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29-08-2014 Luzia
Era final de inverno... 
Mais um ano havia 
passado e não se chegara 
a nenhuma conclusão.
Os partidários das diversas facções, dia após dia, perdiam-se em 
longas e intermináveis discussões sobre esta ou aquela candidata, 
sem chegarem a um consenso.
Decantava-se a beleza da papoula, as 
qualidades das alfazemas, o perfume 
dos cravos, as virtudes de pureza e 
humildade de lírios e violetas. 
Tudo em vão...
Num canto despretensioso do mundo, onde as espécies vegetais 
cresciam silenciosamente, um pequeno arbusto travava sua luta diária 
pela sobrevivência, alheio a toda sorte de discussões.
Conformado com sua forma tosca, retorcida, prenhe de espinhos pontiagudos e 
consciente de que nunca alcançaria a beleza de um dente-de-leão, acostumara-se a 
ser desprezado e humilhado sem, no entanto, deixar de prestar atenção nas 
pequenas criaturas que dependiam de sua existência para sobreviver.
A elas dedicava a sua vida, emprestando a segurança de seu tronco e 
ramos para abrigar insetos das chuvas e ventanias. 
Era feliz pois, se não tinha a beleza, tinha a utilidade. E isso lhe bastava.
Naquela manhã fria de final de invernia, ainda não 
totalmente desperta da noite, a plantinha rude viu 
despregar do céu uma linda estrela cor de prata.
Sorrindo, acompanhou-lhe a trajetória 
em arco perfeito pelo céu escuro, 
descendo, descendo... em direção à 
floresta ainda adormecida.
Era tão suave e linda aquela forma que, 
instintivamente, todos na floresta, árvores, 
arbustos, pássaros e flores, acordados pela luz 
repentina, curvavam-se para vê-la passar.
A estrela flutuou entre sorrisos, agradecendo 
a simpatia da floresta, até chegar perto do 
arbusto cheio de espinhos. 
Aproximou-se lentamente da plantinha e 
falou-lhe docemente:
Não te inscrevestes na eleição da 
rainha das flores, por isso vim 
pessoalmente buscar-te... 
Mas, senhora... Gaguejou a planta. 
Eu? Como posso aspirar a ser rainha 
de qualquer coisa... Não vedes o 
quanto sou feia!!
O Senhor da Vida ordenou-me 
que viesse buscá-la... 
Se este é o seu desejo... aqui me 
tendes, senhora... 
E partiram em um rastro de luz, 
na direção do Conselho das 
flores.
As demais candidatas riram-se da pretensiosa intenção 
daquele feio arbusto. 
A platéia silenciou quando entrou no ambiente a 
primavera, anunciada pelo som de mil clarins.
O arbusto, espantado, reconheceu a 
estrela que a trouxera até ali. 
Então, senhores conselheiros - 
questionou a primavera - o Senhor da 
Vida deseja saber se já encontraram a 
legítima representante de seu reino.
Não, senhora. Estávamos para decidir-nos, quando fomos 
interrompidos pela vaidade dessa planta sem qualidades que aí está. 
Vede! Quanta ousadia...
A primavera voltou-se para a plantinha que chorava 
de vergonha e humilhação e perguntou: 
O que mais desejas nesta vida? E a planta respondeu 
entre lágrimas... 
Amar e ser amada...
A primavera, então, tocou os galhos espinhosos e, 
logo, botões surgiram dos galhos seminus, abrindo-se 
em mil pétalas sedosas, de perfume inesquecível...
Qual é o teu nome? Perguntaram todos. 
Eu sou a rosa...
FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE 
EMAIL: luziagabriele@hotmail.com 
FOTOS: INTERNET 
AUTOR: LENDA - AUTOR DESCONHECIDO 
MÚSICA: THE STYLISTICS WE CAN MAKE 
IT HAPPEN AGAIN 
DATA : 29 DE AGOSTO DE 2014 
Quando o amor tocar os espinheiros do mundo, as 
rosas brotarão em cada alma. Tal é a Lei de amor, 
como ensinou Jesus...

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A humilde planta que se tornou rainha

  • 2. Era final de inverno... Mais um ano havia passado e não se chegara a nenhuma conclusão.
  • 3. Os partidários das diversas facções, dia após dia, perdiam-se em longas e intermináveis discussões sobre esta ou aquela candidata, sem chegarem a um consenso.
  • 4. Decantava-se a beleza da papoula, as qualidades das alfazemas, o perfume dos cravos, as virtudes de pureza e humildade de lírios e violetas. Tudo em vão...
  • 5. Num canto despretensioso do mundo, onde as espécies vegetais cresciam silenciosamente, um pequeno arbusto travava sua luta diária pela sobrevivência, alheio a toda sorte de discussões.
  • 6. Conformado com sua forma tosca, retorcida, prenhe de espinhos pontiagudos e consciente de que nunca alcançaria a beleza de um dente-de-leão, acostumara-se a ser desprezado e humilhado sem, no entanto, deixar de prestar atenção nas pequenas criaturas que dependiam de sua existência para sobreviver.
  • 7. A elas dedicava a sua vida, emprestando a segurança de seu tronco e ramos para abrigar insetos das chuvas e ventanias. Era feliz pois, se não tinha a beleza, tinha a utilidade. E isso lhe bastava.
  • 8. Naquela manhã fria de final de invernia, ainda não totalmente desperta da noite, a plantinha rude viu despregar do céu uma linda estrela cor de prata.
  • 9. Sorrindo, acompanhou-lhe a trajetória em arco perfeito pelo céu escuro, descendo, descendo... em direção à floresta ainda adormecida.
  • 10. Era tão suave e linda aquela forma que, instintivamente, todos na floresta, árvores, arbustos, pássaros e flores, acordados pela luz repentina, curvavam-se para vê-la passar.
  • 11. A estrela flutuou entre sorrisos, agradecendo a simpatia da floresta, até chegar perto do arbusto cheio de espinhos. Aproximou-se lentamente da plantinha e falou-lhe docemente:
  • 12. Não te inscrevestes na eleição da rainha das flores, por isso vim pessoalmente buscar-te... Mas, senhora... Gaguejou a planta. Eu? Como posso aspirar a ser rainha de qualquer coisa... Não vedes o quanto sou feia!!
  • 13. O Senhor da Vida ordenou-me que viesse buscá-la... Se este é o seu desejo... aqui me tendes, senhora... E partiram em um rastro de luz, na direção do Conselho das flores.
  • 14. As demais candidatas riram-se da pretensiosa intenção daquele feio arbusto. A platéia silenciou quando entrou no ambiente a primavera, anunciada pelo som de mil clarins.
  • 15. O arbusto, espantado, reconheceu a estrela que a trouxera até ali. Então, senhores conselheiros - questionou a primavera - o Senhor da Vida deseja saber se já encontraram a legítima representante de seu reino.
  • 16. Não, senhora. Estávamos para decidir-nos, quando fomos interrompidos pela vaidade dessa planta sem qualidades que aí está. Vede! Quanta ousadia...
  • 17. A primavera voltou-se para a plantinha que chorava de vergonha e humilhação e perguntou: O que mais desejas nesta vida? E a planta respondeu entre lágrimas... Amar e ser amada...
  • 18. A primavera, então, tocou os galhos espinhosos e, logo, botões surgiram dos galhos seminus, abrindo-se em mil pétalas sedosas, de perfume inesquecível...
  • 19. Qual é o teu nome? Perguntaram todos. Eu sou a rosa...
  • 20. FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE EMAIL: luziagabriele@hotmail.com FOTOS: INTERNET AUTOR: LENDA - AUTOR DESCONHECIDO MÚSICA: THE STYLISTICS WE CAN MAKE IT HAPPEN AGAIN DATA : 29 DE AGOSTO DE 2014 Quando o amor tocar os espinheiros do mundo, as rosas brotarão em cada alma. Tal é a Lei de amor, como ensinou Jesus...