1. A FARSA DA INDÚSTRIA DE AUTO-AJUDA PARA BURROS
Cada dia mais as pessoas compram livros de auto-ajuda, sobre bons
comportamentos, de como conseguir um marido ou esposa perfeitos, como
fazer loucuras na cama, perfil profissional adequado e mundo sustentável,
mas mesmo assim não se percebe uma alteração de comportamento
plausível por esses leitores.
Esse livros de auto-ajuda são produtos semiculturais cujo conteúdo é
invariavelmente pontuado por frases feitas e histórias sem profundidade
que beiram o risível. Apesar dessas características, essas obras não apenas
passeiam com frequência pelas mãos de educadores brasileiros, como
orientam vários de seus pensamentos e atividades pedagógicas. E as
pessoas consomem esses livrinhos ordinários como se consumissem bens
diversos: compram por modismos os best-sellers divulgados em listinhas
encomendadas de revistas semanais e dessa forma sentem-se inseridas na
intelectualidade das pessoas cultas. Uma pena!
E, dessa forma, as pessoas se perdem na imensidão do mar de
conhecimentos vazios e de pseudo-ensinamentos e acabam, por fim,
perdendo a percepção do que é realmente interessante para si
Se as pessoas menosprezassem o conhecimento comum de todos, o gosto
duvidoso e muito popular, se as pessoas valorizassem mais o conhecimento
pessoal, a leitura de si mesmas, talvez, eu disse talvez, elas fossem mais
felizes. Grandes pessoas não leem só aquilo que é de gosto popular, mas,
são sim grandes pessoas por adentrar no seu universo particular e
experimentar aquilo que não vem dos outros mas de si próprias. Isso é
opinião! Isso são escolhas! Isso é inteligência! Mas isso também significa
não ignorar aquilo que é comum a todos, mas desconfiar, e muito, daquilo
que a todos agradam, mas que não deve ser tratado como algo tão
relevante