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FenĂŽmenos
de
Transporte
PPrrooff aa
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Fenîmenos de Transporte – 01/2008
1
Disciplina: FenĂŽmenos de Transporte
Cursos: Engenharia de Controle e Automação
Engenharia Elétrica
Prof a
.: Mara Nilza Estanislau Reis
1Âș semestre 2008
Objetivos:
- Aprender os princĂ­pios bĂĄsicos da MecĂąnica dos Fluidos e da TransferĂȘncia de
Calor;
- Analisar as distribuiçÔes de pressão em fluidos em repouso;
- Analisar as distribuiçÔes de força em corpos e superfícies submersas;
- Estudar o escoamento ideal e real no interior de dutos;
- Analisar as maneiras através das quais o calor é transmitido.
Ementa:
Mecùnica dos Fluidos: Propriedades Físicas; EquaçÔes Gerais da Eståtica, Cinemåtica e
Dinùmica dos Fluidos; Cålculos de PressÔes Hidroståticas, de Forças sobre Superfícies
Submersas e de Perda de Carga; Medição de Viscosidade, Pressão e Velocidade.
TransferĂȘncia de Calor: Condução, Convecção, Radiação, AplicaçÔes. TransferĂȘncia de
Massa: DifusĂŁo, Coeficiente de TransferĂȘncia de Massa, Teoria da Camada Limite,
AplicaçÔes.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
2
Índice
1. Introdução a Mecùnica dos Fluidos.................................................................. 12
1.1. Definição............................................................................................. 12
1.2. Objetivo............................................................................................... 12
1.3. Aplicação............................................................................................. 12
2. Definição de um Fluido..................................................................................... 12
2.1. Introdução........................................................................................... 12
2.2. A HipĂłtese do ContĂ­nuo...................................................................... 13
2.3. PrincĂ­pio da AderĂȘncia........................................................................ 13
3. MĂ©todos de AnĂĄlise........................................................................................... 14
3.1. Sistema................................................................................................ 14
3.2. Volume de Controle............................................................................ 14
4. DimensÔes e Unidades...................................................................................... 14
4.1. Introdução............................................................................................ 14
4.2. Sistemas de DimensÔes....................................................................... 14
4.3. Sistemas de Unidades.......................................................................... 15
5. Propriedades FĂ­sicas dos Fluidos...................................................................... 16
5.1. Peso EspecĂ­fico.................................................................................... 16
5.2. Volume EspecĂ­fico.............................................................................. 17
5.3. Densidade Relativa.............................................................................. 17
5.4. Massa EspecĂ­fica ou Densidade Absoluta........................................... 18
5.5. Módulo da Elasticidade Volumétrico.................................................. 19
5.5.1. CondiçÔes Isotérmicas............................................................. 19
5.5.2. CondiçÔes Adiabåticas............................................................ 19
5.6. Coeficiente de Compressibilidade (C) ............................................... 19
6. Campo de Velocidade....................................................................................... 20
7. Regime Permanente e Transiente...................................................................... 21
7.1. Regime Permanente............................................................................. 21
7.2. Regime Transiente............................................................................... 21
7.3. Campo Uniforme de Escoamento........................................................ 21
8. Escoamentos Uni, Bi, Tridimensional.............................................................. 21
8.1. Escoamento Unidimensional............................................................... 21
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
3
8.2. Escoamento Bidimensional................................................................. 22
8.3. Linhas de Tempo, TrajetĂłrias, Linhas de EmissĂŁo e Corrente............ 23
8.4. Campos de TensĂŁo............................................................................... 26
9. Viscosidade....................................................................................................... 27
9.1. Viscosidade Dinùmica ou Absoluta: (”)............................................. 27
9.2. Viscosidade CinemĂĄtica: (Îœ)............................................................... 29
9.3. NĂșmero de Reynolds: (Re) ................................................................. 29
9.4. Tipos de Escoamento........................................................................... 30
10. PressĂŁo............................................................................................................ 32
10.1. Lei de Pascal...................................................................................... 34
11. FluidoestĂĄtica.................................................................................................. 34
11.1. A Equação Båsica da Eståtica dos Fluidos........................................ 35
11.2. Pressão Manométrica........................................................................ 37
11.3. PressĂŁo Absoluta............................................................................... 38
11.4. O BarĂŽmetro de MercĂșrio................................................................. 38
11.5. Aplicação para a Manometria............................................................ 39
11.6. Tipos de ManĂŽmetros........................................................................ 41
11.6.1. ManĂŽmetros de lĂ­quido.......................................................... 41
11.6.2. ManĂŽmetros metĂĄlicos.......................................................... 43
12. EquilĂ­brio dos Corpos Flutuantes.................................................................... 43
12.1. PrincĂ­pio de Arquimedes................................................................... 44
13. FluidodinĂąmica................................................................................................ 47
13.1. Sistema.............................................................................................. 47
13.2. Volume de Controle.......................................................................... 48
13.3. A Relação Entre as Derivadas do Sistema e a Formulação Para
Volume de Controle...................................................................................
48
13.4. Equação da Continuidade (de Conservação da Massa) Para um
Volume de Controle ArbitrĂĄrio..................................................................
49
13.4.1. Casos Especiais..................................................................... 50
13.4.2. Vazão Måssica e Vazão Volumétrica.................................... 51
13.5. 1a
Lei da TermodinĂąmica Aplicada ao Volume de Controle............. 53
13.6. Equação de Bernoulli........................................................................ 55
13.6.1. A Equação de Bernoulli Para Fluidos Ideais......................... 57
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
4
13.6.1.1. Visualização Gråfica da Equação de Bernoulli...... 57
13.6.2. AplicaçÔes da Equação de Bernoulli..................................... 59
13.6.2.1. Teorema de Torricelli............................................. 59
13.6.2.2. Medidores de VazĂŁo............................................... 60
13.6.2.2.1. Tubo de Venturi....................................... 62
13.6.2.2.2. Tubo de Pitot........................................... 63
13.6.2.2.3. Placa de OrifĂ­cio...................................... 65
13.6.2.2.4. Pressão de Estagnação............................. 68
13.7. Equação de Bernoulli Para Fluidos Reais – Perda de Carga............. 68
13.7.1. Visualização Gråfica da Equação de Bernoulli Para Fluidos
Reais..................................................................................................
69
13.7.2. Tipos de Perda de Carga........................................................ 70
13.7.2.1. Perdas de Carga ContĂ­nuas..................................... 70
13.7.2.2. Perdas de Carga Localizadas.................................. 74
13.8. PotĂȘncia Fornecida por uma Bomba................................................. 81
14. TransferĂȘncia de Calor.................................................................................... 86
14.1. Introdução.......................................................................................... 86
14.2. Modos de TransferĂȘncia de Calor..................................................... 86
14.2.1. Condução............................................................................ 86
14.2.2. Convecção.......................................................................... 87
14.2.3. Radiação............................................................................. 87
14.3. Leis BĂĄsicas da TransferĂȘncia de Calor............................................. 88
14.3.1. Condução............................................................................ 89
14.3.2. Convecção.......................................................................... 92
14.3.3. Radiação............................................................................. 93
15. Condução........................................................................................................ 96
15.1. Introdução à Condução...................................................................... 96
15.2. Propriedades Térmicas da Matéria.................................................... 97
15.3. Conservação de Energia em um Volume de Controle....................... 98
15.4. Equação da Difusão de Calor............................................................ 101
15.4.1. Coordenadas Cartesianas.................................................... 101
15.4.2. Coordenadas CilĂ­ndricas..................................................... 104
15.4.3. Coordenadas Esféricas....................................................... 104
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
5
15.4.4. CondiçÔes de Contorno e Condição Inicial........................ 105
15.5. Condução Unidimensional em Regime Permanente......................... 108
15.5.1. Parede Simples.................................................................. 108
15.5.2. ResistĂȘncia TĂ©rmica........................................................... 109
15.5.3. Parede Composta................................................................ 113
15.5.4. Parede Composta: SĂ©rie-Paralelo....................................... 116
15.5.5. ResistĂȘncia de contato........................................................ 116
15.6. Condução Unidimensional em Regime Permanente – Sistemas
Radiais – Cilindro.......................................................................................
119
15.6.1. Distribuição de Temperatura.............................................. 119
15.6.2. Parede CilĂ­ndrica Composta............................................... 122
15.6.3. Espessura CrĂ­tica de Isolamento......................................... 125
15.7. Condução Unidimensional em Regime Permanente –
Sistemas Radiais – Esfera...............................................................
129
15.8. Condução com Geração de Energia Térmica........................ 130
15.8.1 Condução com Geração de Energia Térmica -
Parede Plana.......................................................................
130
15.8.2 Condução com Geração de Energia TĂ©rmica –
Sistemas Radiais.................................................................
133
16. TransferĂȘncia de Calor em SuperfĂ­cies Expandidas – Aletas......................... 134
16.1. Introdução.......................................................................................... 134
16.2. Tipos de Aletas.................................................................................. 136
16.3. Balanço de Energia para uma Aleta.................................................. 137
16.4. Aletas com årea da seção transversal constante................................ 138
16.5. Desempenho da Aleta........................................................................ 143
17. Condução Transiente....................................................................................... 146
17.1. Introdução.......................................................................................... 146
17.2. MĂ©todo da CapacitĂąncia Global........................................................ 146
18. Convecção....................................................................................................... 148
18.1. Fundamentos da Convecção.............................................................. 148
18.2. As Camadas Limites da Convecção.................................................. 160
18.2.1. A Camada Limite HidrodinĂąmica......................................... 151
18.2.2. As Camadas Limites de Concentração.................................. 152
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
6
18.3. Escoamento Laminar e Turbulento................................................... 153
18.4. A Camada Limite TĂ©rmica................................................................ 156
EXERCÍCIOS RECOMENDADOS..................................................................... 158
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 159
ApĂȘndice A........................................................................................................... 160
ApĂȘndice B............................................................................................................ 164
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
7
Figuras
Figura 1 – Elemento Fluido sob a Ação de Esforço Tangencial Constante. 12
Figura 2 – Comportamento de (a) um Sólido e (b) um Fluido, Sob a Ação de
uma Força de Cisalhamento Constante.
13
Figura 3 – O Perfil de Velocidade Linear no Líquido entre Placas Paralelas ∞ 13
Figura 4 – Conjunto Pistão-Cilindro. 14
Figura 5 – Escoamento de um Fluido AtravĂ©s de um Tubo. 14
Figura 6 – Determinação do Campo de Velocidades em um Ponto. 20
Figura 7 – Exemplo de Escoamento Unidimensional. 22
Figura 8 – Exemplo de Escoamento Bidimensional. 22
Figura 9 – Deformação de um Elemento de Fluido. 28
Figura 10 – Exemplo para o CĂĄlculo do NĂșmero de Reynolds. 30
Figura 11 - Possível Classificação da Mecùnica dos Fluidos. 31
Figura 12 – Exemplo do Cálculo da Pressão na Base de um Recipiente. 33
Figura 13 – Fluida em Repouso. 34
Figura 14 – Volume de Controle Infinitesimal. 35
Figura 15 – Variação de Pressão em um Fluido Estático. 37
Figura 16 – Exemplo do CĂĄlculo das PressĂ”es Absoluta e ManomĂ©trica. 38
Figura 17 – O BarĂŽmetro de MercĂșrio. 39
Figura 18 – Variação de PressĂŁo em uma Coluna de MĂșltiplos Fluidos. 39
Figura 19 – Ilustração do exemplo acima, vasos comunicantes. 40
Figura 20 – Manîmetro de Líquido. 41
Figura 21 – Manîmetro de Líquido. 42
Figura 22 – Manîmetro de Líquido. 42
Figura 23 – Tubo de Bourdon. 43
Figura 24 – Manîmetro de Diafragma. 43
Figura 25 – Corpo Imerso em um Fluido Estático. 43
Figura 26 – Cálculo do Metacentro de um Corpo Submerso. 47
Figura 27 – Conjunto Pistão-Cilindro. 48
Figura 28 – Escoamento de um Fluido atravĂ©s de um Tubo. 48
Figura 29 – Escoamento Unidimensional. 52
Figura 30 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento 58
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
8
Unidimensional em um Duto.
Figura 31 – Escoamento de um Fluido Ideal em um Recipiente de Paredes
Delgadas.
59
Figura 32 – Escoamento Interno atravĂ©s de um Bocal GenĂ©rico mostrando o
volume de controle usado para anĂĄlise.
60
Figura 33 – Tubo de Venturi. 62
Figura 34 – Medição de pressão estática – Tubo de Pitot. 63
Figura 35 – Tubo de Pitot com fluido manomĂ©trico. 64
Figura 36 – (a) Geometria de orifício e localização de tomadas de pressão –
Placa de orifĂ­cio. (b) Placa de OrifĂ­cio.
66
Figura 37 – MediçÔes simultĂąneas das pressĂ”es de estagnação e estĂĄtica. 68
Figura 38 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento de um Fluido
Real.
69
Figura 39 - Ábaco de Moody. 72
Figura 40 – Determinação da Rugosidade Relativa. 73
Figura 41 – Valores aproximados de k. 74
Figura 42 – Comprimentos Equivalentes para TubulaçÔes de Ferro fundido e
Aço.
75
Figura 43- Redução de Área – Bocal. 77
Figura 44 – Coeficiente de Perda de Carga para um Difusor. 78
Figura 45 – Válvula de gaveta. 79
Figura 46 – Válvula Globo. 80
Figura 47 – Válvula de Retenção. 80
Figura 48 – Elevação de um Fluido com uma Bomba. 81
Figura 49 – Conjunto elevatório referente ao exemplo acima. 83
Figura 50 - TransferĂȘncia de calor. 86
Figura 51 – Associação da transferĂȘncia de calor por condução Ă  difusĂŁo da
energia provocada pela atividade molecular.
87
Figura 52 – Processos de transferĂȘncia convectiva de calor. (a) Convecção
natural. (b) Convecção forçada.
87
Figura 53 – Troca radiativa entre uma superfície e as suas vizinhanças. 88
Figura 54 – Troca radiativa entre uma superfície e as suas vizinhanças. 88
Figura 55 – TransferĂȘncia de Calor em uma Parede Plana. 89
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
9
Figura 56 – TransferĂȘncia Convectiva de Calor. 91
Figura 57 – Troca Radiativa Líquida entre duas Superfícies. 94
Figura 58 – Faixas de Condutividade tĂ©rmica para vĂĄrios estados da matĂ©ria. 97
Figura 59 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cartesianas). 102
Figura 60 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cilíndricas). 104
Figura 61 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas EsfĂ©ricas). 105
Figura 62 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de uma Parede Plana. 108
Figura 63 – Circuito TĂ©rmico. 111
Figura 64 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de uma Parede Plana. 113
Figura 65 – Circuito tĂ©rmico equivalente. 114
Figura 66 – Parede Composta. 116
Figura 67 – Circuitos TĂ©rmicos Equivalentes numa Parede Composta. 116
Figura 68 - Queda de temperatura devido Ă  resistĂȘncia tĂ©rmica de contato. 117
Figura 69 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de um Cilindro Oco. 119
Figura 70 – TransferĂȘncia de Calor AtravĂ©s de uma Parede CilĂ­ndrica
Composta.
121
Figura 71 – Ilustração do exemplo acima, tubo com paredes delgadas. 124
Figura 72 – Parede Cilíndrica Composta. 125
Figura 73 – Comportamento das ResistĂȘncias TĂ©rmicas com r2. 128
Figura 74 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de uma Casca EsfĂ©rica. 129
Figura 75 – Condução em uma parede plana com geração uniforme de calor.
(a) CondiçÔes de contorno assimétricas. (b) CondiçÔes de contorno
assimétricas. (c) Superfície adiabåtica no plano intermediårio.
131
Figura 76 – TransferĂȘncia de Calor em uma superfĂ­cie expandida. 134
Figura 77 – SuperfĂ­cie da qual se quer Aumentar a Taxa de TransferĂȘncia de
Calor.
132
Figura 78 – Colocação de Aletas para Aumentar a Taxa de TransferĂȘncia de
Calor.
132
Figura 79 – Trocadores de Calor com tubos aletados. 133
Figura 80 – ConfiguraçÔes de Aletas. 133
Figura 81 – Balanço de Energia em uma Superfície Expandida. 134
Figura 82 – Aletas com Área da Seção Transversal Constante. 139
Figura 83 – EficiĂȘncia de aletas. 144
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
10
Figura 84 – Montagem Representativa das Aletas – a) Retang. b) Anulares. 146
Figura 85 – Resfriamento de uma peça metálica quente. 147
Figura 86 – Distribuição transiente de temperatura correspondente a
diferentes nĂșmeros de Biot, numa parede plana resfriada simetricamente por
convecção.
148
Figura 87 - TransferĂȘncia convectiva de Calor. 148
Figura 88 – Escoamento sobre uma Placa Plana. 149
Figura 89 - A camada limite fluidodinĂąmica. 151
Figura 90 - Perfil de concentração na camada limite. 152
Figura 91 – Camada Limite. 153
Figura 92 – Camada Limite TĂ©rmica. 156
Figura A1 – Viscosidade Absoluta de Alguns Fluidos 166
Figura A2 – Viscosidade Cinemática de Alguns Fluidos à Pressão Atm. 167
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
11
Tabelas
Tabela 1 – Sistemas de Unidades. 15
Tabela 2 – Principais prefixos para unidades de Engenharia. 16
Tabela 3 – Rugosidade para Tubos de Materiais comuns de Engenharia. 71
Tabela 4 – Coeficiente de Perda de Carga para Entrada de Tubos. 76
Tabela 5 – Coeficientes de Perda de Carga para Contração e Expansão. 76
Tabela 6 – Coeficiente de Perda de Carga para Redução Suave da Seção. 77
Tabela 7 – Comprimento Equivalente Adimensional para Válvulas e
ConexÔes
78
Tabela 8 – Valores de h (W/mÂČ.K) 92
Tabela 9 – EquaçÔes de Taxa 96
Tabela 10 – Lei de Fourier para os trĂȘs sistemas de coordenadas 96
Tabela 11 – ResistĂȘncia tĂ©rmica de contato em (a) Interfaces MetĂĄlicas sob
condiçÔes de våcuo e (b) Interface de Alumínio com diferentes fluidos
interfaciais
118
Tabela 12 – ResistĂȘncia TĂ©rmica de interfaces sĂłlido/sĂłlido representativas 118
Tabela 13 – Propriedade de Fluidos Gasosos 163
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
12
1. Introdução a Mecùnica dos Fluidos
1.1. Definição: Ă© a ciĂȘncia que estuda o comportamento fĂ­sico dos fluidos e as leis que
regem tal comportamento. Estudo do comportamento dos fluidos em repouso
(FluidoestĂĄtica) e em movimento (FluidodinĂąmica).
1.2. Objetivo: conhecer, compreender e analisar qualquer sistema no qual um fluido Ă© o
meio produtor de trabalho.
1.3. Aplicação: måquinas de fluxo (bombas, ventiladores, compressores e turbinas),
aeronaves, automóveis, submarinos, sistemas de aquecimento e ventilação de
residĂȘncias, edifĂ­cios comerciais, sistemas de tubulaçÔes, corpos flutuantes, medicina,
etc.
2. Definição de um Fluido
2.1. Introdução: É uma sustñncia que se deforma continuamente sob a aplicação de
uma tensão de cisalhamento (força tangencial), não importa sua intensidade (figura 1).
Os fluidos compreendem as fases lĂ­quida e gasosa (ou de vapor) das formas fĂ­sicas nas
quais a matéria existe.
Figura 1 – Elemento Fluido sob a Ação de Esforço Tangencial Constante.
A distinção entre um fluido e o estado sólido fica clara ao ser comparado seu
comportamento. Ao ser aplicada uma força tangencial F (fig.2a) sobre um sólido fixado
entre as duas placas, o bloco sofre uma deformação e se estabiliza no novo formato. No
regime elåstico do material, ao cessar a aplicação da força, o sólido retorna à forma
original. Repetindo a experiĂȘncia para um fluido, ele se deformarĂĄ continuamente,
enquanto existir uma força tangencial atuando sobre ele (fig.2b).
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
13
Figura 2 – Comportamento de (a) um Sólido e (b) um Fluido, Sob a Ação de uma Força
de Cisalhamento Constante.
1a
Situação:
Figura 2a
Mantida a Ft constante o sólido deformar-se-å até alcançar uma posição de equilíbrio
estĂĄtico.
2a
Situação:
Figura 2b
Sob a ação da Ft deforma-se continuamente, não se alcançando uma posição de
equilĂ­brio estĂĄtico.
2.2. A Hipótese do Contínuo: Como o espaço médio entre as moléculas que compÔem
o fluido é bastante inferior às dimensÔes físicas dos problemas estudados, considera-se
o fluido como uma substĂąncia que pode ser dividida ao infinito.
2.3. PrincĂ­pio da AderĂȘncia: “Os pontos de um fluido em contato com uma superfĂ­cie
sĂłlida possuem a mesma velocidade dos pontos desta com os quais estĂŁo em contato;
não há deslizamento naquelas fronteiras”. (fig.3)
Figura 3 – O Perfil de Velocidade Linear no Líquido entre Placas Paralelas Infinitas.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
14
3. MĂ©todos de anĂĄlise
3.1. Sistema: quantidade de massa fixa e identificĂĄvel; as fronteiras do sistema
separam-no do ambiente Ă  volta; nĂŁo hĂĄ transferĂȘncia de massa atravĂ©s das mesmas,
calor e trabalho poderĂŁo cruzar as fronteiras, conforme mostrado na fig. 4 .
Figura 4 – Conjunto Pistão-Cilindro.
3.2. Volume de controle: volume do espaço através do qual o fluido escoa (arbitrårio),
a fronteira geométrica é chamada superfície de controle, conforme mostrado na fig. 5.
Figura 5 – Escoamento de um Fluido AtravĂ©s de um Tubo.
4. DimensÔes e unidades
4.1. Introdução
DimensÔes: são grandezas mensuråveis (quantidades físicas: podem ser primårias
(bĂĄsicas) e secundĂĄrias (derivadas)).
Unidades: são nomes arbitrårios dados às dimensÔes.
4.2. Sistemas de DimensÔes
Lei da Homogeneidade dimensional: “Todos os termos de uma expressão matemática,
que, traduz um fenîmeno físico, devem possuir a mesma dimensão”.
Exemplo:
2
00 at
2
1Vxx ++=
( ) ( ) ( ) ( )2
2 t
t
L
2
1
tt
LLL ×+
×
+=
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
15
4.3. Sistema de Unidades
Pode-se trabalhar com diferentes unidades para as grandezas (massa, comprimento,
etc.). PaĂ­ses diferentes podem utilizar sistemas de unidades diferentes. Em 1960,
instituiu-se o Sistema Internacional (SI), como uma tentativa de padronização. Foram
definidas 7 grandezas bĂĄsicas (massa, comprimento, tempo, temperatura, corrente
elétrica, quantidade de matéria e intensidade luminosa) e padronizadas as suas unidades.
A partir delas, podem ser derivadas as unidades das outras grandezas (excetuando-se as
grandezas elétricas). No entanto, alguns países ainda adotam os antigos sistemas de
unidades. No Sistema Britùnico, as grandezas båsicas são força, comprimento,
temperatura e tempo. A massa passa a ser, portanto, uma grandeza secundĂĄria.
SI absoluto: M(massa), L(comprimento), t(tempo), T(temperatura), I(corrente elétrica),
quantidade de matéria e intensidade luminosa.
TĂ©cnico inglĂȘs: F(força), L(comprimento), t(tempo), T(temperatura).
Tabela 1 – Sistemas de Unidades.
SISTEMA
DE
UNIDADES
MASSA COMPRI-
MENTO
TEMPO TEMPE-
RATURA
CORRENTE
ELÉTRICA
QTE DE
MATÉRIA
INTENSI-
DADE
LUMINOSA
SI Kg m s K A mol cd
ABSOLUTO g cm s K
TÉCNICO utm m s K
INGLÊS slug ft s R
INGLÊS
TÉCNICO
lbm ft s R
Força: 2
s
m
1kg1N =
Força: 2
s
cm
1g1dina =
Massa
ft
s
1lbf1slug
2
=
No ApĂȘndice B sĂŁo apresentados os fatores de conversĂŁo entre os sistemas para as
diferentes grandezas.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
16
A Tab. 2 apresenta prefixos utilizados em engenharia para escrever valores muitos
pequenos ou muito grandes de uma maneira mais concisa.
Tabela 2 – Principais prefixos para unidades de Engenharia.
Fator
Multiplicativo
Prefixo SĂ­mbolo
109
Giga G
106
Mega M
103
Kilo k
10-1
Deci d
10-2
Centi c
10-3
Mili m
10-6
Micro ”
10-9
Nano n
10-12
Pico p
5. Propriedades fĂ­sicas dos fluidos
5.1. Peso especifico: (Îł)
É o peso do fluido contido em uma unidade de volume.
Îł: Peso especĂ­fico [F/L3
]
∀
=
W
Îł W: Peso da substĂąncia [F]
][LfluidodoVolume: 3
∀
gg
mmg
ÏÎł =
∀
=
∀
=
Unidades: (N/m3
; kgf / m3
; lbf / ft3
)
DIM: [F / L3
]
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
17
5.2. Volume especĂ­fico: (Îœ)
Inverso da massa especĂ­fica.
υ: Volume especĂ­fico [L3
/M]
ρ
υ
1
=
∀
=
m
ρ: Massa especĂ­fica ou densidade
absoluta [M/L3
]
Unidades: (m3
/ kg; cm3
/ g; ft3
/ slug; ft3
/ lbm)
DIM: [L3
/ M]
5.3. Densidade relativa: (ÎŽ,d ou SG)
RazĂŁo entre a massa especĂ­fica de uma substĂąncia e a massa especĂ­fica de uma
substĂąncia de referĂȘncia. Para lĂ­quidos, o fluido de referĂȘncia Ă© a ĂĄgua e, para os gases, o
ar. Quando se trabalha com densidades relativas de sĂłlidos, Ă© comum que a substĂąncia
de referĂȘncia seja a ĂĄgua.
ÎŽ: Densidade relativa [adimensional]
ref
SGd
ρ
ρ
ÎŽ === ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta [M/L3
]
ρref.: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta da
substĂąncia de referĂȘncia [M/L3
]
ÎŽ=d = SG=
padrĂŁofluido
fluido
ρ
ρ
=
padraĂŁofluido
fluido
Îł
Îł
DIM: [1]
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
18
5.4. Massa especĂ­fica ou densidade absoluta: ( ÎČ )
Também conhecida como densidade absoluta, é a quantidade de massa do fluido contida
em uma unidade de volume.
ρ: Massa especĂ­fica [M/L3
]
∀
=
m
ρ m: Massa do fluido [M]
][LfluidodoVolume: 3
∀
Unidades: (kg / m3
; g / cm3
; slug / ft3
)
DIM: [M / L3
]
A densidade dos gases variam bastante quando sĂŁo alteradas sua pressĂŁo, e/ou sua
temperatura. Ao contrårio, a densidade dos líquidos apresenta pequenas variaçÔes com
alteraçÔes de pressão e temperatura, são, em sua maioria, considerados incompressíveis.
Na Tab. A.1 (ApĂȘndice A), sĂŁo apresentados valores de massa especĂ­fica para alguns
fluidos, a 20°C e 1 atm. As Tab.s A.2 e A.3 apresentam, respectivamente, a variação da
massa especĂ­fica da ĂĄgua e do ar com a temperatura, para a pressĂŁo de 1 atm.
5.5. MĂłdulo da Elasticidade VolumĂ©trico: (ÎČ)
Razão entre uma variação de pressão e a correspondente variação de volume por
unidade de volume.
ÎČ: MĂłdulo de elasticidade volumĂ©trico
∀∀∆
∆−
=
/
P
ÎČ âˆ†P: Variação de pressĂŁo [F/L2
]
][LVolumedeVariação:∆ 3
∀
][LVolume: 3
∀
O sinal negativo indica que um aumento de pressão corresponde a uma redução de
volume.
Unidades: (N/m2
; kgf / m2
; lbf / ft2
)
DIM: [F / L2
]
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
19
Expressa a compressibilidade do fluido. A compressibilidade de uma substĂąncia Ă© a
medida da variação relativa de volume decorrente de aplicação de pressão. O módulo de
compressibilidade de lĂ­quidos costuma ser obtido experimentalmente. No caso de gases,
o seu valor depende do tipo de processo que resulta da compressĂŁo.
5.5.1. CondiçÔes isotérmicas: T = constante
P.V. = constante P1V1 = P2V2
1
2
2
1
P
P
V
V
=
P.dV + V.dP = 0
P.dV = - V.dP
P
P
dP
V
dV
=
−
=
ÎČ
5.5.2. CondiçÔes adiabåticas:
P.Vk
= constante
k = Cp / Cv
P1.V1
k
= P2.V2
k
Vk
.dP + Vk-1
P.k.dV = 0
P.k.dV + V.dP = 0
kP
kP
dP
V
dV
=
−
=
ÎČ
5.6. Coeficiente de Compressibilidade: (C)
Inverso do módulo de elasticidade volumétrico.
ÎČ
1
=C C: Coeficiente de compressibilidade [L2
/F]
ÎČ: MĂłdulo de elasticidade volumĂ©trico
[F/L2
]
Unidades: (m2
/N; m2
/kgf; ft2
/lbf)
DIM: [L2
/F]
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
20
6. Campo de velocidade
Entre as propriedades do escoamento, destaca-se o campo de velocidade. Seja o volume
de fluido ∀ mostrado na Fig. 6.
Figura 6 – Determinação do Campo de Velocidades em um Ponto.
A velocidade instantĂąnea do fluido no ponto C Ă© igual Ă  velocidade instantĂąnea do
volume infinitesimal ∀ή que passa pelo ponto C no instante de tempo em questão.
O campo de velocidade, V
r
, é função das coordenadas x, y e z e do tempo t. A completa
representação do campo de velocidades é dada por:
( )tzyxVV ,,,
rr
=
O vetor velocidade, V
r
, pode ser expresso em termos de suas trĂȘs componentes
escalares. Chamando estas componentes nas direçÔes x, y e z de, respectivamente, u, v e
w, o campo de velocidades pode ser escrito como:
kwjviuV ˆˆˆ ++=
r
,
onde: ( ) ( ) ( )tz,y,x,wwetz,y,x,vv,tz,y,x,uu ===
Exemplo:
Dados os campos de velocidade listados abaixo, determine:
(a) As dimensÔes de cada campo de velocidade
(b) Se estĂĄ em regime permanente ou nĂŁo
(1) [ ]iaeV bx ˆ−
=
r
(2) jbxiaxV ˆˆ2
+=
r
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
21
(3) jbxiaxV ˆˆ −=
r
(4) ( ) jbyitaxV ˆˆ 2
−+=
r
(5) ( ) ( )k
z
yxaV ˆ1 3
2
1
22
+=
r
Resolução:
(1) Unidimensional ( ( )xVV
rr
= ), regime permanente ( )tVV
rr
≠ .
(2) Unidimensional ( ( )xVV
rr
= ), regime permanente ( )tVV
rr
≠ .
(3) Bidimensional ( )yxVV ,
rr
= , regime permanente ( )tVV
rr
≠ .
(4) Bidimensional ( )yxVV ,
rr
= , regime nĂŁo permanente ( )tVV
rr
= .
(5) Tridimensional ( )zyxVV ,,
rr
= , regime nĂŁo permanente ( )tVV
rr
= .
7. Regime permanente e transiente
7.1. Regime Permanente: As propriedades do fluido, em cada ponto do escoamento,
não variam com o tempo. A definição matemåtica do movimento permanente é:
0=
∂
∂
t
η
, onde η representa uma propriedade qualquer do fluido.
7.2. Regime Transiente: As propriedades do fluido variam com o tempo.
7.3. Campo Uniforme de Escoamento: Escoamento no qual o mĂłdulo e o sentido do
vetor velocidade sĂŁo constantes, ou seja, independentes de todas as coordenadas
espaciais, através de toda a extensão do campo.
8. Escoamentos uni, bi, tridimensional.
Os escoamentos podem ser classificados em uni-, bi- e tridimensionais de acordo com o
nĂșmero de coordenadas necessĂĄrias para se definir seu campo de velocidades.
8.1. Escoamento unidimensional:
Exemplo:
Suponha o escoamento em regime permanente no interior de um duto de seção
transversal constante mostrado na Fig. 7.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
22
Figura 7 – Exemplo de Escoamento Unidimensional.
A partir de uma certa distĂąncia da entrada do duto, a velocidade pode ser descrita pela
equação:
⎄
⎄
⎊
⎀
⎱
⎱
⎣
⎡
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
−=
2
max 1
R
r
uu
Como o campo de velocidades depende apenas da distĂąncia radial r, o escoamento Ă©
unidimensional.
8.2. Escoamento bidimensional:
Seja agora o escoamento entre placas divergentes, de largura infinita (Fig. 8). Como o
canal é considerado infinito na direção do eixo dos z, o campo das velocidades serå
idĂȘntico em todos os planos perpendiculares a este eixo. ConseqĂŒentemente, o campo de
velocidades é função somente das coordenadas x e y. O campo do escoamento é,
portanto, bidimensional.
Figura 8 – Exemplo de Escoamento Bidimensional.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
23
8.3. Linhas de tempo, trajetĂłrias, linhas de emissĂŁo e linhas de corrente:
Na anĂĄlise de problemas de mecĂąnica dos fluidos, freqĂŒentemente Ă© vantajoso obter
uma representação visual de campo de escoamento. Tal representação é provida de
linhas de tempo, de trajeto, de emissĂŁo e de corrente.
Se num campo de escoamento uma quantidade de partĂ­culas fluidas adjacentes forem
marcadas num dado instante, elas formarĂŁo uma linha no fluido naquele instante, esta
linha Ă© chamada de linha de tempo.
Uma linha de trajeto é o caminho ou trajetória traçada por uma partícula fluida em
movimento. Para tornĂĄ-la visĂ­vel, temos que identificar uma partĂ­cula fluida, num dado
instante, por exemplo, pelo emprego de um corante; em seguida, tiramos uma fotografia
de exposição prolongada do seu movimento subseqĂŒente. A linha traçada pela partĂ­cula
Ă© uma trajetĂłria.
Por outro lado, poderíamos preferir concentrar a atenção em um lugar fixo do espaço e
identificar, novamente pelo emprego do corante, todas as partĂ­culas fluidas que passam
por aquele ponto. ApĂłs um curto perĂ­odo, terĂ­amos uma certa quantidade de partĂ­culas
fluidas identificĂĄveis no escoamento. Todas elas, em algum momento, teriam passado
por um local fixo no espaço. A linha em que une as partículas fluidas, num ponto fixo
no espaço, é definida como linha de emissão.
As linhas de corrente sĂŁo aquelas desenhadas no campo de escoamento, de forma que,
num dado instante, são tangentes à direção do escoamento em cada ponto do campo.
Como as linhas de corrente sĂŁo tangentes ao vetor velocidade em cada ponto do campo,
não pode haver escoamento através delas.
No escoamento permanente, a velocidade em cada ponto do campo permanece
constante com o tempo e, em conseqĂŒĂȘncia, as linhas de corrente nĂŁo variam de um
instante a outro. Isto implica que uma partĂ­cula localizada numa determinada linha de
corrente permanecerå sobre a mesma. Além disso, partículas consecutivas passando
através de um ponto fixo do espaço estarão sobre a mesma linha de corrente e,
subseqĂŒentemente permanecerĂŁo nela. EntĂŁo num escoamento permanente, trajetĂłrias e
linhas de emissĂŁo e de corrente sĂŁo linhas idĂȘnticas no campo de escoamento.
A forma das linhas de corrente pode variar de instante a instante se o escoamento for
transiente. Neste caso, as trajetĂłrias, as linhas de emissĂŁo e as linhas de corrente nĂŁo
coincidem.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
24
Exemplo:
Considere o campo de escoamento
∧∧→
−= jbiaxtV , onde a = 0,2 s-2
e b = 3 m/s. As
coordenadas sĂŁo medidas em metros. Para a partĂ­cula que passa pelo ponto (x, y) = (3,1)
no instante t = 0, trace a trajetĂłria durante o intervalo de tempo de t = 0 a t = 3 s.
Compare esta trajetĂłria com as linhas de corrente que passam pelo mesmo ponto nos
instantes t = 0, 1 e 3 segundos.
Resolução:
Partindo do princĂ­pio
dt
dx
u = e
dt
dy
v = , entĂŁo:
dt
dx
axtu == , ∫∫ =
tx
x
dtat
x
dx
0
.
0
2
0 2
1
ln at
x
x
=⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
e
2
2
1,02
1
0 3 t
at
exexx =∎=
e também, b
dt
dy
v == , ∫∫ =
ty
y
bdtdy
00
, tybtyy 310 +=∎+=
ty
ex t
31
3
2
1,0
+=
=
RegiĂŁo a ser plotada no plano xy.
Temos que
u
v
dx
dy
s
= .
Logo:
axt
b
dx
dy
= .
Aplicando equaçÔes diferenciais temos:
x
dx
at
b
dy
x
x
y
y
∫∫ =
00
ou ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
+=
0
0 ln
x
x
at
b
yy .
Substituindo os valores de a, b, x0 e y0, ⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+=
3
ln
15
1
x
t
y .
Para t=1 ⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+=
3
ln151
x
y
t=2 ⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+=
3
ln5,71
x
y
t=3 ⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+=
3
ln51
x
y
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
25
Exemplo:
O campo de velocidade
∧∧→
−= jbyiaxV , onde a = b = 1 s-1
, pode ser interpretado como
representando o escoamento numa curva em ùngulo reto. Obtenha uma equação para as
linhas de corrente do escoamento. Trace diversas linhas de corrente no primeiro
quadrante, incluindo aquela que passa pelo ponto (x,y) = (0,0).
Resolução:
A inclinação das linhas de corrente no plano xy é dado por:
u
v
dx
dy
=
Para
∧∧→
−= jbyiaxV , façamos u = ax e v = -by, logo:
xa
yb
u
v
dx
dy
.
.
−==
Para resolvermos esta equação diferencial, separamos as variåveis e integramos:
∫∫ −=
x
dx
a
b
y
dy
∮+−= cx
a
b
y lnln c = constante
∎+=
−
cxy a
b
lnlnln ln c = constante
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
26
Portanto: a
b
cxy
−
=
Para o campo de velocidade dado, as constantes a e b sĂŁo fixas. As linhas de corrente
são obtidas definindo valores diferentes para a constante de integração c.
Como a = b = 1 sec-1
, entĂŁo 1=
b
a
, e a equação das linhas de corrente é dada por:
x
c
cxy == −1
ou
y
c
x =
Para c = 0, y = 0 para todo valor de x e x = 0 para todo valor de y.
‱ A equação
x
c
y = é a equação da hipérbole.
‱ As curvas estão mostradas para diferentes valores de c.
8.4. Campo de TensĂŁo
Tanto forças de superfície quanto forças de campo são encontradas no estudo da
mecùnica dos meios contínuos. As forças de superfícies atuam nas fronteiras de um
meio através de um contato direto. As forças desenvolvidas sem contato físico e
distribuídas por todo o volume do fluido são denominadas forças de campo. As forças
gravitacionais e eletromagnéticas são exemplos de forças de campo.
A força gravitacional atuando sobre um elemento de volume, dV, Ă© dada por dVgρ ,
onde ρ Ă© a massa especĂ­fica (massa por unidade de volume) e g Ă© a aceleração local da
gravidade. Segue-se que a força de campo gravitacional Ă© gρ por unidade de volume e
g por unidade de massa.
O conceito de tensĂŁo nos dĂĄ uma forma conveniente de descrever o modo pela qual as
forças atuantes na fronteiras do meio são transmitidas através deles. Então campo de
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
27
tensÔes seria a região através da qual as forças atuantes seriam transmitidas através de
toda extensĂŁo do material.
Como a força e a årea são ambas quantidades vetoriais, podemos prever que o campo de
tensão não serå vetorial. O campo de tensÔes normalmente é chamado de campo
tensorial devido ao campo possuir nove componentes que se comportam como um
tensor de 2ÂȘ ordem.
Dividindo a magnitude de cada componente da força pela a årea , xAΎ , e tomando o
limite quando xAÎŽ se aproxima de zero, definimos as trĂȘs componentes da tensĂŁo
mostradas abaixo:
x
z
x
y
x
x
A
F
A
F
A
F
xxx A
xy
A
xy
A
xx
ÎŽ
ÎŽ
ÎŽ
ÎŽ
ÎŽ
ÎŽ
ÎŽÎŽÎŽ
τττ limlimlim
000 →→→
=∎=∎=
Utilizamos o índice duplo para designar tensÔes. O primeiro índice (neste caso x) indica
o plano no qual a tensĂŁo atua (neste caso a superfĂ­cie perpendicular ao eixo x). O
segundo índice indica a direção na qual a tensão atua. Também é necessårio adotar uma
convenção de sinais para a tensão. Uma componente da tensão é positiva quando o seu
sentido e o plano no qual atua sĂŁo ambos positivos ou ambos negativos.
9. Viscosidade
9.1. Viscosidade Dinùmica ou Absoluta: (”)
Propriedade que determina o grau de resistĂȘncia do fluido Ă  força de cisalhamento, ou
seja, a dificuldade do fluido em escoar.
Seja o comportamento de um elemento fluido entre 2 placas infinitas. A placa superior
move-se a velocidade constante (ÎŽu), sob a influĂȘncia de uma força aplicada ÎŽ Fx.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
28
Figura 9 – Deformação de um Elemento de Fluido.
A tensĂŁo tangencial ou tensĂŁo de cisalhamento do elemento fluido Ă© dada por:
dAy
dFx
Ay
Fx
Ay
yx ==
→ ή
ÎŽ
τ
ÎŽ 0
lim
A taxa de deformação é igual a:
dt
d
tt
α
ÎŽ
Ύα
ÎŽ
=
→0
lim
A distĂąncia entre os pontos M e M’é dada por:
tVl ÎŽÎŽÎŽ = (a)
Para pequenos ùngulos, ΎαΎΎ yl = (b)
Igualando-se (a) e (b),
dy
du
dt
d
y
u
t
=⇒=
α
ÎŽ
ÎŽ
ÎŽ
Ύα
Para fluidos Newtonianos, a tensão tangencial é proporcional à taxa de deformação, ou:
dy
du
dy
du
yxyx ”ττ =⇒∝ .
A constante de proporcionalidade é a viscosidade absoluta ou dinùmica do fluido, ”.
DIM: [F.t / L2
= M/L.t]
Unidades: (N.s/m2
; kgf.s /m2
; lbf.s /ft2
)
Os fluidos mais comuns, como a ågua, o ar e a gasolina, são newtonianos em condiçÔes
normais.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
29
Se considerarmos as deformaçÔes de dois diferentes fluidos newtonianos, por exemplo,
glicerina e ågua, verificaremos que eles irão se deformar as taxas diferentes sob a ação
da mesma tensĂŁo de cisalhamento aplicada. A glicerina apresenta uma resistĂȘncia Ă 
deformação muito maior do que a ågua. Dizemos, então, que ela é muito mais viscosa.
A Tab. A.8 apresenta valores de viscosidade absoluta para alguns fluidos. O
comportamento da viscosidade para alguns fluidos Newtonianos Ă© apresentado na Fig.
A.1 e. A.2. Pode-se notar que, para os gases, a viscosidade aumenta com a temperatura,
enquanto que os lĂ­quidos apresentam comportamento inverso.
9.2. Viscosidade CinemĂĄtica: (Îœ)
RazĂŁo entre a viscosidade dinĂąmica e a massa especĂ­fica.
Îœ: Viscosidade cinemĂĄtica [L2
/t]
ρ
”
υ = ”: Viscosidade dinĂąmica [Ft/L2
]
ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta
[M/L3
]
DIM: [L2
/t]
Unidades: (m2
/s; cm2
/s; ft2
/s)
Uma unidade comum para a viscosidade cinemĂĄtica Ă© o Stokes, sendo 1 Stokes =
1cm2
/s.
9.3. NĂșmero de Reynolds: (Re)
NĂșmero adimensional, obtido pela razĂŁo entre as forças de inĂ©rcia e as forças viscosas.
Caracteriza o comportamento global do escoamento de um fluido.
Re: NĂșmero de Reynolds [adimensional]
ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta
[M/L3
]
”
ρ **
Re
LV
= V*: Velocidade do fluido [L/t]
L*: Comprimento caracterĂ­stico [L]
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
30
” = Viscosidade dinùmica [F.t/L2
]
DIM: [1]
O nĂșmero de Reynolds Ă© o adimensional mais importante da MecĂąnica dos Fluidos. Ele
determina a natureza do escoamento (laminar ou turbulento). Para escoamentos no
interior de tubos, o valor aceito para se caracterizar a transição do escoamento laminar
para turbulento Ă© 2300. Para escoamento sobre uma placa plana, o valor Ă© 5x105
. Deve-
se ressaltar que V* e L* correspondem, respectivamente, Ă  velocidade e ao
comprimento caracterĂ­stico do escoamento. Para escoamentos no interior de tubos, a
velocidade V* é a velocidade média no interior do tubo e L*, o seu diùmetro. Para
escoamentos sobre placas planas, V* Ă© a velocidade da corrente livre e L*, o
comprimento da placa.
Figura 10 – Exemplo para o CĂĄlculo do NĂșmero de Reynolds.
Como a viscosidade absoluta da glicerina Ă© 1500 vezes superior Ă  viscosidade da ĂĄgua,
para que os fluidos, escoando no interior de tubos com o mesmo diĂąmetro, tenham
comportamentos semelhantes (mesmo nĂșmero de Reynolds), a velocidade da glicerina
deve ser 1174 vezes maior do que a velocidade da ĂĄgua.
9.4. Tipos de escoamento:
- Escoamento laminar ( em tubulaçÔes Re 2300≀ )
- Escoamento turbulento (Re > 4000)
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
31
Figura 11 – Possível Classificação da Mecñnica dos Fluidos.
O escoamento compressĂ­vel ou incompressĂ­vel Ă© definido a partir de um parĂąmetro
chamado nĂșmero de Mach, que Ă© definido como sendo a razĂŁo da velocidade do
escoamento (V ) pela velocidade do som (S) do meio.
S
V
Ma =
Exemplo:
Um eixo com diùmetro externo de 18 mm gira a 20 rotaçÔes por segundo dentro de um
mancal de sustentação estacionårio de 60 mm de comprimento. Uma película de óleo
com espessura de 0,2 mm preenche a folga anular entre o eixo e o mancal. O torque
necessĂĄrio para girar o eixo Ă© de 0,0036 N.m. Estime a viscosidade do Ăłleo que se
encontra na folga anular, em (Pa.s)
Resolução: Para calcular a viscosidade do óleo devemos utilizar a fórmula de tensão
de cisalhamento:
dy
du
.”τ =
Primeiramente devemos converter a velocidade para uma unidade na qual
possamos trabalhar:
MecĂąnica
dos Fluidos
Fluido nĂŁo
viscoso ” = 0
Fluido viscoso
” ≠ 0
CompressĂ­vel IncompressĂ­vel
Ma < 0,3
Laminar
Re ≀ 2300
Turbulento
Re > 4000
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
32
s
m
ru
sradrrot
rrot
rpsW
13,1
/6,125..2.2020
..21
20
max ==
⎩
⎚
⎧
→→
→
=
ω
π
π
60
..
230
.
max
max
max
nd
u
dn
u
ru
ou
π
π
ω
=
=
=
Devemos calcular agora a ĂĄrea de contato entre o fluido e o material:
26
33
10.39,3
10.60.10.18
..
mA
A
LDA
−
−−
=
=
=
π
π
Pelo torque, podemos tirar a força:
NF
F
r
F
rF
4,0
10.9
0036,0
.
3
=
=
=
=
−
τ
τ
Assim podemos calcular o coeficiente de viscosidade dinĂąmico fazendo analogia
à força:
2
3
3
.
0208,0
13,1.10.39,3
10.2,0.4,0
m
sN
du
dy
A
F
=
=
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
=
−
−
”
”
”
, onde
y
u
dy
du max
=
10. PressĂŁo
Força exercida em uma unidade de årea.
P: PressĂŁo [F/L2
]
A
F
P = F: Força [F]
A: Área [L2
]
Unidades: (N/ m2
= Pa; atm; lbf / ft2
; m.c.a; lbf / ft2
= psi; mmHg)
DIM: [F / L2
]
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
33
A pressĂŁo Ă© uma variĂĄvel dinĂąmica muito importante na MecĂąnica dos Fluidos. Um
escoamento sĂł Ă© possĂ­vel se houver um gradiente de pressĂŁo. Para gases ideais, a
pressão pode ser relacionada à densidade e à temperatura através da seguinte expressão:
TRnP =∀
Onde: n: quantidade de matéria [mol]
R : constante universal dos gases = 8,3144 kJ/kmol.K
DIM: ⎄⎊
⎀
⎱⎣
⎡
Tkmol
LF
..
.
T: temperatura absoluta do gĂĄs [T]
Se, ao invĂ©s do nĂșmero de moles, for considerada a massa m do gĂĄs, a equação
pode ser reescrita na forma:
mRTP =∀
Onde R Ă© a constante especĂ­fica de cada gĂĄs, relacionada Ă  constante universal dos gases
através da massa molecular do gås MM, sendo MM dada em kg/kmol no sistema
Internacional. A Tab. A.4 apresenta as massas moleculares de alguns gases comuns.
MM
R
R =
A Tab. A.9 mostra as propriedades termodinùmicas de gases comuns na condição
padrão ou “standard”.
A pressĂŁo atuando na base de um recipiente contendo um fluido em repouso pode ser
calculada da maneira mostrada a seguir:
Figura 12 – Exemplo do Cálculo da Pressão na Base de um Recipiente.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
34
A pressĂŁo na superfĂ­cie do fluido Ă© igual a P0.
A força na superfície do fluido é dada por AP0
A força exercida pela coluna de fluido é devida ao seu peso:
( ) ghAgAhgmgFfluido ρρρ ==∀==
A força na base do recipiente é, então, obtida como a soma da força na superfície do
fluido e do peso da coluna de fluido:
ghAAPF
FFF fluidoerfĂ­cie
ρ+=
+=
0
sup
A pressão na base do recipiente é dada pela razão entre a força e a årea da base:
A
FF
A
F
P
fluidoerfĂ­cie +
==
sup
ghP
A
ghAAP
P ρ
ρ
+=
+
= 0
0
Para condiçÔes prĂ©-fixadas, P0, ρ e g sĂŁo constantes.
Assim, a pressão é função apenas da altura da coluna de líquido h.
10.1. Lei de Pascal:
“No interior de um fluido em repouso, a pressĂŁo Ă© constante em cada ponto”.
Figura 13 – Fluido em Repouso.
11. FluidoestĂĄtica
É a parte da Mecñnica dos Fluidos que estuda o comportamento dos fluidos em repouso.
A condição de velocidade nula do fluido é denominada condição hidroståtica. Em um
problema de hidroståtica, o objetivo principal é, em geral, a determinação da
distribuição de forças ou pressÔes em um elemento fluido.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
35
11.1. A equação båsica da eståtica dos fluidos:
Dois tipos genéricos de forças podem ser aplicados a um fluido: forças de corpo e forças
de superfície. As forças de corpo, também chamadas de forças de campo, são as forças
desenvolvidas sem contato físico com o fluido, distribuídas por todo o seu volume. É o
caso das forças gravitacionais e eletromagnĂ©ticas. De uma maneira geral, a Ășnica força
de corpo que deve ser considerada na maioria dos problemas de MecĂąnica dos Fluidos Ă©
a força gravitacional, ou o peso. As forças de superfície são aquelas que atuam nas
fronteiras de um meio, através do contato direto. Se um fluido estiver em repouso, só
poderão estar presentes forças normais à superfície (por definição, o fluido é a
substĂąncia incapaz de resistir a forças de cisalhamento sem se deformar). A Ășnica força
de superfície a ser considerada é, portanto, a força de pressão.
Seja um volume fluido infinitesimal, de dimensÔes dx, dy e dz, como mostrado na Fig.
14.
dx
dy
dz
y
x
z
Figura 14 – Volume de Controle Infinitesimal.
A força total atuando no elemento é dada por:
SSC FdgdmFdFdFd
rrrrr
+=+= .
A força líquida de pressão é dada pela soma da força de pressão em cada uma das faces
do elemento. A força de pressão atuando na face esquerda do elemento é:
jdzdx
dy
y
P
pFd L
ˆ.
2 ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
−=
r
A força de pressão na face direita é dada por:
( )jdzdx
dy
y
P
pFd R
ˆ.
2
−⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
+=
r
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
36
A força líquida de pressão é dada pela soma das forças de pressão em todas as faces do
elemento,
( ) jdzdx
dy
y
P
pidzdy
dx
x
P
pidzdy
dx
x
P
pFd S
ˆ.
2
ˆ.
2
ˆ.
2 ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
−+−⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∂
∂
++⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∂
∂
−=
r
( ) ( )kdydx
dz
z
P
pkdydx
dz
z
P
pjdzdx
dy
y
P
p ˆ.
2
ˆ.
2
ˆ.
2
−⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∂
∂
++⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∂
∂
−+−⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
++
dzdydxk
z
P
j
y
P
i
x
P
Fd S ..ˆˆˆ
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
−
∂
∂
−
∂
∂
−=
r
A força total é dada, portanto, por:
dzdydxk
z
P
j
y
P
i
x
P
gdmFdgdmFd S ..ˆˆˆ.. ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
−
∂
∂
−
∂
∂
−+=+=
rrrr
Como
dzdydxddm .... ρρ =∀= ,
( ) ∀∇−=⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
∂
∂
−
∂
∂
−
∂
∂
−+= dPgdzdydxk
z
P
j
y
P
i
x
P
gdzdydxFd
rrr
...ˆˆˆ..... ρρ
A 2ÂȘ Lei de Newton estabelece que:
admFd
rr
.=
Para um elemento fluido em repouso, a aceleração deve ser nula e o somatório de todas
as forças deve ser zero. Assim,
( ) 0. =∇− Pg
r
ρ
Esta Ă© uma equação vetorial, que pode ser decomposta em trĂȘs equaçÔes escalares,
0=+
∂
∂
− xg
x
P
ρ 0=+
∂
∂
− yg
y
P
ρ 0=+
∂
∂
− zg
z
P
ρ
Para simplificar a equação, é conveniente adotar um sistema de eixos no qual o vetor
gravitacional esteja alinhado com um dos eixos. Se o sistema for escolhido com o eixo z
apontado para cima )ˆ( kgg −=
r
, as equaçÔes podem ser reescritas como:
0=
∂
∂
x
P
0=
∂
∂
y
P
0=
∂
∂
z
P
Se o fluido puder ser considerado incompressível, a diferença de pressão entre dois
pontos do fluido serå diretamente proporcional à diferença de altura entre eles (Fig.15).
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
37
ConclusÔes:
1. Não hå variação de pressão na direção horizontal, ou seja, dois pontos quaisquer,
situados a uma mesma altura e no mesmo fluido em repouso, estĂŁo submetidos Ă 
mesma pressĂŁo;
2. A pressão varia na direção vertical, sendo esta variação devida ao peso da coluna
fluida (Equação Fundamental da Hidroståtica);
3. No limite para ∆z infinitamente pequeno (elemento tendendo a um ponto), Pz = Pn =
Px, ou seja, a pressĂŁo em um ponto de um fluido estĂĄtico Ă© independente da
orientação (Lei de Pascal).
Se o fluido puder ser considerado incompressível, a diferença de pressão entre dois
pontos do fluido serå diretamente proporcional à diferença de altura entre eles -
Equação Fundamental da Hidroståtica (Fig.15).
Figura 15 – Variação de Pressão em um Fluido Estático.
Os valores de pressĂŁo devem ser estabelecidos em relação a um nĂ­vel de referĂȘncia. As
maneiras de se expressar a pressĂŁo variam, portanto, com o nĂ­vel de referĂȘncia adotado.
Quando o nĂ­vel de referĂȘncia Ă© zero (vĂĄcuo), as pressĂ”es sĂŁo denominadas absolutas.
Quando o nĂ­vel de referĂȘncia Ă© a pressĂŁo atmosfĂ©rica local, as pressĂ”es sĂŁo
denominadas pressÔes manométricas ou efetivas.
11.2. Pressão Manométrica:
PressĂŁo medida tomando-se como referĂȘncia o valor da pressĂŁo atmosfĂ©rica (Patm).
Patm = 1atm = 101,325 kPa = 1,0332x104
kgf/m2
= 1,0332 kgf/cm2
= 10,332 m.c.a. =
760 mmHg
ghPP CB ρ+=
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
38
A pressão manométrica pode assumir valores positivos, negativos ou nulos.
Se P>Patm, Pman > 0
Se P<Patm, Pman < 0
Se P=Patm, Pman = 0
11.3. PressĂŁo Absoluta:
PressĂŁo medida a partir do zero absoluto.
manatmabs PPP +=
ou
atmabsman PPP −=
A pressão a ser utilizada em cålculos envolvendo equaçÔes de gås ideal ou outras
equaçÔes de estado é a pressão absoluta.
Figura 16 – Exemplo do CĂĄlculo das PressĂ”es Absoluta e ManomĂ©trica.
11.4. O BarĂŽmetro de MercĂșrio:
A aplicação mais simples da lei da hidroståtica é o barÎmetro, que é um medidor
de pressão atmosférica. Neste dispositivo, um tubo é preenchido com um fluido de alto
peso especĂ­fico (geralmente o mercĂșrio), invertido e mergulhado em um reservatĂłrio
contendo o mesmo fluido. No processo de inversĂŁo do tubo, o mercĂșrio desce, criando
vĂĄcuo na parte superior do tubo, como mostrado na Fig. 17.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
39
Figura 17 – O BarĂŽmetro de MercĂșrio.
hghP
ghP
P
ghPP
PP
PP
atm
A
E
EA
AA
atmA
ÎłÏ
ρ
ρ
==∎
=
=
+=
=
=
vĂĄcuo0
repouso)emfluidomesmonoaltura(mesmaisobĂĄrospontos'
Portanto, a pressão atmosférica pode ser medida a partir da altura de uma coluna líquida
de mercĂșrio.
mmHgatmmmHgh 7601760 =⇒=
11.5. Aplicação para a Manometria:
( )
ÎłÏ
ρ
1212
12
1212
PP
g
PP
zz
zzgPP
−
=
−
=−
−=−
Uma variação na elevação é equivalente a uma variação de pressão.
Figura 18 – Variação de PressĂŁo em uma Coluna de MĂșltiplos Fluidos.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
40
1) ( )5445 zzgPP m −=− ρ
2) ( )4334 zzgPP g −=− ρ
3) ( )3223 zzgPP a −=− ρ
4) ( )2112 zzgPP o −=− ρ
Agrupando as equaçÔes acima temos:
( ) ( ) ( ) ( )5443322115 zzgzzgzzgzzgPP mgao −+−+−+−=− ρρρρ
Exemplo:
1) Determine a pressĂŁo manomĂ©trica no ponto “a”, se o lĂ­quido A tem densidade
relativa dA= 0,75, e o lĂ­quido B, dB=1,20. O lĂ­quido em volta do ponto “a” Ă©
ĂĄgua e o tanque Ă  esquerda estĂĄ aberto para a atmosfera.
Figura 19 – Ilustração do exemplo acima, vasos comunicantes.
Resolução:
Para calcular a pressão no pontoŽŽaŽŽ, devemos calcular a diferença de pressão
do ponto em aberto (Patm), até chegar em ŽŽaŽŽ.
Primeiramente faremos algumas transformaçÔes para simplificar os cålculos:
1 pol = 25,4 mm
36 pol = 0,914 m
15 pol = 0,381 m
10 pol = 0,254 m
5 pol = 0,127 m
P1
Patm
P2
P336pol
dB=1,20
dA=0,75
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
41
Calculamos as diferenças de pressão:
PaPa
PhgPa
hgPPa
PaP
hgSGPP
hgPP
PaP
hgSGPP
hgPP
PaP
hgSGP
hgPP
oh
oh
ApadĂŁof
A
BpadĂŁof
B
atmBpadrĂŁof
atmBatm
81,831.707,340.5.254,0.81,9.10.1
3..
..3
07,340.5127,0.81,9.75,0.10.147,274.63
...23
..32
47,274.6381,0.81,9.20,1.10.160,759.102
...12
..21
60,759.10914,0.81,9.20,1.10.11
...1
..1
3
34
34
3
32.
32
3
21.
21
3
1.
1
2
2
=+=
+=
=−
=−=
−=
=−
=−=
−=
=−
==
=
=−
−
−
−
−
−
−
−
−
ρ
ρ
ρ
ρ
ρ
ρ
ρ
ρ
Temos então como pressão no ponto “a”®:
PaPa 81,831.7=
11.6. Tipos de ManĂŽmetros:
11.6.1. ManĂŽmetros de lĂ­quido: SĂŁo tubos transparentes e curvos, geralmente em
forma de U, que contĂȘm o lĂ­quido manomĂ©trico. Para medição de altas pressĂ”es,
utilizam-se fluidos com altos pesos especĂ­ficos, como o mercĂșrio. No caso de menores
pressÔes, utilizam-se fluidos com menores pesos específicos, como ågua ou óleo.
Figura 20 – Manîmetro de Líquido.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
42
BA
BatmB
AatmA
BA
pp
ghpp
ghpp
hh
=
+=
+=
=
ρ
ρ
Figura 21 – Manîmetro de Líquido.
BbatmB
AaatmA
BA
ghpp
ghpp
pp
ρ
ρ
+=
+=
=
Figura 22 – Manîmetro de Líquido.
AaBbmanC
BbatmB
AaCA
BA
ghghp
ghpp
ghpp
pp
ρρ
ρ
ρ
−=
+=
+=
=
,
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
43
11.6.2. ManÎmetros metålicos: São instrumentos usados para medir as pressÔes dos
fluidos através de um tubo metålico curvo (Tubo de Bourdon) ou de um diafragma, que
cobre um recipiente metålico. São os manÎmetros mais utilizados em aplicaçÔes
industriais.
Figura 23 – Tubo de Bourdon. Figura 24 – Manîmetro de Diafragma.
12. EquilĂ­brio dos Corpos Flutuantes
Um corpo flutuante ou submerso em um fluido sofre um empuxo de baixo para cima de
uma força igual ao peso do volume do fluido deslocado.
As densidades dos lĂ­quidos podem ser determinadas observando-se a profundidade de
flutuação de um densímetro.
Se um corpo estå imerso ou flutua em um fluido, a força que nele atua denomina-se
empuxo de flutuação. Seja o objeto mostrado na Fig. 25, imerso em um fluido em
repouso.
Figura 25 – Corpo Imerso em um Fluido Estático.
O empuxo vertical no cilindro elementar de volume ∀d Ă© dado por:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
44
( ) ( )
( ) ∀=−=
+−+=
−=
gddAhhgdF
dAghPdAghPdF
dAPdAPdF
atmatm
ρρ
ρρ
12
12
12
O empuxo total Ă© obtido integrando-se dF, ou seja,
∫∫ ∀=∀== ggddFF ρρ
12.1. PrincĂ­pio de Arquimedes:
“Todo corpo imerso em um fluido em equilíbrio recebe, por parte do fluido, um
empuxo vertical de baixo para cima, numericamente igual ao peso do volume deslocado
pelo corpo.”
O corpo pode estar, no entanto, imerso ou flutuando no fluido.
Corpo Imerso:
E = peso do volume de fluido deslocado
gW
gE
corpocorpo
corpofluido
∀=
∀=
ρ
ρ
Corpo Flutuante:
E = peso do volume de fluido deslocado
gW
gE
corpocorpo
deslocadofluido
∀=
∀=
ρ
ρ
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
45
SituaçÔes Possíveis:
‱ Corpo Permanece Totalmente Imerso e em Equilíbrio:
corpofluido
WE
ρρ =
=
‱ Corpo Afunda
fluidocorpo
EW
ρρ >
>
‱ Corpo Fica Parcialmente Imerso
corpofluido
WE
ρρ >
>
O ponto de aplicação do empuxo é chamado Centro de Flutuação ou de Carena (C).
Corresponde ao centro de gravidade do volume de fluido deslocado.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
46
‱ Corpo Permanece Totalmente Imerso e em Equilíbrio:
O centro de flutuação coincide com o centro de gravidade do corpo.
‱ Corpo Afunda
O centro de flutuação coincide com o centro de gravidade do corpo.
‱ Corpo Fica Parcialmente Imerso
O centro de flutuação estå localizado abaixo do centro de gravidade do corpo.
Quando o corpo estå em equilíbrio, E e W possuem a mesma linha de ação. Se o corpo
for afastado da condição de equilíbrio, pode ocorrer uma das seguintes situaçÔes:
‱ Corpo imerso
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
47
Se for aplicado um afastamento Ξ do equilíbrio no corpo, ele permanecerå na nova
posição. Assim, E e W estarão sempre na mesma linha de ação. Nesta situação, o corpo
estĂĄ em equilĂ­brio indiferente.
‱ Corpo flutuante
Figura 26 – Cálculo do Metacentro de um Corpo Submerso.
Se o corpo for inclinado de um pequeno ñngulo ∆ξ (Fig. 26b), o volume da parte de
fluido deslocado irå se alterar, provocando uma mudança na posição do centro de
flutuação do corpo, que muda de B para B'. A linha vertical passando por B' irå
interceptar a linha de simetria do corpo no ponto M, chamado Metacentro.
Se o metacentro estiver localizado acima do CG do corpo, haverĂĄ um momento
restaurador, que tenderå a retornar o corpo para a sua posição de equilíbrio inicial. Neste
caso, o corpo se encontra em equilĂ­brio estĂĄvel.
Se o metacentro estiver localizado abaixo do CG do corpo, o momento tenderĂĄ a afastar
o corpo ainda mais da posição de equilíbrio inicial. Neste caso, o corpo estå em
equilĂ­brio instĂĄvel.
13. FluidodinĂąmica
Os fluidos podem ser analisados utilizando-se o conceito de sistema ou de volume de
controle, figuras 27 e 28.
13.1. Sistema:
Quantidade fixa e definida de massa fluida. Os limites do sistema podem ser fixos ou
móveis, mas não se verifica transporte de massa através deles.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
48
Figura 27 – Conjunto Pistão-Cilindro.
13.2. Volume de Controle:
Volume arbitrårio do espaço, através do qual o fluido escoa. O contorno geométrico do
volume de controle Ă© denominado SuperfĂ­cie de Controle. A superfĂ­cie de controle pode
ser real ou imaginĂĄria, e pode estar em repouso ou em movimento.
Figura 28 – Escoamento de um Fluido atravĂ©s de um Tubo.
13.3. A relação entre as derivadas do sistema e a formulação para volume de
controle:
As leis da MecĂąnica sĂŁo escritas para um sistema. Elas estabelecem o que ocorre
quando hå uma interação entre o sistema e suas vizinhanças. No entanto, em muitos
problemas de MecĂąnica dos Fluidos, Ă© mais comum a anĂĄlise dos problemas utilizando-
se a formulação de volume de controle. O teorema de Transporte de Reynolds permite
que as leis da MecĂąnica sejam escritas para um volume de controle. Se N for uma
propriedade extensiva arbitrĂĄria qualquer, o Teorema de Transporte de Reynolds
estabelece que:
∫ ∫∀
∀==
)( )(sistemamassa sistema
ddmNsistema ηρη
(N) Ă© uma propriedade extensiva (varia diretamente com a massa). Exemplo: massa.
(η) é uma propriedade intensiva (independente da massa). Exemplo: temperatura.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
49
∫∫ ‱+∀
∂
∂
=
∀ SCCsistema
AdVd
tdt
dN
ηρηρ
Onde:
.sist
dt
dN
: é a taxa de variação total de qualquer propriedade extensiva arbitråria do
sistema.
∫∀
∀
∂
∂
C
d
t
ηρ : Ă© a taxa de variação com o tempo, da propriedade extensiva arbitrĂĄria, (N),
dentro do volume de controle.
η: é a propriedade intensiva correspondente a N (η=N por unidade de massa).
∀dρ : Ă© um elemento de massa contido no volume de controle.
∫∀
∀
C
dηρ : Ă© a quantidade total da propriedade extensiva, N, contida no volume de
controle.
∫ ‱
SC
AdVηρ : Ă© a vazĂŁo lĂ­quida em massa, da propriedade extensiva, N, saindo pela
superfĂ­cie de controle.
AdV â€ąÏ : Ă© a vazĂŁo em massa atravĂ©s do elemento de ĂĄrea Ad .
AdV â€ąÎ·Ï : Ă© a vazĂŁo em massa da propriedade extensiva, N, atravĂ©s da ĂĄrea Ad .
nV
rr
‱ : Ă© o produto escalar entre o vetor velocidade e o vetor normal Ă  ĂĄrea.
13.4. Equação da continuidade (de conservação da massa) para um volume de
controle arbitrĂĄrio:
Se este teorema for aplicado à equação de conservação da massa,
MNsistema = 1==
dm
dM
η
( )∫∫ ‱+∀
∂
∂
=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∀
SC
C
sistema
dAnVd
tdt
dM rr
ρρ
Como a massa nĂŁo varia no interior do sistema,
0=⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
sistemadt
dM
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
50
( ) 0=‱+∀
∂
∂
∫∫∀
SC
C
dAnVd
t
rr
ρρ
Onde:
ξcosunV =‱
rr
Deve ser ressaltado que o produto escalar entre o vetor velocidade e o elemento de ĂĄrea
Ă© dado por:
Ξcos. AdVAdV
rrrr
= , onde Ξ é o ùngulo entre o vetor velocidade e o vetor normal à årea.
Como o vetor normal Ă  ĂĄrea Ă© sempre perpendicular a ela, apontando para fora, uma
entrada de tubulação tem Ξ = 180° e uma saída de tubulação tem Ξ = 0°
Na entrada de uma tubulação, unV −=‱
rr
, e, na saída, unV =‱
rr
Para um volume de controle fixo,
( ) ∑∑∫ −=‱
entradasaĂ­daSC
uAuAdAnV ρρρ
rr
Como o volume de controle Ă© fixo,
0=−+∀⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∑∑∫∀
entradasaĂ­da
C
uAuAd
dt
d
ρρ
ρ
ou
0=−+∀⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
∑∑∫∀
entradasaĂ­da
C
mmd
dt
d
&&
ρ
13.4.1. Casos especiais:
Em algumas situaçÔes, é possível simplificar a equação de conservação da massa.
Para escoamento em regime permanente, não hå variação das propriedades do
escoamento com o tempo. Assim, a equação é escrita como:
0=â€ąâˆ«SC
AdVρ
Ou, para um escoamento com um nĂșmero finito de entradas e saĂ­das, esta equação Ă©
dada por:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
51
0=− ∑∑ entradasaída
mm && , lembrando que o produto escalar dentro da integral Ă© positivo para
saĂ­das e negativo para entradas.
Para um fluido incompressĂ­vel, a massa especĂ­fica nĂŁo varia com o tempo ou com a
posição. Assim, a equação de conservação da massa pode ser escrita como:
( ) 0=‱+∀
∂
∂
∫∫∀
SC
C
dAnVd
t
rr
ρρ
saĂ­daentrada ρρ =
A integral de ∀d em todo o volume de controle Ă© simplesmente o volume. Como ele
não varia ao longo do tempo, a equação de conservação da massa para fluidos
incompressĂ­veis Ă© dada por:
0=â€ąâˆ«SC
AdV
Definindo-se a vazão volumétrica Q por:
∫ ‱=
SC
AdVQ
a equação de conservação da massa pode ser escrita, para um nĂșmero finito de entradas
e saĂ­das, como:
0=− ∑∑ entradasaída
QQ
A velocidade do escoamento varia em uma dada seção. Define-se a magnitude da
velocidade média em uma seção como sendo a razão entre a vazão volumétrica e a årea
da seção, ou:
∫ ‱==
SC
AdV
AA
Q
V
1r
13.4.2. Vazão Måssica e Vazão Volumétrica:
Seja um escoamento unidimensional, ou seja, um escoamento que pode ser descrito por
apenas uma coordenada espacial s, função do tempo, ou seja, por s(t).
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
52
Figura 29 – Escoamento Unidimensional.
Seja m a massa fluida ocupando a ĂĄrea A no instante de tempo t:
∀= ρm&
A vazão måssica, definida como sendo a taxa de variação da massa com o tempo, é dada
por:
( )
dt
d
dt
dm
m
∀
==
ρ
&
Aplicando-se a regra da cadeia,
( )
dt
d
dt
dm
m
∀
==
ρ
&
Mas:
( ) Au
dt
ds
AAs
dt
d
dt
d
===
∀
Assim:
dt
d
uAm
ρ
ρ ∀+=&
DIM: [M/t]
Para escoamento incompressĂ­vel, 0=
dt
dρ
.
uAm ρ=&
A vazão volumétrica, ou a taxa de variação do volume com o tempo, é dada por:
uA
dt
d
Q =
∀
=
DIM: [L3
/t]
A vazão måssica e a vazão volumétrica podem ser relacionadas pela expressão:
Qm ρ=&
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
53
13.5. 1a
Lei da TermodinĂąmica aplicada ao volume de controle:
A primeira lei da Termodinùmica é uma afirmação da conservação da energia. Sua
formulação para sistema é:
..
..
sistsist dt
dE
WQ =−
Onde:
.
Q : Ă© a taxa de transferĂȘncia de calor trocada entre o sistema e a vizinhança. A
convenção de sinais adotada estabelece que a taxa de calor é positiva quando o calor é
adicionado ao sistema.
.
W : Ă© a taxa de trabalho realizada pelo sistema (convencionada positiva) ou pelo meio
sobre o sistema (negativa).
E: Ă© a energia total do sistema, dada por:
∫∫ ∀
∀==
)()( sistemasistemaM
deedmE ρ
e = é a energia intensiva, dada pela soma entre a energia interna, a energia cinética e a
energia potencial do sistema (por unidade de massa).
ugz
V
e
UmgzmVE
++=
++=
2
2
1
2
2
As formulaçÔes para sistema e volume de controle são relacionadas por:
∫∫ ‱+∀
∂
∂
=
∀ SCCsistema
AdVd
tdt
dN
ηρηρ
∫ ∫∀ ∀
∀==
C sistema
ddnNsistema
)(
ηρη
A fim de deduzir a formulação para volume de controle, da primeira lei da
termodinĂąmica, estabelecemos:
N = E
N = η. M
dm
dE
=η
η=e
∫∫ ‱+∀
∂
∂
=−
∀ SCC
sistema
AdVede
t
WQ
r
ρρ
..
no instante t0:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
54
Csist
WQWQ
∀
−=−
..
.
..
O termo
.
W tem um valor numérico positivo quando o trabalho é realizado pelo volume
de controle sobre o meio que o cerca. A taxa de trabalho realizado sobre o volume de
controle Ă© de sinal oposto ao realizado pelo volume de controle.
outroscisalnormaleixo WWWWW
.....
+++=
∫ ‱=
SC
normal AdVpW
.
∫∫∫ ‱+∀
∂
∂
=
⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎝
⎛
++‱+−
∀ SCC
outroscisal
SC
eixo AdVede
t
WWAdVpWQ ρρ
....
( )∫∫ ‱++∀
∂
∂
=−
∀ SCC
AdVpede
t
WQ
r
ρρ
..
AdVugz
V
de
t
WQ
SCC
rr
&& ‱⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++++∀
∂
∂
=− ∫∫∀
ρρυρ
2
2
Sendo:
ρ
υ
1
=
É importante ressaltar que a dedução da equação estĂĄ alĂ©m do escopo desta disciplina.
Para maiores informaçÔes, recomenda-se consultar os livros de Mecùnica dos Fluidos
sugeridos. Na equação, eixoW
.
Ă© qualquer taxa de trabalho de eixo (potĂȘncia) realizado
sobre ou pelo volume de controle, outrosW
.
Ă© qualquer taxa de trabalho nĂŁo considerada,
como trabalho produzido por forças eletromagnéticas.
Exemplo:
Ar entra em compressor a 14 psia, 80ÂșF com velocidade desprezĂ­vel e Ă©
descarregado a 70 psia, 500ÂșF, com velocidade de 500 pĂ©s/s, se a potĂȘncia fornecida ao
compressor for 3200 hp e a vazĂŁo em massa 20 lbm/s, determine a taxa de transferĂȘncia
de calor.
Resolução: Para calcular a taxa de transferĂȘncia de calor precisamos recorrer Ă 
seguinte fĂłrmula:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
55
AdVugz
V
de
t
WQ
SCC
rr
&& ‱⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++++∀
∂
∂
=− ∫∫∀
ρρυρ
2
2
Levando agora em consideração as duas superfícies de controle e o regime
permanente:
( ) ⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎝
⎛
++++⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎝
⎛
+++−=− 1222
2
2
2221111
2
1
111
22
υρυρ pugz
V
AVpugz
V
AVWQ &&
Colocando a vazĂŁo mĂĄssica em evidĂȘncia
( ) ( ) ( )⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−+−+−+
−
=− 11221212
2
1
2
2
2
υυ ppuuzzg
VV
mWQ &&&
h = entalpia especĂ­fica = u + pυ
( ) ).(() 1211122212 TTCpupuhhh p −=+−+=∆=− υυ
01 =V 21 ZZ =
OBS.: Cp Ă© tabelado,
Rlbm
Btu
Cpar
⋅
⋅= 24,0 e
Rlbm
ftlbf
Rar
⋅
⋅
= 3,53
s
ftlbf
HP
⋅
⋅= 5501 e ftlbf
Btu
⋅=
778
1
T (ÂșR) = 460 + T (ÂșF)
Substituindo os parùmetros acima na equação (A) temos:
( ) WTTC
V
mQ p
&&& +⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−⋅+⋅= 12
2
2
2
( )
s
BTU
,
s
lbm
Rlbm
BTU
,
s
ft
Q 7122612053995923990
2
500
02
22
−⋅⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−⋅
⋅
⋅+⋅=&
s
BTU
Q 6
.
10.49,2−=
13.6. Equação de Bernoulli:
Muitas vezes, deseja-se aplicar a equação de conservação da energia para o escoamento
em regime permanente de um fluido incompressível no interior de uma tubulação, com
apenas uma entrada e uma saída de massa. Para esta situação, a equação da energia pode
ser simplificada.
AdVugz
V
de
t
WQ
SCC
rr
&& ‱⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++++∀
∂
∂
=− ∫∫∀
ρρυρ
2
2
(A)
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
56
Adotando-se as hipĂłteses de escoamento em regime permanente, sem outras formas de
trabalho realizadas, a equação se reduz a:
AdVugz
V
WQ
SC
rr
&& ‱⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
+++=− ∫ ρρυ
2
2
Chamando a entrada da tubulação de (1) e a saída da tubulação de (2), e considerando
que, em uma dada seção, a energia interna (u), a pressão e a distùncia vertical (z) não se
alteram, a equação pode ser dada por:
( )( ) ( ) 11
2
1
22
2
2
22221111
22
22
AdV
V
AdV
V
mugzmugzWQ
AA
rrrr
&&&& ‱⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎝
⎛
−‱⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎝
⎛
++++−++=− ∫∫ ρρυρυρ
No entanto, sabe-se que, para escoamento incompressĂ­vel, a vazĂŁo mĂĄssica se conserva.
( ) 11
2
1
22
2
2
111212
12
22
dAV
V
dAV
V
muugzgzWQ
AA
‱⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−‱⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
+−+−+−=− ∫∫ ρρυρυρ &&&
Definindo-se o coeficiente de energia cinética de forma que:
VdA
V
VdA
V
AA
ραρ ∫∫ ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
=⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
22
22
Onde:
α: é o fator de correção da energia cinética
Pode-se escrever a equação da energia de uma forma mais compacta:
m
VV
ppuugzgzWQ &&&
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−+−+−+−=−
22
2
1
1
2
2
2121212 ααυυ
Para escoamento em regime turbulento, α é aproximadamente igual à unidade. Para
escoamento em regime laminar, α = 2.
Dividindo-se a equação pela vazão måssica, tem-se:
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−+−+−+−=−
22
2
1
1
2
2
2121212
VV
ppuugzgz
m
W
m
Q
ααυυ
&
&
&
&
Reescrevendo-se a equação,
( )
m
Q
uu
m
WV
pgz
V
pgz
&
&
&
&
−−+=⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++−⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++ 12
2
2
222
2
1
111
22
αυαυ
Os termos entre parĂȘnteses do lado esquerdo da equação representam a energia
mecùnica por unidade de massa em cada seção transversal do escoamento. O termo
.
m
W
&
representa a potĂȘncia de eixo (por unidade de massa) fornecida ou retirada do fluido
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
57
(Hs) e o termo
.
12 )(
m
Q
uu
&
−− representa a conversão irreversível de energia mecñnica na
seção (1) em energia tĂ©rmica nĂŁo desejada e a perda de energia por transferĂȘncia de
calor.
13.6.1. A Equação de Bernoulli para fluidos ideais:
Para escoamentos de fluidos incompressĂ­veis para os quais se pode desprezar os efeitos
de atrito (fluidos ideais), tĂȘm que:
.
12 )(
m
Q
uu
&
=−
A equação de Bernoulli pode ser dada então por:
sH
V
pgz
V
pgz =⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++−⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++
22
2
2
222
2
1
111 αυαυ
Quando, alĂ©m disso, nĂŁo hĂĄ nenhuma potĂȘncia de eixo, toda a energia mecĂąnica se
conserva. A equação é dada por:
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++=⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++
22
2
2
222
2
1
111
V
pgz
V
pgz αυαυ
==⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
++ H
V
pgz
2
2
αυ constante Equação de Bernoulli para fluidos ideais
A energia em qualquer ponto da massa fluida em um escoamento incompressĂ­vel
em regime permanente Ă© constante.
13.6.1.1. Visualização gråfica da equação de Bernoulli:
Muitas vezes, Ă© conveniente representar o nĂ­vel de energia de um escoamento
por meios gråficos. Cada termo na equação de Bernoulli, na forma apresentada tem
dimensÔes de comprimento, ou carga do fluido em escoamento. Os termos individuais
sĂŁo:
:
g
P
ρ
Energia de PressĂŁo por unidade de peso do fluido ou carda devida Ă  pressĂŁo
estĂĄtica local.
z: Energia de Posição por unidade de peso do fluido ou carga de elevação.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
58
g
V
2
2
α : Energia Cinética por unidade de peso do fluido ou carga devida à pressão
dinĂąmica local.
H: Energia Total por unidade de peso do fluido ou carga total do escoamento.
Para um fluido ideal sem trabalho de eixo, a energia mecĂąnica total se conserva.
A energia total por unidade de peso do fluido (ou carga total do escoamento). A linha
energética representa a altura de carga total. Conforme mostrado na equação de
Bernoulli, a altura da linha energética permanece constante para o escoamento sem
atrito, quando nenhum trabalho é realizado sobre ou pelo fluido. A linha piezométrica
representa a soma das alturas de carga devidas à elevação e à pressão eståtica. A
diferença entre as alturas da linha energética e da linha piezométrica representa a altura
de carga dinĂąmica (de velocidade).
Figura 30 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento Unidimensional em um
Duto.
Linha Energética:
g
V
g
p
z
2
2
++
ρ
Linha Piezométrica:
g
P
z
ρ
+ .
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
59
13.6.2. AplicaçÔes da Equação de Bernoulli:
13.6.2.1. Teorema de Torricelli:
Seja um recipiente de paredes delgadas com a ĂĄrea da superfĂ­cie livre constante,
contendo um fluido ideal, escoando em regime permanente através de um orifício
lateral.
Figura 31 – Escoamento de um Fluido Ideal em um Recipiente de Paredes Delgadas.
A aplicação da equação de Bernoulli para fluidos ideais conduz a:
g
V
z
g
P
g
V
z
g
P
2
1
1
1
2
2
2
2
++=++
ρρ
Para escoamento turbulento, assume-se α1 = α2 = 1
A equação da Continuidade estabelece que a vazão volumétrica seja constante, ou seja,
2211 VAVAQ ==
No entanto, 21 AA >> . Pode-se considerar, portanto, 01 =V .
Como o jato de saída é livre à pressão atmosférica, atmPPP == 21 .
AlĂ©m disso, hzz =− 21
Portanto,
g
V
h
2
2
2
=
ghV 22 =
Teorema de Torricelli: “A velocidade de um lĂ­quido jorrando por um orifĂ­cio atravĂ©s de
uma parede delgada Ă© igual Ă  velocidade que teria um corpo em queda livre de uma
altura h.”.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
60
13.6.2.2. Medidores de vazĂŁo:
FreqĂŒentemente, Ă© necessĂĄrio medir a vazĂŁo que passa por uma tubulação. Existem
diferentes dispositivos capazes de efetuar esta medição, divididos principalmente em
duas classes: instrumentos mecĂąnicos e instrumentos de perda de carga. Os instrumentos
mecĂąnicos medem a vazĂŁo real do fluido, retendo e medindo uma certa quantidade. Os
dispositivos de perda de carga obstruem o escoamento, causando a aceleração de uma
corrente fluida, como mostra na fig. 32 para um bocal genérico.
Figura 32 – Escoamento Interno atravĂ©s de um Bocal GenĂ©rico mostrando o volume de
controle usado para anĂĄlise.
A separação do escoamento na borda viva da garganta do bocal provoca a formação de
uma zona de recirculação, como mostrado pelas linhas tracejadas a jusante do bocal. A
corrente principal do escoamento continua a se acelerar apĂłs a garganta, formando uma
vena contracta na seção 2 e, em seguida, desacelera-se para preencher toda a seção do
tubo. Na vena contracta, a ĂĄrea de escoamento Ă© mĂ­nima e a velocidade Ă© mĂĄxima.
A vazão teórica pode ser relacionada ao gradiente de pressão através da aplicação da
equação de Bernoulli para fluidos ideais e da equação de conservação de massa. A
equação de Bernoulli estabelece que
g
V
z
g
P
g
V
z
g
P
22
2
1
11
1
2
2
22
2
α
ρ
α
ρ
++=++
Como z1 = z2, a equação se reduz a:
g
V
g
P
g
V
g
P
22
2
1
1
1
2
2
2
2
α
ρ
α
ρ
+=+
Assim, considerando-se escoamento turbulento, α1= α2 = 1 e:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
61
⎟
⎠
⎞⎜
⎝
⎛ −=−
2
1
2
221
2
VVPP
ρ
⎟
⎟
⎠
⎞
⎜
⎜
⎝
⎛
−=− 2
2
2
1
2
2
21 1
2 V
VV
PP
ρ
As velocidades 1V e 2V podem ser relacionadas através da equação de conservação de
massa,
2211 AVAV =
Ou
1
2
2
1
A
A
V
V
=
Assim,
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−=−
1
2
2
2
21 1
2 A
AV
PP
ρ
A velocidade teĂłrica (ideal) 2V Ă©, portanto, dada por:
( )
⎄
⎄
⎊
⎀
⎱
⎱
⎣
⎡
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
−
=
2
1
2
21
2
1
2
A
A
PP
V
ρ
A vazão volumétrica teórica é dada, portanto, por:
22 AVQ =
( )
2
2
1
2
21
.
1
2
A
A
A
PP
Q
⎄
⎄
⎊
⎀
⎱
⎱
⎣
⎡
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
−
=
ρ
No entanto, diversos fatores limitam a utilidade da equação anterior para o cålculo da
vazão através do medidor. A årea do escoamento real na seção 2 é desconhecida quando
a vena contracta Ă© pronunciada. Em geral, os perfis de velocidade nĂŁo podem ser
considerados uniformes na seção. Os efeitos de atrito podem se tornar importantes
quando os contornos medidos são abruptos. Finalmente, a localização das tomadas de
pressĂŁo influencia a leitura da pressĂŁo diferencial.
A equação teórica é ajustada pela definição de um coeficiente de descarga empírico tal
que:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
62
( )
td AC
A
A
PP
Q ..
1
2
2
1
2
21
⎄
⎄
⎊
⎀
⎱
⎱
⎣
⎡
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
−
=
ρ
Deve ser observado que no cĂĄlculo da vazĂŁo real a ĂĄrea que deve ser utilizada Ă© a ĂĄrea
da garganta, e não a årea do escoamento na seção 2.
SĂŁo apresentados na literatura valores para os coeficientes dos medidores de vazĂŁo,
medidos com distribuiçÔes de velocidades turbulentas, completamente desenvolvidas na
entrada do medidor.
13.6.2.2.1. Tubo de Venturi:
O tubo de Venturi é um dispositivo utilizado para medição da vazão ou da
velocidade em uma tubulação. Consiste em uma redução da seção do escoamento,
provocando um aumento de velocidade e uma queda na pressĂŁo. Em geral, os medidores
sĂŁo fundidos e usinados com pequenas tolerĂąncias, de modo a reproduzir o desempenho
de projeto. A perda de carga total Ă© baixa. Dados experimentais mostram que os
coeficientes de descarga variam de 0,98 a 0,995 para altos nĂșmeros de Reynolds
(maiores que 2.105
). Por isso, C= 0,99 pode ser usado para medir a vazĂŁo em massa
com cerca de 1% de erro. Para menores nĂșmeros de Reynolds, a literatura dos
fabricantes deve ser consultada.
A diferença de pressão entre um ponto no escoamento e um ponto no
estrangulamento é medida através de um líquido manométrico, como mostrado na fig.
33.
Figura 33 – Tubo de Venturi.
Aplicando-se a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 (fluido A),
2
2
22
1
2
11
22
z
g
V
g
P
z
g
V
g
P
AA
++=++
ρρ
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
63
No entanto, z1 = z2
g
V
g
P
g
V
g
P
AA 22
2
22
2
11
+=+
ρρ
Falta ainda relacionar as velocidades 1V e 2V à vazão måssica ou à vazão volumétrica.
A equação da continuidade estabelece que, para fluidos incompressíveis:
2211 AVAVQ ==
Ou:
2
1
12
2
2
1
1
A
A
VV
A
Q
V
A
Q
V
=
=
=
Igualando-se as expressÔes P1 e P2 e substituindo-se as expressÔes para as velocidades,
chega-se a:
( )
⎄
⎄
⎊
⎀
⎱
⎱
⎣
⎡
−⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⋅
−⋅
⋅=
1
2
2
2
1
21
1
A
A
PP
AQ
Aρ
13.6.2.2.2. Tubo de Pitot:
Assim como o tubo de Venturi, o tubo de Pitot Ă© um dispositivo utilizado para a
medição de vazão ou a velocidade de um escoamento. Podem ser utilizadas 2
configuraçÔes. Na primeira (Fig. 34), um tubo é inserido no escoamento. Ao entrar no
tubo, a velocidade do fluido é reduzida a zero, sem atrito. Aplicando-se a equação de
Bernoulli:
Figura 34 – Medição de pressão estática – Tubo de Pitot.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
64
2
2
22
1
2
11
22
z
g
V
g
P
z
g
V
g
P
++=++
ρρ
Mas: z1 = z2
2V =0
Assim,
g
P
g
V
g
P
ρρ
2
2
11
2
=+
ou:
2
2
112 VPP
=−
ρρ
As pressÔes podem ser relacionadas às alturas do fluido:
P1 = Patm+ 1ghρ
P2 = Patm+ 2ghρ
Substituindo-se na equação de Bernoulli,
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛ −
=
g
PP
gV
ρ
12
1 2
( )121 2 hhgV −=
Na segunda configuração, é inserido um fluido manométrico, no qual serå lida a
diferença de cotas (Fig. 35). Aplicando-se a equação de Bernoulli ao fluido A,
Figura 35 – Tubo de Pitot com fluido manomĂ©trico.
2
2
22
1
2
11
22
z
g
V
g
P
z
g
V
g
P
AA
++=++
ρρ
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
65
Mas: z1 = z2
2V =0
Assim,
g
P
g
V
g
P
AA ρρ
2
2
11
2
=+
ou:
2
2
112 VPP
AA
=−
ρρ
As pressÔes nos pontos 1 e 2 podem ser relacionadas através das seguintes expressÔes:
PC = P1+ 1ghAρ
PD = P2+ 2ghAρ
Mas,
)( 21 hhgPP BDC −+= ρ
Assim,
ghhPP BA ))(( 2112 −−=− ρρ
A velocidade do escoamento Ă© dada, entĂŁo, por:
A
BA hhg
V
ρ
ρρ ))((2 21
1
−−
=
13.6.2.2.3. Placa de orifĂ­cio:
A placa de orifĂ­cio Ă© uma placa fina que pode ser colocada entre flanges. Como a
sua geometria é simples, é de baixo custo e de fåcil instalação e reposição. As principais
desvantagens sĂŁo a sua capacidade limitada e a elevada perda de carga. As tomadas de
pressão podem ser posicionadas em diversos locais. Como a localização das tomadas
influencia o coeficiente de descarga, valores consistentes devem ser selecionados de
manuais. A equação de correlação recomendada para um orifĂ­cio concĂȘntrico com
tomadas de canto (fig.36) Ă©:
5,2
75,0
81,2
Re
71,91
184,00312,05959,0 ⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
−⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+=
Dl
D
Dl
D
Dl
D
C t
Dl
tt
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
66
Figura 36 (a) – Geometria de orifício e localização de tomadas de pressão – Placa de
orifĂ­cio.
EquaçÔes de correção similares estão disponíveis para placas de orifícios com tomadas
de flange e com tomadas de pressĂŁo D e D/2.
Figura 36 (b) – Placa de Orifício.
A1 = årea da seção reta do tubo.
A3 = årea da seção reta à entrada do orifício (montante).
A2 = årea da seção reta à saída do orifício (jusante).
Aplicando a equação de Bernoulli entre A1 e A2, temos:
2
2
22
1
2
11
22
Z
g
Vp
Z
g
Vp
++=++
γγ
(1)
PorĂ©m, a ĂĄrea na seção reta na “vena contracta” serĂĄ multiplicada por um fator CC
chamado coeficiente de contração, então:
02 ACA C= (2)
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
67
Assim sendo,
0211 ACVAVQ c== (3)
Cortando Z1 e Z2 na equação (1) e substituindo (3) em (1), temos,
2
0
2
2
2
1
2
1
22 )AC(g
QP
gA
QP
c
+=+
γγ
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−=− 2
1
2
0
2
2
21
11
2 AACg
Q
hh
C
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛ −
=− 2
1
2
0
2
2
0
22
1
2
21
2 AAC
ACA
g
Q
hh
C
C
( )212
0
22
1
2
1
2
0
2
2 hhg
ACA
AAC
Q
C
C
−⋅
−
=
( )212
1
02
2
1
12
0
2
2
1
hhg
A
A
C
A
A
AC
Q
C
C
−⋅
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
=
( )212
1
02
0
2
1
hhg
A
A
C
AC
Q
C
C
−⋅
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
=
Para obtermos a vazão real, devemos considerar o coeficiente de velocidade “CV”
responsĂĄvel pelas perdas por atrito e choques no orifĂ­cio, entĂŁo:
( )212
1
02
0
2
1
hhg
A
A
C
ACC
Q
C
CV
−⋅
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
= (4)
Definimos o coeficiente de forma do orifício “C” como sendo a relação:
2
1
02
1 ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
=
A
A
C
CC
C
C
CV
(5)
A equação (4) pode ser escrita:
( )210 2 hhgCAQ −= (6)
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
68
13.6.2.2.4. Pressão de estagnação:
É obtida quando um fluido em movimento Ă© desacelerado atĂ© a velocidade zero
por meio de um processo sem atrito.
Figura 37 – MediçÔes simultĂąneas das pressĂ”es de estagnação e estĂĄtica.
=++ z
g
VP
2
2
Îł
constante
g
VPP
2
2
0
+=
γγ
onde:
P0: é a pressão de estagnação
00 =V
z0 = z
P: pressĂŁo estĂĄtica (Ă© a pressĂŁo termodinĂąmica, Ă© aquela pressĂŁo que seria medida por
um instrumento movendo-se com o escoamento).
g
VPP
2
2
0
=
−
γ ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛ −
=
Îł
PP
gV 0
2
13.7. Equação de Bernoulli para fluidos reais – perda de carga:
pH
g
V
z
g
P
g
V
z
g
P
∆+++=++
22
2
1
1
1
2
2
2
2
ρρ
Este Ășltimo termo Ă© denominado perda de carga, (∆HP) que Ă© a energia por unidade de
peso do lĂ­quido, dissipada em forma de calor devido Ă  viscosidade e ao desvio de massa
pelos acessĂłrios e, quando turbulento o regime de escoamento, pela rugosidade.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
69
13.7.1. Visualização gråfica da equação de Bernoulli para fluidos reais:
Figura 38 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento de um Fluido Real.
:
g
P
ρ
Energia de PressĂŁo por unidade de peso do fluido.
:z Energia de Posição por unidade de peso do fluido.
:
2
2
g
V
Energia Cinética por unidade de peso do fluido.
:pH∆ Perda de Carga entre os pontos 1 e 2.
A perda de carga ( )pH∆ depende da rugosidade (Δ) e do comprimento (L) da tubulação
e da presença de acessórios e conexÔes no sistema. A perda de carga total é, portanto, a
soma da perda de carga contínua ( )pCH∆ , devida ao atrito do escoamento com as
paredes ao longo da tubulação, com a perda de carga local ( )pLH∆ , devida à perda de
pressão pelo atrito do escoamento com os acessórios e conexÔes, mudanças de årea e
outros.
PLPCP HHH ∆+∆=∆
A perda de carga unitĂĄria Ă© definida como sendo a razĂŁo entre a perda de carga e
o comprimento da tubulação:
L
H
J P∆
=
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
70
A perda de carga entre duas seçÔes quaisquer do escoamento pode ser calculada
através de relaçÔes empíricas que dependem principalmente do regime de escoamento e
da rugosidade relativa do duto.
13.7.2. Tipos de perda de carga:
13.7.2.1. Perdas de carga contĂ­nuas: ocorre nos trechos retos.
g
V
D
L
fHPC
2
2
=∆
onde: L é a distùncia percorrida pelo fluido entre as 2 seçÔes consideradas, DIM: [L].
D Ă© o diĂąmetro do duto, DIM: [L].
V é a velocidade média do fluido, DIM: [L/t].
g é a aceleração da gravidade, DIM: [L/t2
].
f Ă© o coeficiente de atrito.
O principal problema consiste então na determinação do fator de atrito.
Basicamente, ele depende da rugosidade (Δ) e do diùmetro da tubulação (D), da
velocidade mĂ©dia do escoamento ( )V e das propriedades do fluido (ρ e ”). AtravĂ©s da
anålise dimensional, obtém-se que o fator de atrito é função de 2 adimensionais: a
rugosidade relativa (k/D ou Δ/D) e o nĂșmero de Reynolds.
O adimensional de Reynolds, ou Re Ă© dado por:
υ”
ρ DVDV
==Re
O nĂșmero de Reynolds caracteriza o regime de escoamento:
2100Re ≀ , o escoamento Ă© laminar.
Se 4000Re2100 << , o escoamento estå na faixa de transição.
4000Re ≄ , o escoamento Ă© turbulento.
O fator de atrito depende do regime de escoamento. Para escoamentos laminares,
o fator de atrito pode ser calculado por:
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
71
Re
64
=f
Para escoamentos turbulentos, a determinação do fator de atrito é mais
complicada. A expressĂŁo mais largamente utilizada Ă© a de Colebrook:
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
+−= 5,05,0
.Re
51,2
7,3
/
log2
1
f
D
f
Ο
No entanto, a expressĂŁo anterior Ă© transcendental, ou seja, deve ser resolvida por
um procedimento iterativo. Miller sugere um valor inicial para o fator de atrito(f0), dado
por:
2
9,00
Re
74,5
7,3
/
log25,0
−
⎄
⎊
⎀
⎱
⎣
⎡
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
+=
D
f
Ο
Substituindo-se o resultado da equação de Miller na equação de Colebrook,
pode-se determinar um valor para o fator de atrito com cerca de 1% de erro.
Os valores do fator de atrito, para escoamentos laminares e turbulentos, foram
determinados experimentalmente para uma série de valores de Re e de (k/D ou Δ/D) e
sumarizados em um åbaco (Fig.38), denominado Ábaco de Moody.
Moody apresenta também uma tabela (Tab.3) para determinação da rugosidade
absoluta (Δ) em tubos, para alguns materiais comuns de engenharia.
Tabela 3 – Rugosidade para Tubos de Materiais comuns de Engenharia.
Material Rugosidade Δ (mm)
Aço rebitado 0,9 a 9
Aço comercial 0,046
Concreto 0,3 a 3
Ferro fundido 0,26
Ferro fundido asfaltado 0,12
Ferro galvanizado 0,15
Madeira 0,2 a 0,9
Trefilado 0,0015
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
72
Figura 39 - Ábaco de Moody.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
73
Figura 40 – Determinação da Rugosidade Relativa.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
74
13.7.2.2. Perdas de carga localizadas:
Em um sistema real, muitas vezes o escoamento Ă© obrigado a passar por uma
série de acessórios, conexÔes, curvas ou mudanças abruptas de seção e direção. Ao
passar por estes obstĂĄculos, o escoamento perde energia e tem sua pressĂŁo
diminuĂ­da. As perdas de carga locais foram determinadas experimentalmente e
modeladas segundo duas equaçÔes diferentes.
1o
método: Método direto
( ) g
V
kHPL
2
2
∑=∆
k: Ă© o coeficiente de perda local (caracterĂ­stica do acessĂłrio – Fig. 41)
Figura 41 – Valores aproximados de k.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
75
2o
método: Método dos comprimentos equivalentes
Consiste em transformar o acessĂłrio em trecho reto com o mesmo diĂąmetro e
material.
g
V
D
L
fH e
PL
2
2
=∆
Le: é o comprimento equivalente da tubulação (Fig. 41)
A perda de carga total Ă©:
PLPcP HHH ∆+∆=∆
Figura 42 – Comprimentos Equivalentes para TubulaçÔes de Ferro fundido e Aço.
A entrada do escoamento em tubos pode causar uma perda de carga
considerĂĄvel, se for mal projetada. Na Tab. 4, sĂŁo apresentadas 3 geometrias bĂĄsicas
de entradas. Para saĂ­das, o coeficiente de perda local vale 1,0.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
76
Tabela 4 – Coeficiente de Perda de Carga para Entrada de Tubos.
Toda energia cinética do fluido é dissipada pela mistura quando o escoamento
descarrega de um tubo em um grande reservatĂłrio ou cĂąmara (saĂ­da submersa). Assim,
para uma saída submersa, o coeficiente de perda é igual a α, não importando a
geometria.
Um escoamento pode ainda sofrer uma expansão ou contração abrupta. Para este
caso, a Tab. 5 apresenta os coeficientes de perda de carga, em função da razão de årea
AR (razão entre a menor e a maior årea da contração ou expansão).
Tabela 5 – Coeficientes de Perda de Carga para Contração e Expansão.
Para uma expressĂŁo abrupta, o coeficiente de perda de carga pode ser modelado pela
equação:
K = (1-RA)2
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
77
As perdas decorrentes da variação de årea podem ser reduzidas pala instalação
de um bocal ou um difusor entre as duas seçÔes de tubo reto. Um bocal é um dispositivo
utilizado para a redução gradual da seção do escoamento (Fig.43). A Tab. 6 apresenta os
coeficientes de perda de carga para bocais, para diferentes razÔes de årea e para
diferentes ùngulos Ξ.
Figura 43 – Redução de Área – Bocal.
Tabela 6 – Coeficientes de Perda de Carga para Redução Suave da Seção
Kcontração Ξ
A2 / A1 10Âș 15Âș - 40Âș 50Âș - 60Âș 90Âș 120Âș 150Âș 180Âș
0,50 0,05 0,05 0,06 0,12 0,18 0,24 0,26
0,25 0,05 0,04 0,07 0,17 0,27 0,35 0,41
0,10 0,05 0,05 0,08 0,19 0,29 0,37 0,43
As perdas em difusores (expansão gradual da seção do escoamento) dependem
de diversas variåveis geométricas e do escoamento. Como um difusor provoca um
aumento da pressão eståtica do escoamento (redução da velocidade média), o
coeficiente de perda Ă© comumente apresentado em termo de um coeficiente de
recuperação de pressão, CP:
2
1
12
2
1
V
PP
CP
ρ
−
=
O coeficiente de perda Ă© dado por
PC
AR
K −−= 2
1
1
Definindo-se um coeficiente ideal de recuperação de pressão, CPi, como o coeficiente de
recuperação que existiria se os efeitos de atrito fossem desprezados.
2
1
1
AR
CPi −=
PPi CCK −=
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
78
A Fig. 44 apresenta os coeficientes de carga para difusores, em função do ùngulo total
do difusor.
Figura 44 – Coeficiente de Perda de Carga para um Difusor.
Deve ser observado que as perdas de carga sĂŁo obtidas ao se multiplicar o coeficiente de
perda por (U2
/2g). No entanto, em uma redução ou aumento de seção, hå duas
velocidades diferentes; a da maior e a da menor seção. Para estes casos, sempre deve ser
usado o maior valor de velocidade.
As perdas de carga em escoamentos através de vålvulas e conexÔes também podem ser
escritas em termos de comprimentos equivalentes de tubos retos. Estes valores, para
cada um dos acessĂłrios, sĂŁo mostrados na Tab. 7.
Tabela 7 – Comprimento Equivalente Adimensional para VĂĄlvulas e ConexĂ”es.
AcessĂłrios Le/D
VĂĄlvula Gaveta 8
VĂĄlvula Globo 340
VĂĄlvula Angular 150
VĂĄlvula de Esfera 3
Vålvula Globo de Retenção 600
Vålvula Angular de Retenção 55
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
79
Vålvula de pé com Crivo Guiado 420
Vålvula de pé com Crivo Articulado 75
Cotovelo PadrĂŁo de 90Âș 30
Cotovelo PadrĂŁo de 45Âș 16
Curva de Retorno – 180Âș 50
TĂȘ PadrĂŁo: Escoamento Principal 20
TĂȘ PadrĂŁo: Escoamento Lateral 60
VĂĄlvulas sĂŁo dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper a descarga de
fluidos em tubulaçÔes. Algumas garantem a segurança da instalação e outras permitem
desmontagens para reparos ou substituiçÔes de elementos da instalação. Existe uma
grande variedade de tipos de vålvulas, cuja escolha depende da natureza da operação a
realizar, das propriedades fĂ­sicas e quĂ­micas do fluido considerado, da pressĂŁo e da
temperatura do escoamento e da forma de acionamento pretendida.
As vĂĄlvulas de gaveta (Fig.45) sĂŁo vĂĄlvulas mais empregadas para escoamento de
líquidos. Possuem custo relativamente reduzido e permitem a redução da vazão do
escoamento através do volante situado na parte superior do corpo da vålvula. Quando o
volante é girado, a vålvula desliza para baixo na seção.
Figura 45 – Válvula de gaveta.
As vĂĄlvulas de esfera sĂŁo vĂĄlvulas de uso geral, de fechamento rĂĄpido, muito usadas
para ar comprimido, vĂĄcuo, vapor, gases e lĂ­quidos. O controle do fluxo Ă© feito por meio
de uma esfera, possuindo uma passagem central e localizada no corpo da vĂĄlvula. O
comando Ă©, em geral, manual, com auxĂ­lio de uma alavanca. Estas vĂĄlvulas nĂŁo se
aplicam, a casos em que se pretende variar a vazĂŁo, mas apenas abrir ou fechar
totalmente a passagem do fluido.
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
80
As vĂĄlvulas globo (Fig. 46) possuem uma haste parcialmente rosqueada em cuja
extremidade existe um alargamento, tampĂŁo ou disco para controlar a passagem do
fluido por orifĂ­cio. Servem para regular a vazĂŁo, pois podem trabalhar com tampĂŁo da
vedação do orifício em qualquer posição, embora acarretem grandes perdas de carga,
mesmo com abertura mĂĄxima.
Figura 46 – Válvula Globo.
As vålvulas de retenção (Fig.47) permitem o escoamento em um só sentido. Quando hå
a tendĂȘncia de inversĂŁo no sentido do escoamento, fecham automaticamente pela
diferença de pressão provocada.
Figura 47 – Válvula de Retenção.
Existe um nĂșmero muito grande de dados experimentais para as perdas da carga
localizadas. Os valores apresentados constituem uma compilação dos dados da
literatura, proposta por Fox e McDonald (2001). Eles devem ser considerados como
dados representativos para algumas situaçÔes comumente encontradas. Para vålvulas, o
projeto irĂĄ variar significativamente, dependendo do fabricante. Sempre que possĂ­vel, os
Fenîmenos de Transporte – 01/2008
81
valores fornecidos pelos fabricantes deverão ser utilizados para a obtenção de dados
mais precisos. Além disso, como as perdas de carga introduzidas por acessórios e
vĂĄlvulas irĂŁo variar consideravelmente, dependendo dos cuidados tomados durante a
fabricação da tubulação. Rebarbas do corte de trechos de tubos, por exemplo, poderão
causar obstruçÔes locais, com aumento consideråvel das perdas.
13.8. PotĂȘncia fornecida por uma bomba
Se for necessårio transportar um fluido de um ponto a outro situado em uma posição
mais elevada, pode-se utilizar uma bomba. A bomba fornecerĂĄ ao fluido uma
quantidade de energia por unidade de peso do fluido Hman.
Figura 48 – Elevação de um Fluido com uma Bomba.
Aplicando-se a equação de Bernoulli para fluidos reais entre os pontos 1 e 2,
pman H
g
V
g
P
zH
g
V
g
P
z ∆+++=+++
22
2
22
2
2
11
1
ρρ
A potĂȘncia real da bomba, ou seja, a potĂȘncia que a bomba fornece ao fluido Ă© dada por:
manB QHN Îł=
Onde: Îł: Ă© o peso especĂ­fico do fluido ⎄
⎊
⎀
⎱
⎣
⎡
3
L
F
DIM
Q: Ă© a vazĂŁo volumĂ©trica atravĂ©s da bomba ⎄
⎊
⎀
⎱
⎣
⎡
t
L
DIM
3
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  • 1. FenĂŽmenos de Transporte PPrrooff aa .. MMaarraa NNiillzzaa EEssttaanniissllaauu RReeiiss 11ÂșÂș sseemmeessttrree 22000088
  • 2. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 1 Disciplina: FenĂŽmenos de Transporte Cursos: Engenharia de Controle e Automação Engenharia ElĂ©trica Prof a .: Mara Nilza Estanislau Reis 1Âș semestre 2008 Objetivos: - Aprender os princĂ­pios bĂĄsicos da MecĂąnica dos Fluidos e da TransferĂȘncia de Calor; - Analisar as distribuiçÔes de pressĂŁo em fluidos em repouso; - Analisar as distribuiçÔes de força em corpos e superfĂ­cies submersas; - Estudar o escoamento ideal e real no interior de dutos; - Analisar as maneiras atravĂ©s das quais o calor Ă© transmitido. Ementa: MecĂąnica dos Fluidos: Propriedades FĂ­sicas; EquaçÔes Gerais da EstĂĄtica, CinemĂĄtica e DinĂąmica dos Fluidos; CĂĄlculos de PressĂ”es HidrostĂĄticas, de Forças sobre SuperfĂ­cies Submersas e de Perda de Carga; Medição de Viscosidade, PressĂŁo e Velocidade. TransferĂȘncia de Calor: Condução, Convecção, Radiação, AplicaçÔes. TransferĂȘncia de Massa: DifusĂŁo, Coeficiente de TransferĂȘncia de Massa, Teoria da Camada Limite, AplicaçÔes.
  • 3. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 2 Índice 1. Introdução a MecĂąnica dos Fluidos.................................................................. 12 1.1. Definição............................................................................................. 12 1.2. Objetivo............................................................................................... 12 1.3. Aplicação............................................................................................. 12 2. Definição de um Fluido..................................................................................... 12 2.1. Introdução........................................................................................... 12 2.2. A HipĂłtese do ContĂ­nuo...................................................................... 13 2.3. PrincĂ­pio da AderĂȘncia........................................................................ 13 3. MĂ©todos de AnĂĄlise........................................................................................... 14 3.1. Sistema................................................................................................ 14 3.2. Volume de Controle............................................................................ 14 4. DimensĂ”es e Unidades...................................................................................... 14 4.1. Introdução............................................................................................ 14 4.2. Sistemas de DimensĂ”es....................................................................... 14 4.3. Sistemas de Unidades.......................................................................... 15 5. Propriedades FĂ­sicas dos Fluidos...................................................................... 16 5.1. Peso EspecĂ­fico.................................................................................... 16 5.2. Volume EspecĂ­fico.............................................................................. 17 5.3. Densidade Relativa.............................................................................. 17 5.4. Massa EspecĂ­fica ou Densidade Absoluta........................................... 18 5.5. MĂłdulo da Elasticidade VolumĂ©trico.................................................. 19 5.5.1. CondiçÔes IsotĂ©rmicas............................................................. 19 5.5.2. CondiçÔes AdiabĂĄticas............................................................ 19 5.6. Coeficiente de Compressibilidade (C) ............................................... 19 6. Campo de Velocidade....................................................................................... 20 7. Regime Permanente e Transiente...................................................................... 21 7.1. Regime Permanente............................................................................. 21 7.2. Regime Transiente............................................................................... 21 7.3. Campo Uniforme de Escoamento........................................................ 21 8. Escoamentos Uni, Bi, Tridimensional.............................................................. 21 8.1. Escoamento Unidimensional............................................................... 21
  • 4. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 3 8.2. Escoamento Bidimensional................................................................. 22 8.3. Linhas de Tempo, TrajetĂłrias, Linhas de EmissĂŁo e Corrente............ 23 8.4. Campos de TensĂŁo............................................................................... 26 9. Viscosidade....................................................................................................... 27 9.1. Viscosidade DinĂąmica ou Absoluta: (”)............................................. 27 9.2. Viscosidade CinemĂĄtica: (Îœ)............................................................... 29 9.3. NĂșmero de Reynolds: (Re) ................................................................. 29 9.4. Tipos de Escoamento........................................................................... 30 10. PressĂŁo............................................................................................................ 32 10.1. Lei de Pascal...................................................................................... 34 11. FluidoestĂĄtica.................................................................................................. 34 11.1. A Equação BĂĄsica da EstĂĄtica dos Fluidos........................................ 35 11.2. PressĂŁo ManomĂ©trica........................................................................ 37 11.3. PressĂŁo Absoluta............................................................................... 38 11.4. O BarĂŽmetro de MercĂșrio................................................................. 38 11.5. Aplicação para a Manometria............................................................ 39 11.6. Tipos de ManĂŽmetros........................................................................ 41 11.6.1. ManĂŽmetros de lĂ­quido.......................................................... 41 11.6.2. ManĂŽmetros metĂĄlicos.......................................................... 43 12. EquilĂ­brio dos Corpos Flutuantes.................................................................... 43 12.1. PrincĂ­pio de Arquimedes................................................................... 44 13. FluidodinĂąmica................................................................................................ 47 13.1. Sistema.............................................................................................. 47 13.2. Volume de Controle.......................................................................... 48 13.3. A Relação Entre as Derivadas do Sistema e a Formulação Para Volume de Controle................................................................................... 48 13.4. Equação da Continuidade (de Conservação da Massa) Para um Volume de Controle ArbitrĂĄrio.................................................................. 49 13.4.1. Casos Especiais..................................................................... 50 13.4.2. VazĂŁo MĂĄssica e VazĂŁo VolumĂ©trica.................................... 51 13.5. 1a Lei da TermodinĂąmica Aplicada ao Volume de Controle............. 53 13.6. Equação de Bernoulli........................................................................ 55 13.6.1. A Equação de Bernoulli Para Fluidos Ideais......................... 57
  • 5. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 4 13.6.1.1. Visualização GrĂĄfica da Equação de Bernoulli...... 57 13.6.2. AplicaçÔes da Equação de Bernoulli..................................... 59 13.6.2.1. Teorema de Torricelli............................................. 59 13.6.2.2. Medidores de VazĂŁo............................................... 60 13.6.2.2.1. Tubo de Venturi....................................... 62 13.6.2.2.2. Tubo de Pitot........................................... 63 13.6.2.2.3. Placa de OrifĂ­cio...................................... 65 13.6.2.2.4. PressĂŁo de Estagnação............................. 68 13.7. Equação de Bernoulli Para Fluidos Reais – Perda de Carga............. 68 13.7.1. Visualização GrĂĄfica da Equação de Bernoulli Para Fluidos Reais.................................................................................................. 69 13.7.2. Tipos de Perda de Carga........................................................ 70 13.7.2.1. Perdas de Carga ContĂ­nuas..................................... 70 13.7.2.2. Perdas de Carga Localizadas.................................. 74 13.8. PotĂȘncia Fornecida por uma Bomba................................................. 81 14. TransferĂȘncia de Calor.................................................................................... 86 14.1. Introdução.......................................................................................... 86 14.2. Modos de TransferĂȘncia de Calor..................................................... 86 14.2.1. Condução............................................................................ 86 14.2.2. Convecção.......................................................................... 87 14.2.3. Radiação............................................................................. 87 14.3. Leis BĂĄsicas da TransferĂȘncia de Calor............................................. 88 14.3.1. Condução............................................................................ 89 14.3.2. Convecção.......................................................................... 92 14.3.3. Radiação............................................................................. 93 15. Condução........................................................................................................ 96 15.1. Introdução Ă  Condução...................................................................... 96 15.2. Propriedades TĂ©rmicas da MatĂ©ria.................................................... 97 15.3. Conservação de Energia em um Volume de Controle....................... 98 15.4. Equação da DifusĂŁo de Calor............................................................ 101 15.4.1. Coordenadas Cartesianas.................................................... 101 15.4.2. Coordenadas CilĂ­ndricas..................................................... 104 15.4.3. Coordenadas EsfĂ©ricas....................................................... 104
  • 6. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 5 15.4.4. CondiçÔes de Contorno e Condição Inicial........................ 105 15.5. Condução Unidimensional em Regime Permanente......................... 108 15.5.1. Parede Simples.................................................................. 108 15.5.2. ResistĂȘncia TĂ©rmica........................................................... 109 15.5.3. Parede Composta................................................................ 113 15.5.4. Parede Composta: SĂ©rie-Paralelo....................................... 116 15.5.5. ResistĂȘncia de contato........................................................ 116 15.6. Condução Unidimensional em Regime Permanente – Sistemas Radiais – Cilindro....................................................................................... 119 15.6.1. Distribuição de Temperatura.............................................. 119 15.6.2. Parede CilĂ­ndrica Composta............................................... 122 15.6.3. Espessura CrĂ­tica de Isolamento......................................... 125 15.7. Condução Unidimensional em Regime Permanente – Sistemas Radiais – Esfera............................................................... 129 15.8. Condução com Geração de Energia TĂ©rmica........................ 130 15.8.1 Condução com Geração de Energia TĂ©rmica - Parede Plana....................................................................... 130 15.8.2 Condução com Geração de Energia TĂ©rmica – Sistemas Radiais................................................................. 133 16. TransferĂȘncia de Calor em SuperfĂ­cies Expandidas – Aletas......................... 134 16.1. Introdução.......................................................................................... 134 16.2. Tipos de Aletas.................................................................................. 136 16.3. Balanço de Energia para uma Aleta.................................................. 137 16.4. Aletas com ĂĄrea da seção transversal constante................................ 138 16.5. Desempenho da Aleta........................................................................ 143 17. Condução Transiente....................................................................................... 146 17.1. Introdução.......................................................................................... 146 17.2. MĂ©todo da CapacitĂąncia Global........................................................ 146 18. Convecção....................................................................................................... 148 18.1. Fundamentos da Convecção.............................................................. 148 18.2. As Camadas Limites da Convecção.................................................. 160 18.2.1. A Camada Limite HidrodinĂąmica......................................... 151 18.2.2. As Camadas Limites de Concentração.................................. 152
  • 7. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 6 18.3. Escoamento Laminar e Turbulento................................................... 153 18.4. A Camada Limite TĂ©rmica................................................................ 156 EXERCÍCIOS RECOMENDADOS..................................................................... 158 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 159 ApĂȘndice A........................................................................................................... 160 ApĂȘndice B............................................................................................................ 164
  • 8. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 7 Figuras Figura 1 – Elemento Fluido sob a Ação de Esforço Tangencial Constante. 12 Figura 2 – Comportamento de (a) um SĂłlido e (b) um Fluido, Sob a Ação de uma Força de Cisalhamento Constante. 13 Figura 3 – O Perfil de Velocidade Linear no LĂ­quido entre Placas Paralelas ∞ 13 Figura 4 – Conjunto PistĂŁo-Cilindro. 14 Figura 5 – Escoamento de um Fluido AtravĂ©s de um Tubo. 14 Figura 6 – Determinação do Campo de Velocidades em um Ponto. 20 Figura 7 – Exemplo de Escoamento Unidimensional. 22 Figura 8 – Exemplo de Escoamento Bidimensional. 22 Figura 9 – Deformação de um Elemento de Fluido. 28 Figura 10 – Exemplo para o CĂĄlculo do NĂșmero de Reynolds. 30 Figura 11 - PossĂ­vel Classificação da MecĂąnica dos Fluidos. 31 Figura 12 – Exemplo do CĂĄlculo da PressĂŁo na Base de um Recipiente. 33 Figura 13 – Fluida em Repouso. 34 Figura 14 – Volume de Controle Infinitesimal. 35 Figura 15 – Variação de PressĂŁo em um Fluido EstĂĄtico. 37 Figura 16 – Exemplo do CĂĄlculo das PressĂ”es Absoluta e ManomĂ©trica. 38 Figura 17 – O BarĂŽmetro de MercĂșrio. 39 Figura 18 – Variação de PressĂŁo em uma Coluna de MĂșltiplos Fluidos. 39 Figura 19 – Ilustração do exemplo acima, vasos comunicantes. 40 Figura 20 – ManĂŽmetro de LĂ­quido. 41 Figura 21 – ManĂŽmetro de LĂ­quido. 42 Figura 22 – ManĂŽmetro de LĂ­quido. 42 Figura 23 – Tubo de Bourdon. 43 Figura 24 – ManĂŽmetro de Diafragma. 43 Figura 25 – Corpo Imerso em um Fluido EstĂĄtico. 43 Figura 26 – CĂĄlculo do Metacentro de um Corpo Submerso. 47 Figura 27 – Conjunto PistĂŁo-Cilindro. 48 Figura 28 – Escoamento de um Fluido atravĂ©s de um Tubo. 48 Figura 29 – Escoamento Unidimensional. 52 Figura 30 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento 58
  • 9. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 8 Unidimensional em um Duto. Figura 31 – Escoamento de um Fluido Ideal em um Recipiente de Paredes Delgadas. 59 Figura 32 – Escoamento Interno atravĂ©s de um Bocal GenĂ©rico mostrando o volume de controle usado para anĂĄlise. 60 Figura 33 – Tubo de Venturi. 62 Figura 34 – Medição de pressĂŁo estĂĄtica – Tubo de Pitot. 63 Figura 35 – Tubo de Pitot com fluido manomĂ©trico. 64 Figura 36 – (a) Geometria de orifĂ­cio e localização de tomadas de pressĂŁo – Placa de orifĂ­cio. (b) Placa de OrifĂ­cio. 66 Figura 37 – MediçÔes simultĂąneas das pressĂ”es de estagnação e estĂĄtica. 68 Figura 38 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento de um Fluido Real. 69 Figura 39 - Ábaco de Moody. 72 Figura 40 – Determinação da Rugosidade Relativa. 73 Figura 41 – Valores aproximados de k. 74 Figura 42 – Comprimentos Equivalentes para TubulaçÔes de Ferro fundido e Aço. 75 Figura 43- Redução de Área – Bocal. 77 Figura 44 – Coeficiente de Perda de Carga para um Difusor. 78 Figura 45 – VĂĄlvula de gaveta. 79 Figura 46 – VĂĄlvula Globo. 80 Figura 47 – VĂĄlvula de Retenção. 80 Figura 48 – Elevação de um Fluido com uma Bomba. 81 Figura 49 – Conjunto elevatĂłrio referente ao exemplo acima. 83 Figura 50 - TransferĂȘncia de calor. 86 Figura 51 – Associação da transferĂȘncia de calor por condução Ă  difusĂŁo da energia provocada pela atividade molecular. 87 Figura 52 – Processos de transferĂȘncia convectiva de calor. (a) Convecção natural. (b) Convecção forçada. 87 Figura 53 – Troca radiativa entre uma superfĂ­cie e as suas vizinhanças. 88 Figura 54 – Troca radiativa entre uma superfĂ­cie e as suas vizinhanças. 88 Figura 55 – TransferĂȘncia de Calor em uma Parede Plana. 89
  • 10. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 9 Figura 56 – TransferĂȘncia Convectiva de Calor. 91 Figura 57 – Troca Radiativa LĂ­quida entre duas SuperfĂ­cies. 94 Figura 58 – Faixas de Condutividade tĂ©rmica para vĂĄrios estados da matĂ©ria. 97 Figura 59 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas Cartesianas). 102 Figura 60 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas CilĂ­ndricas). 104 Figura 61 – Volume de Controle Infinitesimal (Coordenadas EsfĂ©ricas). 105 Figura 62 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de uma Parede Plana. 108 Figura 63 – Circuito TĂ©rmico. 111 Figura 64 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de uma Parede Plana. 113 Figura 65 – Circuito tĂ©rmico equivalente. 114 Figura 66 – Parede Composta. 116 Figura 67 – Circuitos TĂ©rmicos Equivalentes numa Parede Composta. 116 Figura 68 - Queda de temperatura devido Ă  resistĂȘncia tĂ©rmica de contato. 117 Figura 69 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de um Cilindro Oco. 119 Figura 70 – TransferĂȘncia de Calor AtravĂ©s de uma Parede CilĂ­ndrica Composta. 121 Figura 71 – Ilustração do exemplo acima, tubo com paredes delgadas. 124 Figura 72 – Parede CilĂ­ndrica Composta. 125 Figura 73 – Comportamento das ResistĂȘncias TĂ©rmicas com r2. 128 Figura 74 – TransferĂȘncia de Calor atravĂ©s de uma Casca EsfĂ©rica. 129 Figura 75 – Condução em uma parede plana com geração uniforme de calor. (a) CondiçÔes de contorno assimĂ©tricas. (b) CondiçÔes de contorno assimĂ©tricas. (c) SuperfĂ­cie adiabĂĄtica no plano intermediĂĄrio. 131 Figura 76 – TransferĂȘncia de Calor em uma superfĂ­cie expandida. 134 Figura 77 – SuperfĂ­cie da qual se quer Aumentar a Taxa de TransferĂȘncia de Calor. 132 Figura 78 – Colocação de Aletas para Aumentar a Taxa de TransferĂȘncia de Calor. 132 Figura 79 – Trocadores de Calor com tubos aletados. 133 Figura 80 – ConfiguraçÔes de Aletas. 133 Figura 81 – Balanço de Energia em uma SuperfĂ­cie Expandida. 134 Figura 82 – Aletas com Área da Seção Transversal Constante. 139 Figura 83 – EficiĂȘncia de aletas. 144
  • 11. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 10 Figura 84 – Montagem Representativa das Aletas – a) Retang. b) Anulares. 146 Figura 85 – Resfriamento de uma peça metĂĄlica quente. 147 Figura 86 – Distribuição transiente de temperatura correspondente a diferentes nĂșmeros de Biot, numa parede plana resfriada simetricamente por convecção. 148 Figura 87 - TransferĂȘncia convectiva de Calor. 148 Figura 88 – Escoamento sobre uma Placa Plana. 149 Figura 89 - A camada limite fluidodinĂąmica. 151 Figura 90 - Perfil de concentração na camada limite. 152 Figura 91 – Camada Limite. 153 Figura 92 – Camada Limite TĂ©rmica. 156 Figura A1 – Viscosidade Absoluta de Alguns Fluidos 166 Figura A2 – Viscosidade CinemĂĄtica de Alguns Fluidos Ă  PressĂŁo Atm. 167
  • 12. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 11 Tabelas Tabela 1 – Sistemas de Unidades. 15 Tabela 2 – Principais prefixos para unidades de Engenharia. 16 Tabela 3 – Rugosidade para Tubos de Materiais comuns de Engenharia. 71 Tabela 4 – Coeficiente de Perda de Carga para Entrada de Tubos. 76 Tabela 5 – Coeficientes de Perda de Carga para Contração e ExpansĂŁo. 76 Tabela 6 – Coeficiente de Perda de Carga para Redução Suave da Seção. 77 Tabela 7 – Comprimento Equivalente Adimensional para VĂĄlvulas e ConexĂ”es 78 Tabela 8 – Valores de h (W/mÂČ.K) 92 Tabela 9 – EquaçÔes de Taxa 96 Tabela 10 – Lei de Fourier para os trĂȘs sistemas de coordenadas 96 Tabela 11 – ResistĂȘncia tĂ©rmica de contato em (a) Interfaces MetĂĄlicas sob condiçÔes de vĂĄcuo e (b) Interface de AlumĂ­nio com diferentes fluidos interfaciais 118 Tabela 12 – ResistĂȘncia TĂ©rmica de interfaces sĂłlido/sĂłlido representativas 118 Tabela 13 – Propriedade de Fluidos Gasosos 163
  • 13. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 12 1. Introdução a MecĂąnica dos Fluidos 1.1. Definição: Ă© a ciĂȘncia que estuda o comportamento fĂ­sico dos fluidos e as leis que regem tal comportamento. Estudo do comportamento dos fluidos em repouso (FluidoestĂĄtica) e em movimento (FluidodinĂąmica). 1.2. Objetivo: conhecer, compreender e analisar qualquer sistema no qual um fluido Ă© o meio produtor de trabalho. 1.3. Aplicação: mĂĄquinas de fluxo (bombas, ventiladores, compressores e turbinas), aeronaves, automĂłveis, submarinos, sistemas de aquecimento e ventilação de residĂȘncias, edifĂ­cios comerciais, sistemas de tubulaçÔes, corpos flutuantes, medicina, etc. 2. Definição de um Fluido 2.1. Introdução: É uma sustĂąncia que se deforma continuamente sob a aplicação de uma tensĂŁo de cisalhamento (força tangencial), nĂŁo importa sua intensidade (figura 1). Os fluidos compreendem as fases lĂ­quida e gasosa (ou de vapor) das formas fĂ­sicas nas quais a matĂ©ria existe. Figura 1 – Elemento Fluido sob a Ação de Esforço Tangencial Constante. A distinção entre um fluido e o estado sĂłlido fica clara ao ser comparado seu comportamento. Ao ser aplicada uma força tangencial F (fig.2a) sobre um sĂłlido fixado entre as duas placas, o bloco sofre uma deformação e se estabiliza no novo formato. No regime elĂĄstico do material, ao cessar a aplicação da força, o sĂłlido retorna Ă  forma original. Repetindo a experiĂȘncia para um fluido, ele se deformarĂĄ continuamente, enquanto existir uma força tangencial atuando sobre ele (fig.2b).
  • 14. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 13 Figura 2 – Comportamento de (a) um SĂłlido e (b) um Fluido, Sob a Ação de uma Força de Cisalhamento Constante. 1a Situação: Figura 2a Mantida a Ft constante o sĂłlido deformar-se-ĂĄ atĂ© alcançar uma posição de equilĂ­brio estĂĄtico. 2a Situação: Figura 2b Sob a ação da Ft deforma-se continuamente, nĂŁo se alcançando uma posição de equilĂ­brio estĂĄtico. 2.2. A HipĂłtese do ContĂ­nuo: Como o espaço mĂ©dio entre as molĂ©culas que compĂ”em o fluido Ă© bastante inferior Ă s dimensĂ”es fĂ­sicas dos problemas estudados, considera-se o fluido como uma substĂąncia que pode ser dividida ao infinito. 2.3. PrincĂ­pio da AderĂȘncia: “Os pontos de um fluido em contato com uma superfĂ­cie sĂłlida possuem a mesma velocidade dos pontos desta com os quais estĂŁo em contato; nĂŁo hĂĄ deslizamento naquelas fronteiras”. (fig.3) Figura 3 – O Perfil de Velocidade Linear no LĂ­quido entre Placas Paralelas Infinitas.
  • 15. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 14 3. MĂ©todos de anĂĄlise 3.1. Sistema: quantidade de massa fixa e identificĂĄvel; as fronteiras do sistema separam-no do ambiente Ă  volta; nĂŁo hĂĄ transferĂȘncia de massa atravĂ©s das mesmas, calor e trabalho poderĂŁo cruzar as fronteiras, conforme mostrado na fig. 4 . Figura 4 – Conjunto PistĂŁo-Cilindro. 3.2. Volume de controle: volume do espaço atravĂ©s do qual o fluido escoa (arbitrĂĄrio), a fronteira geomĂ©trica Ă© chamada superfĂ­cie de controle, conforme mostrado na fig. 5. Figura 5 – Escoamento de um Fluido AtravĂ©s de um Tubo. 4. DimensĂ”es e unidades 4.1. Introdução DimensĂ”es: sĂŁo grandezas mensurĂĄveis (quantidades fĂ­sicas: podem ser primĂĄrias (bĂĄsicas) e secundĂĄrias (derivadas)). Unidades: sĂŁo nomes arbitrĂĄrios dados Ă s dimensĂ”es. 4.2. Sistemas de DimensĂ”es Lei da Homogeneidade dimensional: “Todos os termos de uma expressĂŁo matemĂĄtica, que, traduz um fenĂŽmeno fĂ­sico, devem possuir a mesma dimensĂŁo”. Exemplo: 2 00 at 2 1Vxx ++= ( ) ( ) ( ) ( )2 2 t t L 2 1 tt LLL ×+ × +=
  • 16. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 15 4.3. Sistema de Unidades Pode-se trabalhar com diferentes unidades para as grandezas (massa, comprimento, etc.). PaĂ­ses diferentes podem utilizar sistemas de unidades diferentes. Em 1960, instituiu-se o Sistema Internacional (SI), como uma tentativa de padronização. Foram definidas 7 grandezas bĂĄsicas (massa, comprimento, tempo, temperatura, corrente elĂ©trica, quantidade de matĂ©ria e intensidade luminosa) e padronizadas as suas unidades. A partir delas, podem ser derivadas as unidades das outras grandezas (excetuando-se as grandezas elĂ©tricas). No entanto, alguns paĂ­ses ainda adotam os antigos sistemas de unidades. No Sistema BritĂąnico, as grandezas bĂĄsicas sĂŁo força, comprimento, temperatura e tempo. A massa passa a ser, portanto, uma grandeza secundĂĄria. SI absoluto: M(massa), L(comprimento), t(tempo), T(temperatura), I(corrente elĂ©trica), quantidade de matĂ©ria e intensidade luminosa. TĂ©cnico inglĂȘs: F(força), L(comprimento), t(tempo), T(temperatura). Tabela 1 – Sistemas de Unidades. SISTEMA DE UNIDADES MASSA COMPRI- MENTO TEMPO TEMPE- RATURA CORRENTE ELÉTRICA QTE DE MATÉRIA INTENSI- DADE LUMINOSA SI Kg m s K A mol cd ABSOLUTO g cm s K TÉCNICO utm m s K INGLÊS slug ft s R INGLÊS TÉCNICO lbm ft s R Força: 2 s m 1kg1N = Força: 2 s cm 1g1dina = Massa ft s 1lbf1slug 2 = No ApĂȘndice B sĂŁo apresentados os fatores de conversĂŁo entre os sistemas para as diferentes grandezas.
  • 17. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 16 A Tab. 2 apresenta prefixos utilizados em engenharia para escrever valores muitos pequenos ou muito grandes de uma maneira mais concisa. Tabela 2 – Principais prefixos para unidades de Engenharia. Fator Multiplicativo Prefixo SĂ­mbolo 109 Giga G 106 Mega M 103 Kilo k 10-1 Deci d 10-2 Centi c 10-3 Mili m 10-6 Micro ” 10-9 Nano n 10-12 Pico p 5. Propriedades fĂ­sicas dos fluidos 5.1. Peso especifico: (Îł) É o peso do fluido contido em uma unidade de volume. Îł: Peso especĂ­fico [F/L3 ] ∀ = W Îł W: Peso da substĂąncia [F] ][LfluidodoVolume: 3 ∀ gg mmg ÏÎł = ∀ = ∀ = Unidades: (N/m3 ; kgf / m3 ; lbf / ft3 ) DIM: [F / L3 ]
  • 18. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 17 5.2. Volume especĂ­fico: (Îœ) Inverso da massa especĂ­fica. υ: Volume especĂ­fico [L3 /M] ρ υ 1 = ∀ = m ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta [M/L3 ] Unidades: (m3 / kg; cm3 / g; ft3 / slug; ft3 / lbm) DIM: [L3 / M] 5.3. Densidade relativa: (ÎŽ,d ou SG) RazĂŁo entre a massa especĂ­fica de uma substĂąncia e a massa especĂ­fica de uma substĂąncia de referĂȘncia. Para lĂ­quidos, o fluido de referĂȘncia Ă© a ĂĄgua e, para os gases, o ar. Quando se trabalha com densidades relativas de sĂłlidos, Ă© comum que a substĂąncia de referĂȘncia seja a ĂĄgua. ÎŽ: Densidade relativa [adimensional] ref SGd ρ ρ ÎŽ === ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta [M/L3 ] ρref.: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta da substĂąncia de referĂȘncia [M/L3 ] ÎŽ=d = SG= padrĂŁofluido fluido ρ ρ = padraĂŁofluido fluido Îł Îł DIM: [1]
  • 19. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 18 5.4. Massa especĂ­fica ou densidade absoluta: ( ÎČ ) TambĂ©m conhecida como densidade absoluta, Ă© a quantidade de massa do fluido contida em uma unidade de volume. ρ: Massa especĂ­fica [M/L3 ] ∀ = m ρ m: Massa do fluido [M] ][LfluidodoVolume: 3 ∀ Unidades: (kg / m3 ; g / cm3 ; slug / ft3 ) DIM: [M / L3 ] A densidade dos gases variam bastante quando sĂŁo alteradas sua pressĂŁo, e/ou sua temperatura. Ao contrĂĄrio, a densidade dos lĂ­quidos apresenta pequenas variaçÔes com alteraçÔes de pressĂŁo e temperatura, sĂŁo, em sua maioria, considerados incompressĂ­veis. Na Tab. A.1 (ApĂȘndice A), sĂŁo apresentados valores de massa especĂ­fica para alguns fluidos, a 20°C e 1 atm. As Tab.s A.2 e A.3 apresentam, respectivamente, a variação da massa especĂ­fica da ĂĄgua e do ar com a temperatura, para a pressĂŁo de 1 atm. 5.5. MĂłdulo da Elasticidade VolumĂ©trico: (ÎČ) RazĂŁo entre uma variação de pressĂŁo e a correspondente variação de volume por unidade de volume. ÎČ: MĂłdulo de elasticidade volumĂ©trico ∀∀∆ ∆− = / P ÎČ âˆ†P: Variação de pressĂŁo [F/L2 ] ][LVolumedeVariação:∆ 3 ∀ ][LVolume: 3 ∀ O sinal negativo indica que um aumento de pressĂŁo corresponde a uma redução de volume. Unidades: (N/m2 ; kgf / m2 ; lbf / ft2 ) DIM: [F / L2 ]
  • 20. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 19 Expressa a compressibilidade do fluido. A compressibilidade de uma substĂąncia Ă© a medida da variação relativa de volume decorrente de aplicação de pressĂŁo. O mĂłdulo de compressibilidade de lĂ­quidos costuma ser obtido experimentalmente. No caso de gases, o seu valor depende do tipo de processo que resulta da compressĂŁo. 5.5.1. CondiçÔes isotĂ©rmicas: T = constante P.V. = constante P1V1 = P2V2 1 2 2 1 P P V V = P.dV + V.dP = 0 P.dV = - V.dP P P dP V dV = − = ÎČ 5.5.2. CondiçÔes adiabĂĄticas: P.Vk = constante k = Cp / Cv P1.V1 k = P2.V2 k Vk .dP + Vk-1 P.k.dV = 0 P.k.dV + V.dP = 0 kP kP dP V dV = − = ÎČ 5.6. Coeficiente de Compressibilidade: (C) Inverso do mĂłdulo de elasticidade volumĂ©trico. ÎČ 1 =C C: Coeficiente de compressibilidade [L2 /F] ÎČ: MĂłdulo de elasticidade volumĂ©trico [F/L2 ] Unidades: (m2 /N; m2 /kgf; ft2 /lbf) DIM: [L2 /F]
  • 21. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 20 6. Campo de velocidade Entre as propriedades do escoamento, destaca-se o campo de velocidade. Seja o volume de fluido ∀ mostrado na Fig. 6. Figura 6 – Determinação do Campo de Velocidades em um Ponto. A velocidade instantĂąnea do fluido no ponto C Ă© igual Ă  velocidade instantĂąnea do volume infinitesimal ∀ή que passa pelo ponto C no instante de tempo em questĂŁo. O campo de velocidade, V r , Ă© função das coordenadas x, y e z e do tempo t. A completa representação do campo de velocidades Ă© dada por: ( )tzyxVV ,,, rr = O vetor velocidade, V r , pode ser expresso em termos de suas trĂȘs componentes escalares. Chamando estas componentes nas direçÔes x, y e z de, respectivamente, u, v e w, o campo de velocidades pode ser escrito como: kwjviuV ˆˆˆ ++= r , onde: ( ) ( ) ( )tz,y,x,wwetz,y,x,vv,tz,y,x,uu === Exemplo: Dados os campos de velocidade listados abaixo, determine: (a) As dimensĂ”es de cada campo de velocidade (b) Se estĂĄ em regime permanente ou nĂŁo (1) [ ]iaeV bx ˆ− = r (2) jbxiaxV ˆˆ2 += r
  • 22. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 21 (3) jbxiaxV ˆˆ −= r (4) ( ) jbyitaxV ˆˆ 2 −+= r (5) ( ) ( )k z yxaV ˆ1 3 2 1 22 += r Resolução: (1) Unidimensional ( ( )xVV rr = ), regime permanente ( )tVV rr ≠ . (2) Unidimensional ( ( )xVV rr = ), regime permanente ( )tVV rr ≠ . (3) Bidimensional ( )yxVV , rr = , regime permanente ( )tVV rr ≠ . (4) Bidimensional ( )yxVV , rr = , regime nĂŁo permanente ( )tVV rr = . (5) Tridimensional ( )zyxVV ,, rr = , regime nĂŁo permanente ( )tVV rr = . 7. Regime permanente e transiente 7.1. Regime Permanente: As propriedades do fluido, em cada ponto do escoamento, nĂŁo variam com o tempo. A definição matemĂĄtica do movimento permanente Ă©: 0= ∂ ∂ t η , onde η representa uma propriedade qualquer do fluido. 7.2. Regime Transiente: As propriedades do fluido variam com o tempo. 7.3. Campo Uniforme de Escoamento: Escoamento no qual o mĂłdulo e o sentido do vetor velocidade sĂŁo constantes, ou seja, independentes de todas as coordenadas espaciais, atravĂ©s de toda a extensĂŁo do campo. 8. Escoamentos uni, bi, tridimensional. Os escoamentos podem ser classificados em uni-, bi- e tridimensionais de acordo com o nĂșmero de coordenadas necessĂĄrias para se definir seu campo de velocidades. 8.1. Escoamento unidimensional: Exemplo: Suponha o escoamento em regime permanente no interior de um duto de seção transversal constante mostrado na Fig. 7.
  • 23. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 22 Figura 7 – Exemplo de Escoamento Unidimensional. A partir de uma certa distĂąncia da entrada do duto, a velocidade pode ser descrita pela equação: ⎄ ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎱ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ −= 2 max 1 R r uu Como o campo de velocidades depende apenas da distĂąncia radial r, o escoamento Ă© unidimensional. 8.2. Escoamento bidimensional: Seja agora o escoamento entre placas divergentes, de largura infinita (Fig. 8). Como o canal Ă© considerado infinito na direção do eixo dos z, o campo das velocidades serĂĄ idĂȘntico em todos os planos perpendiculares a este eixo. ConseqĂŒentemente, o campo de velocidades Ă© função somente das coordenadas x e y. O campo do escoamento Ă©, portanto, bidimensional. Figura 8 – Exemplo de Escoamento Bidimensional.
  • 24. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 23 8.3. Linhas de tempo, trajetĂłrias, linhas de emissĂŁo e linhas de corrente: Na anĂĄlise de problemas de mecĂąnica dos fluidos, freqĂŒentemente Ă© vantajoso obter uma representação visual de campo de escoamento. Tal representação Ă© provida de linhas de tempo, de trajeto, de emissĂŁo e de corrente. Se num campo de escoamento uma quantidade de partĂ­culas fluidas adjacentes forem marcadas num dado instante, elas formarĂŁo uma linha no fluido naquele instante, esta linha Ă© chamada de linha de tempo. Uma linha de trajeto Ă© o caminho ou trajetĂłria traçada por uma partĂ­cula fluida em movimento. Para tornĂĄ-la visĂ­vel, temos que identificar uma partĂ­cula fluida, num dado instante, por exemplo, pelo emprego de um corante; em seguida, tiramos uma fotografia de exposição prolongada do seu movimento subseqĂŒente. A linha traçada pela partĂ­cula Ă© uma trajetĂłria. Por outro lado, poderĂ­amos preferir concentrar a atenção em um lugar fixo do espaço e identificar, novamente pelo emprego do corante, todas as partĂ­culas fluidas que passam por aquele ponto. ApĂłs um curto perĂ­odo, terĂ­amos uma certa quantidade de partĂ­culas fluidas identificĂĄveis no escoamento. Todas elas, em algum momento, teriam passado por um local fixo no espaço. A linha em que une as partĂ­culas fluidas, num ponto fixo no espaço, Ă© definida como linha de emissĂŁo. As linhas de corrente sĂŁo aquelas desenhadas no campo de escoamento, de forma que, num dado instante, sĂŁo tangentes Ă  direção do escoamento em cada ponto do campo. Como as linhas de corrente sĂŁo tangentes ao vetor velocidade em cada ponto do campo, nĂŁo pode haver escoamento atravĂ©s delas. No escoamento permanente, a velocidade em cada ponto do campo permanece constante com o tempo e, em conseqĂŒĂȘncia, as linhas de corrente nĂŁo variam de um instante a outro. Isto implica que uma partĂ­cula localizada numa determinada linha de corrente permanecerĂĄ sobre a mesma. AlĂ©m disso, partĂ­culas consecutivas passando atravĂ©s de um ponto fixo do espaço estarĂŁo sobre a mesma linha de corrente e, subseqĂŒentemente permanecerĂŁo nela. EntĂŁo num escoamento permanente, trajetĂłrias e linhas de emissĂŁo e de corrente sĂŁo linhas idĂȘnticas no campo de escoamento. A forma das linhas de corrente pode variar de instante a instante se o escoamento for transiente. Neste caso, as trajetĂłrias, as linhas de emissĂŁo e as linhas de corrente nĂŁo coincidem.
  • 25. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 24 Exemplo: Considere o campo de escoamento ∧∧→ −= jbiaxtV , onde a = 0,2 s-2 e b = 3 m/s. As coordenadas sĂŁo medidas em metros. Para a partĂ­cula que passa pelo ponto (x, y) = (3,1) no instante t = 0, trace a trajetĂłria durante o intervalo de tempo de t = 0 a t = 3 s. Compare esta trajetĂłria com as linhas de corrente que passam pelo mesmo ponto nos instantes t = 0, 1 e 3 segundos. Resolução: Partindo do princĂ­pio dt dx u = e dt dy v = , entĂŁo: dt dx axtu == , ∫∫ = tx x dtat x dx 0 . 0 2 0 2 1 ln at x x =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ e 2 2 1,02 1 0 3 t at exexx =∎= e tambĂ©m, b dt dy v == , ∫∫ = ty y bdtdy 00 , tybtyy 310 +=∎+= ty ex t 31 3 2 1,0 += = RegiĂŁo a ser plotada no plano xy. Temos que u v dx dy s = . Logo: axt b dx dy = . Aplicando equaçÔes diferenciais temos: x dx at b dy x x y y ∫∫ = 00 ou ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ += 0 0 ln x x at b yy . Substituindo os valores de a, b, x0 e y0, ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += 3 ln 15 1 x t y . Para t=1 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += 3 ln151 x y t=2 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += 3 ln5,71 x y t=3 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += 3 ln51 x y
  • 26. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 25 Exemplo: O campo de velocidade ∧∧→ −= jbyiaxV , onde a = b = 1 s-1 , pode ser interpretado como representando o escoamento numa curva em Ăąngulo reto. Obtenha uma equação para as linhas de corrente do escoamento. Trace diversas linhas de corrente no primeiro quadrante, incluindo aquela que passa pelo ponto (x,y) = (0,0). Resolução: A inclinação das linhas de corrente no plano xy Ă© dado por: u v dx dy = Para ∧∧→ −= jbyiaxV , façamos u = ax e v = -by, logo: xa yb u v dx dy . . −== Para resolvermos esta equação diferencial, separamos as variĂĄveis e integramos: ∫∫ −= x dx a b y dy ∎+−= cx a b y lnln c = constante ∎+= − cxy a b lnlnln ln c = constante
  • 27. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 26 Portanto: a b cxy − = Para o campo de velocidade dado, as constantes a e b sĂŁo fixas. As linhas de corrente sĂŁo obtidas definindo valores diferentes para a constante de integração c. Como a = b = 1 sec-1 , entĂŁo 1= b a , e a equação das linhas de corrente Ă© dada por: x c cxy == −1 ou y c x = Para c = 0, y = 0 para todo valor de x e x = 0 para todo valor de y. ‱ A equação x c y = Ă© a equação da hipĂ©rbole. ‱ As curvas estĂŁo mostradas para diferentes valores de c. 8.4. Campo de TensĂŁo Tanto forças de superfĂ­cie quanto forças de campo sĂŁo encontradas no estudo da mecĂąnica dos meios contĂ­nuos. As forças de superfĂ­cies atuam nas fronteiras de um meio atravĂ©s de um contato direto. As forças desenvolvidas sem contato fĂ­sico e distribuĂ­das por todo o volume do fluido sĂŁo denominadas forças de campo. As forças gravitacionais e eletromagnĂ©ticas sĂŁo exemplos de forças de campo. A força gravitacional atuando sobre um elemento de volume, dV, Ă© dada por dVgρ , onde ρ Ă© a massa especĂ­fica (massa por unidade de volume) e g Ă© a aceleração local da gravidade. Segue-se que a força de campo gravitacional Ă© gρ por unidade de volume e g por unidade de massa. O conceito de tensĂŁo nos dĂĄ uma forma conveniente de descrever o modo pela qual as forças atuantes na fronteiras do meio sĂŁo transmitidas atravĂ©s deles. EntĂŁo campo de
  • 28. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 27 tensĂ”es seria a regiĂŁo atravĂ©s da qual as forças atuantes seriam transmitidas atravĂ©s de toda extensĂŁo do material. Como a força e a ĂĄrea sĂŁo ambas quantidades vetoriais, podemos prever que o campo de tensĂŁo nĂŁo serĂĄ vetorial. O campo de tensĂ”es normalmente Ă© chamado de campo tensorial devido ao campo possuir nove componentes que se comportam como um tensor de 2ÂȘ ordem. Dividindo a magnitude de cada componente da força pela a ĂĄrea , xAÎŽ , e tomando o limite quando xAÎŽ se aproxima de zero, definimos as trĂȘs componentes da tensĂŁo mostradas abaixo: x z x y x x A F A F A F xxx A xy A xy A xx ÎŽ ÎŽ ÎŽ ÎŽ ÎŽ ÎŽ ÎŽÎŽÎŽ τττ limlimlim 000 →→→ =∎=∎= Utilizamos o Ă­ndice duplo para designar tensĂ”es. O primeiro Ă­ndice (neste caso x) indica o plano no qual a tensĂŁo atua (neste caso a superfĂ­cie perpendicular ao eixo x). O segundo Ă­ndice indica a direção na qual a tensĂŁo atua. TambĂ©m Ă© necessĂĄrio adotar uma convenção de sinais para a tensĂŁo. Uma componente da tensĂŁo Ă© positiva quando o seu sentido e o plano no qual atua sĂŁo ambos positivos ou ambos negativos. 9. Viscosidade 9.1. Viscosidade DinĂąmica ou Absoluta: (”) Propriedade que determina o grau de resistĂȘncia do fluido Ă  força de cisalhamento, ou seja, a dificuldade do fluido em escoar. Seja o comportamento de um elemento fluido entre 2 placas infinitas. A placa superior move-se a velocidade constante (ÎŽu), sob a influĂȘncia de uma força aplicada ÎŽ Fx.
  • 29. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 28 Figura 9 – Deformação de um Elemento de Fluido. A tensĂŁo tangencial ou tensĂŁo de cisalhamento do elemento fluido Ă© dada por: dAy dFx Ay Fx Ay yx == → ÎŽ ÎŽ τ ÎŽ 0 lim A taxa de deformação Ă© igual a: dt d tt α ÎŽ Ύα ÎŽ = →0 lim A distĂąncia entre os pontos M e M’é dada por: tVl ÎŽÎŽÎŽ = (a) Para pequenos Ăąngulos, ΎαΎΎ yl = (b) Igualando-se (a) e (b), dy du dt d y u t =⇒= α ÎŽ ÎŽ ÎŽ Ύα Para fluidos Newtonianos, a tensĂŁo tangencial Ă© proporcional Ă  taxa de deformação, ou: dy du dy du yxyx ”ττ =⇒∝ . A constante de proporcionalidade Ă© a viscosidade absoluta ou dinĂąmica do fluido, ”. DIM: [F.t / L2 = M/L.t] Unidades: (N.s/m2 ; kgf.s /m2 ; lbf.s /ft2 ) Os fluidos mais comuns, como a ĂĄgua, o ar e a gasolina, sĂŁo newtonianos em condiçÔes normais.
  • 30. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 29 Se considerarmos as deformaçÔes de dois diferentes fluidos newtonianos, por exemplo, glicerina e ĂĄgua, verificaremos que eles irĂŁo se deformar as taxas diferentes sob a ação da mesma tensĂŁo de cisalhamento aplicada. A glicerina apresenta uma resistĂȘncia Ă  deformação muito maior do que a ĂĄgua. Dizemos, entĂŁo, que ela Ă© muito mais viscosa. A Tab. A.8 apresenta valores de viscosidade absoluta para alguns fluidos. O comportamento da viscosidade para alguns fluidos Newtonianos Ă© apresentado na Fig. A.1 e. A.2. Pode-se notar que, para os gases, a viscosidade aumenta com a temperatura, enquanto que os lĂ­quidos apresentam comportamento inverso. 9.2. Viscosidade CinemĂĄtica: (Îœ) RazĂŁo entre a viscosidade dinĂąmica e a massa especĂ­fica. Îœ: Viscosidade cinemĂĄtica [L2 /t] ρ ” υ = ”: Viscosidade dinĂąmica [Ft/L2 ] ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta [M/L3 ] DIM: [L2 /t] Unidades: (m2 /s; cm2 /s; ft2 /s) Uma unidade comum para a viscosidade cinemĂĄtica Ă© o Stokes, sendo 1 Stokes = 1cm2 /s. 9.3. NĂșmero de Reynolds: (Re) NĂșmero adimensional, obtido pela razĂŁo entre as forças de inĂ©rcia e as forças viscosas. Caracteriza o comportamento global do escoamento de um fluido. Re: NĂșmero de Reynolds [adimensional] ρ: Massa especĂ­fica ou densidade absoluta [M/L3 ] ” ρ ** Re LV = V*: Velocidade do fluido [L/t] L*: Comprimento caracterĂ­stico [L]
  • 31. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 30 ” = Viscosidade dinĂąmica [F.t/L2 ] DIM: [1] O nĂșmero de Reynolds Ă© o adimensional mais importante da MecĂąnica dos Fluidos. Ele determina a natureza do escoamento (laminar ou turbulento). Para escoamentos no interior de tubos, o valor aceito para se caracterizar a transição do escoamento laminar para turbulento Ă© 2300. Para escoamento sobre uma placa plana, o valor Ă© 5x105 . Deve- se ressaltar que V* e L* correspondem, respectivamente, Ă  velocidade e ao comprimento caracterĂ­stico do escoamento. Para escoamentos no interior de tubos, a velocidade V* Ă© a velocidade mĂ©dia no interior do tubo e L*, o seu diĂąmetro. Para escoamentos sobre placas planas, V* Ă© a velocidade da corrente livre e L*, o comprimento da placa. Figura 10 – Exemplo para o CĂĄlculo do NĂșmero de Reynolds. Como a viscosidade absoluta da glicerina Ă© 1500 vezes superior Ă  viscosidade da ĂĄgua, para que os fluidos, escoando no interior de tubos com o mesmo diĂąmetro, tenham comportamentos semelhantes (mesmo nĂșmero de Reynolds), a velocidade da glicerina deve ser 1174 vezes maior do que a velocidade da ĂĄgua. 9.4. Tipos de escoamento: - Escoamento laminar ( em tubulaçÔes Re 2300≀ ) - Escoamento turbulento (Re > 4000)
  • 32. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 31 Figura 11 – PossĂ­vel Classificação da MecĂąnica dos Fluidos. O escoamento compressĂ­vel ou incompressĂ­vel Ă© definido a partir de um parĂąmetro chamado nĂșmero de Mach, que Ă© definido como sendo a razĂŁo da velocidade do escoamento (V ) pela velocidade do som (S) do meio. S V Ma = Exemplo: Um eixo com diĂąmetro externo de 18 mm gira a 20 rotaçÔes por segundo dentro de um mancal de sustentação estacionĂĄrio de 60 mm de comprimento. Uma pelĂ­cula de Ăłleo com espessura de 0,2 mm preenche a folga anular entre o eixo e o mancal. O torque necessĂĄrio para girar o eixo Ă© de 0,0036 N.m. Estime a viscosidade do Ăłleo que se encontra na folga anular, em (Pa.s) Resolução: Para calcular a viscosidade do Ăłleo devemos utilizar a fĂłrmula de tensĂŁo de cisalhamento: dy du .”τ = Primeiramente devemos converter a velocidade para uma unidade na qual possamos trabalhar: MecĂąnica dos Fluidos Fluido nĂŁo viscoso ” = 0 Fluido viscoso ” ≠ 0 CompressĂ­vel IncompressĂ­vel Ma < 0,3 Laminar Re ≀ 2300 Turbulento Re > 4000
  • 33. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 32 s m ru sradrrot rrot rpsW 13,1 /6,125..2.2020 ..21 20 max == ⎩ ⎚ ⎧ →→ → = ω π π 60 .. 230 . max max max nd u dn u ru ou π π ω = = = Devemos calcular agora a ĂĄrea de contato entre o fluido e o material: 26 33 10.39,3 10.60.10.18 .. mA A LDA − −− = = = π π Pelo torque, podemos tirar a força: NF F r F rF 4,0 10.9 0036,0 . 3 = = = = − τ τ Assim podemos calcular o coeficiente de viscosidade dinĂąmico fazendo analogia Ă  força: 2 3 3 . 0208,0 13,1.10.39,3 10.2,0.4,0 m sN du dy A F = = ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ = − − ” ” ” , onde y u dy du max = 10. PressĂŁo Força exercida em uma unidade de ĂĄrea. P: PressĂŁo [F/L2 ] A F P = F: Força [F] A: Área [L2 ] Unidades: (N/ m2 = Pa; atm; lbf / ft2 ; m.c.a; lbf / ft2 = psi; mmHg) DIM: [F / L2 ]
  • 34. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 33 A pressĂŁo Ă© uma variĂĄvel dinĂąmica muito importante na MecĂąnica dos Fluidos. Um escoamento sĂł Ă© possĂ­vel se houver um gradiente de pressĂŁo. Para gases ideais, a pressĂŁo pode ser relacionada Ă  densidade e Ă  temperatura atravĂ©s da seguinte expressĂŁo: TRnP =∀ Onde: n: quantidade de matĂ©ria [mol] R : constante universal dos gases = 8,3144 kJ/kmol.K DIM: ⎄⎊ ⎀ ⎱⎣ ⎡ Tkmol LF .. . T: temperatura absoluta do gĂĄs [T] Se, ao invĂ©s do nĂșmero de moles, for considerada a massa m do gĂĄs, a equação pode ser reescrita na forma: mRTP =∀ Onde R Ă© a constante especĂ­fica de cada gĂĄs, relacionada Ă  constante universal dos gases atravĂ©s da massa molecular do gĂĄs MM, sendo MM dada em kg/kmol no sistema Internacional. A Tab. A.4 apresenta as massas moleculares de alguns gases comuns. MM R R = A Tab. A.9 mostra as propriedades termodinĂąmicas de gases comuns na condição padrĂŁo ou “standard”. A pressĂŁo atuando na base de um recipiente contendo um fluido em repouso pode ser calculada da maneira mostrada a seguir: Figura 12 – Exemplo do CĂĄlculo da PressĂŁo na Base de um Recipiente.
  • 35. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 34 A pressĂŁo na superfĂ­cie do fluido Ă© igual a P0. A força na superfĂ­cie do fluido Ă© dada por AP0 A força exercida pela coluna de fluido Ă© devida ao seu peso: ( ) ghAgAhgmgFfluido ρρρ ==∀== A força na base do recipiente Ă©, entĂŁo, obtida como a soma da força na superfĂ­cie do fluido e do peso da coluna de fluido: ghAAPF FFF fluidoerfĂ­cie ρ+= += 0 sup A pressĂŁo na base do recipiente Ă© dada pela razĂŁo entre a força e a ĂĄrea da base: A FF A F P fluidoerfĂ­cie + == sup ghP A ghAAP P ρ ρ += + = 0 0 Para condiçÔes prĂ©-fixadas, P0, ρ e g sĂŁo constantes. Assim, a pressĂŁo Ă© função apenas da altura da coluna de lĂ­quido h. 10.1. Lei de Pascal: “No interior de um fluido em repouso, a pressĂŁo Ă© constante em cada ponto”. Figura 13 – Fluido em Repouso. 11. FluidoestĂĄtica É a parte da MecĂąnica dos Fluidos que estuda o comportamento dos fluidos em repouso. A condição de velocidade nula do fluido Ă© denominada condição hidrostĂĄtica. Em um problema de hidrostĂĄtica, o objetivo principal Ă©, em geral, a determinação da distribuição de forças ou pressĂ”es em um elemento fluido.
  • 36. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 35 11.1. A equação bĂĄsica da estĂĄtica dos fluidos: Dois tipos genĂ©ricos de forças podem ser aplicados a um fluido: forças de corpo e forças de superfĂ­cie. As forças de corpo, tambĂ©m chamadas de forças de campo, sĂŁo as forças desenvolvidas sem contato fĂ­sico com o fluido, distribuĂ­das por todo o seu volume. É o caso das forças gravitacionais e eletromagnĂ©ticas. De uma maneira geral, a Ășnica força de corpo que deve ser considerada na maioria dos problemas de MecĂąnica dos Fluidos Ă© a força gravitacional, ou o peso. As forças de superfĂ­cie sĂŁo aquelas que atuam nas fronteiras de um meio, atravĂ©s do contato direto. Se um fluido estiver em repouso, sĂł poderĂŁo estar presentes forças normais Ă  superfĂ­cie (por definição, o fluido Ă© a substĂąncia incapaz de resistir a forças de cisalhamento sem se deformar). A Ășnica força de superfĂ­cie a ser considerada Ă©, portanto, a força de pressĂŁo. Seja um volume fluido infinitesimal, de dimensĂ”es dx, dy e dz, como mostrado na Fig. 14. dx dy dz y x z Figura 14 – Volume de Controle Infinitesimal. A força total atuando no elemento Ă© dada por: SSC FdgdmFdFdFd rrrrr +=+= . A força lĂ­quida de pressĂŁo Ă© dada pela soma da força de pressĂŁo em cada uma das faces do elemento. A força de pressĂŁo atuando na face esquerda do elemento Ă©: jdzdx dy y P pFd L ˆ. 2 ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ −= r A força de pressĂŁo na face direita Ă© dada por: ( )jdzdx dy y P pFd R ˆ. 2 −⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ += r
  • 37. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 36 A força lĂ­quida de pressĂŁo Ă© dada pela soma das forças de pressĂŁo em todas as faces do elemento, ( ) jdzdx dy y P pidzdy dx x P pidzdy dx x P pFd S ˆ. 2 ˆ. 2 ˆ. 2 ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ −+−⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ ++⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ −= r ( ) ( )kdydx dz z P pkdydx dz z P pjdzdx dy y P p ˆ. 2 ˆ. 2 ˆ. 2 −⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ ++⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ −+−⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ ++ dzdydxk z P j y P i x P Fd S ..ˆˆˆ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ − ∂ ∂ − ∂ ∂ −= r A força total Ă© dada, portanto, por: dzdydxk z P j y P i x P gdmFdgdmFd S ..ˆˆˆ.. ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ − ∂ ∂ − ∂ ∂ −+=+= rrrr Como dzdydxddm .... ρρ =∀= , ( ) ∀∇−=⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ∂ ∂ − ∂ ∂ − ∂ ∂ −+= dPgdzdydxk z P j y P i x P gdzdydxFd rrr ...ˆˆˆ..... ρρ A 2ÂȘ Lei de Newton estabelece que: admFd rr .= Para um elemento fluido em repouso, a aceleração deve ser nula e o somatĂłrio de todas as forças deve ser zero. Assim, ( ) 0. =∇− Pg r ρ Esta Ă© uma equação vetorial, que pode ser decomposta em trĂȘs equaçÔes escalares, 0=+ ∂ ∂ − xg x P ρ 0=+ ∂ ∂ − yg y P ρ 0=+ ∂ ∂ − zg z P ρ Para simplificar a equação, Ă© conveniente adotar um sistema de eixos no qual o vetor gravitacional esteja alinhado com um dos eixos. Se o sistema for escolhido com o eixo z apontado para cima )ˆ( kgg −= r , as equaçÔes podem ser reescritas como: 0= ∂ ∂ x P 0= ∂ ∂ y P 0= ∂ ∂ z P Se o fluido puder ser considerado incompressĂ­vel, a diferença de pressĂŁo entre dois pontos do fluido serĂĄ diretamente proporcional Ă  diferença de altura entre eles (Fig.15).
  • 38. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 37 ConclusĂ”es: 1. NĂŁo hĂĄ variação de pressĂŁo na direção horizontal, ou seja, dois pontos quaisquer, situados a uma mesma altura e no mesmo fluido em repouso, estĂŁo submetidos Ă  mesma pressĂŁo; 2. A pressĂŁo varia na direção vertical, sendo esta variação devida ao peso da coluna fluida (Equação Fundamental da HidrostĂĄtica); 3. No limite para ∆z infinitamente pequeno (elemento tendendo a um ponto), Pz = Pn = Px, ou seja, a pressĂŁo em um ponto de um fluido estĂĄtico Ă© independente da orientação (Lei de Pascal). Se o fluido puder ser considerado incompressĂ­vel, a diferença de pressĂŁo entre dois pontos do fluido serĂĄ diretamente proporcional Ă  diferença de altura entre eles - Equação Fundamental da HidrostĂĄtica (Fig.15). Figura 15 – Variação de PressĂŁo em um Fluido EstĂĄtico. Os valores de pressĂŁo devem ser estabelecidos em relação a um nĂ­vel de referĂȘncia. As maneiras de se expressar a pressĂŁo variam, portanto, com o nĂ­vel de referĂȘncia adotado. Quando o nĂ­vel de referĂȘncia Ă© zero (vĂĄcuo), as pressĂ”es sĂŁo denominadas absolutas. Quando o nĂ­vel de referĂȘncia Ă© a pressĂŁo atmosfĂ©rica local, as pressĂ”es sĂŁo denominadas pressĂ”es manomĂ©tricas ou efetivas. 11.2. PressĂŁo ManomĂ©trica: PressĂŁo medida tomando-se como referĂȘncia o valor da pressĂŁo atmosfĂ©rica (Patm). Patm = 1atm = 101,325 kPa = 1,0332x104 kgf/m2 = 1,0332 kgf/cm2 = 10,332 m.c.a. = 760 mmHg ghPP CB ρ+=
  • 39. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 38 A pressĂŁo manomĂ©trica pode assumir valores positivos, negativos ou nulos. Se P>Patm, Pman > 0 Se P<Patm, Pman < 0 Se P=Patm, Pman = 0 11.3. PressĂŁo Absoluta: PressĂŁo medida a partir do zero absoluto. manatmabs PPP += ou atmabsman PPP −= A pressĂŁo a ser utilizada em cĂĄlculos envolvendo equaçÔes de gĂĄs ideal ou outras equaçÔes de estado Ă© a pressĂŁo absoluta. Figura 16 – Exemplo do CĂĄlculo das PressĂ”es Absoluta e ManomĂ©trica. 11.4. O BarĂŽmetro de MercĂșrio: A aplicação mais simples da lei da hidrostĂĄtica Ă© o barĂŽmetro, que Ă© um medidor de pressĂŁo atmosfĂ©rica. Neste dispositivo, um tubo Ă© preenchido com um fluido de alto peso especĂ­fico (geralmente o mercĂșrio), invertido e mergulhado em um reservatĂłrio contendo o mesmo fluido. No processo de inversĂŁo do tubo, o mercĂșrio desce, criando vĂĄcuo na parte superior do tubo, como mostrado na Fig. 17.
  • 40. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 39 Figura 17 – O BarĂŽmetro de MercĂșrio. hghP ghP P ghPP PP PP atm A E EA AA atmA ÎłÏ ρ ρ ==∎ = = += = = vĂĄcuo0 repouso)emfluidomesmonoaltura(mesmaisobĂĄrospontos' Portanto, a pressĂŁo atmosfĂ©rica pode ser medida a partir da altura de uma coluna lĂ­quida de mercĂșrio. mmHgatmmmHgh 7601760 =⇒= 11.5. Aplicação para a Manometria: ( ) ÎłÏ ρ 1212 12 1212 PP g PP zz zzgPP − = − =− −=− Uma variação na elevação Ă© equivalente a uma variação de pressĂŁo. Figura 18 – Variação de PressĂŁo em uma Coluna de MĂșltiplos Fluidos.
  • 41. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 40 1) ( )5445 zzgPP m −=− ρ 2) ( )4334 zzgPP g −=− ρ 3) ( )3223 zzgPP a −=− ρ 4) ( )2112 zzgPP o −=− ρ Agrupando as equaçÔes acima temos: ( ) ( ) ( ) ( )5443322115 zzgzzgzzgzzgPP mgao −+−+−+−=− ρρρρ Exemplo: 1) Determine a pressĂŁo manomĂ©trica no ponto “a”, se o lĂ­quido A tem densidade relativa dA= 0,75, e o lĂ­quido B, dB=1,20. O lĂ­quido em volta do ponto “a” Ă© ĂĄgua e o tanque Ă  esquerda estĂĄ aberto para a atmosfera. Figura 19 – Ilustração do exemplo acima, vasos comunicantes. Resolução: Para calcular a pressĂŁo no pontoÂŽÂŽaÂŽÂŽ, devemos calcular a diferença de pressĂŁo do ponto em aberto (Patm), atĂ© chegar em ÂŽÂŽaÂŽÂŽ. Primeiramente faremos algumas transformaçÔes para simplificar os cĂĄlculos: 1 pol = 25,4 mm 36 pol = 0,914 m 15 pol = 0,381 m 10 pol = 0,254 m 5 pol = 0,127 m P1 Patm P2 P336pol dB=1,20 dA=0,75
  • 42. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 41 Calculamos as diferenças de pressĂŁo: PaPa PhgPa hgPPa PaP hgSGPP hgPP PaP hgSGPP hgPP PaP hgSGP hgPP oh oh ApadĂŁof A BpadĂŁof B atmBpadrĂŁof atmBatm 81,831.707,340.5.254,0.81,9.10.1 3.. ..3 07,340.5127,0.81,9.75,0.10.147,274.63 ...23 ..32 47,274.6381,0.81,9.20,1.10.160,759.102 ...12 ..21 60,759.10914,0.81,9.20,1.10.11 ...1 ..1 3 34 34 3 32. 32 3 21. 21 3 1. 1 2 2 =+= += =− =−= −= =− =−= −= =− == = =− − − − − − − − − ρ ρ ρ ρ ρ ρ ρ ρ Temos entĂŁo como pressĂŁo no ponto “a”®: PaPa 81,831.7= 11.6. Tipos de ManĂŽmetros: 11.6.1. ManĂŽmetros de lĂ­quido: SĂŁo tubos transparentes e curvos, geralmente em forma de U, que contĂȘm o lĂ­quido manomĂ©trico. Para medição de altas pressĂ”es, utilizam-se fluidos com altos pesos especĂ­ficos, como o mercĂșrio. No caso de menores pressĂ”es, utilizam-se fluidos com menores pesos especĂ­ficos, como ĂĄgua ou Ăłleo. Figura 20 – ManĂŽmetro de LĂ­quido.
  • 43. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 42 BA BatmB AatmA BA pp ghpp ghpp hh = += += = ρ ρ Figura 21 – ManĂŽmetro de LĂ­quido. BbatmB AaatmA BA ghpp ghpp pp ρ ρ += += = Figura 22 – ManĂŽmetro de LĂ­quido. AaBbmanC BbatmB AaCA BA ghghp ghpp ghpp pp ρρ ρ ρ −= += += = ,
  • 44. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 43 11.6.2. ManĂŽmetros metĂĄlicos: SĂŁo instrumentos usados para medir as pressĂ”es dos fluidos atravĂ©s de um tubo metĂĄlico curvo (Tubo de Bourdon) ou de um diafragma, que cobre um recipiente metĂĄlico. SĂŁo os manĂŽmetros mais utilizados em aplicaçÔes industriais. Figura 23 – Tubo de Bourdon. Figura 24 – ManĂŽmetro de Diafragma. 12. EquilĂ­brio dos Corpos Flutuantes Um corpo flutuante ou submerso em um fluido sofre um empuxo de baixo para cima de uma força igual ao peso do volume do fluido deslocado. As densidades dos lĂ­quidos podem ser determinadas observando-se a profundidade de flutuação de um densĂ­metro. Se um corpo estĂĄ imerso ou flutua em um fluido, a força que nele atua denomina-se empuxo de flutuação. Seja o objeto mostrado na Fig. 25, imerso em um fluido em repouso. Figura 25 – Corpo Imerso em um Fluido EstĂĄtico. O empuxo vertical no cilindro elementar de volume ∀d Ă© dado por:
  • 45. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 44 ( ) ( ) ( ) ∀=−= +−+= −= gddAhhgdF dAghPdAghPdF dAPdAPdF atmatm ρρ ρρ 12 12 12 O empuxo total Ă© obtido integrando-se dF, ou seja, ∫∫ ∀=∀== ggddFF ρρ 12.1. PrincĂ­pio de Arquimedes: “Todo corpo imerso em um fluido em equilĂ­brio recebe, por parte do fluido, um empuxo vertical de baixo para cima, numericamente igual ao peso do volume deslocado pelo corpo.” O corpo pode estar, no entanto, imerso ou flutuando no fluido. Corpo Imerso: E = peso do volume de fluido deslocado gW gE corpocorpo corpofluido ∀= ∀= ρ ρ Corpo Flutuante: E = peso do volume de fluido deslocado gW gE corpocorpo deslocadofluido ∀= ∀= ρ ρ
  • 46. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 45 SituaçÔes PossĂ­veis: ‱ Corpo Permanece Totalmente Imerso e em EquilĂ­brio: corpofluido WE ρρ = = ‱ Corpo Afunda fluidocorpo EW ρρ > > ‱ Corpo Fica Parcialmente Imerso corpofluido WE ρρ > > O ponto de aplicação do empuxo Ă© chamado Centro de Flutuação ou de Carena (C). Corresponde ao centro de gravidade do volume de fluido deslocado.
  • 47. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 46 ‱ Corpo Permanece Totalmente Imerso e em EquilĂ­brio: O centro de flutuação coincide com o centro de gravidade do corpo. ‱ Corpo Afunda O centro de flutuação coincide com o centro de gravidade do corpo. ‱ Corpo Fica Parcialmente Imerso O centro de flutuação estĂĄ localizado abaixo do centro de gravidade do corpo. Quando o corpo estĂĄ em equilĂ­brio, E e W possuem a mesma linha de ação. Se o corpo for afastado da condição de equilĂ­brio, pode ocorrer uma das seguintes situaçÔes: ‱ Corpo imerso
  • 48. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 47 Se for aplicado um afastamento Ξ do equilĂ­brio no corpo, ele permanecerĂĄ na nova posição. Assim, E e W estarĂŁo sempre na mesma linha de ação. Nesta situação, o corpo estĂĄ em equilĂ­brio indiferente. ‱ Corpo flutuante Figura 26 – CĂĄlculo do Metacentro de um Corpo Submerso. Se o corpo for inclinado de um pequeno Ăąngulo ∆ξ (Fig. 26b), o volume da parte de fluido deslocado irĂĄ se alterar, provocando uma mudança na posição do centro de flutuação do corpo, que muda de B para B'. A linha vertical passando por B' irĂĄ interceptar a linha de simetria do corpo no ponto M, chamado Metacentro. Se o metacentro estiver localizado acima do CG do corpo, haverĂĄ um momento restaurador, que tenderĂĄ a retornar o corpo para a sua posição de equilĂ­brio inicial. Neste caso, o corpo se encontra em equilĂ­brio estĂĄvel. Se o metacentro estiver localizado abaixo do CG do corpo, o momento tenderĂĄ a afastar o corpo ainda mais da posição de equilĂ­brio inicial. Neste caso, o corpo estĂĄ em equilĂ­brio instĂĄvel. 13. FluidodinĂąmica Os fluidos podem ser analisados utilizando-se o conceito de sistema ou de volume de controle, figuras 27 e 28. 13.1. Sistema: Quantidade fixa e definida de massa fluida. Os limites do sistema podem ser fixos ou mĂłveis, mas nĂŁo se verifica transporte de massa atravĂ©s deles.
  • 49. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 48 Figura 27 – Conjunto PistĂŁo-Cilindro. 13.2. Volume de Controle: Volume arbitrĂĄrio do espaço, atravĂ©s do qual o fluido escoa. O contorno geomĂ©trico do volume de controle Ă© denominado SuperfĂ­cie de Controle. A superfĂ­cie de controle pode ser real ou imaginĂĄria, e pode estar em repouso ou em movimento. Figura 28 – Escoamento de um Fluido atravĂ©s de um Tubo. 13.3. A relação entre as derivadas do sistema e a formulação para volume de controle: As leis da MecĂąnica sĂŁo escritas para um sistema. Elas estabelecem o que ocorre quando hĂĄ uma interação entre o sistema e suas vizinhanças. No entanto, em muitos problemas de MecĂąnica dos Fluidos, Ă© mais comum a anĂĄlise dos problemas utilizando- se a formulação de volume de controle. O teorema de Transporte de Reynolds permite que as leis da MecĂąnica sejam escritas para um volume de controle. Se N for uma propriedade extensiva arbitrĂĄria qualquer, o Teorema de Transporte de Reynolds estabelece que: ∫ ∫∀ ∀== )( )(sistemamassa sistema ddmNsistema ηρη (N) Ă© uma propriedade extensiva (varia diretamente com a massa). Exemplo: massa. (η) Ă© uma propriedade intensiva (independente da massa). Exemplo: temperatura.
  • 50. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 49 ∫∫ ‱+∀ ∂ ∂ = ∀ SCCsistema AdVd tdt dN ηρηρ Onde: .sist dt dN : Ă© a taxa de variação total de qualquer propriedade extensiva arbitrĂĄria do sistema. ∫∀ ∀ ∂ ∂ C d t ηρ : Ă© a taxa de variação com o tempo, da propriedade extensiva arbitrĂĄria, (N), dentro do volume de controle. η: Ă© a propriedade intensiva correspondente a N (η=N por unidade de massa). ∀dρ : Ă© um elemento de massa contido no volume de controle. ∫∀ ∀ C dηρ : Ă© a quantidade total da propriedade extensiva, N, contida no volume de controle. ∫ ‱ SC AdVηρ : Ă© a vazĂŁo lĂ­quida em massa, da propriedade extensiva, N, saindo pela superfĂ­cie de controle. AdV â€ąÏ : Ă© a vazĂŁo em massa atravĂ©s do elemento de ĂĄrea Ad . AdV â€ąÎ·Ï : Ă© a vazĂŁo em massa da propriedade extensiva, N, atravĂ©s da ĂĄrea Ad . nV rr ‱ : Ă© o produto escalar entre o vetor velocidade e o vetor normal Ă  ĂĄrea. 13.4. Equação da continuidade (de conservação da massa) para um volume de controle arbitrĂĄrio: Se este teorema for aplicado Ă  equação de conservação da massa, MNsistema = 1== dm dM η ( )∫∫ ‱+∀ ∂ ∂ =⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∀ SC C sistema dAnVd tdt dM rr ρρ Como a massa nĂŁo varia no interior do sistema, 0=⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ sistemadt dM
  • 51. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 50 ( ) 0=‱+∀ ∂ ∂ ∫∫∀ SC C dAnVd t rr ρρ Onde: ΞcosunV =‱ rr Deve ser ressaltado que o produto escalar entre o vetor velocidade e o elemento de ĂĄrea Ă© dado por: Ξcos. AdVAdV rrrr = , onde Ξ Ă© o Ăąngulo entre o vetor velocidade e o vetor normal Ă  ĂĄrea. Como o vetor normal Ă  ĂĄrea Ă© sempre perpendicular a ela, apontando para fora, uma entrada de tubulação tem Ξ = 180° e uma saĂ­da de tubulação tem Ξ = 0° Na entrada de uma tubulação, unV −=‱ rr , e, na saĂ­da, unV =‱ rr Para um volume de controle fixo, ( ) ∑∑∫ −=‱ entradasaĂ­daSC uAuAdAnV ρρρ rr Como o volume de controle Ă© fixo, 0=−+∀⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∑∑∫∀ entradasaĂ­da C uAuAd dt d ρρ ρ ou 0=−+∀⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ ∑∑∫∀ entradasaĂ­da C mmd dt d && ρ 13.4.1. Casos especiais: Em algumas situaçÔes, Ă© possĂ­vel simplificar a equação de conservação da massa. Para escoamento em regime permanente, nĂŁo hĂĄ variação das propriedades do escoamento com o tempo. Assim, a equação Ă© escrita como: 0=â€ąâˆ«SC AdVρ Ou, para um escoamento com um nĂșmero finito de entradas e saĂ­das, esta equação Ă© dada por:
  • 52. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 51 0=− ∑∑ entradasaĂ­da mm && , lembrando que o produto escalar dentro da integral Ă© positivo para saĂ­das e negativo para entradas. Para um fluido incompressĂ­vel, a massa especĂ­fica nĂŁo varia com o tempo ou com a posição. Assim, a equação de conservação da massa pode ser escrita como: ( ) 0=‱+∀ ∂ ∂ ∫∫∀ SC C dAnVd t rr ρρ saĂ­daentrada ρρ = A integral de ∀d em todo o volume de controle Ă© simplesmente o volume. Como ele nĂŁo varia ao longo do tempo, a equação de conservação da massa para fluidos incompressĂ­veis Ă© dada por: 0=â€ąâˆ«SC AdV Definindo-se a vazĂŁo volumĂ©trica Q por: ∫ ‱= SC AdVQ a equação de conservação da massa pode ser escrita, para um nĂșmero finito de entradas e saĂ­das, como: 0=− ∑∑ entradasaĂ­da QQ A velocidade do escoamento varia em uma dada seção. Define-se a magnitude da velocidade mĂ©dia em uma seção como sendo a razĂŁo entre a vazĂŁo volumĂ©trica e a ĂĄrea da seção, ou: ∫ ‱== SC AdV AA Q V 1r 13.4.2. VazĂŁo MĂĄssica e VazĂŁo VolumĂ©trica: Seja um escoamento unidimensional, ou seja, um escoamento que pode ser descrito por apenas uma coordenada espacial s, função do tempo, ou seja, por s(t).
  • 53. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 52 Figura 29 – Escoamento Unidimensional. Seja m a massa fluida ocupando a ĂĄrea A no instante de tempo t: ∀= ρm& A vazĂŁo mĂĄssica, definida como sendo a taxa de variação da massa com o tempo, Ă© dada por: ( ) dt d dt dm m ∀ == ρ & Aplicando-se a regra da cadeia, ( ) dt d dt dm m ∀ == ρ & Mas: ( ) Au dt ds AAs dt d dt d === ∀ Assim: dt d uAm ρ ρ ∀+=& DIM: [M/t] Para escoamento incompressĂ­vel, 0= dt dρ . uAm ρ=& A vazĂŁo volumĂ©trica, ou a taxa de variação do volume com o tempo, Ă© dada por: uA dt d Q = ∀ = DIM: [L3 /t] A vazĂŁo mĂĄssica e a vazĂŁo volumĂ©trica podem ser relacionadas pela expressĂŁo: Qm ρ=&
  • 54. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 53 13.5. 1a Lei da TermodinĂąmica aplicada ao volume de controle: A primeira lei da TermodinĂąmica Ă© uma afirmação da conservação da energia. Sua formulação para sistema Ă©: .. .. sistsist dt dE WQ =− Onde: . Q : Ă© a taxa de transferĂȘncia de calor trocada entre o sistema e a vizinhança. A convenção de sinais adotada estabelece que a taxa de calor Ă© positiva quando o calor Ă© adicionado ao sistema. . W : Ă© a taxa de trabalho realizada pelo sistema (convencionada positiva) ou pelo meio sobre o sistema (negativa). E: Ă© a energia total do sistema, dada por: ∫∫ ∀ ∀== )()( sistemasistemaM deedmE ρ e = Ă© a energia intensiva, dada pela soma entre a energia interna, a energia cinĂ©tica e a energia potencial do sistema (por unidade de massa). ugz V e UmgzmVE ++= ++= 2 2 1 2 2 As formulaçÔes para sistema e volume de controle sĂŁo relacionadas por: ∫∫ ‱+∀ ∂ ∂ = ∀ SCCsistema AdVd tdt dN ηρηρ ∫ ∫∀ ∀ ∀== C sistema ddnNsistema )( ηρη A fim de deduzir a formulação para volume de controle, da primeira lei da termodinĂąmica, estabelecemos: N = E N = η. M dm dE =η η=e ∫∫ ‱+∀ ∂ ∂ =− ∀ SCC sistema AdVede t WQ r ρρ .. no instante t0:
  • 55. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 54 Csist WQWQ ∀ −=− .. . .. O termo . W tem um valor numĂ©rico positivo quando o trabalho Ă© realizado pelo volume de controle sobre o meio que o cerca. A taxa de trabalho realizado sobre o volume de controle Ă© de sinal oposto ao realizado pelo volume de controle. outroscisalnormaleixo WWWWW ..... +++= ∫ ‱= SC normal AdVpW . ∫∫∫ ‱+∀ ∂ ∂ = ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ++‱+− ∀ SCC outroscisal SC eixo AdVede t WWAdVpWQ ρρ .... ( )∫∫ ‱++∀ ∂ ∂ =− ∀ SCC AdVpede t WQ r ρρ .. AdVugz V de t WQ SCC rr && ‱⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++++∀ ∂ ∂ =− ∫∫∀ ρρυρ 2 2 Sendo: ρ υ 1 = É importante ressaltar que a dedução da equação estĂĄ alĂ©m do escopo desta disciplina. Para maiores informaçÔes, recomenda-se consultar os livros de MecĂąnica dos Fluidos sugeridos. Na equação, eixoW . Ă© qualquer taxa de trabalho de eixo (potĂȘncia) realizado sobre ou pelo volume de controle, outrosW . Ă© qualquer taxa de trabalho nĂŁo considerada, como trabalho produzido por forças eletromagnĂ©ticas. Exemplo: Ar entra em compressor a 14 psia, 80ÂșF com velocidade desprezĂ­vel e Ă© descarregado a 70 psia, 500ÂșF, com velocidade de 500 pĂ©s/s, se a potĂȘncia fornecida ao compressor for 3200 hp e a vazĂŁo em massa 20 lbm/s, determine a taxa de transferĂȘncia de calor. Resolução: Para calcular a taxa de transferĂȘncia de calor precisamos recorrer Ă  seguinte fĂłrmula:
  • 56. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 55 AdVugz V de t WQ SCC rr && ‱⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++++∀ ∂ ∂ =− ∫∫∀ ρρυρ 2 2 Levando agora em consideração as duas superfĂ­cies de controle e o regime permanente: ( ) ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ++++⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ +++−=− 1222 2 2 2221111 2 1 111 22 υρυρ pugz V AVpugz V AVWQ && Colocando a vazĂŁo mĂĄssica em evidĂȘncia ( ) ( ) ( )⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −+−+−+ − =− 11221212 2 1 2 2 2 υυ ppuuzzg VV mWQ &&& h = entalpia especĂ­fica = u + pυ ( ) ).(() 1211122212 TTCpupuhhh p −=+−+=∆=− υυ 01 =V 21 ZZ = OBS.: Cp Ă© tabelado, Rlbm Btu Cpar ⋅ ⋅= 24,0 e Rlbm ftlbf Rar ⋅ ⋅ = 3,53 s ftlbf HP ⋅ ⋅= 5501 e ftlbf Btu ⋅= 778 1 T (ÂșR) = 460 + T (ÂșF) Substituindo os parĂąmetros acima na equação (A) temos: ( ) WTTC V mQ p &&& +⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −⋅+⋅= 12 2 2 2 ( ) s BTU , s lbm Rlbm BTU , s ft Q 7122612053995923990 2 500 02 22 −⋅⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −⋅ ⋅ ⋅+⋅=& s BTU Q 6 . 10.49,2−= 13.6. Equação de Bernoulli: Muitas vezes, deseja-se aplicar a equação de conservação da energia para o escoamento em regime permanente de um fluido incompressĂ­vel no interior de uma tubulação, com apenas uma entrada e uma saĂ­da de massa. Para esta situação, a equação da energia pode ser simplificada. AdVugz V de t WQ SCC rr && ‱⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++++∀ ∂ ∂ =− ∫∫∀ ρρυρ 2 2 (A)
  • 57. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 56 Adotando-se as hipĂłteses de escoamento em regime permanente, sem outras formas de trabalho realizadas, a equação se reduz a: AdVugz V WQ SC rr && ‱⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ +++=− ∫ ρρυ 2 2 Chamando a entrada da tubulação de (1) e a saĂ­da da tubulação de (2), e considerando que, em uma dada seção, a energia interna (u), a pressĂŁo e a distĂąncia vertical (z) nĂŁo se alteram, a equação pode ser dada por: ( )( ) ( ) 11 2 1 22 2 2 22221111 22 22 AdV V AdV V mugzmugzWQ AA rrrr &&&& ‱⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ −‱⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ++++−++=− ∫∫ ρρυρυρ No entanto, sabe-se que, para escoamento incompressĂ­vel, a vazĂŁo mĂĄssica se conserva. ( ) 11 2 1 22 2 2 111212 12 22 dAV V dAV V muugzgzWQ AA ‱⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −‱⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ +−+−+−=− ∫∫ ρρυρυρ &&& Definindo-se o coeficiente de energia cinĂ©tica de forma que: VdA V VdA V AA ραρ ∫∫ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ 22 22 Onde: α: Ă© o fator de correção da energia cinĂ©tica Pode-se escrever a equação da energia de uma forma mais compacta: m VV ppuugzgzWQ &&& ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −+−+−+−=− 22 2 1 1 2 2 2121212 ααυυ Para escoamento em regime turbulento, α Ă© aproximadamente igual Ă  unidade. Para escoamento em regime laminar, α = 2. Dividindo-se a equação pela vazĂŁo mĂĄssica, tem-se: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −+−+−+−=− 22 2 1 1 2 2 2121212 VV ppuugzgz m W m Q ααυυ & & & & Reescrevendo-se a equação, ( ) m Q uu m WV pgz V pgz & & & & −−+=⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++−⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++ 12 2 2 222 2 1 111 22 αυαυ Os termos entre parĂȘnteses do lado esquerdo da equação representam a energia mecĂąnica por unidade de massa em cada seção transversal do escoamento. O termo . m W & representa a potĂȘncia de eixo (por unidade de massa) fornecida ou retirada do fluido
  • 58. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 57 (Hs) e o termo . 12 )( m Q uu & −− representa a conversĂŁo irreversĂ­vel de energia mecĂąnica na seção (1) em energia tĂ©rmica nĂŁo desejada e a perda de energia por transferĂȘncia de calor. 13.6.1. A Equação de Bernoulli para fluidos ideais: Para escoamentos de fluidos incompressĂ­veis para os quais se pode desprezar os efeitos de atrito (fluidos ideais), tĂȘm que: . 12 )( m Q uu & =− A equação de Bernoulli pode ser dada entĂŁo por: sH V pgz V pgz =⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++−⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++ 22 2 2 222 2 1 111 αυαυ Quando, alĂ©m disso, nĂŁo hĂĄ nenhuma potĂȘncia de eixo, toda a energia mecĂąnica se conserva. A equação Ă© dada por: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++=⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++ 22 2 2 222 2 1 111 V pgz V pgz αυαυ ==⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ++ H V pgz 2 2 αυ constante Equação de Bernoulli para fluidos ideais A energia em qualquer ponto da massa fluida em um escoamento incompressĂ­vel em regime permanente Ă© constante. 13.6.1.1. Visualização grĂĄfica da equação de Bernoulli: Muitas vezes, Ă© conveniente representar o nĂ­vel de energia de um escoamento por meios grĂĄficos. Cada termo na equação de Bernoulli, na forma apresentada tem dimensĂ”es de comprimento, ou carga do fluido em escoamento. Os termos individuais sĂŁo: : g P ρ Energia de PressĂŁo por unidade de peso do fluido ou carda devida Ă  pressĂŁo estĂĄtica local. z: Energia de Posição por unidade de peso do fluido ou carga de elevação.
  • 59. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 58 g V 2 2 α : Energia CinĂ©tica por unidade de peso do fluido ou carga devida Ă  pressĂŁo dinĂąmica local. H: Energia Total por unidade de peso do fluido ou carga total do escoamento. Para um fluido ideal sem trabalho de eixo, a energia mecĂąnica total se conserva. A energia total por unidade de peso do fluido (ou carga total do escoamento). A linha energĂ©tica representa a altura de carga total. Conforme mostrado na equação de Bernoulli, a altura da linha energĂ©tica permanece constante para o escoamento sem atrito, quando nenhum trabalho Ă© realizado sobre ou pelo fluido. A linha piezomĂ©trica representa a soma das alturas de carga devidas Ă  elevação e Ă  pressĂŁo estĂĄtica. A diferença entre as alturas da linha energĂ©tica e da linha piezomĂ©trica representa a altura de carga dinĂąmica (de velocidade). Figura 30 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento Unidimensional em um Duto. Linha EnergĂ©tica: g V g p z 2 2 ++ ρ Linha PiezomĂ©trica: g P z ρ + .
  • 60. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 59 13.6.2. AplicaçÔes da Equação de Bernoulli: 13.6.2.1. Teorema de Torricelli: Seja um recipiente de paredes delgadas com a ĂĄrea da superfĂ­cie livre constante, contendo um fluido ideal, escoando em regime permanente atravĂ©s de um orifĂ­cio lateral. Figura 31 – Escoamento de um Fluido Ideal em um Recipiente de Paredes Delgadas. A aplicação da equação de Bernoulli para fluidos ideais conduz a: g V z g P g V z g P 2 1 1 1 2 2 2 2 ++=++ ρρ Para escoamento turbulento, assume-se α1 = α2 = 1 A equação da Continuidade estabelece que a vazĂŁo volumĂ©trica seja constante, ou seja, 2211 VAVAQ == No entanto, 21 AA >> . Pode-se considerar, portanto, 01 =V . Como o jato de saĂ­da Ă© livre Ă  pressĂŁo atmosfĂ©rica, atmPPP == 21 . AlĂ©m disso, hzz =− 21 Portanto, g V h 2 2 2 = ghV 22 = Teorema de Torricelli: “A velocidade de um lĂ­quido jorrando por um orifĂ­cio atravĂ©s de uma parede delgada Ă© igual Ă  velocidade que teria um corpo em queda livre de uma altura h.”.
  • 61. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 60 13.6.2.2. Medidores de vazĂŁo: FreqĂŒentemente, Ă© necessĂĄrio medir a vazĂŁo que passa por uma tubulação. Existem diferentes dispositivos capazes de efetuar esta medição, divididos principalmente em duas classes: instrumentos mecĂąnicos e instrumentos de perda de carga. Os instrumentos mecĂąnicos medem a vazĂŁo real do fluido, retendo e medindo uma certa quantidade. Os dispositivos de perda de carga obstruem o escoamento, causando a aceleração de uma corrente fluida, como mostra na fig. 32 para um bocal genĂ©rico. Figura 32 – Escoamento Interno atravĂ©s de um Bocal GenĂ©rico mostrando o volume de controle usado para anĂĄlise. A separação do escoamento na borda viva da garganta do bocal provoca a formação de uma zona de recirculação, como mostrado pelas linhas tracejadas a jusante do bocal. A corrente principal do escoamento continua a se acelerar apĂłs a garganta, formando uma vena contracta na seção 2 e, em seguida, desacelera-se para preencher toda a seção do tubo. Na vena contracta, a ĂĄrea de escoamento Ă© mĂ­nima e a velocidade Ă© mĂĄxima. A vazĂŁo teĂłrica pode ser relacionada ao gradiente de pressĂŁo atravĂ©s da aplicação da equação de Bernoulli para fluidos ideais e da equação de conservação de massa. A equação de Bernoulli estabelece que g V z g P g V z g P 22 2 1 11 1 2 2 22 2 α ρ α ρ ++=++ Como z1 = z2, a equação se reduz a: g V g P g V g P 22 2 1 1 1 2 2 2 2 α ρ α ρ +=+ Assim, considerando-se escoamento turbulento, α1= α2 = 1 e:
  • 62. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 61 ⎟ ⎠ ⎞⎜ ⎝ ⎛ −=− 2 1 2 221 2 VVPP ρ ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ −=− 2 2 2 1 2 2 21 1 2 V VV PP ρ As velocidades 1V e 2V podem ser relacionadas atravĂ©s da equação de conservação de massa, 2211 AVAV = Ou 1 2 2 1 A A V V = Assim, ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −=− 1 2 2 2 21 1 2 A AV PP ρ A velocidade teĂłrica (ideal) 2V Ă©, portanto, dada por: ( ) ⎄ ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎱ ⎣ ⎡ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − − = 2 1 2 21 2 1 2 A A PP V ρ A vazĂŁo volumĂ©trica teĂłrica Ă© dada, portanto, por: 22 AVQ = ( ) 2 2 1 2 21 . 1 2 A A A PP Q ⎄ ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎱ ⎣ ⎡ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − − = ρ No entanto, diversos fatores limitam a utilidade da equação anterior para o cĂĄlculo da vazĂŁo atravĂ©s do medidor. A ĂĄrea do escoamento real na seção 2 Ă© desconhecida quando a vena contracta Ă© pronunciada. Em geral, os perfis de velocidade nĂŁo podem ser considerados uniformes na seção. Os efeitos de atrito podem se tornar importantes quando os contornos medidos sĂŁo abruptos. Finalmente, a localização das tomadas de pressĂŁo influencia a leitura da pressĂŁo diferencial. A equação teĂłrica Ă© ajustada pela definição de um coeficiente de descarga empĂ­rico tal que:
  • 63. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 62 ( ) td AC A A PP Q .. 1 2 2 1 2 21 ⎄ ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎱ ⎣ ⎡ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − − = ρ Deve ser observado que no cĂĄlculo da vazĂŁo real a ĂĄrea que deve ser utilizada Ă© a ĂĄrea da garganta, e nĂŁo a ĂĄrea do escoamento na seção 2. SĂŁo apresentados na literatura valores para os coeficientes dos medidores de vazĂŁo, medidos com distribuiçÔes de velocidades turbulentas, completamente desenvolvidas na entrada do medidor. 13.6.2.2.1. Tubo de Venturi: O tubo de Venturi Ă© um dispositivo utilizado para medição da vazĂŁo ou da velocidade em uma tubulação. Consiste em uma redução da seção do escoamento, provocando um aumento de velocidade e uma queda na pressĂŁo. Em geral, os medidores sĂŁo fundidos e usinados com pequenas tolerĂąncias, de modo a reproduzir o desempenho de projeto. A perda de carga total Ă© baixa. Dados experimentais mostram que os coeficientes de descarga variam de 0,98 a 0,995 para altos nĂșmeros de Reynolds (maiores que 2.105 ). Por isso, C= 0,99 pode ser usado para medir a vazĂŁo em massa com cerca de 1% de erro. Para menores nĂșmeros de Reynolds, a literatura dos fabricantes deve ser consultada. A diferença de pressĂŁo entre um ponto no escoamento e um ponto no estrangulamento Ă© medida atravĂ©s de um lĂ­quido manomĂ©trico, como mostrado na fig. 33. Figura 33 – Tubo de Venturi. Aplicando-se a equação de Bernoulli entre os pontos 1 e 2 (fluido A), 2 2 22 1 2 11 22 z g V g P z g V g P AA ++=++ ρρ
  • 64. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 63 No entanto, z1 = z2 g V g P g V g P AA 22 2 22 2 11 +=+ ρρ Falta ainda relacionar as velocidades 1V e 2V Ă  vazĂŁo mĂĄssica ou Ă  vazĂŁo volumĂ©trica. A equação da continuidade estabelece que, para fluidos incompressĂ­veis: 2211 AVAVQ == Ou: 2 1 12 2 2 1 1 A A VV A Q V A Q V = = = Igualando-se as expressĂ”es P1 e P2 e substituindo-se as expressĂ”es para as velocidades, chega-se a: ( ) ⎄ ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎱ ⎣ ⎡ −⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ⋅ −⋅ ⋅= 1 2 2 2 1 21 1 A A PP AQ Aρ 13.6.2.2.2. Tubo de Pitot: Assim como o tubo de Venturi, o tubo de Pitot Ă© um dispositivo utilizado para a medição de vazĂŁo ou a velocidade de um escoamento. Podem ser utilizadas 2 configuraçÔes. Na primeira (Fig. 34), um tubo Ă© inserido no escoamento. Ao entrar no tubo, a velocidade do fluido Ă© reduzida a zero, sem atrito. Aplicando-se a equação de Bernoulli: Figura 34 – Medição de pressĂŁo estĂĄtica – Tubo de Pitot.
  • 65. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 64 2 2 22 1 2 11 22 z g V g P z g V g P ++=++ ρρ Mas: z1 = z2 2V =0 Assim, g P g V g P ρρ 2 2 11 2 =+ ou: 2 2 112 VPP =− ρρ As pressĂ”es podem ser relacionadas Ă s alturas do fluido: P1 = Patm+ 1ghρ P2 = Patm+ 2ghρ Substituindo-se na equação de Bernoulli, ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − = g PP gV ρ 12 1 2 ( )121 2 hhgV −= Na segunda configuração, Ă© inserido um fluido manomĂ©trico, no qual serĂĄ lida a diferença de cotas (Fig. 35). Aplicando-se a equação de Bernoulli ao fluido A, Figura 35 – Tubo de Pitot com fluido manomĂ©trico. 2 2 22 1 2 11 22 z g V g P z g V g P AA ++=++ ρρ
  • 66. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 65 Mas: z1 = z2 2V =0 Assim, g P g V g P AA ρρ 2 2 11 2 =+ ou: 2 2 112 VPP AA =− ρρ As pressĂ”es nos pontos 1 e 2 podem ser relacionadas atravĂ©s das seguintes expressĂ”es: PC = P1+ 1ghAρ PD = P2+ 2ghAρ Mas, )( 21 hhgPP BDC −+= ρ Assim, ghhPP BA ))(( 2112 −−=− ρρ A velocidade do escoamento Ă© dada, entĂŁo, por: A BA hhg V ρ ρρ ))((2 21 1 −− = 13.6.2.2.3. Placa de orifĂ­cio: A placa de orifĂ­cio Ă© uma placa fina que pode ser colocada entre flanges. Como a sua geometria Ă© simples, Ă© de baixo custo e de fĂĄcil instalação e reposição. As principais desvantagens sĂŁo a sua capacidade limitada e a elevada perda de carga. As tomadas de pressĂŁo podem ser posicionadas em diversos locais. Como a localização das tomadas influencia o coeficiente de descarga, valores consistentes devem ser selecionados de manuais. A equação de correlação recomendada para um orifĂ­cio concĂȘntrico com tomadas de canto (fig.36) Ă©: 5,2 75,0 81,2 Re 71,91 184,00312,05959,0 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ +⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ −⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += Dl D Dl D Dl D C t Dl tt
  • 67. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 66 Figura 36 (a) – Geometria de orifĂ­cio e localização de tomadas de pressĂŁo – Placa de orifĂ­cio. EquaçÔes de correção similares estĂŁo disponĂ­veis para placas de orifĂ­cios com tomadas de flange e com tomadas de pressĂŁo D e D/2. Figura 36 (b) – Placa de OrifĂ­cio. A1 = ĂĄrea da seção reta do tubo. A3 = ĂĄrea da seção reta Ă  entrada do orifĂ­cio (montante). A2 = ĂĄrea da seção reta Ă  saĂ­da do orifĂ­cio (jusante). Aplicando a equação de Bernoulli entre A1 e A2, temos: 2 2 22 1 2 11 22 Z g Vp Z g Vp ++=++ γγ (1) PorĂ©m, a ĂĄrea na seção reta na “vena contracta” serĂĄ multiplicada por um fator CC chamado coeficiente de contração, entĂŁo: 02 ACA C= (2)
  • 68. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 67 Assim sendo, 0211 ACVAVQ c== (3) Cortando Z1 e Z2 na equação (1) e substituindo (3) em (1), temos, 2 0 2 2 2 1 2 1 22 )AC(g QP gA QP c +=+ γγ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ −=− 2 1 2 0 2 2 21 11 2 AACg Q hh C ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − =− 2 1 2 0 2 2 0 22 1 2 21 2 AAC ACA g Q hh C C ( )212 0 22 1 2 1 2 0 2 2 hhg ACA AAC Q C C −⋅ − = ( )212 1 02 2 1 12 0 2 2 1 hhg A A C A A AC Q C C −⋅ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ = ( )212 1 02 0 2 1 hhg A A C AC Q C C −⋅ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − = Para obtermos a vazĂŁo real, devemos considerar o coeficiente de velocidade “CV” responsĂĄvel pelas perdas por atrito e choques no orifĂ­cio, entĂŁo: ( )212 1 02 0 2 1 hhg A A C ACC Q C CV −⋅ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − = (4) Definimos o coeficiente de forma do orifĂ­cio “C” como sendo a relação: 2 1 02 1 ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − = A A C CC C C CV (5) A equação (4) pode ser escrita: ( )210 2 hhgCAQ −= (6)
  • 69. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 68 13.6.2.2.4. PressĂŁo de estagnação: É obtida quando um fluido em movimento Ă© desacelerado atĂ© a velocidade zero por meio de um processo sem atrito. Figura 37 – MediçÔes simultĂąneas das pressĂ”es de estagnação e estĂĄtica. =++ z g VP 2 2 Îł constante g VPP 2 2 0 += γγ onde: P0: Ă© a pressĂŁo de estagnação 00 =V z0 = z P: pressĂŁo estĂĄtica (Ă© a pressĂŁo termodinĂąmica, Ă© aquela pressĂŁo que seria medida por um instrumento movendo-se com o escoamento). g VPP 2 2 0 = − Îł ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − = Îł PP gV 0 2 13.7. Equação de Bernoulli para fluidos reais – perda de carga: pH g V z g P g V z g P ∆+++=++ 22 2 1 1 1 2 2 2 2 ρρ Este Ășltimo termo Ă© denominado perda de carga, (∆HP) que Ă© a energia por unidade de peso do lĂ­quido, dissipada em forma de calor devido Ă  viscosidade e ao desvio de massa pelos acessĂłrios e, quando turbulento o regime de escoamento, pela rugosidade.
  • 70. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 69 13.7.1. Visualização grĂĄfica da equação de Bernoulli para fluidos reais: Figura 38 – Linhas EnergĂ©tica e PiezomĂ©trica para Escoamento de um Fluido Real. : g P ρ Energia de PressĂŁo por unidade de peso do fluido. :z Energia de Posição por unidade de peso do fluido. : 2 2 g V Energia CinĂ©tica por unidade de peso do fluido. :pH∆ Perda de Carga entre os pontos 1 e 2. A perda de carga ( )pH∆ depende da rugosidade (Δ) e do comprimento (L) da tubulação e da presença de acessĂłrios e conexĂ”es no sistema. A perda de carga total Ă©, portanto, a soma da perda de carga contĂ­nua ( )pCH∆ , devida ao atrito do escoamento com as paredes ao longo da tubulação, com a perda de carga local ( )pLH∆ , devida Ă  perda de pressĂŁo pelo atrito do escoamento com os acessĂłrios e conexĂ”es, mudanças de ĂĄrea e outros. PLPCP HHH ∆+∆=∆ A perda de carga unitĂĄria Ă© definida como sendo a razĂŁo entre a perda de carga e o comprimento da tubulação: L H J P∆ =
  • 71. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 70 A perda de carga entre duas seçÔes quaisquer do escoamento pode ser calculada atravĂ©s de relaçÔes empĂ­ricas que dependem principalmente do regime de escoamento e da rugosidade relativa do duto. 13.7.2. Tipos de perda de carga: 13.7.2.1. Perdas de carga contĂ­nuas: ocorre nos trechos retos. g V D L fHPC 2 2 =∆ onde: L Ă© a distĂąncia percorrida pelo fluido entre as 2 seçÔes consideradas, DIM: [L]. D Ă© o diĂąmetro do duto, DIM: [L]. V Ă© a velocidade mĂ©dia do fluido, DIM: [L/t]. g Ă© a aceleração da gravidade, DIM: [L/t2 ]. f Ă© o coeficiente de atrito. O principal problema consiste entĂŁo na determinação do fator de atrito. Basicamente, ele depende da rugosidade (Δ) e do diĂąmetro da tubulação (D), da velocidade mĂ©dia do escoamento ( )V e das propriedades do fluido (ρ e ”). AtravĂ©s da anĂĄlise dimensional, obtĂ©m-se que o fator de atrito Ă© função de 2 adimensionais: a rugosidade relativa (k/D ou Δ/D) e o nĂșmero de Reynolds. O adimensional de Reynolds, ou Re Ă© dado por: υ” ρ DVDV ==Re O nĂșmero de Reynolds caracteriza o regime de escoamento: 2100Re ≀ , o escoamento Ă© laminar. Se 4000Re2100 << , o escoamento estĂĄ na faixa de transição. 4000Re ≄ , o escoamento Ă© turbulento. O fator de atrito depende do regime de escoamento. Para escoamentos laminares, o fator de atrito pode ser calculado por:
  • 72. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 71 Re 64 =f Para escoamentos turbulentos, a determinação do fator de atrito Ă© mais complicada. A expressĂŁo mais largamente utilizada Ă© a de Colebrook: ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ +−= 5,05,0 .Re 51,2 7,3 / log2 1 f D f Ο No entanto, a expressĂŁo anterior Ă© transcendental, ou seja, deve ser resolvida por um procedimento iterativo. Miller sugere um valor inicial para o fator de atrito(f0), dado por: 2 9,00 Re 74,5 7,3 / log25,0 − ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ += D f Ο Substituindo-se o resultado da equação de Miller na equação de Colebrook, pode-se determinar um valor para o fator de atrito com cerca de 1% de erro. Os valores do fator de atrito, para escoamentos laminares e turbulentos, foram determinados experimentalmente para uma sĂ©rie de valores de Re e de (k/D ou Δ/D) e sumarizados em um ĂĄbaco (Fig.38), denominado Ábaco de Moody. Moody apresenta tambĂ©m uma tabela (Tab.3) para determinação da rugosidade absoluta (Δ) em tubos, para alguns materiais comuns de engenharia. Tabela 3 – Rugosidade para Tubos de Materiais comuns de Engenharia. Material Rugosidade Δ (mm) Aço rebitado 0,9 a 9 Aço comercial 0,046 Concreto 0,3 a 3 Ferro fundido 0,26 Ferro fundido asfaltado 0,12 Ferro galvanizado 0,15 Madeira 0,2 a 0,9 Trefilado 0,0015
  • 73. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 72 Figura 39 - Ábaco de Moody.
  • 74. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 73 Figura 40 – Determinação da Rugosidade Relativa.
  • 75. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 74 13.7.2.2. Perdas de carga localizadas: Em um sistema real, muitas vezes o escoamento Ă© obrigado a passar por uma sĂ©rie de acessĂłrios, conexĂ”es, curvas ou mudanças abruptas de seção e direção. Ao passar por estes obstĂĄculos, o escoamento perde energia e tem sua pressĂŁo diminuĂ­da. As perdas de carga locais foram determinadas experimentalmente e modeladas segundo duas equaçÔes diferentes. 1o mĂ©todo: MĂ©todo direto ( ) g V kHPL 2 2 ∑=∆ k: Ă© o coeficiente de perda local (caracterĂ­stica do acessĂłrio – Fig. 41) Figura 41 – Valores aproximados de k.
  • 76. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 75 2o mĂ©todo: MĂ©todo dos comprimentos equivalentes Consiste em transformar o acessĂłrio em trecho reto com o mesmo diĂąmetro e material. g V D L fH e PL 2 2 =∆ Le: Ă© o comprimento equivalente da tubulação (Fig. 41) A perda de carga total Ă©: PLPcP HHH ∆+∆=∆ Figura 42 – Comprimentos Equivalentes para TubulaçÔes de Ferro fundido e Aço. A entrada do escoamento em tubos pode causar uma perda de carga considerĂĄvel, se for mal projetada. Na Tab. 4, sĂŁo apresentadas 3 geometrias bĂĄsicas de entradas. Para saĂ­das, o coeficiente de perda local vale 1,0.
  • 77. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 76 Tabela 4 – Coeficiente de Perda de Carga para Entrada de Tubos. Toda energia cinĂ©tica do fluido Ă© dissipada pela mistura quando o escoamento descarrega de um tubo em um grande reservatĂłrio ou cĂąmara (saĂ­da submersa). Assim, para uma saĂ­da submersa, o coeficiente de perda Ă© igual a α, nĂŁo importando a geometria. Um escoamento pode ainda sofrer uma expansĂŁo ou contração abrupta. Para este caso, a Tab. 5 apresenta os coeficientes de perda de carga, em função da razĂŁo de ĂĄrea AR (razĂŁo entre a menor e a maior ĂĄrea da contração ou expansĂŁo). Tabela 5 – Coeficientes de Perda de Carga para Contração e ExpansĂŁo. Para uma expressĂŁo abrupta, o coeficiente de perda de carga pode ser modelado pela equação: K = (1-RA)2
  • 78. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 77 As perdas decorrentes da variação de ĂĄrea podem ser reduzidas pala instalação de um bocal ou um difusor entre as duas seçÔes de tubo reto. Um bocal Ă© um dispositivo utilizado para a redução gradual da seção do escoamento (Fig.43). A Tab. 6 apresenta os coeficientes de perda de carga para bocais, para diferentes razĂ”es de ĂĄrea e para diferentes Ăąngulos Ξ. Figura 43 – Redução de Área – Bocal. Tabela 6 – Coeficientes de Perda de Carga para Redução Suave da Seção Kcontração Ξ A2 / A1 10Âș 15Âș - 40Âș 50Âș - 60Âș 90Âș 120Âș 150Âș 180Âș 0,50 0,05 0,05 0,06 0,12 0,18 0,24 0,26 0,25 0,05 0,04 0,07 0,17 0,27 0,35 0,41 0,10 0,05 0,05 0,08 0,19 0,29 0,37 0,43 As perdas em difusores (expansĂŁo gradual da seção do escoamento) dependem de diversas variĂĄveis geomĂ©tricas e do escoamento. Como um difusor provoca um aumento da pressĂŁo estĂĄtica do escoamento (redução da velocidade mĂ©dia), o coeficiente de perda Ă© comumente apresentado em termo de um coeficiente de recuperação de pressĂŁo, CP: 2 1 12 2 1 V PP CP ρ − = O coeficiente de perda Ă© dado por PC AR K −−= 2 1 1 Definindo-se um coeficiente ideal de recuperação de pressĂŁo, CPi, como o coeficiente de recuperação que existiria se os efeitos de atrito fossem desprezados. 2 1 1 AR CPi −= PPi CCK −=
  • 79. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 78 A Fig. 44 apresenta os coeficientes de carga para difusores, em função do Ăąngulo total do difusor. Figura 44 – Coeficiente de Perda de Carga para um Difusor. Deve ser observado que as perdas de carga sĂŁo obtidas ao se multiplicar o coeficiente de perda por (U2 /2g). No entanto, em uma redução ou aumento de seção, hĂĄ duas velocidades diferentes; a da maior e a da menor seção. Para estes casos, sempre deve ser usado o maior valor de velocidade. As perdas de carga em escoamentos atravĂ©s de vĂĄlvulas e conexĂ”es tambĂ©m podem ser escritas em termos de comprimentos equivalentes de tubos retos. Estes valores, para cada um dos acessĂłrios, sĂŁo mostrados na Tab. 7. Tabela 7 – Comprimento Equivalente Adimensional para VĂĄlvulas e ConexĂ”es. AcessĂłrios Le/D VĂĄlvula Gaveta 8 VĂĄlvula Globo 340 VĂĄlvula Angular 150 VĂĄlvula de Esfera 3 VĂĄlvula Globo de Retenção 600 VĂĄlvula Angular de Retenção 55
  • 80. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 79 VĂĄlvula de pĂ© com Crivo Guiado 420 VĂĄlvula de pĂ© com Crivo Articulado 75 Cotovelo PadrĂŁo de 90Âș 30 Cotovelo PadrĂŁo de 45Âș 16 Curva de Retorno – 180Âș 50 TĂȘ PadrĂŁo: Escoamento Principal 20 TĂȘ PadrĂŁo: Escoamento Lateral 60 VĂĄlvulas sĂŁo dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper a descarga de fluidos em tubulaçÔes. Algumas garantem a segurança da instalação e outras permitem desmontagens para reparos ou substituiçÔes de elementos da instalação. Existe uma grande variedade de tipos de vĂĄlvulas, cuja escolha depende da natureza da operação a realizar, das propriedades fĂ­sicas e quĂ­micas do fluido considerado, da pressĂŁo e da temperatura do escoamento e da forma de acionamento pretendida. As vĂĄlvulas de gaveta (Fig.45) sĂŁo vĂĄlvulas mais empregadas para escoamento de lĂ­quidos. Possuem custo relativamente reduzido e permitem a redução da vazĂŁo do escoamento atravĂ©s do volante situado na parte superior do corpo da vĂĄlvula. Quando o volante Ă© girado, a vĂĄlvula desliza para baixo na seção. Figura 45 – VĂĄlvula de gaveta. As vĂĄlvulas de esfera sĂŁo vĂĄlvulas de uso geral, de fechamento rĂĄpido, muito usadas para ar comprimido, vĂĄcuo, vapor, gases e lĂ­quidos. O controle do fluxo Ă© feito por meio de uma esfera, possuindo uma passagem central e localizada no corpo da vĂĄlvula. O comando Ă©, em geral, manual, com auxĂ­lio de uma alavanca. Estas vĂĄlvulas nĂŁo se aplicam, a casos em que se pretende variar a vazĂŁo, mas apenas abrir ou fechar totalmente a passagem do fluido.
  • 81. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 80 As vĂĄlvulas globo (Fig. 46) possuem uma haste parcialmente rosqueada em cuja extremidade existe um alargamento, tampĂŁo ou disco para controlar a passagem do fluido por orifĂ­cio. Servem para regular a vazĂŁo, pois podem trabalhar com tampĂŁo da vedação do orifĂ­cio em qualquer posição, embora acarretem grandes perdas de carga, mesmo com abertura mĂĄxima. Figura 46 – VĂĄlvula Globo. As vĂĄlvulas de retenção (Fig.47) permitem o escoamento em um sĂł sentido. Quando hĂĄ a tendĂȘncia de inversĂŁo no sentido do escoamento, fecham automaticamente pela diferença de pressĂŁo provocada. Figura 47 – VĂĄlvula de Retenção. Existe um nĂșmero muito grande de dados experimentais para as perdas da carga localizadas. Os valores apresentados constituem uma compilação dos dados da literatura, proposta por Fox e McDonald (2001). Eles devem ser considerados como dados representativos para algumas situaçÔes comumente encontradas. Para vĂĄlvulas, o projeto irĂĄ variar significativamente, dependendo do fabricante. Sempre que possĂ­vel, os
  • 82. FenĂŽmenos de Transporte – 01/2008 81 valores fornecidos pelos fabricantes deverĂŁo ser utilizados para a obtenção de dados mais precisos. AlĂ©m disso, como as perdas de carga introduzidas por acessĂłrios e vĂĄlvulas irĂŁo variar consideravelmente, dependendo dos cuidados tomados durante a fabricação da tubulação. Rebarbas do corte de trechos de tubos, por exemplo, poderĂŁo causar obstruçÔes locais, com aumento considerĂĄvel das perdas. 13.8. PotĂȘncia fornecida por uma bomba Se for necessĂĄrio transportar um fluido de um ponto a outro situado em uma posição mais elevada, pode-se utilizar uma bomba. A bomba fornecerĂĄ ao fluido uma quantidade de energia por unidade de peso do fluido Hman. Figura 48 – Elevação de um Fluido com uma Bomba. Aplicando-se a equação de Bernoulli para fluidos reais entre os pontos 1 e 2, pman H g V g P zH g V g P z ∆+++=+++ 22 2 22 2 2 11 1 ρρ A potĂȘncia real da bomba, ou seja, a potĂȘncia que a bomba fornece ao fluido Ă© dada por: manB QHN Îł= Onde: Îł: Ă© o peso especĂ­fico do fluido ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎣ ⎡ 3 L F DIM Q: Ă© a vazĂŁo volumĂ©trica atravĂ©s da bomba ⎄ ⎊ ⎀ ⎱ ⎣ ⎡ t L DIM 3