Memórias de um Tempo_Restauro do Patrimônio Histórico de Bagé_ Casa de Cultur...
Assunção da Escola Técnica Geteco pela Prefeitura de Bagé
1. A t o l a d a e m d í v i d a s ,
especialmente de origens tributária e
trabalhista, a Associação de Cultura
Técnica e Econômica Dr. Antenor
Gonçalves Pereira, mantenedora da
escola, estava literalmente quebrada.
O tema foi trazido a mim pelo
então vice-prefeito, Jucelino Rosa dos
S a n t o s , q u e
fizera o curso
t é c n i c o n o
G e t e c o .
Tr a t a m o s d o
assunto com a
sensibilidade e a
agilidade que a
ocasião exigia:
no dia 28 de
agosto de 2001,
oito meses de
assumirmos o
p r i m e i r o
mandato, publicávamos a lei que
autorizava o município a assumir a
administração da escola.
M o n t a m o s u m a c o m i s s ã o
paritária com representantes da
prefeitura e da mantenedora que tinha
a missão de, entre outras coisas, fazer
a apuração das dívidas e negociar os
respectivos pagamentos, preparando
a transição, já que estávamos
autorizados a incorporar a escola à
rede municipal. Em troca, o município
assumiria o passivo, recebendo em
troca a escola com toda a estrutura
física. Parcelamos os débitos e
honramos todos os pagamentos.
Foi bom para todos. A Associação
de Cultura Técnica ficou livre dos
débitos. O município ampliou sua
receita advinda do Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica
(Fundeb), pois ampliou o número de
estudantes matriculados no ensino
básico em sua rede de ensino. E,
especialmente, para a comunidade,
que não viu mais um estabelecimento
educacional fechar as suas portas. A
ampliação da arrecadação do
m u n i c í p i o , v i a F u n d e b , f o i
fundamental para pagar a aquisição. O
Geteco se tornou, naquela época, a
maior escola do município.
Mantivemos e ampliamos o
ensino técnico pós-médio naquela
escola, que era
p a r t i c u l a r e
f o r m a v a
contabilistas,
administradores
e técnicos em
t r a n s a ç ã o
imobiliária. Bagé
e ra , a p a r t i r
d a q u e l e
m o m e n t o , a
terceira cidade
gaúcha a ter
ensino técnico
mantido pelo município.
Todos os anos, nas formaturas,
às quais fazia questão de comparecer,
presenciava o acerto da nossa decisão.
Eram momentos solenes, alegres, em
que centenas de homens e mulheres
comemoravam mais um avanço em
suas vidas. E o município, que não
tinha a obrigação legal de manter
ensino técnico, proporcionava essas
novas oportunidades.
E s t a v a r e a l i z a d o . A s
circunstâncias mais uma vez me
colocaram diante da possibilidade de,
através dos investimentos na
educação, poder contribuir com as
transformações da “minha cidade”.
Depois dessa iniciativa, fizemos
uma operação semelhante para
adquirir o Colégio São Pedro. Mas,
essa é outra história que contarei em
outra oportunidade.
O Geteco Público
*Esse texto faz parte de Memórias de Um Tempo, uma série publicada no Jornal Minuano de Bagé,
em que procurei resgatar fatos de nossa gestão de oito anos na Prefeitura Municipal.