando em como me
sentia gorda, feia, fora dos padrões. Porém, esses
sentimentos passaram a causar um incômodo
diferente, como se cobrando a mim mesma o
motivo disso. Como podia cantar um louvor “Ele
me ama tanto” e no fundo não conseguir me
amar da forma como tinha certeza que era
amada pelo Senhor?
Deus foi me mostrando a forma como Ele me via
e como gostaria que eu me visse. Ele foi me
ministrando com amor.
Pesquisei mais sobre Lisa Bevere e descobri que
ela havia escrito um livro sobre transtornos
alimentares, chamado “You are not what you
weight” (Você não é o que você pesa).
Infelizmente, essa publicação não teve tradução
para o português. Para mim, tudo bem, o li em
inglês, mas me entristece que muitas mulheres
não tenham acesso ao seu conteúdo. Eu
encomendei o livro e o devorei assim que chegou.
Muitas das coisas que ela escreveu eram o que
Deus vinha falando comigo há muito tempo.
 Primeiro saiba quem
você é de verdade;
 Sua imagem e seu
peso podem estar
sendo ídolos na sua
vida;
 A preocupação e a
ansiedade nunca
são construtivos;
 Não confunda
magreza com
sucesso;
 Ao invés de buscar
conforto na comida,
busque conforto no
Senhor;
 Pessoas opressas
oprimem outras
pessoas;
A leitura desse livro foi tão impactante na minha
vida naquele momento, que a sensação que tive
foi que eu havia estudado inglês durante tantos
anos para poder ler o que Lisa escreveu
exatamente naquela ocasião.
Senti como se não estivesse sozinha nessa
jornada. Desde então venho acompanhando o
que Deus tem feito através da vida dessa
pregadora internacional e me motivado com suas
ministrações.
Depois disso, tive contato ainda com um livro da
Joyce Meyer, onde ela também expôs sua relação
distorcida com a comida. Ela tinha episódios de
compulsão para suprir seus sentimentos ou
acontecimentos do seu dia.
Anos depois, em um seminário maravilhoso que
sediamos em nossa igreja, a profeta Stacey
Campbell estava ministrando sobre o Brasil,
relacionamento com Deus e como Ele nos ama.
De repente, ela começou a falar sobre como no
início de seu casamento o mundo estava
interferindo tanto na sua vida que ela um dia teve
um pensamento de que estava ganhando peso e
um jeito ótimo de acabar com isso era vomitar
sempre ao final das refeições. No início era algo
meio forçado, mas em seguida passou a ser
natural e ela se viu reproduzindo esse
comportamento várias vezes por dia durante
meses. E então o Senhor mostrou a ela para que
orasse a Palavra e ela nunca mais teve
problemas com a bulimia.
Quando ela disse que foi CURADA eu me levantei
no lugar onde eu estava, tive vontade de gritar,
glorificar a Deus, mas a igreja ficou calada.
A igreja inteira ficou sem reação. Mais de duas
mil pessoas com certeza estavam lá. Ninguém
vibrou. Não sei se entenderam a gravidade
daquilo que ela vivia, porque se fosse uma cura
física, se ela tivesse um tumor e fosse curada, ou
como ela mesma contou depois de seu filho que
teve um diagnóstico de paralisia e foi curado,
então todos levantariam suas mãos em aplausos
ao Senhor. Mas por que ninguém o fez quando ela
disse que foi curada da bulimia? Talvez porque
havia ali pessoas que convivem com esse
transtorno. Talvez porque achem que seja algo
sem muito valor. Talvez por nem entenderem o
que seja bulimia.
Não importa agora o motivo da falta de reação da
igreja naquele dia. Importa mesmo é que Deus
falou comigo ali. Mais uma grande mulher de
Deus tentada através de sua alimentação e
autoimagem.
Um tempo depois eu encontro um livro online da
pastora Courtenay Bowser, chamado “Beautiful”.
Adivinha sobre o que se tratava? Isso mesmo, ela
contava sobre suas experiências com transtornos
alimentares e como venceu a baixa autoestima.
Você pode perguntar, como eu também me
perguntei, “como pode?”. Grandes mulheres de
Deus sendo atingidas em uma mesma área e
tendo que vencer para então ministrar tantas
vidas ao redor do mundo.
Como estamos lidando com isso como igreja?
Estamos cientes desse ataque? Temos buscado
direção de Deus, na Palavra, sobre como lidar
com alimentação e autoestima? Ou temos
buscado a opinião no mundo, nas redes sociais,
revistas de beleza, e nos programas de televisão?
Como você como mulher, líder, pastora tem
reagido a esse tipo de ataque e como tem
ministrado suas lideradas sobre esse tema?
E ele disse: A vós vos é dado conhecer os
mistérios do reino de Deus, mas aos outros por
parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo,
não entendam.
Lucas 8:10
Gostaria de incentivá-la a nesse período de leitura
buscar em Deus o que Ele pensa sobre você e
sobre o que Ele quer falar a respeito de
alimentação e autoestima. Oro para que eu possa
ser instrumento do Senhor na sua vida nesse
momento.
Sabemos que a nós, discípulas, seguidoras de
Cristo, nos é dado conhecer os mistérios do reino
de Deus. Mas esses mistérios são conhecidos
através de intimidade e tempo com o Senhor
Jesus. Depende, portanto, também de nosso
esforço para que cheguemos ao pleno
conhecimento de Deus sobre esses assuntos,
para que possamos levar a mensagem àquelas
que necessitam ouvir da parte do Senhor.
Aproveito aqui para indicar o livro de Stacey e seu
esposo Wesley Campbell, “Orando a Palavra”. Eu
já vinha tendo uma vida de oração contínua e
intensa há alguns anos quando tive acesso a esse
livro. Mas ele transformou a minha forma de
interpretar a Palavra de Deus e de orar ao Senhor.
Desde que o li tenho me sentido mais forte,
encorajada, confiante e conhecedora de mim
mesma. Vale a leitura!
Vencendo o inimigo
3
Os meus inimigos
procuram devorar-me
todo dia; pois são
muitos os que pelejam
contra mim, ó
Altíssimo.
Em qualquer tempo em
que eu temer, confiarei
em ti.
Em Deus louvarei a sua
palavra, em Deus pus a
minha confiança; não
temerei o que me
possa fazer a carne.
Salmos 56:2-4
Depois dessas leituras e da busca
incessante por entendimento, Deus foi me
ministrando e me revelando algumas
coisas. Eu entendi que havia um propósito
em tudo aquilo que eu tinha vivido e que eu
precisava fazer algo com isso.
Essa área foi a mais difícil de eu me deixar
ser transformada cem por cento. Eu estava
tão contaminada com as percepções do
mundo sobre alimentação, corpo, beleza,
dieta, atividade física, que eu mal podia
ouvir a voz de Deus a respeito desses
assuntos.
Comecei a orar para que eu fosse curada
das comparações com outras mulheres.
Orava para que eu pudesse comer bem sem
me sentir mal com isso.
Orava para que meus pensamentos fossem
direcionados a outras coisas que não
calorias e celulite. Mesmo que no dia
seguinte eu voltasse a me sentir inferior e
feia e tantas outras coisas horrorosas, eu
continuava a orar e acreditar na minha
transformação.
Eu pensava:
“Deus, eu quero fazer tantas coisas. Eu tenho um
chamado para abrir empresas, eu quero pregar a
tua Palavra para mulheres, eu quero abençoar
pessoas, quero ser alguém de impacto, quero ter
uma casa e uma família abençoadas. Por favor,
me ajude a cuidar do meu peso e da minha
alimentação para que isso não seja mais uma
preocupação na minha vida e para que, assim, eu
possa ser e fazer tudo o que eu nasci para ser e
fazer!”.
Uau! Como meu coração ardia e ainda arde por
isso.
Se eu estou gastando meu tempo pensando em
calorias e em como meu corpo deveria ser, eu
estou deixando de pensar em coisas que vão
mudar a minha família e a minha geração.
Acredito que aí está a grande estratégia do
inimigo.
Deixar as mulheres loucas com tantas
informações de como elas deveriam ser e em
como buscar o corpo tão sonhado (que muda a
cada década para que nunca estejamos
satisfeitas) causa horas e horas de esforços que
poderiam ser gastos com a leitura da Palavra,
jejum e oração, criação de mensagens, partilha
com outras mulheres e tantas outras coisas que
sem dúvida tem poder para mudar vidas.
E se tem algo que não podemos retomar é o
tempo. O tempo que gastamos fazendo coisas
que não fomos chamadas para fazer não volta
mais, ele ficou no passado, perdido e não gerou
frutos.
Eu decidi não perder mais tempo. Decidi que
cada minuto do meu dia seria utilizado para gerar
mudança, transformação, impacto, frutos para a
minha e para as futuras gerações.
Claro que nem todos os dias são assim. Tem dias
que eu acordo mal, insatisfeita, triste. Mas então
o Espírito Santo me constrange e eu me lembro
de onde vim e como eu não quero mais voltar
para lá.
Durante quase um ano meu marido começou a
me incentivar a fazer algo direcionado a
mulheres. Eu precisava me envolver no
ministério, escrever esse livro, contar a minha
história.
Eu sabia que havia um ministério de mulheres na
minha igreja e que as reuniões aconteciam
sempre às quintas-feiras. No início de 2014,
então, fui conversar com a pastora responsável e
me disponibilizei em ajudar. Ela me convidou
para ir às reuniões e falou que iríamos
conversando a partir de então.
Naquela semana comecei a participar e fui
tremendamente abençoada desde o primeiro dia.
Ouvir palavras direcionadas e poder compartilhar
o que Deus estava fazendo na minha vida com
outras mulheres, ouvindo também o que elas
tinham para dizer foi transformador.
Eu saía de cada reunião avivada e algumas vezes
convocada por Deus para mudar. E foi ali, naquele
ministério, que eu mais cresci como mulher,
esposa e líder. Aprendi a ser mansa, humilde,
serva, amiga e tantas outras coisas, apenas por
me dispor a participar de uma reunião semanal
com outras mulheres da minha igreja.
Foi quando em um culto de domingo a noite uma
moça deu um testemunho sobre como ela havia
superado a bulimia depois de muitos anos,
simplesmente por compartilhar a sua história
com uma amiga da igreja.
Senti uma confirmação do Senhor para aquilo
que Ele queria fazer dentro do ministério de
mulheres. E naquela mesma semana, na reunião
de quinta-feira, sem aviso prévio, a minha pastora
me chamou à frente junto com as outras líderes e
informou que estaríamos com um novo grupo de
partilha da Palavra, que seria sobre transtornos
alimentares e baixa autoestima.
Eu nem esperava por isso. Fui pega de surpresa.
Fiquei nervosa e ao mesmo tempo tão feliz em
poder servir.
Fiquei mais de um ano liderando esse grupo de
mulheres. Algumas vezes não havia nenhuma
participante. Outras vezes apareciam mulheres
com histórias muito difíceis e que exigiam um
acompanhamento mais intenso.
Eu sentia como se estivesse voltando aos tempos
do Grupo Unika, mas agora o foco era Deus e em
como Ele poderia transformar verdadeiramente
toda e qualquer situação.
E foi através dessas ministrações às quintas-
feiras que Deus foi me transformando e me
guiando até esse livro.
Tive a oportunidade de ministrar mulheres das
mais variadas idades e situações de vida. Muitas
passavam dificuldades imensas com seus pais e
familiares, que influenciavam diretamente seu
relacionamento consigo mesmas e com o Senhor,
ou então haviam passado por uma rejeição na
área sentimental, ou ainda havia aquelas que
passaram por abusos que as fizeram se sentir
indignas, culpadas e sem valor.
Teve um caso de uma moça bastante engajada
na igreja, envolvida em ministérios, atuante,
cheia de Deus, mas totalmente opressa na
questão da autoimagem. Ela não pode frequentar
muitas reuniões, mas eu acompanhei ela durante
quase dois anos. Eram idas e vindas. Melhoras e
recaídas repentinas. Nos momentos em que ela
estava no controle do seu peso sua auto estima
estava elevada. Caso contrário, ficava
visivelmente abatida.
Em outra situação, a moça já era cristã há alguns
anos, servindo ativamente na igreja em dois
ministérios, mas ainda convivia com a bulimia
que a acompanhava desde a adolescência. Ela
nunca havia falado sobre isso com a sua
liderança. Fiquei muito tocada com a história
dela, porque eu tenho a certeza de que essa não
é a vontade de Deus para ninguém. Viver em uma
situação de prisão, sem ter a abertura muitas
vezes para pedir ajuda. Ela participou de apenas
uma reunião de mulheres e não quis mais voltar.
Ainda nas reuniões de partilha, houve o caso de
uma moça que tinha um relacionamento
conturbado com seu pai. Ele havia dito coisas
terríveis para ela desde a infância. Palavras fortes
que a marcaram e a fizeram se sentir a pior das
criaturas. Ela então passou a buscar a aprovação
de homens para a sua rejeição e seu prazer
estava também na comida. Mas isso não a
preencheu e nem a fez se sentir mais amada ou
valorizada. Nas primeiras reuniões ela mal
conseguia falar sobre o assunto. Depois que ela
se abriu, sentiu o amor de Deus, escreveu para o
seu pai liberando perdão a ele e testemunhando
a mudança que estava vivendo, ela
verdadeiramente se libertou.
Um ministério como esse, que dá voz e ouvidos às
pessoas é transformador. Para quem está
disposto a pagar o preço, a ouvir as direções e a
obedecer, vale a pena! Porém, infelizmente,
muitas não estão dispostas.
Muitas, quando confrontadas, quando ouvem que
precisam mudar, simplesmente deixam de
frequentar as reuniões ou até mesmo a igreja. E é
ai que Deus me ministra sobre um dos grandes
problemas do corpo de Cristo. As pessoas não
mudam e não são curadas porque decidem não
ser. Elas escolhem continuar como estão, porque
mudar dói, se entregar totalmente a Deus envolve
renúncias de coisas que às vezes nós amamos,
mesmo sabendo que estão erradas.
Porém, há boas notícias para você que quer sair
dessa situação de mediocridade: há esperança!
Se você confiar seus caminhos, seus
pensamentos, seus dias, sua vida ao Senhor, Ele
lutará por você! Haverá guerra, haverá tempos
difíceis, mas com Ele você sairá vencedora e
muito mais forte!
Os transtornos
dentro da Igreja
4
Dentro do ministério de mulheres Rosa de Saron
conheci muitas mulheres, como citei, sendo que
quase todas tinham um ponto em comum: falta
de amor próprio.
Pode ser que você também tenha passado por
algum abuso na infância ou adolescência e isso
lhe causou um rombo tremendo em sua
autoestima.
Pode ser que seus pais a tenham rejeitado de
alguma forma, seja por conta de uma separação
ou por palavras de desprezo ditas repetidas vezes.
Pode ser ainda que você tenha passado por uma
traição ou abandono de alguém que você amava.
Não importa qual situação você tenha passado.
Eu vi e ouvi muitas mulheres com histórias como
essas e senti suas dores.
Há sim um período de dor. Um período de luto.
Um momento em que você fica sem chão e quase
sem consolo.
Mas há um Deus muito maior do que qualquer
dificuldade. Ele venceu a própria morte! Essa
deve ser a sua motivação para vencer as suas
batalhas diariamente!
Você é imagem e semelhança de Deus.
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Genesis 1:27
Nosso corpo físico é uma manifestação da glória
de Deus. Os homens não podem criar do zero a
vida humana! Eu creio que o Senhor, e apenas
Ele, é o criador de toda a vida.
Pensando na majestade, bondade e beleza do
nosso Deus, você consegue imaginar que Ele
criaria algo feio ou ruim? Jamais. Porém, é isso
que cremos indiretamente quanto pensamos
coisas negativas sobre nós mesmas.
Quando nos condenamos a viver em comparação,
em dor e falta de amor, estamos querendo dizer
para Deus que a criação dEle simplesmente não
deu certo.
É como se falássemos para o Senhor que Ele não
teve uma boa ideia quando nos criou.
Você consegue se imaginar chegando na
presença majestosa do Deus criador dos céus e
da terra e falar para Ele que Ele errou?
É exatamente isso que fazemos quando
rejeitamos a nós mesmos. E é assim que
acabamos rejeitando nosso Deus.
Mas a Palavra do Senhor é viva e eficaz. Ela é
como um manual para nossos dias de fraquezas
e para aqueles momentos em que não sabemos
mais o que fazer.
A minha direção para as meninas e mulheres do
ministério sempre foi: ao invés de comer ou se
pesar ou se comparar ou se mutilar, nos
momentos difíceis simplesmente vá para o
quarto e ore, vá para o secreto e leia as palavras
que Deus escreveu para você!
Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no
ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste de modo
especial e admirável. Tuas obras são
maravilhosas! Disso tenho plena certeza.
Meus ossos não estavam escondidos de ti
quando em secreto fui formado e entretecido
como nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram o meu embrião; todos os
dias determinados para mim foram escritos
no teu livro antes de qualquer deles existir.
Como são preciosos para mim os teus
pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma
deles!
Salmos 139:13-17
Parece simples, não é?
Muitas vezes vi semblantes um tanto quanto
desapontados quando a minha direção era essa:
ore e leia a Bíblia.
Talvez estejamos procurando respostas
milagrosas, fórmulas mágicas para a solução dos
nossos problemas que simplesmente acabamos
esquecendo de praticar o simples.
Orar, jejuar, ler a Palavra. Tão simples. Tão básico.
Mas quanto disso você tem feito efetivamente?
Quanto do seu dia você tem separado
exclusivamente para Deus?
Esse tempo tem sido maior do que o tempo que
você passa se desesperando porque precisa
emagrecer, ou caber naquela calça jeans, ou ser
igual a atriz da TV?
Se não, minha querida, você está fazendo isso
errado. E muito errado.
Deus não quer ser apenas Pai, amigo, consolador,
Ele quer ser o SENHOR da sua vida. Isso quer
dizer que Ele quer ter o controle de tudo.
Senhor significa dono, aquele que tem domínio,
soberano.
Será que é essa a sua realidade hoje? Deus tem
sido seu dono, Ele tem dominado tudo aquilo que
você faz e pensa?
Depois de quatro anos da minha pesquisa final
para o TCC percebi que seria um bom indicador
refazer o questionário para esse novo livro, porém
agora entre universitárias e mulheres recém-
formadas cristãs de Curitiba. Não obtive muitas
respostas, mas as que tive já representam uma
amostra daquilo que pode estar acontecendo
dentro de muitas igrejas.
Dentre as pesquisadas, 87% disseram que
gostariam de mudar um ou mais aspectos de
sua aparência. Estou falando aqui de
mulheres cristãs, frequentadoras de cultos,
servas de Cristo, a maioria delas com alguns
anos de caminhada com o Senhor. A mim
pareceu um índice muito mais do mundo do
que de dentro da igreja. Isso porque a maioria
esmagadora não está feliz com a sua
aparência.
Dessas que mudariam algo em si mesmas,
78% acredita que sua vida passaria a ser
diferente nas seguintes áreas: autoestima,
confiança, menos preocupação.
E os números continuam! 73,9% das
entrevistadas afirmaram que comparam sua
aparência e seu peso com outras,
especialmente celebridades e modelos, sendo
que essa comparação faz 60% delas se sentir:
inferior, mal, insatisfeita ou que precisa
mudar.
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1
2
3
4
5
6
43,4% das mulheres afirmaram estar
constantemente em dieta ou contando as calorias
dos alimentos. Constantemente! Além do mais,
17,3% delas evita comer por medo de perder o
controle da sua alimentação!
Uau! Isso soa como uma entrega total ao Senhor?
21,7% disseram ter o hábito de comer, jejuar,
comer compulsivamente e depois induzir o
vômito ou exercitar-se exaustivamente quando
está sob pressão. E ainda quase metade delas
informou ter episódios de compulsão alimentar
em momentos de tensão, tristeza e/ou felicidade.
Mas agora observe um dado importante da
pesquisa. Quando questionadas abertamente
sobre como avaliam sua relação com seu corpo,
sua aparência e sua alimentação todas
responderam algo como: “me sinto bem, normal,
sem neura, feliz, satisfeita”.
O contraponto disso, além das respostas
anteriores, é a resposta à pergunta seguinte.
52,17% das entrevistas disseram ter sofrido ou
que conhecem alguém que sofreu com algum
transtorno alimentar.
Leia os relatos:
“Conheço, uma amiga que era bailarina
(super magra) começou a engordar sem parar,
não conseguiu mais dançar, porque não
conseguia mais fazer os movimentos. Começou a
fazer dietas malucas, mas nada funcionava.
Então com 18 anos ela fez redução de estômago
e está emagrecendo. Ela espera conseguir dançar
novamente”.
“Sim, já sofri, foi horrível, desenvolvi refluxo”.
“Sim, foi triste ainda mais por ser influenciada
pela mídia”.
“Conheço algumas meninas, mas elas já
superaram!”
“Transtorno alimentar não. Mas já tive
convivência com pessoas que são extremamente
insatisfeitas com seu corpo e isso influenciava
diretamente no seu comportamento e
relacionamentos, é muito difícil”.
“Sim, ela sofreu muita pressão na infância para
não engordar e quando adolescente comia muito
e induzia o vômito logo em seguida”.
“Sim, uma amiga teve o distúrbio da Bulimia. Ela
simplesmente não percebia o mal que fazia a si
mesma mantendo aquela prática. Hoje ela está
curada, e a autoestima é outra, mas passou um
bom tempo desprezando seu corpo”.
“O transtorno que tive foi uma fase de ansiedade
em que comia muito. Engordei 20kg em 1 ano”.
“Sim, mas a pessoa preferiu fazer redução do
estômago ao invés de reeducar a alimentação”.
“Sim, a pessoa teve que tomar remédios
controlados para melhor a situação e se tratar
com psicólogos por ter uma baixíssima
autoestima”.
“Já, sim. Uma amiga minha na igreja tinha sérios
problemas com distúrbios alimentares, que foram
se desenvolvendo ao longo dos anos. A família
dela sempre foi constituída por mulheres
extremamente magras, devido a genética
familiar, nenhuma delas tinham problemas com
peso pois não importava o quanto comecem elas
jamais engordariam ou acumulariam gordura nas
pernas ou braços. Porém esta minha amiga
diferente de todas, ela não era tão magra assim,
se ela fosse comer o tanto que as outras irmãs
comiam normalmente, ela acabava acumulando
gordura no seu corpo de tal forma que suas
pernas aumentavam e por mais que isso não a
deixasse aparentemente gorda isso a incomodava
por ela ser diferente das outras. Então ela decidiu
que tudo o que ela comesse ela vomitaria para
que ela pudesse ser tão bonita quanto as outras
da família. Estive conversando com ela a um
tempo e agora ela conseguiu um novo método
ficar magra, ficar sem comer durante o dia. Ela
comia em torno de uma fruta por dia. Hoje já faz
uns 2 anos de idas e voltas de hospitais por
desmaios, fraquezas que ela tem tido. Sim, como
se pressupõe ela está bem magra, magra e
doente não só do corpo mas da alma também,
por ela não conseguir ver a beleza que sempre
existiu nela”.
“Eu mesmo já sofri mais nova. O que ocorreu foi o
seguinte, tive um episódio na adolescência que eu
estava me achando feia e gorda, comecei a comer
e vomitar tudo. Não queria ficar ainda mais gorda e
queria emagrecer logo, mas não conseguia, (na
verdade aquilo não era real , era porque eu estava
mudando, mas no peso ou barriga nem aparecia).
Vi que aquilo era eu comigo mesmo, sofrendo por
achar uma coisa que parecia mas não era, e
comecei a ver que aquilo era mal, porque eu comia
as coisas e depois jogava fora, e porque eu
machucava meu próprio corpo.
Então comecei a ver e aí tive uma experiência com
o Senhor, de que se eu queria cuidar do templo do
espírito, eu tinha que cuidar de forma correta não
dessa forma enganando meu corpo, tinha que
cuidar de verdade. Então passei a não fazer mais
isso e por um tempo foi difícil mas depois
reeduquei a minha alimentação, e vi que também
meu corpo estava assim por causa do esporte, e
logo que parei emagreci tudo em um mês. Aprendi
uma lição que hoje levo comigo. No meio do
caminho tive intolerância a lactose, alergia de
alimentos com corante, amava demais paçoca (que
até de tanto comer estava com colesterol no limite
pro alto), tudo tive que controlar.
Recebi cura dessa intolerância a lactose, e das
alergias, estava comendo saudavelmente e com
prazer, sem exageros, mudou minha mente em
relação as coisas. Depois tive um período de 5 anos
que fiquei sem comer carne por um propósito, e
comecei a comer coisas que realmente faziam
bem, não ficava doente nem nada, e vi o quanto a
alimentação influencia , inclusive não tinha tpm
como as meninas falavam, eu era muuuito
tranquila em relação a isso”.
Querida leitora, não sei para você, mas para mim
esses dados são sérios demais! Demonstra como
nós, mulheres cristãs, estamos doentes. Falo nós,
porque acredito que no Corpo de Cristo deve
haver unidade. Enquanto uma mulher estiver
sofrendo com um transtorno alimentar,
aprisionada por sentimentos que não vem do
trono de Deus, então eu também estarei
sofrendo.
E para mim a doença maior está em dizermos
que no geral estamos bem, satisfeitas, com tudo
ok. Porque se achamos que estar infeliz com a
aparência, querer mudar nossos corpos, nos
comparar com outras mulheres, é algo normal,
então verdadeiramente não estamos
compreendendo o amor de Deus por nós. E, mais
grave, não temos buscado sabedoria e
transformação na Palavra do Senhor.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas!
Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas
por dentro eles estão cheios de ganância e
cobiça.
Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e
do prato, para que o exterior também fique limpo.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas!
Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por
fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de
todo tipo de imundície.
Assim são vocês: por fora parecem justos ao
povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e
maldade.
Mateus 23:25-28
Porque as obras da carne são manifestas, as quais
são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias,
Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro,
como já antes vos disse, que os que cometem tais
coisas não herdarão o reino de Deus.
Gálatas 5:19-21 (ênfase da autora).
A Bíblia está dizendo nesses versículos que, primeiro,
de nada adianta limparmos o exterior, se o interior
estiver sujo e cheio de intenções erradas. Estaremos
sendo hipócritas se nossas aparências
demonstrarem sucesso, beleza, felicidade, enquanto
que por dentro estamos nos corroendo por falta de
amor próprio, inveja, buscando uma aceitação
apenas de homens.
E, mais do que isso. O Senhor nos adverte que todo
aquele que praticar inimizades, idolatria, inveja,
glutonaria, não herdará o reino de Deus. Isso quer
dizer que para Deus, adultério e homicídio não são
pecados maiores que a inveja ou a glutonaria. Todo
aquele que cometer ou praticar qualquer uma
dessas coisas, ou seja, fazer com frequência, não
herdará o reino de Deus.
A escolha está nas minhas e nas suas mãos. Está na
hora de tomarmos consciência desses pecados e
fugir dessas práticas.
O Senhor nos criou com propósitos e nos fez únicas,
então vamos usufruir desse milagre!
Pare de se comparar. Se você é única, é porque
existe algo da parte de Deus que é específico para
você, ninguém foi nem viveu o que o Senhor
preparou para você. Você pode ter inspirações, mas
pare de se comparar com pessoas que estão vivendo
seus próprios chamados e use seu tempo para
descobrir, viver e expandir o seu chamado nessa
terra!
Estou sendo idólatra?
5
Sejam sóbrios e vigiem. O
diabo, o inimigo de vocês,
anda ao redor como leão,
rugindo e procurando a
quem possa devorar.
1 Pedro 5:8
Amada, eu citei a pesquisa no capítulo anterior para
chamar a sua atenção e falar sobre um assunto, que
é a tal da idolatria.
E agora você vai provavelmente olhar para mim e
dizer: Idolatria? Você está louca? Jamais! Eu não sou
idólatra, não!
Calma. Eu também tive essa reação quando fui
confrontada com essa verdade pela primeira vez.
Idolatria significa excesso de amor ou admiração
demonstrada de maneira exagerada. É tudo aquilo
que tira a glória que é de Deus.
Um ídolo pode ser qualquer coisa em nossas vidas e
normalmente são coisas simples, do nosso dia a dia.
Isso porque é claro que nós, cristãs nascidas de novo,
não vamos cair na armadilha da idolatria de
imagens, como santos e deuses. Porém, muitas
vezes não percebemos a entronização de ídolos em
nossas vidas que podem nem ter uma forma. É o
caso da internet, das redes sociais, de um esporte,
da comida, do seu talento ou do seu próprio corpo.
Pare agora e pense se há algo que você dá mais
atenção do que a Deus. Isso pode ser um ídolo na
sua vida. E digo mais, você pode ter mais de um!
Exemplo? Você chega em casa cansada e planeja
orar antes de dormir. Mas aí, poxa, você trabalhou o
dia todo, merece dar uma relaxada e rir um pouco
passando algumas horas nas redes sociais, não é?
Isso só acontece todos os dias.
Ou então você acorda super cedo para ir à academia
toda segunda, quarta e sexta, mas terça e quinta o
bom mesmo é ficar na cama até mais tarde. Deixa
pra orar outra hora, porque você está muito cansada
por conta dos treinos. Orando no culto já está bom.
Ou ainda, o almoço é seu único tempo livre no dia,
você quer mesmo é comer bem, usar aquele horário
para um longo almoço, comer um docinho, tomar um
cafezinho. Afinal no meio do dia não é hora para ter
momento de oração ou comunhão com Deus.
Pode ser ainda que seu próprio trabalho, sua
carreira, seja um ídolo na sua vida. Você investe
tempo em estudos, trabalha até mais tarde,
acorda mais cedo, se esforça além dos limites
para crescer profissionalmente, e durante esse
período Deus fica em segundo plano, enquanto
você segue sozinha na busca por reconhecimento
e destaque no seu trabalho.
Percebe?
Assim nós vamos trocando nosso tempo com
Deus, tempo de leitura bíblica por outras coisas.
Esses dias um casal de amigos falou que tem
muito sono para ler a Bíblia, que trabalham
demais e não tem tempo, que a noite e aos fins
de semana precisam descansar. Mas então surgiu
um jogo novo para celulares e eles entraram de
cabeça nesse mundo virtual. Passaram o fim de
semana todo jogando. Nada de cansaço. O jogo
era muito importante. Aparentemente o Senhor
não é tão importante assim.
Não quero dizer aqui que você não deve ter
momentos de descanso, tempo de descontração,
nem que não deve cuidar da sua saúde ou ser
boa no seu trabalho. Estou desafiando você a
refletir se alguma dessas coisas não está em
desequilíbrio. Se Deus te pedir para abrir mão de
algo para que você possa viver os sonhos dEle,
você abriria? Se Ele te pedisse para deixar de
fazer algo que você gosta para ter mais tempo de
qualidade com Ele, você deixaria?
Se só de pensar nisso você já se sente
incomodada então, acredite, essa situação está
tomando o lugar de Deus na sua vida.
O Senhor tem ciúmes de nós. Ele não quer perder
a intimidade e o relacionamento com sua filha
amada.
Apenas se renda
6
Quando eu a ti
clamar, então
voltarão para trás
os meus inimigos:
isto sei eu, porque
Deus é por mim.
Salmos 56:9
Às vezes é tão simples a atitude que precisamos ter
para que Deus nos cure, muitas e muitas vezes a
libertação está na simplicidade. Está na maneira
sincera de falarmos: “Deus, estou sentindo isso” e
parar para ouvir aquilo que Ele tem para falar para
as nossas vidas.
Quantas vezes nós chegamos diante da presença de
Deus, nos descarregamos, falamos, falamos e não
paramos para ouvi-lo.
Uma vez eu ouvi uma menina da família do meu
esposo conversando com a sua mãe em uma festa
de aniversário de um priminho nosso. Ela tinha uns
três anos na época e era uma das menininhas mais
lindas que conhecemos.
Na festa, havia várias crianças e ela estava vestida
com um vestido lindo de princesa brincando. Porém,
em um momento essa garotinha chegou para a sua
mãe muito triste, quase chorando, dizendo: “mãe,
mãe! Os meninos estão me chamando de feia”.
Eu fiquei prestando atenção na reação daquela mãe,
porque aquela menina era tão linda, mas o
sentimento dela era tão ruim sobre ela mesma, que
eu fiquei curiosa para saber o que aquela mãe iria
responder, como ela reagiria. E a resposta dela me
chamou muita atenção, porque ela disse
simplesmente para sua filha: “você é feia?”. E a
menininha falou: “não”. Nisso a mãe respondeu:
“então pronto!”.
Aquela menina saiu daquela conversa
completamente diferente, empoderada e feliz. Um
diálogo de poucas frases possibilitou aquela criança
um sentimento novo, de calma e confiança. Ela
voltou a brincar com as outras crianças e agora
estava tudo bem.
Através dessa situação que presenciei o Senhor me
ministrou demais!
Por muito tempo fiquei lembrando dessa conversa e
meditando naquilo. Eu gravei bem aquele momento
e aquelas palavras, até que Deus falou comigo
claramente sobre isso.
Ele me disse:
“Filha, quantas vezes as pessoas, a mídia, as
revistas ou a televisão vêm falar para você e para
tantas outras mulheres que estão gordas, feias,
fora do padrão?”
Isso é uma verdade, não é? Quantas de nós já
não ouvimos como: “seu cabelo é ruim”, “seu
corpo precisa melhorar”, “depois que você
engravidou não emagreceu mais”, “você precisa
emagrecer” etc?
E quantas vezes ouvimos essas palavras e
guardamos para nós mesmas, quando na
verdade o que o Pai quer é que tenhamos uma
reação como a reação de uma criança pura,
inocente e totalmente dependente?
Qual a reação de uma criança? Chegar para o pai
e dizer: “Pai! Eles estão falando isso de mim”.
O Senhor está desesperado para nos dar uma
resposta e falar: “Filha, e você por acaso é isso
que eles estão dizendo? É isso que eu digo que
você é?”.
É algo tão simples, mas que a gente não faz. Nós
ouvimos de todo mundo aquilo que somos ou não
somos e não paramos para perguntar para Deus
se isso é verdade ou não. Não perguntamos a Ele
o que verdadeiramente somos.
Deus nos criou, Ele sabia desde o início como
seríamos e quais os propósitos em sermos
exatamente do jeito que somos.
Só o Senhor tem a resposta certa para nossas
dúvidas. Quando nós nos abrirmos para ouvirmos
o que Ele tem para nos falar, então aí vamos sair
curadas, confiantes e completamente
transformadas depois de uma conversa com o
nosso Pai.
Por isso a Bíblia diz que nós devemos ser como as
crianças. O que crianças fazem? Elas vão
correndo para seus pais quando acontece
qualquer situação, por menor que seja. Elas são
completamente dependentes de seus pais. Tudo
que acontece elas vão perguntar, questionar,
pedir ajuda.
Eu creio que é isso que o Senhor espera de nós!
E se você é órfã, foi abandada por seus pais,
saiba que Deus te criou como filha dEle em
primeiro lugar. Assuma sua posição de filha e
receba o amor do Pai que te criou e que te ama
incondicionalmente.
Deus espera que nós possamos agir como
crianças, como aquela menininha da história,
confiando cem por cento naquilo que Ele vai nos
dizer.
Muitas vezes colocamos nossa dependência em
tantas coisas, como nas nossas finanças ou nos
nossos relacionamentos ou mesmo na imagem
que passamos e, assim, esquecemos que como
mulheres e filhas, temos que entregar nossas
vidas por completo e sermos dependentes
apenas de Deus.
Isso inclui todas as coisas e todas as áreas de
nossa vida. Nossa imagem, nossa identidade,
nosso peso, nossa alimentação, o que e o quanto
devemos comer, tudo isso deve ser entregue para
o nosso Senhor.
Ele sabe que sozinhas estaremos sujeitas a todo
tipo de engano e por isso espera que tomemos a
decisão de buscar ajuda nEle, que é o único que
pode nos cuidar, nos libertar, nos amar e nos dar
um propósito e uma direção.
Mas ele me disse: "Minha
graça é suficiente para você,
pois o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza".
Portanto, eu me gloriarei
ainda mais alegremente em
minhas fraquezas, para que
o poder de Cristo repouse
em mim.
Por isso, por amor de Cristo,
regozijo-me nas fraquezas,
nos insultos, nas
necessidades, nas
perseguições, nas angústias.
Pois, quando sou fraco é que
sou forte.
2 Coríntios 12:9,10
Nessa passagem, acredito que o que o apóstolo
Paulo está dizendo que quando reconhecemos
onde somos fracos, quando nos rendemos diante
de Deus, então Ele se aperfeiçoa em nós,
demonstrando seu poder e sua força em nós.
Portanto, se você tem uma dificuldade nessa área
de autoestima, transtornos alimentares,
depressão, comparação, apenas se renda aos pés
do Senhor.
Ele quer cuidar de você e te dar a força e o poder
direto do Seu Trono, para que você saia mais que
vencedora dessa batalha!
Mudança de
pensamento
7
Antes mesmo de te
formar no ventre
materno, Eu te
escolhi.
Jeremias 1:5
Se cada um é feito de uma forma única, é porque
o Senhor é muito criativo, concorda? Ele fez cada
um de maneira singular. Não há nenhuma pessoa
igual à outra.
Então eu tenho certeza que ele tem um plano
diferente e específico para cada pessoa. Alguns
vão pesar mais outros menos. Uns serão mais
altos, outros mais baixos. Alguns terão cabelos
crespos, outros lisos. E eu creio, do fundo do meu
coração, que existe um propósito em cada uma
dessas coisas. Existe um propósito! Em algum
momento isso vai fazer sentido para você. Seja
para ser um exemplo, para ministrar outras
pessoas, para impactar.
Assim como o Senhor foi criativo para criar cada
um de nós de uma maneira única, ele também é
criativo para pensar como isso vai fazer a
diferença na vida de cada um.
Então como você tem entregado essa área a
Deus? Como você tem dependido do Senhor,
naquilo que está relacionado à sua aparência?
Ou melhor, você tem dependido do Senhor?
Quando você acorda de manhã, o que vem na sua
mente? Seus pensamentos, as palavras que
outras pessoas lançaram sobre você ou os
pensamentos de Deus para sua vida?
Você tem o hábito de pedir ao Senhor uma
direção para o seu dia? Se não, experimente
mudar sua rotina!
Separe um lugar em sua casa e durante alguns
minutos, antes de sair de casa ou iniciar sua
atividades, ore!
Peça ao Senhor:
“Como eu devo me enxergar
hoje? Como eu devo me vestir
hoje? Sou dependente de ti em
TUDO, Senhor. Me direcione. Faça
com que eu me enxergue com os
teus olhos. Que eu possa me
vestir da maneira como o Senhor
espera que eu me vista, não da
forma como estão dizendo que eu
devo ser. Me constranja, Espírito
Santo, nos momentos em que eu
for me alimentar. Que eu possa
escolher os alimentos certos para
mim. Que eu coma a quantidade
adequada, nem mais e nem
menos. Que eu seja um templo
saudável para que o Senhor
tenha prazer em habitar em mim.
Em nome de Jesus”.
Fazendo isso diariamente, durante um período,
tenho certeza que você verá transformações de
dentro para fora.
Você pode iniciar com essa oração exatamente da
forma como descrevi. Escreva na parede do seu
quarto ou dentro da porta do seu guarda-roupa, se
achar que isso vai te ajudar a criar esse novo
hábito.
E então, antes que você perceba, verá que estará
fazendo suas próprias orações, com suas próprias
palavras, apenas se rendendo ao único que pode te
trazer consolo e solução!
Comece pelas pequenas coisas. Comece
transformando as suas manhãs. Faça esse
propósito!
Eu comecei a entregar para Deus a minha rotina a
partir do momento que eu percebi o quanto tempo
eu perdia do meu dia pensando no meu peso. Eu
comecei a falar: “Deus, eu quero fazer a tua obra,
eu quero ministrar outras pessoas, eu quero
evangelizar, eu quero abrir as empresas que o
Senhor quer que eu abra, eu quero fazer coisas e
eu estou perdendo tempo aqui pensando no meu
peso. Senhor, eu te entrego essa área da minha
vida. Cuida disso, pai! Eu não quero me preocupar
com isso”.
E então o que aconteceu? Quando eu entreguei,
Deus me ministrou. Ele me disse qual era o peso
que ele queria para mim e desde então eu não
altero esse peso. Parece mentira, mas não é.
Eu cuido da minha alimentação como o Senhor
espera que eu faça, sendo templo do Espírito
Santo, eu tenho a minha rotina como Ele me
direcionou, eu faço exercícios que funcionam para
mim. Mas eu não faço dietas, não busco
desesperadamente emagrecer ou engordar ou ter
um corpo que não seja de acordo com o que o
Senhor tem me mostrado.
E faz anos que meu peso não altera mais de 3
quilos para mais ou para menos. Eu me peso a
cada seis meses, um ano, isso não representa mais
uma preocupação na minha vida.
Eu tive grandes lutas nessa área até chegar a esse
ponto.
Tenho uma empresa de alimentação saudável e
isso me exige muitas vezes uma imagem
condizente. Sinto uma pressão para que eu tenha
um determinado padrão que eu já sei que eu não
tenho. Passei por momentos de cobrança pessoal e
frustração. Desejei ter um biotipo que não é o meu.
E em cada momento desses, eu precisei voltar ao
Senhor e buscar nEle a minha real identidade.
Não existe fruto na comparação.
A Palavra de Deus diz:
Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-
se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Mateus 7:16
Portanto, cada um dá fruto de acordo com o que é,
de acordo com o que planta e de acordo com que
está em seu interior.
Escolha dar o seu próprio fruto, aquele que o
Senhor planejou para você. Eu fiz essa escolha e
posso te dizer que vale a pena!
Desde então, como eu tenho conseguido fluir e
crescer em tantas coisas! Eu falava: “Deus eu não
quero mais pensar nessas coisas. Eu perco tempo,
me estresso, não atinjo meus objetivos, porque
muitas vezes eles são irreais e não servem para
mim”. E todas as vezes em que eu tinha essa
atitude, Deus vinha com um renovo sobre a minha
vida e eu ia entendendo cada vez mais o meu
chamado e os propósitos do Senhor para mim.
Se eu não percebesse isso antes, se não tivesse
essa entrega, eu poderia ter perdido todo o tempo
da minha vida tentando ser alguém que eu nunca
seria, porque o Senhor não me chamou para ser
outra pessoa.
O momento que eu decidi deixar Deus no
comando da minha vida de verdade, deixando
que ele cuidasse dessa área, foi libertador.
Mas entreguei mesmo! Eu não ficava lá me
pesando ou tentando dar uma ajudinha pra Deus,
não.
Eu entreguei e não fiquei procurando a dieta x ou
y. Eu pedi que Ele mudasse o meu paladar se
fosse preciso, para que eu pudesse ter uma
alimentação correta para mim. E então as coisas
realmente mudaram de sabor e minha vida ficou
muito mais interessante.
O Senhor não deixa ninguém sem resposta. Se
você pedir para que Ele cuide de algo, saiba, Ele
vai tomar conta disso para você.
Ele tem uma obra na sua vida.
Se você se abrir e souber esperar o tempo certo
das coisas, o Senhor vai cumprir, não tem outra
alternativa. Mas você precisa ter paciência e
aprender com os processos de Deus.
Deixando Ele fluir
8
Com tudo isso, os frutos começaram a aparecer
na minha vida e eu fui entendendo que Deus
esperava que eu realmente fizesse a minha parte
para escrever esse livro.
Em 2015, minha tia que é membro da Bola de
Neve em Porto Alegre, emprestou meu livro do
TCC, Famintas, para uma moça da igreja que tem
um blog de moda cristão e que muitas vezes
acaba lidando com temas de autoestima em sua
palavras e postagens.
Foi aí que eu conheci a Mari Raugust, do
Passarela Estreita.
Trocamos inúmeras mensagens pelo WhatsApp
enquanto ela lia o livro. É incrível como a
tecnologia, se bem utilizada, pode nos aproximar
e conectar a pessoas que fazem diferença no
nosso chamado.
Fomos muito edificadas com nossas conversas a
ponto de a Mari gravar um vídeo inteiro sobre o
meu livro, indicando a leitura para as suas
seguidoras. Para mim foi uma experiência muito
incrível, onde pude realmente ver as mãos do
Senhor sobre a minha vida.
No vídeo, ela falou em como os depoimentos do
livro confrontaram ela e em como nossas
conversas a fizeram repensar seu relacionamento
com Deus e também seus valores.
A Mari foi muito corajosa em se expor falando
que foi confrontada em uma área que até então
achava estava tudo bem, que estava justamente
ligada a seu corpo, sua imagem e sua
alimentação.
"Conheci o livro Famintas, através de uma amiga
em comum com a Giulia. Fiquei tão empolgada
com a indicação que entrei em contato com ela
para saber mais da sua experiência com
mulheres que sofrem de transtornos alimentares.
Foi nessa troca de ideias que recebi lucidez sobre
a gravidade de doenças psíquicas relacionadas a
um padrão de beleza abusivo. A partir desse
contato senti um incômodo para fazer algo a
respeito, eu queria ajudar outras mulheres a
enxergarem o que agora estava muito claro para
mim. Decidi então, iniciar uma série de vídeos e
textos em meu blog, batizando-os
carinhosamente de "desafio da autoestima",
falando sobre mídias, cobranças e outras
mentiras que as mulheres falam para si mesmas.
O retorno foi além do esperado, é como se todas
nós clamássemos por liberdade, mas sem saber
explicar ao certo o que nos aprisiona."
Mariana Raugust – Blog Passarela Estreita
E foi a partir dessa postagem que eu acabei
conhecendo várias outras mulheres no Brasil
todo, que vieram até mim querendo adquirir o
livro e saber mais sobre esse assunto.
Enviei exemplares para São Paulo, Santa
Catarina, Manaus, e recebi tantos retornos
incríveis que simplesmente me fizeram enxergar
a importância desse assunto no meio cristão.
Uma das leitoras me mandou essa mensagem
logo depois que leu meu primeiro livro:
“Boa noite, Giulia. Terminei agora de ler o seu
livro! Me identifiquei com cada história! Como a
ditadura da beleza tem contaminado a todos nós,
né?! É chocante a quantidade de pessoas que
passa por isso também...Obrigada por
compartilhar essas histórias! Deus nos fez de
modo tão especial e às vezes nos deixamos
contaminar por pensamentos contrários...Gosto
muito do Salmo 139 por isso. Enfim, gostei
muito!”
Outro depoimento, recebi da mãe de uma jovem
que sofreu com transtornos alimentares:
“Agradeço por ter me dado o livro Famintas.
Minha filha sofreu com anorexia e hoje está bem.
Agradeço por uma forma ou de outra ter te
conhecido. Nossos encontros nunca deram certo,
não nos conhecemos pessoalmente. Mas nunca
esqueço das pessoas que de uma forma me
ajudaram naquele período horrível. Se puder
passe esta mensagem. Muito obrigada por todas
as pessoas que acolheram eu e minha filha num
momento tão difícil. Graças a vocês superamos!”
Recebi, ainda, um áudio de uma moça de São
Paulo, que emprestou o livro de uma amiga que
havia comprado, e eu transcrevi para vocês:
“Giulia, estou te mandando essa mensagem só
pra te falar o quanto eu gostei do livro. Eu sofri
com distúrbio alimentar na adolescência, tive
bulimia e depressão e não foi tratado da forma
devida, não fui em médico nem nada. E no ano
passado eu tive um surto de bulimia e aí me caiu
a ficha de que eu precisava me cuidar. Agora
estou começando o tratamento e Deus tem me
curado a cada dia. Esse padrão de beleza das
mídias é realmente o que causa isso. Esse livro eu
achei muito legal MESMO. É um livro para ter. E
eu vou aguardar a nova edição. Com certeza eu
vou comprar. Um beijão, Deus abençoe.
Quero dizer para vocês que todos esses retornos
que eu tive do primeiro livro chegaram até mim
de uma forma totalmente inesperada, sem que
eu fosse atrás e praticamente tudo no mesmo
período.
E foi então que eu vi que não podemos jamais
limitar o agir de Deus em nossas vidas. Se o
Senhor te pediu para fazer algo, faça! Não é pelo
seu talento, sua capacidade, seu dom, mas
porque Ele quer impactar pessoas através da sua
vida.
Novo tempo
9
25 "Portanto eu lhes digo: não se preocupem
com suas próprias vidas, quanto ao que comer
ou beber; nem com seus próprios corpos,
quanto ao que vestir. Não é a vida mais
importante do que a comida, e o corpo mais
importante do que a roupa?
26 Observem as aves do céu: não semeiam
nem colhem nem armazenam em celeiros;
contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm
vocês muito mais valor do que elas?
27 Quem de vocês, por mais que se preocupe,
pode acrescentar uma hora que seja à sua
vida?
28 "Por que vocês se preocupam com roupas?
Vejam como crescem os lírios do campo. Eles
não trabalham nem tecem.
29 Contudo, eu lhes digo que nem Salomão,
em todo o seu esplendor, vestiu-se como um
deles.
30 Se Deus veste assim a erva do campo, que
hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não
vestirá muito mais a vocês, homens de
pequena fé?
31 Portanto, não se preocupem, dizendo: „Que
vamos comer? ‟ ou „que vamos beber? ‟ ou
„que vamos vestir? ‟
32 Pois os pagãos é que correm atrás dessas
coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês
precisam delas.
33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino
de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas
lhes serão acrescentadas.
Mateus 6:25-33
Um novo tempo na sua vida pode
começar agora! Um tempo de
voltar ao original, ao simples, à
essência.
Será que hoje você vive aquilo que
Deus planejou para sua vida lá no
início?
Saiba, você só conseguirá
experimentar a plenitude quando
descobrir seu propósito e decidir
vivê-lo.
Hoje o mundo nos apresenta
muitas possibilidades para
sermos e para fazermos, mas
nem todas elas são para nós.
Oro para que você e eu possamos
viver o que diz na passagem
acima. Que busquemos em
primeiro lugar o que é mais
importante. Que o Reino de Deus
e sua justiça sejam nossas
prioridades. E que quando as
demais coisas nos forem
acrescentadas, possam nos
manter na simplicidade que nos
fez alcança-las.
Obrigada por me dar a honra
dessa parceria, lendo essa obra
que nasceu no coração de Deus!
Que o Senhor te abençoe!
Giulia Lacerda Molinari
giulialacerda@gmail.com
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Únicas - identidade que vem dos ceús

  • 1. Giulia Lacerda Molinari I D E N T I D A D E Q U E V E M D O S C E Ú S
  • 2. Teu amor me libertou 1
  • 3. Ele me deu total libertação; livrou-me porque me quer bem. Salmos 18:19
  • 4. Eu tentei muito fugir desse assunto. Não queria mais falar, pensar e nem escrever sobre ele. Relutei muito. Mas tem coisas que são assim mesmo. Elas simplesmente acontecem em nossas vidas sem que escolhêssemos e então sentimos como se não pudéssemos mais viver sem elas. São coisas que nos movem. Ou elas nos motivam ou nos causam profundo desprazer. No meu caso, as duas coisas. Transtornos alimentares já foi assunto tão batido, mas ao mesmo tempo tão pouco aprofundado em suas infinitas possibilidades ou em seu quase imperceptível aparecimento. Então não teve jeito. Escolhi falar sobre eles. Ou melhor, fui escolhida para essa tarefa. Primeiro como personagem, que viveu um distúrbio na pele. Segundo como jornalista, que entrevistou diversas mulheres na mesma situação. Terceiro como mulher, que não suporta mais ouvir sobre dietas malucas e em como mudar seu corpo para parecer como outra pessoa que não seja você mesma. Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro. 1 João 4:19 Em 2012, eu estava no último ano da faculdade de jornalismo. Já tinha passado por algumas questões bastante fortes com relação a minha alimentação, minha autoimagem e autoestima. Já havia decidido um ano antes que iria trabalhar esses temas no meu trabalho de conclusão de curso. Optei então por desenvolver um produto, um livro- reportagem, que falasse sobre transtornos alimentares a partir de uma visão bastante pessoal minha, além de contar histórias reais de mulheres que viveram esse tipo de distúrbio.
  • 5. Naquele mesmo ano, com apoio de duas psicólogas, eu montei um grupo de apoio a mulheres com transtornos alimentares em Curitiba. Foi o primeiro, visto que não havia encontrado nenhum outro projeto parecido no Brasil. O Grupo Unika funcionou durante aquele ano todo. Foram várias reuniões, onde conversei com dezenas de mulheres e meninas. Compartilhamos histórias, nos emocionamos, choramos umas com as outras, rimos com as semelhanças ou extremas discordâncias entre nós. Umas não comiam, outras comiam demais. Umas mutilavam seus corpos, outras mutilavam suas emoções. Umas se escondiam por trás de sorrisos, outras por trás de fortalezas. Histórias fortes, reais, intensas. Nada de estatísticas, números ou metodologias. Assim, fui criando um projeto único, do qual fui autora, confidente e também protagonista. Tive uma infância feliz. Fui muito amada pela minha família e meus pais. Era comunicativa e bastante organizada. Mas um quê de comparação e auto exigência já estava dentro de mim desde aproximadamente meus quatro anos de idade. Na época de alfabetização escrevia lindos elogios para familiares e colegas de escola, enquanto o único adjetivo encontrado para mim mesma era “horrorosa”. Engraçado, fui procurar por esses escritos e não os encontrei mais. Pensei, pensei e lembrei. Joguei fora. Em um dos meus rompantes em busca de me livrar de tudo isso joguei esses papeis no lixo.
  • 6. Acabei ouvindo muitos comentários inocentes da família que me marcaram por anos. Coisas como: “olha como ela é fofinha”, “ela só gosta de comer pão com maionese”, “a fulaninha é tão magrinha, umas perninhas fininhas. Mas olha como a Giulia tem coxão”. Na adolescência, então, tudo isso se aflorou. Meus pais se separaram dias antes do meu aniversário de 13 anos. Quanta tristeza. Quanta culpa eu senti. Foram dias muito difíceis. Pouco depois, com 15 anos, embarquei rumo aos Estados Unidos para um intercâmbio de um ano. Mais uma separação. Mas como tudo tem dois lados, vivi uma experiência muito boa por lá. Passei a me aceitar mais, aceitar o meu corpo, meus cabelos ondulados. Nem sabia o quanto estava pesando e o número que estava vestindo já não importava mais. Na volta para casa, porém, as coisas foram bem diferentes. Percebi que havia engordado uns quilinhos, nada demais, mas eles começaram a pesar. Voltei bem na metade do ano pré-vestibular. Ou seja, tinha apenas seis meses para me preparar psicologicamente e estudar para as provas. Toda essa pressão me fez pirar. Não tinha fome. Comia pouco e me pesava incontáveis vezes ao dia. Algo bem obsessivo mesmo: acordava e me pesava, fazia xixi e me pesava, tomava um copo de água e me pesava. Além disso, fazia aulas de circo três vezes na semana durante duas horas. E quem já fez aulas de circo sabe que comparado a isso academia é para os fracos. Sequei em poucos meses. Cheguei ao menor peso que já havia pesado. Apesar disso, não estava feliz. Me sentia inferior a todo mundo. Me comparava o tempo inteiro.
  • 7. Estava sozinha, solitária em minhas insatisfações. Ninguém compreendia o que se passava comigo. Era jovem, magra, tinha um namorado apaixonado. Aparentemente estava com tudo em cima. Pura aparência. Por dentro me corroía durante dias e noites. Tudo era motivo para pensar em calorias e números na balança. Chegava ao cúmulo de me comparar às manequins e sentir ciúmes de meros bonecos. Mas aí, em um momento de lucidez, percebi que havia algo de errado comigo. Procurei ajuda. Meus pais me ouviram e, sem conseguir ajudar ou compreender completamente a situação, apoiaram a minha busca por uma psicóloga. O diagnóstico? Anorexia. Que palavra feia e forte! Só pelo nome pensamos logo no estigma da mulher caquética, debilitada, só pele e osso. Não pensamos no processo. Não pensamos nos sentimentos. Não pensamos em como negligenciamos a doença. Não pensamos na própria doença. Eu bem sei o quanto sofri com esse transtorno. Alguns me diziam que era incurável, teria de lidar com ele para sempre. Outros diziam que eu nem tinha tido anorexia, imagina, eu nem fiquei tããão magra assim. Quanta falta de sensibilidade. Quanto descaso. Quanta desinformação. Esse tema vem me incomodando desde esse momento crucial na minha vida. Voltei a comer normalmente, sentir prazer em fazer uma refeição e a me amar como eu era. No último ano da faculdade então entrei de cabeça nessa viagem pelo conhecimento e entendimento dos transtornos alimentares.
  • 8. Foi o mesmo período em que minha fé foi novamente ativada. Deus teve um papel fundamental na minha transformação. Não aceitava ter que conviver com algo que me fazia tão mal durante a minha vida inteira. Sabia que não eram esses os planos do Senhor, nem para mim e nem para ninguém. Estava um dia fazendo uma prova na faculdade quando ouvi um grande estralo saindo da minha boca. Algo começou a doer muito. Era minha mandíbula. Não conseguia falar direito, minha boca quase não abria. Fui imediatamente ao hospital. O que aconteceu foi um deslocamento do disco articular, só que para dentro. Algo bastante raro que simplesmente me impediu de comer normalmente durante um longo período. Como a minha boca não abria, ficou travada, eu só podia tomar líquidos. Foi aí que Deus falou comigo sobre a importância da alimentação e da nutrição. Antes eu podia comer e não queria. Agora eu queria comer e não podia. Quase achei que ficaria daquele jeito para sempre. Misericórdia! Enfim, tudo se resolveu em alguns meses. Com tratamentos e orações, apesar da incredulidade médica, consegui voltar a me alimentar como antes. Continuei com minhas pesquisas para o TCC durante aquele ano. Entrevistei quase 400 universitárias de Curitiba, fora as entrevistas oficiais para o meu primeiro livro. Ao final de 2012, então, estava com o livro pronto e cheio de grandes histórias. Foi uma vitória! O Grupo Unika infelizmente não continuou, mas o resultado dele chegou às mãos de muitas meninas e mulheres.
  • 9. Até hoje recebo contato de pessoas que ficaram impactadas com o livro, pois se identificaram com as personagens. Ainda me disponibilizo a ajudar toda a pessoa que me procura para conversar sobre o assunto. E o que era um problema, virou uma paixão. Tenho hoje uma empresa de alimentação saudável. Cozinho todos os dias para muitas pessoas diferentes, que podem desfrutar de alimentos preparados com amor, nutrição e sabor! Não é para me promover, mas isso deixa claro como sempre há uma saída. Ainda que a medicina diga que não, eu acredito que cada um pode sim encontrar a sua cura. Hoje eu sei quem eu sou. Através da fé eu fui curada de um distúrbio psicológico que me atormentava e que me impedia de ser tudo aquilo que Deus me criou para ser. Sei que minha história não é a primeira, nem será a última. Sei também que não foi uma experiência das piores. Mas vivo com a certeza que compartilho a mesma dor com muitas mulheres. Ao me abrir, dou espaço para que outras possam se abrir. Acredito na força da compaixão e do amor que não espera nada em troca. E vou continuar acreditando até o fim. Por isso, nas próximas páginas, espero poder te ajudar a compreender melhor qual o propósito de Deus na sua vida e como você definitivamente não nasceu para ser outra pessoa, mas para viver uma história única, escrita especialmente para você!
  • 11. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2
  • 12. Eu já era convertida há alguns anos quando verdadeiramente tive minha vida transformada pelo amor do Senhor, em 2012. E foi na igreja Bola de Neve que isso aconteceu. Me senti livre para adorar a Deus do meu jeito. Fui incentivada e desafiada a buscá-lo mais a cada dia, sem depender apenas dos ensinamentos do pastor aos domingos. Passei a frequentar a torre de oração na igreja às madrugadas, jejuar com propósitos e ler a Palavra não como uma resposta para os meus problemas ou como um incentivo em um dia difícil, muito menos como um livro histórico, mas como uma busca por conhecer o Deus que me criou e quais os planos dEle para mim. Ainda naquele ano, por indicação do meu pastor, estava lendo “A Recompensa da Honra”, de John Bevere. Quando menos esperava, no meio do livro, ele começou a falar de sua esposa. De repente eu passei a me incomodar com a leitura, tinha a sensação de já conhecer aquela história. Foi então que o autor revelou o que eu já imaginava, sua esposa Lisa havia passado por um transtorno alimentar. A princípio fiquei brava, porque afinal era um tema que tocava na minha ferida e a proposta do livro não tinha nenhuma afinidade com o assunto. Mas então percebi que ali estava mais um motivo para eu ir afundo em compreender a percepção de Deus sobre alimentação e autoimagem, bem como em entender as estratégias do inimigo em destruir aquilo que foi criado pelo Senhor.
  • 13. Deus começou a falar comigo de uma maneira mais intensa a partir daquele momento. Enquanto o livro contava a história de Lisa, o Senhor ministrava meu coração sobre sua visão a respeito dos distúrbios alimentares. A partir disso, iniciei a minha busca por entendimento espiritual desses problemas. Afinal, talvez eu não estivesse ainda curada. Muitas vezes me pegava pensando em como me sentia gorda, feia, fora dos padrões. Porém, esses sentimentos passaram a causar um incômodo diferente, como se cobrando a mim mesma o motivo disso. Como podia cantar um louvor “Ele me ama tanto” e no fundo não conseguir me amar da forma como tinha certeza que era amada pelo Senhor? Deus foi me mostrando a forma como Ele me via e como gostaria que eu me visse. Ele foi me ministrando com amor. Pesquisei mais sobre Lisa Bevere e descobri que ela havia escrito um livro sobre transtornos alimentares, chamado “You are not what you weight” (Você não é o que você pesa). Infelizmente, essa publicação não teve tradução para o português. Para mim, tudo bem, o li em inglês, mas me entristece que muitas mulheres não tenham acesso ao seu conteúdo. Eu encomendei o livro e o devorei assim que chegou. Muitas das coisas que ela escreveu eram o que Deus vinha falando comigo há muito tempo.
  • 14.  Primeiro saiba quem você é de verdade;  Sua imagem e seu peso podem estar sendo ídolos na sua vida;  A preocupação e a ansiedade nunca são construtivos;  Não confunda magreza com sucesso;  Ao invés de buscar conforto na comida, busque conforto no Senhor;  Pessoas opressas oprimem outras pessoas;
  • 15. A leitura desse livro foi tão impactante na minha vida naquele momento, que a sensação que tive foi que eu havia estudado inglês durante tantos anos para poder ler o que Lisa escreveu exatamente naquela ocasião. Senti como se não estivesse sozinha nessa jornada. Desde então venho acompanhando o que Deus tem feito através da vida dessa pregadora internacional e me motivado com suas ministrações. Depois disso, tive contato ainda com um livro da Joyce Meyer, onde ela também expôs sua relação distorcida com a comida. Ela tinha episódios de compulsão para suprir seus sentimentos ou acontecimentos do seu dia. Anos depois, em um seminário maravilhoso que sediamos em nossa igreja, a profeta Stacey Campbell estava ministrando sobre o Brasil, relacionamento com Deus e como Ele nos ama. De repente, ela começou a falar sobre como no início de seu casamento o mundo estava interferindo tanto na sua vida que ela um dia teve um pensamento de que estava ganhando peso e um jeito ótimo de acabar com isso era vomitar sempre ao final das refeições. No início era algo meio forçado, mas em seguida passou a ser natural e ela se viu reproduzindo esse comportamento várias vezes por dia durante meses. E então o Senhor mostrou a ela para que orasse a Palavra e ela nunca mais teve problemas com a bulimia. Quando ela disse que foi CURADA eu me levantei no lugar onde eu estava, tive vontade de gritar, glorificar a Deus, mas a igreja ficou calada.
  • 16. A igreja inteira ficou sem reação. Mais de duas mil pessoas com certeza estavam lá. Ninguém vibrou. Não sei se entenderam a gravidade daquilo que ela vivia, porque se fosse uma cura física, se ela tivesse um tumor e fosse curada, ou como ela mesma contou depois de seu filho que teve um diagnóstico de paralisia e foi curado, então todos levantariam suas mãos em aplausos ao Senhor. Mas por que ninguém o fez quando ela disse que foi curada da bulimia? Talvez porque havia ali pessoas que convivem com esse transtorno. Talvez porque achem que seja algo sem muito valor. Talvez por nem entenderem o que seja bulimia. Não importa agora o motivo da falta de reação da igreja naquele dia. Importa mesmo é que Deus falou comigo ali. Mais uma grande mulher de Deus tentada através de sua alimentação e autoimagem. Um tempo depois eu encontro um livro online da pastora Courtenay Bowser, chamado “Beautiful”. Adivinha sobre o que se tratava? Isso mesmo, ela contava sobre suas experiências com transtornos alimentares e como venceu a baixa autoestima. Você pode perguntar, como eu também me perguntei, “como pode?”. Grandes mulheres de Deus sendo atingidas em uma mesma área e tendo que vencer para então ministrar tantas vidas ao redor do mundo. Como estamos lidando com isso como igreja? Estamos cientes desse ataque? Temos buscado direção de Deus, na Palavra, sobre como lidar com alimentação e autoestima? Ou temos buscado a opinião no mundo, nas redes sociais, revistas de beleza, e nos programas de televisão?
  • 17. Como você como mulher, líder, pastora tem reagido a esse tipo de ataque e como tem ministrado suas lideradas sobre esse tema? E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam. Lucas 8:10 Gostaria de incentivá-la a nesse período de leitura buscar em Deus o que Ele pensa sobre você e sobre o que Ele quer falar a respeito de alimentação e autoestima. Oro para que eu possa ser instrumento do Senhor na sua vida nesse momento. Sabemos que a nós, discípulas, seguidoras de Cristo, nos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus. Mas esses mistérios são conhecidos através de intimidade e tempo com o Senhor Jesus. Depende, portanto, também de nosso esforço para que cheguemos ao pleno conhecimento de Deus sobre esses assuntos, para que possamos levar a mensagem àquelas que necessitam ouvir da parte do Senhor. Aproveito aqui para indicar o livro de Stacey e seu esposo Wesley Campbell, “Orando a Palavra”. Eu já vinha tendo uma vida de oração contínua e intensa há alguns anos quando tive acesso a esse livro. Mas ele transformou a minha forma de interpretar a Palavra de Deus e de orar ao Senhor. Desde que o li tenho me sentido mais forte, encorajada, confiante e conhecedora de mim mesma. Vale a leitura!
  • 19. Os meus inimigos procuram devorar-me todo dia; pois são muitos os que pelejam contra mim, ó Altíssimo. Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti. Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus pus a minha confiança; não temerei o que me possa fazer a carne. Salmos 56:2-4
  • 20. Depois dessas leituras e da busca incessante por entendimento, Deus foi me ministrando e me revelando algumas coisas. Eu entendi que havia um propósito em tudo aquilo que eu tinha vivido e que eu precisava fazer algo com isso. Essa área foi a mais difícil de eu me deixar ser transformada cem por cento. Eu estava tão contaminada com as percepções do mundo sobre alimentação, corpo, beleza, dieta, atividade física, que eu mal podia ouvir a voz de Deus a respeito desses assuntos. Comecei a orar para que eu fosse curada das comparações com outras mulheres. Orava para que eu pudesse comer bem sem me sentir mal com isso. Orava para que meus pensamentos fossem direcionados a outras coisas que não calorias e celulite. Mesmo que no dia seguinte eu voltasse a me sentir inferior e feia e tantas outras coisas horrorosas, eu continuava a orar e acreditar na minha transformação.
  • 21. Eu pensava: “Deus, eu quero fazer tantas coisas. Eu tenho um chamado para abrir empresas, eu quero pregar a tua Palavra para mulheres, eu quero abençoar pessoas, quero ser alguém de impacto, quero ter uma casa e uma família abençoadas. Por favor, me ajude a cuidar do meu peso e da minha alimentação para que isso não seja mais uma preocupação na minha vida e para que, assim, eu possa ser e fazer tudo o que eu nasci para ser e fazer!”. Uau! Como meu coração ardia e ainda arde por isso. Se eu estou gastando meu tempo pensando em calorias e em como meu corpo deveria ser, eu estou deixando de pensar em coisas que vão mudar a minha família e a minha geração. Acredito que aí está a grande estratégia do inimigo. Deixar as mulheres loucas com tantas informações de como elas deveriam ser e em como buscar o corpo tão sonhado (que muda a cada década para que nunca estejamos satisfeitas) causa horas e horas de esforços que poderiam ser gastos com a leitura da Palavra, jejum e oração, criação de mensagens, partilha com outras mulheres e tantas outras coisas que sem dúvida tem poder para mudar vidas.
  • 22. E se tem algo que não podemos retomar é o tempo. O tempo que gastamos fazendo coisas que não fomos chamadas para fazer não volta mais, ele ficou no passado, perdido e não gerou frutos. Eu decidi não perder mais tempo. Decidi que cada minuto do meu dia seria utilizado para gerar mudança, transformação, impacto, frutos para a minha e para as futuras gerações. Claro que nem todos os dias são assim. Tem dias que eu acordo mal, insatisfeita, triste. Mas então o Espírito Santo me constrange e eu me lembro de onde vim e como eu não quero mais voltar para lá. Durante quase um ano meu marido começou a me incentivar a fazer algo direcionado a mulheres. Eu precisava me envolver no ministério, escrever esse livro, contar a minha história. Eu sabia que havia um ministério de mulheres na minha igreja e que as reuniões aconteciam sempre às quintas-feiras. No início de 2014, então, fui conversar com a pastora responsável e me disponibilizei em ajudar. Ela me convidou para ir às reuniões e falou que iríamos conversando a partir de então. Naquela semana comecei a participar e fui tremendamente abençoada desde o primeiro dia. Ouvir palavras direcionadas e poder compartilhar o que Deus estava fazendo na minha vida com outras mulheres, ouvindo também o que elas tinham para dizer foi transformador.
  • 23. Eu saía de cada reunião avivada e algumas vezes convocada por Deus para mudar. E foi ali, naquele ministério, que eu mais cresci como mulher, esposa e líder. Aprendi a ser mansa, humilde, serva, amiga e tantas outras coisas, apenas por me dispor a participar de uma reunião semanal com outras mulheres da minha igreja. Foi quando em um culto de domingo a noite uma moça deu um testemunho sobre como ela havia superado a bulimia depois de muitos anos, simplesmente por compartilhar a sua história com uma amiga da igreja. Senti uma confirmação do Senhor para aquilo que Ele queria fazer dentro do ministério de mulheres. E naquela mesma semana, na reunião de quinta-feira, sem aviso prévio, a minha pastora me chamou à frente junto com as outras líderes e informou que estaríamos com um novo grupo de partilha da Palavra, que seria sobre transtornos alimentares e baixa autoestima. Eu nem esperava por isso. Fui pega de surpresa. Fiquei nervosa e ao mesmo tempo tão feliz em poder servir. Fiquei mais de um ano liderando esse grupo de mulheres. Algumas vezes não havia nenhuma participante. Outras vezes apareciam mulheres com histórias muito difíceis e que exigiam um acompanhamento mais intenso. Eu sentia como se estivesse voltando aos tempos do Grupo Unika, mas agora o foco era Deus e em como Ele poderia transformar verdadeiramente toda e qualquer situação. E foi através dessas ministrações às quintas- feiras que Deus foi me transformando e me guiando até esse livro.
  • 24. Tive a oportunidade de ministrar mulheres das mais variadas idades e situações de vida. Muitas passavam dificuldades imensas com seus pais e familiares, que influenciavam diretamente seu relacionamento consigo mesmas e com o Senhor, ou então haviam passado por uma rejeição na área sentimental, ou ainda havia aquelas que passaram por abusos que as fizeram se sentir indignas, culpadas e sem valor. Teve um caso de uma moça bastante engajada na igreja, envolvida em ministérios, atuante, cheia de Deus, mas totalmente opressa na questão da autoimagem. Ela não pode frequentar muitas reuniões, mas eu acompanhei ela durante quase dois anos. Eram idas e vindas. Melhoras e recaídas repentinas. Nos momentos em que ela estava no controle do seu peso sua auto estima estava elevada. Caso contrário, ficava visivelmente abatida. Em outra situação, a moça já era cristã há alguns anos, servindo ativamente na igreja em dois ministérios, mas ainda convivia com a bulimia que a acompanhava desde a adolescência. Ela nunca havia falado sobre isso com a sua liderança. Fiquei muito tocada com a história dela, porque eu tenho a certeza de que essa não é a vontade de Deus para ninguém. Viver em uma situação de prisão, sem ter a abertura muitas vezes para pedir ajuda. Ela participou de apenas uma reunião de mulheres e não quis mais voltar.
  • 25. Ainda nas reuniões de partilha, houve o caso de uma moça que tinha um relacionamento conturbado com seu pai. Ele havia dito coisas terríveis para ela desde a infância. Palavras fortes que a marcaram e a fizeram se sentir a pior das criaturas. Ela então passou a buscar a aprovação de homens para a sua rejeição e seu prazer estava também na comida. Mas isso não a preencheu e nem a fez se sentir mais amada ou valorizada. Nas primeiras reuniões ela mal conseguia falar sobre o assunto. Depois que ela se abriu, sentiu o amor de Deus, escreveu para o seu pai liberando perdão a ele e testemunhando a mudança que estava vivendo, ela verdadeiramente se libertou. Um ministério como esse, que dá voz e ouvidos às pessoas é transformador. Para quem está disposto a pagar o preço, a ouvir as direções e a obedecer, vale a pena! Porém, infelizmente, muitas não estão dispostas. Muitas, quando confrontadas, quando ouvem que precisam mudar, simplesmente deixam de frequentar as reuniões ou até mesmo a igreja. E é ai que Deus me ministra sobre um dos grandes problemas do corpo de Cristo. As pessoas não mudam e não são curadas porque decidem não ser. Elas escolhem continuar como estão, porque mudar dói, se entregar totalmente a Deus envolve renúncias de coisas que às vezes nós amamos, mesmo sabendo que estão erradas. Porém, há boas notícias para você que quer sair dessa situação de mediocridade: há esperança! Se você confiar seus caminhos, seus pensamentos, seus dias, sua vida ao Senhor, Ele lutará por você! Haverá guerra, haverá tempos difíceis, mas com Ele você sairá vencedora e muito mais forte!
  • 27. Dentro do ministério de mulheres Rosa de Saron conheci muitas mulheres, como citei, sendo que quase todas tinham um ponto em comum: falta de amor próprio. Pode ser que você também tenha passado por algum abuso na infância ou adolescência e isso lhe causou um rombo tremendo em sua autoestima. Pode ser que seus pais a tenham rejeitado de alguma forma, seja por conta de uma separação ou por palavras de desprezo ditas repetidas vezes. Pode ser ainda que você tenha passado por uma traição ou abandono de alguém que você amava. Não importa qual situação você tenha passado. Eu vi e ouvi muitas mulheres com histórias como essas e senti suas dores. Há sim um período de dor. Um período de luto. Um momento em que você fica sem chão e quase sem consolo. Mas há um Deus muito maior do que qualquer dificuldade. Ele venceu a própria morte! Essa deve ser a sua motivação para vencer as suas batalhas diariamente! Você é imagem e semelhança de Deus. “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Genesis 1:27 Nosso corpo físico é uma manifestação da glória de Deus. Os homens não podem criar do zero a vida humana! Eu creio que o Senhor, e apenas Ele, é o criador de toda a vida.
  • 28. Pensando na majestade, bondade e beleza do nosso Deus, você consegue imaginar que Ele criaria algo feio ou ruim? Jamais. Porém, é isso que cremos indiretamente quanto pensamos coisas negativas sobre nós mesmas. Quando nos condenamos a viver em comparação, em dor e falta de amor, estamos querendo dizer para Deus que a criação dEle simplesmente não deu certo. É como se falássemos para o Senhor que Ele não teve uma boa ideia quando nos criou. Você consegue se imaginar chegando na presença majestosa do Deus criador dos céus e da terra e falar para Ele que Ele errou? É exatamente isso que fazemos quando rejeitamos a nós mesmos. E é assim que acabamos rejeitando nosso Deus. Mas a Palavra do Senhor é viva e eficaz. Ela é como um manual para nossos dias de fraquezas e para aqueles momentos em que não sabemos mais o que fazer. A minha direção para as meninas e mulheres do ministério sempre foi: ao invés de comer ou se pesar ou se comparar ou se mutilar, nos momentos difíceis simplesmente vá para o quarto e ore, vá para o secreto e leia as palavras que Deus escreveu para você!
  • 29. Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles! Salmos 139:13-17
  • 30. Parece simples, não é? Muitas vezes vi semblantes um tanto quanto desapontados quando a minha direção era essa: ore e leia a Bíblia. Talvez estejamos procurando respostas milagrosas, fórmulas mágicas para a solução dos nossos problemas que simplesmente acabamos esquecendo de praticar o simples. Orar, jejuar, ler a Palavra. Tão simples. Tão básico. Mas quanto disso você tem feito efetivamente? Quanto do seu dia você tem separado exclusivamente para Deus? Esse tempo tem sido maior do que o tempo que você passa se desesperando porque precisa emagrecer, ou caber naquela calça jeans, ou ser igual a atriz da TV? Se não, minha querida, você está fazendo isso errado. E muito errado. Deus não quer ser apenas Pai, amigo, consolador, Ele quer ser o SENHOR da sua vida. Isso quer dizer que Ele quer ter o controle de tudo. Senhor significa dono, aquele que tem domínio, soberano. Será que é essa a sua realidade hoje? Deus tem sido seu dono, Ele tem dominado tudo aquilo que você faz e pensa? Depois de quatro anos da minha pesquisa final para o TCC percebi que seria um bom indicador refazer o questionário para esse novo livro, porém agora entre universitárias e mulheres recém- formadas cristãs de Curitiba. Não obtive muitas respostas, mas as que tive já representam uma amostra daquilo que pode estar acontecendo dentro de muitas igrejas.
  • 31. Dentre as pesquisadas, 87% disseram que gostariam de mudar um ou mais aspectos de sua aparência. Estou falando aqui de mulheres cristãs, frequentadoras de cultos, servas de Cristo, a maioria delas com alguns anos de caminhada com o Senhor. A mim pareceu um índice muito mais do mundo do que de dentro da igreja. Isso porque a maioria esmagadora não está feliz com a sua aparência. Dessas que mudariam algo em si mesmas, 78% acredita que sua vida passaria a ser diferente nas seguintes áreas: autoestima, confiança, menos preocupação. E os números continuam! 73,9% das entrevistadas afirmaram que comparam sua aparência e seu peso com outras, especialmente celebridades e modelos, sendo que essa comparação faz 60% delas se sentir: inferior, mal, insatisfeita ou que precisa mudar. 0 1 2 3 4 5 6
  • 32. 43,4% das mulheres afirmaram estar constantemente em dieta ou contando as calorias dos alimentos. Constantemente! Além do mais, 17,3% delas evita comer por medo de perder o controle da sua alimentação! Uau! Isso soa como uma entrega total ao Senhor? 21,7% disseram ter o hábito de comer, jejuar, comer compulsivamente e depois induzir o vômito ou exercitar-se exaustivamente quando está sob pressão. E ainda quase metade delas informou ter episódios de compulsão alimentar em momentos de tensão, tristeza e/ou felicidade. Mas agora observe um dado importante da pesquisa. Quando questionadas abertamente sobre como avaliam sua relação com seu corpo, sua aparência e sua alimentação todas responderam algo como: “me sinto bem, normal, sem neura, feliz, satisfeita”. O contraponto disso, além das respostas anteriores, é a resposta à pergunta seguinte. 52,17% das entrevistas disseram ter sofrido ou que conhecem alguém que sofreu com algum transtorno alimentar. Leia os relatos: “Conheço, uma amiga que era bailarina (super magra) começou a engordar sem parar, não conseguiu mais dançar, porque não conseguia mais fazer os movimentos. Começou a fazer dietas malucas, mas nada funcionava. Então com 18 anos ela fez redução de estômago e está emagrecendo. Ela espera conseguir dançar novamente”.
  • 33. “Sim, já sofri, foi horrível, desenvolvi refluxo”. “Sim, foi triste ainda mais por ser influenciada pela mídia”. “Conheço algumas meninas, mas elas já superaram!” “Transtorno alimentar não. Mas já tive convivência com pessoas que são extremamente insatisfeitas com seu corpo e isso influenciava diretamente no seu comportamento e relacionamentos, é muito difícil”. “Sim, ela sofreu muita pressão na infância para não engordar e quando adolescente comia muito e induzia o vômito logo em seguida”. “Sim, uma amiga teve o distúrbio da Bulimia. Ela simplesmente não percebia o mal que fazia a si mesma mantendo aquela prática. Hoje ela está curada, e a autoestima é outra, mas passou um bom tempo desprezando seu corpo”. “O transtorno que tive foi uma fase de ansiedade em que comia muito. Engordei 20kg em 1 ano”. “Sim, mas a pessoa preferiu fazer redução do estômago ao invés de reeducar a alimentação”. “Sim, a pessoa teve que tomar remédios controlados para melhor a situação e se tratar com psicólogos por ter uma baixíssima autoestima”.
  • 34. “Já, sim. Uma amiga minha na igreja tinha sérios problemas com distúrbios alimentares, que foram se desenvolvendo ao longo dos anos. A família dela sempre foi constituída por mulheres extremamente magras, devido a genética familiar, nenhuma delas tinham problemas com peso pois não importava o quanto comecem elas jamais engordariam ou acumulariam gordura nas pernas ou braços. Porém esta minha amiga diferente de todas, ela não era tão magra assim, se ela fosse comer o tanto que as outras irmãs comiam normalmente, ela acabava acumulando gordura no seu corpo de tal forma que suas pernas aumentavam e por mais que isso não a deixasse aparentemente gorda isso a incomodava por ela ser diferente das outras. Então ela decidiu que tudo o que ela comesse ela vomitaria para que ela pudesse ser tão bonita quanto as outras da família. Estive conversando com ela a um tempo e agora ela conseguiu um novo método ficar magra, ficar sem comer durante o dia. Ela comia em torno de uma fruta por dia. Hoje já faz uns 2 anos de idas e voltas de hospitais por desmaios, fraquezas que ela tem tido. Sim, como se pressupõe ela está bem magra, magra e doente não só do corpo mas da alma também, por ela não conseguir ver a beleza que sempre existiu nela”.
  • 35. “Eu mesmo já sofri mais nova. O que ocorreu foi o seguinte, tive um episódio na adolescência que eu estava me achando feia e gorda, comecei a comer e vomitar tudo. Não queria ficar ainda mais gorda e queria emagrecer logo, mas não conseguia, (na verdade aquilo não era real , era porque eu estava mudando, mas no peso ou barriga nem aparecia). Vi que aquilo era eu comigo mesmo, sofrendo por achar uma coisa que parecia mas não era, e comecei a ver que aquilo era mal, porque eu comia as coisas e depois jogava fora, e porque eu machucava meu próprio corpo. Então comecei a ver e aí tive uma experiência com o Senhor, de que se eu queria cuidar do templo do espírito, eu tinha que cuidar de forma correta não dessa forma enganando meu corpo, tinha que cuidar de verdade. Então passei a não fazer mais isso e por um tempo foi difícil mas depois reeduquei a minha alimentação, e vi que também meu corpo estava assim por causa do esporte, e logo que parei emagreci tudo em um mês. Aprendi uma lição que hoje levo comigo. No meio do caminho tive intolerância a lactose, alergia de alimentos com corante, amava demais paçoca (que até de tanto comer estava com colesterol no limite pro alto), tudo tive que controlar. Recebi cura dessa intolerância a lactose, e das alergias, estava comendo saudavelmente e com prazer, sem exageros, mudou minha mente em relação as coisas. Depois tive um período de 5 anos que fiquei sem comer carne por um propósito, e comecei a comer coisas que realmente faziam bem, não ficava doente nem nada, e vi o quanto a alimentação influencia , inclusive não tinha tpm como as meninas falavam, eu era muuuito tranquila em relação a isso”.
  • 36. Querida leitora, não sei para você, mas para mim esses dados são sérios demais! Demonstra como nós, mulheres cristãs, estamos doentes. Falo nós, porque acredito que no Corpo de Cristo deve haver unidade. Enquanto uma mulher estiver sofrendo com um transtorno alimentar, aprisionada por sentimentos que não vem do trono de Deus, então eu também estarei sofrendo. E para mim a doença maior está em dizermos que no geral estamos bem, satisfeitas, com tudo ok. Porque se achamos que estar infeliz com a aparência, querer mudar nossos corpos, nos comparar com outras mulheres, é algo normal, então verdadeiramente não estamos compreendendo o amor de Deus por nós. E, mais grave, não temos buscado sabedoria e transformação na Palavra do Senhor. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade. Mateus 23:25-28
  • 37. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Gálatas 5:19-21 (ênfase da autora). A Bíblia está dizendo nesses versículos que, primeiro, de nada adianta limparmos o exterior, se o interior estiver sujo e cheio de intenções erradas. Estaremos sendo hipócritas se nossas aparências demonstrarem sucesso, beleza, felicidade, enquanto que por dentro estamos nos corroendo por falta de amor próprio, inveja, buscando uma aceitação apenas de homens. E, mais do que isso. O Senhor nos adverte que todo aquele que praticar inimizades, idolatria, inveja, glutonaria, não herdará o reino de Deus. Isso quer dizer que para Deus, adultério e homicídio não são pecados maiores que a inveja ou a glutonaria. Todo aquele que cometer ou praticar qualquer uma dessas coisas, ou seja, fazer com frequência, não herdará o reino de Deus. A escolha está nas minhas e nas suas mãos. Está na hora de tomarmos consciência desses pecados e fugir dessas práticas. O Senhor nos criou com propósitos e nos fez únicas, então vamos usufruir desse milagre! Pare de se comparar. Se você é única, é porque existe algo da parte de Deus que é específico para você, ninguém foi nem viveu o que o Senhor preparou para você. Você pode ter inspirações, mas pare de se comparar com pessoas que estão vivendo seus próprios chamados e use seu tempo para descobrir, viver e expandir o seu chamado nessa terra!
  • 39. Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. 1 Pedro 5:8
  • 40. Amada, eu citei a pesquisa no capítulo anterior para chamar a sua atenção e falar sobre um assunto, que é a tal da idolatria. E agora você vai provavelmente olhar para mim e dizer: Idolatria? Você está louca? Jamais! Eu não sou idólatra, não! Calma. Eu também tive essa reação quando fui confrontada com essa verdade pela primeira vez. Idolatria significa excesso de amor ou admiração demonstrada de maneira exagerada. É tudo aquilo que tira a glória que é de Deus. Um ídolo pode ser qualquer coisa em nossas vidas e normalmente são coisas simples, do nosso dia a dia. Isso porque é claro que nós, cristãs nascidas de novo, não vamos cair na armadilha da idolatria de imagens, como santos e deuses. Porém, muitas vezes não percebemos a entronização de ídolos em nossas vidas que podem nem ter uma forma. É o caso da internet, das redes sociais, de um esporte, da comida, do seu talento ou do seu próprio corpo. Pare agora e pense se há algo que você dá mais atenção do que a Deus. Isso pode ser um ídolo na sua vida. E digo mais, você pode ter mais de um! Exemplo? Você chega em casa cansada e planeja orar antes de dormir. Mas aí, poxa, você trabalhou o dia todo, merece dar uma relaxada e rir um pouco passando algumas horas nas redes sociais, não é? Isso só acontece todos os dias. Ou então você acorda super cedo para ir à academia toda segunda, quarta e sexta, mas terça e quinta o bom mesmo é ficar na cama até mais tarde. Deixa pra orar outra hora, porque você está muito cansada por conta dos treinos. Orando no culto já está bom. Ou ainda, o almoço é seu único tempo livre no dia, você quer mesmo é comer bem, usar aquele horário para um longo almoço, comer um docinho, tomar um cafezinho. Afinal no meio do dia não é hora para ter momento de oração ou comunhão com Deus.
  • 41. Pode ser ainda que seu próprio trabalho, sua carreira, seja um ídolo na sua vida. Você investe tempo em estudos, trabalha até mais tarde, acorda mais cedo, se esforça além dos limites para crescer profissionalmente, e durante esse período Deus fica em segundo plano, enquanto você segue sozinha na busca por reconhecimento e destaque no seu trabalho. Percebe? Assim nós vamos trocando nosso tempo com Deus, tempo de leitura bíblica por outras coisas. Esses dias um casal de amigos falou que tem muito sono para ler a Bíblia, que trabalham demais e não tem tempo, que a noite e aos fins de semana precisam descansar. Mas então surgiu um jogo novo para celulares e eles entraram de cabeça nesse mundo virtual. Passaram o fim de semana todo jogando. Nada de cansaço. O jogo era muito importante. Aparentemente o Senhor não é tão importante assim. Não quero dizer aqui que você não deve ter momentos de descanso, tempo de descontração, nem que não deve cuidar da sua saúde ou ser boa no seu trabalho. Estou desafiando você a refletir se alguma dessas coisas não está em desequilíbrio. Se Deus te pedir para abrir mão de algo para que você possa viver os sonhos dEle, você abriria? Se Ele te pedisse para deixar de fazer algo que você gosta para ter mais tempo de qualidade com Ele, você deixaria? Se só de pensar nisso você já se sente incomodada então, acredite, essa situação está tomando o lugar de Deus na sua vida. O Senhor tem ciúmes de nós. Ele não quer perder a intimidade e o relacionamento com sua filha amada.
  • 43. Quando eu a ti clamar, então voltarão para trás os meus inimigos: isto sei eu, porque Deus é por mim. Salmos 56:9
  • 44. Às vezes é tão simples a atitude que precisamos ter para que Deus nos cure, muitas e muitas vezes a libertação está na simplicidade. Está na maneira sincera de falarmos: “Deus, estou sentindo isso” e parar para ouvir aquilo que Ele tem para falar para as nossas vidas. Quantas vezes nós chegamos diante da presença de Deus, nos descarregamos, falamos, falamos e não paramos para ouvi-lo. Uma vez eu ouvi uma menina da família do meu esposo conversando com a sua mãe em uma festa de aniversário de um priminho nosso. Ela tinha uns três anos na época e era uma das menininhas mais lindas que conhecemos. Na festa, havia várias crianças e ela estava vestida com um vestido lindo de princesa brincando. Porém, em um momento essa garotinha chegou para a sua mãe muito triste, quase chorando, dizendo: “mãe, mãe! Os meninos estão me chamando de feia”. Eu fiquei prestando atenção na reação daquela mãe, porque aquela menina era tão linda, mas o sentimento dela era tão ruim sobre ela mesma, que eu fiquei curiosa para saber o que aquela mãe iria responder, como ela reagiria. E a resposta dela me chamou muita atenção, porque ela disse simplesmente para sua filha: “você é feia?”. E a menininha falou: “não”. Nisso a mãe respondeu: “então pronto!”. Aquela menina saiu daquela conversa completamente diferente, empoderada e feliz. Um diálogo de poucas frases possibilitou aquela criança um sentimento novo, de calma e confiança. Ela voltou a brincar com as outras crianças e agora estava tudo bem. Através dessa situação que presenciei o Senhor me ministrou demais! Por muito tempo fiquei lembrando dessa conversa e meditando naquilo. Eu gravei bem aquele momento e aquelas palavras, até que Deus falou comigo claramente sobre isso.
  • 45. Ele me disse: “Filha, quantas vezes as pessoas, a mídia, as revistas ou a televisão vêm falar para você e para tantas outras mulheres que estão gordas, feias, fora do padrão?” Isso é uma verdade, não é? Quantas de nós já não ouvimos como: “seu cabelo é ruim”, “seu corpo precisa melhorar”, “depois que você engravidou não emagreceu mais”, “você precisa emagrecer” etc? E quantas vezes ouvimos essas palavras e guardamos para nós mesmas, quando na verdade o que o Pai quer é que tenhamos uma reação como a reação de uma criança pura, inocente e totalmente dependente? Qual a reação de uma criança? Chegar para o pai e dizer: “Pai! Eles estão falando isso de mim”. O Senhor está desesperado para nos dar uma resposta e falar: “Filha, e você por acaso é isso que eles estão dizendo? É isso que eu digo que você é?”. É algo tão simples, mas que a gente não faz. Nós ouvimos de todo mundo aquilo que somos ou não somos e não paramos para perguntar para Deus se isso é verdade ou não. Não perguntamos a Ele o que verdadeiramente somos. Deus nos criou, Ele sabia desde o início como seríamos e quais os propósitos em sermos exatamente do jeito que somos. Só o Senhor tem a resposta certa para nossas dúvidas. Quando nós nos abrirmos para ouvirmos o que Ele tem para nos falar, então aí vamos sair curadas, confiantes e completamente transformadas depois de uma conversa com o nosso Pai.
  • 46. Por isso a Bíblia diz que nós devemos ser como as crianças. O que crianças fazem? Elas vão correndo para seus pais quando acontece qualquer situação, por menor que seja. Elas são completamente dependentes de seus pais. Tudo que acontece elas vão perguntar, questionar, pedir ajuda. Eu creio que é isso que o Senhor espera de nós! E se você é órfã, foi abandada por seus pais, saiba que Deus te criou como filha dEle em primeiro lugar. Assuma sua posição de filha e receba o amor do Pai que te criou e que te ama incondicionalmente. Deus espera que nós possamos agir como crianças, como aquela menininha da história, confiando cem por cento naquilo que Ele vai nos dizer. Muitas vezes colocamos nossa dependência em tantas coisas, como nas nossas finanças ou nos nossos relacionamentos ou mesmo na imagem que passamos e, assim, esquecemos que como mulheres e filhas, temos que entregar nossas vidas por completo e sermos dependentes apenas de Deus. Isso inclui todas as coisas e todas as áreas de nossa vida. Nossa imagem, nossa identidade, nosso peso, nossa alimentação, o que e o quanto devemos comer, tudo isso deve ser entregue para o nosso Senhor. Ele sabe que sozinhas estaremos sujeitas a todo tipo de engano e por isso espera que tomemos a decisão de buscar ajuda nEle, que é o único que pode nos cuidar, nos libertar, nos amar e nos dar um propósito e uma direção.
  • 47. Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. 2 Coríntios 12:9,10
  • 48. Nessa passagem, acredito que o que o apóstolo Paulo está dizendo que quando reconhecemos onde somos fracos, quando nos rendemos diante de Deus, então Ele se aperfeiçoa em nós, demonstrando seu poder e sua força em nós. Portanto, se você tem uma dificuldade nessa área de autoestima, transtornos alimentares, depressão, comparação, apenas se renda aos pés do Senhor. Ele quer cuidar de você e te dar a força e o poder direto do Seu Trono, para que você saia mais que vencedora dessa batalha!
  • 50. Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi. Jeremias 1:5
  • 51. Se cada um é feito de uma forma única, é porque o Senhor é muito criativo, concorda? Ele fez cada um de maneira singular. Não há nenhuma pessoa igual à outra. Então eu tenho certeza que ele tem um plano diferente e específico para cada pessoa. Alguns vão pesar mais outros menos. Uns serão mais altos, outros mais baixos. Alguns terão cabelos crespos, outros lisos. E eu creio, do fundo do meu coração, que existe um propósito em cada uma dessas coisas. Existe um propósito! Em algum momento isso vai fazer sentido para você. Seja para ser um exemplo, para ministrar outras pessoas, para impactar. Assim como o Senhor foi criativo para criar cada um de nós de uma maneira única, ele também é criativo para pensar como isso vai fazer a diferença na vida de cada um. Então como você tem entregado essa área a Deus? Como você tem dependido do Senhor, naquilo que está relacionado à sua aparência? Ou melhor, você tem dependido do Senhor? Quando você acorda de manhã, o que vem na sua mente? Seus pensamentos, as palavras que outras pessoas lançaram sobre você ou os pensamentos de Deus para sua vida? Você tem o hábito de pedir ao Senhor uma direção para o seu dia? Se não, experimente mudar sua rotina! Separe um lugar em sua casa e durante alguns minutos, antes de sair de casa ou iniciar sua atividades, ore!
  • 52. Peça ao Senhor: “Como eu devo me enxergar hoje? Como eu devo me vestir hoje? Sou dependente de ti em TUDO, Senhor. Me direcione. Faça com que eu me enxergue com os teus olhos. Que eu possa me vestir da maneira como o Senhor espera que eu me vista, não da forma como estão dizendo que eu devo ser. Me constranja, Espírito Santo, nos momentos em que eu for me alimentar. Que eu possa escolher os alimentos certos para mim. Que eu coma a quantidade adequada, nem mais e nem menos. Que eu seja um templo saudável para que o Senhor tenha prazer em habitar em mim. Em nome de Jesus”.
  • 53. Fazendo isso diariamente, durante um período, tenho certeza que você verá transformações de dentro para fora. Você pode iniciar com essa oração exatamente da forma como descrevi. Escreva na parede do seu quarto ou dentro da porta do seu guarda-roupa, se achar que isso vai te ajudar a criar esse novo hábito. E então, antes que você perceba, verá que estará fazendo suas próprias orações, com suas próprias palavras, apenas se rendendo ao único que pode te trazer consolo e solução! Comece pelas pequenas coisas. Comece transformando as suas manhãs. Faça esse propósito! Eu comecei a entregar para Deus a minha rotina a partir do momento que eu percebi o quanto tempo eu perdia do meu dia pensando no meu peso. Eu comecei a falar: “Deus, eu quero fazer a tua obra, eu quero ministrar outras pessoas, eu quero evangelizar, eu quero abrir as empresas que o Senhor quer que eu abra, eu quero fazer coisas e eu estou perdendo tempo aqui pensando no meu peso. Senhor, eu te entrego essa área da minha vida. Cuida disso, pai! Eu não quero me preocupar com isso”. E então o que aconteceu? Quando eu entreguei, Deus me ministrou. Ele me disse qual era o peso que ele queria para mim e desde então eu não altero esse peso. Parece mentira, mas não é. Eu cuido da minha alimentação como o Senhor espera que eu faça, sendo templo do Espírito Santo, eu tenho a minha rotina como Ele me direcionou, eu faço exercícios que funcionam para mim. Mas eu não faço dietas, não busco desesperadamente emagrecer ou engordar ou ter um corpo que não seja de acordo com o que o Senhor tem me mostrado.
  • 54. E faz anos que meu peso não altera mais de 3 quilos para mais ou para menos. Eu me peso a cada seis meses, um ano, isso não representa mais uma preocupação na minha vida. Eu tive grandes lutas nessa área até chegar a esse ponto. Tenho uma empresa de alimentação saudável e isso me exige muitas vezes uma imagem condizente. Sinto uma pressão para que eu tenha um determinado padrão que eu já sei que eu não tenho. Passei por momentos de cobrança pessoal e frustração. Desejei ter um biotipo que não é o meu. E em cada momento desses, eu precisei voltar ao Senhor e buscar nEle a minha real identidade. Não existe fruto na comparação. A Palavra de Deus diz: Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem- se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Mateus 7:16 Portanto, cada um dá fruto de acordo com o que é, de acordo com o que planta e de acordo com que está em seu interior. Escolha dar o seu próprio fruto, aquele que o Senhor planejou para você. Eu fiz essa escolha e posso te dizer que vale a pena! Desde então, como eu tenho conseguido fluir e crescer em tantas coisas! Eu falava: “Deus eu não quero mais pensar nessas coisas. Eu perco tempo, me estresso, não atinjo meus objetivos, porque muitas vezes eles são irreais e não servem para mim”. E todas as vezes em que eu tinha essa atitude, Deus vinha com um renovo sobre a minha vida e eu ia entendendo cada vez mais o meu chamado e os propósitos do Senhor para mim.
  • 55. Se eu não percebesse isso antes, se não tivesse essa entrega, eu poderia ter perdido todo o tempo da minha vida tentando ser alguém que eu nunca seria, porque o Senhor não me chamou para ser outra pessoa. O momento que eu decidi deixar Deus no comando da minha vida de verdade, deixando que ele cuidasse dessa área, foi libertador. Mas entreguei mesmo! Eu não ficava lá me pesando ou tentando dar uma ajudinha pra Deus, não. Eu entreguei e não fiquei procurando a dieta x ou y. Eu pedi que Ele mudasse o meu paladar se fosse preciso, para que eu pudesse ter uma alimentação correta para mim. E então as coisas realmente mudaram de sabor e minha vida ficou muito mais interessante. O Senhor não deixa ninguém sem resposta. Se você pedir para que Ele cuide de algo, saiba, Ele vai tomar conta disso para você. Ele tem uma obra na sua vida. Se você se abrir e souber esperar o tempo certo das coisas, o Senhor vai cumprir, não tem outra alternativa. Mas você precisa ter paciência e aprender com os processos de Deus.
  • 57. Com tudo isso, os frutos começaram a aparecer na minha vida e eu fui entendendo que Deus esperava que eu realmente fizesse a minha parte para escrever esse livro. Em 2015, minha tia que é membro da Bola de Neve em Porto Alegre, emprestou meu livro do TCC, Famintas, para uma moça da igreja que tem um blog de moda cristão e que muitas vezes acaba lidando com temas de autoestima em sua palavras e postagens. Foi aí que eu conheci a Mari Raugust, do Passarela Estreita. Trocamos inúmeras mensagens pelo WhatsApp enquanto ela lia o livro. É incrível como a tecnologia, se bem utilizada, pode nos aproximar e conectar a pessoas que fazem diferença no nosso chamado. Fomos muito edificadas com nossas conversas a ponto de a Mari gravar um vídeo inteiro sobre o meu livro, indicando a leitura para as suas seguidoras. Para mim foi uma experiência muito incrível, onde pude realmente ver as mãos do Senhor sobre a minha vida. No vídeo, ela falou em como os depoimentos do livro confrontaram ela e em como nossas conversas a fizeram repensar seu relacionamento com Deus e também seus valores. A Mari foi muito corajosa em se expor falando que foi confrontada em uma área que até então achava estava tudo bem, que estava justamente ligada a seu corpo, sua imagem e sua alimentação.
  • 58. "Conheci o livro Famintas, através de uma amiga em comum com a Giulia. Fiquei tão empolgada com a indicação que entrei em contato com ela para saber mais da sua experiência com mulheres que sofrem de transtornos alimentares. Foi nessa troca de ideias que recebi lucidez sobre a gravidade de doenças psíquicas relacionadas a um padrão de beleza abusivo. A partir desse contato senti um incômodo para fazer algo a respeito, eu queria ajudar outras mulheres a enxergarem o que agora estava muito claro para mim. Decidi então, iniciar uma série de vídeos e textos em meu blog, batizando-os carinhosamente de "desafio da autoestima", falando sobre mídias, cobranças e outras mentiras que as mulheres falam para si mesmas. O retorno foi além do esperado, é como se todas nós clamássemos por liberdade, mas sem saber explicar ao certo o que nos aprisiona." Mariana Raugust – Blog Passarela Estreita
  • 59. E foi a partir dessa postagem que eu acabei conhecendo várias outras mulheres no Brasil todo, que vieram até mim querendo adquirir o livro e saber mais sobre esse assunto. Enviei exemplares para São Paulo, Santa Catarina, Manaus, e recebi tantos retornos incríveis que simplesmente me fizeram enxergar a importância desse assunto no meio cristão. Uma das leitoras me mandou essa mensagem logo depois que leu meu primeiro livro: “Boa noite, Giulia. Terminei agora de ler o seu livro! Me identifiquei com cada história! Como a ditadura da beleza tem contaminado a todos nós, né?! É chocante a quantidade de pessoas que passa por isso também...Obrigada por compartilhar essas histórias! Deus nos fez de modo tão especial e às vezes nos deixamos contaminar por pensamentos contrários...Gosto muito do Salmo 139 por isso. Enfim, gostei muito!” Outro depoimento, recebi da mãe de uma jovem que sofreu com transtornos alimentares: “Agradeço por ter me dado o livro Famintas. Minha filha sofreu com anorexia e hoje está bem. Agradeço por uma forma ou de outra ter te conhecido. Nossos encontros nunca deram certo, não nos conhecemos pessoalmente. Mas nunca esqueço das pessoas que de uma forma me ajudaram naquele período horrível. Se puder passe esta mensagem. Muito obrigada por todas as pessoas que acolheram eu e minha filha num momento tão difícil. Graças a vocês superamos!”
  • 60. Recebi, ainda, um áudio de uma moça de São Paulo, que emprestou o livro de uma amiga que havia comprado, e eu transcrevi para vocês: “Giulia, estou te mandando essa mensagem só pra te falar o quanto eu gostei do livro. Eu sofri com distúrbio alimentar na adolescência, tive bulimia e depressão e não foi tratado da forma devida, não fui em médico nem nada. E no ano passado eu tive um surto de bulimia e aí me caiu a ficha de que eu precisava me cuidar. Agora estou começando o tratamento e Deus tem me curado a cada dia. Esse padrão de beleza das mídias é realmente o que causa isso. Esse livro eu achei muito legal MESMO. É um livro para ter. E eu vou aguardar a nova edição. Com certeza eu vou comprar. Um beijão, Deus abençoe. Quero dizer para vocês que todos esses retornos que eu tive do primeiro livro chegaram até mim de uma forma totalmente inesperada, sem que eu fosse atrás e praticamente tudo no mesmo período. E foi então que eu vi que não podemos jamais limitar o agir de Deus em nossas vidas. Se o Senhor te pediu para fazer algo, faça! Não é pelo seu talento, sua capacidade, seu dom, mas porque Ele quer impactar pessoas através da sua vida.
  • 62. 25 "Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? 26 Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? 27 Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? 28 "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. 29 Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. 30 Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? 31 Portanto, não se preocupem, dizendo: „Que vamos comer? ‟ ou „que vamos beber? ‟ ou „que vamos vestir? ‟ 32 Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. 33 Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Mateus 6:25-33
  • 63. Um novo tempo na sua vida pode começar agora! Um tempo de voltar ao original, ao simples, à essência. Será que hoje você vive aquilo que Deus planejou para sua vida lá no início? Saiba, você só conseguirá experimentar a plenitude quando descobrir seu propósito e decidir vivê-lo. Hoje o mundo nos apresenta muitas possibilidades para sermos e para fazermos, mas nem todas elas são para nós. Oro para que você e eu possamos viver o que diz na passagem acima. Que busquemos em primeiro lugar o que é mais importante. Que o Reino de Deus e sua justiça sejam nossas prioridades. E que quando as demais coisas nos forem acrescentadas, possam nos manter na simplicidade que nos fez alcança-las. Obrigada por me dar a honra dessa parceria, lendo essa obra que nasceu no coração de Deus! Que o Senhor te abençoe!