1) A região da Fronteira Oeste e Campanha do Rio Grande do Sul tem baixo desenvolvimento econômico e industrialização, com êxodo populacional nas últimas décadas.
2) A criação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) nessa região foi importante para promover o desenvolvimento através da educação e formação de mão de obra qualificada.
3) A Unipampa tem transformado positivamente as cidades da região e proporcionado oportunidades educacionais.
Revista Unipampa_Transforma Caçapava_Revolução_Pimenta_Mainardi
1. Caminho para o desenvolvimento
A Fronteira Oeste e a Campanha estão entre
as regiões com menor grau de desenvolvimento
do País. Com a economia baseada na produção
primária, apresentam um baixo grau de indus-trialização.
Por isso, sofrem, ao longo das últimas
décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do
que deixavam suas cidades partiam em busca da
formação acadêmica, já que as universidades ali
existentes eram todas privadas.
Por tudo isso, era um ambiente favorável
para sediar uma das 18 novas universidades fe-derais
criadas pelos governos Lula/Dilma dentro
do Programa de Expansão do Ensino Universitário.
O Brasil mudou muito nos últimos anos. São
sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil
escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas
federais, além de mais de R$ 200 bilhões que
serão destinados à educação nos próximos 10
anos, com o investimento em educação chegando
a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas
também puderam ser mais bem qualificadas por
meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou
oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in-vestimento
e 6,8 milhões de inscritos.
E a nossa região, a partir da conquista da
Unipampa, instalada em dez municípios, também
começa a mudar.
Afinal, como disse o presidente Lula, em
Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun-ciou
a criação de nossa universidade: “Atrás de
uma universidade vai o conhecimento, vai a pos-sibilidade
de desenvolvimento, vai a geração de
emprego e vai a formação de gente pobre que
nunca sonhou fazer uma universidade”.
Nas próximas páginas contaremos a história
da conquista e as transformações que a Unipam-pa
está produzindo no Pampa Gaúcho.
2. Conquista que veio das ruas
Até a publicação da Lei Federal nº 11.640,
de 11 de janeiro de 2008, que criou a Unipam-pa,
um longo caminho precisou ser percorrido. A
ampla mobilização popular realizada entre os me-ses
de abril e julho de 2005 em 23 municípios da
Fronteira Oeste e Campanha, que levou mais de
70 mil pessoas às ruas, foi decisiva.
Tudo começou quando a direção da Univer-sidade
da Região da Campanha (Urcamp), bus-cando
alternativas para enfrentar uma das piores
crises da instituição em seus 50 anos de vida,
procurou o então prefeito de Bagé, Luiz Fernando
Mainardi, e o deputado federal Paulo Pimenta. O
professor Arno Cunha, que ocupava a reitoria, re-latou
a Mainardi e Pimenta a aflitiva situação no
dia 27 de fevereiro de 2005.
Os dois entraram em campo e marcaram
agenda com Tarso Genro, que era ministro da
Educação. A Urcamp queria apoio para um plano
de estabilização que possibilitasse encaminhar
solução para a dívida de R$ 50 milhões e permi-tisse
captar recursos para um programa de inves-timentos
que levassem à modernização.
No encontro do dia 10 de março, Tarso pro-pôs
duas medidas. A curto prazo, com apoio dos
técnicos do MEC, a elaboração de um plano de
captação de verbas juntos às agências oficiais de
financiamento. A médio prazo, a mobilização para
incluir a universidade no Plano de Expansão do
Ensino Universitário, que começava a ser gestado
pelo Governo Federal.
As propostas foram apresentadas ao Conse-lho
da Fundação Atilla Taborda, mantenedora da
Urcamp, no dia 24 de março e uma semana de-pois
estava formada a Comissão de Mobilização.
O primeiro ato público pela federalização da Ur-camp
aconteceu no Ginásio Corujão, em Bagé, no
16 de maio, reunindo cerca de três mil pessoas.
3. Mobilização tomou as cidades
A partir do primeiro ato, o movimento tomou
os 23 municípios da área de abrangência das Ur-camp.
Caminhadas, carreatas, mateadas e comí-cios
foram realizados em toda a região, levando
milhares de pessoas às ruas para reivindicar a fe-deralização
da Urcamp. Foi, sem dúvidas, o maior
movimento popular já realizado na região.
Diante das dificuldades legais e institucio-nais
de federalização da Urcamp, a luta foi dire-
O grande dia
O dia 27 de julho de 2005 vai entrar para
a História da região. Nesta data, Lula, diante de
aproximadamente 40 mil pessoas, reunidas na
Praça Silveira Martins, anunciou a criação da Uni-pampa,
hoje considerada uma das maiores obras
já realizadas por um governo em favor do desen-volvimento
da Metade Sul do Rio Grande do Sul.
Bagé se preparou e se enfeitou para receber
as milhares de pessoas que vieram de 22 municí-pios
e que estavam integradas ao movimento que
superou barreiras ideológicos, religiosas e até clu-bísticas.
Era uma luta de todos e para todos. Mais
de 250 ônibus se dirigiram para Bagé levando
pessoas que queriam ser protagonistas de uma
cionada para a conquista de uma Universidade
Federal para a região.
O movimento deu certo. Mainardi, Pimenta
e Arno, acompanhados de Tarso, mantiveram, au-diência
com Lula no dia 14 de junho, em Brasília,
data em que foi confirmada a ida do presidente da
República a Bagé no dia 27 de julho para anunciar
a criação da Universidade Federal do Pampa.
conquista que mudaria suas vidas, as vidas de
suas cidades e a vida da região.
Em Bagé, Mainardi decretou ponto faculta-tivo
na Prefeitura e garantiu passe livre no trans-porte
municipal. O comércio e os bancos fecha-ram
no início da tarde.
O povo não se decepcionou. Lula anunciou,
naquela tarde ensolarada de inverno, que Bagé e
região teriam uma universidade com campus em
outros nove municípios. Foi uma grande festa que
os que lá estavam até hoje não esquecem e nem
esquecerão.
4. De braços abertos
Uma universidade nova exige
uma nova política de acolhimento es-tudantil,
feita por professores e funcio-nários,
mas principalmente pelas as-sistentes
sociais, através do Núcleo de
Desenvolvimento Educacional (Nude),
setor ligado à Coordenação Acadêmica
responsável pela Assistência Estudan-til
e Apoio Pedagógico.
No campus de Caçapava, Liara
Londero de Souza atua como assisten-te
social. Ela explica que a instituição
de ensino tem como objetivo uma rela-ção
humanizada com seus alunos, que
se faz necessária por eles virem de to-das
as partes do Brasil, precisando ser
acolhidos e orientados sobre diversos
assuntos, que vão desde informações
sobre serviços de saúde a local de mo-radia.
Expectativa de bons negócios
Pensando em ser patrão de si
mesmo, Rodrigo Rodrigues Dorneles,
deixou o trabalho rural para abrir uma
lanchonete no centro da cidade. Com o
início das atividades da Unipampa na
sua sede original, veio o pedido dos aca-dêmicos
estudantes, que frequentavam
o local, para que o comerciante fosse
para perto do campus. Há dois anos,
Dorneles analisou os pedidos e resolveu
mudar a sede, já que ele seria o único
comércio em frente a Universidade.
Instalado há pouco tempo na
Vila Batista, bairro onde está localiza-
Oportunidade aproveitada
Da Bahia, mais especificamen-te,
Ubaíra, veio o jovem de 24 anos,
Liara entende a relação quase
como maternal e se sente responsável
pelo bem estar dos estudantes. Assim
como a profissional, os professores
também se preocupam com seus alu-nos
e a procuram para relatar casos
se o desempenho de algum estudante
caiu. “Nós chamamos o estudante e
procuramos saber se ele está passan-do
por algum problema e se podemos
ajuda-lo”.
A forma de recepção aos aca-dêmicos
também está ligada à faixa
etária deles. Normalmente ainda são
muito jovens e estão acostumados ao
ritmo escolar. “Eles não tem mais que
percorrer um longo caminho para che-gar
à universidade. Não tem a trajetó-ria
até o acesso, porque hoje ele está
democratizado”.
Ainda como característica do
campus, a assistente social relata que
os estudantes são predominantemen-te
das classes C e D, e que por isso pre-cisam
com mais frequência do auxílio
de bolsas, para poder se manter na ci-dade.
“Nós conhecemos os nossos alu-nos,
sabemos a história de cada um”,
conclui.
do o campus, conta que o negócio está
se firmando e que viu na universidade
uma forma de crescimento pessoal e
econômico, servindo refeições e bebi-das
para a comunidade acadêmica.
O pequeno empresário ainda
emprega três funcionários que auxi-liam
ele e a esposa a atender os estu-dantes,
que somam 95% do seus clien-tes.
“Antes da universidade, a cidade
era parada, hoje está bem diferente”,
reconhece.
Leonardo Santos Souza. Filho único de
dona de casa e de carpinteiro, ele dei-xou
a sua cidade para cursar Geologia
na Universidade Federal do Pampa.
A escolha por Caçapava do Sul
se deu pelo tamanho da cidade, pare-cido
com a sua. O custo de vida tam-bém
foi levado em consideração. Sem
esquecer do perfil geológico do lugar,
que possibilita pesquisas na sua área
de atuação.
Único a fazer ensino superior na
sua família, ele diz que sente saudades
dos amigos e da família, que é quem
o ajuda a se manter longe de casa. “A
minha mãe tem muita credibilidade na
cidade. Ela pede dinheiro emprestado,
diz que é para me mandar, e as pesso-as
emprestam”. A confiança, se orgu-lha
o acadêmico, é herança do seu avô,
que sempre comprou fiado e honrou as
dívidas. Além da ajuda financeira da fa-mília,
ele começará a receber a Bolsa
Permanência, que vai auxiliar nas suas
despesas. Souza divide apartamento
com mais dois estudantes, um deles
seu conterrâneo. “Eu falei para ele dos
cursos que tinham aqui e ele se inte-ressou.
Passou no ENEM e veio”.
A Unipampa proporcionou uma
mudança na vida do baiano, que estu-dou
em escola pública e sempre teve
“gosto” pelos estudos. “A Unipampa
oferece oportunidade para todos que
querem ingressar numa universidade
pública”, finaliza.
5. Campus Caçapava do Sul investe no
desenvolvimento de novas práticas pedagógicas
Um dos cursos ofertados no campus de Caçapava
do Sul é o de Licenciatura em Ciências Exatas. A graduação
possibilita a formação em Física, Química, Matemática e Te-orias
do Conhecimento.
Oferecido no turno da noite, os professores da ins-tituição
Ângela Maria Hartmann e Márcio André Rodrigues
Martins, entendem que o curso atende a demanda da co-munidade
do município. Por isso, a graduação tem, predo-minantemente,
estudantes caçapavenses.
Um dos destaques da licenciatura é a interação dos
acadêmicos com as escolas, por meio do Programa de Bolsa
O mercado imobiliário engrenou
Há mais de 30 anos sem um
novo loteamento, o mercado imobiliá-rio
de Caçapava do Sul foi impactado
positivamente pela chegada da Uni-pampa,
trazendo consigo centenas de
novos moradores, que precisaram de
uma residência na localidade.
Para Eraldo Vasconcelos de
Souza, proprietário de imobiliária da ci-dade
e construtor, concomitantemente
com o crescimento da procura, tam-bém
houve a liberação de crédito ha-bitacional
pelo Governo Federal, o que
impulsionou novas construções.
Porém, com o número cada vez
maior de estudantes que chegam ao
de Iniciação à Docência (PIBID). Os docentes explicam que a
cada nove estudantes em atividade nas escolas, um profes-sor
programa ainda oferece formação continuada para os edu-cadores.
prática, que antes eram distantes”.
estudantes contam com recursos, como o Laboratórios Inter-disciplinares
recursos para se apresentar como um novo espaço para o de-senvolvimento
púbicas é uma forma de dar acesso aos que estariam de
fora, pois deixa de ser para poucos. “Repensar o Estado sem
perder em qualidade é dar conta da diversidade”.
Sanitária e Ambiental, Geofísica, Geologia e o Curso Supe-rior
município todo o ano, os investimentos
em construção civil começaram a ser
feitos. Souza foi um dos que aprovei-tou
o momento e já tem projeto para
a construção de kitnetes. O perfil do
imóvel vai atender ao público universi-tário.
“A economia é uma roda denta-da,
quando um setor se mexe, todos os
outros se mexem também”.
Pela sua observação, as loca-ções
foram o que mais tiveram aqueci-mento.
Há 18 anos no ramo, ele conta
que um imóvel não chega a “esquen-tar”
na imobiliária, logo já é alugado.
“Eu poderia dizer que no mínimo do-brou
o número de locações”. A deman-da
Unipampa: a conquista do século
da rede de ensino ganha uma bolsa para supervisão. O
“O PIBID possibilita a articulação entre a teoria e a
Ainda pensando na relação universidade- escola, os
de Formação de Educadores (Life), que recebe
de novas metodologias voltadas para a inova-ção
das práticas pedagógicas com o uso de mídias eletrônicas.
Para os professores, a expansão das universidades
O campus com 691 alunos, 44 professores e 32 téc-nicos-
administrativos, abriga ainda os cursos de Engenharia
de Tecnologia em Mineração. Além do Mestrado Profis-sional
em Tecnologia Mineral e da Especialização em Educa-ção
Científica e Tecnológica.
também propiciou a abertura, de
pelo menos, duas nova imobiliárias.
Funcionário público aposentado, o engenheiro José Erli Vargas, era prefeito em 2005. Elei-to
pelo PMDB, ele lembra com clareza da mobilização para a instalação da Unipampa em Caçapa-va
do Sul. Os setores econômicos e a comunidade se uniram para dar força ao projeto do Governo
Federal, que culminou com a consolidação da Universidade Federal do Pampa em 2006, recorda
Vargas. Na concepção do engenheiro, que governou o município por dois mandatos (1997-2000
e 2005-2008), a Universidade é o maior avanço dos últimos cem anos para a cidade, que vinha
enfrentando dificuldades desde que parou a extração de minérios nas Minas do Camaquã.
Por saber a importância de cursar um nível superior, o aposentado enfatiza que o im-pacto
da instalação não é só econômico, mas também no consumo do comércio, do setor de
alimentação e imobiliário e nas questões culturais. “Eu achei que a mudança fosse demorar
mais para ser vista. Mas não, hoje já é possível ver como a cidade se modificou”. Ele conta que
há interação com pessoas de outros estados, a troca de informações, vê mais carros na rua,
mais movimento no centro da cidade. A instalação foi, de acordo com o engenheiro, a saída
mais benéfica para Caçapava. “Não tinha outra coisa que pudesse mudar o perfil econômico da
cidade”. Para ele, o crescimento da Unipampa não tem limites.
6. Universidade em construção
Desde o dia 15 de setembro de 2006, quan-do
o então ministro da Educação, Fernando Ha-dad,
hoje prefeito de São Paulo, proferiu a aula
inaugural da Unipampa, no município de Bagé,
a universidade vem num constante processo de
construção. Muitas obras já foram feitas. Muitos
equipamentos adquiridos.
Mas ainda há um caminho a percorrer, que
vem sendo palmilhado de acordo com a grandeza
do projeto. Não é uma universidade qualquer. É,
na verdade, uma universidade que se constrói na
diversidade do Pampa, com interação para além
dos dez municípios em que está instalada, pois
desenvolve ações em todo o seu entorno.
Somente entre os anos de 2009, época em
que a Unipampa se desvinculou das Universida-des
Federais de Santa Maria e Pelotas, e o pri-meiro
semestre de 2014, já foram investidos R$
238.799.142,36, dos quais R$ 129.563.838,78
em obras e R$ 109.235.303,58 em equipamentos.
A folha de pagamento saiu de R$ 1.400.898,95
em agosto de 2008 para R$ 12.807.291,82 no
mês de agosto deste ano. Cresceu mais do que
dez vezes, o que bem dimensiona a expansão da
Unipampa.
Os reflexos são sentidos de forma direta
em todas as cidades em que estão instalados os
campus da nova universidade. E não são apenas
de ordem econômica. Lideranças empresariais e
políticas atestam que houve grandes transforma-ções
sociais e culturais nos municípios.
Estrutura básica está montada
A estrutura física básica da Uni-pampa
já está montada. Prédios e la-boratórios,
com equipamentos de pri-meira
linha, funcionam a pleno. Neste
momento, estão sendo montados os
restaurantes universitários e já come-çaram
a ser construídas as casas de
estudantes.
Quatro restaurantes já estão fun-cionando
e, até o final do ano, come-çam
a operar mais dois restaurantes,
um em Bagé e outro em Dom Pedrito.
Para o campus de Uruguaiana, que
funciona em prédio adquirido da PUC,
está em fase de contratação de empre-sa
que servirá as refeições a preços
subsidiados.
As obras das casas dos estudan-tes
já estão acontecendo. Cada cam-pus
terá uma casa. Em Santana do
Livramento, cidade onde a instituição
não possui terreno, foi locado um imó-vel,
que já está em funcionamento.
7. Cursos estão em fase de consolidação
Recebendo 3.120 alunos por ano, a Uni-pampa
saiu de 30 cursos de graduação que fun-cionavam
em 2006 para os atuais 63. Estes se
encontram em fase de consolidação. Os que fo-ram
avaliados até agora obtiveram notas entre 4
e 5. Uma excelente avaliação que tem como nota
máxima o 5.
Hoje são cerca de 12 mil alunos, sendo 11
mil em cursos de graduação e mil na pós-gradu-ação.
Mas, ainda há espaço físico para abrigar
novos estudantes. Para isso, é necessário obter
sucesso nas pactuações negociadas junto ao Mi-nistério
da Educação para aumentar a oferta de
cursos noturnos.
No horizonte da criação de novos, a univer-sidade
trabalha com a perspectiva de montar cur-sos
de Medicina e Direito.
Cerca de 2.500 alunos formados
A Unipampa, que conta, hoje, com 716 pro-fessores
e 696 servidores, já formou 2.481 alunos
desde 2010. Somente em 2013 foram graduados
727 estudantes. Com 63 cursos de graduação, a
universidade tem hoje com cerca de 9,9 mil estu-dantes,
devendo abrigar, quando estiver efetiva-mente
implantada, 12 mil estudantes.
A instituição mantem 781 alunos bolsistas,
sendo 208 na área de ensino, 251 na extensão
e 322 em pesquisa. O acervo das bibliotecas é
de aproximadamente 190 mil exemplares, entre
livros, periódicos e outras mídias.
Em todas as unidades, funcionam 81 grupos
de pesquisas que desenvolvem 803 projetos, 16
cursos de especialização e a produção científica
já alcançou a soma de 2.681 trabalhos.
8. A Unipampa é de todos e para todos
Se tem uma coisa de que nós não nos arrepende-mos
é do nosso envolvimento no processo que resultou na
conquista de uma Universidade Federal para nossa região.
Este era um sonho de nossa geração que se transformou
em bandeira de lutas desde à época em que, jovens estu-dantes,
liderávamos o movimento estudantil em Santa Ma-ria
e Bagé. E uma possibilidade concreta para impulsionar o
crescimento da Campanha e da Fronteira Oeste.
Quando aceitamos o desafio proposto pelo ministro
Tarso e passamos a coordenar a ampla mobilização que to-mou
conta da região estávamos convencidos de que esta
era uma das mais importantes contribuições que podería-mos
oferecer para o nosso desenvolvimento. Foi com esta
certeza que nos jogamos de cabeça e corpo nesta emprei-tada,
cientes do papel de homens públicos comprometidos
com as transformações necessárias para que o Brasil e o
Rio Grande avancem cada vez mais.
Percorremos milhares de quilômetros viajando por
23 cidades. Participamos de dezenas de reuniões nos mu-nicípios,
em Porto Alegre e Brasília. Estivemos com o pre-sidente
Lula, com o então ministro Tarso Genro e seus as-sessores
no Ministério da Educação. Mas, não cansamos.
Pelo contrário, cada atividade nos dava a certeza de que o
caminho era esse e que estávamos no rumo certo.
No dia 27 de julho de 2005, em Bagé, quando ou-vimos
o presidente Lula anunciar a criação da Unipampa,
vibramos junto com as 40 mil pessoas que tomavam a Pra-ça
Silveira Martins e várias quadras da Avenida Sete de Se-tembro.
Hoje, ao percorrer estes municípios e presenciar os
avanços já produzidos em menos de uma década, conversar
com pessoas que mudaram suas vidas, receber agradeci-mentos
de pais e familiares que conseguiram ver os sonhos
de filhos e parentes realizados, nos damos conta da grande-za
do que foi a conquista da Unipampa.
Não devemos e nem podemos esquecer o apoio
estimulador do atual governador Tarso Genro. Foi ele que,
na condição de ministro de Educação orientou os nossos
passos, fazendo com que o nosso norte estivesse em con-sonância
com a política do Governo Federal. Tarso é parte
importante desta conquista.
Devemos, por outro lado e por um dever de justiça,
reconhecer que não fosse a sensibilidade do presidente
Lula não teríamos esta conquista. Um operário, portador de
diploma de curso técnico, que vislumbrou nos investimen-tos
em educação uma alternativa para o desenvolvimento
do País e, acima de tudo, de inclusão social, é o grande res-ponsável
por tudo isso.
Política, aliás, que tem continuidade com a presiden-ta
Dilma, que ampliou os repasses para a educação e que
também sabe da importância da emancipação dos pobres
e menos favorecidos, caminho que fica mais curto com a
formação e qualificação profissional. A Unipampa, portanto,
é uma vitória de todos nós. A Unipampa é de todos e para
todos.
Luiz Fernando Mainardi
Deputado Estadual
Paulo Pimenta
Deputado Federal