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2 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Introdução 
sta apostila é fundamentada com base no Plano Político Pedagógico para 
Educação  Musical  elaborado  pelo  Colegiado  do  Departamento  de 
Educação  Musical  do  Colégio  Pedro  II.  Nela  estão  organizados  diversos 
conteúdos sugeridos para a 7ª Ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de orientar 
as atividades de ensino e aprendizagem. 
Assim,  sugerimos  uma  revisa  dos  conteúdos  das  séries  anteriores,  além  de  leitura 
musical e prática instrumental:  
 
Técnicas básicas de canto: respiração, afinação e emissão. 
Técnicas básicas da flauta doce soprano: sopro, respiração, digitação e postura. 
Técnicas básicas de instrumentos disponíveis e a critério do professor (sons corporais, 
por exemplo). Repertório sugerido para o 7º ano (ou a critério do professor): 
 
O Pastorzinho (Suzigan & Mota. Método de Iniciação Musical para Jovens e  
Crianças. São Paulo: G4, 2001) 
A Rã (Suzigan & Mota) 
Lua de São Jorge (Suzigan & Mota) 
Anunciação (arranjo do portal: www.portaledumusicalcp2.mus.br) 
Medley Cirandas (Ciranda da Lia / Cirandeiro) (arranjo do portal) 
Medley Maracatu Misterioso / O Meu Boi Morreu (arranjo do portal) 
 
Conteúdo programático para o 7º ano: 
 
1. Elementos da música 
O Som e seus parâmetros 
O Silêncio 
O que é música? 
2. Notação Musical 
Como se escrever música? 
Escalas Naturais  
3. A Notação Musical no Ocidente: uma História 
CLAVE: o que é e para que serve? 
Duração – quadro das durações e suas pausas 
Pulso e compassos – tipos de compassos 
Alguns sinais gráficos utilizados para facilitar a escrita musical 
Sinais de repetição 
Sinais de intensidade 
Tipos de andamentos e sinais de andamento 
4. Estrutura e forma em música 
Forma binária/ternária/rondó 
Textura em música 
5. Saúde auditiva e saúde vocal 
 
 
 
E 
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6. Vozes humanas 
Classificação das vozes humanas 
Tessitura 
Muda vocal 
Conjuntos vocais 
7. Instrumentos musicais 
Classificação 
Conjuntos instrumentais 
8. História da Música Ocidental: a música Barroca 
9. Danças e ritmos tradicionais brasileiros 
10. Danças dramáticas 
11. Créditos, fontes e bibliografia 
12. Atividades de fixação 
13. Hinos  (Hino  Nacional  Brasileiro,  Hino  da  Independência  do  Brasil  e  Hino  dos 
Alunos do Colégio Pedro II) 
 
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O SOM E SEUS PARÂMETROS 
Você já percebeu como o mundo está cheio de sons?  
Mas você já parou para pensar o que é o SOM? 
Pois  bem,  som  é  tudo  o  que  nossos  ouvidos  podem  ouvir,  sejam  barulhos, 
pessoas falando ou mesmo música! Os sons que nos cercam são expressões da vida, da 
energia e do universo em vibração e movimento.  
Experimente fechar os olhos e ficar atento aos sons que nos cercam. 
 
 
E então, percebeu como o silêncio é algo quase impossível? 
Os cientistas nos ensinam que o som é o resultado das vibrações das coisas. 
Tudo o que existe na natureza pode vibrar. Essas vibrações se propagam pelo ar ou por 
qualquer outro meio de condução, chegam aos nossos ouvidos e são transmitidas ao 
cérebro para que possam ser identificadas.  
A  vibração  regular  desses  objetos  produz  sons  com  altura  definida,  em  que 
você percebe como uma “nota musical”. Esses sons são chamados de sons musicais. 
Por exemplo, os sons produzidos pela flauta doce ou outros instrumentos musicais. 
 
               
 
Já  a  vibração  irregular  produz  sons  sem  altura  definida,  em  que  você  não 
consegue distinguir a “nota musical”. Alguns desses sons são popularmente chamados 
de “barulhos” ou “ruídos”. Por exemplo: o som de um avião ou de um liquidificador. 
Alguns instrumentos de percussão, como os tambores, também não possuem altura 
definida. 
 
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As principais características ou parâmetros dos sons 
 
INTENSIDADE – É a propriedade que nos permite distinguir sons fortes e sons fracos. É 
o grau de volume sonoro. A intensidade do som depende da força empregada para 
produzir as vibrações. 
 FORTE ou piano 
Alguém gritando em um megafone e o canto de um pequeno pássaro são exemplos de sons fortes e fracos
DURAÇÃO – É a propriedade que nos permite distinguir sons longos e sons curtos. Na 
música o som vai ter sua duração definida de acordo com o tempo de emissão das 
vibrações.  
LOOOOOOOOOOOOOONGO ou CURTO 
 
ALTURA – É a propriedade do som que nos permite distinguir sons graves (som mais 
“grossos”), médios e agudos (sons mais “finos”). A velocidade da vibração dos objetos 
é que vai definir sua altura. As vibrações lentas produzem sons graves e as vibrações 
rápidas produzem sons agudos. 
Agudo, Médio ou Grave 
 
Curiosidade: a altura dos sons depende também do tamanho dos corpos que vibram. 
Uma corda fina e curta produz sons mais agudos que os de uma corda longa e grossa. 
Assim como uma flauta pequenina de tubo bem fino também produz sons mais agudos 
do que um instrumento de sopro com um tubo longo e grosso como a TUBA! 
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Menina ao flautim e uma Tuba 
 
TIMBRE – É a propriedade do som que nos permite reconhecer sua origem. O timbre 
diferencia,  “personaliza”  o  som.  Por  meio  do  timbre  identificamos  “o  que”  está 
produzindo  o  som.  Por  exemplo:  quando  ouvimos  uma  pessoa  falar,  um  celular 
tocando ou mesmo um gatinho miando podemos saber qual fonte sonora produziu o 
som por causa do timbre. 
 
 
 
 
O Silêncio 
 
Entendemos  por  silêncio  a  ausência  de  som,  mas,  na  verdade,  a  ele 
correspondem os sons que já não somos capazes de ouvir. Tudo vibra, em permanente 
movimento, mas nem toda vibração transforma‐se em som para os nossos ouvidos! 
Existem  sons  que  são  tão  graves  ou  tão  agudos  que  o  ouvido  humano  não 
consegue  perceber.  Alguns  animais  possuem  a  capacidade  de  emitir  e  até  mesmo 
escutar esses sons! O elefante, por exemplo, emite infra‐sons (sons muito graves), que 
podem ser detectados a uma distância de 2 km! Já o cachorro e o gato conseguem 
ouvir ultra‐sons (sons muito agudos).  
O silêncio é algo complexo de experimentar: se ficarmos em silêncio, em sala 
de aula, ainda assim ouviremos algum som.  
 
 
Psiu! Vamos experimentar? 
 
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O elefante emite e ouve sons muito graves que nós não conseguimos ouvir! 
 
Curiosidade:  um  compositor  norte‐americano  chamado  John  Cage  (1912‐1992) 
realizou  uma  experiência  muito  interessante:  ele  queria  vivenciar  a  sensação  de 
plenitude silenciosa e, em busca do “silêncio total”, entrou uma câmara anecóica, ou 
seja, uma cabine totalmente à prova de sons. Após alguns segundos, Cage concluiu 
que  o  silêncio  absoluto  não  existe,  pois  mesmo  no  interior  da  câmara  anecóica  ele 
ouvia dois sons: um agudo, produzido por seu sistema nervoso, e outro grave, gerado 
pela circulação do sangue nas veias! Incrível! 
 
Homem dentro de uma câmara anecóica 
 
 
 
 
 
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O que é Música? 
A  música  (palavra  derivada  do  idioma  grego  e  cujo  significado  é  “a  arte  das 
musas”) pode ser definida como uma sucessão de sons e silêncios organizados com 
equilíbrio e proporção ao longo do tempo.  
A  música  é  uma  criação  essencialmente  humana.  É  uma  prática  cultural 
presente em todo e qualquer grupo humano. Não se conhece nenhuma civilização ou 
grupo  social  que  não  tenha  produzido  ou  possua  manifestações  musicais  próprias. 
Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada uma 
forma de arte: A ARTE DOS SONS! 
Cada grupo humano define música de uma maneira muito própria: 
Um grupo de músicos tradicionais chineses 
A  música  é  uma  linguagem  que  pode  ser  definida  e  interpretada  de  várias 
maneiras,  em  sintonia  com  o  modo  de  pensar  e  com  os  valores  de  cada  época  ou 
cultura  em  que  foi  produzida.  Muitos  instrumentos  musicais  utilizados  hoje,  por 
exemplo, sequer existiam há tempos atrás. Na música contemporânea, por exemplo, é 
comum utilizarmos “ruídos”, sons considerados “não musicais”, fato inadmissível na 
Idade Média! 
Instrumento de épocas diferentes: o antigo alaúde e as guitarras elétricas modernas 
 
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NOTAÇÃO MUSICAL TRADICIONAL:  
Como se escrever música? 
A música é uma linguagem sonora como a fala. Assim como representamos a 
fala por meio de símbolos do alfabeto, podemos representar graficamente a música 
por meio de uma notação musical. 
Os  sistemas  de  notação  musical  existem  há  milhares  de  anos.  Cientistas  já 
encontraram muitas evidências de um tipo de escrita musical praticada no Egito e na 
Mesopotâmia por volta de 3.000 anos antes de Cristo!  
Sabe‐se que outros povos também desenvolveram sistemas de notação musical 
em épocas mais recentes, como é o caso da civilização grega. 
Fragmento de antigo papiro grego com notação musical 
 
Existem vários sistemas de leitura e escrita que são utilizados para representar 
graficamente uma obra musical. A escrita permitiu que as músicas compostas antes do 
aparecimento  dos  meios  de  comunicação  modernos  pudessem  ser  preservadas  e 
recriadas novamente. A escrita musical permite que um intérprete toque uma música 
tal qual o compositor a prescreveu.  
O  sistema  de  notação  ocidental  moderno  é  o  sistema  gráfico  que  utiliza 
símbolos escritos sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e eqüidistantes  e que formam 
entre si quatro espaços. A pauta musical também é chamada de PENTAGRAMA. Veja: 
 
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Contam‐se as linhas e os espaços da pauta de baixo para cima. A nota que está 
num espaço não deve passar para a linha de cima nem para a de baixo. A nota que está 
numa linha ocupa a metade do espaço superior e a metade do espaço inferior. 
10 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
O  elemento  básico  de  qualquer  sistema  de  notação  musical  é  a  NOTA,  que 
representa um único som e suas características básicas: DURAÇÃO e ALTURA. Veja: 
Os  sistemas  de  notação  também  permitem  representar  diversas  outras 
características, tais como variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução 
instrumental. 
 
Para  representar  a  linguagem  falada  você  usa  as  letras  do  alfabeto.  Já  para 
representar os sons musicais você usa as NOTAS MUSICAIS. O nosso sistema musical 
tem 7 (sete) notas.  
Elas formam a seguinte sequência: 
 
DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ ‐ SI 
 
Essa sequência organizada de notas é chamada de ESCALA. As escalas usadas 
no ocidente se organizam do som mais grave para o mais agudo e se repetem a cada 
ciclo de 7 notas: 
 
As notas musicais no teclado do piano  
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Vamos aprender os nomes das notas musicais cantando? 
Minha Canção 
Do espetáculo “Os Saltimbancos” 
Enriquez ‐ Bardotti ‐ Chico Buarque 
 
Dorme a cidade 
Resta um coração 
Misterioso 
Faz uma canção 
Soletra um verso 
Lá na melodia 
Singelamente 
Dolorosamente 
Doce a música 
Silenciosa 
Larga o meu peito 
Solta‐se no espaço 
Faz‐se certeza 
Minha canção 
Réstia de luz onde 
Dorme o meu irmão  
 
Para ouvir a música vá até: 
http://app.uol.com.br/radiouol/player/frameset.php?opcao=umcd&nome
playlist=004081‐2<@>Os_Saltimbancos 
 
Agora vamos cantar a música do filme “A Noviça Rebelde”? 
 
Dó é pena de alguém 
Ré, que anda para traz 
Mi, pronome que nem sei 
Fá, é fácil decorar 
Sol, é o nosso astro‐rei 
Lá, tão longe que nem sei 
Si, de sim e de sinal 
E afinal, voltei ao Dó 
DÓ, SI, LÁ, SOL, FÁ, MI, RÉ, DÓ 
 
SUGESTÃO: 
Assista ao filme e ouça a trilha sonora. 
 
 
Sinopse: 
No final da década de 30, na Áustria, quando o pesadelo nazista estava prestes a se 
instaurar no país, Maria, uma jovem noviça (Julie Andrews), vive em um convento e 
não consegue seguir as rígidas normas de conduta das religiosas. Por causa disso, é 
enviada pela Madre Superiora para trabalhar como governanta na casa do capitão Von 
Trapp  (Christopher  Plummer).  Maria  fica  encarregada  de  cuidar  dos  sete  filhos  do 
capitão  viúvo,  que  os  educa  como  se  fizessem  parte  de  um  regimento  militar.  A 
12 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
chegada  de  Maria  modifica  drasticamente  o  padrão  da  família,  trazendo  alegria 
novamente  ao  lar  da  família  Von  Trapp  e  conquistando  o  carinho  e  o  respeito  das 
crianças. Mas ela termina se apaixonando pelo capitão, que está comprometido com 
uma rica baronesa. 
Informações Técnicas 
Título no Brasil:  A Noviça Rebelde 
Título Original:  The Sound of Music 
País de Origem:  EUA 
Gênero:  Musical 
Tempo de Duração: 172 minutos 
Ano de Lançamento:  1965 
Site Oficial:  http://www.foxhome.com/soundofmusic 
Estúdio/Distrib.:  20th Century Fox 
Direção:  Robert Wise  
   
 
 
A Notação Musical no Ocidente: uma História 
 
O  sistema  de  notação  musical  moderno  teve  suas  origens  nos  NEUMAS  (do 
latim: sinal), pequenos símbolos que representavam as notas musicais em peças vocais 
do chamado “Canto Gregoriano”, por volta do século VIII (cerca do ano 700 depois de 
Cristo).  
Inicialmente,  esses  neumas  eram  posicionados  sobre  as  sílabas  do  texto  e 
serviam como um lembrete da forma de execução para os que já conheciam a música. 
Veja: 
 
Para resolver este problema as notas passaram a ser escritas em relação a uma 
linha  horizontal.  Isto  permitia  representar  as  alturas.  Este  sistema  evoluiu  até  uma 
pauta de quatro linhas.  
 
 
 
 
 
 
 
13 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
O monge católico GUIDO D’AREZZO 
 
Um desenho antigo retratando o monge Guido d´Arezzo 
 
Grande parte do desenvolvimento  da notação  musical deriva do trabalho do 
monge católico italiano Guido d’Arezzo, que viveu no século X d.C. Ele criou os nomes 
pelos  quais  as  notas  são  conhecidas  atualmente  (Dó,  Ré,  Mi,  Fá,  Sol,  Lá,  Si).  Esses 
nomes foram tirados de um hino chamado Hino a S. João Batista. Segundo Kurt Pahlen 
(em Nova História Universal da Música), o hino latino era usado naquela época pelos 
meninos cantores para abrir seu canto, pedindo a S. João que lhes concedesse belas 
vozes. Nesta época o chamado sistema tonal ainda estava sendo desenvolvido. Guido 
d’Arezzo adotou uma pauta musical de quatro linhas. Depois do século XII foi adotado 
o pentagrama, isto é, a pauta de cinco linhas que ainda é o padrão hoje em dia. 
 
Hino a São João Batista 
Ut queant laxis, 
Resonare fibris, 
Mira gestorum, 
Famuli tuorum, 
Solve polluti, 
Labii reatum 
Sante Iohannes 
 
Tradução aproximada: 
 
 “Para que os vossos servos possam cantar livremente as maravilhas dos 
vossos feitos, tirai toda mácula do pecado dos seus lábios impuros.  
Oh, São João!” 
 
14 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Mais tarde, a palavra Ut foi substituída pela sílaba Dó, porque ela era difícil de 
ser  falada.  O  Si  foi  formado  da  união  da  primeira  letra de  Sancte  e  da  primeira  de 
Iohannes. 
 
 
 
 
CLAVE: o que é e para que serve? 
 
A notação musical é relativa e por isso, para escrevermos as notas na pauta 
precisamos usar CLAVES, espécie de chaves auxiliares.  
A clave indica a posição de uma das notas. Assim, todas as demais são lidas em 
referência a essa nota. Cada tipo de clave define uma nota diferente de referência. 
Dessa maneira, a "chave" usada para decifrar a pauta é a clave, pois é ela que vai dizer 
como as notas devem ser lidas. Se na 2ª linha tivermos um sol, no espaço seguinte 
teremos um lá e na 3ª linha um si.  
As notas são nomeadas sucessivamente de acordo com a ordem das notas da 
escala. Atualmente usam‐se três tipos de clave: de Sol, de Fá e de Dó. A clave de sol é 
própria para grafarmos as notas mais agudas, evitando o uso de linhas suplementares. 
A clave de fá é indicada para as notas mais graves. A clave de dó é mais usada para os 
sons médios. Veja: 
A clave de sol indica que a nota sol deve ser escrita na segunda linha da pauta. 
A partir da nota sol podemos definir a posição de todas as outras notas: 
 
15 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
DURAÇÃO 
Além  da  indicação  das  alturas,  necessitamos  indicar  também  o  tempo  de 
emissão  de  cada  nota,  ou  seja,  quanto  tempo  ela  vai  durar.  Para  representar 
graficamente a duração do tempo dos sons (notas) na música usamos sinais chamados 
FIGURAS DE DURAÇÃO. Elas nos indicam quanto tempo devemos emitir determinado 
som.  
  Além  da  duração  da  emissão  das  alturas  também  precisamos  representar 
graficamente a duração do silêncio na música. Para isso usamos sinais chamados de 
PAUSAS. Esses sinais têm o mesmo valor das suas respectivas figuras. Para cada figura 
de duração temos uma pausa correspondente. Veja o quadro abaixo: 
 
Quadro de durações e suas pausas 
As figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si. 
A figura de maior duração é a semibreve. 
16 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Pulso e compasso 
A  música  possui  um  importante  elemento:  o  pulso  ou  a  pulsação.  Uma  pulsação 
regular pode ter acentuações que se repetem de maneira regular. Veja a seguir: 
Acentos que se repetem a cada dois pulsos regulares: 
1______2______1______2______1______2______1______2 
 
Acentos que se repetem a cada três pulsos regulares: 
1______2______3______1______2______3______1______2______3
Acentos que se repetem a cada quatro pulsos regulares: 
1______2______3______4_______1______2______3______4 
Compasso é uma fórmula expressa em fração que determina a regularidade do pulso. 
Existem várias fórmulas de compasso como as que seguem: 
Compassos simples (frações de compasso) 
Binário 
 
Ternário 
 
Quaternário 
 
 
 
 
 
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Compasso  simples  é  aquele  em  que  cada  unidade  de  tempo  corresponde  à 
duração determinada pelo denominador da fórmula de compasso. Por exemplo: um 
compasso 2/4 possui dois pulsos com duração de 1/4 (uma semínima) cada. Os tipos 
mais comuns de compassos simples possuem o 4 no denominador (2/4, 3/4 ou 4/4). 
OBS:  Veja  o  quadro  da  página  13.  Observe  as  correspondências  entre  as  figuras  de 
duração  e  os  números  que  a  representam  nos  denominadores  das  frações  de 
compasso. 
 
Barras de compasso 
Barra ou travessão são nomes usados paras as linhas verticais que utilizamos 
para separar os compassos e facilitar a leitura das notas (duração e altura). As barras 
mais usadas são: 
 
 
Barra simples: Separa cada compasso completo. 
 
 
Barra dupla: Usada para indicar o fim de um trecho musical ou final da música. 
Neste caso a segunda linha é mais grossa. Veja: 
 
 
 
 
 
Alguns sinais gráficos utilizados para facilitar a escrita musical: 
 
Ligadura: É uma linha curva que une duas ou mais notas, somando os seus valores. 
Usamos ligaduras somente em figuras de duração e jamais em pausas. Veja: 
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Ponto de aumento: É um ponto colocado à direita da figura positiva ou negativa e 
que aumenta seu valor em sua metade. Veja: 
 
 
Linhas suplementares 
 
Ampliam o pentagrama ou a pauta musical. São linhas colocadas acima ou 
abaixo do pentagrama para indicar notas mais agudas ou mais graves. Veja: 
 
 
 
Sinais de repetição 
 
Para facilitar a escrita e a leitura musical, podemos utilizar sinais que indiquem 
repetição, ao invés de reescrever trechos inteiros que devem ser repetidos. 
 
Sinais de repetição mais comuns 
 
Da Capo ‐ Voltar ao início da música. Abreviatura: D.C. 
 
Da  Capo  ao  Fim  ‐  Voltar  ao  início  e  ir  até  a  palavra  Fine  (Fim)  ou  à  barra  dupla. 
Abreviatura: D.C. al Fine ou D. C. ao Fim 
 
Do Sinal (segno) ao Fim ‐ Voltar ao sinal e ir até a palavra Fine (Fim) ou à barra dupla. 
Abreviatura: Do % AL Fine ou Do % ao Fim 
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Ao Segno (sinal) – retornar ao sinal. Abreviatura: Al % 
Ritornello ‐ Repetir o trecho marcado com a barra dupla com dois pontos. 
 
 
Ritornello com casa 1, 2, 3 etc... – Repetir o trecho, respeitando o compasso que deve 
ser tocado na segunda, na terceira, etc, repetições. 
 
 
 
 
 
Sinais de intensidade 
 
São sinais que indicam a força com que cada nota deve ser cantada ou tocada. Os 
sinais de intensidade mais comuns são: 
 
pp = pianíssimo, tocar muito leve, com pouquíssima intensidade 
p = piano, tocar bem leve, com pouca intensidade 
mp = mezzo‐piano ou meio‐piano, tocar leve, com moderada intensidade 
mf  = mezzo‐forte ou meio‐forte, tocar com força moderada 
f = forte, tocar com força 
ff = fortíssimo, tocar com muita força 
sfz  =  sforzando,  intensificar  subitamente  a  força  com  que  se  toca 
determinadas notas  
 
Crescendo (cresc.) e decrescendo (decresc.)– usa‐se quando se quer um 
aumento gradativo da intensidade. 
 
                       
 
Veja o trecho musical: 
 
 
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Andamento e sinais de andamento 
 
  Os andamentos são as velocidades com que as músicas devem ser tocadas. Por 
tradição em italiano, as indicações de andamento são colocadas geralmente no início 
das  partituras  musicais,  indicando  a  velocidade  com  que  a  música  deve  ser 
interpretada. 
 
Tipos de Andamento 
 
Lentos 
Lento, Largo, Adágio 
Moderados 
Moderato, Andante, Andantino 
Rápidos 
Allegro, Vivo, Presto 
 
Sinais de andamento: São indicações colocadas na partitura com o intuito de acelerar 
ou retardar a execução do trecho musical. Veja: 
 
 
 
Acellerando – deve‐se acelerar o andamento. A sua abreviatura é Acell. 
Rallentando – deve‐se retardar o andamento. A sua abreviatura é Rall. 
 
 
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Estrutura e Forma 
 
Reconhecendo as partes da música e sua textura 
 
Toda vez que ouvimos, tocamos ou cantamos uma música, percebemos que ela 
possui partes que se repetem ou partes que se contrastam. 
As cantigas de roda costumam ter uma ou duas partes, com melodias simples e 
repetitivas, muitas vezes. Cante e perceba: 
 
A Canoa Virou 
 
A canoa virou  
Por deixá‐la virar  
Foi por causa da "Fulana" 
Que não soube remar  
 
Se eu fosse um peixinho 
E soubesse nadar  
Tirava a "Fulana" 
Do fundo do mar 
 
Nesta  canção  de  roda  a  melodia  se  repete  várias  vezes.  Você  consegue  se 
lembrar de outras canções desse tipo? 
 
Escravos de Jó 
 
Escravos de Jó jogavam caxangá  
Tira, bota deixa o Zambelê ficar  
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá! 
Então,  vamos  ouvir  algumas  música  e  perceber  as  suas  partes?  Se  elas  são 
parecidas  ou  diferentes?  Quantas  vezes  se  repetem?  Quantos  instrumentos  estão 
tocando? Existem muitos sons soando ao mesmo tempo? Procure separar em partes 
as canções do repertório trabalhado! 
 
Outras formas: músicas com mais de uma parte 
 
Forma Binária (A B) 
 
  Quando ao invés de repetir a melodia (a mesma idéia musical), resolvemos criar 
uma  parte  contrastante,  a  música  passa  a  ter  duas  partes  e  então  chamamos  essa 
estrutura de Forma Binária. 
 
Melodia A
Melodia A
se repete
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A  forma  binária  pode  ser  abreviada  pelas  letras  A  (primeira  parte)  e  B  (parte 
contrastante). Então temos uma forma: 
A B 
 
Exemplo musical: Mamãe eu quero 
 
Mamãe eu quero 
Mamãe eu quero 
Mamãe eu quero mamar 
Dá a chupeta 
Dá a chupeta 
Dá a chupeta pro neném não chorar 
 
Dorme filhinho do meu coração 
Pega a mamadeira e entra no cordão 
Eu tenho uma irmã que se chama Ana 
De tanto piscar o olho 
Já ficou sem a pestana 
 
 
Forma Ternária (A  B  A) 
 
A forma chamada de ternária é uma extensão da forma binária. Também possui 
uma parte inicial A (exposição) e uma parte contrastante, a parte B. A diferença é que 
a música termina com um retorno à parte A. 
Assim representamos a forma ternária da seguinte maneira: 
A B A 
 
Um  bom  exemplo  de  forma  ternária  é  o  “Samba  de  uma  nota  só”  de  Tom 
Jobim. Procure ouvir essa canção e perceba as suas partes! 
 
O que é uma textura monofônica e textura homofônica? 
 
Chamamos de textura à maneira como os sons são organizados numa música. 
Quando ouvimos só uma pessoa cantando ou um único instrumento soando, dizemos 
que a música possui uma textura monofônica. 
Quando ouvimos uma ou mais pessoas cantando uma melodia acompanhada 
ao violão, por exemplo, formando um bloco sonoro único, dizemos que esta música 
possui uma textura homofônica. No Período Barroco (séc. XVII a meados do XVIII) a 
homofonia foi intensamente utilizada. 
Pergunte  ao  seu  professor  ou  professora  quais  músicas  possuem  essas 
características! 
 
 
Parte A 
Parte B
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Textura Polifônica 
 
  Chamamos de polifonia quando uma melodia é acompanhada de uma ou mais 
melodias  simultâneas.  O  auge  do  estilo  polifônico  se  deu  no  Período  Renascentista 
(meados do séc. XIV ao fim do XVI). Procure ouvir músicas desse período. Os estilos 
polifônicos mais conhecidos são o cânone e a fuga. Uma música muito conhecida é a 
canção “Frère Jacques”, um cânone. 
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Saúde auditiva 
 
  Devemos zelar pela nossa saúde auditiva e vocal, adotando atitudes saudáveis 
como: 
 
‐ Não ficar exposto a barulhos ou ruídos excessivos. 
‐ Usar protetor auditivo quando o barulho for inevitável. 
‐ Reduzir o tempo que você fica exposto a barulhos. 
 
Alguns  barulhos  podem  comprometer  a  nossa  audição.  Os  sons  de  uma  turbina  de 
avião ou de uma britadeira são sons que passam dos 100 decibéis. Esses sons acima de 
90 decibéis causam até surdez! 
Veja: 
 
Silêncio total – 0 dC 
Sussurro – 15 dC 
Conversa normal – 60 dC 
Buzina de automóvel – 110 dC 
Rojão – 140 dC 
Bomba – acima de 150 dC 
 
 
Decibel é uma unidade de medida usada para medir a intensidade dos sons. 
 
 
 
Alguns operários ou controladores de pista de aeroportos devem usar protetores para 
protegerem seus ouvidos dos barulhos excessivos 
 
 
 
25 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Saúde vocal 
 
  Existem  técnicas  que  preservam  a  saúde  vocal.  Ao  cantar  ou  falar  devemos 
cuidar para que não causemos danos ao nosso aparelho fonador. 
 
As cordas vocais: 
 
São membranas localizadas na nossa laringe, que produzem sons ao serem vibradas 
pelo ar que vem dos pulmões. A altura dos sons (mais agudos ou mais graves) depende 
da  tensão  provocada  ou  do  tamanho  da  corda  vocal.  Na  nossa  boca  existem  vários 
órgãos  articuladores  dos  sons,  que  os  convertem  em  vogais  ou  consoantes:  língua, 
mandíbulas, lábios, céu da boca e dentes. 
 
 
Aparelho fonador 
Cuidados com a voz: 
 
‐ Evite gritar, tanto para falar como para cantar 
‐ Beba bastante água sempre 
‐ Evite ambientes muito secos (ar condicionado excessivo) 
‐ Não falar muito tempo ao telefone 
‐ Antes de cantar procure relaxar a cavidade da boca e mesmo o corpo 
‐ Ao cantar mantenha a postura ereta e relaxada 
 
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Não grite! Isso faz mal a sua voz! 
 
Vozes Humanas 
 
  Cada pessoa possui uma voz única e especial. É como se fosse uma impressão 
digital.  É  claro  que  existem  vozes  parecidas.  Algumas  pessoas  cantam  num  registro 
sonoro mais agudo, outras num registro mais grave. São muitos os fatores que dão as 
características para a voz de cada ser humano. A voz de uma criança, por exemplo, é 
uma voz mais aguda. Existem mulheres que falam muito “fino”, mas isso não é regra. 
Vamos entender como funciona a nossa voz? 
 
Ídolos de diferentes gerações, a cantora Ivete Sangalo e o cantor Roberto Carlos  
encantam seus fãs pelo timbre único que possuem 
 
Como funciona a voz humana? 
 
Na página 21 desta apostila podemos observar o desenho de nosso aparelho 
fonador e a explicação sobre o que são e como funcionam as “cordas vocais”. 
Os  sons  que  produzimos  se  originam  pela  vibração  de  duas  “cordas  vocais”, 
localizadas em nossa laringe. Quando o ar que vem de nossos pulmões passa por elas, 
produzem essa vibração. 
Para que o som produzido seja agudo, é necessário que esta corda vocal seja 
curta e fina. Outro fator que deixa os sons agudos é a tensão da corda vocal. Quanto 
mais tensa ela estiver, mais agudo será o som produzido. Quanto mais relaxada ela 
estiver, mais grave será o som produzido. 
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A voz de uma criança é mais aguda do que a de um adulto 
 
Por isso, a afinação depende da técnica de ajustar a tensão certa para emitir 
cada nota musical. Você pode experimentar cantando uma música. Colocando a mão 
na  garganta,  procure  perceber  como  nas  notas  mais  agudas  você  é  obrigado  a 
aumentar a tensão, enrijecendo sua garganta e consequentemente sua corda vocal! 
 
Cantores de ópera possuem suas vozes muito trabalhadas  
para garantir um bom desempenho 
 
Os  sons  produzidos  pelas  cordas  vocais  se  transformam  em  vogais  ou 
consoantes,  conforme  os  movimentos  dos  órgãos  articuladores  como  a  língua,  os 
lábios, a mandíbula, o céu da boca e os dentes. Você já percebeu como é difícil para 
uma pessoa desdentada dizer as palavras de forma correta? 
Além disso, as cavidades da boca, do nariz e da cabeça servem para amplificar o 
som produzido. 
 
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Os índios botocudos, por exemplo, articulam as palavras de forma muito  
especial, justamente porque é costume colocar nos lábios objetos que  
dificultam o abrir e fechar dos lábios. 
 
Obs:  O  termo  botocudos  é  a  denominação  dada  pelos  portugueses  aos  indígenas 
pertencentes a grupos de diversas filiações linguísticas e regiões geográficas, uma vez 
que a maior parte usava botoques labiais e auriculares (na orelha). 
 
Classificação das vozes humanas 
 
Vozes infantis e vozes femininas adultas 
 
  A vozes das crianças e as vozes das mulheres são mais agudas em geral. Antes 
da muda vocal a voz da criança não possui características tão definidas. Por isso, para 
classificar a voz de uma criança é necessário acompanhar o seu crescimento.  
 
As vozes femininas são classificadas da seguinte forma, 
 
• SOPRANO – Palavra italiana que significa superior. É o nome dado para a voz 
mais aguda das crianças e das mulheres. 
• MEZZO‐SOPRANO – O mesmo que meio‐soprano. Como diz o nome, é uma voz 
intermediária entre a soprano e a contralto. 
• CONTRALTO – É a voz mais grave entre crianças e mulheres. 
 
 
 
 
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Diferentes estilos, timbres e extensões vocais: Maria Callas foi uma das grandes sopranos 
eruditas e Cássia Eller uma das grandes cantoras populares em registro de contralto  
 
As vozes masculinas são classificadas da seguinte forma, 
 
• TENOR – é a voz mais aguda entre os homens. 
• BARÍTONO – é a voz intermediária entre o tenor e o baixo. 
• BAIXO – é a voz mais grave entre os homens. Uma voz rara. 
 
Os 3 tenores mais populares dos últimos tempos: Plácido Domingo,  
José Carreras e o já falecido Luciano Pavarotti  
 
 
 
 
 
 
 
 
Tessitura 
A tessitura é a extensão entre a nota mais aguda e mais grave que uma voz é capaz de 
emitir. Na ilustração a seguir podemos visualizar num teclado de piano o conjunto de sons 
típico de cada voz. 
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MUDA VOCAL:
Durante a puberdade (que ocorre geralmente entre os 12 e 15 anos), a laringe 
do menino aumenta suas dimensões, levando a tessitura vocal dos rapazes a ficar mais 
grave. Esse fenômeno é denominado muda vocal. 
   
As meninas também apresentam muda vocal, mas é bem menos significativa que 
a dos meninos.  
Em certas ocasiões a muda vocal não se completa com o crescimento do menino, 
gerando a voz aguda infantilizada ou de falsete.  
 
Curiosidade: 
Castrato (plural castrati) é um cantor masculino cuja extensão vocal corresponde 
em pleno à das vozes femininas, seja de (soprano, mezzo‐soprano, ou contralto). Esta 
faculdade numa voz masculina só é verificável na sequência de uma operação de corte 
dos canais provenientes dos testículos, ou então por um problema endocrinológico que 
impeça  a  maturidade  sexual.  Consequentemente,  a  chamada  "mudança  de  voz"  não 
ocorre. Essa prática não é mais comum como foi há séculos atrás. 
A castração antes da puberdade (ou na sua fase inicial) impedia a libertação para 
a  corrente  sanguínea  dos  hormônios  sexuais  produzidos  pelos  testículos,  as  quais 
provocariam o crescimento normal da laringe masculina (para o dobro do comprimento) 
entre outras características sexuais secundárias, como o crescimento da barba. 
A prática de castração de jovens cantores (ou castratismo) teve início no século 
XVI,  tendo  surgido  devido  à  necessidade  de  vozes  agudas  nos  coros  das  igrejas  da 
Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Romana não aceitava mulheres no coro das 
igrejas.  Muitos  rapazes  que  eram  alvo  da  castração  eram  crianças  órfãs  ou 
abandonadas.  Algumas  famílias  pobres,  incapazes  de  criar  a  sua  prole  numerosa, 
entregavam um filho para ser castrado. 
O mais famoso castrato do século XVIII terá sido Carlo Broschi, conhecido por 
Farinelli, tendo sido realizado um filme sobre a sua vida, Farinelli il Castrato. 
 
  
O  filme  "Farinelli",  de  Gérard  Corbiau 
(1994)  focaliza  a  vida  do  mítico  cantor 
italiano  Carlo  Broschi  (1705‐1782),  que 
iniciou  sua  carreira  ao  lado  do  irmão,  o 
pianista Ricardo Broschi. 
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Conjuntos Vocais 
Podemos cantar sozinhos ou junto com outras pessoas. Há uma classificação 
para os grupos vocais. Por exemplo: 
 
Grupo de 2 vozes: Duo vocal 
Grupo de 3 vozes: Trio vocal 
Grupo de 4 vozes: Quarteto vocal 
Grupo de 5 vozes: Quinteto vocal 
Grupo de 6 vozes: Sexteto vocal 
Grupo de 7 vozes: Septeto vocal 
Grupo de 8 vozes: Octeto vocal 
Grupo de 9 vozes: Noneto vocal 
Mais de 10 vozes: Coral ou Coro 
 
Quando um grupo ou pessoa canta sem acompanhamento dizemos que está 
cantando  “à  capela”.  Esta  expressão  caracteriza  o  canto  sem  acompanhamento  de 
banda, orquestra ou instrumento harmônico qualquer. 
 
Grupo vocal Calíope, caracterizado por ser um coro especializado em música erudita e 
o Coral Brasileirinho, de vozes infantis 
http://www.movimento.com/images/pessoas/238.jpg 
http://www.brasilcultura.com.br/imagens/001aaaaacoralbrasileirinho2206.jpg 
 
 
O Quarteto em Cy, os Golden Boys qe foi quarteto e hoje é um Trio e a dupla ou Duo 
formado pelos irmãos Sandy e Júnior (recentemente desfeita em função da carreira 
solo dos dois jovens) 
http://userserve‐ak.last.fm/serve/252/3115363.jpg 
http://www.revistafator.com.br/imagens/fotos/golden_boys 
http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/67/8265sandy.jpg 
 
 
 
 
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Instrumentos Musicais 
 
 
 
  O  homem  primitivo  começou  a  construir  instrumentos  musicais  para  tentar 
imitar  os  sons  da  natureza.  Os  primeiros  instrumentos  de  que  se  têm  notícia  são 
aqueles  feitos  de  ossos  de  animais,  de  arco  e  corda  e  os  tambores,  com  peles  de 
animais abatidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além da classificação acima, os instrumentos musicais são também classificados 
em “famílias”. A classificação geral das famílias de instrumentos musicais é: 
 
• FAMÍLIA DOS METAIS 
• FAMÍLIA DAS MADEIRAS 
• FAMÍLIA DA PERCUSSÃO 
• FAMÍLIA DAS CORDAS 
 
Classificação dos instrumentos musicais
 
  Os  instrumentos  musicais  são  classificados  conforme  o  material  de  que 
são confeccionados e a forma como o som é produzido. 
 
Aerofones são os instrumentos que produzem som por meio do ar, como 
flautas e trompetes, por exemplo. 
 
Cordofones  são  os  instrumentos  que  produzem  som  pela  vibração  de 
cordas, tais como o violão, o violino e a harpa. 
 
Membranofones  são  os  instrumentos  que  produzem  som  por  meio  da 
vibração de membranas, como é o caso dos tambores em geral. 
 
Idiofones são instrumentos que produzem som através da vibração de seu 
próprio corpo, como é o caso das claves e sinos. 
33 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Família dos Metais: 
 
 
 
 
Família das madeiras: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Família da percussão: 
 
 
 
 
Família das cordas: 
 
 
 
 
 
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Conjuntos instrumentais 
 
A Orquestra 
 
A  Orquestra  Sinfônica  é  formada  por  vários  instrumentos  das  famílias  de 
metais,  madeiras,  cordas  e  percussão.  Cada  músico  desempenha  a  sua  função  para 
que o conjunto seja harmonioso.  Veja abaixo como se dispõem os instrumentos da 
orquestra. 
 
 
http://instrumentos.aulasdemusica.com/imagens/orquestra_2_big.jpg 
 
 
 
 
 
36 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Outros conjuntos: 
 
Regional de choro 
 
O chamado “Regional de choro” inclui uma série de instrumentos como o violão de 7 
cordas,  o  violão  de  6  cordas,  o  cavaquinho,  o  bandolim,  o  saxofone,  a  flauta  e  o 
clarinete, além da percussão (pandeiro). 
 
 
 
Banda de rock 
 
O Led Zeppelin foi uma das grandes bandas de rock de todos os tempos 
 
  As bandas de rock não podem deixar de ter as guitarras elétricas (de base e 
solo), o baixo elétrico, a bateria, e eventualmente teclados, além dos vocais. Além de 
todos esses instrumentos outros podem compor as bandas de rock os violões acústicos 
de aço. 
 
Bandas militares e civis 
 
  São  os  conjuntos  sinfônicos  civis  ou  das  corporações  militares  (Corpo  de 
Fuzileiros Navais, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, entre outras). As bandas civis 
costumam ter sede e estatuto e costumam participar ativamente da vida cultural das 
cidades  onde  funcionam,  principalmente  no  interior  do  país,  onde  cumprem  papel 
sócio‐cultural  de  grande  destaque.  A  banda  sinfônica  costuma  ter  quase  todos  os 
instrumentos de uma orquestra sinfônica. 
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Conjuntos de câmara 
 
  Chamamos  "Música  de  Câmara"  a  qualquer  formação  instrumental  que  se 
limite a poucos executantes. O termo vem da palavra “Câmara” ou “Câmera” que é o 
mesmo  que  “sala”  ou  qualquer  aposento  de  uma  casa.  É,  portanto,  um  conjunto 
musical  destinado  a  pequenos  espaços,  e  por  isso,  a  música  escrita  para  pequenas 
formações. O conjunto de câmara mais famoso na música clássica é o “quarteto de 
cordas”: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quarteto de cordas: 
 
O quarteto de cordas é formado por 2 violinos, uma viola e um violoncelo. O 
contrabaixo não faz parte desse conjunto de câmara clássico, para o qual já 
foram compostas inúmeras obras, principalmente compositores como Haydn, 
Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Mendelssohn, Brahms, Dvorak, 
Tchaikovsky e Philip Glass. 
38 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
HISTÓRIA DA MÚSICA OCIDENTAL 
 
A Música Barroca 
 
A palavra barroco vem da língua portuguesa e significa "pérola irregular". Foi 
adotada internacionalmente para caracterizar o estilo ornamentado e pomposo que 
prevaleceu nas Artes Plásticas, na Arquitetura e na Literatura dos séculos XVII a XVIII. 
A música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural 
homônima  na  Europa,  que  vai  desde  o  surgimento  da  ópera  moderna  de  Claudio 
Monteverdi no século XVII, até à morte de Johann Sebastian Bach, em 1750. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
    No  Brasil  o  estilo  barroco  foi  mais 
representativo  nas  artes  plásticas,  em 
Minas Gerais, no século XVIII. Na pintura, 
destacou‐se  Manuel  da  Costa  Ataíde. 
Ataíde criou seu próprio estilo, utilizando‐
se  de  cores  vivas,  tropicais.  Pintou  em 
suas obras figuras cordiais, mas um tanto 
irreverentes. Sua obra de maior destaque 
está  no  teto  da  nave  da  Igreja  de  São 
Francisco  de  Assis,  em  Ouro  Preto.  Obra 
realizada entre 1800 e 1809, esta pintura 
representa  uma  Assunção  de  Nossa 
Senhora,  em  que  anjinhos  mulatos 
substituem  os  rosados  querubins  dos 
modelos tradicionais europeus. A Virgem 
Maria, também mulata, exibe os traços da 
mulher  que  era  companheira  do  pintor. 
Perceba  o  estilo  ornamentado,  cheio  de 
detalhes desta pintura. 
 
Fonte de pesquisa: 
http://www.historiamais.com/barrocoII.htm 
Curiosidade:  
O  termo  barroco,  até  o  século  XIX,  era  um  termo  depreciativo,  que  os 
compositores clássicos usavam para criticar o estilo pomposo dos compositores 
do período anterior a 1750. No século XIX, os historiadores da Arte recuperaram 
a  palavra  barroco,  dando‐lhe  um  significado  mais  conceituado,  de  algo 
ornamentado, cheio de sutilezas. 
39 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Características gerais da Música Barroca 
 
  Trata‐se  de  uma  das  épocas  musicais  de  maior  extensão,  fecunda, 
revolucionária  e  importante  da  música  ocidental,  e  provavelmente  também  a  mais 
influente.  As  características  mais  importantes  são  o  uso  do  baixo  contínuo,  do 
contraponto  e  da  harmonia  tonal,  em  oposição  aos  modos  gregorianos  até  então 
vigentes.  Na  realidade,  trata‐se  do  aproveitamento  de  dois  modos:  o  modo  jônico 
(modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”). Foi o apogeu da música instrumental 
em  contraste  com  a  hegemonia  da  música  vocal,  que  prevalecera  em  períodos 
anteriores. 
Durante  o  período  barroco,  os  compositores  e  intérpretes  abusaram  das 
ornamentações  musicais,  fato  jamais  repetido  em  outros  períodos  anteriores  e 
posteriores  da  história  da  música  ocidental.  Além  disso,  fizeram  mudanças 
indispensáveis  na  notação  musical,  desenvolveram  novas  técnicas  instrumentais  e 
novos instrumentos também.  No Barroco, as músicas ficaram mais longas, ganharam 
variedade  e  complexidade  de  performance  instrumental.  Novas  formas  musicais 
surgiram, tais como a ópera barroca, o oratório, a cantata, a suíte e a fuga.  
 
As formas barrocas 
 
• Ópera barroca 
A ópera é um gênero artístico que consiste num drama encenado com música. 
O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como 
cenografia,  vestuários  e  atuação.    No  entanto,  a  letra  da  ópera  (conhecida 
como libreto) é totalmente cantada em lugar de ser falada.  O primeiro grande 
compositor de ópera barroca foi Claudio Monteverdi, com a obra prima Orfeu, 
de 1607. Monteverdi vivia em Veneza e fez desta cidade o centro da ópera no 
início  do  século  XVII.  Foi  lá  que  em  1637  foi  inaugurada  a  primeira  casa  de 
espetáculos dedicados à ópera, o Teatro San Cassiano.  
 
• Oratório 
O oratório é um gênero de composição musical cantada de conteúdo narrativo. 
Semelhante à ópera quanto à estrutura (árias, coros, recitativos, etc.), difere‐se 
desta por não ser destinado à encenação. Em geral, os oratórios têm temática 
religiosa, mas existem alguns de temática profana. Este gênero foi explorado 
com mais intensidade no período Barroco, especialmente por Georg Friedrich 
Haendel, autor do oratório O Messias, muito popularizado pela famoso trecho 
do “Aleluia” e por Johann Sebastian Bach, com suas paixões, cuja mais famosa 
é a Paixão Segundo São Mateus. 
 
• Cantata 
Cantata  é  um  tipo  de  composição  vocal,  para  uma  ou  mais  vozes,  com 
acompanhamento  instrumental,  às  vezes  também  com  coro,  de  inspiração 
religiosa  ou  profana,  contendo  normalmente  mais  de  um  movimento  e  cujo 
texto, em vez de ser historiado, descrevendo um fato dramático qualquer, é 
lírico, descrevendo uma situação psicológica. Uma das mais famosas cantatas 
barrocas é Jesus, alegria dos homens, de J. S. Bach. 
40 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
• Suíte barroca 
Suíte é como se chama o conjunto de movimentos instrumentais dispostos com 
algum elemento de unidade para serem tocados sem interrupções. 
As peças pertencentes à “suíte barroca" eram sempre da mesma tonalidade e 
todas em forma binária, isto é, têm uma seção A e uma seção B. As principais 
danças eram: 
Allemande: originalmente uma dança alemã em compasso binário moderado, 
passa por modificações pelos autores franceses e se transforma numa dança 
em quaternário com o primeiro tempo curto e fraco.  
Courante: a italiana era em 3/4 ou 3/8 rápido, enquanto a francesa era em 3/2 
moderado.  
Sarabanda:  dança  latino‐americana  e  espanhola,  adotada  na  Itália  e 
modificada na França, com andamento mais lento e em 3/2.  
Giga:  dança  inglesa,  com  duas  variantes,  a  francesa  e  a  italiana.  Tem  um 
andamento de moderado a rápido e é em binário composto (6/8, 6/4), ou ainda 
ternário  (3/4)  ou  quaternário  composto  (12/8),  como  é  o  caso  da  vertente 
italiana. 
 
• Fuga 
Em música, uma fuga é um estilo de composição contrapontista, polifônica e 
imitativa,  de  um  tema  principal,  com  sua  origem  na  música  barroca.  Na 
composição  musical  o  tema  é  repetido  por  outras  vozes  que  entram 
sucessivamente e continuam de maneira entrelaçada. Johann Sebastian Bach 
(1685‐1750)  é  geralmente  considerado  o  maior  compositor  de  fugas.  Ele 
freqüentava concursos em que recebia um tema com o qual deveria improvisar 
espontaneamente uma fuga ao órgão ou ao cravo. 
 
Principais compositores do Barroco 
 
C. Monteverdi 
 
  Claudio Monteverdi foi um dos primeiros compositores de ópera, gênero que 
floresceu  muito  no  período  barroco.  Foi  Monteverdi  que  modernizou  a  ópera, 
utilizando uma orquestra maior. Sua famosa ópera Orfeu foi encenada pela primeira 
vez em 1607. 
 
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J. Pachelbel 
 
 
 
Johann  Pachelbel  (1653‐1706),  músico  alemão,  foi  organista,  professor  e 
compositor. Compôs um grande acervo de música sacra e secular. Suas contribuições 
para o desenvolvimento do prelúdio coral e fuga o colocam entre os mais importantes 
compositores  da  época  barroca.  Sua  obra  mais  popular  é  o  Cânone  em  Ré,  muito 
tocado ainda hoje nas trilhas de novela e cinema. 
 
Antônio Vivaldi 
 
 
  O  músico  e  compositor  italiano  Antonio  Vivaldi,  cujo  apelido  era  “O  Padre 
Ruivo”, viveu em Veneza e tornou‐se uma das grandes expressões da música barroca. 
Além de ter se notabilizado como um grande violinista, Vivaldi compôs mais de 600 
concertos, além de óperas e música sacra. Uma das composições mais famosas de sua 
autoria é As 4 Estações. 
 
J. P. Rameau 
 
  Um dos grandes compositores do barroco, Jean‐Phillipe Rameau, era francês e 
além  de  grande  organista  foi  o  autor  do  primeiro  Tratado  de  Harmonia,  obra  que 
influenciou fortemente os músicos nos séculos seguintes. 
42 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
J. S. Bach 
 
  Johann Sebastian Bach foi um dos maiores músicos e compositoras de todos os 
tempos.  Nasceu em 1675 e faleceu em 1750, data que nos livros de história costuma 
marcar o final do período barroco. Seguiu e manteve a tradição de sua família, que era 
toda de músicos. Foi um dos grandes organistas da história, tornando‐se Mestre de 
Capela nas cortes de Weimar e de Cothen, na Alemanha. Naquele tempo esse era o 
posto  máximo  alcançado  por  um  músico  e  compositor.  Como  compositor  da  corte, 
compôs muita música para os cultos da igreja e para as festas e solenidades oficiais da 
monarquia para a qual trabalhava. 
  Bach  casou‐se  duas  vezes  e  teve  ao  todo  20  filhos,  muitos  dos  quais  se 
tornaram músicos respeitados também. Escreveu muitas obras entre concertos, fugas, 
suítes para alaúde e cantatas. Entre as obras mais famosas de Bach podemos citar: 
• Jesus Alegria dos Homens 
• Concertos de Brandenburgo 
Além da obra didática “O Cravo bem Temperado”. 
 
G. F. Haendel 
 
 
 
  Outro grande compositor do período barroco, Georg Frederic Haendel nasceu 
na  Alemanha,  mas  notabilizou‐se  como  Mestre  de  Capela  na  corte  da  Inglaterra. 
Escreveu muitas óperas e oratórios, gêneros muito presentes no período barroco. Sua 
obra mais conhecida é o oratório O Messias, cujo magnífico trecho intitulado “Aleluia” 
popularizou‐se de forma avassaladora, seja em concertos e até mesmo em música de 
publicidade. 
 
43 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Danças e ritmos tradicionais brasileiros 
 
Jongo 
 
Jongo é uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada 
à  cultura  africana  no  Brasil  e  que  influiu  poderosamente  na  formação  do  Samba 
carioca, em especial, e da cultura popular brasileira como um todo.  
Faz parte das chamadas “danças de umbigada”, termo criado por estudiosos de 
nossa música e cultura popular (entre eles, Mário de Andrade, Renato de Almeida e J. 
Ramos Tinhorão).  
O  Jongo  foi  trazido  para  o  Brasil  por  negros  escravos  de  origem  bantu, 
seqüestrados nos antigos reinos de Ndongo e do Kongo, atual região da República de 
Angola. 
No jongo, os pares dançam dentro da roda ao som dos atabaques e “pontos” 
 
Composto  por  música  e  dança  características,  animadas  por  poetas  que  se 
desafiam  por  meio  de  versos  improvisados  na  hora,  em  com  cantigas  ou  pontos 
enigmáticos ('amarrados'). 
 Uma característica essencial da linguagem do Jongo é a utilização de enigmas, 
que  possuem  uma  função  mágica,  que  têm  a  intenção  de  causar  fenômenos 
paranormais. Esse caráter espiritual do jongo pode ser percebido em vários aspectos 
da manifestação: o fato dos instrumentos (a pele dos tambores) serem afinados com 
fogo;  o  fato  dos  tambores  serem  considerados  como  ancestrais  da  comunidade 
(pessoas que já morreram); a dança em círculos com um casal ao centro, que remete à 
fertilidade; sem esquecer, é claro, as ricas metáforas utilizadas pelos jongueiros para 
compor seus "pontos" e cujo sentido é inacessível para os não‐iniciados. 
 
Os instrumentos do jongo: 
 
  Na prática do jongo, alguns instrumentos são essenciais. Entre eles estão, 
 
 
 
 
44 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Os tambores ou atabaques: 
 
• São eles que “falam”, são as vozes dos ancestrais. Têm tamanhos diferentes. O 
maior de todos é comumente chamado de CAXAMBU. O de tamanho menor 
chama‐se CANDONGUEIRO. 
 
 
Outros instrumentos: além dos atabaques, no jongo utilizam‐se também chocalhos, 
entre  eles  o  GUAIÁ,  que  tem  função  de  marcar  a  mudança  de  um  “ponto”.  Outro 
instrumento presente no jongo é a CUÍCA ou PUÍTA. 
 
O Jongo no Rio de Janeiro: 
 
Na cidade do Rio de Janeiro, a região compreendida pelos bairros de Madureira 
e Oswaldo Cruz, nos anos posteriores à abolição da escravatura, centralizou durante 
muito  tempo  a  prática  do  jongo,  atraindo  um  grande  número  de  migrantes  ex‐
escravos, oriundos das fazendas de café do Vale do Paraíba.  
 
Representantes do Jongo da Serrinha, com Vó Maria ao centro 
 
45 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Entre os precursores da implantação do Jongo nesta área se destacaram a ex‐
escrava  Maria  Teresa  dos  Santos  (Vó  Tereza)  e  seus  parentes,  além  de  diversos 
vizinhos  da  comunidade,  entre  os  quais  Mano  Elói  (Eloy  Anthero  Dias),  Sebastião 
Mulequinho  e  Tia  Eulália,  todos  fundadores  da  Escola  de  Samba  Império  Serrano, 
sediada no Morro da Serrinha, em Madureira. Vó Maria, filha de Vó Tereza, e seu filho 
Darcy também ficaram muito conhecidos como criadores de “pontos”. 
 
Ciranda 
 
A Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. Sua prática 
é muito presente na Ilha de Itamaracá. É dança de roda, muito praticada 
nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de um ritmo 
lento, compassado e repetido. Aquele que inicia a ciranda é chamado de 
Mestre e os que dançam cirandeiros. 
Na ciranda são utilizados basicamente instrumentos de percussão: o 
bumbo ou tambor, o tarol ou caixa de guerra e o ganzá (chocalho). No 
entanto,  eventualmente  utilizam‐se  instrumentos  harmônicos  como  a 
sanfona. 
 
 
Pintura representando uma roda de ciranda (Aracy) 
 
A dança: 
 
Na  marcação  do  bumbo,  os  cirandeiros  pisam  forte  com  o  pé 
esquerdo à frente. Num andamento para a direita na roda de ciranda, os 
dançarinos dão dois passos para trás e dois passos para a frente, sempre 
marcando o compasso com o pé esquerdo à frente. Os passos podem ser 
simples  ou  coreografados.  Podem  dançar  homens,  mulheres  e  crianças, 
sempre  de  mãos  dadas.  As  mãos  se  levantam  de  vez  em  quando  ao 
mesmo  tempo em que os cirandeiros entoam um (Hei!). 
46 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cateretê 
 
O cateretê é uma típica dança rural brasileira. Com nome de origem 
tupi,  a  dança  também  apresenta  características  africanas.  Dança‐se  em 
duas  filas,  uma  de  homens  e  outra  de  mulheres,  que  evolucionam  uns 
diante dos outros ao som de palmas e bate‐pés. Os instrumentos usados 
são as violas. São os violeiros que cantam no intervalo da dança e dirigem 
as evoluções do bailado. 
 
Uma das mais famosas mestres de ciranda é Lia de Itamaracá: 
 
Cirandeira de Itamaracá, ilha perto de Recife, Maria Madalena Correia do 
Nascimento ficou conhecida como Lia de Itamaracá desde os anos 60, quando a 
compositora e cantora Teca Calazans registrou a quadra "Esta ciranda quem me 
deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá".  
 
Lia canta e compõe desde a infância, e em 1977 gravou seu primeiro disco, 
o  LP  "A  Rainha  da  Ciranda".  Mas  não  enveredou  pela  vida  artística  e  continuou 
trabalhando como merendeira em uma escola de sua cidade. Na década de 90 foi 
redescoberta pelo produtor Beto Hees, que a levou para participar do festival Abril 
Pro Rock em 1998, com grande êxito. Com repertório que inclui coco de raiz e loas 
de  maracatu,  além,  é  claro,  de  cirandas,  acompanhadas  por  percussões  (ganzá, 
surdo, tarol, congas) e saxofone, gravou o segundo álbum em 2000, o CD "Eu Sou 
Lia",  lançado  inicialmente  pela  Ciranda  Records  e  depois  pela  Rob  Digital.  Por 
ocasião do lançamento, apresentou‐se em outras capitais e ministrou workshops. 
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Frevo 
 
O Frevo é um ritmo pernambucano derivado da marcha, do maxixe 
e da capoeira. Surgiu em Recife no final do século XIX. Muito executado 
durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em que 
capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e 
proteger seu estandarte. Da junção da capoeira (espécie de luta marcial 
brasileira)  com  o  ritmo  do  frevo  nasceu  o  passo,  a  dança  do  frevo. 
Acredita‐se que as sombrinhas coloridas hoje tão comuns nas mãos dos 
passistas  de  frevo  sejam  uma  estilização  das  armas  utilizadas  pelos 
capoeiristas de outrora. 
 
A beleza das coreografias do frevo encanta a todos 
 
A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a 
designar: efervescência, agitação, confusão ou rebuliço. 
Os instrumentos mais usados no frevo são os típicos de orquestra 
de  metais  (trombones,  trompetes,  tubas,  flautas,  entre  outros)  e  de 
percussão,  mas  podem‐se  utilizar  outros  instrumentos,  principalmente 
nos grupos mais contemporâneos de frevo com guitarras, teclados, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de frevo: 
 
Frevo de rua é frevo tocado por orquestra instrumental, sem cantores. 
Frevo  canção  é  um  estilo  de  canção  com  uma  introdução  orquestral 
típica  dos  frevos  de  rua.  São  vários  os  seus  intérpretes.  Entre  os 
compositores de frevo‐canção destacam‐se Capiba e Alceu Valença. 
Frevo de bloco é um frevo executado por orquestra de pau e cordas. É 
chamado pelos compositores mais tradicionais de "marcha‐de‐bloco". 
O  Frevo‐de‐Bloco  é  o  típico  estilo  das  agremiações  tradicionalmente 
denominadas “Blocos Carnavalescos Mistos”, com efetiva participação da 
mulher, principalmente as mulheres da classe média, na folia de rua do 
Recife. Existem blocos muito famosos como o Galo da Madrugada. 
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Samba 
 
O  samba  é  um  gênero  musical  e  um  tipo  de  dança  de  origem 
africana  recriada  no  Brasil  por  descendentes  de  escravos,  no  início  do 
século  XX.  Considerado  uma  das  principais  manifestações  culturais 
populares brasileiras, a partir dos anos 1930 o samba se transformou em 
símbolo de identidade nacional. 
No  Rio  de  Janeiro,  o  samba  nasceu  sob  a  influência  dos 
descendentes  de  escravos,  muitos  vindos  da  Bahia,  instalados  na  Praça 
Onze  e  outros  das  regiões  de  fazendas  do  Vale  do  Paraíba,  depois  da 
abolição da escravatura no Brasil. Muitos ex‐escravos migraram para o Rio 
de Janeiro em busca de trabalho e se instalaram na região dos bairros de 
Madureira e Oswaldo Cruz. Ligado à vida nos morros, das favelas cariocas, 
o  samba  falam  da  vida  urbana,  dos  trabalhadores  e  das  dificuldades  da 
vida diária. 
 
Principais tipos de samba:   
 
Samba‐enredo 
Surgiu no Rio de Janeiro durante a década de 1930. Como o nome diz, o 
samba  deve  contar  o  enredo  que  a  escola  de  samba  escolheu  para  o 
desfile. Geralmente aborda temas sociais, históricos e culturais.  
 
As baterias das Escolas de samba são a maior atração dos desfiles 
 
Samba de partido alto 
É  o  chamado  samba  de  terreiro,  com  letras  improvisadas,  que  canta  a 
realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo de grandes 
mestres  do  samba.  Os  compositores  cariocas  de  partido  alto  mais 
conhecidos são:  Almir Guineto, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Zeca 
Pagodinho.  
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Pagode 
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, na década de 1970. Conquistou as 
rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e 
utiliza  instrumentos  de  percussão  e  sons  eletrônicos.  Espalhou‐se 
rapidamente  pelo  Brasil,  graças  às  letras  simples  e  românticas.  Os 
principais grupos são: Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, 
Raça  Negra,  Katinguelê,  Patrulha  do  Samba,  Pique  Novo,  Travessos,  Art 
Popular. 
 
Samba‐canção 
Surge  na  década  de  1920,  com  ritmos  lentos  e  letras  sentimentais  e 
românticas.  Até  a  década  de  1950  teve  grandes  compositores  como 
Dorival Caymmi e Tom Jobim e intérpretes como Ângela Maria, Dolores 
Duran, Maysa, Nelson Gonçalves, entre outros.  
 
Samba‐exaltação 
Com  letras  patrióticas  e  ressaltando  as  maravilhas  do  Brasil,  com 
acompanhamento  de  orquestra.  Exemplo:  Aquarela  do  Brasil,  de  Ary 
Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves. 
 
Moreira da Silva, o lendário Kid Moringueira 
 
Samba de breque 
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir 
comentários  de  caráter  crítico  ou  humorístico.  Um  dos  mestres  deste 
estilo foi Moreira da Silva, o “Kid Moringueira”.  
 
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Danças dramáticas brasileiras 
 
É uma designação proposta por musicólogos como Mário de Andrade para as 
danças que envolvem enredo e encenação. Algumas danças dramáticas fazem parte 
dos costumes do povo brasileiro, entre elas destacam‐se: 
 
O “Bumba meu boi” 
 
O  bumba‐meu‐boi  é  uma  dança  dramática  brasileira,  que  ocorre 
principalmente  na  região  Nordeste.  A  dança  surgiu  no  século  XVIII  (dezoito)  como 
forma  de  crítica  à  situação  social  dos  negros  e  índios.  O  bumba‐meu‐boi  combina 
elementos de comédia, drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do 
homem, a força bruta de um boi, tendo como tema de fundo a “ressurreição”. 
 
 
O bumba‐meu‐boi une elementos das culturas européia, africana e indígena.  
Enredo  e  personagens:  O  enredo  gira  em  torno  da  história  de  um  rico 
fazendeiro  que  possui  um  boi  muito  bonito,  que  sabe  dançar.  “Pai  Chico”,  um 
trabalhador da fazenda, rouba o boi para satisfazer sua mulher “Catirina”, que está 
grávida e sente uma forte vontade de comer a língua do boi. O fazendeiro manda seus 
empregados  procurarem  o  boi  e  quando  o  encontra,  ele  está  morto.  Os  pajés  são 
chamados para ressuscitarem o boi. Depois de rezarem o boi renasce e todos celebram 
a saúde do boi com grande festa. 
 
O Boi de Parintins: 
 
A  cidade  de  Parintins  no  Amazonas,  norte  do  Brasil,  tem  uma  forte  tradição 
com  a  encenação  do  Bumba  meu  boi.  Lá  existem  duas  agremiações:  a  do  Boi 
Garantido (que defende a cor vermelha) e a do Boi Caprichoso (que defende a cor 
azul), que se “duelam” no grande festival. Hoje em dia esta festa atrai uma quantidade 
enorme de turistas, que vão apreciar a encenação dos dois “Bois” no “Bumbódromo” 
51 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
da cidade, uma espécie de “sambódromo” para o Bumba‐meu‐boi. As alegorias são 
ricas como nos desfiles das escolas de samba. 
 
 
Imagens do festival de Parintins
 
O  bumba‐meu‐boi  possui  diversas  denominações  em  todo  o  Brasil.  No 
Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas a dança é chamada de bumba‐meu‐boi, no 
Pará e Amazonas, boi‐bumbá, em Pernambuco, boi‐calemba, na Bahia, boi‐janeiro, no 
sul, boi‐de‐mamão, etc. 
 
Maracatu 
 
  Maracatu  é  uma  dança  dramática  brasileira  muito  praticada, 
principalmente  em  Pernambuco.  É  formada  por  uma  percussão  que 
acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares 
do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e européia. Surgiu 
em meados do século XVIII.  Sua encenação traz diversas características da 
cultura dos afro‐descendentes. 
 
Rainha e Rei de um Maracatu pernambucano 
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Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como 
Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição da Coroação 
dos  Reis  do  Congo,  uma  encenação  criada  pelos  escravos  e  permitida  pelos 
portugueses no Brasil. 
 
Os grandes tambores do maracatu são chamados de alfaias 
 
Os personagens dos Maracatus: 
 
Do  cortejo  do  Maracatu  Nação  participam  entre  30  e  50  figuras.  Entre  elas 
estão o Porta‐estandarte, trajado à Luís XV (como nos clubes de frevo), que conduz o 
estandarte.  Atrás,  vêm  as  Damas  do  Paço,  no  máximo  duas,  e  que  carregam  as 
Calungas, que são bonecas que simbolizam uma rainha morta. 
 
Calunga na mão de uma dama do passo 
 
Depois  das  Damas  do  Paço  segue  a  corte:  Duque  e  Duquesa,  Príncipe  e 
Princesa, um Embaixador (nos Maracatus mais pobres o Porta‐estandarte vale como 
Embaixador). 
A corte abre alas para o Rei e a Rainha, que trazem coroas douradas e vestem 
mantos de veludo bordados e enfeitados com arminho. Nas mãos trazem pequenas 
espadas e cetros reais.  
Alguns Maracatus incluem nesse trecho do cortejo também meninos lanceiros 
e a figura do Caboclo de Pena, que representa o indígena brasileiro e tem coreografia 
complicadíssima. 
 
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Pastoril 
 
A  encenação  do  Pastoril  integra  o  ciclo  das  festas  natalinas  do  Nordeste, 
particularmente, em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. O pastoril é 
um dos quatro principais espetáculos populares nordestinos, denominados de danças 
dramáticas por Mário de Andrade. O povo participa ativamente dos pastoris. O auto, 
ou enredo contado, do pastoril é todo relacionado com o Natal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pastoril 
Composição: Ednardo 
 
Venho da maravilha 
Do mel da Jandaíra 
Cheiro à flor de mangueira 
Venho da maraponga 
Pitanga milonga 
Me língua de sol e de 
dengue 
Pra mim do final dessa praia 
Sacode a barra da saia 
Sacode a barra da saia 
Que eu te vejo por inteira 
Que eu te vejo por inteira 
Desde o regaço do norte 
À corredeira do sul 
Teu riso é uma bandeira 
Escorre como um riacho 
Acho claro eu e tu 
Papel seda flor do mato e 
cetim 
Pra te cantar pastorinha 
Te trago dentro da minha 
Chuva de luz no dourado 
Fina areia prateada 
Na asa da borboleta 
Meu anjo solto no espaço 
Espanta o mal e afasta 
E deixa brilhar estrelas 
Em constelações de luz 
Em canções cheias de luz 
No céu das nossas cabeça
 
O “AUTO” DO PASTORIL 
 
O “auto” conta a história das pastoras a caminho de Belém, onde nasceu 
Jesus. Lusbel lança mão de muitas artimanhas para desviá‐las do caminho e só 
não consegue o seu intento graças às interferências de São Gabriel. Frustrado, 
Satanás  convence  Herodes  a  promover  a  degola  dos  inocentes,  mas  este  é 
castigado  porque  os  soldados  matam  o  seu  filho.  Herodes  se  arrepende  e  é 
salvo, enquanto o Demônio é mais uma vez derrotado. 
 
 
O auto é todo escrito em versos e musicado, com um prólogo, dois atos e 
um epílogo. A comicidade, uma das características mais fortes dos espetáculos 
populares  do  Nordeste,  aos  poucos  também  foi  aparecendo  no  Pastoril.  As 
pastorinhas se dividem em dois cordões, o azul e o encarnado. 
Os principais personagens do pastoril são: a Mestra, a Contra‐mestra, a 
Diana,  a  Borboleta,  as  Pastorinhas,  o  Pastor.  Os  trajes:  saias,  blusas,  faixas, 
aventais, chapéu de palhinha, nas cores azul e encarnado. Levam um pandeiro 
feito de lata, com cabo e sem tampa, ornado de fita com a cor do cordão a que 
pertence. Acompanhamento: conjunto de percussão e sopro.
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Créditos, fontes e bibliografia 
 
Elaboração e edição da apostila: 
 
Profª Mônica Leme (edição final) 
Profª Milena Tibúrcio (pesquisa e textos) 
Profª Isabel Cristina Borges de Medeiros (pesquisa, textos e exercícios) 
 
Carolina Couto (Ilustrações da capa) 
 
Bibliografia: 
 
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Enciclopédias e Dicionários: 
 
500 Anos da Música Popular Brasileira – com CD homônimo – Edição do Museu da 
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Dicionário GROVE de Música ‐ Edição concisa. Rio de Janeiro: J. Zahar. 
 
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Homem gritando 
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Passarinho cantando 
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Tuba 
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Flautim 
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Câmara anecóica 
http://blog.educastur.es/practicainstrumental/files/2008/03/anecoica‐1.jpg 
Músicos chineses 
http://pro.corbis.com/images/AABN001276.jpg?size=67&uid=%7BAB8B4BDF‐549D‐4E0E‐A01D‐
4914812862E2%7D 
Alaúde 
http://www.overmundo.com.br/_agenda/img/1205853804_alaude.jpg 
Guitarra 
http://www.aleac.ac.gov.br/aleac/edvaldomagalhaes/images/stories/guitarra‐papel.jpg 
Guido D´Arezzo 
http://www.cpmusical.com.br/biografias/fotos/CP94.jpg 
Abafador de ruídos 
http://www.solucaoepi.com.br/imgProdutos/97_G_Abafador‐de‐ruidos‐exc.jpg 
Aparelho fonador 
http://i93.photobucket.com/albums/l68/Atsiluap/Variado/fonador.gif 
Teclado do piano com notas 
http://walmirsilva.files.wordpress.com/2008/04/escala_teclado_musical.jpg 
Simpsons gritando 
http://www.meupapeldeparedegratis.com.br/cartoons/pages/screaming‐simpsons.asp 
O cantor Roberto Carlos 
http://www.depositonaweb.com.br/wp‐content/uploads/roberto_carlos.jpg 
A cantora Ivete Sangallo 
http://www.fashionbubbles.com/wp‐content/uploads/2009/01/ivete‐sangalo‐look‐branco.jpg 
Crianças cantando 
http://www.sec.pb.gov.br/sec2007/images/stories/criancas‐cantando‐enquanto‐tocando‐musical‐
instrumento‐‐ispc054012.jpg 
Índios botocudos 
http://4.bp.blogspot.com/_y2KqGNl‐M18/SC2feZILu6I/AAAAAAAAABo/iX‐
ZGFDpTXo/s320/botocudos.jpg 
Cantores de ópera 
http://www.rosalindplowright.com/AllStarsGallery/Maddelna_Andrea_Chenier_ROH_1984_with_Jose_
Carreras.jpg 
Coro jovem 
http://z.about.com/d/webclipart/1/0/p/z/2/sing12.gif 
Garoto cantando 
http://thumbs.dreamstime.com/thumb_179/1188378647htf8w0.jpg 
Farinelli, o castrati 
http://mediatheque.ircam.fr/sites/voix/images/oeuvres/farinelli1.jpg 
Maria Callas 
http://www.warnerclassicsandjazz.com/assets/artist/images/825646%209814‐
4%201_callas_rgb_72dpi_wtih‐spine_low‐res_crop.jpg 
Cassia Eller 
http://4.bp.blogspot.com/_‐
XPnDCUY4S8/SG5ykz9wNvI/AAAAAAAAAgI/erToeMWUj6M/s320/CassiaEller.jpg 
Os 3 tenores 
http://www.estadao.com.br/fotos/pavarotti9.jpg 
Barroco mineiro: pintura de Ataíde 
http://www.historiamais.com/ataide.jpg 
J. S. Bach 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Sebastian_Bach 
Jongo da serrinha 
http://www.jornaldosamba.blogger.com.br/jongo_da_serrinha.jpg 
56 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
Dançando o jongo 
http://www2.petrobras.com.br/cultura/images/espacovirtual/galerias/encontro_de_jongueiros_10.jpg 
Ciranda (pintura de Aracy) 
http://s3.amazonaws.com/rede_prod/assests/0047/2791/Aracy_ciranda_de_roda_30X40_thumb.jpg 
Lia de Itamaracá 
http://www.estadao.com.br/fotos/lia2.jpg 
Cateretê 
http://www.salesianost.com.br/ens_fund/7ano/diversidades_brasil/7f/sudeste2/02051.jpg 
Frevo 
http://www.ufrpe.br/arquivos/upload/frevo3.JPG 
Bateria 
http://g1.globo.com/Carnaval2008/foto/0,,12124450‐EX,00.jpg 
Haendel 
http://www.mucd.de/Bilder/haendel2.jpg 
Monteverdi 
http://www.iicchicago.esteri.it/IIC_Chicago/webform/..%5C..%5CIICManager%5CUpload%5CIMG%5C%5
CChicago%5Cmonteverdi_1.jpg 
Pachelbel 
http://www.ofletters.com/composers/pachelbel.jpg 
Rameau 
http://www.circolodellamusicaimola.eu/2007_2008/3_marzo/Jean‐Philippe_Rameau.jpg 
Inatrumentos primitivos 
www.canalkids.com.br/arte/danca/baila.htm 
Regional de choro 
http://www.agemaduomi.com.br/_casadasmaquinas/_historia‐do‐choro.jpg 
Led Zeppelin 
http://www.rocumentaries.com/pics/led‐zeppelin‐1972‐20060902‐03.jpg 
Quarteto de cordas 
http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/3978376.jpg 
Bumba meu boi 
http://www.badaueonline.com.br/dados/imagens/bumba%20boi.jpg 
Rei e rainha do maracatu 
http://www.krulik.com.br/cite/images/01_Rainha_Maracatu.jpg 
Alfaias 
http://www.imageandnarrative.be/worldmusica/images/bart02.jpg 
Calunga 
http://iconacional.blogspot.com/2008/08/blog‐post.html 
Pastoril 
http://www.pirenopolis.com.br/fotos/pastorinhas 
 
57 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: ELEMENTOS DA MÚSICA 
 
I.  Leia a partitura musical Ciranda da Lia e faça os itens a seguir (ver no portal): 
 
1. O tipo de compasso é ............................................... 
 
2. A figura de ritmo de maior duração nesta música chama‐se ....................................... 
 
3. Discrimine o(s) compasso(s) em que esta figura mais longa aparece: 
.......................................... 
 
4. As demais figuras de ritmo são: 
 
Nome:......................................  Desenho:                     Valor:.................... 
 
Nome: .....................................  Desenho:                      Valor: .................. 
 
5. No compasso de nº ___  há uma pausa de ...................................., que  vale ........... 
tempo(s). 
 
6. Há sinal de repetição? Qual?...................................................................... 
 
7. Em que compassos aparecem ligaduras? 
 
.................................................................................................................... 
 
8. As três notas iniciais são ............., .............. e ............. 
 
9. A música termina com a nota ........... 
 
II. Preencha a tabela abaixo, identificando o nome da figura, o desenho, a pausa e o número 
que a representa: 
Nome da figura  Desenho da figura Pausa da figura Número da figura 
Semibreve 
 
              4 
Colcheia 
             16 
 
III. Complete somente onde precisar com figuras de ritmo ou pausas: 
 
 
 
58 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: 
ELEMENTOS DA MÚSICA 
 
Maracatu misterioso / O meu boi morreu (ver no portal) 
 
EXERCÍCIO:  
 
1) A partitura está em compasso ................................................ 
2) O  sinal  de  repetição  chama‐se  ............................................................  e  indica  que  se 
deve repetir entre os compassos de nº ___ e ____.  
3) Em  toda  a  música  há  somente  pausas  de  ...........................................Cada  uma  vale 
............. de tempo. Elas estão nos compassos .........., .......... e ........... 
4) Os nomes das notas do 3º compasso são: .........., ......., ......., ......., .......... e ........... 
5) Há notas duplicadas em 8ªs.  nos compassos .......... e ............. 
6) Os nomes das notas do 10º compasso são : ......., ......, ......, ......., ......., ......, ...... e ......... 
7) Desenhe a figura de ritmo de maior duração nesta música: ....................................... 
8) Desenhe a figura de ritmo de menor duração nesta música: .......................................... 
 
EXERCÍCIO – Elementos da música: 
 
a) Dar nome às notas: 
 
     b) Desenhar a escala de dó ascendente e descendente em semibreves: 
 
b) Dividir com barras os compassos abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: 
 
A VOZ E OS CONJUNTOS VOCAIS 
 
1. Marque as atitudes corretas para ser um bom cantor: 
(      ) Pronunciar claramente as sílabas e as palavras. 
(      ) Estar sempre de boa aparência. 
(      ) Usar uma expressão que permita ao ouvinte captar o sentido do que está transmitindo. 
(      ) Confiar na intuição, desprezando o preparo vocal. 
(      ) Manter‐se relaxado, sem levantar os ombros. 
(      ) Fazer exercícios para aumentar sua capacidade pulmonar. 
 
2. O que é o aparelho fonador? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
3. O que é tessitura? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
4. A “muda vocal” ocorre em que fase de idade? 
_________________________________________________________________ 
 
5. Por que a “muda de voz” é mais evidente no sexo masculino do que no feminino? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
6. No Brasil, comumente classificamos as vozes infantis em ______________________________ e 
__________________________________. 
 
7. Complete o quadro das vozes femininas: 
 
Voz aguda  
Voz média   
Voz grave  
 
8. Complete o quadro das vozes masculinas:  
 
Voz aguda  
Voz média   
Voz grave  
 
 
9. O que são conjuntos mistos? 
_________________________________________________________________ 
 
10. Dê um exemplo de pequeno conjunto vocal e outro de grande número de pessoas:  
 
 
____________________________  
 
        ____________________________ 
 
60 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: 
 
LINHAS SUPLEMENTARES 
 
  Há notas que ficam acima ou abaixo do pentagrama porque a maior parte dos instrumentos 
musicais  e  das  vozes  pode  alcançar  mais  notas  do  que  apenas  aquelas  que  ficam  nas  cinco  linhas  e 
quatro  espaços.  Estas  outras  notas  se  escrevem  acima  ou  abaixo  do  pentagrama  sobre  umas  linhas 
pequenas, às quais denominamos:  
• Linhas suplementares superiores 
• Linhas suplementares inferiores 
 
                                                                            
 
 
         
 
 
As sete notas musicais se repetem em seqüência ascendente desde a região sonora gravíssima 
à agudíssima, assim como em seqüência descendente, isto é, da agudíssima para a gravíssima. Um dos 
modos de facilitar a identificação de qual “dó” deseja‐se que você toque ou escreva na pauta musical é 
através da numeração da escala (série de notas). É muito fácil!  
 
 
 
 
  
 
 
Coloque os nomes nas notas: 
 
 
 
Escreva no pentagrama as notas: 
 
                       sol3         ré3          dó3       dó4        si3        ré4       sol4         lá4       mi4          
 
 
 
 
Seqüência 3 = compreende o dó central (médio) até ao si.
Seqüência 4 = compreende o dó no 3º espaço até ao si suplementar superior
61 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO:
ELEMENTOS DA MÚSICA
De acordo com partitura musical abaixo, coloque V quando verdadeiro ou F quando 
falso às afirmações que se seguem: 
Ó ABRE ALAS
(marcha de carnaval)
Chiquinha Gonzaga
a)  (       )  A figura rítmica de maior duração é a mínima. 
b)  (       )  Andante indica tocar a música em andamento moderado. 
c)  (       )  A música tem, no total, 11 compassos. 
d)  (       )  A  nota  lá3  em  colcheia  do  6º  compasso  está  ligada  a  uma  nota  de  igual 
duração e altura. 
e)  (       )  A nota mais aguda que aparece é um mi4. 
f)  (       )  A nota ré4 aparece seis vezes na partitura. 
g)  (       )  Na música há seis tipos de pausas. 
h)  (       )  O final da música é no compasso 9. 
i)  (       )  O sinal de intensidade diz que a música deverá ser tocada suavemente. 
j)  (       )   D.S. al Fine indica  repetição da música a partir do sinal até a palavra Fine. 
62 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO:
CONJUNTOS MUSICAIS
Correlacione as duas colunas: 
 
A‐  Pequeno conjunto 
instrumental 
  (        )  Orquestra Sinfônica  
B‐  Pequeno conjunto vocal    (        )  Duo de vozes masculinas 
C‐  Grande conjunto 
instrumental 
  (        )  Coro do Teatro Municipal do Rio de 
Janeiro 
D‐  Grande conjunto vocal    (        )  Quarteto de Cordas 
 
 
Responda:  
 
a) O que é uma Banda de Música militar ou civil? Cite nomes de três instrumentos 
característicos. 
 
............................................................................................................................................ 
 
............................................................................................................................................ 
 
............................................................................................................................................ 
 
............................................................................................................................................ 
 
 
b) O que é um regional de choro? Cite nomes de três instrumentos característicos. 
 
............................................................................................................................................ 
 
............................................................................................................................................ 
 
............................................................................................................................................ 
 
............................................................................................................................................ 
 
 
 
63 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO:
CONJUNTOS INSTRUMENTAIS
A  Orquestra  Sinfônica  é  formada  por  vários  instrumentos  das  famílias  de 
metais,  madeiras,  cordas  e  percussão.  Cada  músico  desempenha  a  sua  função  para 
que o conjunto seja harmonioso. Dê o nome às famílias de instrumentos conforme o 
desenho abaixo: 
 
 
 
Classificação dos instrumentos musicais: 
 
Os  instrumentos  musicais  são  classificados  conforme  o  material  de  que  são 
confeccionados  e  a  forma  como  o  som  é  produzido.  Complete  com  a  classificação 
correta: 
 
________________________são os instrumentos que produzem som por meio 
do ar, como flautas e trompetes, por exemplo. 
 
_____________________________  são  os  instrumentos  que  produzem  som 
pela vibração de cordas, tais como o violão, o violino e a harpa. 
 
_____________________________________  são  os  instrumentos  que 
produzem  som  por  meio  da  vibração  de  membranas,  como  é  o  caso  dos 
tambores em geral. 
 
_____________________________  são  instrumentos  que  produzem  som 
através da vibração de seu próprio corpo, como é o caso das claves e sinos. 
 
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  • 2. 2 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Introdução  sta apostila é fundamentada com base no Plano Político Pedagógico para  Educação  Musical  elaborado  pelo  Colegiado  do  Departamento  de  Educação  Musical  do  Colégio  Pedro  II.  Nela  estão  organizados  diversos  conteúdos sugeridos para a 7ª Ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de orientar  as atividades de ensino e aprendizagem.  Assim,  sugerimos  uma  revisa  dos  conteúdos  das  séries  anteriores,  além  de  leitura  musical e prática instrumental:     Técnicas básicas de canto: respiração, afinação e emissão.  Técnicas básicas da flauta doce soprano: sopro, respiração, digitação e postura.  Técnicas básicas de instrumentos disponíveis e a critério do professor (sons corporais,  por exemplo). Repertório sugerido para o 7º ano (ou a critério do professor):    O Pastorzinho (Suzigan & Mota. Método de Iniciação Musical para Jovens e   Crianças. São Paulo: G4, 2001)  A Rã (Suzigan & Mota)  Lua de São Jorge (Suzigan & Mota)  Anunciação (arranjo do portal: www.portaledumusicalcp2.mus.br)  Medley Cirandas (Ciranda da Lia / Cirandeiro) (arranjo do portal)  Medley Maracatu Misterioso / O Meu Boi Morreu (arranjo do portal)    Conteúdo programático para o 7º ano:    1. Elementos da música  O Som e seus parâmetros  O Silêncio  O que é música?  2. Notação Musical  Como se escrever música?  Escalas Naturais   3. A Notação Musical no Ocidente: uma História  CLAVE: o que é e para que serve?  Duração – quadro das durações e suas pausas  Pulso e compassos – tipos de compassos  Alguns sinais gráficos utilizados para facilitar a escrita musical  Sinais de repetição  Sinais de intensidade  Tipos de andamentos e sinais de andamento  4. Estrutura e forma em música  Forma binária/ternária/rondó  Textura em música  5. Saúde auditiva e saúde vocal        E 
  • 3. 3 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br 6. Vozes humanas  Classificação das vozes humanas  Tessitura  Muda vocal  Conjuntos vocais  7. Instrumentos musicais  Classificação  Conjuntos instrumentais  8. História da Música Ocidental: a música Barroca  9. Danças e ritmos tradicionais brasileiros  10. Danças dramáticas  11. Créditos, fontes e bibliografia  12. Atividades de fixação  13. Hinos  (Hino  Nacional  Brasileiro,  Hino  da  Independência  do  Brasil  e  Hino  dos  Alunos do Colégio Pedro II)   
  • 4. 4 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br O SOM E SEUS PARÂMETROS  Você já percebeu como o mundo está cheio de sons?   Mas você já parou para pensar o que é o SOM?  Pois  bem,  som  é  tudo  o  que  nossos  ouvidos  podem  ouvir,  sejam  barulhos,  pessoas falando ou mesmo música! Os sons que nos cercam são expressões da vida, da  energia e do universo em vibração e movimento.   Experimente fechar os olhos e ficar atento aos sons que nos cercam.      E então, percebeu como o silêncio é algo quase impossível?  Os cientistas nos ensinam que o som é o resultado das vibrações das coisas.  Tudo o que existe na natureza pode vibrar. Essas vibrações se propagam pelo ar ou por  qualquer outro meio de condução, chegam aos nossos ouvidos e são transmitidas ao  cérebro para que possam ser identificadas.   A  vibração  regular  desses  objetos  produz  sons  com  altura  definida,  em  que  você percebe como uma “nota musical”. Esses sons são chamados de sons musicais.  Por exemplo, os sons produzidos pela flauta doce ou outros instrumentos musicais.                      Já  a  vibração  irregular  produz  sons  sem  altura  definida,  em  que  você  não  consegue distinguir a “nota musical”. Alguns desses sons são popularmente chamados  de “barulhos” ou “ruídos”. Por exemplo: o som de um avião ou de um liquidificador.  Alguns instrumentos de percussão, como os tambores, também não possuem altura  definida.   
  • 5. 5 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br     As principais características ou parâmetros dos sons    INTENSIDADE – É a propriedade que nos permite distinguir sons fortes e sons fracos. É  o grau de volume sonoro. A intensidade do som depende da força empregada para  produzir as vibrações.   FORTE ou piano  Alguém gritando em um megafone e o canto de um pequeno pássaro são exemplos de sons fortes e fracos DURAÇÃO – É a propriedade que nos permite distinguir sons longos e sons curtos. Na  música o som vai ter sua duração definida de acordo com o tempo de emissão das  vibrações.   LOOOOOOOOOOOOOONGO ou CURTO    ALTURA – É a propriedade do som que nos permite distinguir sons graves (som mais  “grossos”), médios e agudos (sons mais “finos”). A velocidade da vibração dos objetos  é que vai definir sua altura. As vibrações lentas produzem sons graves e as vibrações  rápidas produzem sons agudos.  Agudo, Médio ou Grave    Curiosidade: a altura dos sons depende também do tamanho dos corpos que vibram.  Uma corda fina e curta produz sons mais agudos que os de uma corda longa e grossa.  Assim como uma flauta pequenina de tubo bem fino também produz sons mais agudos  do que um instrumento de sopro com um tubo longo e grosso como a TUBA! 
  • 6. 6 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br   Menina ao flautim e uma Tuba    TIMBRE – É a propriedade do som que nos permite reconhecer sua origem. O timbre  diferencia,  “personaliza”  o  som.  Por  meio  do  timbre  identificamos  “o  que”  está  produzindo  o  som.  Por  exemplo:  quando  ouvimos  uma  pessoa  falar,  um  celular  tocando ou mesmo um gatinho miando podemos saber qual fonte sonora produziu o  som por causa do timbre.          O Silêncio    Entendemos  por  silêncio  a  ausência  de  som,  mas,  na  verdade,  a  ele  correspondem os sons que já não somos capazes de ouvir. Tudo vibra, em permanente  movimento, mas nem toda vibração transforma‐se em som para os nossos ouvidos!  Existem  sons  que  são  tão  graves  ou  tão  agudos  que  o  ouvido  humano  não  consegue  perceber.  Alguns  animais  possuem  a  capacidade  de  emitir  e  até  mesmo  escutar esses sons! O elefante, por exemplo, emite infra‐sons (sons muito graves), que  podem ser detectados a uma distância de 2 km! Já o cachorro e o gato conseguem  ouvir ultra‐sons (sons muito agudos).   O silêncio é algo complexo de experimentar: se ficarmos em silêncio, em sala  de aula, ainda assim ouviremos algum som.       Psiu! Vamos experimentar?   
  • 7. 7 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br   O elefante emite e ouve sons muito graves que nós não conseguimos ouvir!    Curiosidade:  um  compositor  norte‐americano  chamado  John  Cage  (1912‐1992)  realizou  uma  experiência  muito  interessante:  ele  queria  vivenciar  a  sensação  de  plenitude silenciosa e, em busca do “silêncio total”, entrou uma câmara anecóica, ou  seja, uma cabine totalmente à prova de sons. Após alguns segundos, Cage concluiu  que  o  silêncio  absoluto  não  existe,  pois  mesmo  no  interior  da  câmara  anecóica  ele  ouvia dois sons: um agudo, produzido por seu sistema nervoso, e outro grave, gerado  pela circulação do sangue nas veias! Incrível!    Homem dentro de uma câmara anecóica           
  • 8. 8 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br O que é Música?  A  música  (palavra  derivada  do  idioma  grego  e  cujo  significado  é  “a  arte  das  musas”) pode ser definida como uma sucessão de sons e silêncios organizados com  equilíbrio e proporção ao longo do tempo.   A  música  é  uma  criação  essencialmente  humana.  É  uma  prática  cultural  presente em todo e qualquer grupo humano. Não se conhece nenhuma civilização ou  grupo  social  que  não  tenha  produzido  ou  possua  manifestações  musicais  próprias.  Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada uma  forma de arte: A ARTE DOS SONS!  Cada grupo humano define música de uma maneira muito própria:  Um grupo de músicos tradicionais chineses  A  música  é  uma  linguagem  que  pode  ser  definida  e  interpretada  de  várias  maneiras,  em  sintonia  com  o  modo  de  pensar  e  com  os  valores  de  cada  época  ou  cultura  em  que  foi  produzida.  Muitos  instrumentos  musicais  utilizados  hoje,  por  exemplo, sequer existiam há tempos atrás. Na música contemporânea, por exemplo, é  comum utilizarmos “ruídos”, sons considerados “não musicais”, fato inadmissível na  Idade Média!  Instrumento de épocas diferentes: o antigo alaúde e as guitarras elétricas modernas   
  • 9. 9 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br NOTAÇÃO MUSICAL TRADICIONAL:   Como se escrever música?  A música é uma linguagem sonora como a fala. Assim como representamos a  fala por meio de símbolos do alfabeto, podemos representar graficamente a música  por meio de uma notação musical.  Os  sistemas  de  notação  musical  existem  há  milhares  de  anos.  Cientistas  já  encontraram muitas evidências de um tipo de escrita musical praticada no Egito e na  Mesopotâmia por volta de 3.000 anos antes de Cristo!   Sabe‐se que outros povos também desenvolveram sistemas de notação musical  em épocas mais recentes, como é o caso da civilização grega.  Fragmento de antigo papiro grego com notação musical    Existem vários sistemas de leitura e escrita que são utilizados para representar  graficamente uma obra musical. A escrita permitiu que as músicas compostas antes do  aparecimento  dos  meios  de  comunicação  modernos  pudessem  ser  preservadas  e  recriadas novamente. A escrita musical permite que um intérprete toque uma música  tal qual o compositor a prescreveu.   O  sistema  de  notação  ocidental  moderno  é  o  sistema  gráfico  que  utiliza  símbolos escritos sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e eqüidistantes  e que formam  entre si quatro espaços. A pauta musical também é chamada de PENTAGRAMA. Veja:    ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________    Contam‐se as linhas e os espaços da pauta de baixo para cima. A nota que está  num espaço não deve passar para a linha de cima nem para a de baixo. A nota que está  numa linha ocupa a metade do espaço superior e a metade do espaço inferior. 
  • 10. 10 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br O  elemento  básico  de  qualquer  sistema  de  notação  musical  é  a  NOTA,  que  representa um único som e suas características básicas: DURAÇÃO e ALTURA. Veja:  Os  sistemas  de  notação  também  permitem  representar  diversas  outras  características, tais como variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução  instrumental.    Para  representar  a  linguagem  falada  você  usa  as  letras  do  alfabeto.  Já  para  representar os sons musicais você usa as NOTAS MUSICAIS. O nosso sistema musical  tem 7 (sete) notas.   Elas formam a seguinte sequência:    DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ ‐ SI    Essa sequência organizada de notas é chamada de ESCALA. As escalas usadas  no ocidente se organizam do som mais grave para o mais agudo e se repetem a cada  ciclo de 7 notas:    As notas musicais no teclado do piano  
  • 11. 11 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Vamos aprender os nomes das notas musicais cantando?  Minha Canção  Do espetáculo “Os Saltimbancos”  Enriquez ‐ Bardotti ‐ Chico Buarque    Dorme a cidade  Resta um coração  Misterioso  Faz uma canção  Soletra um verso  Lá na melodia  Singelamente  Dolorosamente  Doce a música  Silenciosa  Larga o meu peito  Solta‐se no espaço  Faz‐se certeza  Minha canção  Réstia de luz onde  Dorme o meu irmão     Para ouvir a música vá até:  http://app.uol.com.br/radiouol/player/frameset.php?opcao=umcd&nome playlist=004081‐2<@>Os_Saltimbancos    Agora vamos cantar a música do filme “A Noviça Rebelde”?    Dó é pena de alguém  Ré, que anda para traz  Mi, pronome que nem sei  Fá, é fácil decorar  Sol, é o nosso astro‐rei  Lá, tão longe que nem sei  Si, de sim e de sinal  E afinal, voltei ao Dó  DÓ, SI, LÁ, SOL, FÁ, MI, RÉ, DÓ    SUGESTÃO:  Assista ao filme e ouça a trilha sonora.      Sinopse:  No final da década de 30, na Áustria, quando o pesadelo nazista estava prestes a se  instaurar no país, Maria, uma jovem noviça (Julie Andrews), vive em um convento e  não consegue seguir as rígidas normas de conduta das religiosas. Por causa disso, é  enviada pela Madre Superiora para trabalhar como governanta na casa do capitão Von  Trapp  (Christopher  Plummer).  Maria  fica  encarregada  de  cuidar  dos  sete  filhos  do  capitão  viúvo,  que  os  educa  como  se  fizessem  parte  de  um  regimento  militar.  A 
  • 12. 12 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br chegada  de  Maria  modifica  drasticamente  o  padrão  da  família,  trazendo  alegria  novamente  ao  lar  da  família  Von  Trapp  e  conquistando  o  carinho  e  o  respeito  das  crianças. Mas ela termina se apaixonando pelo capitão, que está comprometido com  uma rica baronesa.  Informações Técnicas  Título no Brasil:  A Noviça Rebelde  Título Original:  The Sound of Music  País de Origem:  EUA  Gênero:  Musical  Tempo de Duração: 172 minutos  Ano de Lançamento:  1965  Site Oficial:  http://www.foxhome.com/soundofmusic  Estúdio/Distrib.:  20th Century Fox  Direção:  Robert Wise           A Notação Musical no Ocidente: uma História    O  sistema  de  notação  musical  moderno  teve  suas  origens  nos  NEUMAS  (do  latim: sinal), pequenos símbolos que representavam as notas musicais em peças vocais  do chamado “Canto Gregoriano”, por volta do século VIII (cerca do ano 700 depois de  Cristo).   Inicialmente,  esses  neumas  eram  posicionados  sobre  as  sílabas  do  texto  e  serviam como um lembrete da forma de execução para os que já conheciam a música.  Veja:    Para resolver este problema as notas passaram a ser escritas em relação a uma  linha  horizontal.  Isto  permitia  representar  as  alturas.  Este  sistema  evoluiu  até  uma  pauta de quatro linhas.                
  • 13. 13 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br O monge católico GUIDO D’AREZZO    Um desenho antigo retratando o monge Guido d´Arezzo    Grande parte do desenvolvimento  da notação  musical deriva do trabalho do  monge católico italiano Guido d’Arezzo, que viveu no século X d.C. Ele criou os nomes  pelos  quais  as  notas  são  conhecidas  atualmente  (Dó,  Ré,  Mi,  Fá,  Sol,  Lá,  Si).  Esses  nomes foram tirados de um hino chamado Hino a S. João Batista. Segundo Kurt Pahlen  (em Nova História Universal da Música), o hino latino era usado naquela época pelos  meninos cantores para abrir seu canto, pedindo a S. João que lhes concedesse belas  vozes. Nesta época o chamado sistema tonal ainda estava sendo desenvolvido. Guido  d’Arezzo adotou uma pauta musical de quatro linhas. Depois do século XII foi adotado  o pentagrama, isto é, a pauta de cinco linhas que ainda é o padrão hoje em dia.    Hino a São João Batista  Ut queant laxis,  Resonare fibris,  Mira gestorum,  Famuli tuorum,  Solve polluti,  Labii reatum  Sante Iohannes    Tradução aproximada:     “Para que os vossos servos possam cantar livremente as maravilhas dos  vossos feitos, tirai toda mácula do pecado dos seus lábios impuros.   Oh, São João!”   
  • 14. 14 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Mais tarde, a palavra Ut foi substituída pela sílaba Dó, porque ela era difícil de  ser  falada.  O  Si  foi  formado  da  união  da  primeira  letra de  Sancte  e  da  primeira  de  Iohannes.          CLAVE: o que é e para que serve?    A notação musical é relativa e por isso, para escrevermos as notas na pauta  precisamos usar CLAVES, espécie de chaves auxiliares.   A clave indica a posição de uma das notas. Assim, todas as demais são lidas em  referência a essa nota. Cada tipo de clave define uma nota diferente de referência.  Dessa maneira, a "chave" usada para decifrar a pauta é a clave, pois é ela que vai dizer  como as notas devem ser lidas. Se na 2ª linha tivermos um sol, no espaço seguinte  teremos um lá e na 3ª linha um si.   As notas são nomeadas sucessivamente de acordo com a ordem das notas da  escala. Atualmente usam‐se três tipos de clave: de Sol, de Fá e de Dó. A clave de sol é  própria para grafarmos as notas mais agudas, evitando o uso de linhas suplementares.  A clave de fá é indicada para as notas mais graves. A clave de dó é mais usada para os  sons médios. Veja:  A clave de sol indica que a nota sol deve ser escrita na segunda linha da pauta.  A partir da nota sol podemos definir a posição de todas as outras notas:   
  • 15. 15 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br DURAÇÃO  Além  da  indicação  das  alturas,  necessitamos  indicar  também  o  tempo  de  emissão  de  cada  nota,  ou  seja,  quanto  tempo  ela  vai  durar.  Para  representar  graficamente a duração do tempo dos sons (notas) na música usamos sinais chamados  FIGURAS DE DURAÇÃO. Elas nos indicam quanto tempo devemos emitir determinado  som.     Além  da  duração  da  emissão  das  alturas  também  precisamos  representar  graficamente a duração do silêncio na música. Para isso usamos sinais chamados de  PAUSAS. Esses sinais têm o mesmo valor das suas respectivas figuras. Para cada figura  de duração temos uma pausa correspondente. Veja o quadro abaixo:    Quadro de durações e suas pausas  As figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si.  A figura de maior duração é a semibreve. 
  • 16. 16 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Pulso e compasso  A  música  possui  um  importante  elemento:  o  pulso  ou  a  pulsação.  Uma  pulsação  regular pode ter acentuações que se repetem de maneira regular. Veja a seguir:  Acentos que se repetem a cada dois pulsos regulares:  1______2______1______2______1______2______1______2    Acentos que se repetem a cada três pulsos regulares:  1______2______3______1______2______3______1______2______3 Acentos que se repetem a cada quatro pulsos regulares:  1______2______3______4_______1______2______3______4  Compasso é uma fórmula expressa em fração que determina a regularidade do pulso.  Existem várias fórmulas de compasso como as que seguem:  Compassos simples (frações de compasso)  Binário    Ternário    Quaternário           
  • 17. 17 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Compasso  simples  é  aquele  em  que  cada  unidade  de  tempo  corresponde  à  duração determinada pelo denominador da fórmula de compasso. Por exemplo: um  compasso 2/4 possui dois pulsos com duração de 1/4 (uma semínima) cada. Os tipos  mais comuns de compassos simples possuem o 4 no denominador (2/4, 3/4 ou 4/4).  OBS:  Veja  o  quadro  da  página  13.  Observe  as  correspondências  entre  as  figuras  de  duração  e  os  números  que  a  representam  nos  denominadores  das  frações  de  compasso.    Barras de compasso  Barra ou travessão são nomes usados paras as linhas verticais que utilizamos  para separar os compassos e facilitar a leitura das notas (duração e altura). As barras  mais usadas são:      Barra simples: Separa cada compasso completo.      Barra dupla: Usada para indicar o fim de um trecho musical ou final da música.  Neste caso a segunda linha é mais grossa. Veja:            Alguns sinais gráficos utilizados para facilitar a escrita musical:    Ligadura: É uma linha curva que une duas ou mais notas, somando os seus valores.  Usamos ligaduras somente em figuras de duração e jamais em pausas. Veja: 
  • 18. 18 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br   Ponto de aumento: É um ponto colocado à direita da figura positiva ou negativa e  que aumenta seu valor em sua metade. Veja:      Linhas suplementares    Ampliam o pentagrama ou a pauta musical. São linhas colocadas acima ou  abaixo do pentagrama para indicar notas mais agudas ou mais graves. Veja:        Sinais de repetição    Para facilitar a escrita e a leitura musical, podemos utilizar sinais que indiquem  repetição, ao invés de reescrever trechos inteiros que devem ser repetidos.    Sinais de repetição mais comuns    Da Capo ‐ Voltar ao início da música. Abreviatura: D.C.    Da  Capo  ao  Fim  ‐  Voltar  ao  início  e  ir  até  a  palavra  Fine  (Fim)  ou  à  barra  dupla.  Abreviatura: D.C. al Fine ou D. C. ao Fim    Do Sinal (segno) ao Fim ‐ Voltar ao sinal e ir até a palavra Fine (Fim) ou à barra dupla.  Abreviatura: Do % AL Fine ou Do % ao Fim 
  • 19. 19 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Ao Segno (sinal) – retornar ao sinal. Abreviatura: Al %  Ritornello ‐ Repetir o trecho marcado com a barra dupla com dois pontos.      Ritornello com casa 1, 2, 3 etc... – Repetir o trecho, respeitando o compasso que deve  ser tocado na segunda, na terceira, etc, repetições.            Sinais de intensidade    São sinais que indicam a força com que cada nota deve ser cantada ou tocada. Os  sinais de intensidade mais comuns são:    pp = pianíssimo, tocar muito leve, com pouquíssima intensidade  p = piano, tocar bem leve, com pouca intensidade  mp = mezzo‐piano ou meio‐piano, tocar leve, com moderada intensidade  mf  = mezzo‐forte ou meio‐forte, tocar com força moderada  f = forte, tocar com força  ff = fortíssimo, tocar com muita força  sfz  =  sforzando,  intensificar  subitamente  a  força  com  que  se  toca  determinadas notas     Crescendo (cresc.) e decrescendo (decresc.)– usa‐se quando se quer um  aumento gradativo da intensidade.                              Veja o trecho musical:     
  • 20. 20 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br     Andamento e sinais de andamento      Os andamentos são as velocidades com que as músicas devem ser tocadas. Por  tradição em italiano, as indicações de andamento são colocadas geralmente no início  das  partituras  musicais,  indicando  a  velocidade  com  que  a  música  deve  ser  interpretada.    Tipos de Andamento    Lentos  Lento, Largo, Adágio  Moderados  Moderato, Andante, Andantino  Rápidos  Allegro, Vivo, Presto    Sinais de andamento: São indicações colocadas na partitura com o intuito de acelerar  ou retardar a execução do trecho musical. Veja:        Acellerando – deve‐se acelerar o andamento. A sua abreviatura é Acell.  Rallentando – deve‐se retardar o andamento. A sua abreviatura é Rall.     
  • 21. 21 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Estrutura e Forma    Reconhecendo as partes da música e sua textura    Toda vez que ouvimos, tocamos ou cantamos uma música, percebemos que ela  possui partes que se repetem ou partes que se contrastam.  As cantigas de roda costumam ter uma ou duas partes, com melodias simples e  repetitivas, muitas vezes. Cante e perceba:    A Canoa Virou    A canoa virou   Por deixá‐la virar   Foi por causa da "Fulana"  Que não soube remar     Se eu fosse um peixinho  E soubesse nadar   Tirava a "Fulana"  Do fundo do mar    Nesta  canção  de  roda  a  melodia  se  repete  várias  vezes.  Você  consegue  se  lembrar de outras canções desse tipo?    Escravos de Jó    Escravos de Jó jogavam caxangá   Tira, bota deixa o Zambelê ficar   Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá!  Então,  vamos  ouvir  algumas  música  e  perceber  as  suas  partes?  Se  elas  são  parecidas  ou  diferentes?  Quantas  vezes  se  repetem?  Quantos  instrumentos  estão  tocando? Existem muitos sons soando ao mesmo tempo? Procure separar em partes  as canções do repertório trabalhado!    Outras formas: músicas com mais de uma parte    Forma Binária (A B)      Quando ao invés de repetir a melodia (a mesma idéia musical), resolvemos criar  uma  parte  contrastante,  a  música  passa  a  ter  duas  partes  e  então  chamamos  essa  estrutura de Forma Binária.    Melodia A Melodia A se repete
  • 22. 22 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br A  forma  binária  pode  ser  abreviada  pelas  letras  A  (primeira  parte)  e  B  (parte  contrastante). Então temos uma forma:  A B    Exemplo musical: Mamãe eu quero    Mamãe eu quero  Mamãe eu quero  Mamãe eu quero mamar  Dá a chupeta  Dá a chupeta  Dá a chupeta pro neném não chorar    Dorme filhinho do meu coração  Pega a mamadeira e entra no cordão  Eu tenho uma irmã que se chama Ana  De tanto piscar o olho  Já ficou sem a pestana      Forma Ternária (A  B  A)    A forma chamada de ternária é uma extensão da forma binária. Também possui  uma parte inicial A (exposição) e uma parte contrastante, a parte B. A diferença é que  a música termina com um retorno à parte A.  Assim representamos a forma ternária da seguinte maneira:  A B A    Um  bom  exemplo  de  forma  ternária  é  o  “Samba  de  uma  nota  só”  de  Tom  Jobim. Procure ouvir essa canção e perceba as suas partes!    O que é uma textura monofônica e textura homofônica?    Chamamos de textura à maneira como os sons são organizados numa música.  Quando ouvimos só uma pessoa cantando ou um único instrumento soando, dizemos  que a música possui uma textura monofônica.  Quando ouvimos uma ou mais pessoas cantando uma melodia acompanhada  ao violão, por exemplo, formando um bloco sonoro único, dizemos que esta música  possui uma textura homofônica. No Período Barroco (séc. XVII a meados do XVIII) a  homofonia foi intensamente utilizada.  Pergunte  ao  seu  professor  ou  professora  quais  músicas  possuem  essas  características!      Parte A  Parte B
  • 23. 23 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Textura Polifônica      Chamamos de polifonia quando uma melodia é acompanhada de uma ou mais  melodias  simultâneas.  O  auge  do  estilo  polifônico  se  deu  no  Período  Renascentista  (meados do séc. XIV ao fim do XVI). Procure ouvir músicas desse período. Os estilos  polifônicos mais conhecidos são o cânone e a fuga. Uma música muito conhecida é a  canção “Frère Jacques”, um cânone. 
  • 24. 24 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Saúde auditiva      Devemos zelar pela nossa saúde auditiva e vocal, adotando atitudes saudáveis  como:    ‐ Não ficar exposto a barulhos ou ruídos excessivos.  ‐ Usar protetor auditivo quando o barulho for inevitável.  ‐ Reduzir o tempo que você fica exposto a barulhos.    Alguns  barulhos  podem  comprometer  a  nossa  audição.  Os  sons  de  uma  turbina  de  avião ou de uma britadeira são sons que passam dos 100 decibéis. Esses sons acima de  90 decibéis causam até surdez!  Veja:    Silêncio total – 0 dC  Sussurro – 15 dC  Conversa normal – 60 dC  Buzina de automóvel – 110 dC  Rojão – 140 dC  Bomba – acima de 150 dC      Decibel é uma unidade de medida usada para medir a intensidade dos sons.        Alguns operários ou controladores de pista de aeroportos devem usar protetores para  protegerem seus ouvidos dos barulhos excessivos       
  • 25. 25 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Saúde vocal      Existem  técnicas  que  preservam  a  saúde  vocal.  Ao  cantar  ou  falar  devemos  cuidar para que não causemos danos ao nosso aparelho fonador.    As cordas vocais:    São membranas localizadas na nossa laringe, que produzem sons ao serem vibradas  pelo ar que vem dos pulmões. A altura dos sons (mais agudos ou mais graves) depende  da  tensão  provocada  ou  do  tamanho  da  corda  vocal.  Na  nossa  boca  existem  vários  órgãos  articuladores  dos  sons,  que  os  convertem  em  vogais  ou  consoantes:  língua,  mandíbulas, lábios, céu da boca e dentes.      Aparelho fonador  Cuidados com a voz:    ‐ Evite gritar, tanto para falar como para cantar  ‐ Beba bastante água sempre  ‐ Evite ambientes muito secos (ar condicionado excessivo)  ‐ Não falar muito tempo ao telefone  ‐ Antes de cantar procure relaxar a cavidade da boca e mesmo o corpo  ‐ Ao cantar mantenha a postura ereta e relaxada   
  • 26. 26 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br   Não grite! Isso faz mal a sua voz!    Vozes Humanas      Cada pessoa possui uma voz única e especial. É como se fosse uma impressão  digital.  É  claro  que  existem  vozes  parecidas.  Algumas  pessoas  cantam  num  registro  sonoro mais agudo, outras num registro mais grave. São muitos os fatores que dão as  características para a voz de cada ser humano. A voz de uma criança, por exemplo, é  uma voz mais aguda. Existem mulheres que falam muito “fino”, mas isso não é regra.  Vamos entender como funciona a nossa voz?    Ídolos de diferentes gerações, a cantora Ivete Sangalo e o cantor Roberto Carlos   encantam seus fãs pelo timbre único que possuem    Como funciona a voz humana?    Na página 21 desta apostila podemos observar o desenho de nosso aparelho  fonador e a explicação sobre o que são e como funcionam as “cordas vocais”.  Os  sons  que  produzimos  se  originam  pela  vibração  de  duas  “cordas  vocais”,  localizadas em nossa laringe. Quando o ar que vem de nossos pulmões passa por elas,  produzem essa vibração.  Para que o som produzido seja agudo, é necessário que esta corda vocal seja  curta e fina. Outro fator que deixa os sons agudos é a tensão da corda vocal. Quanto  mais tensa ela estiver, mais agudo será o som produzido. Quanto mais relaxada ela  estiver, mais grave será o som produzido. 
  • 27. 27 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br   A voz de uma criança é mais aguda do que a de um adulto    Por isso, a afinação depende da técnica de ajustar a tensão certa para emitir  cada nota musical. Você pode experimentar cantando uma música. Colocando a mão  na  garganta,  procure  perceber  como  nas  notas  mais  agudas  você  é  obrigado  a  aumentar a tensão, enrijecendo sua garganta e consequentemente sua corda vocal!    Cantores de ópera possuem suas vozes muito trabalhadas   para garantir um bom desempenho    Os  sons  produzidos  pelas  cordas  vocais  se  transformam  em  vogais  ou  consoantes,  conforme  os  movimentos  dos  órgãos  articuladores  como  a  língua,  os  lábios, a mandíbula, o céu da boca e os dentes. Você já percebeu como é difícil para  uma pessoa desdentada dizer as palavras de forma correta?  Além disso, as cavidades da boca, do nariz e da cabeça servem para amplificar o  som produzido.   
  • 28. 28 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br     Os índios botocudos, por exemplo, articulam as palavras de forma muito   especial, justamente porque é costume colocar nos lábios objetos que   dificultam o abrir e fechar dos lábios.    Obs:  O  termo  botocudos  é  a  denominação  dada  pelos  portugueses  aos  indígenas  pertencentes a grupos de diversas filiações linguísticas e regiões geográficas, uma vez  que a maior parte usava botoques labiais e auriculares (na orelha).    Classificação das vozes humanas    Vozes infantis e vozes femininas adultas      A vozes das crianças e as vozes das mulheres são mais agudas em geral. Antes  da muda vocal a voz da criança não possui características tão definidas. Por isso, para  classificar a voz de uma criança é necessário acompanhar o seu crescimento.     As vozes femininas são classificadas da seguinte forma,    • SOPRANO – Palavra italiana que significa superior. É o nome dado para a voz  mais aguda das crianças e das mulheres.  • MEZZO‐SOPRANO – O mesmo que meio‐soprano. Como diz o nome, é uma voz  intermediária entre a soprano e a contralto.  • CONTRALTO – É a voz mais grave entre crianças e mulheres.         
  • 29. 29 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Diferentes estilos, timbres e extensões vocais: Maria Callas foi uma das grandes sopranos  eruditas e Cássia Eller uma das grandes cantoras populares em registro de contralto     As vozes masculinas são classificadas da seguinte forma,    • TENOR – é a voz mais aguda entre os homens.  • BARÍTONO – é a voz intermediária entre o tenor e o baixo.  • BAIXO – é a voz mais grave entre os homens. Uma voz rara.    Os 3 tenores mais populares dos últimos tempos: Plácido Domingo,   José Carreras e o já falecido Luciano Pavarotti                   Tessitura  A tessitura é a extensão entre a nota mais aguda e mais grave que uma voz é capaz de  emitir. Na ilustração a seguir podemos visualizar num teclado de piano o conjunto de sons  típico de cada voz. 
  • 30. 30 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br                                                                                     MUDA VOCAL: Durante a puberdade (que ocorre geralmente entre os 12 e 15 anos), a laringe  do menino aumenta suas dimensões, levando a tessitura vocal dos rapazes a ficar mais  grave. Esse fenômeno é denominado muda vocal.      As meninas também apresentam muda vocal, mas é bem menos significativa que  a dos meninos.   Em certas ocasiões a muda vocal não se completa com o crescimento do menino,  gerando a voz aguda infantilizada ou de falsete.     Curiosidade:  Castrato (plural castrati) é um cantor masculino cuja extensão vocal corresponde  em pleno à das vozes femininas, seja de (soprano, mezzo‐soprano, ou contralto). Esta  faculdade numa voz masculina só é verificável na sequência de uma operação de corte  dos canais provenientes dos testículos, ou então por um problema endocrinológico que  impeça  a  maturidade  sexual.  Consequentemente,  a  chamada  "mudança  de  voz"  não  ocorre. Essa prática não é mais comum como foi há séculos atrás.  A castração antes da puberdade (ou na sua fase inicial) impedia a libertação para  a  corrente  sanguínea  dos  hormônios  sexuais  produzidos  pelos  testículos,  as  quais  provocariam o crescimento normal da laringe masculina (para o dobro do comprimento)  entre outras características sexuais secundárias, como o crescimento da barba.  A prática de castração de jovens cantores (ou castratismo) teve início no século  XVI,  tendo  surgido  devido  à  necessidade  de  vozes  agudas  nos  coros  das  igrejas  da  Europa Ocidental, já que a Igreja Católica Romana não aceitava mulheres no coro das  igrejas.  Muitos  rapazes  que  eram  alvo  da  castração  eram  crianças  órfãs  ou  abandonadas.  Algumas  famílias  pobres,  incapazes  de  criar  a  sua  prole  numerosa,  entregavam um filho para ser castrado.  O mais famoso castrato do século XVIII terá sido Carlo Broschi, conhecido por  Farinelli, tendo sido realizado um filme sobre a sua vida, Farinelli il Castrato.       O  filme  "Farinelli",  de  Gérard  Corbiau  (1994)  focaliza  a  vida  do  mítico  cantor  italiano  Carlo  Broschi  (1705‐1782),  que  iniciou  sua  carreira  ao  lado  do  irmão,  o  pianista Ricardo Broschi. 
  • 31. 31 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Conjuntos Vocais  Podemos cantar sozinhos ou junto com outras pessoas. Há uma classificação  para os grupos vocais. Por exemplo:    Grupo de 2 vozes: Duo vocal  Grupo de 3 vozes: Trio vocal  Grupo de 4 vozes: Quarteto vocal  Grupo de 5 vozes: Quinteto vocal  Grupo de 6 vozes: Sexteto vocal  Grupo de 7 vozes: Septeto vocal  Grupo de 8 vozes: Octeto vocal  Grupo de 9 vozes: Noneto vocal  Mais de 10 vozes: Coral ou Coro    Quando um grupo ou pessoa canta sem acompanhamento dizemos que está  cantando  “à  capela”.  Esta  expressão  caracteriza  o  canto  sem  acompanhamento  de  banda, orquestra ou instrumento harmônico qualquer.    Grupo vocal Calíope, caracterizado por ser um coro especializado em música erudita e  o Coral Brasileirinho, de vozes infantis  http://www.movimento.com/images/pessoas/238.jpg  http://www.brasilcultura.com.br/imagens/001aaaaacoralbrasileirinho2206.jpg      O Quarteto em Cy, os Golden Boys qe foi quarteto e hoje é um Trio e a dupla ou Duo  formado pelos irmãos Sandy e Júnior (recentemente desfeita em função da carreira  solo dos dois jovens)  http://userserve‐ak.last.fm/serve/252/3115363.jpg  http://www.revistafator.com.br/imagens/fotos/golden_boys  http://www.imotion.com.br/imagens/data/media/67/8265sandy.jpg         
  • 32. 32 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Instrumentos Musicais          O  homem  primitivo  começou  a  construir  instrumentos  musicais  para  tentar  imitar  os  sons  da  natureza.  Os  primeiros  instrumentos  de  que  se  têm  notícia  são  aqueles  feitos  de  ossos  de  animais,  de  arco  e  corda  e  os  tambores,  com  peles  de  animais abatidos.                                          Além da classificação acima, os instrumentos musicais são também classificados  em “famílias”. A classificação geral das famílias de instrumentos musicais é:    • FAMÍLIA DOS METAIS  • FAMÍLIA DAS MADEIRAS  • FAMÍLIA DA PERCUSSÃO  • FAMÍLIA DAS CORDAS    Classificação dos instrumentos musicais     Os  instrumentos  musicais  são  classificados  conforme  o  material  de  que  são confeccionados e a forma como o som é produzido.    Aerofones são os instrumentos que produzem som por meio do ar, como  flautas e trompetes, por exemplo.    Cordofones  são  os  instrumentos  que  produzem  som  pela  vibração  de  cordas, tais como o violão, o violino e a harpa.    Membranofones  são  os  instrumentos  que  produzem  som  por  meio  da  vibração de membranas, como é o caso dos tambores em geral.    Idiofones são instrumentos que produzem som através da vibração de seu  próprio corpo, como é o caso das claves e sinos. 
  • 33. 33 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Família dos Metais:          Família das madeiras:                   
  • 34. 34 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Família da percussão:          Família das cordas:           
  • 35. 35 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Conjuntos instrumentais    A Orquestra    A  Orquestra  Sinfônica  é  formada  por  vários  instrumentos  das  famílias  de  metais,  madeiras,  cordas  e  percussão.  Cada  músico  desempenha  a  sua  função  para  que o conjunto seja harmonioso.  Veja abaixo como se dispõem os instrumentos da  orquestra.      http://instrumentos.aulasdemusica.com/imagens/orquestra_2_big.jpg           
  • 36. 36 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Outros conjuntos:    Regional de choro    O chamado “Regional de choro” inclui uma série de instrumentos como o violão de 7  cordas,  o  violão  de  6  cordas,  o  cavaquinho,  o  bandolim,  o  saxofone,  a  flauta  e  o  clarinete, além da percussão (pandeiro).        Banda de rock    O Led Zeppelin foi uma das grandes bandas de rock de todos os tempos      As bandas de rock não podem deixar de ter as guitarras elétricas (de base e  solo), o baixo elétrico, a bateria, e eventualmente teclados, além dos vocais. Além de  todos esses instrumentos outros podem compor as bandas de rock os violões acústicos  de aço.    Bandas militares e civis      São  os  conjuntos  sinfônicos  civis  ou  das  corporações  militares  (Corpo  de  Fuzileiros Navais, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, entre outras). As bandas civis  costumam ter sede e estatuto e costumam participar ativamente da vida cultural das  cidades  onde  funcionam,  principalmente  no  interior  do  país,  onde  cumprem  papel  sócio‐cultural  de  grande  destaque.  A  banda  sinfônica  costuma  ter  quase  todos  os  instrumentos de uma orquestra sinfônica. 
  • 37. 37 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Conjuntos de câmara      Chamamos  "Música  de  Câmara"  a  qualquer  formação  instrumental  que  se  limite a poucos executantes. O termo vem da palavra “Câmara” ou “Câmera” que é o  mesmo  que  “sala”  ou  qualquer  aposento  de  uma  casa.  É,  portanto,  um  conjunto  musical  destinado  a  pequenos  espaços,  e  por  isso,  a  música  escrita  para  pequenas  formações. O conjunto de câmara mais famoso na música clássica é o “quarteto de  cordas”:                                                              Quarteto de cordas:    O quarteto de cordas é formado por 2 violinos, uma viola e um violoncelo. O  contrabaixo não faz parte desse conjunto de câmara clássico, para o qual já  foram compostas inúmeras obras, principalmente compositores como Haydn,  Mozart, Beethoven, Schubert, Schumann, Mendelssohn, Brahms, Dvorak,  Tchaikovsky e Philip Glass. 
  • 38. 38 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br HISTÓRIA DA MÚSICA OCIDENTAL    A Música Barroca    A palavra barroco vem da língua portuguesa e significa "pérola irregular". Foi  adotada internacionalmente para caracterizar o estilo ornamentado e pomposo que  prevaleceu nas Artes Plásticas, na Arquitetura e na Literatura dos séculos XVII a XVIII.  A música barroca é toda música ocidental correlacionada com a época cultural  homônima  na  Europa,  que  vai  desde  o  surgimento  da  ópera  moderna  de  Claudio  Monteverdi no século XVII, até à morte de Johann Sebastian Bach, em 1750.                                      No  Brasil  o  estilo  barroco  foi  mais  representativo  nas  artes  plásticas,  em  Minas Gerais, no século XVIII. Na pintura,  destacou‐se  Manuel  da  Costa  Ataíde.  Ataíde criou seu próprio estilo, utilizando‐ se  de  cores  vivas,  tropicais.  Pintou  em  suas obras figuras cordiais, mas um tanto  irreverentes. Sua obra de maior destaque  está  no  teto  da  nave  da  Igreja  de  São  Francisco  de  Assis,  em  Ouro  Preto.  Obra  realizada entre 1800 e 1809, esta pintura  representa  uma  Assunção  de  Nossa  Senhora,  em  que  anjinhos  mulatos  substituem  os  rosados  querubins  dos  modelos tradicionais europeus. A Virgem  Maria, também mulata, exibe os traços da  mulher  que  era  companheira  do  pintor.  Perceba  o  estilo  ornamentado,  cheio  de  detalhes desta pintura.    Fonte de pesquisa:  http://www.historiamais.com/barrocoII.htm  Curiosidade:   O  termo  barroco,  até  o  século  XIX,  era  um  termo  depreciativo,  que  os  compositores clássicos usavam para criticar o estilo pomposo dos compositores  do período anterior a 1750. No século XIX, os historiadores da Arte recuperaram  a  palavra  barroco,  dando‐lhe  um  significado  mais  conceituado,  de  algo  ornamentado, cheio de sutilezas. 
  • 39. 39 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Características gerais da Música Barroca      Trata‐se  de  uma  das  épocas  musicais  de  maior  extensão,  fecunda,  revolucionária  e  importante  da  música  ocidental,  e  provavelmente  também  a  mais  influente.  As  características  mais  importantes  são  o  uso  do  baixo  contínuo,  do  contraponto  e  da  harmonia  tonal,  em  oposição  aos  modos  gregorianos  até  então  vigentes.  Na  realidade,  trata‐se  do  aproveitamento  de  dois  modos:  o  modo  jônico  (modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”). Foi o apogeu da música instrumental  em  contraste  com  a  hegemonia  da  música  vocal,  que  prevalecera  em  períodos  anteriores.  Durante  o  período  barroco,  os  compositores  e  intérpretes  abusaram  das  ornamentações  musicais,  fato  jamais  repetido  em  outros  períodos  anteriores  e  posteriores  da  história  da  música  ocidental.  Além  disso,  fizeram  mudanças  indispensáveis  na  notação  musical,  desenvolveram  novas  técnicas  instrumentais  e  novos instrumentos também.  No Barroco, as músicas ficaram mais longas, ganharam  variedade  e  complexidade  de  performance  instrumental.  Novas  formas  musicais  surgiram, tais como a ópera barroca, o oratório, a cantata, a suíte e a fuga.     As formas barrocas    • Ópera barroca  A ópera é um gênero artístico que consiste num drama encenado com música.  O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como  cenografia,  vestuários  e  atuação.    No  entanto,  a  letra  da  ópera  (conhecida  como libreto) é totalmente cantada em lugar de ser falada.  O primeiro grande  compositor de ópera barroca foi Claudio Monteverdi, com a obra prima Orfeu,  de 1607. Monteverdi vivia em Veneza e fez desta cidade o centro da ópera no  início  do  século  XVII.  Foi  lá  que  em  1637  foi  inaugurada  a  primeira  casa  de  espetáculos dedicados à ópera, o Teatro San Cassiano.     • Oratório  O oratório é um gênero de composição musical cantada de conteúdo narrativo.  Semelhante à ópera quanto à estrutura (árias, coros, recitativos, etc.), difere‐se  desta por não ser destinado à encenação. Em geral, os oratórios têm temática  religiosa, mas existem alguns de temática profana. Este gênero foi explorado  com mais intensidade no período Barroco, especialmente por Georg Friedrich  Haendel, autor do oratório O Messias, muito popularizado pela famoso trecho  do “Aleluia” e por Johann Sebastian Bach, com suas paixões, cuja mais famosa  é a Paixão Segundo São Mateus.    • Cantata  Cantata  é  um  tipo  de  composição  vocal,  para  uma  ou  mais  vozes,  com  acompanhamento  instrumental,  às  vezes  também  com  coro,  de  inspiração  religiosa  ou  profana,  contendo  normalmente  mais  de  um  movimento  e  cujo  texto, em vez de ser historiado, descrevendo um fato dramático qualquer, é  lírico, descrevendo uma situação psicológica. Uma das mais famosas cantatas  barrocas é Jesus, alegria dos homens, de J. S. Bach. 
  • 40. 40 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br • Suíte barroca  Suíte é como se chama o conjunto de movimentos instrumentais dispostos com  algum elemento de unidade para serem tocados sem interrupções.  As peças pertencentes à “suíte barroca" eram sempre da mesma tonalidade e  todas em forma binária, isto é, têm uma seção A e uma seção B. As principais  danças eram:  Allemande: originalmente uma dança alemã em compasso binário moderado,  passa por modificações pelos autores franceses e se transforma numa dança  em quaternário com o primeiro tempo curto e fraco.   Courante: a italiana era em 3/4 ou 3/8 rápido, enquanto a francesa era em 3/2  moderado.   Sarabanda:  dança  latino‐americana  e  espanhola,  adotada  na  Itália  e  modificada na França, com andamento mais lento e em 3/2.   Giga:  dança  inglesa,  com  duas  variantes,  a  francesa  e  a  italiana.  Tem  um  andamento de moderado a rápido e é em binário composto (6/8, 6/4), ou ainda  ternário  (3/4)  ou  quaternário  composto  (12/8),  como  é  o  caso  da  vertente  italiana.    • Fuga  Em música, uma fuga é um estilo de composição contrapontista, polifônica e  imitativa,  de  um  tema  principal,  com  sua  origem  na  música  barroca.  Na  composição  musical  o  tema  é  repetido  por  outras  vozes  que  entram  sucessivamente e continuam de maneira entrelaçada. Johann Sebastian Bach  (1685‐1750)  é  geralmente  considerado  o  maior  compositor  de  fugas.  Ele  freqüentava concursos em que recebia um tema com o qual deveria improvisar  espontaneamente uma fuga ao órgão ou ao cravo.    Principais compositores do Barroco    C. Monteverdi      Claudio Monteverdi foi um dos primeiros compositores de ópera, gênero que  floresceu  muito  no  período  barroco.  Foi  Monteverdi  que  modernizou  a  ópera,  utilizando uma orquestra maior. Sua famosa ópera Orfeu foi encenada pela primeira  vez em 1607.   
  • 41. 41 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br J. Pachelbel        Johann  Pachelbel  (1653‐1706),  músico  alemão,  foi  organista,  professor  e  compositor. Compôs um grande acervo de música sacra e secular. Suas contribuições  para o desenvolvimento do prelúdio coral e fuga o colocam entre os mais importantes  compositores  da  época  barroca.  Sua  obra  mais  popular  é  o  Cânone  em  Ré,  muito  tocado ainda hoje nas trilhas de novela e cinema.    Antônio Vivaldi        O  músico  e  compositor  italiano  Antonio  Vivaldi,  cujo  apelido  era  “O  Padre  Ruivo”, viveu em Veneza e tornou‐se uma das grandes expressões da música barroca.  Além de ter se notabilizado como um grande violinista, Vivaldi compôs mais de 600  concertos, além de óperas e música sacra. Uma das composições mais famosas de sua  autoria é As 4 Estações.    J. P. Rameau      Um dos grandes compositores do barroco, Jean‐Phillipe Rameau, era francês e  além  de  grande  organista  foi  o  autor  do  primeiro  Tratado  de  Harmonia,  obra  que  influenciou fortemente os músicos nos séculos seguintes. 
  • 42. 42 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br J. S. Bach      Johann Sebastian Bach foi um dos maiores músicos e compositoras de todos os  tempos.  Nasceu em 1675 e faleceu em 1750, data que nos livros de história costuma  marcar o final do período barroco. Seguiu e manteve a tradição de sua família, que era  toda de músicos. Foi um dos grandes organistas da história, tornando‐se Mestre de  Capela nas cortes de Weimar e de Cothen, na Alemanha. Naquele tempo esse era o  posto  máximo  alcançado  por  um  músico  e  compositor.  Como  compositor  da  corte,  compôs muita música para os cultos da igreja e para as festas e solenidades oficiais da  monarquia para a qual trabalhava.    Bach  casou‐se  duas  vezes  e  teve  ao  todo  20  filhos,  muitos  dos  quais  se  tornaram músicos respeitados também. Escreveu muitas obras entre concertos, fugas,  suítes para alaúde e cantatas. Entre as obras mais famosas de Bach podemos citar:  • Jesus Alegria dos Homens  • Concertos de Brandenburgo  Além da obra didática “O Cravo bem Temperado”.    G. F. Haendel          Outro grande compositor do período barroco, Georg Frederic Haendel nasceu  na  Alemanha,  mas  notabilizou‐se  como  Mestre  de  Capela  na  corte  da  Inglaterra.  Escreveu muitas óperas e oratórios, gêneros muito presentes no período barroco. Sua  obra mais conhecida é o oratório O Messias, cujo magnífico trecho intitulado “Aleluia”  popularizou‐se de forma avassaladora, seja em concertos e até mesmo em música de  publicidade.   
  • 43. 43 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Danças e ritmos tradicionais brasileiros    Jongo    Jongo é uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada  à  cultura  africana  no  Brasil  e  que  influiu  poderosamente  na  formação  do  Samba  carioca, em especial, e da cultura popular brasileira como um todo.   Faz parte das chamadas “danças de umbigada”, termo criado por estudiosos de  nossa música e cultura popular (entre eles, Mário de Andrade, Renato de Almeida e J.  Ramos Tinhorão).   O  Jongo  foi  trazido  para  o  Brasil  por  negros  escravos  de  origem  bantu,  seqüestrados nos antigos reinos de Ndongo e do Kongo, atual região da República de  Angola.  No jongo, os pares dançam dentro da roda ao som dos atabaques e “pontos”    Composto  por  música  e  dança  características,  animadas  por  poetas  que  se  desafiam  por  meio  de  versos  improvisados  na  hora,  em  com  cantigas  ou  pontos  enigmáticos ('amarrados').   Uma característica essencial da linguagem do Jongo é a utilização de enigmas,  que  possuem  uma  função  mágica,  que  têm  a  intenção  de  causar  fenômenos  paranormais. Esse caráter espiritual do jongo pode ser percebido em vários aspectos  da manifestação: o fato dos instrumentos (a pele dos tambores) serem afinados com  fogo;  o  fato  dos  tambores  serem  considerados  como  ancestrais  da  comunidade  (pessoas que já morreram); a dança em círculos com um casal ao centro, que remete à  fertilidade; sem esquecer, é claro, as ricas metáforas utilizadas pelos jongueiros para  compor seus "pontos" e cujo sentido é inacessível para os não‐iniciados.    Os instrumentos do jongo:      Na prática do jongo, alguns instrumentos são essenciais. Entre eles estão,         
  • 44. 44 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Os tambores ou atabaques:    • São eles que “falam”, são as vozes dos ancestrais. Têm tamanhos diferentes. O  maior de todos é comumente chamado de CAXAMBU. O de tamanho menor  chama‐se CANDONGUEIRO.      Outros instrumentos: além dos atabaques, no jongo utilizam‐se também chocalhos,  entre  eles  o  GUAIÁ,  que  tem  função  de  marcar  a  mudança  de  um  “ponto”.  Outro  instrumento presente no jongo é a CUÍCA ou PUÍTA.    O Jongo no Rio de Janeiro:    Na cidade do Rio de Janeiro, a região compreendida pelos bairros de Madureira  e Oswaldo Cruz, nos anos posteriores à abolição da escravatura, centralizou durante  muito  tempo  a  prática  do  jongo,  atraindo  um  grande  número  de  migrantes  ex‐ escravos, oriundos das fazendas de café do Vale do Paraíba.     Representantes do Jongo da Serrinha, com Vó Maria ao centro   
  • 45. 45 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Entre os precursores da implantação do Jongo nesta área se destacaram a ex‐ escrava  Maria  Teresa  dos  Santos  (Vó  Tereza)  e  seus  parentes,  além  de  diversos  vizinhos  da  comunidade,  entre  os  quais  Mano  Elói  (Eloy  Anthero  Dias),  Sebastião  Mulequinho  e  Tia  Eulália,  todos  fundadores  da  Escola  de  Samba  Império  Serrano,  sediada no Morro da Serrinha, em Madureira. Vó Maria, filha de Vó Tereza, e seu filho  Darcy também ficaram muito conhecidos como criadores de “pontos”.    Ciranda    A Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. Sua prática  é muito presente na Ilha de Itamaracá. É dança de roda, muito praticada  nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de um ritmo  lento, compassado e repetido. Aquele que inicia a ciranda é chamado de  Mestre e os que dançam cirandeiros.  Na ciranda são utilizados basicamente instrumentos de percussão: o  bumbo ou tambor, o tarol ou caixa de guerra e o ganzá (chocalho). No  entanto,  eventualmente  utilizam‐se  instrumentos  harmônicos  como  a  sanfona.      Pintura representando uma roda de ciranda (Aracy)    A dança:    Na  marcação  do  bumbo,  os  cirandeiros  pisam  forte  com  o  pé  esquerdo à frente. Num andamento para a direita na roda de ciranda, os  dançarinos dão dois passos para trás e dois passos para a frente, sempre  marcando o compasso com o pé esquerdo à frente. Os passos podem ser  simples  ou  coreografados.  Podem  dançar  homens,  mulheres  e  crianças,  sempre  de  mãos  dadas.  As  mãos  se  levantam  de  vez  em  quando  ao  mesmo  tempo em que os cirandeiros entoam um (Hei!). 
  • 46. 46 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br                                                       Cateretê    O cateretê é uma típica dança rural brasileira. Com nome de origem  tupi,  a  dança  também  apresenta  características  africanas.  Dança‐se  em  duas  filas,  uma  de  homens  e  outra  de  mulheres,  que  evolucionam  uns  diante dos outros ao som de palmas e bate‐pés. Os instrumentos usados  são as violas. São os violeiros que cantam no intervalo da dança e dirigem  as evoluções do bailado.    Uma das mais famosas mestres de ciranda é Lia de Itamaracá:    Cirandeira de Itamaracá, ilha perto de Recife, Maria Madalena Correia do  Nascimento ficou conhecida como Lia de Itamaracá desde os anos 60, quando a  compositora e cantora Teca Calazans registrou a quadra "Esta ciranda quem me  deu foi Lia/ que mora na ilha de Itamaracá".     Lia canta e compõe desde a infância, e em 1977 gravou seu primeiro disco,  o  LP  "A  Rainha  da  Ciranda".  Mas  não  enveredou  pela  vida  artística  e  continuou  trabalhando como merendeira em uma escola de sua cidade. Na década de 90 foi  redescoberta pelo produtor Beto Hees, que a levou para participar do festival Abril  Pro Rock em 1998, com grande êxito. Com repertório que inclui coco de raiz e loas  de  maracatu,  além,  é  claro,  de  cirandas,  acompanhadas  por  percussões  (ganzá,  surdo, tarol, congas) e saxofone, gravou o segundo álbum em 2000, o CD "Eu Sou  Lia",  lançado  inicialmente  pela  Ciranda  Records  e  depois  pela  Rob  Digital.  Por  ocasião do lançamento, apresentou‐se em outras capitais e ministrou workshops. 
  • 47. 47 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Frevo    O Frevo é um ritmo pernambucano derivado da marcha, do maxixe  e da capoeira. Surgiu em Recife no final do século XIX. Muito executado  durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em que  capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e  proteger seu estandarte. Da junção da capoeira (espécie de luta marcial  brasileira)  com  o  ritmo  do  frevo  nasceu  o  passo,  a  dança  do  frevo.  Acredita‐se que as sombrinhas coloridas hoje tão comuns nas mãos dos  passistas  de  frevo  sejam  uma  estilização  das  armas  utilizadas  pelos  capoeiristas de outrora.    A beleza das coreografias do frevo encanta a todos    A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a  designar: efervescência, agitação, confusão ou rebuliço.  Os instrumentos mais usados no frevo são os típicos de orquestra  de  metais  (trombones,  trompetes,  tubas,  flautas,  entre  outros)  e  de  percussão,  mas  podem‐se  utilizar  outros  instrumentos,  principalmente  nos grupos mais contemporâneos de frevo com guitarras, teclados, etc.                          Tipos de frevo:    Frevo de rua é frevo tocado por orquestra instrumental, sem cantores.  Frevo  canção  é  um  estilo  de  canção  com  uma  introdução  orquestral  típica  dos  frevos  de  rua.  São  vários  os  seus  intérpretes.  Entre  os  compositores de frevo‐canção destacam‐se Capiba e Alceu Valença.  Frevo de bloco é um frevo executado por orquestra de pau e cordas. É  chamado pelos compositores mais tradicionais de "marcha‐de‐bloco".  O  Frevo‐de‐Bloco  é  o  típico  estilo  das  agremiações  tradicionalmente  denominadas “Blocos Carnavalescos Mistos”, com efetiva participação da  mulher, principalmente as mulheres da classe média, na folia de rua do  Recife. Existem blocos muito famosos como o Galo da Madrugada. 
  • 48. 48 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Samba    O  samba  é  um  gênero  musical  e  um  tipo  de  dança  de  origem  africana  recriada  no  Brasil  por  descendentes  de  escravos,  no  início  do  século  XX.  Considerado  uma  das  principais  manifestações  culturais  populares brasileiras, a partir dos anos 1930 o samba se transformou em  símbolo de identidade nacional.  No  Rio  de  Janeiro,  o  samba  nasceu  sob  a  influência  dos  descendentes  de  escravos,  muitos  vindos  da  Bahia,  instalados  na  Praça  Onze  e  outros  das  regiões  de  fazendas  do  Vale  do  Paraíba,  depois  da  abolição da escravatura no Brasil. Muitos ex‐escravos migraram para o Rio  de Janeiro em busca de trabalho e se instalaram na região dos bairros de  Madureira e Oswaldo Cruz. Ligado à vida nos morros, das favelas cariocas,  o  samba  falam  da  vida  urbana,  dos  trabalhadores  e  das  dificuldades  da  vida diária.    Principais tipos de samba:      Samba‐enredo  Surgiu no Rio de Janeiro durante a década de 1930. Como o nome diz, o  samba  deve  contar  o  enredo  que  a  escola  de  samba  escolheu  para  o  desfile. Geralmente aborda temas sociais, históricos e culturais.     As baterias das Escolas de samba são a maior atração dos desfiles    Samba de partido alto  É  o  chamado  samba  de  terreiro,  com  letras  improvisadas,  que  canta  a  realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo de grandes  mestres  do  samba.  Os  compositores  cariocas  de  partido  alto  mais  conhecidos são:  Almir Guineto, Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Zeca  Pagodinho.  
  • 49. 49 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br   Pagode  Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, na década de 1970. Conquistou as  rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e  utiliza  instrumentos  de  percussão  e  sons  eletrônicos.  Espalhou‐se  rapidamente  pelo  Brasil,  graças  às  letras  simples  e  românticas.  Os  principais grupos são: Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar,  Raça  Negra,  Katinguelê,  Patrulha  do  Samba,  Pique  Novo,  Travessos,  Art  Popular.    Samba‐canção  Surge  na  década  de  1920,  com  ritmos  lentos  e  letras  sentimentais  e  românticas.  Até  a  década  de  1950  teve  grandes  compositores  como  Dorival Caymmi e Tom Jobim e intérpretes como Ângela Maria, Dolores  Duran, Maysa, Nelson Gonçalves, entre outros.     Samba‐exaltação  Com  letras  patrióticas  e  ressaltando  as  maravilhas  do  Brasil,  com  acompanhamento  de  orquestra.  Exemplo:  Aquarela  do  Brasil,  de  Ary  Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.    Moreira da Silva, o lendário Kid Moringueira    Samba de breque  Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir  comentários  de  caráter  crítico  ou  humorístico.  Um  dos  mestres  deste  estilo foi Moreira da Silva, o “Kid Moringueira”.    
  • 50. 50 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Danças dramáticas brasileiras    É uma designação proposta por musicólogos como Mário de Andrade para as  danças que envolvem enredo e encenação. Algumas danças dramáticas fazem parte  dos costumes do povo brasileiro, entre elas destacam‐se:    O “Bumba meu boi”    O  bumba‐meu‐boi  é  uma  dança  dramática  brasileira,  que  ocorre  principalmente  na  região  Nordeste.  A  dança  surgiu  no  século  XVIII  (dezoito)  como  forma  de  crítica  à  situação  social  dos  negros  e  índios.  O  bumba‐meu‐boi  combina  elementos de comédia, drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do  homem, a força bruta de um boi, tendo como tema de fundo a “ressurreição”.      O bumba‐meu‐boi une elementos das culturas européia, africana e indígena.   Enredo  e  personagens:  O  enredo  gira  em  torno  da  história  de  um  rico  fazendeiro  que  possui  um  boi  muito  bonito,  que  sabe  dançar.  “Pai  Chico”,  um  trabalhador da fazenda, rouba o boi para satisfazer sua mulher “Catirina”, que está  grávida e sente uma forte vontade de comer a língua do boi. O fazendeiro manda seus  empregados  procurarem  o  boi  e  quando  o  encontra,  ele  está  morto.  Os  pajés  são  chamados para ressuscitarem o boi. Depois de rezarem o boi renasce e todos celebram  a saúde do boi com grande festa.    O Boi de Parintins:    A  cidade  de  Parintins  no  Amazonas,  norte  do  Brasil,  tem  uma  forte  tradição  com  a  encenação  do  Bumba  meu  boi.  Lá  existem  duas  agremiações:  a  do  Boi  Garantido (que defende a cor vermelha) e a do Boi Caprichoso (que defende a cor  azul), que se “duelam” no grande festival. Hoje em dia esta festa atrai uma quantidade  enorme de turistas, que vão apreciar a encenação dos dois “Bois” no “Bumbódromo” 
  • 51. 51 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br da cidade, uma espécie de “sambódromo” para o Bumba‐meu‐boi. As alegorias são  ricas como nos desfiles das escolas de samba.      Imagens do festival de Parintins   O  bumba‐meu‐boi  possui  diversas  denominações  em  todo  o  Brasil.  No  Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas a dança é chamada de bumba‐meu‐boi, no  Pará e Amazonas, boi‐bumbá, em Pernambuco, boi‐calemba, na Bahia, boi‐janeiro, no  sul, boi‐de‐mamão, etc.    Maracatu      Maracatu  é  uma  dança  dramática  brasileira  muito  praticada,  principalmente  em  Pernambuco.  É  formada  por  uma  percussão  que  acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares  do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e européia. Surgiu  em meados do século XVIII.  Sua encenação traz diversas características da  cultura dos afro‐descendentes.    Rainha e Rei de um Maracatu pernambucano 
  • 52. 52 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como  Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição da Coroação  dos  Reis  do  Congo,  uma  encenação  criada  pelos  escravos  e  permitida  pelos  portugueses no Brasil.    Os grandes tambores do maracatu são chamados de alfaias    Os personagens dos Maracatus:    Do  cortejo  do  Maracatu  Nação  participam  entre  30  e  50  figuras.  Entre  elas  estão o Porta‐estandarte, trajado à Luís XV (como nos clubes de frevo), que conduz o  estandarte.  Atrás,  vêm  as  Damas  do  Paço,  no  máximo  duas,  e  que  carregam  as  Calungas, que são bonecas que simbolizam uma rainha morta.    Calunga na mão de uma dama do passo    Depois  das  Damas  do  Paço  segue  a  corte:  Duque  e  Duquesa,  Príncipe  e  Princesa, um Embaixador (nos Maracatus mais pobres o Porta‐estandarte vale como  Embaixador).  A corte abre alas para o Rei e a Rainha, que trazem coroas douradas e vestem  mantos de veludo bordados e enfeitados com arminho. Nas mãos trazem pequenas  espadas e cetros reais.   Alguns Maracatus incluem nesse trecho do cortejo também meninos lanceiros  e a figura do Caboclo de Pena, que representa o indígena brasileiro e tem coreografia  complicadíssima.   
  • 53. 53 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Pastoril    A  encenação  do  Pastoril  integra  o  ciclo  das  festas  natalinas  do  Nordeste,  particularmente, em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. O pastoril é  um dos quatro principais espetáculos populares nordestinos, denominados de danças  dramáticas por Mário de Andrade. O povo participa ativamente dos pastoris. O auto,  ou enredo contado, do pastoril é todo relacionado com o Natal:                                                      Pastoril  Composição: Ednardo    Venho da maravilha  Do mel da Jandaíra  Cheiro à flor de mangueira  Venho da maraponga  Pitanga milonga  Me língua de sol e de  dengue  Pra mim do final dessa praia  Sacode a barra da saia  Sacode a barra da saia  Que eu te vejo por inteira  Que eu te vejo por inteira  Desde o regaço do norte  À corredeira do sul  Teu riso é uma bandeira  Escorre como um riacho  Acho claro eu e tu  Papel seda flor do mato e  cetim  Pra te cantar pastorinha  Te trago dentro da minha  Chuva de luz no dourado  Fina areia prateada  Na asa da borboleta  Meu anjo solto no espaço  Espanta o mal e afasta  E deixa brilhar estrelas  Em constelações de luz  Em canções cheias de luz  No céu das nossas cabeça   O “AUTO” DO PASTORIL    O “auto” conta a história das pastoras a caminho de Belém, onde nasceu  Jesus. Lusbel lança mão de muitas artimanhas para desviá‐las do caminho e só  não consegue o seu intento graças às interferências de São Gabriel. Frustrado,  Satanás  convence  Herodes  a  promover  a  degola  dos  inocentes,  mas  este  é  castigado  porque  os  soldados  matam  o  seu  filho.  Herodes  se  arrepende  e  é  salvo, enquanto o Demônio é mais uma vez derrotado.      O auto é todo escrito em versos e musicado, com um prólogo, dois atos e  um epílogo. A comicidade, uma das características mais fortes dos espetáculos  populares  do  Nordeste,  aos  poucos  também  foi  aparecendo  no  Pastoril.  As  pastorinhas se dividem em dois cordões, o azul e o encarnado.  Os principais personagens do pastoril são: a Mestra, a Contra‐mestra, a  Diana,  a  Borboleta,  as  Pastorinhas,  o  Pastor.  Os  trajes:  saias,  blusas,  faixas,  aventais, chapéu de palhinha, nas cores azul e encarnado. Levam um pandeiro  feito de lata, com cabo e sem tampa, ornado de fita com a cor do cordão a que  pertence. Acompanhamento: conjunto de percussão e sopro.
  • 54. 54 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Créditos, fontes e bibliografia    Elaboração e edição da apostila:    Profª Mônica Leme (edição final)  Profª Milena Tibúrcio (pesquisa e textos)  Profª Isabel Cristina Borges de Medeiros (pesquisa, textos e exercícios)    Carolina Couto (Ilustrações da capa)    Bibliografia:    BENNETT, Roy. Forma e Estrutura na Música. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1986.  BENNETT, Roy. Como Ler uma partitura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.  BENNETT, Roy. Elementos básicos da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.  GROUT, D. J & PALISCA, C. V. História da Música Ocidental. Lisboa: Gradiva, 2001.  MASSIN, Brigitte e Jean. História da Música Ocidental. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,  1998.  PAHLEN,  Kurt.  Nova  História  Universal  da  Música.  Rio  de  Janeiro:  Melhoramentos,  1991.  SCHAFER, Murray R. O Ouvido Pensante. São Paulo: UNESP, 2003.  SCLIAR, Esther. Elementos de Teoria Musical. São Paulo: Novas Metas, 1985.  SUZIGAN,  Maria  Lucia  Cruz  &  MOTA,  Fernando.  Método  de  Iniciação  Musical  para  Jovens e Crianças. São Paulo: G4, 2001.  SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Rio de Janeiro: Editora Moderna,  2003.  WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido. São Paulo: Cia da Letras, 1999.    Enciclopédias e Dicionários:    500 Anos da Música Popular Brasileira – com CD homônimo – Edição do Museu da  Imagem e do Som (MIS‐RJ), 2001.  Dicionário GROVE de Música ‐ Edição concisa. Rio de Janeiro: J. Zahar.    Fontes na internet:    www.pt.wikipedia.org  http://www.suapesquisa.com/samba/  http://instrumentos.aulasdemusica.com/  http://www.brasilescola.com/folclore/bumbameuboi.htm    Imagens na internet:    Crianças de olhos fechados  http://cms.ich.ucl.ac.uk/website/imagebank/  Homem gritando  http://wyrebc.gov.uk/page.aspx?ImgID=1512  Passarinho cantando 
  • 55. 55 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br http://www.wacathedral.org/Photos/bird%20singing.jpg  Tuba  http://school.discoveryeducation.com/clipart/images/tuba.gif  Flautim  http://www.xtec.es/trobada/musica/imatges/flauti.gif  Câmara anecóica  http://blog.educastur.es/practicainstrumental/files/2008/03/anecoica‐1.jpg  Músicos chineses  http://pro.corbis.com/images/AABN001276.jpg?size=67&uid=%7BAB8B4BDF‐549D‐4E0E‐A01D‐ 4914812862E2%7D  Alaúde  http://www.overmundo.com.br/_agenda/img/1205853804_alaude.jpg  Guitarra  http://www.aleac.ac.gov.br/aleac/edvaldomagalhaes/images/stories/guitarra‐papel.jpg  Guido D´Arezzo  http://www.cpmusical.com.br/biografias/fotos/CP94.jpg  Abafador de ruídos  http://www.solucaoepi.com.br/imgProdutos/97_G_Abafador‐de‐ruidos‐exc.jpg  Aparelho fonador  http://i93.photobucket.com/albums/l68/Atsiluap/Variado/fonador.gif  Teclado do piano com notas  http://walmirsilva.files.wordpress.com/2008/04/escala_teclado_musical.jpg  Simpsons gritando  http://www.meupapeldeparedegratis.com.br/cartoons/pages/screaming‐simpsons.asp  O cantor Roberto Carlos  http://www.depositonaweb.com.br/wp‐content/uploads/roberto_carlos.jpg  A cantora Ivete Sangallo  http://www.fashionbubbles.com/wp‐content/uploads/2009/01/ivete‐sangalo‐look‐branco.jpg  Crianças cantando  http://www.sec.pb.gov.br/sec2007/images/stories/criancas‐cantando‐enquanto‐tocando‐musical‐ instrumento‐‐ispc054012.jpg  Índios botocudos  http://4.bp.blogspot.com/_y2KqGNl‐M18/SC2feZILu6I/AAAAAAAAABo/iX‐ ZGFDpTXo/s320/botocudos.jpg  Cantores de ópera  http://www.rosalindplowright.com/AllStarsGallery/Maddelna_Andrea_Chenier_ROH_1984_with_Jose_ Carreras.jpg  Coro jovem  http://z.about.com/d/webclipart/1/0/p/z/2/sing12.gif  Garoto cantando  http://thumbs.dreamstime.com/thumb_179/1188378647htf8w0.jpg  Farinelli, o castrati  http://mediatheque.ircam.fr/sites/voix/images/oeuvres/farinelli1.jpg  Maria Callas  http://www.warnerclassicsandjazz.com/assets/artist/images/825646%209814‐ 4%201_callas_rgb_72dpi_wtih‐spine_low‐res_crop.jpg  Cassia Eller  http://4.bp.blogspot.com/_‐ XPnDCUY4S8/SG5ykz9wNvI/AAAAAAAAAgI/erToeMWUj6M/s320/CassiaEller.jpg  Os 3 tenores  http://www.estadao.com.br/fotos/pavarotti9.jpg  Barroco mineiro: pintura de Ataíde  http://www.historiamais.com/ataide.jpg  J. S. Bach  http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Sebastian_Bach  Jongo da serrinha  http://www.jornaldosamba.blogger.com.br/jongo_da_serrinha.jpg 
  • 56. 56 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br Dançando o jongo  http://www2.petrobras.com.br/cultura/images/espacovirtual/galerias/encontro_de_jongueiros_10.jpg  Ciranda (pintura de Aracy)  http://s3.amazonaws.com/rede_prod/assests/0047/2791/Aracy_ciranda_de_roda_30X40_thumb.jpg  Lia de Itamaracá  http://www.estadao.com.br/fotos/lia2.jpg  Cateretê  http://www.salesianost.com.br/ens_fund/7ano/diversidades_brasil/7f/sudeste2/02051.jpg  Frevo  http://www.ufrpe.br/arquivos/upload/frevo3.JPG  Bateria  http://g1.globo.com/Carnaval2008/foto/0,,12124450‐EX,00.jpg  Haendel  http://www.mucd.de/Bilder/haendel2.jpg  Monteverdi  http://www.iicchicago.esteri.it/IIC_Chicago/webform/..%5C..%5CIICManager%5CUpload%5CIMG%5C%5 CChicago%5Cmonteverdi_1.jpg  Pachelbel  http://www.ofletters.com/composers/pachelbel.jpg  Rameau  http://www.circolodellamusicaimola.eu/2007_2008/3_marzo/Jean‐Philippe_Rameau.jpg  Inatrumentos primitivos  www.canalkids.com.br/arte/danca/baila.htm  Regional de choro  http://www.agemaduomi.com.br/_casadasmaquinas/_historia‐do‐choro.jpg  Led Zeppelin  http://www.rocumentaries.com/pics/led‐zeppelin‐1972‐20060902‐03.jpg  Quarteto de cordas  http://zerohora.clicrbs.com.br/rbs/image/3978376.jpg  Bumba meu boi  http://www.badaueonline.com.br/dados/imagens/bumba%20boi.jpg  Rei e rainha do maracatu  http://www.krulik.com.br/cite/images/01_Rainha_Maracatu.jpg  Alfaias  http://www.imageandnarrative.be/worldmusica/images/bart02.jpg  Calunga  http://iconacional.blogspot.com/2008/08/blog‐post.html  Pastoril  http://www.pirenopolis.com.br/fotos/pastorinhas   
  • 57. 57 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: ELEMENTOS DA MÚSICA    I.  Leia a partitura musical Ciranda da Lia e faça os itens a seguir (ver no portal):    1. O tipo de compasso é ...............................................    2. A figura de ritmo de maior duração nesta música chama‐se .......................................    3. Discrimine o(s) compasso(s) em que esta figura mais longa aparece:  ..........................................    4. As demais figuras de ritmo são:    Nome:......................................  Desenho:                     Valor:....................    Nome: .....................................  Desenho:                      Valor: ..................    5. No compasso de nº ___  há uma pausa de ...................................., que  vale ...........  tempo(s).    6. Há sinal de repetição? Qual?......................................................................    7. Em que compassos aparecem ligaduras?    ....................................................................................................................    8. As três notas iniciais são ............., .............. e .............    9. A música termina com a nota ...........    II. Preencha a tabela abaixo, identificando o nome da figura, o desenho, a pausa e o número  que a representa:  Nome da figura  Desenho da figura Pausa da figura Número da figura  Semibreve                  4  Colcheia               16    III. Complete somente onde precisar com figuras de ritmo ou pausas:       
  • 58. 58 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO:  ELEMENTOS DA MÚSICA    Maracatu misterioso / O meu boi morreu (ver no portal)    EXERCÍCIO:     1) A partitura está em compasso ................................................  2) O  sinal  de  repetição  chama‐se  ............................................................  e  indica  que  se  deve repetir entre os compassos de nº ___ e ____.   3) Em  toda  a  música  há  somente  pausas  de  ...........................................Cada  uma  vale  ............. de tempo. Elas estão nos compassos .........., .......... e ...........  4) Os nomes das notas do 3º compasso são: .........., ......., ......., ......., .......... e ...........  5) Há notas duplicadas em 8ªs.  nos compassos .......... e .............  6) Os nomes das notas do 10º compasso são : ......., ......, ......, ......., ......., ......, ...... e .........  7) Desenhe a figura de ritmo de maior duração nesta música: .......................................  8) Desenhe a figura de ritmo de menor duração nesta música: ..........................................    EXERCÍCIO – Elementos da música:    a) Dar nome às notas:         b) Desenhar a escala de dó ascendente e descendente em semibreves:    b) Dividir com barras os compassos abaixo:                                     
  • 59. 59 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO:    A VOZ E OS CONJUNTOS VOCAIS    1. Marque as atitudes corretas para ser um bom cantor:  (      ) Pronunciar claramente as sílabas e as palavras.  (      ) Estar sempre de boa aparência.  (      ) Usar uma expressão que permita ao ouvinte captar o sentido do que está transmitindo.  (      ) Confiar na intuição, desprezando o preparo vocal.  (      ) Manter‐se relaxado, sem levantar os ombros.  (      ) Fazer exercícios para aumentar sua capacidade pulmonar.    2. O que é o aparelho fonador?  _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________    3. O que é tessitura?  _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________    4. A “muda vocal” ocorre em que fase de idade?  _________________________________________________________________    5. Por que a “muda de voz” é mais evidente no sexo masculino do que no feminino?  _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________    6. No Brasil, comumente classificamos as vozes infantis em ______________________________ e  __________________________________.    7. Complete o quadro das vozes femininas:    Voz aguda   Voz média    Voz grave     8. Complete o quadro das vozes masculinas:     Voz aguda   Voz média    Voz grave       9. O que são conjuntos mistos?  _________________________________________________________________    10. Dê um exemplo de pequeno conjunto vocal e outro de grande número de pessoas:       ____________________________             ____________________________   
  • 60. 60 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO:    LINHAS SUPLEMENTARES      Há notas que ficam acima ou abaixo do pentagrama porque a maior parte dos instrumentos  musicais  e  das  vozes  pode  alcançar  mais  notas  do  que  apenas  aquelas  que  ficam  nas  cinco  linhas  e  quatro  espaços.  Estas  outras  notas  se  escrevem  acima  ou  abaixo  do  pentagrama  sobre  umas  linhas  pequenas, às quais denominamos:   • Linhas suplementares superiores  • Linhas suplementares inferiores                                                                                                   As sete notas musicais se repetem em seqüência ascendente desde a região sonora gravíssima  à agudíssima, assim como em seqüência descendente, isto é, da agudíssima para a gravíssima. Um dos  modos de facilitar a identificação de qual “dó” deseja‐se que você toque ou escreva na pauta musical é  através da numeração da escala (série de notas). É muito fácil!                  Coloque os nomes nas notas:        Escreva no pentagrama as notas:                           sol3         ré3          dó3       dó4        si3        ré4       sol4         lá4       mi4                   Seqüência 3 = compreende o dó central (médio) até ao si. Seqüência 4 = compreende o dó no 3º espaço até ao si suplementar superior
  • 61. 61 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: ELEMENTOS DA MÚSICA De acordo com partitura musical abaixo, coloque V quando verdadeiro ou F quando  falso às afirmações que se seguem:  Ó ABRE ALAS (marcha de carnaval) Chiquinha Gonzaga a)  (       )  A figura rítmica de maior duração é a mínima.  b)  (       )  Andante indica tocar a música em andamento moderado.  c)  (       )  A música tem, no total, 11 compassos.  d)  (       )  A  nota  lá3  em  colcheia  do  6º  compasso  está  ligada  a  uma  nota  de  igual  duração e altura.  e)  (       )  A nota mais aguda que aparece é um mi4.  f)  (       )  A nota ré4 aparece seis vezes na partitura.  g)  (       )  Na música há seis tipos de pausas.  h)  (       )  O final da música é no compasso 9.  i)  (       )  O sinal de intensidade diz que a música deverá ser tocada suavemente.  j)  (       )   D.S. al Fine indica  repetição da música a partir do sinal até a palavra Fine. 
  • 62. 62 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: CONJUNTOS MUSICAIS Correlacione as duas colunas:    A‐  Pequeno conjunto  instrumental    (        )  Orquestra Sinfônica   B‐  Pequeno conjunto vocal    (        )  Duo de vozes masculinas  C‐  Grande conjunto  instrumental    (        )  Coro do Teatro Municipal do Rio de  Janeiro  D‐  Grande conjunto vocal    (        )  Quarteto de Cordas      Responda:     a) O que é uma Banda de Música militar ou civil? Cite nomes de três instrumentos  característicos.    ............................................................................................................................................    ............................................................................................................................................    ............................................................................................................................................    ............................................................................................................................................      b) O que é um regional de choro? Cite nomes de três instrumentos característicos.    ............................................................................................................................................    ............................................................................................................................................    ............................................................................................................................................    ............................................................................................................................................       
  • 63. 63 Portal de Educação Musical do Colégio Pedro II – www.portaledumusicalcp2.mus.br ATIVIDADE DE FIXAÇÃO: CONJUNTOS INSTRUMENTAIS A  Orquestra  Sinfônica  é  formada  por  vários  instrumentos  das  famílias  de  metais,  madeiras,  cordas  e  percussão.  Cada  músico  desempenha  a  sua  função  para  que o conjunto seja harmonioso. Dê o nome às famílias de instrumentos conforme o  desenho abaixo:        Classificação dos instrumentos musicais:    Os  instrumentos  musicais  são  classificados  conforme  o  material  de  que  são  confeccionados  e  a  forma  como  o  som  é  produzido.  Complete  com  a  classificação  correta:    ________________________são os instrumentos que produzem som por meio  do ar, como flautas e trompetes, por exemplo.    _____________________________  são  os  instrumentos  que  produzem  som  pela vibração de cordas, tais como o violão, o violino e a harpa.    _____________________________________  são  os  instrumentos  que  produzem  som  por  meio  da  vibração  de  membranas,  como  é  o  caso  dos  tambores em geral.    _____________________________  são  instrumentos  que  produzem  som  através da vibração de seu próprio corpo, como é o caso das claves e sinos.