Analistas divergem sobre se há risco de bolha imobiliária no Brasil, mas apoiam o novo Índice Nacional de Preços de Imóveis lançado pelo governo. Alguns acreditam que o mercado pode superproduzir imóveis sem compradores, enquanto outros dizem que o crédito habitacional estimulou mais compras. A associação imobiliária do Rio critica que o índice pode não refletir as variações regionais de preços.
1. Analistas divergem sobre bolha imobiliária, mas apóiam novo índice
O Globo, 10/out
Para Ademi, indicador pode não traduzir a realidade do mercado
> O Índice Nacional dos Preços de Imóveis, que está para ser lançado pelo
> governo federal, ganhou a aprovação de analistas que, no entanto, divergem
> sobre um possível risco de bolha no setor. Professor de finanças do Ibmec,
> Nelson de Sousa aprova o novo índice, mas afirma que ainda é cedo para fazer
> prognósticos. Segundo ele, será preciso avaliar os critérios do governo.
>
> - A ideia é bem interessante, principalmente porque, assim, vamos saber
> quanto os imóveis estão subindo realmente.
>
> E o economista acrescenta:
>
> - Há, sim, risco de bolha. Em algum momento, o mercado vai construir e não
> terá mais para quem vender.
>
> Já Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos
> de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), acredita que o novo
> índice pode servir como um termômetro do mercado, mas que não há qualquer
> risco de bolha:
>
> - Nunca tivemos crédito habitacional. Agora, com a oferta farta, o
> brasileiro começou a comprar. Não acho que isso seja uma ameaça.
>
> O novo índice poderá substituir a TR (Taxa Referencial), usada, hoje, na
> correção dos financiamentos habitacionais e na atualização do balanço dos
> bancos (das garantias da carteira imobiliária).
>
> Para o empresário Rogério Chor, presidente da Associação de Dirigentes de
> Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi), o índice talvez
> não traduza a realidade do mercado no país:
>
> - Teremos valores médios, que podem não representar as realidades de cada
> estado. No Rio, por exemplo, o aumento do preço dos imóveis tem a ver com
> falta de terrenos.
>