11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
Novos e Velhos: A escolha entre diversão e conforto
1. Novos e Velhos
Olá! Estão bonzinhos? Também não me interessa muito. Até porque
mesmo que estejam de cama com febre ou com uma perna partida não há
grande coisa que eu possa fazer. Por isso, vamos ficar só pela típica deixa
do está-tudo-bem-sim-e-contigo-também e passemos então ao assunto em
questão.
Eis o que me aconteceu: Após o meu terceiro dia no recinto da
Semana Académica do Algarve, que por acaso também coincidiu com o
meu último em que lá pus os pés, ao fim de duas horas no recinto, já me
doíam as pernas e já me queria ir embora. Ora bem, a semana académica
são dez dias e eu no (meu) terceiro já estava farto daquilo.
Todos os estudantes universitários – que pagam um balúrdio em
propinas – passam por aquela fase de poupar dinheiro em comida para
gastar em bebida. Basicamente, comem menos para se embebedarem mais
depressa. Talvez também eu já tenha passado por isso, de certa forma. Mas
chega a um ponto que a prioridade das nossas escolhas se começa a
inverter.
Continuo a gostar muito de me divertir com a malta, saídas,
jantaradas, poker, grades de minis, casas cheias de pessoal, música,
barulho, bófia à porta e tudo mais. Mas estar uma noite inteira num recinto
cheio de gente, a beber só por beber, já não faz bem o meu género. Gosto
mais de roliças.
O que é facto – e que eu não escondo a ninguém – é que já começam
a ser mais as vezes em que me apetece ficar em casa, no conforto e no bem
bom, do que ir para aquelas “agressivas noites” em que no dia seguinte
parece que um camião de transporte de animais nos passou por cima. E tem
de ser um camião de transporte de animais? – Perguntam vocês. – Não, não
tem. Mas também ninguém vos perguntou nada, por isso comportem-se lá.
Estarei eu a ficar velho? Sinceramente, com isso nem me importo.
Importo-me sim, se me sinto, ou não sinto velho. E a conclusão que eu
cheguei foi esta: Quando vou para as tais noites agressivas, sinto-me velho.
Quando fico em casa, de portátil ao colo, ou até mesmo no convívio entre
amigos, sinto-me novo.
E sentir por sentir, mais vale sentir-me novo.