SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 185
Técnico em
Enfermagem
Módulo I
MICROBIOLOGIA E
PARASITOLOGIA
Introdução
 A microbiologia é uma ciência que deriva da biologia. Ela vem se
desenvolvendo nos últimos tempos, devido à contribuição dos
profissionais da área e demais estudiosos que se dedicam a
conhecer um mundo invisível, aparentemente, como afirmam
Silva; Souza (2013).
 A microbiologia tem como fim estudar os aspectos relativos ao
mundo microbiano, constituído por bactérias, fungos,
protozoários, vírus e algas microscópicas, como ilustra a seguir.
Introdução
Micro-organismos estudados pela microbiologia
Bactérias Archaea Fungos
Vírus Algas Protozoários
História da Microbiologia
 A ciência da Microbiologia iniciou há algumas centenas de anos.
A recente descoberta de DNA de Mycobacterium tuberculosis
em múmias egípcias de 3.000 anos de idade chama a atenção
para a presença desses microrganismos por muito mais tempo
ao nosso redor.
 Na verdade, os ancestrais das bactérias foram os primeiros seres
vivos a aparecer na Terra. Enquanto se sabe relativamente muito
pouco a respeito do que os povos mais primitivos pensavam
sobre as causas, a transmissão e o tratamento das doenças, a
história das poucas centenas de anos passados é mais bem
conhecida.
História da Microbiologia
 De acordo com estudos de Lins (2010), esta área do
conhecimento teve seu início com os relatos de Robert Hooke e
Antony van Leeuwenhoek, que desenvolveram microscópios que
possibilitaram as primeiras observações de bactérias e outros
microrganismos, além de diversos espécimes biológicos.
 Apesar de van Leeuwenhoek ser considerado o "pai" da
microbiologia, os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura de
um bolor, foram publicados anteriormente aos de
Leeuwenhoek. Na verdade, estes dois pesquisadores devem ser
considerados como pioneiros nesta ciência.
História da Microbiologia
 Apesar de muitos estudos acerca do tema, é sabido que a
compreensão da natureza e importância destes microrganismos
progrediu lentamente. Somente no século XIX, com a
disseminação e melhoria dos microscópios e a evolução de
técnicas laboratoriais, a microbiologia ganhou o
reconhecimento. Observar-se-ão a seguir algumas descobertas
históricas importantes acerca do tema.
 O químico francês Louis Pasteur (1822-1895) buscou soluções
para eliminar os micro-organismos existentes no suco de uva,
que seria usado para a produção do vinho. Ele desenvolveu,
então, um método de aquecimento e resfriamento, chamado de
pasteurização, amplamente empregado na indústria alimentícia
hoje em dia.
História da Microbiologia
 O médico alemão Robert Koch (1843 - 1910) tentava encontrar a
causa do carbúnculo, ou antraz, doença que estava dizimando o
gado na Europa.
 Para muitos cientistas da época, era inconcebível que as
doenças fossem causadas por seres invisíveis, mas alguns,
incluindo Pasteur e Koch, acreditavam com convicção que
muitas doenças fossem causadas por micro-organismos.
 Koch, então, descobriu que o agente causador do carbúnculo era
uma bactéria em forma de bastão. Assim, pôde constatar que
bactérias específicas causam doenças distintas.
História da Microbiologia
 Koch é também aclamado pela descoberta do micro-organismo
responsável pela tuberculose, doença que durante o século 19
foi responsável por um sétimo das mortes.
 Utilizando-se das melhorias da microscopia e de técnicas de
coloração, visto que muitos micro-organismos são incolores,
juntamente com suas técnicas de inoculações e cultivo em meio
de cultura, Koch conseguiu isolar a bactéria que causava a
doença, vindo a receber o Prêmio Nobel, em 1905, por esta
descoberta.
História da Microbiologia
 O século XIX e o início do século XX foram conhecidos como a
era de ouro da microbiologia. Além de Pasteur e Koch, muitos
outros cientistas contribuíram para a compreensão do universo
dos micro-organismos e as consequentes aplicações na
pesquisa, indústria e nos avanços na medicina.
 Outro nome importante foi o do microbiologista escocês
Alexander Fleming (1881-1955), que pela sua quase acidental
descoberta abriu novas fronteiras para a produção de drogas
que combatessem os micro-organismos. A contaminação por
bolor (como eram mais conhecidos os fungos) em algumas
placas, nas quais ele cultivava bactérias, chamou sua atenção,
posto que nelas, ao redor do fungo, as colônias de bactérias não
cresciam.
História da Microbiologia
 Este estranho fenômeno levou-o a descobrir que o fungo ali
instalado, o Penicillium notatum, liberava uma substância que
inibia o crescimento dos outros micro-organismos. Surgia, então,
a penicilina.
 Outros cientistas haviam anteriormente identificado e produzido
substâncias com ação antibiótica, porém a descoberta de
Fleming foi um grande avanço,
 pois a produção da penicilina tornou-se rapidamente viável a
partir de um organismo simples, como um tipo de bolor. Muitas
doenças de origem bacteriana puderam ser combatidas
eficientemente com a nova substância
História da Microbiologia
 Os avanços ocorridos nos anos posteriores, nas mais diversas
áreas da ciência, encontraram nos micro-organismos um grande
aliado para a fabricação de medicamentos, melhoria na
produção da indústria alimentícia, mediante técnicas utilizando
transgênicos, além de fornecer importantes informações sobre o
funcionamento de organismos mais complexos.
Importância da Microbiologia
 A microbiologia abrange várias áreas de estudo, tais como:
• Odontologia: estudo de microrganismos associados à placa
dental, cárie dental e doenças periodontais. Estudos com
abordagem preventiva;
• Medicina e enfermagem: doenças infecciosas e infecções
hospitalares;
• Nutrição: doenças transmitidas por alimentos, controle de
qualidade de alimentos, produção de alimentos (queijos,
bebidas);
Importância da Microbiologia
 A microbiologia abrange várias áreas de estudo, tais como:
• Biologia: aspectos básicos e biotecnológicos. Produção de
antibióticos, hormônios (insulina, GH), enzimas (lipases,
celulases), insumos (ácidos, álcool), despoluição (herbicidas
- Pseudomonas, Petróleo), bio-filme (Acinetobacter), etc.;
• Biotecnologia: uso de microrganismos com finalidades
industriais, como agentes de biodegradação, de limpeza
ambiental, etc.
Importância da Microbiologia
 De acordo com Lins (2010), um dos aspectos mais
negligenciados quando se estuda a microbiologia refere-se às
profundas mudanças que ocorreram no curso das civilizações,
decorrentes das doenças infecciosas.
 Durante as guerras, de forma geral, as doenças provocavam um
abatimento físico e moral da população e das tropas, muitas
vezes influenciando no desenrolar e no resultado de um conflito.
Importância da Microbiologia
 A mobilização de tropas, provocando aglomerações, muitas
vezes longas, de soldados, em ambientes onde as condições de
higiene e de alimentação eram geralmente inadequadas,
também colaborava na disseminação de doenças infecciosas,
para as quais não existiam recursos terapêuticos.
 Ao mesmo tempo, em áreas urbanas em expansão, os
problemas mencionados acima eram também de grande
importância, dado que rapidamente as cidades cresciam, sendo
que as instalações sanitárias geralmente eram completamente
precárias. A prática do comércio entre as diferentes nações
emergentes também colaborou para a disseminação dos
organismos para outras populações, muitas vezes susceptíveis
a aqueles agentes infecciosos.
Importância da Microbiologia
 A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas
no desenvolvimento de diferentes civilizações:
• O declínio do Império Romano, com Justiniano (565 AC),
acelerado por epidemias de peste bubônica e varíola;
• Durante a Idade Média várias novas epidemias se sucederam,
sendo algumas amplamente disseminadas pelos diferentes
continentes e outras mais localizadas, tais como: Tifo, varíola,
sífilis, cólera e peste;
Importância da Microbiologia
 A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas
no desenvolvimento de diferentes civilizações:
• Em 1346, houve uma grande epidemia da peste, que se
disseminou pela “rota da seda” (a principal rota mercante para a
China), provocando um grande número de mortes na Ásia e
posteriormente espalhando-se pela Europa, resultando em um
total de cerca de 25 milhões de pessoas mortas, em poucos anos;
• Nos séculos XVI e XVII ocorreram novas epidemias de peste. Em
1566, Maximiliano II da Alemanha reuniu um exército de 80.000
homens para enfrentar o Sultão Soliman da Hungria. Devido a
uma epidemia de tifo, o exército alemão foi profundamente
dizimado, sendo necessária a dispersão dos sobreviventes;
Importância da Microbiologia
 A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas
no desenvolvimento de diferentes civilizações:
• Na guerra dos 30 anos (1618-1648), além do desgaste decorrente
da longa duração do confronto, as doenças foram determinantes
no resultado final;
• No século XVIII (entre 1720 e 1722), uma última grande epidemia
ocorreu na França, matando cerca de 60% da população de
Marselha, de Toulon, 44% em Arles, 30% em Aix e Avignon;
Importância da Microbiologia
 A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas
no desenvolvimento de diferentes civilizações:
• No século XIX, uma grande epidemia de peste originou-se na
China, em 1892, disseminando-se pela Índia, atingindo Bombaim
em 1896, sendo responsável pela morte de cerca de 6 milhões de
indivíduos, somente na Índia;
• Na época de Napoleão, em 1812, seu exército foi quase que
completamente dizimado por tifo, disenteria e pneumonia,
durante campanha de retirada de Moscou. No ano seguinte,
Napoleão perdeu cerca de 220.000 soldados jovens, em
decorrência de doenças infecciosas.
Importância da Microbiologia
 Até a década de 30, ainda e acordo com Lins (2010), o quadro era
este. Foi quando Alexander Fleming, incidentalmente, por assim
dizer, descobriu a penicilina, como já descrito anteriormente.
 Vale ressaltar a importância das diferentes epidemias de gripe
que assolaram o mundo e que continuam a manifestar-se de
forma bastante intensa até hoje, como a H1N1, e o Ebola, que
vem fazendo vítimas a cada dia nos países do continente africano.
 Há, ainda, o problema mundial envolvendo a Aids, o retorno da
tuberculose (17 milhões de casos no Brasil, até o ano de 2008)
e do aumento progressivo dos níveis de resistência aos agentes
antimicrobianos que vários grupos de bactérias vêm
apresentando atualmente.
Principais Características dos
Micro-organismos
 Bactérias:
• Do grego bakteria (bastão), as bactérias são organismos
unicelulares, procariontes, ou seja, não possuem envoltório
nuclear, nem organelas membranosas. Podem ser encontrados na
forma isolada ou em colônias.
• Podem viver na presença de ar (aeróbias), na ausência de ar
(anaeróbias), ou ainda serem anaeróbias facultativas. As bactérias
são um dos organismos mais antigos, com evidência encontrada
em rochas de 3,8 bilhões de anos.
Principais Características dos
Micro-organismos
 Bactérias:
• São microscópicas, com dimensões que variam de 0,5 a 5
micrômetros. As bactérias são conhecidas como os organismos
mais bem-sucedidos do planeta em relação ao número de
indivíduos. A quantidade de bactérias no intestino de uma pessoa
é superior ao número total de células humanas no corpo da
mesma, por exemplo.
• Em relação às formas, de acordo com Lins (2010), a maioria das
bactérias estudadas segue um padrão menos variável, embora
existam vários tipos morfológicos distintos.
Principais Características dos
Micro-organismos
 Fungos:
• São microrganismos considerados um pouco mais evoluídos do
que as bactérias, pois são seres eucariontes (possuem o material
genético delimitado pela membrana nuclear) e além de
unicelulares (leveduras) também podem ser pluricelulares.
• São heterotróficos e obtêm energia dos mais diversos substratos.
Estes organismos também possuem parede celular como as
bactérias, mas nesta há a presença de uma substância quitinosa.
Sua estrutura vegetativa é representada por hifas, cujo conjunto
constitui o denominado micélio.
Principais Características dos
Micro-organismos
 Fungos:
• Até pouco tempo, eram considerados como pertencentes ao reino
Vegetal, mas, pelas considerações feitas acima, a tendência atual é
considerá-los num reino à parte, o reino Fungi.
Principais Características dos
Micro-organismos
 Vírus:
• Os vírus são seres muito simples e pequenos, que medem menos
de 0,2 µm, formados basicamente por uma cápsula proteica,
envolvendo o material genético, que, dependendo do seu tipo,
pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus).
• Por ser um parasita intracelular obrigatório, os vírus não são
considerados organismos vivos, pois quando estes estão fora de
uma célula hospedeira não conseguem realizar nenhuma de suas
funções.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Parede celular:
• A parede celular, pela sua rigidez, forma um estojo que garante a
estabillidade da forma característica da bactéria, protegendo-a de
agressões externas e das variações de pressão osmótica. Esta
estrutura de base da parede das bactérias é específica de cada
espécie bacteriana.
• A composição e a estrutura da parede celular determinam o
comportamento da célula em face de um dos métodos de
coloração bacteriológicos: a coloração de Gram. Este método de
coloração foi desenvolvido pelo médico dinamarquês, Hans
Christian Joachim Gram, em 1884.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Parede celular:
• Trata-se de um tratamento suscessivo de um esfregaço basteriano,
fixado pelo calor, com os reagentes: cristal violeta, lugol, etanol-
acetona e fucsina básica.
• Esta técnica possibilita a separação de amostras bacterianas em
Gram-positivas e negativas, bem como a determinacao da
morfologia e do tamanho das amostras analisadas.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Cápsula:
• Algumas espécies bacterianas elaboram uma volumosa cápsula de
natureza polissacarídica (cuja espessura ultrapassa muitas vezes a
própria espessura da célula).
• sta cápsula desempenha um papel determinante na resistência à
ingestão e à digestão pelas células fagocitárias nos processos
infecciosos, ou participa na aderência dos organismos entre si ou
ao substrato.
• É particularmente o caso do pneumococus Streptococcus
pneumoniae, agente causador de pneumonias bacterianas.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Membrana plasmática:
• A membrana plasmática pode encontrar-se encostada ou
ligeiramente afastada da camada de peptidoglicano pelo espaço
periplasmático. A estrutura desta membrana é semelhante àquela
das células eucarióticas. Na célula bacteriana, a membrana é
suporte de grande parte da atividade metabólica e assegura a
respiração, nas bactérias aeróbias.
• Além disso, a membrana plasmática assegura, assim como nas
células eucarióticas, o transporte seletivo de moléculas e a saída
das enzimas responsáveis pela síntese da parede celular. Existe um
dobramento da membrana celular denominada mesossomo,
responsável pela respiração bacteriana.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Membrana plasmática:
• Na superfície das bactérias encontram-se filamentos proteicos
longos, com 20 nm de diâmetro. Uns são implicados nos
processos de aderência das bactérias entre elas ou a substratos
como os tecidos do corpo humano; são designados por fímbria;
outros intervêm na transferência de material genético entre
bactérias; são designados por pili sexuais. Alguns autores
designam ambos por pili (pilus, pili).
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Genoma:
• O genoma bacteriano ocupa a região central da célula, chamada
por nucleoide. O genoma é constituído por uma única molécula de
ácido desoxirribonucleico (DNA), fechada em anel, com o
cromossomo bacteriano comumente colado à membrana
plasmática.
• O cromossomo não é o único repositório de informação genética
da bactéria. Existem ainda pequenos anéis de DNA, designados
por plasmídeos, com autonomia de replicação.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Genoma:
• Os plasmídeos são responsáveis por características específicas,
tais como: resistência a antibióticos e produção de toxinas.
• Os plasmídeos são transferíveis de uma bactéria a outras, não só
por meio da divisão celular, mas também a partir de estruturas
tubulares, os pili sexuais, que estabelecem a ponte entre duas
bactérias.
• São estes plasmídios os responsáveis pela resistência bacteriana
aos antibióticos.
Constituintes e Morfologia da
Célula Bacteriana
 Flagelos:
• Algumas bactérias são dotadas de capacidade de locomoção. Para
tanto, dispõem de um ou mais flagelos, com cerca de 20 nm de
diâmetro. As espiroquetas possuem um conjunto vasto de
flagelos, enrolados externa e helicoidalmente em volta da célula,
denominados flagelos periplasmáticos.
• Os flagelos estão ancorados por meio
de uma estrutura que atravessa a
parede celular, o espaço periplasmático
e a membrana plasmática, designada
por corpo basal.
Flagelos
Formas Celulares e Tipos de
Colônias Bacterianas
 As células bacterianas podem apresentar forma esférica (coco),
de bastonete (bacilo), espiralada (espirilo) e também de vírgula
(vibrião). As colônias podem ser de dois cocos unidos
(diplococos), oito cocos formando um cubo (sarcinas), cocos
alinhados em cadeia (estreptococos), cocos reunidos em forma
de cacho de uva (estafilococos).
 Os bacilos têm forma de bastonetes, podendo apresentar
extremidades retas (Bacillus anthracis) e arredondadas
(Salmonella, E. coli). Os bacilos exibem menor variedade de
arranjos, sendo encontrados isolados, como diplobacilos ou
ainda como estreptobacilos. Os bacilos podem também
apresentar-se como pequenas vírgulas (Vibrio cholerae).
Formas Celulares e Tipos de
Colônias Bacterianas
 No caso das bactérias espiraladas, sua nomenclatura é bastante
controvertida. Um tipo de classificação divide os espiralados em
dois grupos: as espiroquetas, que apresentam uma forma de
espiral flexível, possuindo flagelos; e os espirilos, que exibem
geralmente morfologia de espiral incompleta e rígida.
 Há ainda formas intermediárias como os cocobacilos; formas
pleomórficas (quando o microrganismo não tem uma morfologia
padrão), tal como Mycoplasma. A Figura 3 a seguir ilustra as
formas celulares das bactérias.
Formas Celulares e Tipos de
Colônias Bacterianas
Cocos e diplococos
Estreptococos Estreptococos
Vibrião
Bacilo Espirilo
Formas celulares bacterianas
Reprodução Bacteriana
 As bactérias se reproduzem com grande rapidez, dando origem
a um número muito grande de descendentes em apenas
algumas horas. A maioria delas reproduz-se assexuadamente,
por cissiparidade, também chamada de divisão simples ou
bipartição, como ilustra a Figura 4 abaixo. Aqui, cada bactéria
divide-se em duas outras bactérias geneticamente iguais,
supondo-se que não ocorram
mutações, ou seja, alterações
em seu material genético.
Reprodução assexuada por bipartição
Esporulação
 De acordo com os estudos publicados no Portal Só Biologia
(s/d), algumas espécies de bactérias, em determinadas
condições ambientais, originam estruturas resistentes
denominadas esporos. A célula que origina o esporo se
desidrata, formando uma parede grossa, cuja atividade
metabólica torna-se muito reduzida.
 Alguns esporos são capazes de se manter em estado de
dormência por dezenas de anos, e, ao encontrar um ambiente
adequado, este se reidrata e origina uma bactéria ativa, que
passa a se reproduzir por divisão binária. Os esporos são muito
resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à
água em ebulição.
Reprodução sexuada
 Bactérias consideram reprodução sexuada qualquer processo de
transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra.
Uma vez transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina
com o da receptora, produzindo cromossomos com novas
misturas de genes.
 Tais cromossomos recombinados serão transmitidos às células-
filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de
uma bactéria para outra pode ocorrer transformação,
transdução ou por conjugação (PORTAL SÓ BIOLOGIA, s/d).
Transformação
 No processo de transformação, a bactéria absorve moléculas de
DNA dispersas no meio e incorpora estas moléculas a sua
cromatina, como ilustra a Figura 5 abaixo. Esse DNA pode ser
proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Tal processo
ocorre espontaneamente na natureza.
 Os cientistas utilizam a transformação como uma técnica de
Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes
espécies em células bacterianas, de acordo com o Portal Só
Biologia (s/d).
Transformação
Processo de transformação das bactérias
Transdução
 A transdução é um processo onde as moléculas de DNA são
transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores
(bactériófagos), conforme ilustra a Figura 6 abaixo.
 Estes, ao penetrar dentro das bactérias, podem eventualmente
incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de
hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA
bacteriano o transfere junto com o seu.
 Neste caso, se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar
a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma.
Transdução
Processo de transdução das bactérias
Conjugação
 Na conjugação bacteriana, os pedaços de DNA passam
diretamente de uma bactéria doadora para uma receptora. Isso
acontece a partir de microscópicos tubos proteicos, chamados
pili, que as bactérias possuem em sua superfície.
 O fragmento de DNA transferido se recombina com o
cromossomo da outra bactéria, produzindo novas misturas
genéticas, que serão transmitidas
às células-filhas na próxima
divisão celular.
Conjugação bacteriana mostrando
o pili sexual
Microbiota Normal Humana
 De acordo com Machado (2008), a microbiota normal humana
desenvolve-se desde o nascimento até as diversas fases da vida
adulta, resultando em comunidades bacterianas estáveis.
 Há fatores que controlam a composição da microbiota em uma
dada região do corpo. Estes estão relacionados à natureza do
ambiente local, tais como temperatura, pH, água, oxigenação,
nutrientes e fatores mais complexos como a ação de
componentes do sistema imunológico.
Microbiota Normal Humana
 Segundo a autora, estima-se que o corpo humano, que contém
cerca de 10 trilhões de células, seja rotineiramente portador de
aproximadamente 100 trilhões de bactérias.
 A composição da microbiota bacteriana humana é relativamente
estável com gêneros específicos ocupando as diversas regiões
do corpo durante períodos particulares na vida de um indivíduo.
A microbiota humana desempenha funções importantes na
saúde e na doença.
Microbiota Normal Humana
 Os microrganismos membros da microbiota humana podem
existir como:
• Mutualistas: nos casos em que protegem o hospedeiro
competindo por microambientes de forma mais eficiente que
patógenos comuns (resistência à colonização), produzindo
nutrientes importantes e contribuindo para o desenvolvimento
do sistema imunológico;
• Comensais: quando mantêm associações aparentemente
neutras sem benefícios ou malefícios detectáveis;
Microbiota Normal Humana
• Oportunistas: nos casos em que causam doenças em indivíduos
imunocomprometidos devido a diversas condições, tais como:
infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, terapia
imunossupressora de transplantados, radioterapia,
quimioterapia anticâncer, queimaduras extensas ou perfurações
das mucosas.
Microbiota Normal Humana
 Machado (2008) afirma também que a microbiota humana
constitui um dos mecanismos de defesa contra a patogênese
bacteriana, porém, ainda que a maioria dos componentes da
microbiota normal seja inofensiva a indivíduos sadios, esta pode
constituir um reservatório de bactérias potencialmente
patogênicas.
 Muitas bactérias da microbiota normal agem como oportunistas
e nestas condições, a microbiota residente pode ser incapaz de
suprimir patógenos transitórios ou alguns membros da
microbiota podem invadir os tecidos do hospedeiro e causar
graves doenças.
Microbiota Normal Humana
 Muitas bactérias da microbiota normal podem agir como
oportunistas. Nestas condições a microbiota residente pode ser
incapaz de suprimir patógenos transitórios, ou mesmo, alguns
membros da microbiota podem invadir os tecidos do hospedeiro
causando doenças muitas vezes graves.
 “Em indivíduos sadios, algumas espécies de bactérias da
microbiota oral causam cáries em 80% da população”
(MACHADO, 2008, p. 10).
Microbiota Normal Humana
 De acordo com Miguel Jr. (2012), os tratos digestivos, urogenital
inferior (especialmente feminino) e respiratório superior (boca,
garganta, nariz e traqueia), além da pele, são áreas onde a
microbiota se instala assim que o indivíduo deixa o útero
materno.
 Toda a microbiota do ser humano pesa cerca de 1,5 kg e tem
atividade metabólica semelhante ao fígado, o maior órgão do
corpo.
Microbiota da Boca e das Vias
Aéreas Superiores
 Para Larissay; Marques; Oyie (2012), quando o indivíduo nasce,
as mucosas da boca e da faringe quase sempre são estéreis, e
podem ser contaminadas durante a passagem pelo canal de
parto. Nas primeiras 4 a 12 horas de vida, os Streptococcus
viridans colonizam, e se tornam os membros mais importantes
da microbiota residente, permanecendo por toda vida. No início
da vida, aparecem também os estafilococos aeróbios e
anaeróbios, os diplococos gram (-) e lactobacilos.
Microbiota Normal do Trato Intestinal
 Ao nascimento o intestino é estéril. Os microrganismos são,
então, introduzidos a partir dos alimentos. Nos lactentes
amamentados ao seio, o intestino é repleto de microrganismos
aeróbios e anaeróbios, e também gram positivos, com destaque
para os estreptococos e lactobacilos, que são produtores de
ácido láctico. O esôfago contém microrganismos provenientes
da saliva e dos alimentos.
 No estômago, o nível de microrganismos se mantém mínimo
devido à acidez gástrica. O pH ácido do estômago protege o
indivíduo de infecções por alguns patógenos entéricos. À
medida que o pH do conteúdo intestinal se torna alcalino, a
microbiota residente aumenta gradualmente.
Microbiota do Trato Geniturinário
 Larissay; Marques; Oyie (2012) afirma que uretra anterior, de
ambos os sexos, contém pequeno número de microrganismos
provenientes da pele. Estes aparecem regularmente na urina
normal eliminada. A microbiota normal da vagina funciona da
seguinte forma: após o nascimento, aparecem lactobacilos
aeróbios que persistem enquanto o pH estiver ácido (várias
semanas).
 Quando, então, o pH se torna neutro (até a puberdade), aparece
uma flora mista composta de cocos e bacilos. Na puberdade, os
lactobacilos aeróbios e anaeróbios reaparecem em grande
quantidade, contribuindo, assim, para a manutenção do pH
ácido.
Microbiota do Trato Geniturinário
 Quando os lactobacilos são suprimidos por algum agente
antimicrobiano, as leveduras ou bactérias aumentam em
número, causando inflamação e irritação local. Após a
menopausa, os lactobacilos diminuem em número, e reaparece
uma flora mista.
 As bactérias que compõem a microbiota normal ajudam a
defender o organismo das bactérias causadoras de doenças, pois
uma vez que as bactérias da microbiota do indivíduo estão
sendo colonizadas, elas inibirão o crescimento de bactérias
patogênicas.
Microbiota do Trato Geniturinário
 Porém, em alguns casos, quando há o desequilíbrio da flora
bacteriana ou quando estas são levadas a outros sítios corporais
pode haver o desenvolvimento de doenças em sítios localizados.
 Um exemplo claro disto, que ocorre principalmente com as
mulheres, é o desenvolvimento de infecção urinária por
bactérias intestinais, que chegaram às vias urinárias por conta
de higiene inadequada.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Tuberculose
• A tuberculose é causada pelo bacilo Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch, uma homenagem ao seu
descobridor, o bacteriologista Robert Koch. A forma mais
frequente e generalizada da doença é a tuberculose pulmonar,
conforme afirma Silva (2012). A tuberculose pulmonar é a forma
mais frequente e generalizada da doença.
• Entretanto, nao é raro que o bacilo da tuberculose afete
tambem outras areas do organismo, tais como a laringe, os
ossos, as articulacoes, a pele, os glânglios linfáticos, o intestino,
além dos rins e do sistema nervoso.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Tuberculose
• A tuberculose miliar consiste num alastramento da infeção a
diversas partes do organismo, por via sanguínea, conforme
afirma Paraná (2010 apud SILVA, 2012). Este é um tipo de
tuberculose pode atingir as meninges, causando infecções
graves denominadas de "meningite tuberculosa".
• O seu contágio ocorre principalmente pelo ar, por conta dos
aerossóis no ar que são expelidas quando pessoas com
tuberculose infecciosa tossem, espirram, falam ou cantam.
Contatos próximos a pessoas têm alto risco de se infectarem.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Tuberculose
• Conforme o paciente tem sucesso em seu tratamento, que tem
a duracao de seis meses, o risco de transmissão diminui
significativamente. Nos primeiros meses, já se observa a
melhora do paciente e, muitas vezes, este tratamento é
interrompido em funcao disto. Entretanto, a eficácia do
tratamento depende que ela seja cumprido até o final, sem
interrupções.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Hanseníase (lepra)
• A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, transmitida pelo
bacilo de Hansen. O agente infeccioso da lepra, nome vulgar da
hanseníase, é o bacilo Mycobacterium leprae, que se multiplica
bem devagar e manifesta-se principalmente na pele, nervos e
membranas mucosas.
• A lepra tem uma ampla gama de possíveis manifestações
clínicas. Os pacientes podem ser classificados como tendo
hanseníase paucibacilar, que é a forma mais leve, caracterizada
por uma ou mais manchas na pele, ou multibacilar, associada a
lesões em congestão nasal e sangramento pelo nariz.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Tétano:
• Causado pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), o tétano é
uma doença infecciosa, não transmissível de um indivíduo para
outro, que pode ocorrer em pessoas não imunes, aquelas sem
níveis adequados de anticorpos protetores (que não foram
vacinadas).
• Os anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela
aplicação da vacina antitetânica, uma vez que a neurotoxina
produzida, Clostridium tetani, em razão de atuar em
quantidades extremamente reduzidas, é capaz de produzir a
doença, mas não a imunidade.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Tétano:
• Os esporos do Clostridium tetani são encontrados
habitualmente no solo e, sem causar o tétano, nos intestinos e
fezes de animais, como cavalos, bois, carneiros, porcos, galinhas,
etc.
• Também podem ser encontrados na pele, no intestino e fezes de
seres humanos, sem causar a doença, principalmente em áreas
rurais.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Tétano:
• Quando em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio), como
no caso dos ferimentos ocorridos em certas condições no
ambiente (solo, poeira, esterco, superfície de objetos -
principalmente quando metálicos e enferrujados), os esporos
germinam para a forma vegetativa do Clostridium tetani, que se
multiplica e produz duas exotoxinas, a tetanolisina, cuja ação
ainda é desconhecida, e a tetanospasmina, uma neurotoxina, e
ambas são disseminadas por meio do sistema circulatório
(sanguíneo e linfático). A tetanospasmina, responsável pelas
manifestações clínicas do tétano, é uma neurotoxina
extremamente potente, capaz de ser letal para seres humanos
em doses de muito pequenas.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Leptospirose:
• A Leptospirose é causada pela Leptospira interrogans. Seu
agente causal pertence ao gênero Leptospira, que são bactérias
espiraladas, longas, finas, pontiagudas, com ganchos nas
extremidades e ativamente móveis.
• A ocorrência de leptospirose está vinculada aos fatores
ambientais, que podem dar lugar a um foco de infecção, cuja
amplitude está na dependência de condições favoráveis.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Leptospirose:
• As bactérias que causam a leptospirose podem permanecer
viáveis em água limpa por até 152 dias, mas não toleram alta
salinidade, dessecação, pH ácido e a competição bacteriana em
meios muito contaminados. A água das chuvas é ideal para a sua
sobrevivência, por exemplo.
• Na zona urbana, principalmente dos grandes centros, durante a
época das chuvas, as inundações se constituem no principal
fator de risco para a ocorrência de surtos epidêmicos de
leptospirose humana.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Leptospirose:
• Localidades com más condições de saneamento básico são as
principalmente acometidas de surtos devido à presença de
esgoto a céu aberto e lixões, proximidade com córregos, os
quais propiciam o contato direto com as águas contaminadas
com urina de roedores (ratos e camundongos) (GENOVEZ,
2009).
https://t1.uc.ltmcdn.com/pt/images/0/5/7/img_quais
_os_sintomas_da_leptospirose_21750_600.jpg
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Gonorreia ou blenorragia:
• Como afirma Avalo (2012), a gonorreia é uma doença
sexualmente transmissível (DST) comum, também conhecida
como blenorragia ou esquentamento. Ela Pode afetar todas as
partes do corpo, embora apareça primeiramente nas áreas
genitais.
• É causada por uma bactéria, o gonococo (Neisseria
gonorrhoeae). Na maioria das vezes, ela é transmitida por meio
da relação sexual. Nos homens, a infecção normalmente começa
na uretra, que é canal urinário, enquanto que nas mulheres, a
bactéria normalmente infecta primeiramente o colo do útero.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Gonorreia ou blenorragia:
• A bactéria pode infectar também a garganta e o reto, após sexo
oral e anal. Um bebê, cuja mãe tenha gonorreia, pode ter seus
olhos infectados durante o nascimento ao passar pelo canal
vaginal, conforme descreve Avalo (2012).
• É possível ter gonorreia sem que haja qualquer sintoma
evidente. Entretanto, quando há sintomas, normalmente eles
aparecem entre 2 e 10 dias após a infecção. Dentre os sintomas
podemos encontrar alguns como apresentados a seguir:
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Gonorreia ou blenorragia:
• Muitas disfunções e doenças sexualmente transmissíveis podem
causar sintomas similares àqueles da gonorreia. Para saber se há
contaminação por gonorreia, o médico examinará uma amostra
do corrimento da uretra do pênis ou do colo do útero.
• Outra forma de teste é um novo exame de urina, chamado de
líquido céfalo-raquidiano (LCR).
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Gonorreia ou blenorragia:
• O tratamento da gonorreia se dá com a prescrição de
antibióticos, administrados por via oral ou por injeções. É
comum que os portadores de gonorreia também estejam
acometidos por chlamidya, que é outra doença sexualmente
transmissível.
• Nestes casos, é provável que se use mais de um remédio, de
modo a curar ambas as doenças. É importante que o paciente
informe ao médico, caso seja alérgico à penicilina.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Sífilis:
• Provocada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma das
doenças sexualmente transmissíveis, cuja transmissão é,
basicamente, por contato sexual sem preservativos.
• Pode também ser transmitida da mãe para o feto. A doença é
dividida em três frases, denominadas de sífilis primária,
secundária e sífilis terciária. O aliado mais poderoso na
prevenção da sífilis é o uso do preservativo.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Sífilis:
• Como publicado pela Revista Bahia (2010), a lesão primária
apresenta-se como um úlcera, (semelhante a uma afta), não
dolorosa nos órgãos genitais, que surge 2 semanas após o
contato sexual.
• Nas mulheres pode passar despercebida, visto que é indolor e
costuma ficar escondida entre os pelos pubianos e a vulva. Esta
úlcera é chamada de cancro duro. Sua particularidade é que,
após 3 a 6 semanas, ela desaparece, mesmo se não houver
tratamento, causando a falsa impressão de cura espontânea.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Sífilis:
• Semanas ou até meses após o desaparecimento do cancro duro,
a doença, então retorna, desta vez disseminada pelo organismo,
tornando-se a sífilis secundária e terciaria.
• Neste estágio, a sífilis se manifesta com erupções na pele,
normalmente nas palmas das mãos e solas dos pés, podendo
ocorrer também em quaisquer outros locais do corpo, com
febre, mal-estar, perda do apetite e aumento dos gânglios pelo
corpo.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Meningite meningocócica:
• Causada por uma bactéria chamada de meningococo, trata-se
de uma inflamação das meninges, que são as membranas que
envolvem o encéfalo e a medula espinhal. A meningite
meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis ou
Neisseria intracelullaris, conhecida também como meningococo,
que é uma bactéria do tipo diplococo que só causa a doença no
homem, não infectando outros animais.
• A transmissão é feita mediante contato direto com secreções da
garganta ou do nariz de pessoas portadoras ou convalescentes.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Meningite meningocócica:
• Estas pessoas liberam os agentes etiológicos no ar, que podem
ser inspirados por outros indivíduos e causar a doença. O
período de incubação é dois a dez dias. A doença meningocócica
evolui em três etapas: nasofaríngea, septicêmica ou
meningococcêmica e meningítica.
• De acordo com Araguaia (2010), a doença chega a matar em
cerca de 10% dos casos e atinge 50% quando a infecção alcança
a corrente sanguínea, sendo este um dos motivos da
importância do tratamento médico.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Meningite meningocócica:
• Os principais sintomas são: febre alta, fortes dores de cabeça,
vômitos, rigidez no pescoço, moleza, irritação, fraqueza e
manchas vermelhas na pele (que são inicialmente semelhantes
a picadas de mosquitos, mas rapidamente aumentam de
número e de tamanho, sendo indício de que há uma grande
quantidade de bactérias circulando pelo sangue).
• Conforme afirma a autora, a doença meningocócica tem início
repentino e evolução rápida, podendo levar ao óbito em menos
de 24 a 48 horas.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Meningite meningocócica:
• Para a confirmação diagnóstica das meningites, retira-se um
líquido da espinha, denominado líquido cefalorraquidiano, para
identificar se há ou não algum patógeno e, se sim, identificá-lo.
• Em caso de meningite viral, o tratamento é o mesmo feito para
as viroses em geral; caso seja meningite bacteriana, será
imprescindível o uso de antibióticos específicos para a espécie,
administrados via endovenosa.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Cólera:
• Como afirmam Pedro; Castiñeiras; Martins (2008), a cólera é uma
doença causada pela bactéria Vibrio cholerae, o vibrião colérico.
É uma bactéria capaz de produzir uma enterotoxina que causa
diarreia. O Vibrio cholerae é transmitido principalmente por meio
da ingestão de água ou de alimentos contaminados.
• Se conseguir vencer a acidez do estômago, alcança o intestino
delgado, onde o meio é alcalino, multiplicando-se intensamente,
principalmente em duodeno e jejuno, e produz a enterotoxina
que pode causar diarreia, com evolução rápida (horas) para
desidratação grave e diminuição acentuada da pressão sanguínea.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Cólera:
• Uma pessoa infectada elimina o V. cholerae nas fezes por, em
média, 7 a 14 dias. A água e os alimentos podem ser
contaminados principalmente por fezes de pessoas infectadas.
• As condições deficientes de saneamento básico contribuem
essencialmente para a disseminação da doença, sobretudo a
falta de água tratada. Mesmo em grandes epidemias, a taxa de
ataque da cólera raramente atinge mais do que 2% da
população.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Cólera:
• No entanto, entre os anos de 1817 e 1923, a doença ocasionou
seis pandemias, e teve sua sétima delas teve início na Indonésia,
em 1961, disseminando-se pela Ásia, Oriente Médio, África e
Europa, chegando a América do Sul em 1991, a partir das
cidades litorâneas do Peru.
• Pedro; Castiñeiras; Martins (2008) revelaram em seus estudos
que no ano de 1992 surgiu na Índia um novo sorogrupo
produtor de enterotoxina, que rapidamente atingiu países como
o Paquistão, Bangladesh e China. No Brasil, a cólera surgiu na
Região Amazônica, no Alto Solimões, causada pelo El Tor.
Principais Doenças Causadas
por Bactérias
 Cólera:
• No entanto, entre os anos de 1817 e 1923, a doença ocasionou
seis pandemias, e teve sua sétima delas teve início na Indonésia,
em 1961, disseminando-se pela Ásia, Oriente Médio, África e
Europa, chegando a América do Sul em 1991, a partir das
cidades litorâneas do Peru.
• Pedro; Castiñeiras; Martins (2008) revelaram em seus estudos
que no ano de 1992 surgiu na Índia um novo sorogrupo
produtor de enterotoxina, que rapidamente atingiu países como
o Paquistão, Bangladesh e China. No Brasil, a cólera surgiu na
Região Amazônica, no Alto Solimões, causada pelo El Tor.
Microrganismos Prejudiciais:
Como Combatê-Los
 De um modo geral, são duas as formas de combate aos micro-
organismos: a profilaxia e o tratamento. Entende-se por
profilaxia o conjunto de medidas voltadas à prevenção,
erradicação ou ao controle de doenças, ou fatos prejudiciais aos
seres vivos. São variadas, em conformidade com o agente
causador da doença.
 De acordo com Araújo (2012), muitas doenças bacterianas e
fúngicas podem ser evitadas com medidas simples, como uma
boa higiene pessoal e do ambiente, com o cozimento
apropriado dos alimentos, bem como com a sua devida
conservação em local, com embalagens apropriadas,
refrigeradas, na maioria das vezes.
Microrganismos Prejudiciais:
Como Combatê-Los
 No entanto, alguns micro-organismos exigem cuidados
especiais, sobretudo se relacionados a práticas hospitalares e
intervenções cirúrgicas. A esterilização de objetos pelo calor,
irradiação ou processo químico, e a assepsia corporal, a partir de
uma série de compostos químicos especiais, podem garantir ao
agente de saúde, bem como ao paciente, maior segurança,
minimizando e até eliminando a contaminação.
 De acordo com a autora, a vacinação também é um modo
profilático de grande ajuda, dado que diminui as taxas de muitas
doenças bacterianas e virais, chegando até a sua erradicação.
Microrganismos Prejudiciais:
Como Combatê-Los
 Araújo (2012) afirma ainda que outro modo de profilaxia está
ligado aos micro-organismos causadores de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DSTs), cujos cuidados estão na
prática de sexo seguro, mediante uso de preservativos.
 No que diz respeito ao tratamento, existe uma gama imensa de
medicamentos que atuam no combate aos micro-organismos
que, por sua vez, já estejam infectando o organismo, como
preconiza a autora.
 De modo geral, as drogas antibacterianas, antivirais e
antifúngicas agem interferindo no metabolismo do micro-
organismo ou em sua reprodução, enquanto que outros, por sua
vez, destroem estruturas da parede ou membrana das bactérias.
Microrganismos Prejudiciais:
Como Combatê-Los
 Entretanto, o tratamento, tal como a profilaxia, vai depender da
especificidade do medicamento e do agente causador da
doença. Isto serve de alerta aos riscos da automedicação, pois,
por exemplo, o uso inadequado de um antibiótico geralmente
acarreta na seleção de bactérias resistentes, necessitando cada
vez mais de dosagens maiores e de antibióticos mais fortes.
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
 Calor:
• Uma população de bactérias que é submetida ao calor tem suas
proteínas desnaturadas. Os lipídios fluidificam na presença de
calor úmido, conforme preconiza a autora. Quando os micro-
organismos perdem a sua capacidade de se multiplicar de modo
irreversível, eles podem ser considerados mortos.
• O calor pode ser observado como úmido ou seco. No que diz
respeito ao seco, trata-se da oxidação. É importante observar
que cada micro-organismo responde de uma forma, de acordo
com a sua resistência, com a quantidade e seus estágios
metabólicos.
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
 Calor:
• Ao tentar eliminá-los, deve-se escolher um método que elimine
as formas mais resistentes. Uma vez submetida ao calor, uma
população microbiana tem a redução do número de indivíduos
viáveis ocorrendo de forma exponencial.
• O que significa dizer que quanto mais tempo se passar exposta
ao calor, menor será a quantidade de micro-organismos em
determinado meio.
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
• Em relação ao calor úmido, os mecanismos utilizados são a
fervura, a autoclavação e pasteurização, conforme descrito
abaixo:
a) fervura: o mecanismo de ação da fervura é a desnaturação
de proteínas. Embora não seja considerado um método de
esterilização, após 15 minutos de fervura pode matar uma
grande quantidade de micro-organismos.
Ressalta-se que não é um método eficaz contra endósporos
bacterianos e alguns vírus. Normalmente, é um método
utilizado em desinfecções caseiras, preparo de alimentos, etc.;
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
b) autoclavação: o mecanismo de ação da autoclavação é a
desnaturação de proteínas. Este é o melhor método a ser
empregado, caso os materiais a serem submetidos à
autoclavação não deformarem pelo calor ou umidade.
A autoclave é um aparelho que trabalha com temperatura e
pressão elevadas. Quando os micro-organismos estão
diretamente em contato com o vapor, a esterilização é mais
eficaz. Este processo é utilizado para esterilização de meios de
cultura, soluções, utensílios e instrumentos;
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
c) pasteurização: este mecanismo também é a desnaturação
de proteínas. Este método foi desenvolvido por Louis Pasteur,
em 1846. Consiste em aquecer o produto em uma determinada
temperatura, por certo tempo e logo após, resfriá-lo.
Com este processo reduz-se o número de micro-organismos,
mas não se pode assegurar a sua esterilização. É um método
bastante utilizado na esterilização de leite, creme de leite,
cerveja, vinho, etc.
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
No que diz respeito ao calor seco, os mecanismos utilizados são a
flambagem, a incineração e os fornos:
a) flambagem: trata-se de um método simples, mas de grande
eficácia, bastando apenas colocar todo só instrumentos
metálicos diretamente sobre o fogo;
b) incineração: é um método igualmente eficaz. Utilizam-no
para incinerar vários tipos de materiais, tais como papéis,
materiais hospitalares, carcaças de animais, etc. Ele é capaz de
oxidar todos os materiais, até que virem cinzas;
c) fornos: este é um método utilizado para esterilizar vidrarias.
Exige cuidado, pois se deve ficar atento à relação tempo x
temperatura.
Mecanismos de Controle de
Crescimento Bacteriano
 Radiação:
• De acordo com Gonçalves (2010), a radiação pode ser ionizante
ou não ionizante, dependendo do comprimento de onda, da
intensidade, da duração e da distância da fonte que será
esterilizada.
a) ionizantes: este é um método que utiliza radiações gama, mas
tem um custo elevado. Formam radicais superativos e destroem
o DNA. É um método comumente utilizado para esterilizar
produtos cirúrgicos que podem ser submetidos ao calor.
b) não ionizantes: neste tipo de radiação a mais empregada é a
luz ultravioleta, que altera o DNA mediante a formação de
dímeros.
Controle do Crescimento de
Micro-organismos com Antimicrobianos
(antibióticos)
 Os antimicrobianos são substâncias que matam ou inibem o
desenvolvimento de micro-organismos, tais como as bactérias,
os fungos, vírus ou protozoários.
 Fazem parte dos antimicrobianos os antibióticos, antivirais,
antifúngicos e antiparasitários.
 Como citado no parágrafo anterior, um dos antimicrobianos é o
antibiótico. Como pesquisado em Emuc (2013), definem-se
como antibióticos as substâncias desenvolvidas a partir de
fungos, bactérias ou elementos sintéticos (aqueles produzidos
em laboratórios farmacêuticos).
Controle do Crescimento de
Micro-organismos com Antimicrobianos
(antibióticos)
 O antibiótico tem como finalidade combater os micro-
organismos (monocelulares ou pluricelulares) que causam
infecções no organismo.
 É necessário observar o cuidado quanto ao uso dos antibióticos,
que prescinde de orientação e acompanhamento médico, pois
do contrário, pode ser prejudicial à saúde. O uso indiscriminado,
além de prejudicar a saúde, pode favorecer o desenvolvimento
de micro-organismos resistentes a determinados antibióticos. O
primeiro antibiótico foi desenvolvido pelo pesquisador inglês,
Alexander Fleming.
Controle do Crescimento de
Micro-organismos com Antimicrobianos
(antibióticos)
 Trata-se da penicilina. Atualmente, a medicina conta com
antibióticos mais potentes, administrados contra diversos tipos
de doenças, tias como a pneumonia, meningite, tuberculose e
as doenças sexualmente transmissíveis, o que requer ainda mais
cuidado em sua utilização (EMUC, 2013).
Características Gerais das
Drogas Antimicrobianas
 Como citado acima, os antimicrobianos são substâncias que
matam os micro-organismos e que dentre as principais se
encontra o antibiótico. As principais características das drogas
antimicrobianas são :
a) Toxidade seletiva: segundo pesquisadores, esta é uma
característica que toda droga antimicrobiana deveria
apresentar, dado que diz respeito à capacidade de atuar de
modo seletivo sobre o micro-organismo, não provando danos
ao hospedeiro;
Características Gerais das
Drogas Antimicrobianas
b) Espectro de ação: esta característica diz respeito à
diversidade de organismos afetados pelo agente. De modo
geral, os antimicrobianos são de pequeno ou amplo espectro.
Hoje em dia, os laboratórios vêm trabalhando, na tentativa de
isolar e purificar antimicrobianos de espectro restrito, de modo
que este atue apenas sobre um determinado grupo de
organismos.
Isto evitaria a resistência bacteriana, e aqueles considerados de
pequeno espectro atuariam de modo específico sobre um ou
um pequeno grupo de micro-organismos;
Características Gerais das
Drogas Antimicrobianas
c) No que diz respeito à síntese, podem ser de origem
microbiana, aquela produzida exclusivamente por micro-
organismos, química, por síntese química, e semissintética;
d) no que diz respeito à ação, as drogas antimicrobianas podem
apresentar características microbiostáticas, com ação direta
para inibir o crescimento bacteriano ou microbicidas, que são
aquelas que atuam inibindo a reprodução bacteriana, porém
exigem maior tempo de tratamento.
Micologia
 De acordo com Martinez (2010), um dos ramos da biologia é
dedicado ao estudo dos fungos – a Micologia ou micetologia.
Por sua origem grega, ‘Mykes’ (cogumelo) + ‘logos’ (estudo), ou
seja, estudo dos fungos, a Micologia já foi considerada um ramo
da botânica, sendo os fungos considerados como plantas
desprovidas de certos órgãos.
 Uma vez tendo evoluído em seu conhecimento, os fungos hoje
não mais são vistos como plantas, tendo para si uma ciência
própria, responsável por seus estudos. Portanto, os fungos
pertencem ao Reino Fungi, e são organismos heterotróficos de
variadas dimensões.
Micologia
 Possuem tamanhos consideráveis, tais como os cogumelos, e
também tamanhos microscópicos, como as leveduras e bolores.
 De acordo com a autora citada no parágrafo anterior, os fungos
se apresentam formados por hifas, com filamentos longos e
ramificados, formando, com conjunto com outras hifas, o talo de
um fungo chamado micélio.
 Os fungos microscópicos não formam hifas. Eles crescem
diretamente de esporos, em esporângios multinucleados.
Micologia
 Há fungos que são estudados no campo médico, pela Micologia
médica. A Micologia médica humana, de acordo com Oliveira
(1999), surgiu com as observações dos pesquisadores
Schoenlein, Langenbeck e Gruby sobre as micoses superficiais a
partir dos anos de 1839.
 Em 1842 já começaram a surgir só primeiros estudos sobre
micetoma e nos anos de 1856 iniciaram-se os estudos sobre
aspergiloses. A partir do início do século XX, a micologia
dermatológica estava inaugurada. Estes estudos, além daqueles
sobre coccidioidomicose e histoplasmose, deram origem ao
conceito de micose doença e micose infecção.
Micologia
 De acordo com o autor, e meados dos anos de 1950 surgiu o
interesse pelo campo das infecções micóticas ocasionais, as
micoses oriundas por fungos oportunistas. Micose é o nome
genérico dado a várias infecções causadas por fungos. Existem
cerca de 230 mil tipos de fungos, mas apenas 100 tipos
aproximadamente que causam infecção.
 Os fungos estão em toda a parte, é inevitável a exposição a eles.
Em condições favoráveis, tais como em ambientes com muita
umidade ou aqueles com calor excessivo, os fungos se
reproduzem e podem dar origem a um processo infeccioso que,
podendo ser superficial ou profundo, dependendo do fungo ou
da região afectada (UNIDERMATO, 2010).
Micoses superficiais
 De acordo com Mello (2012), nesse tipo de micose, os fungos se
localizam na parte externa da pele, ao redor dos pelos ou nas
unhas, e se alimentam de uma proteína chamada queratina.
 Dentre as micoses superficiais mais conhecidas está Tinea pedis,
popularmente chamada por frieira ou pé-de-atleta. Ela atinge a
pele entre os dedos, comumente dos pés. Ela pode vir
acompanhada de uma infecção bacteriana.
Micoses superficiais
 Em alguns casos a cura pode demorar vários meses, como nas
infecções das unhas. A estas dá-se o nome de onicomicose a
infecção fúngica da unha, muito frequente na população adulta,
em particular as unhas dos pés.
 Uma vez que o fungo não está
apto a invadir o corpo, as tinea,
ou frieiras, não são
consideradas perigosas.
http://doctorfeet.com.br/tratamento-pes/imagens-
yaslip/informacoes/tratamento-frieiras-01.jpg
Micoses superficiais
 As micoses denominadas Tinea podem ser de vários tipos, além
da tinea pedis, conforme descrito a seguir:
a) tinea corporis: afeta a pele, é a que possui mais incidência,
causada pelos fungos M. canis ou T.mentagrophytes;
b) tinea cruris: caracterizada por lesões eritemato-escamosas
(vermelhas) em nível das regiões inguinais (zona dos genitais);
Micoses superficiais
c) tinea unguium: tinha das unhas, pode ser causada por
quase todas as espécies de dermatófitos e as lesões
apresentam um aspecto variável, desde simples manchas
esbranquiçadas a espessamentos com destruição da lâmina
externa da unha e hiperqueratose subungueal (unha amarela
grossa);
d) tinea barbae: é causada por agentes dermatófitos zoofílicos
(de animais). A sua incidência, além de baixa, é quase exclusiva
de meios rurais. As lesões são localizadas na face, na zona com
barba e podem ser superficiais (anulares com bordos vesiculo-
pustulosos) ou profundas (massas nodulares infiltradas de cor
vermelho-arroxeada);
Micoses superficiais
e) tinea capitis: a tinha favosa ou favo tem como agente
etiológico T. schoenleinii surge em qualquer idade e é
caracterizada pelo aparecimento de placas escamo-crostosas
de cor amarelada, em forma de favo e com o "cheiro a rato".
Leva à queda do cabelo e pelada definitiva.
Candidíase
 Ainda como micoses superficiais há também a candidíase, que
afeta principalmente as mucosas. A candidíase, especialmente a
vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção nos
genitais.
 Além do prurido e do ardor, ela também provoca dor durante o
coito, e a eliminação do corrimento vaginal em grumos brancos.
Frequentemente, a vulva e a vagina encontram-se inchadas e
irritadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo
períneo, região perianal e inguinal.
Candidíase
 No homem, apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio
e, eventualmente, por um leve edema e pequenas lesões
puntiformes, avermelhadas e pruriginosas.
 As mulheres grávidas são bastante propensas a esse tipo de
infecção, por conta da grande variação hormonal que ocorre
durante este período, do mesmo modo que as mulheres na fase
antes do período menstrual.
 Pacientes com deficiência do sistema imunológico, como os
portadores de AIDS, são bastante sensíveis a essas infecções por
não conseguirem combater esses germes naturalmente.
Pitiríase versicolor (pano branco)
 Outro tipo de micose superficial, de acordo com Mello (2012), é
a Pitíriase versicolor, cujo nome vulgar é o ‘pano branco’ ou
ainda ‘micose de praia’. Trata-se de uma micose causada pela
levedura Pityrosporum ovale.
 O fungo causador da doenca habita a pele de todas as pessoas.
Em algumas delas é capaz de se desenvolver, provocando
manchas brancas ou marrons.
Pitiríase versicolor (pano branco)
 As áreas da pela mais atingidas são aquelas mais oleosas, tais
como a face, o couro cabeludo, o pescoço e a porção superior
do tronco. Formam-se manchas claras acastanhadas ou
avermelhadas na pele, que se iniciam pequenas, pondendo se
agrupar e formar manchas maiores.
 De um modo geral, é uma doença assintomática, mas alguns
pacientes podem apresentar coceira. Sendo uma micos
superficial, não provoca graves danos, senão os de ordem
estética.
Pitiríase versicolor (pano branco)
 Formas mais comuns de contágio das micoses superficiais:
a) Contato com animais de estimação;
b) Compartilhamento de chuveiros públicos;
c) Lava-pés de piscinas e saunas;
d) Ao andar descalço em pisos úmidos ou públicos;
e) Uso de toalhas compartilhadas ou mal lavadas;
Pitiríase versicolor (pano branco)
 Formas mais comuns de contágio das micoses superficiais:
f) Equipamentos de uso comum (botas, luvas);
g) Uso de roupas e calçados de outras pessoas;
h) Uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não
esterilizadas;
i) Contato com material contaminado em geral;
j) Uso de roupas úmidas por tempo prolongado.
Pitiríase versicolor (pano branco)
 Procedimentos que diminuem o risco de se contrair uma micose:
a) Evitar andar descalço em pisos úmidos;
b) Nunca usar toalhas compartilhadas, especialmente se
estiverem úmidas ou mal lavadas;
c) Após o banho, enxugar-se bem, principalmente nas áreas de
dobras, como o espaço entre os dedos dos pés e virilha;
d) Usar sempre roupas íntimas de fibras naturais, como o
algodão, pois as fibras sintéticas prejudicam a transpiração;
Pitiríase versicolor (pano branco)
 Procedimentos que diminuem o risco de se contrair uma micose:
e) Verificar se os objetos de manicure, como alicates, tesouras e
lixas são esterilizados. Melhor ainda se tiver um de uso exclusivo;
f) Em contato prolongado com detergentes, usar luvas e enxagar
as mãos toda vez que usar a esponja;
g) Evitar utilizar pentes ou escovas de cabelo de outras pessoas;
h) Evitar uso de roupas molhadas.
Micoses subcutâneas e profundas
 As micoses subcutâneas e profundas são aquelas que afetam a
profundidade da pele, tais como, Esporotricose e Cromomicose, e
aquelas que se instalam em órgãos internos, como Blastomicose e
Criptococose.
 Na micose subcutânea normalmente a infecção fica restrita à pele,
enquanto que na micose profunda propriamente dita, os fungos
se espalham pela circulação sanguínea e linfática. Podem infectar
a pele e órgãos internos, tais como pulmões, intestinos, ossos e
até mesmo o sistema.
Micoses subcutâneas e profundas
 Formas mais comuns de contágios das micoses subcutâneas e
profundas são:
a) O contato com animais de estimação;
b) Compartilhamento de chuveiros públicos;
c) Os lava-pés de piscinas e saunas;
d) Ao andar descalço em pisos úmidos ou públicos;
e) O uso de toalhas compartilhadas ou mal lavadas;
Micoses subcutâneas e profundas
 Formas mais comuns de contágios das micoses subcutâneas e
profundas são:
f) Equipamentos de uso comum (botas, luvas);
g) Uso de roupas e calçados de outras pessoas;
h) Uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não
esterilizadas;
i) Contato com material contaminado em geral;
j) O uso de roupas úmidas por tempo prolongado.
Micoses subcutâneas e profundas
 Medidas preventivas para diminur o risco de se contrair uma
micose:
a) Procurar usar calçados menos abafados;
b) Evitar andar descalço em pisos úmidos;
c) Nunca use toalhas compartilhadas e/ou mal lavadas;
d) Após o banho enxugue-se bem, principalmente nas áreas de
dobras, como o espaço entre os dedos dos pés e virilha;
e) Use sempre roupas íntimas de fibras naturais como o
algodão, pois as fibras sintéticas prejudicam a transpiração;
Micoses subcutâneas e profundas
 Medidas preventivas para diminur o risco de se contrair uma
micose:
f) Verifique se os objetos de manicure, como alicates, tesouras
e lixas são esterilizados (ou tenha um de uso exclusivo seu);
g) Em contato prolongado com detergentes, use luvas e
enxágue as mãos toda vez que usar esponja;
h) Evite utilizar pentes, escovas de cabelo e travesseiros de
outras pessoas.
Virologia
 De acordo com Andris (2012), a virologia é o estudo dos vírus e
suas propriedades. Por essência, os vírus são “ácido nucléico
envolvido por um pacote protéico”, inertes no ambiente
extracelular, somente sendo capazes de reprodução dentro da
célula hospedeira, por isso são frequentemente classificados
como "parasitas intracelulares obrigatórios", podendo causar
inúmeras doenças no homem.
 As formas de organismos dos vírus são bastante diferencias. Em
comum, todos possuem uma cápsula feita de proteína, onde fica
o material genético destes seres.
Virologia
 Tal material genético sofre modificações com freqüência,
levando ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo
vírus, o que dificulta o seu combate e compromete a eficiência
de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos
específicos de microorganismo, como afirma Andris (2012).
 Um das características que os vírus têm em comum com os
seres vivos é justamente a capacidade de sofrer mutações
genéticas. Praticamente, todos os tecidos e órgãos humanos são
afetados por alguma infecção viral.
 A palavra vírus tem origem latina e significa "veneno", de acordo
com a autora citada acima. Provavelmente este nome foi dado
devido às viroses, que são doenças causadas por vírus.
Virologia
 O corpo humano tem defesas naturais, os anticorpos, que são
proteínas produzidas por células especiais do sangue, que agem
contra os agentes causadores de doenças. A febre, por exemplo,
é um mecanismo de combate às infecções, visto que o aumento
da temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos
glóbulos brancos.
 No entanto, se a temperatura axilar ultrapassar 37,5o Celsius,
deve ser imediatamente tratada pelo médico. De modo geral, as
viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas cada virose tem
seus sintomas próprios e pode ser mais ou menos grave. De
modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas
cada virose tem seus sintomas próprios e pode ser mais ou
menos grave.
Virologia
 Algumas das principais viroses que acometem os seres
humanos:
• resfriado comum;
• Gripe A (H1N1);
• caxumba;
• raiva;
• rubéola;
• sarampo;
• hepatites;
• dengue;
• poliomielite;
• febre amarela
• varicela ou catapora;
• varíola;
• meningite viral;
• mononucleose
infecciosa;
• herpes;
• condiloma;
• hantavirose;
• Aids.
Virologia
 Em relação às formas de prevenção e tratamento, devido ao uso
da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se
difíceis de matar.
 As vacinas para a prevenção de infecções são as formas médicas
mais eficientes nestes casos, além das drogas que tratam os
sintomas das infecções virais.
 É importante afirmar, segundo Andris (2012), que o uso de
antibiótico não é recomendado, dado que são inúteis contra os
vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de
resistências antibióticas em bactérias.
Parasitologia
 Para Neves; De Melo; Linardi (2005), o relacionamento entre os
seres vivos tem como objetivos fundamentais a obtenção de
alimento e/ou a proteção. Na natureza, os seres vivos se inter-
relacionam desde a colaboração mútua (simbiose) até o
predatismo e canibalismo.
 O parasitismo ocorreu, no decorrer da evolução, de uma dessas
associações, quando um organismo menor se sentiu
beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção de
alimento.
Parasitologia
 O parasitismo consiste na associação de organismos de espécies
distintas, na qual apenas um organismo é beneficiado. Este é
chamado parasita, e associação é obrigatória para sua
sobrevivência. Chama-se hospedeiro o organismo que aloja,
“hospeda” o parasita.
 É interessante observar que a predominância das forças de
agressão do parasita tem como consequência o
desenvolvimento de sintomas e patologias, podendo levar o
hospedeiro à morte. Quando as forças de defesa do hospedeiro
são mais eficazes, o agressor é quem morre.
Parasitologia
 No entanto, na maioria das vezes, dá-se um equilíbrio de forças
entre parasita e hospedeiro, o que permite a sobrevivência dos
dois. Os hospedeiros podem ser classificados como:
a) hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasita em fase
de maturidade ou em fase de atividade sexual;
b) hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o
parasita em fase larvária ou assexuada;
c) hospedeiro paratênico ou de transporte: é o hospedeiro
intermediário no qual o parasita não sofre desenvolvimento,
mas permanece encistado, até que o hospedeiro definitivo o
ingira.
Parasitologia
 Vetor é o “veículo” que transmite o parasita entre dois
hospedeiros. Pode ser biológico ou mecânico. Em relação ao
número de hospedeiros, há duas modalidades:
a) monóxenos, que são os parasitas que realizam seu ciclo
evolutivo em um único hospedeiro;
b) heteróxenos, que são os parasitas que só completam seu
ciclo evolutivo passando em dois hospedeiros, pelo menos.
Parasitologia
 Quanto à relação ao tempo de permanência do hospedeiro, esta
pode ser permanente (no caso dos hospedeiros definitivos) ou
acidental (para os hospedeiros intermediários).
 Em relação à especificidade parasitária, os organismos que
parasitam espécies de vertebrados muito próximos são os
chamados estenoxenos, enquanto que aqueles que parasitam
espécies de vertebrados muito diferentes denominam-se
eurixenos.
Parasitologia
 Ainda de acordo com os autores acima citados, atingindo o
homem e agindo como corpo estranho que se instala e cresce
nos tecidos humanos, o parasita começa a alimentar-se à custa
do hospedeiro, metabolizando suas reservas nutritivas para
cobrir as próprias necessidades metabólicas.
 O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários
fatores, tais como: o número de formas infectantes, sua
virulência (severidade e rapidez para provocar infecções), a
idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos,
a associação de um parasita com outras espécies e o grau de
resposta imune ou inflamatória desencadeada.
Parasitologia
 Dito isto, percebe-se que a ação dos parasitas é muito variável,
se apresentando das seguintes formas:
a) ação espoliativa: quando o parasita absorve nutrientes, e até
sangue, do hospedeiro;
b) ação tóxica: resulta da introdução de secreções (toxinas ou
metabólitos) dos parasitas que podem lesar o hospedeiro;
c) ação traumática: ação exercida em nível de células e tecidos.
Os vermes ancilostomídeos, com suas peças bucais, arrancam
pedaços da mucosa intestinal provocando ulcerações sangrantes;
d) ação irritativa: deve-se à presença constante do parasita que,
sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado;
e) ação obstutriva: algumas espécies podem impedir o fluxo de
alimento, bile ou absorção alimentar.
Protozoários
 Os protozoários são organismos microscópicos, unicelulares que
podem ser de vida livre ou parasitas na natureza. Eles são capazes
de se multiplicar em seres humanos, que contribuem para a sua
sobrevivência e permitem também desenvolver infecções graves a
partir de apenas um único organismo.
 A transmissão de protozoários que vivem em um intestino humano
para outro ser humano normalmente ocorre por meio de uma via
fecal-oral (por exemplo, comida ou água contaminada ou contato
de pessoa a pessoa).
 Os protozoários que vivem no sangue ou tecidos de seres humanos
são transmitidos a outros seres humanos por um vetor artrópode
(por exemplo, a partir da picada de um mosquito).
Protozoários
 Os protozoários que causam doença em humanos podem ser
classificados em quatro grupos baseados em seu modo de
locomoção, conforme descrito a seguir:
a) Sarcodina: a ameba (Entamoeba);
b) Mastigophora: os flagelados (Giardia, Leishmania);
c) Ciliophora: os ciliados (Balantidium);
d) Sporozoa: os organismos cuja fase adulta não é móvel
(Plasmodium, Cryptosporidium).
Amebíase
 A amebíase é uma doença causada pelo parasita Entamoeba
histolytica. Ele pode afetar qualquer pessoa, embora seja mais
comum naquelas que vivem em áreas tropicais com condições
sanitárias precárias. O diagnóstico pode ser difícil, porque outros
parasitas podem parecer muito parecidos quando visto sob um
microscópio. As manifestações clínicas da amebíase são
variáveis decorrentes da ação direta do parasita.
 As pessoas infectadas nem sempre se tornam doentes (forma
assintomática). As formas sintomáticas envolvem infecções
intestinais (colite desintérica, colite necrotizante, ameboma,
colite não desintérica) e extraintestinais (amebíase hepática,
pulmonar, cutânea e outras localizações).
Amebíase
 Quanto ao ciclo de vida da amebíase, observam-se os seguintes
passos, uma vez os Cistos e trofozoítos são passados nas fezes:
(1) os cistos são geralmente encontrados em fezes formadas,
enquanto trofozoítos são normalmente encontrados em fezes
diarreicas. Infecção por Entamoeba histolytica ocorre pela
ingestão de cistos maduros na comida contaminada com fezes,
água ou mãos; (2) a mudança da fase de cisto (3) ocorre no
intestino delgado e trofozoítos (4) são liberados, que migram
para o intestino grosso; os trofozoítos se multiplicam, então,
por divisão binária e produzem novos cistos e, em ambas as
fases são passados nas fezes (1).
Amebíase
Ciclo de vida da amebíase
Amebíase
 Por causa da proteção conferida por suas paredes, os cistos
podem sobreviver a dias ou semanas no ambiente externo e são
responsáveis pela transmissão.
 Os trofozoítos nas fezes são rapidamente destruídos quando
fora do corpo, e, se ingeridos, não sobreviveriam à exposição ao
ambiente gástrico.
Amebíase
 Como profilaxia, observa-se o seguinte:
a) tratamento dos casos sintomáticos;
b)detecção e tratamento de portadores assintomáticos
(manipuladores de alimentos);
c) identificação das fontes de infecção;
d) educação sanitária (não ingerir alimentos suspeitos, manter
sanitários limpos, lavar as mãos antes da refeição e após
defecação);
e) saneamento;
f) uso de água filtrada ou fervida.
Giardíase
 A giardíase é uma doença diarreica causada por parasita
microscópico Giardia intestinalis, Giardia lamblia ou Giardia
duodenalis. É uma doença global que infecta cerca de 2% dos
adultos e 6 a 8% das crianças nos países desenvolvidos. Quase
33% das pessoas nos países em desenvolvimento tiveram
giardíase. O parasita é encontrado em superfícies ou em terra,
alimentos ou água que foi contaminada com fezes dos seres
humanos ou animais infectados.
 Os cistos são as formas infectantes, sendo, portanto, responsáveis
pela disseminação. São muito resistentes, permanecendo viáveis
durante dois meses no meio externo. O tratamento da água com
cloro, bem como aquecimento até 60° C, não são suficientes para
sua destruição.
Giardíase
 A água fervida por cinco minutos é efetiva na inativação dos
cistos. A água é o método mais comum de transmissão. A
disseminação está associada, também, a vários fatores, tais como:
verduras, legumes, frutas cruas contaminadas pelos cistos;
alimentos contaminados por manipuladores parasitados; contato
direto pessoa a pessoa, riachos e reservatórios contaminados pela
presença de animais parasitados.
 A maioria dos indivíduos infectados é assintomática. Os sintomas,
quando presentes, caracterizam-se por: diarreia aguda com cólicas
intestinais difusas; constipação intestinal; náuseas e vômitos;
gases; falta de apetite; azia; digestão difícil.
Giardíase
Ciclo de vida da giardíase
Giardíase
 Cistos são formas resistentes e são responsáveis pela transmissão
da giardíase. Ambos os cistos e trofozoítos podem ser
encontrados nas fezes (fase de diagnóstico) (1).
 Os cistos são resistentes e podem sobreviver vários meses em
água fria. A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água
contaminada, alimentos, ou pela via fecal-oral (com as mãos) (2).
No intestino delgado, perde-se a membrana cística e liberam-se os
trofozoítos (cada cisto produz dois trofozoítos) (3).
Giardíase
 Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal,
permanecendo no lúmen do intestino delgado proximal, onde
podem ser livres ou ligados à mucosa por um disco suctorial
ventral (4). Encistamento ocorre enquanto o parasita transita em
direção ao cólon. O cisto é a fase mais comumente encontrada
nas fezes não diarreicas.
 Pode-se evitar a contaminação com procedimentos tais como:
fervura da água para uso doméstico, pois a cloração é ineficiente
para a destruição dos cistos; saneamento básico; educação
sanitária e higiene pessoal; combate aos artrópodes (moscas e
baratas).
Tricomoníase
 A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST)
que acomete tanto homens como mulheres, embora os
sintomas sejam mais comuns em mulheres. Estima-se que 7,4
milhões de novos casos ocorrem a cada ano em mulheres e
homens.
 A tricomoníase é causada pelo parasita protozoário unicelular,
Trichomonas vaginalis, tendo a vagina como local mais comum
de infecção em mulheres, e a uretra (canal da urina), como o
local mais comum de infecção para os homens. O parasita é
sexualmente transmissível, seja do pênis para a vagina, vulva-
coito ou a vulva em contato com um parceiro infectado.
Tricomoníase
 A maioria dos homens com tricomoníase não apresenta sinais
ou sintomas, no entanto, alguns deles podem temporariamente
ter uma irritação no interior do pênis, leve corrimento, ou leve
ardor após a micção ou a ejaculação. Algumas mulheres têm
sinais ou sintomas de infecção, que incluem um corrimento
vaginal amarelo-esverdeada com odor forte.
 A infecção também pode causar desconforto durante as relações
sexuais e ao urinar, assim como irritação e coceira na área
genital feminina. Em raros casos, dor abdominal pode ocorrer.
Os sintomas geralmente aparecem em mulheres dentro de 5 a
28 dias de exposição.
Tricomoníase
 Estudos publicados em CDD (2013c) dão conta de que a
inflamação genital causada por T. vaginalis pode aumentar a
susceptibilidade da mulher à infecção pelo HIV, se ela for
exposta ao vírus. Mulheres grávidas com tricomoníase podem
dar à luz um bebê prematuro e com baixo peso ao nascer.
 De um modo geral, a tricomoníase pode ser curada com
medicamentos prescritos, metronidazol ou tinidazol,
administrados por via oral em dose única. Os sintomas da
tricomoníase em homens infectados podem desaparecer dentro
de algumas semanas sem tratamento.
Tricomoníase
 No entanto, um homem infectado, mesmo um homem que
nunca teve sintomas ou que os sintomas tenham padao, pode
continuar a infectar ou reinfectar a parceira, até que ele tenha
sido tratado. Portanto, ambos os parceiros devem ser tratados
ao mesmo tempo para eliminar o parasita.
 Pessoas em tratamento para tricomoníase devem evitar sexo até
que eles e seus parceiros sexuais recebam o tratamento
completo e não apresentem mais os sintomas. O metronidazol
pode ser utilizado por mulheres grávidas.
Tricomoníase
 É imporatante salientar, que, após o sucesso do tratamento, as
pessoas podem ainda ser suscetíveis à reinfecção. O caminho
mais seguro para evitar a transmissão de doenças sexualmente
transmissíveis é abster-se de contato sexual, ou estar em um
relacionamento de longo prazo mutuamente monogâmica com
um parceiro que foi testado e é conhecido por não ser infectado.
O uso de preservativos pode reduzir a transmissão da
tricomoníase.
Leishmaniose
 A leishmaniose é uma doença transmitida pela picada de inseto,
o flebótomo, ou mosquito-palha. Este é o vetor da doença, que
é causada por protozoários do gênero Leishmania. A infecção
humana é causada por cerca de 21 das 30 espécies que infectam
mamíferos. A leishmaniose inclui duas das principais doenças, a
leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral.
 Muitas espécies de Leishmania infectam animais, assim como os
seres humanos. A distribuição é mundial, mas 90% dos casos de
leishmaniose visceral ocorrem na Índia, Bangladesh, Nepal,
Sudão, Etiópia e Brasil, enquanto 90% dos casos de leishmaniose
cutânea ocorrem no Afeganistão, Argélia, Irã, Arábia Saudita,
Síria, Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia.
Leishmaniose
 A forma mais comum de leishmaniose é a cutânea, que
geralmente aparece como uma ou mais úlceras indolores. A
leishmaniose visceral é uma doença febril, com perda de peso,
aumento do baço e do fígado, e diminui a produção de células
sanguíneas que podem levar a hemorragias, anemia e infecções
com outros microrganismos.
 Sem tratamento, esta forma da doença é quase sempre fatal. A
leishmaniose tegumentar é uma forma rara da doença que pode
ocorrer meses ou anos após a cura de uma úlcera de
leishmaniose cutânea. Esta forma da doença pode afetar o septo
nasal, o palato e outras partes da nasofaringe.
Leishmaniose
 A melhor maneira para os viajantes para evitar a infecção é para
se proteger de mordidas de insetos. Para diminuir o risco de ser
mordido, devem-se evitar atividades ao ar livre, especialmente
desde o anoitecer ao amanhecer, quando flebotomíneos
geralmente são os mais ativos. Ao ar livre, deve-se minimizar a
quantidade de pele exposta.
 Na medida em que o clima permite, devem-se usar camisas de
mangas compridas, calças compridas e meias. É importante que
se aplique repelente na pele exposta, e sob as extremidades das
mangas e pernas. Quando em ambientes fechados, é
recomendável manter-se em áreas com telas para evitar a
entrada dos insetos.
Doença de Chagas
 A doença de Chagas foi nomeada pelo médico brasileiro Carlos
Chagas, que descobriu a doença em 1909. É causada pelo
parasita Trypanosoma cruzi, transmitida para animais e pessoas
por insetos vetores que são encontrados somente nas Américas
(principalmente, nas zonas rurais da América Latina, onde a
pobreza é generalizada).
 Doença de Chagas (infecção por T. cruzi) é também referida
como a tripanossomíase americana.
 A infecção é geralmente adquirida por meio do contato com as
fezes de triatomíneos infectados (ou "barbeiro"), um inseto
sugador de sangue, que se alimenta de humanos e animais.
Doença de Chagas
 Os triatomíneos prosperam em condições precárias de moradia
(por exemplo, paredes de barro, telhados de palha). Portanto,
em países endêmicos, pessoas que vivem em áreas rurais
correm o maior risco de contrair a infecção.
 Ao longo dos anos, os esforços de saúde pública na prevenção
da transmissão da doença de Chagas diminuíram o número de
pessoas infectadas e anularam completamente os vetores de
transmissão em algumas áreas.
Doença de Chagas
 Entretanto, a infecção adquirida a partir de produtos derivados
de sangue, transplante de órgãos ou transmissão congênita
continua a representar uma ameaça.
 O Trypanosoma cruzi é um protozoário heteroxênico com um
ciclo de vida complexo que envolve pelo menos quatro formas
evolutivas e dois hospedeiros, um inseto vetor e o hospedeiro
vertebrado mamífero. Durante seu ciclo de vida, o parasita sofre
alterações morfológicas, ultraestruturais e bioquímicas.
Doença de Chagas
Ciclo de vida da doença de Chagas
Doença de Chagas
 A doença de Chagas tem uma fase aguda e uma crônica. Se não
for tratada, a infecção ocorre ao longo da vida. A fase aguda
ocorre imediatamente após a infecção e pode durar até algumas
semanas ou meses, e os parasitas podem ser encontrados no
sangue circulante.
 A infecção pode ser leve ou assintomática. Pode haver febre ou
inchaço ao redor do local da inoculação (onde o parasita entrou
na pele ou mucosas). Raramente, a infecção aguda pode resultar
em uma grave inflamação do músculo do coração ou do cérebro
e membranas que envolvem o cérebro (CDC, 2013d).
Doença de Chagas
 Após a fase aguda, a maioria das pessoas infectadas entra em
uma forma prolongada assintomática da doença (chamada
"crônica indeterminada"), durante a qual os parasitas poucos ou
nenhuns são encontrados no sangue. Neste período, a maioria
das pessoas não tem conhecimento de sua infecção.
 Muitas pessoas podem permanecer assintomáticas por toda a
vida e nunca desenvolver sintomas relacionados à doença. No
entanto, uma estimativa de 20 - 30% das pessoas infectadas
desenvolverão os sintomas, acarretando sérios problemas ao
longo da vida, com o risco de vir a óbito.
Doença de Chagas
 As complicações da doença de Chagas crônica podem incluir:
arritmia cardíaca, que pode levar à morte súbita; um coração
dilatado que não bombeia sangue bem; uma dilatação do
esôfago ou do cólon, levando à dificuldade de comer ou defecar.
Em pessoas que têm sistemas imunológicos debilitados (por
exemplo, devido à AIDS ou quimioterapia), a doença de Chagas
pode ser reativada com parasitas no sangue circulante.
Doença de Chagas
 As formas mais comuns de prevenção da doença são:
a) A prevenção primária corresponde às ações que impeçam a
transmissão do parasita ao indivíduo suscetível. Envolve o
controle do vetor por combate químico (inseticidas), a melhoria
da habitação e educação sanitária.
O exame prévio do sangue do doador, com pelo menos duas
técnicas sorológicas de alta sensibilidade, que permitem o
controle da transmissão transfusional. Podem-se citar também
o controle da transmissão congênita e o controle das
transmissões acidentais e por transplantes de órgãos;
Doença de Chagas
 As formas mais comuns de prevenção da doença são:
b) A prevenção secundária trata-se de instituir corretamente o
tratamento específico nos casos indicados e manter em boas
condições os doentes, evitando a evolução da cardiopatia
crônica;
c) Cabe ao nível terciário de prevenção a readequação do
paciente e aminimização da incapacidade instalada.
Toxoplasmose
 A toxoplasmose é causada pelo parasita protozoário Toxoplasma
gondii, pertencente ao reino protista, que infecta naturalmente
o homem, os animais selvagens e domésticos e também os
pássaros.
 De acordo com Kawazoe (2005 apud FIALHO; TEIXEIRA; ARAÚJO,
2009), os hospedeiros definitivos são os felídeos, dado que
apenas neles ocorre o ciclo sexuado do parasito, com a
eliminação de oocistos, que esporulam no ambiente, tornando
infectantes. Nos Estados Unidos estima-se que 22,5% da
população de 12 anos foram infectadas com toxoplasma.
Toxoplasmose
 Em vários lugares em todo o mundo, 95% de algumas
populações foram infectadas com toxoplasma. A infecção é mais
frequentemente em áreas que têm climas quentes, úmidos e
baixas altitudes.
 De acordo com Fialho; Teixeira; Araújo (2009), a patogenia e
sinais clínicos são bem variados. Ocorrem alguns casos
benignos, apresentando febre e discreto aumento ganglionar e
também ocorrem os casos graves, compromentendo o sistema
nervoso central, alterações oculares, provocando cegueira ou
aborto.
Toxoplasmose
 A toxoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa, exceto
em casos de mãe para filho (congênita), transfusão de sangue ou
de transporte e transplante de órgãos. Geralmente, as pessoas são
infectadas por três principais vias de transmissão: por alimentos, de
animais para humanos (zoonótica), de mãe para filho (congênita).
 A transmissão por alimentos ocorre por: ingestão de comida mal
cozida, de carne contaminada (especialmente carne de porco e
cordeiro), ingestão acidental de carne mal cozida contaminada
depois de manuseá-la e não lavar bem as mãos (toxoplasma não
pode ser absorvido pela pele intacta), comer o alimento que foi
contaminado por facas, utensílios, tábuas de corte, ou outros
alimentos que tiveram contato com matérias-primas, de carne
contaminada.
Toxoplasmose
 Na transmissão de animais para humanos (zoonótica), os gatos têm
um papel importante na disseminação da toxoplasmose, quando
infectados pela ingestão de roedores infectados, aves ou outros
animais pequenos. Os gatos podem lançar milhões de oocistos em
suas fezes, durante três semanas após a infecção.
 As pessoas podem ser infectadas por: ingestão acidental de
oocistos após tocar ou ingerir qualquer coisa que tenha entrado em
contato com fezes de um gato que contêm Toxoplasma; ingestão
acidental de oocistos presentes no solo (por exemplo, não lavar as
mãos depois de jardinagem ou de comer frutas ou vegetais não
lavados de um jardim);
Toxoplasmose
 beber água contaminada com o parasita Toxoplasma; mãe para
filho de transmissão (congênita); uma mulher que é recém-
infectada com Toxoplasma durante a gravidez pode passar a
infecção para o feto (infecção congênita).
 A mulher pode não ter sintomas, mas pode haver consequências
graves para o feto, tais como doenças do sistema nervoso e os
olhos; raros casos de transmissão (receptores de transplantes de
órgãos podem ser infectados por receber um órgão de um doador
Toxoplasma positivo). Raramente, as pessoas também podem ser
infectados por receber sangue infectado por meio de transfusão.
Laboratório de trabalhadores que lidam com sangue infectado
também pode adquirir a infecção por inoculação acidental.
Ascaridíase
 De acordo com estudos publicados por Cromptom e Keiser e
Utzinger (1999, 2009 apud SOUZA, 2010) estima-se que
aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas estejam infectadas por
Ascaris lumbricoides em todo mundo.
 Embora estes parasitos tenham preferência por locais mais
quentes e úmidos, se pode dizer que eles têm uma distribuição
cosmopolita, encontrando-se dispersos em praticamente todas
as partes do globo terrestre.
Ascaridíase
 A intensidade da infecção é um fator-chave na sintomatologia e
gravidade da doença causada por estes parasitos, quando
estabelecida, donde se pode concluir que a maior parte da
população é portadora assintomática da infecção, segundo os
autores.
 Ascaris, ancilostomídeos, Trichuris são conhecidos como os
helmintos (vermes parasitas). Juntos, eles representam maior
carga da doença em todo o mundo. O parasita vive no intestino
e seus ovos são passados nas fezes de pessoas infectadas.
Ascaridíase
 Se a pessoa infectada defeca fora (arbustos perto, num jardim
ou no campo) ou se as fezes de uma pessoa infectada são
usadas como fertilizantes, os ovos são depositados no solo e
eles podem se transformar em uma forma que é infecciosa.
Ascaridíase é causada pela ingestão de ovos.
 Isso pode acontecer quando as mãos ou os dedos são
contaminados pela sujeira conduzida à boca ao se consumirem
vegetais ou frutas que não foram cuidadosamente cozidos,
lavados ou descascados.
Ascaridíase
 As pessoas infectadas com Ascaris muitas vezes não apresentam
sintomas. Quando ocorrem sintomas podem ser leves e incluem
desconforto abdominal. Infecções pesadas podem causar
obstrução intestinal e prejudicar o crescimento em crianças.
 Outros sintomas, como tosse, é devido à migração dos vermes
pelo corpo. A Ascaridíase é tratável com medicação prescrita
pelo médico.
Ascaridíase
Ciclo de vida da ascaridíase
Ascaridíase
 Como se observa na Figura acima ilustrada, os vermes adultos
(1) vivem no lúmen do intestino delgado. Uma fêmea pode
produzir cerca de 200 mil ovos por dia, que são passados junto
com as fezes (2).
 Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são
infectantes. Os ovos férteis e embrionados tornam-se
infectantes após 18 dias a várias semanas (3), dependendo das
condições ambientais (terra úmida, quente e sombreado).
Depois que os ovos infectantes são ingeridos (4), as larvas
invadem a mucosa intestinal, e são carreadas pela circulação
sistêmica para os pulmões .
Ascaridíase
 As larvas maduras ainda nos pulmões (10 a 14 dias) penetram
pelas paredes dos alvéolos, sobem a árvore brônquica até a
garganta, e são engolidos (7). Ao chegar ao intestino delgado,
que se transformam em vermes adultos (1).
 Entre 2 e 3 meses são necessários a partir da ingestão dos ovos
infectantes para ovoposição por fêmea adulta. Os vermes
adultos podem viver 1-2 anos.
Ascaridíase
 Sintomatologia e patologia da Ascarisíase
a) fase de invasão larvária;
b) síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia, pneumonia);
c) fase intestinal;
d) má digestão, dores abdominais, perda de peso, irritabilidade,
obstrução intestinal;
e) enovelamento de vermes adultos;
f) migração de vermes adultos para outros locais (apêndice,
fígado) – detectável por raios X.
Ascaridíase
 Os vermes adultos podem sair pelo nariz, boca ou ânus.
A melhor maneira de prevenir a ascaridíase é evitando a
ingestão de alimentos que venham de solo que podem estar
contaminados com fezes humanas, quando a matéria fecal
humana ("esterco") ou de águas residuais é utilizada para
fertilizar as plantações; lavar as mãos com água morna e sabão
antes de manipular alimentos; ensinar as crianças a importância
de lavar as mãos para evitar infecção; lavar, descascar ou
cozinhar todos os vegetais crus e frutas antes de comer,
principalmente aquelas que foram cultivadas em solo que foi
adubado com esterco.
Malária
 A malária é uma doença grave, e por vezes fatal, causada por um
parasita que acomete mais comumente um determinado tipo de
mosquito que se alimenta de sangue humano. Pessoas que
contraem malária apresentam febre alta, calafrios, e síndrome
gripal. Embora possa ser uma doença mortal, a malária
geralmente pode ser prevenida.
 Onde a malária é encontrada depende, principalmente, de
fatores climáticos como temperatura, umidade e precipitação. A
malária é transmitida em áreas tropicais e subtropicais, onde os
mosquitos do gênero Anopheles podem sobreviver e se
multiplicar.
Malária
 Os parasitas da malária podem completar seu ciclo de vida no
mosquito (período de incubação extrínseca). Em temperaturas
abaixo de 20°C, o Plasmodium falciparum (agente etiológico da
malária) não pode completar seu ciclo de vida no mosquito, e
assim não pode ser transmitido. Em muitos países com malária
endêmica, a transmissão não ocorre em todas as partes.
 Mesmo em áreas tropicais e subtropicais, a transmissão não irá
ocorrer: em altitudes muito elevadas, durante as estações mais
frias em algumas áreas, em desertos (excluindo os oásis), em
alguns países onde a transmissão foi interrompida por meio de
controle de sucesso/programas de eliminação.
Malária
 Geralmente, nas regiões mais quentes, mais perto do equador, a
transmissão é mais intensa e a malária é transmitida durante
todo o ano. A maior transmissão é encontrada na África ao Sul
do Saara e em partes da Oceania, como Papua Nova Guiné. Em
regiões mais frias, a transmissão é menos intensa e mais
sazonal. Lá, P. vivax pode ser mais prevalente, pois é mais
tolerante e com menor temperatura ambiente.
 Em muitas áreas temperadas, como a Europa Ocidental e os
Estados Unidos, o desenvolvimento econômico e de medidas de
saúde pública conseguiram eliminar a malária. No entanto, a
maioria dessas áreas tem mosquitos Anopheles, que podem
transmitir a malária e a reintrodução da doença é um risco
constante.
Malária
 Após a picada infecciosa pelo mosquito Anopheles, um período
de tempo (o "período de incubação") passa antes do
aparecimento dos primeiros sintomas. O período de incubação
na maioria dos casos varia de 7 a 30 dias. Os períodos mais
curtos são observados com maior frequência por P. falciparum e
os mais longos com P. malarie.
 A forma clássica da malária dura de 6 a 10 horas. É consttuída
por uma fase fria (sensação de frio, tremores), uma fase quente
(febre, dores de cabeça, vômitos, convulsões em crianças
pequenas) e, finalmente, uma fase de sudorese (suor, volta à
temperatura normal, cansaço).
Malária
 Classicamente, mas raramente observada, os ataques ocorrem a
cada dois dias com a "febre terçã" parasitas (P. falciparum, P.
vivax e P. ovale) e a cada três dias com o "quartã" parasita (P.
malariae).
 Mais comumente, o paciente apresenta uma combinação dos
seguintes sintomas: febre, calafrios, suores, dores de cabeça,
náuseas e vômitos, dores no corpo, mal-estar geral. Em países
onde os casos de malária são raros, estes sintomas podem ser
atribuídos à gripe, resfriado, ou outras infecções comuns,
especialmente se a malária não é suspeita.
Malária
 Em contrapartida, em países onde a malária é muito frequente,
os moradores geralmente reconhecem os sintomas como a
malária e tratam-se sem pedir a confirmação de diagnóstico
("tratamento preventivo"). Os achados físicos podem incluir:
temperaturas elevadas, transpiração, fraqueza, aumento do
baço, icterícia moderada, alargamento do fígado.
Microbiologia e a história das civilizações
Microbiologia e a história das civilizações
Microbiologia e a história das civilizações

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 01 Introdução a Microbiologia
Aula 01   Introdução a MicrobiologiaAula 01   Introdução a Microbiologia
Aula 01 Introdução a MicrobiologiaTiago da Silva
 
História e importância da microbiologia
História e importância da microbiologiaHistória e importância da microbiologia
História e importância da microbiologiaFrancisco de Lima
 
Aula Microbiologia Bactérias
Aula Microbiologia BactériasAula Microbiologia Bactérias
Aula Microbiologia BactériasTiago da Silva
 
Epidemiologia das doenças transmissíveis
Epidemiologia das doenças transmissíveisEpidemiologia das doenças transmissíveis
Epidemiologia das doenças transmissíveisRicardo Alanís
 
Biosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemBiosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemGabriela Montargil
 
Aula biossegurança
Aula biossegurançaAula biossegurança
Aula biossegurançaRenatbar
 
Enfermagem o papel e a importância
Enfermagem   o papel e a importânciaEnfermagem   o papel e a importância
Enfermagem o papel e a importânciaCélia Costa
 
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS Nathy Oliveira
 
Introdução a Parasitologia
Introdução a ParasitologiaIntrodução a Parasitologia
Introdução a ParasitologiaSafia Naser
 

Mais procurados (20)

Aula 01 Introdução a Microbiologia
Aula 01   Introdução a MicrobiologiaAula 01   Introdução a Microbiologia
Aula 01 Introdução a Microbiologia
 
História e importância da microbiologia
História e importância da microbiologiaHistória e importância da microbiologia
História e importância da microbiologia
 
Microbiologia
MicrobiologiaMicrobiologia
Microbiologia
 
Parasitologia
ParasitologiaParasitologia
Parasitologia
 
Aula Microbiologia Bactérias
Aula Microbiologia BactériasAula Microbiologia Bactérias
Aula Microbiologia Bactérias
 
Epidemiologia das doenças transmissíveis
Epidemiologia das doenças transmissíveisEpidemiologia das doenças transmissíveis
Epidemiologia das doenças transmissíveis
 
Biosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemBiosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagem
 
Aula 01 (4)
Aula 01 (4)Aula 01 (4)
Aula 01 (4)
 
Introdução à microbiologia
Introdução à microbiologiaIntrodução à microbiologia
Introdução à microbiologia
 
Higiene e profilaxia
Higiene e profilaxiaHigiene e profilaxia
Higiene e profilaxia
 
Infecção hospitalar
Infecção hospitalarInfecção hospitalar
Infecção hospitalar
 
Aula processo-saude-doenca
Aula processo-saude-doencaAula processo-saude-doenca
Aula processo-saude-doenca
 
Microbiologia 1
Microbiologia 1Microbiologia 1
Microbiologia 1
 
Aula biossegurança
Aula biossegurançaAula biossegurança
Aula biossegurança
 
Introdução microbiologia
Introdução microbiologiaIntrodução microbiologia
Introdução microbiologia
 
Enfermagem o papel e a importância
Enfermagem   o papel e a importânciaEnfermagem   o papel e a importância
Enfermagem o papel e a importância
 
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
PATOGENIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS
 
Aula Introdutória de Saúde Coletiva
Aula Introdutória de Saúde ColetivaAula Introdutória de Saúde Coletiva
Aula Introdutória de Saúde Coletiva
 
HistóRia Da Enfermagem No Brasil
HistóRia Da Enfermagem No BrasilHistóRia Da Enfermagem No Brasil
HistóRia Da Enfermagem No Brasil
 
Introdução a Parasitologia
Introdução a ParasitologiaIntrodução a Parasitologia
Introdução a Parasitologia
 

Semelhante a Microbiologia e a história das civilizações

AULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptx
AULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptxAULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptx
AULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptxKarineRibeiro57
 
Apostila Básica de Microbiologia
Apostila Básica de MicrobiologiaApostila Básica de Microbiologia
Apostila Básica de MicrobiologiaMariana Valentim
 
Guerras biológicas e imunidade
Guerras biológicas e imunidadeGuerras biológicas e imunidade
Guerras biológicas e imunidadeMoisés Siqueira
 
14816 aula 01-a_ciência_microbiologia
14816 aula 01-a_ciência_microbiologia14816 aula 01-a_ciência_microbiologia
14816 aula 01-a_ciência_microbiologiaHamilton Aguiar
 
teixeira - vírus fixo Pasteur.pdf
teixeira - vírus fixo Pasteur.pdfteixeira - vírus fixo Pasteur.pdf
teixeira - vírus fixo Pasteur.pdfssuser8658c3
 
Aula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptx
Aula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptxAula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptx
Aula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptxRomuloHalley1
 
6256 introducao a microbiologia
6256 introducao a microbiologia6256 introducao a microbiologia
6256 introducao a microbiologiaFlávia Fernandes
 
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptxIntrodução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptxlvaroCosta22
 
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptxIntrodução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptxlvaroCosta22
 
ICSA32 - História da vacinologia
ICSA32 - História da vacinologiaICSA32 - História da vacinologia
ICSA32 - História da vacinologiaRicardo Portela
 
Importancia dos Microorganismos na Medicina
Importancia dos Microorganismos na MedicinaImportancia dos Microorganismos na Medicina
Importancia dos Microorganismos na MedicinaJéssica Tamara
 
2011 vol22 3tubrculose
2011 vol22 3tubrculose2011 vol22 3tubrculose
2011 vol22 3tubrculosekaiquea1234
 
Ciências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert Kock
Ciências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert KockCiências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert Kock
Ciências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert KockClarisse Barreto
 

Semelhante a Microbiologia e a história das civilizações (20)

AULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptx
AULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptxAULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptx
AULA 01- HISTORIA E IMPORTANCIA DA MICROBIOLOGIA.pptx
 
Pioneiros(2)
 Pioneiros(2) Pioneiros(2)
Pioneiros(2)
 
texto e micro e parasito
texto e micro e parasito texto e micro e parasito
texto e micro e parasito
 
Apostila Básica de Microbiologia
Apostila Básica de MicrobiologiaApostila Básica de Microbiologia
Apostila Básica de Microbiologia
 
Guerras biológicas e imunidade
Guerras biológicas e imunidadeGuerras biológicas e imunidade
Guerras biológicas e imunidade
 
14816 aula 01-a_ciência_microbiologia
14816 aula 01-a_ciência_microbiologia14816 aula 01-a_ciência_microbiologia
14816 aula 01-a_ciência_microbiologia
 
teixeira - vírus fixo Pasteur.pdf
teixeira - vírus fixo Pasteur.pdfteixeira - vírus fixo Pasteur.pdf
teixeira - vírus fixo Pasteur.pdf
 
Microbiologia
MicrobiologiaMicrobiologia
Microbiologia
 
História da Teoria Microbiana das Doenças
História da Teoria Microbiana das DoençasHistória da Teoria Microbiana das Doenças
História da Teoria Microbiana das Doenças
 
Aula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptx
Aula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptxAula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptx
Aula 1 Introdução a Microbiologia APOIO.pptx
 
6256 introducao a microbiologia
6256 introducao a microbiologia6256 introducao a microbiologia
6256 introducao a microbiologia
 
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptxIntrodução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptx
 
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptxIntrodução microbiologia-Aula 110123.pptx
Introdução microbiologia-Aula 110123.pptx
 
Microbiologia modulo1
Microbiologia modulo1Microbiologia modulo1
Microbiologia modulo1
 
ICSA32 - História da vacinologia
ICSA32 - História da vacinologiaICSA32 - História da vacinologia
ICSA32 - História da vacinologia
 
Importancia dos Microorganismos na Medicina
Importancia dos Microorganismos na MedicinaImportancia dos Microorganismos na Medicina
Importancia dos Microorganismos na Medicina
 
2011 vol22 3tubrculose
2011 vol22 3tubrculose2011 vol22 3tubrculose
2011 vol22 3tubrculose
 
Procariontes
ProcariontesProcariontes
Procariontes
 
Ciências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert Kock
Ciências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert KockCiências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert Kock
Ciências da Natureza - 6ºano - Biografia de Robert Kock
 
AULA 01 - MICROBIOLOGIA.pptx
AULA 01 - MICROBIOLOGIA.pptxAULA 01 - MICROBIOLOGIA.pptx
AULA 01 - MICROBIOLOGIA.pptx
 

Microbiologia e a história das civilizações

  • 3. Introdução  A microbiologia é uma ciência que deriva da biologia. Ela vem se desenvolvendo nos últimos tempos, devido à contribuição dos profissionais da área e demais estudiosos que se dedicam a conhecer um mundo invisível, aparentemente, como afirmam Silva; Souza (2013).  A microbiologia tem como fim estudar os aspectos relativos ao mundo microbiano, constituído por bactérias, fungos, protozoários, vírus e algas microscópicas, como ilustra a seguir.
  • 4. Introdução Micro-organismos estudados pela microbiologia Bactérias Archaea Fungos Vírus Algas Protozoários
  • 5. História da Microbiologia  A ciência da Microbiologia iniciou há algumas centenas de anos. A recente descoberta de DNA de Mycobacterium tuberculosis em múmias egípcias de 3.000 anos de idade chama a atenção para a presença desses microrganismos por muito mais tempo ao nosso redor.  Na verdade, os ancestrais das bactérias foram os primeiros seres vivos a aparecer na Terra. Enquanto se sabe relativamente muito pouco a respeito do que os povos mais primitivos pensavam sobre as causas, a transmissão e o tratamento das doenças, a história das poucas centenas de anos passados é mais bem conhecida.
  • 6. História da Microbiologia  De acordo com estudos de Lins (2010), esta área do conhecimento teve seu início com os relatos de Robert Hooke e Antony van Leeuwenhoek, que desenvolveram microscópios que possibilitaram as primeiras observações de bactérias e outros microrganismos, além de diversos espécimes biológicos.  Apesar de van Leeuwenhoek ser considerado o "pai" da microbiologia, os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura de um bolor, foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek. Na verdade, estes dois pesquisadores devem ser considerados como pioneiros nesta ciência.
  • 7. História da Microbiologia  Apesar de muitos estudos acerca do tema, é sabido que a compreensão da natureza e importância destes microrganismos progrediu lentamente. Somente no século XIX, com a disseminação e melhoria dos microscópios e a evolução de técnicas laboratoriais, a microbiologia ganhou o reconhecimento. Observar-se-ão a seguir algumas descobertas históricas importantes acerca do tema.  O químico francês Louis Pasteur (1822-1895) buscou soluções para eliminar os micro-organismos existentes no suco de uva, que seria usado para a produção do vinho. Ele desenvolveu, então, um método de aquecimento e resfriamento, chamado de pasteurização, amplamente empregado na indústria alimentícia hoje em dia.
  • 8. História da Microbiologia  O médico alemão Robert Koch (1843 - 1910) tentava encontrar a causa do carbúnculo, ou antraz, doença que estava dizimando o gado na Europa.  Para muitos cientistas da época, era inconcebível que as doenças fossem causadas por seres invisíveis, mas alguns, incluindo Pasteur e Koch, acreditavam com convicção que muitas doenças fossem causadas por micro-organismos.  Koch, então, descobriu que o agente causador do carbúnculo era uma bactéria em forma de bastão. Assim, pôde constatar que bactérias específicas causam doenças distintas.
  • 9. História da Microbiologia  Koch é também aclamado pela descoberta do micro-organismo responsável pela tuberculose, doença que durante o século 19 foi responsável por um sétimo das mortes.  Utilizando-se das melhorias da microscopia e de técnicas de coloração, visto que muitos micro-organismos são incolores, juntamente com suas técnicas de inoculações e cultivo em meio de cultura, Koch conseguiu isolar a bactéria que causava a doença, vindo a receber o Prêmio Nobel, em 1905, por esta descoberta.
  • 10. História da Microbiologia  O século XIX e o início do século XX foram conhecidos como a era de ouro da microbiologia. Além de Pasteur e Koch, muitos outros cientistas contribuíram para a compreensão do universo dos micro-organismos e as consequentes aplicações na pesquisa, indústria e nos avanços na medicina.  Outro nome importante foi o do microbiologista escocês Alexander Fleming (1881-1955), que pela sua quase acidental descoberta abriu novas fronteiras para a produção de drogas que combatessem os micro-organismos. A contaminação por bolor (como eram mais conhecidos os fungos) em algumas placas, nas quais ele cultivava bactérias, chamou sua atenção, posto que nelas, ao redor do fungo, as colônias de bactérias não cresciam.
  • 11. História da Microbiologia  Este estranho fenômeno levou-o a descobrir que o fungo ali instalado, o Penicillium notatum, liberava uma substância que inibia o crescimento dos outros micro-organismos. Surgia, então, a penicilina.  Outros cientistas haviam anteriormente identificado e produzido substâncias com ação antibiótica, porém a descoberta de Fleming foi um grande avanço,  pois a produção da penicilina tornou-se rapidamente viável a partir de um organismo simples, como um tipo de bolor. Muitas doenças de origem bacteriana puderam ser combatidas eficientemente com a nova substância
  • 12. História da Microbiologia  Os avanços ocorridos nos anos posteriores, nas mais diversas áreas da ciência, encontraram nos micro-organismos um grande aliado para a fabricação de medicamentos, melhoria na produção da indústria alimentícia, mediante técnicas utilizando transgênicos, além de fornecer importantes informações sobre o funcionamento de organismos mais complexos.
  • 13. Importância da Microbiologia  A microbiologia abrange várias áreas de estudo, tais como: • Odontologia: estudo de microrganismos associados à placa dental, cárie dental e doenças periodontais. Estudos com abordagem preventiva; • Medicina e enfermagem: doenças infecciosas e infecções hospitalares; • Nutrição: doenças transmitidas por alimentos, controle de qualidade de alimentos, produção de alimentos (queijos, bebidas);
  • 14. Importância da Microbiologia  A microbiologia abrange várias áreas de estudo, tais como: • Biologia: aspectos básicos e biotecnológicos. Produção de antibióticos, hormônios (insulina, GH), enzimas (lipases, celulases), insumos (ácidos, álcool), despoluição (herbicidas - Pseudomonas, Petróleo), bio-filme (Acinetobacter), etc.; • Biotecnologia: uso de microrganismos com finalidades industriais, como agentes de biodegradação, de limpeza ambiental, etc.
  • 15. Importância da Microbiologia  De acordo com Lins (2010), um dos aspectos mais negligenciados quando se estuda a microbiologia refere-se às profundas mudanças que ocorreram no curso das civilizações, decorrentes das doenças infecciosas.  Durante as guerras, de forma geral, as doenças provocavam um abatimento físico e moral da população e das tropas, muitas vezes influenciando no desenrolar e no resultado de um conflito.
  • 16. Importância da Microbiologia  A mobilização de tropas, provocando aglomerações, muitas vezes longas, de soldados, em ambientes onde as condições de higiene e de alimentação eram geralmente inadequadas, também colaborava na disseminação de doenças infecciosas, para as quais não existiam recursos terapêuticos.  Ao mesmo tempo, em áreas urbanas em expansão, os problemas mencionados acima eram também de grande importância, dado que rapidamente as cidades cresciam, sendo que as instalações sanitárias geralmente eram completamente precárias. A prática do comércio entre as diferentes nações emergentes também colaborou para a disseminação dos organismos para outras populações, muitas vezes susceptíveis a aqueles agentes infecciosos.
  • 17. Importância da Microbiologia  A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas no desenvolvimento de diferentes civilizações: • O declínio do Império Romano, com Justiniano (565 AC), acelerado por epidemias de peste bubônica e varíola; • Durante a Idade Média várias novas epidemias se sucederam, sendo algumas amplamente disseminadas pelos diferentes continentes e outras mais localizadas, tais como: Tifo, varíola, sífilis, cólera e peste;
  • 18. Importância da Microbiologia  A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas no desenvolvimento de diferentes civilizações: • Em 1346, houve uma grande epidemia da peste, que se disseminou pela “rota da seda” (a principal rota mercante para a China), provocando um grande número de mortes na Ásia e posteriormente espalhando-se pela Europa, resultando em um total de cerca de 25 milhões de pessoas mortas, em poucos anos; • Nos séculos XVI e XVII ocorreram novas epidemias de peste. Em 1566, Maximiliano II da Alemanha reuniu um exército de 80.000 homens para enfrentar o Sultão Soliman da Hungria. Devido a uma epidemia de tifo, o exército alemão foi profundamente dizimado, sendo necessária a dispersão dos sobreviventes;
  • 19. Importância da Microbiologia  A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas no desenvolvimento de diferentes civilizações: • Na guerra dos 30 anos (1618-1648), além do desgaste decorrente da longa duração do confronto, as doenças foram determinantes no resultado final; • No século XVIII (entre 1720 e 1722), uma última grande epidemia ocorreu na França, matando cerca de 60% da população de Marselha, de Toulon, 44% em Arles, 30% em Aix e Avignon;
  • 20. Importância da Microbiologia  A seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas no desenvolvimento de diferentes civilizações: • No século XIX, uma grande epidemia de peste originou-se na China, em 1892, disseminando-se pela Índia, atingindo Bombaim em 1896, sendo responsável pela morte de cerca de 6 milhões de indivíduos, somente na Índia; • Na época de Napoleão, em 1812, seu exército foi quase que completamente dizimado por tifo, disenteria e pneumonia, durante campanha de retirada de Moscou. No ano seguinte, Napoleão perdeu cerca de 220.000 soldados jovens, em decorrência de doenças infecciosas.
  • 21. Importância da Microbiologia  Até a década de 30, ainda e acordo com Lins (2010), o quadro era este. Foi quando Alexander Fleming, incidentalmente, por assim dizer, descobriu a penicilina, como já descrito anteriormente.  Vale ressaltar a importância das diferentes epidemias de gripe que assolaram o mundo e que continuam a manifestar-se de forma bastante intensa até hoje, como a H1N1, e o Ebola, que vem fazendo vítimas a cada dia nos países do continente africano.  Há, ainda, o problema mundial envolvendo a Aids, o retorno da tuberculose (17 milhões de casos no Brasil, até o ano de 2008) e do aumento progressivo dos níveis de resistência aos agentes antimicrobianos que vários grupos de bactérias vêm apresentando atualmente.
  • 22. Principais Características dos Micro-organismos  Bactérias: • Do grego bakteria (bastão), as bactérias são organismos unicelulares, procariontes, ou seja, não possuem envoltório nuclear, nem organelas membranosas. Podem ser encontrados na forma isolada ou em colônias. • Podem viver na presença de ar (aeróbias), na ausência de ar (anaeróbias), ou ainda serem anaeróbias facultativas. As bactérias são um dos organismos mais antigos, com evidência encontrada em rochas de 3,8 bilhões de anos.
  • 23. Principais Características dos Micro-organismos  Bactérias: • São microscópicas, com dimensões que variam de 0,5 a 5 micrômetros. As bactérias são conhecidas como os organismos mais bem-sucedidos do planeta em relação ao número de indivíduos. A quantidade de bactérias no intestino de uma pessoa é superior ao número total de células humanas no corpo da mesma, por exemplo. • Em relação às formas, de acordo com Lins (2010), a maioria das bactérias estudadas segue um padrão menos variável, embora existam vários tipos morfológicos distintos.
  • 24. Principais Características dos Micro-organismos  Fungos: • São microrganismos considerados um pouco mais evoluídos do que as bactérias, pois são seres eucariontes (possuem o material genético delimitado pela membrana nuclear) e além de unicelulares (leveduras) também podem ser pluricelulares. • São heterotróficos e obtêm energia dos mais diversos substratos. Estes organismos também possuem parede celular como as bactérias, mas nesta há a presença de uma substância quitinosa. Sua estrutura vegetativa é representada por hifas, cujo conjunto constitui o denominado micélio.
  • 25. Principais Características dos Micro-organismos  Fungos: • Até pouco tempo, eram considerados como pertencentes ao reino Vegetal, mas, pelas considerações feitas acima, a tendência atual é considerá-los num reino à parte, o reino Fungi.
  • 26. Principais Características dos Micro-organismos  Vírus: • Os vírus são seres muito simples e pequenos, que medem menos de 0,2 µm, formados basicamente por uma cápsula proteica, envolvendo o material genético, que, dependendo do seu tipo, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). • Por ser um parasita intracelular obrigatório, os vírus não são considerados organismos vivos, pois quando estes estão fora de uma célula hospedeira não conseguem realizar nenhuma de suas funções.
  • 27. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Parede celular: • A parede celular, pela sua rigidez, forma um estojo que garante a estabillidade da forma característica da bactéria, protegendo-a de agressões externas e das variações de pressão osmótica. Esta estrutura de base da parede das bactérias é específica de cada espécie bacteriana. • A composição e a estrutura da parede celular determinam o comportamento da célula em face de um dos métodos de coloração bacteriológicos: a coloração de Gram. Este método de coloração foi desenvolvido pelo médico dinamarquês, Hans Christian Joachim Gram, em 1884.
  • 28. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Parede celular: • Trata-se de um tratamento suscessivo de um esfregaço basteriano, fixado pelo calor, com os reagentes: cristal violeta, lugol, etanol- acetona e fucsina básica. • Esta técnica possibilita a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e negativas, bem como a determinacao da morfologia e do tamanho das amostras analisadas.
  • 29. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Cápsula: • Algumas espécies bacterianas elaboram uma volumosa cápsula de natureza polissacarídica (cuja espessura ultrapassa muitas vezes a própria espessura da célula). • sta cápsula desempenha um papel determinante na resistência à ingestão e à digestão pelas células fagocitárias nos processos infecciosos, ou participa na aderência dos organismos entre si ou ao substrato. • É particularmente o caso do pneumococus Streptococcus pneumoniae, agente causador de pneumonias bacterianas.
  • 30. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Membrana plasmática: • A membrana plasmática pode encontrar-se encostada ou ligeiramente afastada da camada de peptidoglicano pelo espaço periplasmático. A estrutura desta membrana é semelhante àquela das células eucarióticas. Na célula bacteriana, a membrana é suporte de grande parte da atividade metabólica e assegura a respiração, nas bactérias aeróbias. • Além disso, a membrana plasmática assegura, assim como nas células eucarióticas, o transporte seletivo de moléculas e a saída das enzimas responsáveis pela síntese da parede celular. Existe um dobramento da membrana celular denominada mesossomo, responsável pela respiração bacteriana.
  • 31. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Membrana plasmática: • Na superfície das bactérias encontram-se filamentos proteicos longos, com 20 nm de diâmetro. Uns são implicados nos processos de aderência das bactérias entre elas ou a substratos como os tecidos do corpo humano; são designados por fímbria; outros intervêm na transferência de material genético entre bactérias; são designados por pili sexuais. Alguns autores designam ambos por pili (pilus, pili).
  • 32. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Genoma: • O genoma bacteriano ocupa a região central da célula, chamada por nucleoide. O genoma é constituído por uma única molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA), fechada em anel, com o cromossomo bacteriano comumente colado à membrana plasmática. • O cromossomo não é o único repositório de informação genética da bactéria. Existem ainda pequenos anéis de DNA, designados por plasmídeos, com autonomia de replicação.
  • 33. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Genoma: • Os plasmídeos são responsáveis por características específicas, tais como: resistência a antibióticos e produção de toxinas. • Os plasmídeos são transferíveis de uma bactéria a outras, não só por meio da divisão celular, mas também a partir de estruturas tubulares, os pili sexuais, que estabelecem a ponte entre duas bactérias. • São estes plasmídios os responsáveis pela resistência bacteriana aos antibióticos.
  • 34. Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana  Flagelos: • Algumas bactérias são dotadas de capacidade de locomoção. Para tanto, dispõem de um ou mais flagelos, com cerca de 20 nm de diâmetro. As espiroquetas possuem um conjunto vasto de flagelos, enrolados externa e helicoidalmente em volta da célula, denominados flagelos periplasmáticos. • Os flagelos estão ancorados por meio de uma estrutura que atravessa a parede celular, o espaço periplasmático e a membrana plasmática, designada por corpo basal. Flagelos
  • 35. Formas Celulares e Tipos de Colônias Bacterianas  As células bacterianas podem apresentar forma esférica (coco), de bastonete (bacilo), espiralada (espirilo) e também de vírgula (vibrião). As colônias podem ser de dois cocos unidos (diplococos), oito cocos formando um cubo (sarcinas), cocos alinhados em cadeia (estreptococos), cocos reunidos em forma de cacho de uva (estafilococos).  Os bacilos têm forma de bastonetes, podendo apresentar extremidades retas (Bacillus anthracis) e arredondadas (Salmonella, E. coli). Os bacilos exibem menor variedade de arranjos, sendo encontrados isolados, como diplobacilos ou ainda como estreptobacilos. Os bacilos podem também apresentar-se como pequenas vírgulas (Vibrio cholerae).
  • 36. Formas Celulares e Tipos de Colônias Bacterianas  No caso das bactérias espiraladas, sua nomenclatura é bastante controvertida. Um tipo de classificação divide os espiralados em dois grupos: as espiroquetas, que apresentam uma forma de espiral flexível, possuindo flagelos; e os espirilos, que exibem geralmente morfologia de espiral incompleta e rígida.  Há ainda formas intermediárias como os cocobacilos; formas pleomórficas (quando o microrganismo não tem uma morfologia padrão), tal como Mycoplasma. A Figura 3 a seguir ilustra as formas celulares das bactérias.
  • 37. Formas Celulares e Tipos de Colônias Bacterianas Cocos e diplococos Estreptococos Estreptococos Vibrião Bacilo Espirilo Formas celulares bacterianas
  • 38. Reprodução Bacteriana  As bactérias se reproduzem com grande rapidez, dando origem a um número muito grande de descendentes em apenas algumas horas. A maioria delas reproduz-se assexuadamente, por cissiparidade, também chamada de divisão simples ou bipartição, como ilustra a Figura 4 abaixo. Aqui, cada bactéria divide-se em duas outras bactérias geneticamente iguais, supondo-se que não ocorram mutações, ou seja, alterações em seu material genético. Reprodução assexuada por bipartição
  • 39. Esporulação  De acordo com os estudos publicados no Portal Só Biologia (s/d), algumas espécies de bactérias, em determinadas condições ambientais, originam estruturas resistentes denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, formando uma parede grossa, cuja atividade metabólica torna-se muito reduzida.  Alguns esporos são capazes de se manter em estado de dormência por dezenas de anos, e, ao encontrar um ambiente adequado, este se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por divisão binária. Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à água em ebulição.
  • 40. Reprodução sexuada  Bactérias consideram reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Uma vez transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes.  Tais cromossomos recombinados serão transmitidos às células- filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer transformação, transdução ou por conjugação (PORTAL SÓ BIOLOGIA, s/d).
  • 41. Transformação  No processo de transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e incorpora estas moléculas a sua cromatina, como ilustra a Figura 5 abaixo. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Tal processo ocorre espontaneamente na natureza.  Os cientistas utilizam a transformação como uma técnica de Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas, de acordo com o Portal Só Biologia (s/d).
  • 43. Transdução  A transdução é um processo onde as moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores (bactériófagos), conforme ilustra a Figura 6 abaixo.  Estes, ao penetrar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu.  Neste caso, se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma.
  • 45. Conjugação  Na conjugação bacteriana, os pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora para uma receptora. Isso acontece a partir de microscópicos tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias possuem em sua superfície.  O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da outra bactéria, produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular. Conjugação bacteriana mostrando o pili sexual
  • 46. Microbiota Normal Humana  De acordo com Machado (2008), a microbiota normal humana desenvolve-se desde o nascimento até as diversas fases da vida adulta, resultando em comunidades bacterianas estáveis.  Há fatores que controlam a composição da microbiota em uma dada região do corpo. Estes estão relacionados à natureza do ambiente local, tais como temperatura, pH, água, oxigenação, nutrientes e fatores mais complexos como a ação de componentes do sistema imunológico.
  • 47. Microbiota Normal Humana  Segundo a autora, estima-se que o corpo humano, que contém cerca de 10 trilhões de células, seja rotineiramente portador de aproximadamente 100 trilhões de bactérias.  A composição da microbiota bacteriana humana é relativamente estável com gêneros específicos ocupando as diversas regiões do corpo durante períodos particulares na vida de um indivíduo. A microbiota humana desempenha funções importantes na saúde e na doença.
  • 48. Microbiota Normal Humana  Os microrganismos membros da microbiota humana podem existir como: • Mutualistas: nos casos em que protegem o hospedeiro competindo por microambientes de forma mais eficiente que patógenos comuns (resistência à colonização), produzindo nutrientes importantes e contribuindo para o desenvolvimento do sistema imunológico; • Comensais: quando mantêm associações aparentemente neutras sem benefícios ou malefícios detectáveis;
  • 49. Microbiota Normal Humana • Oportunistas: nos casos em que causam doenças em indivíduos imunocomprometidos devido a diversas condições, tais como: infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, terapia imunossupressora de transplantados, radioterapia, quimioterapia anticâncer, queimaduras extensas ou perfurações das mucosas.
  • 50. Microbiota Normal Humana  Machado (2008) afirma também que a microbiota humana constitui um dos mecanismos de defesa contra a patogênese bacteriana, porém, ainda que a maioria dos componentes da microbiota normal seja inofensiva a indivíduos sadios, esta pode constituir um reservatório de bactérias potencialmente patogênicas.  Muitas bactérias da microbiota normal agem como oportunistas e nestas condições, a microbiota residente pode ser incapaz de suprimir patógenos transitórios ou alguns membros da microbiota podem invadir os tecidos do hospedeiro e causar graves doenças.
  • 51. Microbiota Normal Humana  Muitas bactérias da microbiota normal podem agir como oportunistas. Nestas condições a microbiota residente pode ser incapaz de suprimir patógenos transitórios, ou mesmo, alguns membros da microbiota podem invadir os tecidos do hospedeiro causando doenças muitas vezes graves.  “Em indivíduos sadios, algumas espécies de bactérias da microbiota oral causam cáries em 80% da população” (MACHADO, 2008, p. 10).
  • 52. Microbiota Normal Humana  De acordo com Miguel Jr. (2012), os tratos digestivos, urogenital inferior (especialmente feminino) e respiratório superior (boca, garganta, nariz e traqueia), além da pele, são áreas onde a microbiota se instala assim que o indivíduo deixa o útero materno.  Toda a microbiota do ser humano pesa cerca de 1,5 kg e tem atividade metabólica semelhante ao fígado, o maior órgão do corpo.
  • 53. Microbiota da Boca e das Vias Aéreas Superiores  Para Larissay; Marques; Oyie (2012), quando o indivíduo nasce, as mucosas da boca e da faringe quase sempre são estéreis, e podem ser contaminadas durante a passagem pelo canal de parto. Nas primeiras 4 a 12 horas de vida, os Streptococcus viridans colonizam, e se tornam os membros mais importantes da microbiota residente, permanecendo por toda vida. No início da vida, aparecem também os estafilococos aeróbios e anaeróbios, os diplococos gram (-) e lactobacilos.
  • 54. Microbiota Normal do Trato Intestinal  Ao nascimento o intestino é estéril. Os microrganismos são, então, introduzidos a partir dos alimentos. Nos lactentes amamentados ao seio, o intestino é repleto de microrganismos aeróbios e anaeróbios, e também gram positivos, com destaque para os estreptococos e lactobacilos, que são produtores de ácido láctico. O esôfago contém microrganismos provenientes da saliva e dos alimentos.  No estômago, o nível de microrganismos se mantém mínimo devido à acidez gástrica. O pH ácido do estômago protege o indivíduo de infecções por alguns patógenos entéricos. À medida que o pH do conteúdo intestinal se torna alcalino, a microbiota residente aumenta gradualmente.
  • 55. Microbiota do Trato Geniturinário  Larissay; Marques; Oyie (2012) afirma que uretra anterior, de ambos os sexos, contém pequeno número de microrganismos provenientes da pele. Estes aparecem regularmente na urina normal eliminada. A microbiota normal da vagina funciona da seguinte forma: após o nascimento, aparecem lactobacilos aeróbios que persistem enquanto o pH estiver ácido (várias semanas).  Quando, então, o pH se torna neutro (até a puberdade), aparece uma flora mista composta de cocos e bacilos. Na puberdade, os lactobacilos aeróbios e anaeróbios reaparecem em grande quantidade, contribuindo, assim, para a manutenção do pH ácido.
  • 56. Microbiota do Trato Geniturinário  Quando os lactobacilos são suprimidos por algum agente antimicrobiano, as leveduras ou bactérias aumentam em número, causando inflamação e irritação local. Após a menopausa, os lactobacilos diminuem em número, e reaparece uma flora mista.  As bactérias que compõem a microbiota normal ajudam a defender o organismo das bactérias causadoras de doenças, pois uma vez que as bactérias da microbiota do indivíduo estão sendo colonizadas, elas inibirão o crescimento de bactérias patogênicas.
  • 57. Microbiota do Trato Geniturinário  Porém, em alguns casos, quando há o desequilíbrio da flora bacteriana ou quando estas são levadas a outros sítios corporais pode haver o desenvolvimento de doenças em sítios localizados.  Um exemplo claro disto, que ocorre principalmente com as mulheres, é o desenvolvimento de infecção urinária por bactérias intestinais, que chegaram às vias urinárias por conta de higiene inadequada.
  • 58. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Tuberculose • A tuberculose é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, uma homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista Robert Koch. A forma mais frequente e generalizada da doença é a tuberculose pulmonar, conforme afirma Silva (2012). A tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e generalizada da doença. • Entretanto, nao é raro que o bacilo da tuberculose afete tambem outras areas do organismo, tais como a laringe, os ossos, as articulacoes, a pele, os glânglios linfáticos, o intestino, além dos rins e do sistema nervoso.
  • 59. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Tuberculose • A tuberculose miliar consiste num alastramento da infeção a diversas partes do organismo, por via sanguínea, conforme afirma Paraná (2010 apud SILVA, 2012). Este é um tipo de tuberculose pode atingir as meninges, causando infecções graves denominadas de "meningite tuberculosa". • O seu contágio ocorre principalmente pelo ar, por conta dos aerossóis no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose infecciosa tossem, espirram, falam ou cantam. Contatos próximos a pessoas têm alto risco de se infectarem.
  • 60. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Tuberculose • Conforme o paciente tem sucesso em seu tratamento, que tem a duracao de seis meses, o risco de transmissão diminui significativamente. Nos primeiros meses, já se observa a melhora do paciente e, muitas vezes, este tratamento é interrompido em funcao disto. Entretanto, a eficácia do tratamento depende que ela seja cumprido até o final, sem interrupções.
  • 61. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Hanseníase (lepra) • A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, transmitida pelo bacilo de Hansen. O agente infeccioso da lepra, nome vulgar da hanseníase, é o bacilo Mycobacterium leprae, que se multiplica bem devagar e manifesta-se principalmente na pele, nervos e membranas mucosas. • A lepra tem uma ampla gama de possíveis manifestações clínicas. Os pacientes podem ser classificados como tendo hanseníase paucibacilar, que é a forma mais leve, caracterizada por uma ou mais manchas na pele, ou multibacilar, associada a lesões em congestão nasal e sangramento pelo nariz.
  • 62. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Tétano: • Causado pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), o tétano é uma doença infecciosa, não transmissível de um indivíduo para outro, que pode ocorrer em pessoas não imunes, aquelas sem níveis adequados de anticorpos protetores (que não foram vacinadas). • Os anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela aplicação da vacina antitetânica, uma vez que a neurotoxina produzida, Clostridium tetani, em razão de atuar em quantidades extremamente reduzidas, é capaz de produzir a doença, mas não a imunidade.
  • 63. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Tétano: • Os esporos do Clostridium tetani são encontrados habitualmente no solo e, sem causar o tétano, nos intestinos e fezes de animais, como cavalos, bois, carneiros, porcos, galinhas, etc. • Também podem ser encontrados na pele, no intestino e fezes de seres humanos, sem causar a doença, principalmente em áreas rurais.
  • 64. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Tétano: • Quando em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio), como no caso dos ferimentos ocorridos em certas condições no ambiente (solo, poeira, esterco, superfície de objetos - principalmente quando metálicos e enferrujados), os esporos germinam para a forma vegetativa do Clostridium tetani, que se multiplica e produz duas exotoxinas, a tetanolisina, cuja ação ainda é desconhecida, e a tetanospasmina, uma neurotoxina, e ambas são disseminadas por meio do sistema circulatório (sanguíneo e linfático). A tetanospasmina, responsável pelas manifestações clínicas do tétano, é uma neurotoxina extremamente potente, capaz de ser letal para seres humanos em doses de muito pequenas.
  • 65. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Leptospirose: • A Leptospirose é causada pela Leptospira interrogans. Seu agente causal pertence ao gênero Leptospira, que são bactérias espiraladas, longas, finas, pontiagudas, com ganchos nas extremidades e ativamente móveis. • A ocorrência de leptospirose está vinculada aos fatores ambientais, que podem dar lugar a um foco de infecção, cuja amplitude está na dependência de condições favoráveis.
  • 66. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Leptospirose: • As bactérias que causam a leptospirose podem permanecer viáveis em água limpa por até 152 dias, mas não toleram alta salinidade, dessecação, pH ácido e a competição bacteriana em meios muito contaminados. A água das chuvas é ideal para a sua sobrevivência, por exemplo. • Na zona urbana, principalmente dos grandes centros, durante a época das chuvas, as inundações se constituem no principal fator de risco para a ocorrência de surtos epidêmicos de leptospirose humana.
  • 67. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Leptospirose: • Localidades com más condições de saneamento básico são as principalmente acometidas de surtos devido à presença de esgoto a céu aberto e lixões, proximidade com córregos, os quais propiciam o contato direto com as águas contaminadas com urina de roedores (ratos e camundongos) (GENOVEZ, 2009). https://t1.uc.ltmcdn.com/pt/images/0/5/7/img_quais _os_sintomas_da_leptospirose_21750_600.jpg
  • 68. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Gonorreia ou blenorragia: • Como afirma Avalo (2012), a gonorreia é uma doença sexualmente transmissível (DST) comum, também conhecida como blenorragia ou esquentamento. Ela Pode afetar todas as partes do corpo, embora apareça primeiramente nas áreas genitais. • É causada por uma bactéria, o gonococo (Neisseria gonorrhoeae). Na maioria das vezes, ela é transmitida por meio da relação sexual. Nos homens, a infecção normalmente começa na uretra, que é canal urinário, enquanto que nas mulheres, a bactéria normalmente infecta primeiramente o colo do útero.
  • 69. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Gonorreia ou blenorragia: • A bactéria pode infectar também a garganta e o reto, após sexo oral e anal. Um bebê, cuja mãe tenha gonorreia, pode ter seus olhos infectados durante o nascimento ao passar pelo canal vaginal, conforme descreve Avalo (2012). • É possível ter gonorreia sem que haja qualquer sintoma evidente. Entretanto, quando há sintomas, normalmente eles aparecem entre 2 e 10 dias após a infecção. Dentre os sintomas podemos encontrar alguns como apresentados a seguir:
  • 70. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Gonorreia ou blenorragia: • Muitas disfunções e doenças sexualmente transmissíveis podem causar sintomas similares àqueles da gonorreia. Para saber se há contaminação por gonorreia, o médico examinará uma amostra do corrimento da uretra do pênis ou do colo do útero. • Outra forma de teste é um novo exame de urina, chamado de líquido céfalo-raquidiano (LCR).
  • 71. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Gonorreia ou blenorragia: • O tratamento da gonorreia se dá com a prescrição de antibióticos, administrados por via oral ou por injeções. É comum que os portadores de gonorreia também estejam acometidos por chlamidya, que é outra doença sexualmente transmissível. • Nestes casos, é provável que se use mais de um remédio, de modo a curar ambas as doenças. É importante que o paciente informe ao médico, caso seja alérgico à penicilina.
  • 72. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Sífilis: • Provocada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma das doenças sexualmente transmissíveis, cuja transmissão é, basicamente, por contato sexual sem preservativos. • Pode também ser transmitida da mãe para o feto. A doença é dividida em três frases, denominadas de sífilis primária, secundária e sífilis terciária. O aliado mais poderoso na prevenção da sífilis é o uso do preservativo.
  • 73. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Sífilis: • Como publicado pela Revista Bahia (2010), a lesão primária apresenta-se como um úlcera, (semelhante a uma afta), não dolorosa nos órgãos genitais, que surge 2 semanas após o contato sexual. • Nas mulheres pode passar despercebida, visto que é indolor e costuma ficar escondida entre os pelos pubianos e a vulva. Esta úlcera é chamada de cancro duro. Sua particularidade é que, após 3 a 6 semanas, ela desaparece, mesmo se não houver tratamento, causando a falsa impressão de cura espontânea.
  • 74. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Sífilis: • Semanas ou até meses após o desaparecimento do cancro duro, a doença, então retorna, desta vez disseminada pelo organismo, tornando-se a sífilis secundária e terciaria. • Neste estágio, a sífilis se manifesta com erupções na pele, normalmente nas palmas das mãos e solas dos pés, podendo ocorrer também em quaisquer outros locais do corpo, com febre, mal-estar, perda do apetite e aumento dos gânglios pelo corpo.
  • 75. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Meningite meningocócica: • Causada por uma bactéria chamada de meningococo, trata-se de uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis ou Neisseria intracelullaris, conhecida também como meningococo, que é uma bactéria do tipo diplococo que só causa a doença no homem, não infectando outros animais. • A transmissão é feita mediante contato direto com secreções da garganta ou do nariz de pessoas portadoras ou convalescentes.
  • 76. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Meningite meningocócica: • Estas pessoas liberam os agentes etiológicos no ar, que podem ser inspirados por outros indivíduos e causar a doença. O período de incubação é dois a dez dias. A doença meningocócica evolui em três etapas: nasofaríngea, septicêmica ou meningococcêmica e meningítica. • De acordo com Araguaia (2010), a doença chega a matar em cerca de 10% dos casos e atinge 50% quando a infecção alcança a corrente sanguínea, sendo este um dos motivos da importância do tratamento médico.
  • 77. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Meningite meningocócica: • Os principais sintomas são: febre alta, fortes dores de cabeça, vômitos, rigidez no pescoço, moleza, irritação, fraqueza e manchas vermelhas na pele (que são inicialmente semelhantes a picadas de mosquitos, mas rapidamente aumentam de número e de tamanho, sendo indício de que há uma grande quantidade de bactérias circulando pelo sangue). • Conforme afirma a autora, a doença meningocócica tem início repentino e evolução rápida, podendo levar ao óbito em menos de 24 a 48 horas.
  • 78. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Meningite meningocócica: • Para a confirmação diagnóstica das meningites, retira-se um líquido da espinha, denominado líquido cefalorraquidiano, para identificar se há ou não algum patógeno e, se sim, identificá-lo. • Em caso de meningite viral, o tratamento é o mesmo feito para as viroses em geral; caso seja meningite bacteriana, será imprescindível o uso de antibióticos específicos para a espécie, administrados via endovenosa.
  • 79. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Cólera: • Como afirmam Pedro; Castiñeiras; Martins (2008), a cólera é uma doença causada pela bactéria Vibrio cholerae, o vibrião colérico. É uma bactéria capaz de produzir uma enterotoxina que causa diarreia. O Vibrio cholerae é transmitido principalmente por meio da ingestão de água ou de alimentos contaminados. • Se conseguir vencer a acidez do estômago, alcança o intestino delgado, onde o meio é alcalino, multiplicando-se intensamente, principalmente em duodeno e jejuno, e produz a enterotoxina que pode causar diarreia, com evolução rápida (horas) para desidratação grave e diminuição acentuada da pressão sanguínea.
  • 80. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Cólera: • Uma pessoa infectada elimina o V. cholerae nas fezes por, em média, 7 a 14 dias. A água e os alimentos podem ser contaminados principalmente por fezes de pessoas infectadas. • As condições deficientes de saneamento básico contribuem essencialmente para a disseminação da doença, sobretudo a falta de água tratada. Mesmo em grandes epidemias, a taxa de ataque da cólera raramente atinge mais do que 2% da população.
  • 81. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Cólera: • No entanto, entre os anos de 1817 e 1923, a doença ocasionou seis pandemias, e teve sua sétima delas teve início na Indonésia, em 1961, disseminando-se pela Ásia, Oriente Médio, África e Europa, chegando a América do Sul em 1991, a partir das cidades litorâneas do Peru. • Pedro; Castiñeiras; Martins (2008) revelaram em seus estudos que no ano de 1992 surgiu na Índia um novo sorogrupo produtor de enterotoxina, que rapidamente atingiu países como o Paquistão, Bangladesh e China. No Brasil, a cólera surgiu na Região Amazônica, no Alto Solimões, causada pelo El Tor.
  • 82. Principais Doenças Causadas por Bactérias  Cólera: • No entanto, entre os anos de 1817 e 1923, a doença ocasionou seis pandemias, e teve sua sétima delas teve início na Indonésia, em 1961, disseminando-se pela Ásia, Oriente Médio, África e Europa, chegando a América do Sul em 1991, a partir das cidades litorâneas do Peru. • Pedro; Castiñeiras; Martins (2008) revelaram em seus estudos que no ano de 1992 surgiu na Índia um novo sorogrupo produtor de enterotoxina, que rapidamente atingiu países como o Paquistão, Bangladesh e China. No Brasil, a cólera surgiu na Região Amazônica, no Alto Solimões, causada pelo El Tor.
  • 83. Microrganismos Prejudiciais: Como Combatê-Los  De um modo geral, são duas as formas de combate aos micro- organismos: a profilaxia e o tratamento. Entende-se por profilaxia o conjunto de medidas voltadas à prevenção, erradicação ou ao controle de doenças, ou fatos prejudiciais aos seres vivos. São variadas, em conformidade com o agente causador da doença.  De acordo com Araújo (2012), muitas doenças bacterianas e fúngicas podem ser evitadas com medidas simples, como uma boa higiene pessoal e do ambiente, com o cozimento apropriado dos alimentos, bem como com a sua devida conservação em local, com embalagens apropriadas, refrigeradas, na maioria das vezes.
  • 84. Microrganismos Prejudiciais: Como Combatê-Los  No entanto, alguns micro-organismos exigem cuidados especiais, sobretudo se relacionados a práticas hospitalares e intervenções cirúrgicas. A esterilização de objetos pelo calor, irradiação ou processo químico, e a assepsia corporal, a partir de uma série de compostos químicos especiais, podem garantir ao agente de saúde, bem como ao paciente, maior segurança, minimizando e até eliminando a contaminação.  De acordo com a autora, a vacinação também é um modo profilático de grande ajuda, dado que diminui as taxas de muitas doenças bacterianas e virais, chegando até a sua erradicação.
  • 85. Microrganismos Prejudiciais: Como Combatê-Los  Araújo (2012) afirma ainda que outro modo de profilaxia está ligado aos micro-organismos causadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), cujos cuidados estão na prática de sexo seguro, mediante uso de preservativos.  No que diz respeito ao tratamento, existe uma gama imensa de medicamentos que atuam no combate aos micro-organismos que, por sua vez, já estejam infectando o organismo, como preconiza a autora.  De modo geral, as drogas antibacterianas, antivirais e antifúngicas agem interferindo no metabolismo do micro- organismo ou em sua reprodução, enquanto que outros, por sua vez, destroem estruturas da parede ou membrana das bactérias.
  • 86. Microrganismos Prejudiciais: Como Combatê-Los  Entretanto, o tratamento, tal como a profilaxia, vai depender da especificidade do medicamento e do agente causador da doença. Isto serve de alerta aos riscos da automedicação, pois, por exemplo, o uso inadequado de um antibiótico geralmente acarreta na seleção de bactérias resistentes, necessitando cada vez mais de dosagens maiores e de antibióticos mais fortes.
  • 87. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano  Calor: • Uma população de bactérias que é submetida ao calor tem suas proteínas desnaturadas. Os lipídios fluidificam na presença de calor úmido, conforme preconiza a autora. Quando os micro- organismos perdem a sua capacidade de se multiplicar de modo irreversível, eles podem ser considerados mortos. • O calor pode ser observado como úmido ou seco. No que diz respeito ao seco, trata-se da oxidação. É importante observar que cada micro-organismo responde de uma forma, de acordo com a sua resistência, com a quantidade e seus estágios metabólicos.
  • 88. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano  Calor: • Ao tentar eliminá-los, deve-se escolher um método que elimine as formas mais resistentes. Uma vez submetida ao calor, uma população microbiana tem a redução do número de indivíduos viáveis ocorrendo de forma exponencial. • O que significa dizer que quanto mais tempo se passar exposta ao calor, menor será a quantidade de micro-organismos em determinado meio.
  • 89. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano • Em relação ao calor úmido, os mecanismos utilizados são a fervura, a autoclavação e pasteurização, conforme descrito abaixo: a) fervura: o mecanismo de ação da fervura é a desnaturação de proteínas. Embora não seja considerado um método de esterilização, após 15 minutos de fervura pode matar uma grande quantidade de micro-organismos. Ressalta-se que não é um método eficaz contra endósporos bacterianos e alguns vírus. Normalmente, é um método utilizado em desinfecções caseiras, preparo de alimentos, etc.;
  • 90. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano b) autoclavação: o mecanismo de ação da autoclavação é a desnaturação de proteínas. Este é o melhor método a ser empregado, caso os materiais a serem submetidos à autoclavação não deformarem pelo calor ou umidade. A autoclave é um aparelho que trabalha com temperatura e pressão elevadas. Quando os micro-organismos estão diretamente em contato com o vapor, a esterilização é mais eficaz. Este processo é utilizado para esterilização de meios de cultura, soluções, utensílios e instrumentos;
  • 91. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano c) pasteurização: este mecanismo também é a desnaturação de proteínas. Este método foi desenvolvido por Louis Pasteur, em 1846. Consiste em aquecer o produto em uma determinada temperatura, por certo tempo e logo após, resfriá-lo. Com este processo reduz-se o número de micro-organismos, mas não se pode assegurar a sua esterilização. É um método bastante utilizado na esterilização de leite, creme de leite, cerveja, vinho, etc.
  • 92. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano No que diz respeito ao calor seco, os mecanismos utilizados são a flambagem, a incineração e os fornos: a) flambagem: trata-se de um método simples, mas de grande eficácia, bastando apenas colocar todo só instrumentos metálicos diretamente sobre o fogo; b) incineração: é um método igualmente eficaz. Utilizam-no para incinerar vários tipos de materiais, tais como papéis, materiais hospitalares, carcaças de animais, etc. Ele é capaz de oxidar todos os materiais, até que virem cinzas; c) fornos: este é um método utilizado para esterilizar vidrarias. Exige cuidado, pois se deve ficar atento à relação tempo x temperatura.
  • 93. Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano  Radiação: • De acordo com Gonçalves (2010), a radiação pode ser ionizante ou não ionizante, dependendo do comprimento de onda, da intensidade, da duração e da distância da fonte que será esterilizada. a) ionizantes: este é um método que utiliza radiações gama, mas tem um custo elevado. Formam radicais superativos e destroem o DNA. É um método comumente utilizado para esterilizar produtos cirúrgicos que podem ser submetidos ao calor. b) não ionizantes: neste tipo de radiação a mais empregada é a luz ultravioleta, que altera o DNA mediante a formação de dímeros.
  • 94. Controle do Crescimento de Micro-organismos com Antimicrobianos (antibióticos)  Os antimicrobianos são substâncias que matam ou inibem o desenvolvimento de micro-organismos, tais como as bactérias, os fungos, vírus ou protozoários.  Fazem parte dos antimicrobianos os antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários.  Como citado no parágrafo anterior, um dos antimicrobianos é o antibiótico. Como pesquisado em Emuc (2013), definem-se como antibióticos as substâncias desenvolvidas a partir de fungos, bactérias ou elementos sintéticos (aqueles produzidos em laboratórios farmacêuticos).
  • 95. Controle do Crescimento de Micro-organismos com Antimicrobianos (antibióticos)  O antibiótico tem como finalidade combater os micro- organismos (monocelulares ou pluricelulares) que causam infecções no organismo.  É necessário observar o cuidado quanto ao uso dos antibióticos, que prescinde de orientação e acompanhamento médico, pois do contrário, pode ser prejudicial à saúde. O uso indiscriminado, além de prejudicar a saúde, pode favorecer o desenvolvimento de micro-organismos resistentes a determinados antibióticos. O primeiro antibiótico foi desenvolvido pelo pesquisador inglês, Alexander Fleming.
  • 96. Controle do Crescimento de Micro-organismos com Antimicrobianos (antibióticos)  Trata-se da penicilina. Atualmente, a medicina conta com antibióticos mais potentes, administrados contra diversos tipos de doenças, tias como a pneumonia, meningite, tuberculose e as doenças sexualmente transmissíveis, o que requer ainda mais cuidado em sua utilização (EMUC, 2013).
  • 97. Características Gerais das Drogas Antimicrobianas  Como citado acima, os antimicrobianos são substâncias que matam os micro-organismos e que dentre as principais se encontra o antibiótico. As principais características das drogas antimicrobianas são : a) Toxidade seletiva: segundo pesquisadores, esta é uma característica que toda droga antimicrobiana deveria apresentar, dado que diz respeito à capacidade de atuar de modo seletivo sobre o micro-organismo, não provando danos ao hospedeiro;
  • 98. Características Gerais das Drogas Antimicrobianas b) Espectro de ação: esta característica diz respeito à diversidade de organismos afetados pelo agente. De modo geral, os antimicrobianos são de pequeno ou amplo espectro. Hoje em dia, os laboratórios vêm trabalhando, na tentativa de isolar e purificar antimicrobianos de espectro restrito, de modo que este atue apenas sobre um determinado grupo de organismos. Isto evitaria a resistência bacteriana, e aqueles considerados de pequeno espectro atuariam de modo específico sobre um ou um pequeno grupo de micro-organismos;
  • 99. Características Gerais das Drogas Antimicrobianas c) No que diz respeito à síntese, podem ser de origem microbiana, aquela produzida exclusivamente por micro- organismos, química, por síntese química, e semissintética; d) no que diz respeito à ação, as drogas antimicrobianas podem apresentar características microbiostáticas, com ação direta para inibir o crescimento bacteriano ou microbicidas, que são aquelas que atuam inibindo a reprodução bacteriana, porém exigem maior tempo de tratamento.
  • 100. Micologia  De acordo com Martinez (2010), um dos ramos da biologia é dedicado ao estudo dos fungos – a Micologia ou micetologia. Por sua origem grega, ‘Mykes’ (cogumelo) + ‘logos’ (estudo), ou seja, estudo dos fungos, a Micologia já foi considerada um ramo da botânica, sendo os fungos considerados como plantas desprovidas de certos órgãos.  Uma vez tendo evoluído em seu conhecimento, os fungos hoje não mais são vistos como plantas, tendo para si uma ciência própria, responsável por seus estudos. Portanto, os fungos pertencem ao Reino Fungi, e são organismos heterotróficos de variadas dimensões.
  • 101. Micologia  Possuem tamanhos consideráveis, tais como os cogumelos, e também tamanhos microscópicos, como as leveduras e bolores.  De acordo com a autora citada no parágrafo anterior, os fungos se apresentam formados por hifas, com filamentos longos e ramificados, formando, com conjunto com outras hifas, o talo de um fungo chamado micélio.  Os fungos microscópicos não formam hifas. Eles crescem diretamente de esporos, em esporângios multinucleados.
  • 102. Micologia  Há fungos que são estudados no campo médico, pela Micologia médica. A Micologia médica humana, de acordo com Oliveira (1999), surgiu com as observações dos pesquisadores Schoenlein, Langenbeck e Gruby sobre as micoses superficiais a partir dos anos de 1839.  Em 1842 já começaram a surgir só primeiros estudos sobre micetoma e nos anos de 1856 iniciaram-se os estudos sobre aspergiloses. A partir do início do século XX, a micologia dermatológica estava inaugurada. Estes estudos, além daqueles sobre coccidioidomicose e histoplasmose, deram origem ao conceito de micose doença e micose infecção.
  • 103. Micologia  De acordo com o autor, e meados dos anos de 1950 surgiu o interesse pelo campo das infecções micóticas ocasionais, as micoses oriundas por fungos oportunistas. Micose é o nome genérico dado a várias infecções causadas por fungos. Existem cerca de 230 mil tipos de fungos, mas apenas 100 tipos aproximadamente que causam infecção.  Os fungos estão em toda a parte, é inevitável a exposição a eles. Em condições favoráveis, tais como em ambientes com muita umidade ou aqueles com calor excessivo, os fungos se reproduzem e podem dar origem a um processo infeccioso que, podendo ser superficial ou profundo, dependendo do fungo ou da região afectada (UNIDERMATO, 2010).
  • 104. Micoses superficiais  De acordo com Mello (2012), nesse tipo de micose, os fungos se localizam na parte externa da pele, ao redor dos pelos ou nas unhas, e se alimentam de uma proteína chamada queratina.  Dentre as micoses superficiais mais conhecidas está Tinea pedis, popularmente chamada por frieira ou pé-de-atleta. Ela atinge a pele entre os dedos, comumente dos pés. Ela pode vir acompanhada de uma infecção bacteriana.
  • 105. Micoses superficiais  Em alguns casos a cura pode demorar vários meses, como nas infecções das unhas. A estas dá-se o nome de onicomicose a infecção fúngica da unha, muito frequente na população adulta, em particular as unhas dos pés.  Uma vez que o fungo não está apto a invadir o corpo, as tinea, ou frieiras, não são consideradas perigosas. http://doctorfeet.com.br/tratamento-pes/imagens- yaslip/informacoes/tratamento-frieiras-01.jpg
  • 106. Micoses superficiais  As micoses denominadas Tinea podem ser de vários tipos, além da tinea pedis, conforme descrito a seguir: a) tinea corporis: afeta a pele, é a que possui mais incidência, causada pelos fungos M. canis ou T.mentagrophytes; b) tinea cruris: caracterizada por lesões eritemato-escamosas (vermelhas) em nível das regiões inguinais (zona dos genitais);
  • 107. Micoses superficiais c) tinea unguium: tinha das unhas, pode ser causada por quase todas as espécies de dermatófitos e as lesões apresentam um aspecto variável, desde simples manchas esbranquiçadas a espessamentos com destruição da lâmina externa da unha e hiperqueratose subungueal (unha amarela grossa); d) tinea barbae: é causada por agentes dermatófitos zoofílicos (de animais). A sua incidência, além de baixa, é quase exclusiva de meios rurais. As lesões são localizadas na face, na zona com barba e podem ser superficiais (anulares com bordos vesiculo- pustulosos) ou profundas (massas nodulares infiltradas de cor vermelho-arroxeada);
  • 108. Micoses superficiais e) tinea capitis: a tinha favosa ou favo tem como agente etiológico T. schoenleinii surge em qualquer idade e é caracterizada pelo aparecimento de placas escamo-crostosas de cor amarelada, em forma de favo e com o "cheiro a rato". Leva à queda do cabelo e pelada definitiva.
  • 109. Candidíase  Ainda como micoses superficiais há também a candidíase, que afeta principalmente as mucosas. A candidíase, especialmente a vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção nos genitais.  Além do prurido e do ardor, ela também provoca dor durante o coito, e a eliminação do corrimento vaginal em grumos brancos. Frequentemente, a vulva e a vagina encontram-se inchadas e irritadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal.
  • 110. Candidíase  No homem, apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio e, eventualmente, por um leve edema e pequenas lesões puntiformes, avermelhadas e pruriginosas.  As mulheres grávidas são bastante propensas a esse tipo de infecção, por conta da grande variação hormonal que ocorre durante este período, do mesmo modo que as mulheres na fase antes do período menstrual.  Pacientes com deficiência do sistema imunológico, como os portadores de AIDS, são bastante sensíveis a essas infecções por não conseguirem combater esses germes naturalmente.
  • 111. Pitiríase versicolor (pano branco)  Outro tipo de micose superficial, de acordo com Mello (2012), é a Pitíriase versicolor, cujo nome vulgar é o ‘pano branco’ ou ainda ‘micose de praia’. Trata-se de uma micose causada pela levedura Pityrosporum ovale.  O fungo causador da doenca habita a pele de todas as pessoas. Em algumas delas é capaz de se desenvolver, provocando manchas brancas ou marrons.
  • 112. Pitiríase versicolor (pano branco)  As áreas da pela mais atingidas são aquelas mais oleosas, tais como a face, o couro cabeludo, o pescoço e a porção superior do tronco. Formam-se manchas claras acastanhadas ou avermelhadas na pele, que se iniciam pequenas, pondendo se agrupar e formar manchas maiores.  De um modo geral, é uma doença assintomática, mas alguns pacientes podem apresentar coceira. Sendo uma micos superficial, não provoca graves danos, senão os de ordem estética.
  • 113. Pitiríase versicolor (pano branco)  Formas mais comuns de contágio das micoses superficiais: a) Contato com animais de estimação; b) Compartilhamento de chuveiros públicos; c) Lava-pés de piscinas e saunas; d) Ao andar descalço em pisos úmidos ou públicos; e) Uso de toalhas compartilhadas ou mal lavadas;
  • 114. Pitiríase versicolor (pano branco)  Formas mais comuns de contágio das micoses superficiais: f) Equipamentos de uso comum (botas, luvas); g) Uso de roupas e calçados de outras pessoas; h) Uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não esterilizadas; i) Contato com material contaminado em geral; j) Uso de roupas úmidas por tempo prolongado.
  • 115. Pitiríase versicolor (pano branco)  Procedimentos que diminuem o risco de se contrair uma micose: a) Evitar andar descalço em pisos úmidos; b) Nunca usar toalhas compartilhadas, especialmente se estiverem úmidas ou mal lavadas; c) Após o banho, enxugar-se bem, principalmente nas áreas de dobras, como o espaço entre os dedos dos pés e virilha; d) Usar sempre roupas íntimas de fibras naturais, como o algodão, pois as fibras sintéticas prejudicam a transpiração;
  • 116. Pitiríase versicolor (pano branco)  Procedimentos que diminuem o risco de se contrair uma micose: e) Verificar se os objetos de manicure, como alicates, tesouras e lixas são esterilizados. Melhor ainda se tiver um de uso exclusivo; f) Em contato prolongado com detergentes, usar luvas e enxagar as mãos toda vez que usar a esponja; g) Evitar utilizar pentes ou escovas de cabelo de outras pessoas; h) Evitar uso de roupas molhadas.
  • 117. Micoses subcutâneas e profundas  As micoses subcutâneas e profundas são aquelas que afetam a profundidade da pele, tais como, Esporotricose e Cromomicose, e aquelas que se instalam em órgãos internos, como Blastomicose e Criptococose.  Na micose subcutânea normalmente a infecção fica restrita à pele, enquanto que na micose profunda propriamente dita, os fungos se espalham pela circulação sanguínea e linfática. Podem infectar a pele e órgãos internos, tais como pulmões, intestinos, ossos e até mesmo o sistema.
  • 118. Micoses subcutâneas e profundas  Formas mais comuns de contágios das micoses subcutâneas e profundas são: a) O contato com animais de estimação; b) Compartilhamento de chuveiros públicos; c) Os lava-pés de piscinas e saunas; d) Ao andar descalço em pisos úmidos ou públicos; e) O uso de toalhas compartilhadas ou mal lavadas;
  • 119. Micoses subcutâneas e profundas  Formas mais comuns de contágios das micoses subcutâneas e profundas são: f) Equipamentos de uso comum (botas, luvas); g) Uso de roupas e calçados de outras pessoas; h) Uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não esterilizadas; i) Contato com material contaminado em geral; j) O uso de roupas úmidas por tempo prolongado.
  • 120. Micoses subcutâneas e profundas  Medidas preventivas para diminur o risco de se contrair uma micose: a) Procurar usar calçados menos abafados; b) Evitar andar descalço em pisos úmidos; c) Nunca use toalhas compartilhadas e/ou mal lavadas; d) Após o banho enxugue-se bem, principalmente nas áreas de dobras, como o espaço entre os dedos dos pés e virilha; e) Use sempre roupas íntimas de fibras naturais como o algodão, pois as fibras sintéticas prejudicam a transpiração;
  • 121. Micoses subcutâneas e profundas  Medidas preventivas para diminur o risco de se contrair uma micose: f) Verifique se os objetos de manicure, como alicates, tesouras e lixas são esterilizados (ou tenha um de uso exclusivo seu); g) Em contato prolongado com detergentes, use luvas e enxágue as mãos toda vez que usar esponja; h) Evite utilizar pentes, escovas de cabelo e travesseiros de outras pessoas.
  • 122. Virologia  De acordo com Andris (2012), a virologia é o estudo dos vírus e suas propriedades. Por essência, os vírus são “ácido nucléico envolvido por um pacote protéico”, inertes no ambiente extracelular, somente sendo capazes de reprodução dentro da célula hospedeira, por isso são frequentemente classificados como "parasitas intracelulares obrigatórios", podendo causar inúmeras doenças no homem.  As formas de organismos dos vírus são bastante diferencias. Em comum, todos possuem uma cápsula feita de proteína, onde fica o material genético destes seres.
  • 123. Virologia  Tal material genético sofre modificações com freqüência, levando ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo vírus, o que dificulta o seu combate e compromete a eficiência de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos específicos de microorganismo, como afirma Andris (2012).  Um das características que os vírus têm em comum com os seres vivos é justamente a capacidade de sofrer mutações genéticas. Praticamente, todos os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral.  A palavra vírus tem origem latina e significa "veneno", de acordo com a autora citada acima. Provavelmente este nome foi dado devido às viroses, que são doenças causadas por vírus.
  • 124. Virologia  O corpo humano tem defesas naturais, os anticorpos, que são proteínas produzidas por células especiais do sangue, que agem contra os agentes causadores de doenças. A febre, por exemplo, é um mecanismo de combate às infecções, visto que o aumento da temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos glóbulos brancos.  No entanto, se a temperatura axilar ultrapassar 37,5o Celsius, deve ser imediatamente tratada pelo médico. De modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas cada virose tem seus sintomas próprios e pode ser mais ou menos grave. De modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas cada virose tem seus sintomas próprios e pode ser mais ou menos grave.
  • 125. Virologia  Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos: • resfriado comum; • Gripe A (H1N1); • caxumba; • raiva; • rubéola; • sarampo; • hepatites; • dengue; • poliomielite; • febre amarela • varicela ou catapora; • varíola; • meningite viral; • mononucleose infecciosa; • herpes; • condiloma; • hantavirose; • Aids.
  • 126. Virologia  Em relação às formas de prevenção e tratamento, devido ao uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar.  As vacinas para a prevenção de infecções são as formas médicas mais eficientes nestes casos, além das drogas que tratam os sintomas das infecções virais.  É importante afirmar, segundo Andris (2012), que o uso de antibiótico não é recomendado, dado que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas de resistências antibióticas em bactérias.
  • 127. Parasitologia  Para Neves; De Melo; Linardi (2005), o relacionamento entre os seres vivos tem como objetivos fundamentais a obtenção de alimento e/ou a proteção. Na natureza, os seres vivos se inter- relacionam desde a colaboração mútua (simbiose) até o predatismo e canibalismo.  O parasitismo ocorreu, no decorrer da evolução, de uma dessas associações, quando um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção de alimento.
  • 128. Parasitologia  O parasitismo consiste na associação de organismos de espécies distintas, na qual apenas um organismo é beneficiado. Este é chamado parasita, e associação é obrigatória para sua sobrevivência. Chama-se hospedeiro o organismo que aloja, “hospeda” o parasita.  É interessante observar que a predominância das forças de agressão do parasita tem como consequência o desenvolvimento de sintomas e patologias, podendo levar o hospedeiro à morte. Quando as forças de defesa do hospedeiro são mais eficazes, o agressor é quem morre.
  • 129. Parasitologia  No entanto, na maioria das vezes, dá-se um equilíbrio de forças entre parasita e hospedeiro, o que permite a sobrevivência dos dois. Os hospedeiros podem ser classificados como: a) hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasita em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual; b) hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o parasita em fase larvária ou assexuada; c) hospedeiro paratênico ou de transporte: é o hospedeiro intermediário no qual o parasita não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado, até que o hospedeiro definitivo o ingira.
  • 130. Parasitologia  Vetor é o “veículo” que transmite o parasita entre dois hospedeiros. Pode ser biológico ou mecânico. Em relação ao número de hospedeiros, há duas modalidades: a) monóxenos, que são os parasitas que realizam seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro; b) heteróxenos, que são os parasitas que só completam seu ciclo evolutivo passando em dois hospedeiros, pelo menos.
  • 131. Parasitologia  Quanto à relação ao tempo de permanência do hospedeiro, esta pode ser permanente (no caso dos hospedeiros definitivos) ou acidental (para os hospedeiros intermediários).  Em relação à especificidade parasitária, os organismos que parasitam espécies de vertebrados muito próximos são os chamados estenoxenos, enquanto que aqueles que parasitam espécies de vertebrados muito diferentes denominam-se eurixenos.
  • 132. Parasitologia  Ainda de acordo com os autores acima citados, atingindo o homem e agindo como corpo estranho que se instala e cresce nos tecidos humanos, o parasita começa a alimentar-se à custa do hospedeiro, metabolizando suas reservas nutritivas para cobrir as próprias necessidades metabólicas.  O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários fatores, tais como: o número de formas infectantes, sua virulência (severidade e rapidez para provocar infecções), a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos, a associação de um parasita com outras espécies e o grau de resposta imune ou inflamatória desencadeada.
  • 133. Parasitologia  Dito isto, percebe-se que a ação dos parasitas é muito variável, se apresentando das seguintes formas: a) ação espoliativa: quando o parasita absorve nutrientes, e até sangue, do hospedeiro; b) ação tóxica: resulta da introdução de secreções (toxinas ou metabólitos) dos parasitas que podem lesar o hospedeiro; c) ação traumática: ação exercida em nível de células e tecidos. Os vermes ancilostomídeos, com suas peças bucais, arrancam pedaços da mucosa intestinal provocando ulcerações sangrantes; d) ação irritativa: deve-se à presença constante do parasita que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado; e) ação obstutriva: algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar.
  • 134. Protozoários  Os protozoários são organismos microscópicos, unicelulares que podem ser de vida livre ou parasitas na natureza. Eles são capazes de se multiplicar em seres humanos, que contribuem para a sua sobrevivência e permitem também desenvolver infecções graves a partir de apenas um único organismo.  A transmissão de protozoários que vivem em um intestino humano para outro ser humano normalmente ocorre por meio de uma via fecal-oral (por exemplo, comida ou água contaminada ou contato de pessoa a pessoa).  Os protozoários que vivem no sangue ou tecidos de seres humanos são transmitidos a outros seres humanos por um vetor artrópode (por exemplo, a partir da picada de um mosquito).
  • 135. Protozoários  Os protozoários que causam doença em humanos podem ser classificados em quatro grupos baseados em seu modo de locomoção, conforme descrito a seguir: a) Sarcodina: a ameba (Entamoeba); b) Mastigophora: os flagelados (Giardia, Leishmania); c) Ciliophora: os ciliados (Balantidium); d) Sporozoa: os organismos cuja fase adulta não é móvel (Plasmodium, Cryptosporidium).
  • 136. Amebíase  A amebíase é uma doença causada pelo parasita Entamoeba histolytica. Ele pode afetar qualquer pessoa, embora seja mais comum naquelas que vivem em áreas tropicais com condições sanitárias precárias. O diagnóstico pode ser difícil, porque outros parasitas podem parecer muito parecidos quando visto sob um microscópio. As manifestações clínicas da amebíase são variáveis decorrentes da ação direta do parasita.  As pessoas infectadas nem sempre se tornam doentes (forma assintomática). As formas sintomáticas envolvem infecções intestinais (colite desintérica, colite necrotizante, ameboma, colite não desintérica) e extraintestinais (amebíase hepática, pulmonar, cutânea e outras localizações).
  • 137. Amebíase  Quanto ao ciclo de vida da amebíase, observam-se os seguintes passos, uma vez os Cistos e trofozoítos são passados nas fezes: (1) os cistos são geralmente encontrados em fezes formadas, enquanto trofozoítos são normalmente encontrados em fezes diarreicas. Infecção por Entamoeba histolytica ocorre pela ingestão de cistos maduros na comida contaminada com fezes, água ou mãos; (2) a mudança da fase de cisto (3) ocorre no intestino delgado e trofozoítos (4) são liberados, que migram para o intestino grosso; os trofozoítos se multiplicam, então, por divisão binária e produzem novos cistos e, em ambas as fases são passados nas fezes (1).
  • 138. Amebíase Ciclo de vida da amebíase
  • 139. Amebíase  Por causa da proteção conferida por suas paredes, os cistos podem sobreviver a dias ou semanas no ambiente externo e são responsáveis pela transmissão.  Os trofozoítos nas fezes são rapidamente destruídos quando fora do corpo, e, se ingeridos, não sobreviveriam à exposição ao ambiente gástrico.
  • 140. Amebíase  Como profilaxia, observa-se o seguinte: a) tratamento dos casos sintomáticos; b)detecção e tratamento de portadores assintomáticos (manipuladores de alimentos); c) identificação das fontes de infecção; d) educação sanitária (não ingerir alimentos suspeitos, manter sanitários limpos, lavar as mãos antes da refeição e após defecação); e) saneamento; f) uso de água filtrada ou fervida.
  • 141. Giardíase  A giardíase é uma doença diarreica causada por parasita microscópico Giardia intestinalis, Giardia lamblia ou Giardia duodenalis. É uma doença global que infecta cerca de 2% dos adultos e 6 a 8% das crianças nos países desenvolvidos. Quase 33% das pessoas nos países em desenvolvimento tiveram giardíase. O parasita é encontrado em superfícies ou em terra, alimentos ou água que foi contaminada com fezes dos seres humanos ou animais infectados.  Os cistos são as formas infectantes, sendo, portanto, responsáveis pela disseminação. São muito resistentes, permanecendo viáveis durante dois meses no meio externo. O tratamento da água com cloro, bem como aquecimento até 60° C, não são suficientes para sua destruição.
  • 142. Giardíase  A água fervida por cinco minutos é efetiva na inativação dos cistos. A água é o método mais comum de transmissão. A disseminação está associada, também, a vários fatores, tais como: verduras, legumes, frutas cruas contaminadas pelos cistos; alimentos contaminados por manipuladores parasitados; contato direto pessoa a pessoa, riachos e reservatórios contaminados pela presença de animais parasitados.  A maioria dos indivíduos infectados é assintomática. Os sintomas, quando presentes, caracterizam-se por: diarreia aguda com cólicas intestinais difusas; constipação intestinal; náuseas e vômitos; gases; falta de apetite; azia; digestão difícil.
  • 143. Giardíase Ciclo de vida da giardíase
  • 144. Giardíase  Cistos são formas resistentes e são responsáveis pela transmissão da giardíase. Ambos os cistos e trofozoítos podem ser encontrados nas fezes (fase de diagnóstico) (1).  Os cistos são resistentes e podem sobreviver vários meses em água fria. A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água contaminada, alimentos, ou pela via fecal-oral (com as mãos) (2). No intestino delgado, perde-se a membrana cística e liberam-se os trofozoítos (cada cisto produz dois trofozoítos) (3).
  • 145. Giardíase  Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal, permanecendo no lúmen do intestino delgado proximal, onde podem ser livres ou ligados à mucosa por um disco suctorial ventral (4). Encistamento ocorre enquanto o parasita transita em direção ao cólon. O cisto é a fase mais comumente encontrada nas fezes não diarreicas.  Pode-se evitar a contaminação com procedimentos tais como: fervura da água para uso doméstico, pois a cloração é ineficiente para a destruição dos cistos; saneamento básico; educação sanitária e higiene pessoal; combate aos artrópodes (moscas e baratas).
  • 146. Tricomoníase  A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST) que acomete tanto homens como mulheres, embora os sintomas sejam mais comuns em mulheres. Estima-se que 7,4 milhões de novos casos ocorrem a cada ano em mulheres e homens.  A tricomoníase é causada pelo parasita protozoário unicelular, Trichomonas vaginalis, tendo a vagina como local mais comum de infecção em mulheres, e a uretra (canal da urina), como o local mais comum de infecção para os homens. O parasita é sexualmente transmissível, seja do pênis para a vagina, vulva- coito ou a vulva em contato com um parceiro infectado.
  • 147. Tricomoníase  A maioria dos homens com tricomoníase não apresenta sinais ou sintomas, no entanto, alguns deles podem temporariamente ter uma irritação no interior do pênis, leve corrimento, ou leve ardor após a micção ou a ejaculação. Algumas mulheres têm sinais ou sintomas de infecção, que incluem um corrimento vaginal amarelo-esverdeada com odor forte.  A infecção também pode causar desconforto durante as relações sexuais e ao urinar, assim como irritação e coceira na área genital feminina. Em raros casos, dor abdominal pode ocorrer. Os sintomas geralmente aparecem em mulheres dentro de 5 a 28 dias de exposição.
  • 148. Tricomoníase  Estudos publicados em CDD (2013c) dão conta de que a inflamação genital causada por T. vaginalis pode aumentar a susceptibilidade da mulher à infecção pelo HIV, se ela for exposta ao vírus. Mulheres grávidas com tricomoníase podem dar à luz um bebê prematuro e com baixo peso ao nascer.  De um modo geral, a tricomoníase pode ser curada com medicamentos prescritos, metronidazol ou tinidazol, administrados por via oral em dose única. Os sintomas da tricomoníase em homens infectados podem desaparecer dentro de algumas semanas sem tratamento.
  • 149. Tricomoníase  No entanto, um homem infectado, mesmo um homem que nunca teve sintomas ou que os sintomas tenham padao, pode continuar a infectar ou reinfectar a parceira, até que ele tenha sido tratado. Portanto, ambos os parceiros devem ser tratados ao mesmo tempo para eliminar o parasita.  Pessoas em tratamento para tricomoníase devem evitar sexo até que eles e seus parceiros sexuais recebam o tratamento completo e não apresentem mais os sintomas. O metronidazol pode ser utilizado por mulheres grávidas.
  • 150. Tricomoníase  É imporatante salientar, que, após o sucesso do tratamento, as pessoas podem ainda ser suscetíveis à reinfecção. O caminho mais seguro para evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis é abster-se de contato sexual, ou estar em um relacionamento de longo prazo mutuamente monogâmica com um parceiro que foi testado e é conhecido por não ser infectado. O uso de preservativos pode reduzir a transmissão da tricomoníase.
  • 151. Leishmaniose  A leishmaniose é uma doença transmitida pela picada de inseto, o flebótomo, ou mosquito-palha. Este é o vetor da doença, que é causada por protozoários do gênero Leishmania. A infecção humana é causada por cerca de 21 das 30 espécies que infectam mamíferos. A leishmaniose inclui duas das principais doenças, a leishmaniose cutânea e a leishmaniose visceral.  Muitas espécies de Leishmania infectam animais, assim como os seres humanos. A distribuição é mundial, mas 90% dos casos de leishmaniose visceral ocorrem na Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão, Etiópia e Brasil, enquanto 90% dos casos de leishmaniose cutânea ocorrem no Afeganistão, Argélia, Irã, Arábia Saudita, Síria, Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia.
  • 152. Leishmaniose  A forma mais comum de leishmaniose é a cutânea, que geralmente aparece como uma ou mais úlceras indolores. A leishmaniose visceral é uma doença febril, com perda de peso, aumento do baço e do fígado, e diminui a produção de células sanguíneas que podem levar a hemorragias, anemia e infecções com outros microrganismos.  Sem tratamento, esta forma da doença é quase sempre fatal. A leishmaniose tegumentar é uma forma rara da doença que pode ocorrer meses ou anos após a cura de uma úlcera de leishmaniose cutânea. Esta forma da doença pode afetar o septo nasal, o palato e outras partes da nasofaringe.
  • 153. Leishmaniose  A melhor maneira para os viajantes para evitar a infecção é para se proteger de mordidas de insetos. Para diminuir o risco de ser mordido, devem-se evitar atividades ao ar livre, especialmente desde o anoitecer ao amanhecer, quando flebotomíneos geralmente são os mais ativos. Ao ar livre, deve-se minimizar a quantidade de pele exposta.  Na medida em que o clima permite, devem-se usar camisas de mangas compridas, calças compridas e meias. É importante que se aplique repelente na pele exposta, e sob as extremidades das mangas e pernas. Quando em ambientes fechados, é recomendável manter-se em áreas com telas para evitar a entrada dos insetos.
  • 154. Doença de Chagas  A doença de Chagas foi nomeada pelo médico brasileiro Carlos Chagas, que descobriu a doença em 1909. É causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, transmitida para animais e pessoas por insetos vetores que são encontrados somente nas Américas (principalmente, nas zonas rurais da América Latina, onde a pobreza é generalizada).  Doença de Chagas (infecção por T. cruzi) é também referida como a tripanossomíase americana.  A infecção é geralmente adquirida por meio do contato com as fezes de triatomíneos infectados (ou "barbeiro"), um inseto sugador de sangue, que se alimenta de humanos e animais.
  • 155. Doença de Chagas  Os triatomíneos prosperam em condições precárias de moradia (por exemplo, paredes de barro, telhados de palha). Portanto, em países endêmicos, pessoas que vivem em áreas rurais correm o maior risco de contrair a infecção.  Ao longo dos anos, os esforços de saúde pública na prevenção da transmissão da doença de Chagas diminuíram o número de pessoas infectadas e anularam completamente os vetores de transmissão em algumas áreas.
  • 156. Doença de Chagas  Entretanto, a infecção adquirida a partir de produtos derivados de sangue, transplante de órgãos ou transmissão congênita continua a representar uma ameaça.  O Trypanosoma cruzi é um protozoário heteroxênico com um ciclo de vida complexo que envolve pelo menos quatro formas evolutivas e dois hospedeiros, um inseto vetor e o hospedeiro vertebrado mamífero. Durante seu ciclo de vida, o parasita sofre alterações morfológicas, ultraestruturais e bioquímicas.
  • 157. Doença de Chagas Ciclo de vida da doença de Chagas
  • 158. Doença de Chagas  A doença de Chagas tem uma fase aguda e uma crônica. Se não for tratada, a infecção ocorre ao longo da vida. A fase aguda ocorre imediatamente após a infecção e pode durar até algumas semanas ou meses, e os parasitas podem ser encontrados no sangue circulante.  A infecção pode ser leve ou assintomática. Pode haver febre ou inchaço ao redor do local da inoculação (onde o parasita entrou na pele ou mucosas). Raramente, a infecção aguda pode resultar em uma grave inflamação do músculo do coração ou do cérebro e membranas que envolvem o cérebro (CDC, 2013d).
  • 159. Doença de Chagas  Após a fase aguda, a maioria das pessoas infectadas entra em uma forma prolongada assintomática da doença (chamada "crônica indeterminada"), durante a qual os parasitas poucos ou nenhuns são encontrados no sangue. Neste período, a maioria das pessoas não tem conhecimento de sua infecção.  Muitas pessoas podem permanecer assintomáticas por toda a vida e nunca desenvolver sintomas relacionados à doença. No entanto, uma estimativa de 20 - 30% das pessoas infectadas desenvolverão os sintomas, acarretando sérios problemas ao longo da vida, com o risco de vir a óbito.
  • 160. Doença de Chagas  As complicações da doença de Chagas crônica podem incluir: arritmia cardíaca, que pode levar à morte súbita; um coração dilatado que não bombeia sangue bem; uma dilatação do esôfago ou do cólon, levando à dificuldade de comer ou defecar. Em pessoas que têm sistemas imunológicos debilitados (por exemplo, devido à AIDS ou quimioterapia), a doença de Chagas pode ser reativada com parasitas no sangue circulante.
  • 161. Doença de Chagas  As formas mais comuns de prevenção da doença são: a) A prevenção primária corresponde às ações que impeçam a transmissão do parasita ao indivíduo suscetível. Envolve o controle do vetor por combate químico (inseticidas), a melhoria da habitação e educação sanitária. O exame prévio do sangue do doador, com pelo menos duas técnicas sorológicas de alta sensibilidade, que permitem o controle da transmissão transfusional. Podem-se citar também o controle da transmissão congênita e o controle das transmissões acidentais e por transplantes de órgãos;
  • 162. Doença de Chagas  As formas mais comuns de prevenção da doença são: b) A prevenção secundária trata-se de instituir corretamente o tratamento específico nos casos indicados e manter em boas condições os doentes, evitando a evolução da cardiopatia crônica; c) Cabe ao nível terciário de prevenção a readequação do paciente e aminimização da incapacidade instalada.
  • 163. Toxoplasmose  A toxoplasmose é causada pelo parasita protozoário Toxoplasma gondii, pertencente ao reino protista, que infecta naturalmente o homem, os animais selvagens e domésticos e também os pássaros.  De acordo com Kawazoe (2005 apud FIALHO; TEIXEIRA; ARAÚJO, 2009), os hospedeiros definitivos são os felídeos, dado que apenas neles ocorre o ciclo sexuado do parasito, com a eliminação de oocistos, que esporulam no ambiente, tornando infectantes. Nos Estados Unidos estima-se que 22,5% da população de 12 anos foram infectadas com toxoplasma.
  • 164. Toxoplasmose  Em vários lugares em todo o mundo, 95% de algumas populações foram infectadas com toxoplasma. A infecção é mais frequentemente em áreas que têm climas quentes, úmidos e baixas altitudes.  De acordo com Fialho; Teixeira; Araújo (2009), a patogenia e sinais clínicos são bem variados. Ocorrem alguns casos benignos, apresentando febre e discreto aumento ganglionar e também ocorrem os casos graves, compromentendo o sistema nervoso central, alterações oculares, provocando cegueira ou aborto.
  • 165. Toxoplasmose  A toxoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa, exceto em casos de mãe para filho (congênita), transfusão de sangue ou de transporte e transplante de órgãos. Geralmente, as pessoas são infectadas por três principais vias de transmissão: por alimentos, de animais para humanos (zoonótica), de mãe para filho (congênita).  A transmissão por alimentos ocorre por: ingestão de comida mal cozida, de carne contaminada (especialmente carne de porco e cordeiro), ingestão acidental de carne mal cozida contaminada depois de manuseá-la e não lavar bem as mãos (toxoplasma não pode ser absorvido pela pele intacta), comer o alimento que foi contaminado por facas, utensílios, tábuas de corte, ou outros alimentos que tiveram contato com matérias-primas, de carne contaminada.
  • 166. Toxoplasmose  Na transmissão de animais para humanos (zoonótica), os gatos têm um papel importante na disseminação da toxoplasmose, quando infectados pela ingestão de roedores infectados, aves ou outros animais pequenos. Os gatos podem lançar milhões de oocistos em suas fezes, durante três semanas após a infecção.  As pessoas podem ser infectadas por: ingestão acidental de oocistos após tocar ou ingerir qualquer coisa que tenha entrado em contato com fezes de um gato que contêm Toxoplasma; ingestão acidental de oocistos presentes no solo (por exemplo, não lavar as mãos depois de jardinagem ou de comer frutas ou vegetais não lavados de um jardim);
  • 167. Toxoplasmose  beber água contaminada com o parasita Toxoplasma; mãe para filho de transmissão (congênita); uma mulher que é recém- infectada com Toxoplasma durante a gravidez pode passar a infecção para o feto (infecção congênita).  A mulher pode não ter sintomas, mas pode haver consequências graves para o feto, tais como doenças do sistema nervoso e os olhos; raros casos de transmissão (receptores de transplantes de órgãos podem ser infectados por receber um órgão de um doador Toxoplasma positivo). Raramente, as pessoas também podem ser infectados por receber sangue infectado por meio de transfusão. Laboratório de trabalhadores que lidam com sangue infectado também pode adquirir a infecção por inoculação acidental.
  • 168. Ascaridíase  De acordo com estudos publicados por Cromptom e Keiser e Utzinger (1999, 2009 apud SOUZA, 2010) estima-se que aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas estejam infectadas por Ascaris lumbricoides em todo mundo.  Embora estes parasitos tenham preferência por locais mais quentes e úmidos, se pode dizer que eles têm uma distribuição cosmopolita, encontrando-se dispersos em praticamente todas as partes do globo terrestre.
  • 169. Ascaridíase  A intensidade da infecção é um fator-chave na sintomatologia e gravidade da doença causada por estes parasitos, quando estabelecida, donde se pode concluir que a maior parte da população é portadora assintomática da infecção, segundo os autores.  Ascaris, ancilostomídeos, Trichuris são conhecidos como os helmintos (vermes parasitas). Juntos, eles representam maior carga da doença em todo o mundo. O parasita vive no intestino e seus ovos são passados nas fezes de pessoas infectadas.
  • 170. Ascaridíase  Se a pessoa infectada defeca fora (arbustos perto, num jardim ou no campo) ou se as fezes de uma pessoa infectada são usadas como fertilizantes, os ovos são depositados no solo e eles podem se transformar em uma forma que é infecciosa. Ascaridíase é causada pela ingestão de ovos.  Isso pode acontecer quando as mãos ou os dedos são contaminados pela sujeira conduzida à boca ao se consumirem vegetais ou frutas que não foram cuidadosamente cozidos, lavados ou descascados.
  • 171. Ascaridíase  As pessoas infectadas com Ascaris muitas vezes não apresentam sintomas. Quando ocorrem sintomas podem ser leves e incluem desconforto abdominal. Infecções pesadas podem causar obstrução intestinal e prejudicar o crescimento em crianças.  Outros sintomas, como tosse, é devido à migração dos vermes pelo corpo. A Ascaridíase é tratável com medicação prescrita pelo médico.
  • 172. Ascaridíase Ciclo de vida da ascaridíase
  • 173. Ascaridíase  Como se observa na Figura acima ilustrada, os vermes adultos (1) vivem no lúmen do intestino delgado. Uma fêmea pode produzir cerca de 200 mil ovos por dia, que são passados junto com as fezes (2).  Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são infectantes. Os ovos férteis e embrionados tornam-se infectantes após 18 dias a várias semanas (3), dependendo das condições ambientais (terra úmida, quente e sombreado). Depois que os ovos infectantes são ingeridos (4), as larvas invadem a mucosa intestinal, e são carreadas pela circulação sistêmica para os pulmões .
  • 174. Ascaridíase  As larvas maduras ainda nos pulmões (10 a 14 dias) penetram pelas paredes dos alvéolos, sobem a árvore brônquica até a garganta, e são engolidos (7). Ao chegar ao intestino delgado, que se transformam em vermes adultos (1).  Entre 2 e 3 meses são necessários a partir da ingestão dos ovos infectantes para ovoposição por fêmea adulta. Os vermes adultos podem viver 1-2 anos.
  • 175. Ascaridíase  Sintomatologia e patologia da Ascarisíase a) fase de invasão larvária; b) síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia, pneumonia); c) fase intestinal; d) má digestão, dores abdominais, perda de peso, irritabilidade, obstrução intestinal; e) enovelamento de vermes adultos; f) migração de vermes adultos para outros locais (apêndice, fígado) – detectável por raios X.
  • 176. Ascaridíase  Os vermes adultos podem sair pelo nariz, boca ou ânus. A melhor maneira de prevenir a ascaridíase é evitando a ingestão de alimentos que venham de solo que podem estar contaminados com fezes humanas, quando a matéria fecal humana ("esterco") ou de águas residuais é utilizada para fertilizar as plantações; lavar as mãos com água morna e sabão antes de manipular alimentos; ensinar as crianças a importância de lavar as mãos para evitar infecção; lavar, descascar ou cozinhar todos os vegetais crus e frutas antes de comer, principalmente aquelas que foram cultivadas em solo que foi adubado com esterco.
  • 177. Malária  A malária é uma doença grave, e por vezes fatal, causada por um parasita que acomete mais comumente um determinado tipo de mosquito que se alimenta de sangue humano. Pessoas que contraem malária apresentam febre alta, calafrios, e síndrome gripal. Embora possa ser uma doença mortal, a malária geralmente pode ser prevenida.  Onde a malária é encontrada depende, principalmente, de fatores climáticos como temperatura, umidade e precipitação. A malária é transmitida em áreas tropicais e subtropicais, onde os mosquitos do gênero Anopheles podem sobreviver e se multiplicar.
  • 178. Malária  Os parasitas da malária podem completar seu ciclo de vida no mosquito (período de incubação extrínseca). Em temperaturas abaixo de 20°C, o Plasmodium falciparum (agente etiológico da malária) não pode completar seu ciclo de vida no mosquito, e assim não pode ser transmitido. Em muitos países com malária endêmica, a transmissão não ocorre em todas as partes.  Mesmo em áreas tropicais e subtropicais, a transmissão não irá ocorrer: em altitudes muito elevadas, durante as estações mais frias em algumas áreas, em desertos (excluindo os oásis), em alguns países onde a transmissão foi interrompida por meio de controle de sucesso/programas de eliminação.
  • 179. Malária  Geralmente, nas regiões mais quentes, mais perto do equador, a transmissão é mais intensa e a malária é transmitida durante todo o ano. A maior transmissão é encontrada na África ao Sul do Saara e em partes da Oceania, como Papua Nova Guiné. Em regiões mais frias, a transmissão é menos intensa e mais sazonal. Lá, P. vivax pode ser mais prevalente, pois é mais tolerante e com menor temperatura ambiente.  Em muitas áreas temperadas, como a Europa Ocidental e os Estados Unidos, o desenvolvimento econômico e de medidas de saúde pública conseguiram eliminar a malária. No entanto, a maioria dessas áreas tem mosquitos Anopheles, que podem transmitir a malária e a reintrodução da doença é um risco constante.
  • 180. Malária  Após a picada infecciosa pelo mosquito Anopheles, um período de tempo (o "período de incubação") passa antes do aparecimento dos primeiros sintomas. O período de incubação na maioria dos casos varia de 7 a 30 dias. Os períodos mais curtos são observados com maior frequência por P. falciparum e os mais longos com P. malarie.  A forma clássica da malária dura de 6 a 10 horas. É consttuída por uma fase fria (sensação de frio, tremores), uma fase quente (febre, dores de cabeça, vômitos, convulsões em crianças pequenas) e, finalmente, uma fase de sudorese (suor, volta à temperatura normal, cansaço).
  • 181. Malária  Classicamente, mas raramente observada, os ataques ocorrem a cada dois dias com a "febre terçã" parasitas (P. falciparum, P. vivax e P. ovale) e a cada três dias com o "quartã" parasita (P. malariae).  Mais comumente, o paciente apresenta uma combinação dos seguintes sintomas: febre, calafrios, suores, dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores no corpo, mal-estar geral. Em países onde os casos de malária são raros, estes sintomas podem ser atribuídos à gripe, resfriado, ou outras infecções comuns, especialmente se a malária não é suspeita.
  • 182. Malária  Em contrapartida, em países onde a malária é muito frequente, os moradores geralmente reconhecem os sintomas como a malária e tratam-se sem pedir a confirmação de diagnóstico ("tratamento preventivo"). Os achados físicos podem incluir: temperaturas elevadas, transpiração, fraqueza, aumento do baço, icterícia moderada, alargamento do fígado.