1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ANIMAIS
CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA
CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL JUNIOR
CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO
(Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis)
EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL
MOSSORÓ
2016
2. CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL JUNIOR
CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO
(Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis)
EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL
Monografia apresentada à Universidade
Federal Rural do Semiárido – UFERSA
como requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia de Pesca.
Orientadora: Misleni Ricarte de Lima,
Profa. Dra.
MOSSORÓ
2016
4. CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL JUNIOR
CONTROLE BIOLÓGICO DE RECRUTAMENTO DE TILÁPIA DO NILO
(Oreochromis niloticus) POR ROBALO FLECHA (Centropomus undecimalis)
EM SISTEMA DE CULTIVO EXPERIMENTAL
Monografia apresentada à Universidade
Federal Rural do Semiárido como
requisito para obtenção do título de
Bacharel em Engenharia de Pesca.
5. A Oneida Rocha Santana, minha queria avó
materna, a quem devo as raízes da minha fé
em tudo quanto é bom e maravilhoso na
criação do nosso pai celestial. Jamais me
esquecerei! (In Memoriam);
A meu avô materno Sebastião Chácara,
saudades dos nossos passeios e histórias. (In
Memoriam);
A Alzira Ribeiro Ovil e Clarence Ovil Gibson,
meus avós paternos, que também
influenciaram de forma ímpar em minha vida,
ele com sua história de atleta (The Tiger of
The Night, Boxer - EUA), ela com sua
generosidade e caridade. (In Memoriam);
A Vovó Ivone Macedo Barbosa, que me
acolheu como neto em seu coração. (In
Memoriam).
Amor sagrado por todos vocês.
À vida por permitir que esta jornada se
concluísse.
Aos meus pais Izanete Chácara Rocha
Gibson e Clarence Ildawald Gibson ovil pelo
exemplo e suporte, sem os quais jamais eu
chegaria aqui de cabeça erguida.
Aos meus filhos Joaquim Amon e Eric Gabriel
pela motivação;
Aos meus irmãos;
À minha amiga Ana Cláudia de Medeiros por
tudo que significa nesse processo de
conclusão.
À minha Orientadora Misleni Ricarte de Lima,
por toda gentileza e conhecimento
compartilhado, os quais absorvi da melhor
maneira possível nesses meses de
convivência. Sem a senhora talvez a história
deste trabalho fosse outra.
Aos meus amigos que mesmo a distância
sempre torceram por essa conquista. É tudo
nosso!
Às boas pessoas do mundo, para que as
inspire e as impulsione a fazer sempre o
melhor que puderem.
6. AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por todos os momentos de fraqueza e desespero, por
cada ronco no estômago e por cada lágrima seca derramada. Agradeço a Deus
por todas as coisas que minha família não merece saber. Cada um desses
acontecimentos eu chamo de pedra. Cada pedra meticulosamente lapidada e
encrustada com a atenção e resignação do ourives, que constrói a sua mais bela
joia. Uma a uma foi lapidada. Então, obrigado Deus por cada dor e pela sensação
de morte, pela vida que veio e ainda não vi. Meu sincero obrigado!
Agradeço a minha família por me forjar quem sou. Obrigado!
Agradeço a minha orientadora, professora Misleni Ricarte de Lima por todas
as informações compartilhadas, pela sabedoria em conduzir e principalmente por
acreditar em nossa ideia. Foi maravilhoso. Obrigado!
Agradeço a banca pela atenção dispensada as palavras colocadas nesta
avaliação do ensaio apresentado. Obrigado!
Agradeço a cada professor que gentilmente contribuiu para a construção do
conhecimento compartilhado comigo, sem o qual seria impossível ter levado a
cabo todas as atividades desenvolvidas neste experimento científico.
Agradeço a cada um dos servidores técnico-administrativos da instituição,
que sempre foram gentis e solícitos, sempre colaborando para que tudo quanto
lhes foi solicitado acontecesse a contento. Meu obrigado sincero.
Agradeço a todos os colegas, na pessoa do colega Claudio Geovane,
representando todos contribuíram em algum momento. Obrigado!
Um agradecimento especial para a Chefe de Cerimonial, Dona Mariquinha,
pessoa que generosamente ajudou um sudestino recém-chegado e perdido na
UFERSA. Obrigado!
Agradeço a Breno Noronha Rodrigues, aluno do curso de Zootecnia,
companheiro incansável de pesquisa. Não sei como agradecer sua dedicação e
compromisso com o nosso experimento. Você vai ser um grande pesquisador.
Obrigado!
7. RESUMO
O controle populacional de jovens recrutas em cultivos comerciais de tilápia do Nilo
é objeto de grande preocupação para os produtores do setor aquícola. Propondo
soluções sustentáveis e orgânicas para essa questão, realizou-se no setor de
Aquicultura da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido, Campus
Mossoró-RN, a avaliação do potencial do robalo Flecha (Centropomus undecimalis)
como controlador biológico para o recrutamento de tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus) em sistemas de cultivo. Para isso, estocou-se um total de 48 peixes,
sendo: 42 tilápias e seis (6) robalos, separados por classe de comprimento e peso,
em 12 caixas d'água de polietileno com capacidade para 1000 L cada, montadas em
sistema fechado com utilização de filtros biológicos, abastecidas com água de poço
com salinidade média de 1,8 ppt. Todas as unidades receberam aeração contínua,
fornecida por compressor radial tipo soprador de 3,5 cv, durante 46 dias. As tilápias
foram alimentadas com ração comercial até a saciedade aparente, os robalos
receberam um alevino de tilápia com peso médio de ± 1 g/dia até o surgimento dos
primeiros recrutas nas unidades experimentais. As novas cortes receberam ração
farelada após o consumo do vitelo. Utilizou-se no delineamento experimental um
esquema fatorial, constituído de quatro tratamentos distintos em três repetições
cada. Distribuiu-se os tratamentos aleatoriamente da seguinte forma: no tratamento
1 (T1), povoou-se as caixas d'água com duas fêmeas e um macho de tilápia do Nilo,
com a adição de um robalo; no tratamento 2 (T2), utilizou-se duas fêmeas e um
macho de tilápia do Nilo, sem a adição do robalo; no tratamento 3 (T3), fez-se uso
de três fêmeas e um macho de tilápia do Nilo, com a adição de um robalo; e no
tratamento 4 (T4), empregou-se três fêmeas e um macho de tilápia do Nilo, sem a
adição do robalo. A sobrevivência para os exemplares do gênero Oreochromis foi de
88%. O incremento populacional nas unidades sem o robalo foi de 2009 alevinos
com peso médio de ± 0,74 g, enquanto nas unidades com robalo não foi detectada a
presença de alevinos de tilápia do Nilo. A sobrevivência do controlador biológico foi
de 100%. As médias do monitoramento dos parâmetros físico-químicos da água
foram de: T ± 30 ºC; o oxigênio dissolvido manteve-se sempre próximo à saturação,
com uma média de 7,5 mg/L; o PH médio foi de 7,6. Constatou-se, ao final do
experimento, a eficiência do robalo Flecha como controlador biológico para o
surgimento de superpopulações de recrutas em cultivos de tilápias do Nilo.
Palavras-chave: Alevinos. Controlador. Eficiência. Recrutas.
8. ABSTRACT
Population control of young recruits in commercial crops of the Nile Tilapia is great
matter of concern for producers of the aquaculture sector. Offering sustainable and
organic solutions to this issue was held in the aquaculture sector of UFERSA -
Federal Rural University of Semi-Arid, Campus Mossoro-RN, the evaluation of the
Sea bass potential (Centropomus undecimalis) as a biological control for Tilapia
recruitment (Oreochromis niloticus) in cropping systems. For this thrust to a total of
48 fish, where: Tilapia 42 and six (6) bream, separated by length and weight class,
12 polyethylene water boxes with capacity of 1000 U each mounted within a closed
system with use of biological filters supplied with well water with an average salinity
of 1.8 ppt. All units received continuous aeration, provided by radial type blower 3.5
hp compressor, for 46 days. Tilapia were fed with commercial feed to satiation, the
sea bass received fingerlings of Tilapia with average weight of ± 1 g / day until the
appearance of the first recruits in the experimental units. The new cuts received
middlings after calf consumption. It was used in the experimental design factorial
scheme consisting of four different treatments in triplicates. treatments were
distributed randomly as follows: 1 treatment (T1) is settled water tanks with two
females and one male Nile Tilapia, with the addition of a bass; in treatment 2 (T2), we
used two females and one male Nile Tilapia, without the addition of bass; treatment 3
(T3) was made using three females and one male Nile Tilapia, with the addition of a
bass; and treatment 4 (T4), he used three females and one male Tilapia Nile without
adding Sea bass. Survival for copies of Oreochromis gender was 88%. The
population increase in the units without the bass was 2009 fingerlings with average
weight ± 0.74 g, while in units with sea bass was not detected the presence of
fingerlings of Nile Tilapia. The survival of biological control was 100%. The means of
monitoring the physical and chemical water parameters were: T ± 30 ° C; dissolved
oxygen remained always close to saturation with a 7.5 mg / L; the average pH was
7.6. It was found at the end of the experiment, the Sea bass efficiency as a biological
control for the appearance of overcrowding of recruits in the Nile Tilapia cultivation.
Keywords: Controller. Efficiency. Fingerlings. Recruits.
10. 9
1. INTRODUÇÃO
A aquicultura é uma atividade comercial ou de subsistência regulamentada pelo
Decreto da presidência da República de nº 4.895, de 25 de Novembro de 2003, que a
define como sendo: “O cultivo ou criação de organismos cujo o ciclo de vida em
condições naturais, ocorrer total ou parcialmente em meio aquático”. Segundo o
decreto, área aquícola é “o espaço físico contínuo em meio aquático, delimitado,
destinado a projetos de aquicultura, individuais ou coletivos”.
O decreto diz ainda que “parques aquícolas são espaços físicos contínuos em
meio aquático, delimitado, que compreende um conjunto de áreas aquícolas afins, em
cujos espaços físicos intermediários, podem ser desenvolvidas outras atividades
compatíveis com a prática da aquicultura”.
Para o professor Wagner Valenti (2002), a atividade aquícola deve ser
compreendida de forma simples e clara como “a produção de organismos com hábitat
predominantemente aquático, em cativeiro, em qualquer um de seus estágios de
desenvolvimento”. O autor apoia a atividade em três momentos fundamentais,
preconizando que “o organismo produzido deve ser aquático, deve existir um manejo
para a produção, a criação deve ter um proprietário”.
Baseado nessas duas premissas, torna-se notório a necessidade de Controlar o
microcosmo que formam o fluído de cultivo e o macrocosmo que desenvolvem-se
dentro dele estejam em equilíbrio, demonstrando como é imperativo ter total controle
sobre esses sistemas, para maximizar o sucesso econômico do empreendimento, a
segurança sanitária da produção, e a sustentabilidade em empreendimentos aquícolas.
É importante ter em mente que, a capacidade hídrica de produção das áreas
aquícolas e dos parques aquícolas no Brasil, que de acordo com o site da marinha, a
Zona de Exploração Exclusiva – ZEE dentro do espaço marítimo nacional é de
aproximadamente 3,5 milhões de Km². Existem esforços junto à Comissão de Limites da
Plataforma Continental (CLPC) da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar (CNUDM) para ampliar os limites da plataforma continental para além das 200
milhas náuticas (370 km), o que corresponderia a uma área de 963 mil km² a mais para
o território nacional, podendo ser expandida, após as adequações, para uma área total
de 4,5 milhões de km², onde em diversas regiões foi demonstrado o potencial para a
maricultura através dos PLDMs.
11. 10
Consta no Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe
2014 que 13% da água doce superficial disponível no mundo está em território nacional,
porém com distribuição desigual em volume/regiões e necessidade de uso per
capita/volume disponível. Segundo o relatório acima, 81% da água superficial em
território nacional está concentrada na região amazônica, onde vivem apenas 5% da
população, com baixa demanda de água. Por outro lado, nas regiões litorâneas, onde
se concentra 45,5% da população do país com alta demanda hídrica, temos apenas
2,7% de água superficial.
O que nos direciona a implementação de tecnologias que priorizem pelo uso
racional de água, e principalmente a aplicação de tecnologias de reutilização dá água
em diferentes ciclos de produção devido o controle do microcosmo presente nos fluidos
de cultivo.
O mesmo relatório de recursos hídricos demonstra ainda que: dos 1039 pontos
de monitoramento hídrico no meio rural, 82% dos aquíferos possuem o IQA – Índice de
Qualidade de Água considerado bom, 9% ótimo, 6% ruim e 3% regular. Já para os
aquíferos próximos às cidades, o IQA é considerado bom em 48% dos pontos, ótimo em
4%, regular em 23%, ruim em 21% e péssimo em 4% dos 530 pontos monitorados. O
IQA estabelecido pela ANA considera nove parâmetros físico-químicos e biológicos das
águas analisadas, como: oxigênio dissolvido, nitrogênio total, fósforo total, temperatura
da água, ente outros.
Sendo alguns destes parâmetros, limitantes para a manutenção e sucesso dos
empreendimentos aquícolas, assim como, são norteadores da responsabilidade com o
efluente a ser descartado. Devendo esse, se não houver a possibilidade de uso na
irrigação, ser tratado adequadamente segundo as determinações da ANA, antes de ser
devolvido ao ambiente.
Segundo a FAO (2014), em 2012 houve um incremento na produção mundial de
pescado de 10 milhões de toneladas, comparado a 2010, saldo positivo devido ao
desenvolvimento da atividade aquícola mundial. Em 2011 a produção aquícola nacional
atingiu o 17º lugar mundial na produção em cativeiro e a 19ª colocação, quando somado
à captura extrativista, com uma despesca de 1,4 milhões de toneladas de pescado,
produzindo um PIB nacional de R$ 5 bilhões ACEB (2014). A tilápia do gênero
Oreochromis é um dos peixes mais cultivados pela aquicultura mundial, é produzida em
153 países, estando presente em todos os continentes, e representando a maior parte
do pescado aquícola global.
12. 11
As primeiras tilápias do gênero Oreochromis que chegaram ao Brasil foram da
espécie rendalli ou tilápia do Congo, desembarcadas no estado do Rio de Janeiro em
1953, “pelo Sr. FÉLIX CHARLIER, funcionário da LIGHT, com a finalidade de
incrementar a piscicultura nas represas da companhia e controlar as plantas aquáticas.
Foram introduzidas na Lagoa da Tijuca durante o governo de CARLOS LACERDA”
importadas do Congo. Após 18 anos, em 1971, o DNOCS – Departamento Nacional de
Obras Contra a Seca, introduziu a espécies Oreochromis niloticus visando também o
peixamento dos reservatórios da Região Nordeste (BIZERRIL Et al. 2001, Oliveira Et al.
2007), porém ocorreram problemas desde a primeira introdução da tilápia, como o baixo
crescimento da espécie.
A alta prolificidade e a consanguinidade da segunda espécie provocaram uma
infestação dessa linhagem na maioria dos reservatórios brasileiros, povoando-os com
animais de baixo desempenho zootécnico OLIVEIRA (2007). Uma outra espécie de
tilápia chegou oficialmente ao Brasil em 1981, a tilápia vermelha. Animais mutagênicos
de populações de Oreochromis mossambicus, espécie que tolera as maiores
salinidades descritas para o gênero Oreochromis (Banegas, 2007,).
Os maiores gargalos encontrados para o sucesso da produção dessa espécie foi
a consanguinidade e a carência de trabalhos em melhoramento genético que
viabilizassem cortes de alevinos eficientes em ganho de biomassa e conversão
alimentar. Apenas em 1996 o Brasil teve contato com espécimes melhorados
geneticamente de Oreochromis niloticus, com populações da linhagem Chitralada,
trazidas da Tailândia. Em 2002 é introduzida uma nova variedade de Oreochromis
niloticus, chamada de Genomar Supreme Tilapia, logo após a FishGen ou GMT -
(Genetically Male Tilapias). OLIVEIRA (2007). Com a introdução desses espécimes e o
aprimoramento das técnicas de cultivo como: reprodução, incubação artificial e medidas
para controle do sexo, a tilapicultura deslanchou, iniciando com isso a fase industrial do
cultivo de tilápia no Brasil.
A tilapicultura é uma atividade que ocupa 800 mil profissionais e viabiliza 3,5
milhões de postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos. O Brasil possui
vantagens extraordinárias para o desenvolvimento da aquicultura marinha e continental
em relação a outros países, pois possui uma costa de mais de 8400 quilômetros
praticamente inexploradas, como já salientadas pelos PLDMs.
A tilápia, apesar de não ser contemplada no plano local de desenvolvimento da
maricultura, principalmente devido suas ecologia de vida, do ao fato de ser um animal
13. 12
alóctone, exótico na fauna brasileira, é um dos peixes mais cultivados pela aquicultura
mundial, sendo produzido em 153 países, estando presente em todos os continentes,
representando a maior parte do pescado aquícola global.
Não sendo essa uma realidade diferente em águas nacionais, o Brasil produziu
479,399 mil toneladas de pescado aquícola em 2010, com uma pequena oscilação em
2013, produzindo 392,493 mil toneladas de peixes. A tilápia foi o pescado mais
produzido no país, com destaque para a Região Centro-Oeste como principal produtora
dentre as Regiões da Federação, onde foi despescado, aproximadamente, 105,010 mil
toneladas, o equivalente a 26,8% do total de peixes produzidos no país. As tilápias do
gênero Oreochromis corresponde a 43,1% da produção nacional de peixes, seguido
pelo tambaqui (22,6%) e pelo grupo tambacu e tambatinga (15,4%) IBGE (2013); (MPA,
2012; LOBO, 2014).
Hoje o principal problema da tilapicultura é a prolificidade da espécie. As fêmeas
de tilápia param de se alimentar durante o processo de incubação, eclosão e
desenvolvimento larval, retardando seu crescimento e o desenvolvimento de biomassa.
Por esse motivo é prioritário o cultivo de apenas machos de tilápia, para a obtenção de
resultados satisfatórios em empreendimentos aquícolas.
É de fundamental importância para o sucesso do cultivo racional da tilápia do Nilo
o povoamento de organismos previamente modificados sexualmente, sanando assim os
desperdícios energéticos provocados pela cópula, desova, cuidado parental e explosão
populacional nos viveiros de cultivo, uma vez que nessa espécie os machos crescem
mais que as fêmeas produzindo populações desuniformes. (LEONHARDT 1997, p. 10;
LIMA 2011, p. 1; NEUMANN 2004, p. 3; POPMA e LOVSHIN 1995, p. 16; FAO 2014;
IBGE 2013).
O método mais difundido para obtenção de monosexos de tilápia é a indução
hormonal, ao se incorporar 60 mg do hormônio 17-α-metiltestosterona por quilograma
de ração em dietas práticas para larvas de tilápia em reversão sexual. Ao final de 28
dias, obter-se-á uma taxa de reversão de 93,33 % de machos. Trabalhos de vários
autores nos ajudam a concluir que a administração de andrógenos nestes peixes por
três ou quatro semanas resulta em uma população com 80% a 100% de machos
fenotípicos, uma média de 90% de sucesso, representando uma melhora média de 5%
nas taxas de reversão de meados da década de 90 até hoje (LEONHARDT 1997, p. 10;
LIMA 2011, p. 1; NEUMANN 2004, p. 3; POPMA e LOVSHIN 1995, p. 16).
14. 13
A técnica de estimulação do sexo fenotípico em Oreochromis niloticus, através da
mistura de esteroides masculinizantes à ração, tem o objetivo de obter populações de
apenas animais machos. Uma alternativa sustentável e orgânica para a prolificidade de
peixes do gênero Oreochromis em sistemas de cultivo e para a falha no processo de
reversão sexual com a utilização de hormônio 17-α-metiltestosterona, é a introdução de
peixes carnívoros dentro dos sistemas de cultivo.
Um animal que não seja competidor alimentar da tilápia, que não tenha
comportamento agressivo com a tilápia madura e que seja predador eficiente das cortes
de larvas e alevinos de tilápias reproduzidas dentro do sistema de cultivo. Trata-se de
uma medida pontual, que sugere uma solução para explosão populacional dentro do
tanque ou viveiro.
O controle do recrutamento populacional em cultivos de tilápia do Nilo é de
interesse dos produtores, pois desequilibra o consumo e o desempenho zootécnico dos
animais. É necessário que seja estabelecida uma relação entre as quantidades de
carnívoro e tilápias que satisfaça o controle de recrutas nos cultivos com eficiência. A
prolificidade da tilápia é um problema em determinadas situações e regiões. Trata-se de
um animal que atinge a maturação gonadal precocemente, incrementando a população
estocada com os novos recrutas a cada nova desova. Esse problema não é constatado
em cultivos de outros peixes, como por exemplo os peixes redondos: os tambaquis,
pacus, pirapitinga e os híbridos, tambacus e as tambatingas, que possuem bom
desempenho zootécnico independentemente do sexo do animal e que não se
reproduzem dentro dos ambientes de cultivo.
Para a produção comercial de organismos aquáticos, a eficiência alimentar é um
elemento importante a ser considerado, é um componente relevante nos custos totais
de produção, onde a alimentação chega a representar 75% dos custos do
empreendimento, agravado sobremaneira pelo erro na reversão sexual em tilápias do
Nilo, descrevendo uma realidade que está presente em boa parte das populações de
tilápia estocadas para engorda no mundo.
Estudos anteriores nessa área demonstram que a introdução de peixes
carnívoros do gênero Centropomidae em sistemas de cultivo de tilápia é eficiente como
controle de recrutamento de tilápias vermelha, hibrida de Oreochromis spp. (SILVA E
PEREIRA 1997, P. 161 - 168 ). Por esse motivo, nesta pesquisa foram introduzidos
machos de robalos Flecha em ambientes com casais de tilápia do Nilo como
controladores biológicos para a prolificidade de fêmeas da espécie niloticus, em
15. 14
sistemas de cultivo. Pensando em contribuir na cadeia produtiva da tilápia e em como
sugerir uma ação eficiente para a monosexagem, um dos poucos gargalos
remanescentes na tilapicultura.
Nos debruçamos sobre a ecologia de vida e de cultivo desse animal para
compreendermos de que maneira poderíamos conquistar esse desafio. Para isso foram
norteadores da construção desse conhecimento (BERRA 2001; OLIVEIRA 2007;
MINCKLEY 1987; BONEGAS 2007; ALVAREZ-LAJONCHÈRE 2001, 2002, 2003; BRAS
2014; CARVALHO 2010; CEAGESP 2016; CERQUEIRA 1992, 2001, 2002, 2003, 2004,
2005; FAO 2014; IBGE 2013; EMERENCIANO 2015; FORÉS 2012; POLI 2013) entre
outros autores, documentos e entidades de pesquisa. Que a partir daqui, sustenta e
fundamenta as informações descritas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Buscando melhorar o conhecimento sobre a tilápia do Nilo, nos dedicamos em
conhecer um pouco de sua origem e o desenvolvimento filogenético dessa espécie. São
peixes da família Cichlidae. Os ciclídeos formam uma família de peixes dulcícolas,
bastante avançados dentre os perciformes. Compreendem mais de mil espécies nativas
da América do Sul e Central (com uma única espécie no Texas, América do Norte), parte
da África, Sul da Índia, Madagascar, Sri Lanka, Síria e as Índias Orientais (BERRA,
2001), possuindo representantes com alta tolerância a variação de salinidade e
qualidade da água.
Algumas espécies de Cichlideos toleram água doce, salobra e marinha,
característica atribuída à distribuição zoogeográfica dessa família. As formas do corpo
dos Cichlideos variam de alta e comprimida até as formas mais delgadas e alongadas.
Essa família atravessou uma “explosiva especiação” nos enormes lagos da África
(GREENWOOD, 1984). Seus registros fósseis datam do Eoceno e Oligoceno na África
e na América do Sul (WOODWAR, 1939; VA COUVERING, 1982). Ciclídeos de
interesse experimental ou comercial para a alimentação são os do gêneros: Tilápia spp.,
que possuem a característica de incubar os ovos em substratos moles; os
representantes do gênero Oreochromis spp., que incubam os ovos na boca das fêmeas;
e as espécies do gênero Sarotherodon spp., que incubam os ovos na boca de machos e
fêmeas, indiscriminadamente.
16. 15
As espécies que compõe esse três grupos possuem uma taxonomia recente, com
aproximadamente 20 anos de classificação, utilizando o tipo de cuidado parental na
encubação dos ovos para diferenciá-los. Os indivíduos representantes desse grupo são
nativos da África, Jordânia e Israel, com 77 espécies descritas, 22 cultivadas
experimentalmente ou associados a avançados pacotes tecnológicos para produção em
escala comercial. O gênero Oreochrmis tem se mostrado de maior interesse para os
produtores, com a espécie tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em primeiro lugar na
produção brasileira (RICARTE et al., 2014; IBGE 2013).
Segundo a ecologia reprodutiva da tilápia, os ninhos são construídos em
substrato mole pelos machos e em profundidades de aproximadamente 1m, onde as
fêmeas ovígeras, após um breve ritual de acasalamento, depositam os ovócitos prontos
para serem fecundados pelo macho, reproduzindo-se naturalmente dentro de ambientes
de cultivo. De acordo com a literatura. A fêmea de tilápia do Nilo possui desovas
parceladas, expelindo de um a dois ovócitos por grama de peso. Atinge a maturidade
sexual em idade precoce, com tamanho aproximado de 152 mm e a partir dos 40
gramas de peso.
De acordo com a publicação OLIVEIRA (2007) a prolificidade, a precocidade
reprodutiva, a estratégia de desovas parceladas e o hábito de cuidar da prole faz com
que as taxas de recrutamento populacional de jovens tilápias aumentem muito
rapidamente nos viveiros. Por esse motivo, o descontrole na reprodução veio a ser
considerado um dos maiores entraves nos cultivos comerciais de tilápia.
De acordo com a morfologia interna das tilápias, as gônadas dos machos são
formadas por duas estruturas alongadas e de forma lobular, localizadas dentro da
cavidade celomática entre a parte dorsal da cavidade e a bexiga natatória. As gônadas
das fêmeas consistem em ovários pares alongados, achatados dorsoventralmente,
situadas na cavidade celômica, a qual está ligada pelos mesovários em posição ventral
à bexiga natatória (NOGUEIRA, 2003). Deixando evidente ainda que: as fêmeas do
gênero Oreochromis possuem cuidado parental com a prole.
Após a fecundação elas recolhem os ovos do ninho com a boca, onde são
incubados por cerca de sete a oito dias, durante o período de incubação dos ovos e do
desenvolvimento das larvas. As fêmeas não se alimentam nesse período e, mesmo
após as larvas recrutas adquirirem capacidade de natação e busca de alimento,
continuam dispensando cuidado com a prole por cerca de 20 dias, recolhendo-os à
boca sempre que pressentir condições de perigo.
17. 16
Por esse motivo, as fêmeas de tilápia do Nilo diminuem consideravelmente seu
crescimento e ganho de biomassa dentro dos viveiros, apesar da abundância de
alimento inerte ou natural. De acordo com sua frequência reprodutiva, elas podem
chegar a se reproduzir de 8 a 12 vezes em um ano. É demonstrado através das curvas
de crescimento que as fêmeas maduras param de crescer satisfatoriamente durante o
período de cultivo BEUX (2002).
Esse aspecto ecológico dos peixes do gênero Oreochromis foi por muito tempo
um dos principais entraves ao desenvolvimento da tilapicultura e ainda não está
totalmente resolvido. Mesmo não se obtendo 100% de eficiência nos processos de
reversão, só após o desenvolvimento de tais técnicas se possibilitou a obtenção de
melhores resultados dos desempenhos zootécnicos nos ambientes de cultivo. Para
evitar a reprodução dentro de viveiros e tanques de cultivo, é recomendado aos
piscicultores que utilizem plantéis monosexos masculinizados (RODRIGUES et al.,
2013).
A atividade de se cultivar as tilápias é extremamente antiga. Esses animais
aparecem em hieróglifos egípcios antigos, expressos em pinturas que confirmam o seu
cultivo desde aproximadamente 2.500 anos a.C. Há quem afirme que a tilápia foi o
peixe participante da parábola da multiplicação dos pães, onde Jesus alimenta a
multidão faminta. O mercado, explorando a crença popular em torno da tilápia,
desenvolve atualmente uma grande campanha de marketing orientada por especialistas
israelenses, que passaram a chamar a tilápia de Saint Peter’s fish ou peixe de São
Pedro (KUBITZA, 2002).
A aquicultura moderna é uma atividade que, segundo Matias (2015), cresceu
entre 2010 e 2012 aproximadamente 6,7 % ao ano no cenário mundial. No Brasil esse
crescimento é ainda maior, crescendo cerca de 8 % ao ano entre os anos de 2004 e
2014 (KUBITZA, 2015, p. 11).
“Passados muitos anos desde que foi introduzida no Brasil, e após ser
confirmada como o maior fracasso da nossa piscicultura nas últimas décadas, sendo
indesejável e até considerada como praga, a tilápia reapareceu nos viveiros brasileiros,
bem como em dezenas de outros países embalada por novas tecnologias, manejos e
sofisticadas seleções genéticas capazes de estimular seus atuais criadores, fazendo-os
crer que não estavam totalmente errados aqueles que acreditavam que a tilápia seria
capaz de revolucionar um dia a piscicultura brasileira e mundial.” (KUBITZA 1995, Pág.
2).
18. 17
A tilápia do gênero Oreochromis é produzida em 153 países, estando presente
em todos os continentes do globo terrestre, representando a maior parte do pescado
produzido pela aquicultura mundial (FAO, 2014). Em 2012 houve um incremento na
produção mundial de pescado, puxado pela aquicultura, da ordem de 10 milhões de
toneladas, comparando com 2010. Em 2013 a produção nacional de pescado foi de
392,493 mil toneladas, alavancado pela tilapicultura e o crescimento do cultivo de
peixes redondos.
O Centro-Oeste foi a principal região produtora, onde ocorreram despescas que
somadas totalizam 105,010 mil toneladas de peixes, o equivalente a 26,8% do total da
produção aquícola nacional. A espécie mais cultivada no Brasil na década atual é a
tilápia do gênero Oreochromis, correspondendo a 43,1% da produção nacional de
peixes, seguido pelo tambaqui com (22,6%) e pelo grupo tambacu e tambatinga
(15,4%).IBGE (2013).
É de domínio público e cientifico, que a diversidade alimentar relacionada a
regionalidade brasileira faz da produção agropecuária de cada estado algo pontual.
Cada um com seus potenciais produtivos e suas predileções de consumo (EMBRAPA
2014; CARVALHO 2010; FAO, IBGE 2013).
O consumo de pescado no Brasil está intrinsecamente ligado a três questões
preponderantes. A regionalidade já mencionada, a disponibilidade hídrica da região e a
ocorrência natural ou artificial da espécie consumida. Um exemplo da influência e
diferenciação regional no consumo de pescado, assim como, sua influência sobre o
crescimento do esforço de pesca sobre as espécies de interesse comercial é a
desigualdade na captura e o consumo do Robalo entre duas Regiões brasileiras.
Sobre a ótica dos estoques naturais, que na maioria dos casos já estão
comprometidos. Existem regiões que subexplotam alguns recursos, assim como outras
regiões, os superexplotam, levando em alguns casos, a exaustão dos estoques naturais
e extinção de espécies nativas.
A Região Nordeste por exemplo, tem a ocorrência do Robalo Flecha
(Centropomus undecimalis) em seus rios de águas salobras e estuários, mas é uma
região com pouca tradição cultural de consumo deste animal, e ainda mais, em telo
como pescado nobre de interesse comercial. Chegando a ser comercializado por R$
12,00 no mercado da COBAL, Mossoró-RN em 2012. (DADOS NÃO PUBLICADOS).
Na Região Sudeste, o mesmo animal, é uma iguaria muito valorizada pela
população, sendo bastante procurado nos mercados de peixe municipais, feiras livre, e
19. 18
restaurantes. Porém as regiões onde existe a pesca comercial do Robalo, tem uma
demanda muito maior que a oferta do produto. Ocasionando um esforço de pesca
desigual e insustentável sobre os estoques naturais desse organismo.
Em 06 de maio de 2016, de acordo com dados da CEAGESP, o quilo do Robalo
inteiro foi comercializado por média a R$ 28,00 kg, estando entre os três pescados de
maior valor comercializado nesse dia, perdendo apenas para o polvo grande e o salmão
selvagem, vendidos por R$ 29,00 e R$ 33,00 respectivamente.
Entretanto esse organismo não possui as mesmas vantagens que as tilápias
quando se pensa em aquicultura para suprir a demanda de pescado. Apesar de que. De
acordo com GONÇALVEZ JUNIOR (2007) entre as possibilidades e características
necessárias para cultivo, um dos peixes marinho com características ecológicas e
morfométricas mais adequadas a maricultura no Brasil, está contemplada as espécies
do gênero Centropomidae, animais encontrados na costa brasileira.
São representados na costa do Atlântico por quatro espécies (Centropomus
undecimalis, C. parallelus, C. pectinatuse C. ensiferus), que estão distribuídas desde o
norte até o sul do país. (GONÇALVEZ JUNIOR et al., 2007; PATRONA, 1984;
CERQUEIRA, 2002; Candombá – Revista Virtual, v. 3, n. 1, p. 15–26).
No ensaio de ZARZA-MEZA et al. (2006), foi experimentado o cultivo de
Centropomus Parallelus e Centropomus undecimalis em viveiros escavados, na forma
de policultivo com tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em diferentes densidades de
estocagem. Obtendo-se um melhor desempenho em tamanho para a espécie
undecimalis, com um crescimento 42% maior que a espécie parallelus, em um intervalo
de 14 meses.
Existindo ainda autores, que descrevem em seus trabalhos um crescimento
médio de 725g para o robalo-flecha em 15 meses de cultivo. Outros gêneros de peixes
com similaridades morfométricas e sensoriais aos Centropomidaes, como os do gênero
Latidae representado pelo Lattes calcarifer e barramundi, são cultivados desde a
década de 80 no Sudeste da Ásia e Austrália. (ZARZA-MEZA et al., 2006; TUCKER,
1987; TUCKER, 2002).
Espera-se para o robalo-flecha que se obtenham os mesmos resultados de
sucesso reprodutivo e desenvolvimento fisiológico em cativeiro, que se obteve com os
trabalhos dedicados ao cultivo experimental de Centropomus parallelus. Viabilizando a
maturação gonadal, desova e alevinagem em ambientes artificiais. (CERQUEIRA et al.,
1995; ALVAREZ-LAJONCHÈRE et al., 2002; FERRAZ etal., 2002; REIS e CERQUEIRA,
2003; ALVAREZ-LAJONCHÈRE et al., 2004; CERQUEIRA et al., 2005). Contribuindo
20. 19
com isso, para o fortalecimento da aquicultura marinha do robalo-flecha em
empreendimentos aquícolas nacionais.
O Robalo (Cantropomus ssp.) foi um dos animais escolhidos como participantes
dos parques tecnológicos propostos pelos PLDMs – Plano Local de Desenvolvimento da
Maricultura, Juntamente com o Beiupirá (Rachycentrum canadum), a Cióba (Lutijanus
ssp.), a ostra (Crassostrea Brasiliana e Cassostrea Rhisophorae) e as macro algas do
gênero Gracilariae. Com o objetivo de alavancar o crescimento do cultivo de organismos
aquáticos em águas costeiras. (FLORANI et al. 2013; MPA 2012; SEAP 2009, ICMBIO
2013)
De acordo com a literatura disponível o robalo-flecha pode chegar até 20 kg em
ambientes naturais. Os Robalos são peixes do gênero Centropomidae, são organismos
eurialinos e ocorrem em todas as regiões costeiras do Atlântico e nas regiões
subtropicais do Pacífico. São animais descritos como de pouca movimentação e uma
ecologia de vida que descreve um comportamento quase séssil na maior parte do dia e
com predação eficiente de pequenos peixes e crustáceos.
Estes animais possuem comportamento gregário evidente, que influencia
diretamente na sucessão de dominância reprodutiva desse animal, uma vez que são
hermafroditas protândricos, e de acordo com a morte dos reprodutores do cardume, o
sexo ausente se manifestará no sucessor a seguir, respeitando a ordem de dominância
dentro do cardume.
Os representantes deste gênero possuem comportamento alimentar carnívoro,
são predadores de topo, com ocorrência em rios de águas doce e salobras, estuário,
incluindo os ambientes com alta concentração salina. Possuem características de
interesse comercial para a aquicultura devido aos seus aspectos de rusticidade e de
tolerância a ambientes com baixa qualidade de água, e grande variação salina, além de
um importante aspecto para a atividade aquícola, que é demonstra na adaptabilidade de
consumo de alimentos inertes. Suas características sensoriais conferem a esse animal
uma carne nobre de alta qualidade do ponto de vista nutricional e físico-químico e
rendimento de carcaça. (AGER et al., 1976; RIVAS, 1986; TUCKER, 1987; CHAPMAN
et al., 1982; CERQUEIRA, 1995; TSUZUKI et al., 2007a,b).
Em trabalhos mais recentes, pode-se encontrar novas propostas de policultivo do
robalo com a tilápia, como em GERHARDINGER (2010), onde é sugerida uma
densidades de estocagem para os robalos em relação ao número de tilápias na mesma
condição. Em 1997, LEONHARDT propôs um ensaio onde verificou-se um outro
aspecto do cultivo de robalos. A viabilidade desse animal funcionar como controlador
21. 20
biológico para um dos maiores problemas vividos na tilapicultura da época. A
prolificidade da tilápia do Nilo.
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Testar a eficiência do robalo Flecha (Centropomus undecimalles) como predador
de larvas e alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus).
3.2 Objetivos Específicos
Testar a eficiência do robalo Flecha domesticado como predador de larvas e
alevinos de tilápia do Nilo em sistemas de cultivo;
Testar a viabilidade técnica de introdução de um peixe carnívoros do gênero
Centromidae em sistemas de cultivo de tilápias do Nilo;
Avaliar a taxa de sobrevivência dos animais estocados;
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 LOCAL
Figura 1 – Setor de Aquicultura - UFERSA
Fonte: Google Earth, 2016
22. 21
O experimento aconteceu no setor de aquicultura da UFERSA – Universidade
Federal Rural do Semiárido, Mossoró – RN (5°12'23.52"S, 37°19'9.32"O), no período de
02 de março de 2016 a 16 de abril de 2016.
4.1.1 INSTALAÇÕES
O Setor de Aquicultura da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido,
está localizado no Campus Leste da UFERSA/Mossoró. Sua estrutura é formada e
distribuída da seguinte forma: possui 32 tanques de alvenaria com dimensões de 3m x 5m
x 1,25m e com capacidade para 18,75m³ de volume até o transbordo; um tanque de
alvenaria com 225 m³; uma bacia de decantação com 150m³; dois tanques circulares com
capacidade para um volume de 12m³, um de lona e o outro de fibra de vidro; 32 caixas
d'água com volume de 1000 litros; duas caixas d'água para abastecimento com
capacidade de armazenar um volume de 20m³ cada, ambas interligadas ao sistema de
abastecimento; duas caixas d'água com volume de 0,5m³ cada para abastecimento do
laboratório de apoio equipado e abastecido com material laboratorial e de uso técnico
(balanças Analíticas e semi-analíticas, puçás, lupas, refratômetros e aparelhos eletrônicos
para mensuração de parâmetros físico-químicos de água, 20 aquários de vidro de 30 litros
(30x40x30 cm), 1 geladeira, 1 freezer horizontal, 2 freezer vertical).
4.2 ANIMAIS UTILIZADOS
Foram utilizados 42 exemplares da espécie tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)
divididos em: 12 machos e 30 fêmeas, com peso médio de (191,13g) e seis Robalos
(Centropomus undecimalles) machos, com peso médio de (122,21g). Todos animais
empregados neste ensaio foram reproduzidos em cativeiro, estavam previamente
domesticados e adaptados ao confinamento. Tendo sido capturados dentro do próprio
setor de aquicultura da UFERSA.
Figura 2 – Robalo-flecha
Fonte: domínio publico
23. 22
Figura 3 - Tilápia do Nilo
Fonte: domínio publico
4.3 UNIDADES EXPERIMENTAIS
Neste ensaio foram utilizadas 12 caixas d'água de polietileno - figura 3, com
capacidade para 1000 L cada uma, com tampa seccionada no baixo relevo para entrada
de luz, montadas em sistema com opção de renovação de água e aeração constante.
Figura 4 – Unidades experimentais
Fonte: dados de pesquisa, 2016
4.4 PREPARO DAS UNIDADES EXPERIMENTA
Figura 5 – Biofiltro tipo airlift e substrato
Fonte: dados de pesquisa, 2016 Fonte: dados de pesquisa, 2016
24. 23
A estrutura experimental utilizada no ensaio foi montada com 12 caixas d'água de
1000 L, que foram previamente lavadas e desinfetadas com cloro de piscina na razão 7
ml/m³ de água. Cada parcela experimental recebeu um filtro biológico do tipo airlift, com a
função de mineralizar a amônia em nitrito e este em nitrato, através das bactérias
nitrossômonas e nitrobacter, respectivamente.
Para construção dos filtros biológicos foram utilizados baldes plásticos de 20L.
Como substrato para fixação das bactérias foram utilizadas conchas de Anomalocardia
brasiliana. As estruturas dos airlift foram construídas com canos de PVC de 25 mm, no
formato de i (I).
Todo o sistema de biofiltro foi acionado por ar direto, proveniente do sistema de
aeração e mantido em funcionamento durante o experimento. As caixas contam com
mecanismos de abastecimento e drenagem independentes, as quais foram abastecidas
com água de poço em salinidade média de (1,8 ppt).
Todas as unidades experimentais receberam aeração constante, fornecido por
compressores radiais, tipo sopradores de 3,5 CV, liberando ar difuso com o auxílio de
pedras porosas. O sistema airlift foi mantido por compressores radiais tipo soprador de
3,5 CV. O fundo das unidades experimentais foi preparado com aproximadamente três
centímetros de terra para a construção dos ninhos de tilápia, segundo suas características
ecológicas de reprodução da espécie.
4.5 ENSAIO DE CONTROLE BIOLÓGICO
Este ensaio avaliou o potencial do robalo-flecha (Centropomus unidecimalis), já
domesticado, como controlador biológico em sistemas de cultivo com tilápia do Nilo. Para
isso, animais foram divididos por classes de peso e tamanho, formando casais de tilápias
nas razões: um macho para duas fêmeas, e um macho para três fêmeas com e sem a
adição do robalo Flecha.
4.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O delineamento experimental aconteceu em blocos inteiramente ao acaso, em
esquema fatorial 2 x 2, constituídos de quatro tratamentos e três repetições, descritos da
seguinte forma:
25. 24
T1: Duas fêmeas e um macho, com robalo;
T2: Duas fêmeas e um macho, sem robalo;
T3: Três fêmeas e um macho, com robalo;
T4: Três fêmeas e um macho, sem robalo.
4.7 DURAÇÃO DO EXPERIMENTO: 46 dias
4.8 ALIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS
Durante o período experimental somente as tilápias foram alimentadas com ração
comercial para peixes onívoros. Foi adotada uma taxa de arraçoamento inicial de 5% da
biomassa estocada, duas vezes ao dia, às 8h e às 16h. Foi utilizada ração comercial
(extrusada) específica para a espécie.
Os robalos-flecha (Centropomus undecimalis) foram alimentados vivo, sendo um
alevino de Oreochromis niloticus pesando ± 1 g, em uma única refeição por dia, sendo
essa oferta interrompida assim que se percebeu presença de recrutas dentro das
unidades experimentais.
Ao término do período experimental, foram quantificados a população de tilápias
em cada unidade experimental, o peso e o comprimento total dos animais adultos
estocados.
4.9 PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA
Os parâmetros fisioquímicos da água foram aferidos duas vezes ao dia (8h e 17h)
em dias eventuais durante o experimento, com a utilização de sonda eletrônica
multiparâmetros da marca Horiba.
4.10 MANEJO DIÁRIO DAS INSTALAÇÕES
Foi verificado diariamente o nível de água de cada caixa d’água, o funcionamento
dos filtros biológicos e da aeração, também foi verificado a presença de animais mortos e
a presença de novas populações de larvas recrutas, repetindo esse procedimento quatro
vezes ao dia em cada uma das 12 unidade experimentais. Todas as unidades
experimentais foram observadas aleatoriamente, em grupos de que variaram de duas até
26. 25
12 caixas observadas, todos os dias por no mínimo cinco minutos cada uma, quatro vezes
ao dia antes, durante e após a alimentação. Por 45 dias.
Inicialmente a ração ofertada foi pesada e acondicionada em recipiente identificado
com o número da unidade relacionada, com a porção relativa a cada unidade
experimental 5% da biomassa de tilápia estocada. Após vários ajustes e a constatação de
que a alimentação não estava sendo satisfatória ao objetivo da pesquisa, adotou-se a
regra dos 20 minutos como manejo alimentar em duas refeições por dia (AM, PM).
Para a alimentação dos Robalos foram capturados diariamente seis alevinos de
tilápia com peso de +- 1 gramas, que foram ofertados um a cada robalo Flecha duas
vezes ao dia, antes da alimentação das tilápias, para evitar consumo de eventuais sobras
de ração. O manejo alimentar do Robalo aconteceu até o surgimento da primeira nuvens
de larvas recrutas dentro da unidade experimental.
Os manejos de água aconteceram eventualmente e de forma independente apenas
para completar a perda por evaporação das unidades, ou para diminuir uma eventual
turbidez que impedisse a visualização do comportamento e interação entre os animais
confinados.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o ensaio os valores médios para os parâmetros físico-químicos da água
foram: temperatura 30,60 ºC; Oxigênio dissolvido 6,78 mg/l; 1,89 ppt e PH de 8,12.
Demonstrando-se adequados ao cultivo de organismos aquáticos dessas espécies. Como
afirma (VALENTI, 2002) em seu trabalho intitulado Aquicultura sustentável. E com isso,
otimizando e racionalizando o uso da água, sendo apenas uma pequena quantidade de
água manejada para o manutenção das unidades experimentais.
Ocorreu um incremento populacional nas unidades experimentais sem o robalo,
proposta de controlador biológico, obtendo-se 2009 recrutas, em fase de vida de alevinos,
com peso médio de ± 0,74 g. Enquanto nas unidades com o controlador biológico do
gênero Centropomidae, não foram detectada a presença de novas cortes, em estagio de
vida de alevinos, da espécie tilápia do Nilo. Efeito demonstrado na tabela 1 – resultados.
A Abordagem estatística utilizada está apoiada nas exigências do pacote estatístico
SISVAR versão 5.6, com 0,05% significância, demonstrando uma relação significativa
(Pr<0,05) entre os tratamentos aplicados e a biomassa final de alevinos recrutados.
Sendo que para esse teste a confiança dos dados ideal, está entre 11% e 15%. A
27. 26
confiança dos resultados obtidos nesse ensaio foram de (CV% 30,91), estando dentro do
esperado em função do número de repetições. Onde relacionado o resultado estatístico
com os dados de recrutamento observados, se obtém uma conclusão significativa e
fidedigna para o ensaio.
Tabela 1 – Resultados
Fonte: dados de pesquisa, 2016
No ensaio de ZARZA-MEZA et al. (2006), foi experimentado o cultivo de
Centropomus Parallelus e Centropomus undecimalis em viveiros escavados, na forma de
policultivo com tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em diferentes densidades de
estocagem. Obtendo-se um melhor desempenho em tamanho para a espécie
undecimalis, com um crescimento 42% maior que a espécie parallelus, em um intervalo
de 14 meses. Sendo que neste ensaio as unidades que não tinham a presença do robalo-
flecha tiveram um incremento populacional nas unidades de 2009 alevinos com peso
médio de ± 0,74 g, em um período de 46 dias. Enquanto nas unidades com robalo não foi
detectada a presença de alevinos de tilápia do Nilo. Demonstrando a possível origem do
alimento consumido pelo robalo no experimento de ZARZA-MEZA et al. (2006).
Os espécimes estocados demonstraram comportamento pacifico e tolerante dentro
das unidades experimentais, com e sem, a presença do controlador biológico. Não foi
percebido competições por espaço ou por alimento em nenhum dos tratamentos. Assim
como, não foi percebida a interferência do robalo nos processos naturais de reprodução
da tilápia.
Foram observados ninhos no fundo das unidades experimentais com e sem robalo.
Sendo que a permanência da corte ingressante só ocorreu nos tratamentos sem robalo.
Demonstrando assim, que o robalo-flecha (Centropomus undecimalis) mesmo
domesticado, mostrou-se um carnívoro eficiente como controlador biológico no
recrutamento de novas populações de tilápia do Nilo em sistemas de cultivo.
Corroborando com a ampla literatura que segundo a ecologia reprodutiva da tilápia, os
28. 27
ninhos são construídos em substrato mole pelos machos e em profundidades de
aproximadamente 1m, onde as fêmeas ovígeras, após um breve ritual de acasalamento,
depositam os ovócitos prontos para serem fecundados pelo macho, reproduzindo-se
naturalmente dentro de ambientes de cultivo. De acordo com a literatura. A fêmea de
tilápia do Nilo possui desovas parceladas, expelindo de um a dois ovócitos por grama de
peso. Atinge a maturidade sexual em idade precoce, com tamanho aproximado de 152
mm e a partir dos 40 gramas de peso.
Apresentando-se com isso, como uma solução tecnicamente viável pra o problema
da prolificidade e erro de reversão sexual de tilápias do Nilo, em sistemas de cultivo. De
acordo com a publicação OLIVEIRA (2007) a prolificidade, a precocidade reprodutiva, a
estratégia de desovas parceladas e o hábito de cuidar da prole faz com que as taxas de
recrutamento populacional de jovens tilápias aumentem muito rapidamente nos viveiros.
Por esse motivo, o descontrole na reprodução veio a ser considerado um dos maiores
entraves nos cultivos comerciais de tilápia.
O acasalamento, desova, incubação ocorreram sem estresse de nenhuma parte.
Porem, após a eclosão dos ovos e início da liberação das larvas de tilápia do Nilo, foi
percebido agressividade da fêmea de tilápia contra o robalo-flecha, que incia investidas
em busca do conteúdo dentro da boca da tilápia fêmea. O inicio do consumo da nova
coorte pelo robalo-flecha, inicia-se ainda com as larvas vitelinas e se estende por dias,
variando com a quantidade de ovos eclodido, entretanto foi percebido uma estratégia de
alimentação.
As larvas foram consumidas lentamente para que se desenvolvessem. Deixando
claro para este ensaio a preferência do robalo-flecha por alevinos de tilápia formados. Os
alevinos foram consumidos em pequenas quantidades, determinadas pelo próprio
predador, que culminou na diminuição do intervalo de restrição alimentar entre uma
desova e outra da tilápia.
A alimentação até a saciedade aparente diminuiu sensivelmente o estresse entre
as tilápias dentro do sistema de cultivo durante o período de adaptação, não interferindo
na predação pelo robalo das cortes eclodidas dentro das unidades com controle biológico.
Verificou-se a morte de cinco animais com feridas no corpo em quatro unidades
distintas, foi realizado teste bacteriano na água, esfregaço nas brânquias e na lesão, e
comparação visual com a literatura disponível existindo forte indícios de que as mortes
foram ocasionadas por infecção de Flavobacterium columnare, que podem ter sido
29. 28
oportunistas que podem ter surgido por estresse durante os manejos iniciais de biometria
e povoamento.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatou-se ao final do experimento a eficiência do robalo-flecha (Centropomus
undecimalis) como predador de larvas e alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus), sem interferência no desenvolvimento zootécnico e reprodutivo das tilápias
estocadas. Sendo o robalo-flecha tecnicamente viável, e indicado como controlador
biológico para o surgimento das cortes de tilápia, em cultivos comerciais. Indicando uma
minimização dos custos na produção e uma melhor utilização da ração.
30. 29
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Lista de Figuras
Figura 1 – Setor de Aquicultura – UFERSA ............................................................22
Figura 2 – Robalo-flecha .........................................................................................23
Figura 3 – Tilápia do Nilo ........................................................................................23
Figura 4 – Unidades experimentais .........................................................................24
Figura 5 – Biofiltro tipo airlift e substrato .................................................................24