O documento descreve o ASES, um software gratuito desenvolvido pelo governo brasileiro para avaliar e corrigir a acessibilidade de sites e portais. O ASES permite testar a conformidade com os padrões e-MAG e WCAG, simular o uso de leitores de tela e ferramentas de correção de acessibilidade.
1. ASES - Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios
O Programa de Governo Eletrônico [url: governoeletronico.gov.br] disponibiliza, de forma
gratuita, para toda a sociedade, softwares e documentos que auxiliam e orientam profissionais na
construção, adequação, avaliação e correção de páginas, sítios e portais da Internet, garantindo
assim o controle da navegação e o pleno acesso dos usuários aos conteúdos e serviços do
governo, independentemente das suas capacidades físico-motoras e perceptivas, culturais e
sociais.
O ASES - Avaliador e Simulador de Acessibilidade de sítios - é uma ferramenta que permite
avaliar, simular e corrigir a acessibilidade de páginas, sítios e portais. Para os usuários
brasileiros o programa é distribuído de forma gratuita sob licença LGPL - GNU Lesser General
Public License.
A ferramenta foi desenvolvida pelo Departamento de
Governo Eletrônico e a OSCIP Acessibilidade Brasil com o
objetivo de fornecer instrumentos que viabilizem a adoção
da acessibilidade pelos órgãos do governo. Apesar de seu
público-alvo ser desenvolvedores de portais e sites
públicos, o ASES pode ser utilizado por qualquer cidadão
ou empresa que queira testar seu sitio. A ferramenta
incorpora o programa Silvinha, desenvolvido pela
Acessibilidade Brasil para a verificação de sites e portais, e
outras 14 ferramentas de avaliação recomendadas pelo
World Wide Web Consortium (W3C).
Além de avaliar a acessibilidade de um sítio, o ASES também permite os procedimentos
necessários para a sua correção e avalia o CSS e HTML de páginas. É possível, na versão 1.0,
2. avaliar a acessibilidade tanto pelo e-MAG 2.0 quanto pelo padrão internacional WCAG 1.0. O
ASES é um programa de plataforma, sendo possível a análise de sítios inteiros, ou apenas
camadas e seções específicas, algo que não pode ser realizado por validadores Web, que avaliam
apenas a página fornecida pela url.
Principais Funcionalidades:
•Avaliador de acessibilidade (e-MAG e WCAG);
•Avaliador de CSS;
•Avaliador de HTML (4.01 e XHTML);
•Simuladores de leitor de tela (tempo) e Baixa visão (daltonismo, miopia, catarata);
•Ferramenta para selecionar o DocType, conteúdo alternativo, associador de rótulos, links
redundantes, corretor de eventos e preenchimento de formulários.
O programa funciona tanto em Windows quanto Linux e
para rodá-lo é necessário o Java Application Platform SDK
(para Windows) e Java Runtime Environment – JRE (para
Linux).
Comunidade ASES no Portal de Software Público
Para baixar o ASES pode-se cadastrar na comunidade
ASES do Portal do Software Público Brasileiro. Também é
possível baixar os arquivos fontes, o manual e participar da
melhoria do programa.
A Comunidade conta atualmente com cerca de 2140 participantes. Os questionamentos enviados
pela comunidade estão sendo utilizados para versão 2.0 que está sendo desenvolvida pela
RENAPI.
Cooperação RENAPI - SLTI
Em 2010 a SLTI firmou um acordo de Cooperação Interministerial de Pesquisa, Inovação e
Desenvolvimento com a RENAPI - Rede de Pesquisa e Inovação em Tecnologias Digitais - ,
com diversos projetos para a área de acessibilidade. Entre os projetos está a atualização do
ASES, com o conserto de bugs, melhoria da usabilidade, novas funcionalidades e a atualização
para os padrões e-MAG 3.0 e WCAG 2.0.
Acessibilidade e ASES
A acessibilidade na internet trata do oferecimento de conteúdos gráficos e sonoros alternativos,
claros, compreensíveis e capazes de garantir o controle da navegação pelos usuários,
independente das suas capacidades físico-motoras e perceptivas, culturais e sociais.
Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico
Essa é mais uma iniciativa do Governo Federal para facilitar a adoção da acessibilidade pelos
órgãos do governo. A SLTI já disponibilizou o - e-MAG - que contém uma série de
recomendações técnicas para a construção e adaptação de portais acessíveis a usuários portadores
de deficiências auditivas e visuais.
3. O Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-
MAG) consiste em um conjunto de recomendações a ser
considerado para que o processo de acessibilidade dos sítios
e portais do governo brasileiro seja conduzido de forma
padronizada e de fácil implementação.
O e-MAG é coerente com as necessidades brasileiras e em
conformidade com os padrões internacionais. Foi
formulado para orientar profissionais que tenham contato
com publicação de informações ou serviços na Internet a
desenvolver, alterar e/ou adequar páginas, sítios e portais,
tornando-os acessíveis ao maior número de pessoas
possível.
A primeira versão do e-MAG foi disponibilizada para
consulta pública em 18 de janeiro de 2005 e a versão 2.0 já
com as alterações propostas, em 14 de dezembro do mesmo ano.
A versão 3.0 do e-MAG, atualizada para a WCAG 2.0 e com itens de padronização de
comportamentos comuns para os sítios da APF, está prevista para o segundo semestre de 2011.
Além do ASES, o e-MAG possui outras iniciativas:
• Cursos e-MAG
Como forma de divulgar o e-MAG, a SLTI desenvolveu Cursos a distância, que
podem ser hospedados por órgãos do governo em seus ambientes de Ensino a
Distância (EAD).
• Documentação de Apoio
São artigos que auxiliam e complementam as diretrizes da Cartilha Técnica.
Incluem-se aí tutoriais, checklists para validando humana e uma avaliação de
leitores de tela.
Legislação
No Brasil, a construção de sites acessíveis é uma exigência do Decreto 5.296/2004, que torna
obrigatória a acessibilidade nos portais e sites eletrônicos da administração pública na rede
mundial de computadores para o uso das portadoras de deficiência, garantindo-lhes o pleno
acesso aos conteúdos disponíveis. Em 2007, a Portaria nº3, de 7 de maio, institucionalizou o e-
MAG no âmbito do sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática – SISP,
tornando sua observância obrigatória nos sítios e portais de entidades da Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional desde maio desse ano. Ainda em 2007 o Brasil aderiu a
"Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência" da ONU, sendo esta e seu respectivo
Protocolo Facultativo ratificados pelo Congresso Nacional em 09/07/2008 pelo decreto
legislativo nº 186/2008. Em 2009 o decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a
Convenção.
10 dicas para construir sítios acessíveis
4. 1.Imagens: Use o atributo alt para descrever as imagens que são relevantes ao conteúdo da
página e use o atributo alt vazio para imagens que não acrescentam informação. Imagens
decorativas devem ser inseridas via folha de estilo (CSS);
2.Multimídia: Inclua transcrições e legendas para áudio e vídeo.
3.Links: o texto do link deve fazer sentido para o do contexto. Evite frases como “clique
aqui”.
4.Organize seu conteúdo utilizando a hierarquia de cabeçalhos “h1, h2, h3...”
5.Coloque o conteúdo antes do menu. Se quiser um menu à esquerda ou no topo da página,
use as Folhas de estilo para mudar o posicionamento;
6.Não faça a diagramação da página, definições de fontes no html, para isso utilize folhas de
estilo;
7.Use javascript acessível, torne os elementos acessíveis tanto por mouse quanto por teclado.
Forneça acesso alternativo ao conteúdo caso plugins e applets estejam inativos;
8.Use tabelas apenas para dados tabulares. Faça-as acessíveis;
9.Utilize a marcação correta na criação de formulários;
10.Valide seu trabalho: Use as ferramentas, checklist e os guias disponíveis no portal do
Programa de Governo Eletrônico. Utilize o ASES para validação mecânica. Valide
sempre que possível com pessoas com deficiência.
Glossário:
Licença LGPL - A GNU Lesser General Public License, de 1991, é uma licença de software
livre aprovada pela FSF e escrita como um meio-termo entre a GPL e licenças mais permissivas,
tais como a licença BSD e a licença MIT. A LGPL permite a associação com programas que não
estejam sob as licenças GPL ou LGPL, incluindo programas proprietários.
Leitor de tela – Programa utilizado por pessoas com deficiência para acessar serviços de
internet. Apesar do nome, esses programas interpretam o código e leem as informações para as
pessoas.
WCAG - Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) é parte de uma série de diretrizes para
acessibilidade, incluindo-se as Diretrizes de acessibilidade para as ferramentas de produção
(ATAG) e as Diretrizes de acessibilidade para agentes de usuários (UAAG). As ligações entre as
diferentes diretrizes, são explicadas em [http://www.w3.org/WAI/intro/wcag]