A Guerra Colonial travada em África entre 1961-1974 contribuiu para a Revolução dos Cravos em Portugal em 1974. O poema descreve as memórias e sentimentos dos soldados portugueses que lutaram no Ultramar, incluindo o inverno infernal, a obrigação de matar sem saber o porquê, e a sensação de terem lutado numa guerra sem razão. O poema questiona se aquela guerra e sofrimento terá um fim.

1. Guerra colonial 1961- 1974
A Guerra que Portugal travou em África
contribuiu de forma decisiva para o 25 de
Abril de 1974.

5. Sempre um piano, um piano
selvagem

6. Que nos gela o coração e nos traz
a imagem

7. Aquele Inverno

8. Aquele inferno

9. Há sempre a lembrança de um
olhar a sangrar

10. E um soldado perdido nas terras do
Ultramar

11. A obrigação

12. Aquela Missão

13. Combater na selva sem saber
porquê

14. E sentir o inferno de matar alguém

15. E quem regressou guarda a
sensação

16. Que lutou numa guerra sem razão

17. Sem razão

18. Sem razão

19. Sempre a palavra

20. A palavra nação

21. Que os chefes trazem e usam

22. Para esconder a razão
“Levar a
civilização aos
povos não
civilizados!”

23. A sua vontade
Aquela verdade

24. Para eles aquele inverno

25. Será sempre o mesmo inferno

26. Que ninguém poderá esquecer

27. Ter que matar ou morrer

28. Ao sabor do vento

29. Aquele tormento

30. Perguntei ao Céu: será sempre
assim?

31. Poderá o inverno nunca ter um
fim?

32. Não sei responder,

33.
só talvez lembrar

34. O que alguém que voltou

35. vem contar

38. Perguntei ao Céu: será sempre
assim?

39. Poderá o inverno nunca ter um
fim?

40. Não sei responder,

41.
só talvez lembrar

42. O que alguém que voltou

43. Vem contar

45. • Guerra na Guiné Imagens que foram oculta
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