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OUTUBRO / 2021
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tos de Proteção Respiratória são ado-
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ou partículas ainda menores (aerossó-
is), que podem permanecer suspensas
no ar por horas. A recomendação da
Organização Mundial da Saúde trou-
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geral sobre o assunto e até chegou a
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classe 2). Mas a medida que segue
sendo uma das principais para o con-
trole da pandemia já é velha conhe-
cida na área de Segurança e Saúde
do Trabalho.
Um dos Equipamentos de Proteção
Individual previsto na Norma Regula-
mentadora 6, o EPR deve ser utiliza-
do em ambientes laborais em que o
trabalhador é exposto a atmosferas
nocivas a sua saúde. Dependendo da
atividade realizada, é possível a expo-
sição a uma série de poluentes, como
fumos, poeiras, neblinas, microorga-
nismos. A proteção também se faz es-
sencial para entrada em espaços com
deficiência de oxigênio, com a presen-
ça de contaminantes atmosféricos em
concentrações desconhecidas ou ime-
diatamente perigosas. Assim como
a possibilidade de o trabalhador de-
senvolver doenças irreversíveis após
longos períodos. Desse modo, o em-
prego do EPR adequado pode evitar
a origem de múltiplas doenças rela-
cionadas ao trabalho, como asmas
profissionais, mesoteliomas ou pneu-
moconioses. Também previne into-
xicações agudas por via respiratória
resultantes da inalação de gases ou
substâncias voláteis com efeitos tó-
xicos, como monóxido de carbono e
solventes orgânicos.
O Equipamento de Proteção Res-
piratória previne até mesmo a morte
de trabalhadores, pois emergências e
ocorrências que envolvem liberação
de gases, vapores e particulados tó-
xicos podem levar a fatalidades, uma
para atendimento a emergências que
envolvam liberações de gases, vapores
ou presença de produtos de combus-
tão de materiais orgânicos em geral.
O uso de respiradores em cada uma
dessas situações pode ser o único
meio de proteção viável para garan-
tir a saúde e a vida do trabalhador ou
a última barreira de controle, consi-
derando que a empresa já adote con-
troles na fonte e na propagação, com
uso de enclausuramentos e ventilação
exaustora localizada. Assim como os
demais EPIs, eles devem ser forneci-
dos gratuitamente pelo empregador,
em perfeito em estado de conservação
e funcionamento, seguindo uma hie-
rarquia de controle. Ou seja, sempre
que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra
os riscos de acidentes ou doenças la-
borais, ou enquanto as medidas de
proteção coletiva estiverem sendo im-
plantadas e para atender a situações
de emergência.
EFICÁCIA DOS EPRs
A escolha do Equipamento de Pro-
teção Respiratória é responsabilidade
da empresa, junto à equipe técnica,
e deve considerar o tipo de atividade
desenvolvida, a frequência de exposi-
ção e os perigos que oferecem às vias
aéreas do trabalhador. Nas tarefas ro-
tineiras em que há exposição a con-
taminantes atmosféricos, ainda que
em concentrações pequenas, existe
REVISTA PROTEÇÃO 3
OUTUBRO / 2021
vez que a atmosfera pode ser imedia-
tamente perigosa à vida. Essa situação
conhecida como IPVS (Imediatamen-
te Perigoso à Vida e à Saúde) ocorre
devido à presença de agentes quími-
cos nocivos asfixiantes em altas con-
centrações ou falta de oxigênio, que
podem provocar lesões irreversíveis,
morte ou impedir que o trabalhador
abandone a área contaminada.
Os respiradores disponíveis no mer-
cado são divididos em duas classes:
‘Respiradores de adução de ar’ e ‘Res-
piradores Purificadores de Ar’, e vá-
rias categorias. Por isso, a escolha do
equipamento mais adequado depen-
de de avaliação prévia. Por exemplo,
ambientes com deficiência de oxigê-
nio requerem respiradores com su-
primento de ar. Já atmosferas tóxicas
requerem respiradores com alto nível
de proteção. Por sua vez, trabalhos
rotineiros realizados em ambientes
industriais ou de serviços com bai-
xa toxicidade e baixa concentração
requerem o uso de respiradores que
sejam ‘confortáveis’, fáceis de respi-
rar, leves e com boa vedação facial.
REQUISITOS
Para avaliar a adequação do respi-
rador à tarefa que será desenvolvida
pelo trabalhador, deve-se levar em
consideração a exposição do trabalha-
dor a agentes nocivos durante a reali-
zação da atividade ou atendimento a
emergências. Assim como a demanda
do trabalho, incluindo distanciamento
entre o local da exposição e um local
limpo e seguro e o esforço físico re-
querido pela tarefa.
A seleção do Equipamento de Pro-
teção Respiratória também deve con-
siderar sua adequação ao usuário e ao
ambiente de trabalho. No primeiro ca-
so, são avaliados os aspectos relacio-
nados ao uso de outros Equipamentos
de Proteção Individual, característi-
cas faciais e, principalmente, a veda-
ção facial promovida pelo respirador.
Já no segundo caso são consideradas
condições atmosféricas como calor,
frio e situações especiais.
Tais etapas são detalhadas no ‘Pro-
grama de Proteção Respiratória - Re-
comendações para Seleção e Uso de
Respiradores’ da Fundacentro (ht-
tps://bit.ly/3EHMppP) que deve ser
implantado pelas empresas cujos ris-
cos podem afetar o trato respiratório
dos trabalhadores. O Programa deve
conter procedimentos para seleção,
ensaios de vedação facial, exames
médicos específicos para usuários de
respiradores, guarda, manutenção,
monitoramento ambiental e de uso
de respiradores, além de requisitos
administrativos como treinamentos
e indicação de um administrador. De
acordo com a publicação, o médico
e o administrador do PPR possuem
responsabilidades importantes na ad-
ministração e seleção de respirado-
res. O médico deve avaliar a aptidão
física e mental, além das caracterís-
ticas faciais dos usuários. O adminis-
trador deve garantir que o respirador
selecionado seja adequado ao usuá-
rio. Por isso, a importância do ensaio
de vedação facial no procedimento
de seleção de respiradores.
Além disso, deve-se garantir que o
produto possua Certificado de Apro-
vação válido, emitido pelo Ministério
do Trabalho e Previdência. O CA ga-
rante a qualidade do Equipamento de
Proteção Respiratória e sua eficácia
na proteção do trabalhador quando
exposto à atmosfera nociva.
OUTUBRO / 2021
4 REVISTA PROTEÇÃO
Conhecer os Equipamentos de Pro-
teção Respiratória disponíveis no
mercado, e de que forma cada um
protege o trabalhador, é um passo
importante para uma escolha acer-
tada. Os ‘Respiradores de Adução de
Ar’ recebem ar limpo vindo de fora
da área contaminada e podem utilizar
válvulas de demanda que mantêm
pressão positiva no interior da peça
durante todo o tempo ou linha de ar
com fluxo contínuo que mantém ex-
cesso de ar dentro da peça facial. Já
os ‘Respiradores Purificadores de Ar’
utilizam o ar do próprio ambiente de
trabalho. Esses equipamentos pos-
suem uma cobertura facial que pode
ser uma peça facial inteira, peça se-
mifacial, capuz ou capacete.
Em ambas as categorias os respi-
radores possuem algum sistema de
purificação de ar. Nos respiradores
de adução de ar um sistema de filtra-
ção é colocado entre o compressor e
o sistema que vai receber e distribuir
o ar purificado. Nos respiradores pu-
rificadores de ar, os filtros são incor-
porados à cobertura facial e são es-
pecíficos para reter os contaminantes
presentes no ar ambiente.
No processo de seleção do melhor
respirador deve-se primeiramente
considerar a situação de uso, se ro-
tineira, ocasional, para atendimento
A escolha do EPR ideal
deve considerar fatores
como a situação de uso e
a demanda de trabalho
Seleção acertada
ou fuga de uma emergência química
ou incêndio. Os colaboradores que
atuam em atividades que envolvam
exposição a particulados são aqueles
que, geralmente, utilizam os Equipa-
mentos de Proteção Respiratória de
forma rotineira. O processamento de
madeira em marcenarias e a produção
de pranchas de madeira são alguns
dos serviços que expõem os trabalha-
dores a poeiras, assim como o corte e
lixamento de mármores e granitos. A
pintura de automóveis e outras peças
metálicas, o manuseio de grãos, a apli-
cação de pesticidas e o atendimento
hospitalar em prontos-socorros e áre-
as sujeitas à contaminação biológica
são outros exemplos de trabalhos que
sempre exigem os EPRs.
Os respiradores também são ne-
cessários, mas de forma ocasional,
em trabalhos de operações de sol-
dagem e fusão de metais; carrega-
mento e descarregamento de produ-
OUTUBRO / 2021
6 REVISTA PROTEÇÃO
tos químicos; trabalhos em espaços
confinados, etc. Em se tratando de
emergência, os casos mais comuns
em que os equipamentos se tornam
indispensáveis são em incêndios e
emissões de gases e vapores tóxicos
e atendimento a vazamentos de pro-
dutos químicos perigosos nas formas
sólida, líquida ou gasosa.
ATIVIDADES ROTINEIRAS
No caso das atividades que roti-
neiramente exigem os EPRs, é pre-
ciso saber quais são os contaminan-
tes presentes e suas concentrações.
Como auxílio, o PPR da Fundacentro
permite que se faça uma estimativa
de concentrações ambientais e vai
além, trazendo um método para se-
leção de respirador sem a necessida-
de de avaliação quantitativa (Anexo
5 da publicação).
Quando a atividade rotineira exigir
muito esforço físico, com alta deman-
da fisiológica, os respiradores preci-
sam ser mais leves, não somente no
que se refere ao peso do equipamen-
to, mas também à resistência à res-
piração, que está relacionada à difi-
culdade da passagem do ar inalado e
exalado pelo filtro. Os respiradores
descartáveis possuem resistência à
respiração mais baixa que respira-
dores com filtros substituíveis, po-
rém seu uso é limitado a situações
com presença de particulados. Res-
piradores descartáveis não protegem
contra gases e vapores.
Outro fator importante de ser ana-
lisado é a existência ou não da válvula
de exalação. No processo respirató-
rio há duas fases: inalação e exalação.
A fase de inalação é forçada pela mo-
vimentação do tórax, já a exalação é
um processo de relaxamento do tó-
rax. Quando se tem uma resistência
à passagem do ar nessa última fase,
o trabalhador vai sentir mais que a
resistência à inalação. Por isso, a im-
portância da válvula. Ainda deve-se
ter cuidado especial com a qualida-
de da válvula. Ela deve permitir a sa-
ída do ar exalado de forma bem na-
tural, mas impedir a passagem do ar
inalado, pois este está contaminado
e precisa passar pelo meio filtrante.
Muitas válvulas de exalação utili-
zadas em respiradores descartáveis
não funcionam bem porque oferecem
resistência à exalação maior que a re-
sistência do filtro. Outros modelos de
respiradores como linha de ar com-
primido e respiradores motorizados
REVISTA PROTEÇÃO 7
OUTUBRO / 2021
são boas opções para situações de
trabalhos pesados, ao mesmo tempo
que propiciam maior nível de prote-
ção global.
TEMPERATURAS
Ambientes muito frios ou muito
quentes exigem cuidados especiais
na seleção de respiradores. No caso
de ar frio, pode ser uma boa opção
utilizar respiradores descartáveis
sem válvula de exalação, uma vez que
eles mantêm uma atmosfera aqueci-
da e umedecida no espaço ‘morto’
criado entre a superfície do respira-
dor e as vias respiratórias do usuá-
rio. De forma inversa, em ambientes
quentes deve-se dar prioridade para
o uso de respiradores leves, com bai-
xa resistência à passagem do ar inala-
do e, principalmente, do ar exalado.
A válvula de exalação ajuda a man-
ter o espaço ‘morto’ mais refrigera-
do, não retendo o calor da exalação.
Usando o mesmo raciocínio feito
para atividades que demandam muito
esforço físico, respiradores de linha
de ar e motorizados são muito bem
aceitos nesses ambientes com alta
temperatura. Existe um modelo de
respiradores de linha de ar que in-
corpora um resfriador de ar, possibi-
litando que o trabalhador receba ar
puro e refrigerado, o que seria ideal
para ambientes com alta temperatu-
ra. Atenção redobrada deve ser da-
da para situações com alta demanda
fisiológica em ambientes quentes. O
uso de respiradores que dificultem
a respiração poderá aumentar ainda
mais a demanda fisiológica e causar
estresse térmico.
VEDAÇÃO
Em relação aos fatores relaciona-
dos aos usuários do Equipamento de
Proteção Respiratória, o principal de-
les é a vedação facial. Ela depende
de características faciais do usuário
e do tipo de respirador que está sen-
do selecionado para o uso específico.
Deve-se verificar se o tamanho da co-
bertura facial é adequado ao traba-
lhador; se existe algum aspecto que
dificulte a vedação facial, como bar-
bas, cicatrizes, etc. Lembrando que
os respiradores com vedação facial
foram desenvolvidos para promover
vedação adequada em 95%, ou mais,
das diferentes características faciais
encontradas na população em geral.
SHUTTERSTOCK
OUTUBRO / 2021
8 REVISTA PROTEÇÃO
O uso concomitante de outros
EPIs com os Equipamentos de Pro-
teção Respiratória pode causar pro-
blemas relativos à vedação do respi-
rador na face. Por exemplo, uso de
peças semifaciais descartáveis ou
com filtros substituíveis combinado
com óculos de proteção pode cau-
sar dificuldades para se conseguir
uma boa vedação do respirador na
face do usuário. Deve-se dar prefe-
rência ao uso de respirador facial in-
teiro nessa situação. O uso de peça
facial inteira é requerido no caso de
gases e vapores que irritam ou cau-
sem problemas nos olhos. Capace-
tes e protetores auditivos também
podem interferir na vedação facial
de respiradores.
Por todas essas questões, é funda-
mental a realização de um ensaio de
vedação facial sempre que o respi-
rador exigir.
OCASIONAL OU EMERGÊNCIA
Já os usos não rotineiros e emer-
gênciais de Equipamentos de Prote-
ção Respiratória são situações que
expõem os trabalhadores, na maio-
ria das vezes, a riscos desconheci-
dos. Para selecionar um respirador
nesses casos, primeiramente deve-se
verificar se há algum elemento que
permita estimar o risco.
Ambientes que exponham o traba-
lhador a atmosferas imediatamente
perigosas à vida ou à saúde, por pre-
sença de agentes químicos nocivos ou
falta de oxigênio, só podem ser aden-
trados com uso de máscaras autôno-
mas. Por outro lado, se a atmosfera
local estiver sob controle, monitorada
ou conhecida, pode-se seguir os pas-
sos normais de seleção de respirado-
res para uso rotineiro, levando-se em
consideração os tópicos mencionados
anteriormente: circunstâncias que
requerem o uso do EPR; atividades
desenvolvidas pelos trabalhadores;
características ambientais; e uso em
conjunto com outros EPIs.
Vale destacar que o ensaio de veda-
ção, quando necessário, deve ser re-
alizado antes do uso do respirador, e
ser repetido sempre que houver algu-
ma alteração nas características fa-
ciais do usuário como implantação de
dentes postiços, cicatrizes, aumento
ou diminuição de peso significativos,
ou anualmente.
Ainda, a verificação de vedação é
um teste que precisa ser feito toda
vez que o respirador for colocado na
face do usuário. Esse teste deve es-
tar descrito na embalagem ou bula
que acompanha o produto. Existem
respiradores motorizados e de linha
de ar comprimido que não exigem ve-
dação facial para garantir a proteção
do trabalhador.
Após a seleção dos Equipamentos
de Proteção Respiratória, e antes
do uso, também é preciso promover
a capacitação de trabalhadores, su-
pervisores, pessoal de suprimento
e demais envolvidos. O treinamen-
to deve contemplar os riscos que os
respiradores buscam eliminar ou mi-
tigar, incluindo os efeitos dos conta-
minantes sobre o sistema de saúde
do trabalhador e os meios de controle
existentes, incluindo os respiradores.
É importante que os participantes
entendam perfeitamente as caracte-
rísticas, limitações de uso, cuidados
para manutenção, guarda e limpeza
dos EPRs. Por fim, e talvez o mais
importante: os usuários devem saber
colocar o respirador de forma a ob-
ter boa vedação facial e maior segu-
rança. Isso inclui ensaios de vedação
que podem ser qualitativos ou quan-
titativos e métodos para verificação
da vedação. A capacitação deve ser
realizada de forma anual.
Colaboração técnica:
Osny Camargo - higienista ocupacional, engenheiro químico
e de Segurança do Trabalho
ofcamargo@yahoo.com.br
Milton M. M. Villa - especialista em proteção respiratória da
Consultoria Villa PPR
villappr@gmail.com
REVISTA PROTEÇÃO 9
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Não pode ser vendido separadamente.
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Alexandre Gusmão
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Fone (51)2131-0400 - Fax (51)2131-0445
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REDAÇÃO
Fone: (51)2131-0429
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Editora: Daniela Bossle
Textos: Raira Cardoso
Colaboração técnica: Osny Camargo - higienista ocupacional, engenheiro químico e de
Segurança do Trabalho (ofcamargo@yahoo.com.br) e Milton M. M. Villa - especialista em
proteção respiratória da Consultoria Villa PPR (villappr@gmail.com)
Edição de Arte: Karina Brito
PARA ANUNCIAR
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Gerente: Márcia Gonçalves
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Proteção respiratória no trabalho

  • 1. REVISTA PROTEÇÃO 1 OUTUBRO / 2021 Este manual é parte integrante da Revista Proteção - Edição 358 - Outubro/2021. Não pode ser vendido separadamente. PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
  • 2. OUTUBRO / 2021 2 REVISTA PROTEÇÃO SHUTTERSTOCK Esta é a sexta de uma série de reportagens sobre a forma de selecionar os EPIs adequados. EQUIPAMENTOS PREVISTOS NA NR 6 PROTEGEM TRABALHADORES EXPOSTOS A ATMOSFERAS NOCIVAS, PREVENINDO INTOXICAÇÕES E DOENÇAS PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA Desde o início de 2020 Equipamen- tos de Proteção Respiratória são ado- tados por grande parte da população mundial para prevenir o contágio da Covid-19 por meio de gotículas respi- ratórias expelidas por tosse ou espirro ou partículas ainda menores (aerossó- is), que podem permanecer suspensas no ar por horas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde trou- xe conhecimento para o público em geral sobre o assunto e até chegou a ocasionar a falta das máscaras PFF2 (Peças Faciais Filtrantes com filtros classe 2). Mas a medida que segue sendo uma das principais para o con- trole da pandemia já é velha conhe- cida na área de Segurança e Saúde do Trabalho. Um dos Equipamentos de Proteção Individual previsto na Norma Regula- mentadora 6, o EPR deve ser utiliza- do em ambientes laborais em que o trabalhador é exposto a atmosferas nocivas a sua saúde. Dependendo da atividade realizada, é possível a expo- sição a uma série de poluentes, como fumos, poeiras, neblinas, microorga- nismos. A proteção também se faz es- sencial para entrada em espaços com deficiência de oxigênio, com a presen- ça de contaminantes atmosféricos em concentrações desconhecidas ou ime- diatamente perigosas. Assim como a possibilidade de o trabalhador de- senvolver doenças irreversíveis após longos períodos. Desse modo, o em- prego do EPR adequado pode evitar a origem de múltiplas doenças rela- cionadas ao trabalho, como asmas profissionais, mesoteliomas ou pneu- moconioses. Também previne into- xicações agudas por via respiratória resultantes da inalação de gases ou substâncias voláteis com efeitos tó- xicos, como monóxido de carbono e solventes orgânicos. O Equipamento de Proteção Res- piratória previne até mesmo a morte de trabalhadores, pois emergências e ocorrências que envolvem liberação de gases, vapores e particulados tó- xicos podem levar a fatalidades, uma para atendimento a emergências que envolvam liberações de gases, vapores ou presença de produtos de combus- tão de materiais orgânicos em geral. O uso de respiradores em cada uma dessas situações pode ser o único meio de proteção viável para garan- tir a saúde e a vida do trabalhador ou a última barreira de controle, consi- derando que a empresa já adote con- troles na fonte e na propagação, com uso de enclausuramentos e ventilação exaustora localizada. Assim como os demais EPIs, eles devem ser forneci- dos gratuitamente pelo empregador, em perfeito em estado de conservação e funcionamento, seguindo uma hie- rarquia de controle. Ou seja, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes ou doenças la- borais, ou enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo im- plantadas e para atender a situações de emergência. EFICÁCIA DOS EPRs A escolha do Equipamento de Pro- teção Respiratória é responsabilidade da empresa, junto à equipe técnica, e deve considerar o tipo de atividade desenvolvida, a frequência de exposi- ção e os perigos que oferecem às vias aéreas do trabalhador. Nas tarefas ro- tineiras em que há exposição a con- taminantes atmosféricos, ainda que em concentrações pequenas, existe
  • 3. REVISTA PROTEÇÃO 3 OUTUBRO / 2021 vez que a atmosfera pode ser imedia- tamente perigosa à vida. Essa situação conhecida como IPVS (Imediatamen- te Perigoso à Vida e à Saúde) ocorre devido à presença de agentes quími- cos nocivos asfixiantes em altas con- centrações ou falta de oxigênio, que podem provocar lesões irreversíveis, morte ou impedir que o trabalhador abandone a área contaminada. Os respiradores disponíveis no mer- cado são divididos em duas classes: ‘Respiradores de adução de ar’ e ‘Res- piradores Purificadores de Ar’, e vá- rias categorias. Por isso, a escolha do equipamento mais adequado depen- de de avaliação prévia. Por exemplo, ambientes com deficiência de oxigê- nio requerem respiradores com su- primento de ar. Já atmosferas tóxicas requerem respiradores com alto nível de proteção. Por sua vez, trabalhos rotineiros realizados em ambientes industriais ou de serviços com bai- xa toxicidade e baixa concentração requerem o uso de respiradores que sejam ‘confortáveis’, fáceis de respi- rar, leves e com boa vedação facial. REQUISITOS Para avaliar a adequação do respi- rador à tarefa que será desenvolvida pelo trabalhador, deve-se levar em consideração a exposição do trabalha- dor a agentes nocivos durante a reali- zação da atividade ou atendimento a emergências. Assim como a demanda do trabalho, incluindo distanciamento entre o local da exposição e um local limpo e seguro e o esforço físico re- querido pela tarefa. A seleção do Equipamento de Pro- teção Respiratória também deve con- siderar sua adequação ao usuário e ao ambiente de trabalho. No primeiro ca- so, são avaliados os aspectos relacio- nados ao uso de outros Equipamentos de Proteção Individual, característi- cas faciais e, principalmente, a veda- ção facial promovida pelo respirador. Já no segundo caso são consideradas condições atmosféricas como calor, frio e situações especiais. Tais etapas são detalhadas no ‘Pro- grama de Proteção Respiratória - Re- comendações para Seleção e Uso de Respiradores’ da Fundacentro (ht- tps://bit.ly/3EHMppP) que deve ser implantado pelas empresas cujos ris- cos podem afetar o trato respiratório dos trabalhadores. O Programa deve conter procedimentos para seleção, ensaios de vedação facial, exames médicos específicos para usuários de respiradores, guarda, manutenção, monitoramento ambiental e de uso de respiradores, além de requisitos administrativos como treinamentos e indicação de um administrador. De acordo com a publicação, o médico e o administrador do PPR possuem responsabilidades importantes na ad- ministração e seleção de respirado- res. O médico deve avaliar a aptidão física e mental, além das caracterís- ticas faciais dos usuários. O adminis- trador deve garantir que o respirador selecionado seja adequado ao usuá- rio. Por isso, a importância do ensaio de vedação facial no procedimento de seleção de respiradores. Além disso, deve-se garantir que o produto possua Certificado de Apro- vação válido, emitido pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O CA ga- rante a qualidade do Equipamento de Proteção Respiratória e sua eficácia na proteção do trabalhador quando exposto à atmosfera nociva.
  • 4. OUTUBRO / 2021 4 REVISTA PROTEÇÃO Conhecer os Equipamentos de Pro- teção Respiratória disponíveis no mercado, e de que forma cada um protege o trabalhador, é um passo importante para uma escolha acer- tada. Os ‘Respiradores de Adução de Ar’ recebem ar limpo vindo de fora da área contaminada e podem utilizar válvulas de demanda que mantêm pressão positiva no interior da peça durante todo o tempo ou linha de ar com fluxo contínuo que mantém ex- cesso de ar dentro da peça facial. Já os ‘Respiradores Purificadores de Ar’ utilizam o ar do próprio ambiente de trabalho. Esses equipamentos pos- suem uma cobertura facial que pode ser uma peça facial inteira, peça se- mifacial, capuz ou capacete. Em ambas as categorias os respi- radores possuem algum sistema de purificação de ar. Nos respiradores de adução de ar um sistema de filtra- ção é colocado entre o compressor e o sistema que vai receber e distribuir o ar purificado. Nos respiradores pu- rificadores de ar, os filtros são incor- porados à cobertura facial e são es- pecíficos para reter os contaminantes presentes no ar ambiente. No processo de seleção do melhor respirador deve-se primeiramente considerar a situação de uso, se ro- tineira, ocasional, para atendimento A escolha do EPR ideal deve considerar fatores como a situação de uso e a demanda de trabalho Seleção acertada ou fuga de uma emergência química ou incêndio. Os colaboradores que atuam em atividades que envolvam exposição a particulados são aqueles que, geralmente, utilizam os Equipa- mentos de Proteção Respiratória de forma rotineira. O processamento de madeira em marcenarias e a produção de pranchas de madeira são alguns dos serviços que expõem os trabalha- dores a poeiras, assim como o corte e lixamento de mármores e granitos. A pintura de automóveis e outras peças metálicas, o manuseio de grãos, a apli- cação de pesticidas e o atendimento hospitalar em prontos-socorros e áre- as sujeitas à contaminação biológica são outros exemplos de trabalhos que sempre exigem os EPRs. Os respiradores também são ne- cessários, mas de forma ocasional, em trabalhos de operações de sol- dagem e fusão de metais; carrega- mento e descarregamento de produ-
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  • 6. OUTUBRO / 2021 6 REVISTA PROTEÇÃO tos químicos; trabalhos em espaços confinados, etc. Em se tratando de emergência, os casos mais comuns em que os equipamentos se tornam indispensáveis são em incêndios e emissões de gases e vapores tóxicos e atendimento a vazamentos de pro- dutos químicos perigosos nas formas sólida, líquida ou gasosa. ATIVIDADES ROTINEIRAS No caso das atividades que roti- neiramente exigem os EPRs, é pre- ciso saber quais são os contaminan- tes presentes e suas concentrações. Como auxílio, o PPR da Fundacentro permite que se faça uma estimativa de concentrações ambientais e vai além, trazendo um método para se- leção de respirador sem a necessida- de de avaliação quantitativa (Anexo 5 da publicação). Quando a atividade rotineira exigir muito esforço físico, com alta deman- da fisiológica, os respiradores preci- sam ser mais leves, não somente no que se refere ao peso do equipamen- to, mas também à resistência à res- piração, que está relacionada à difi- culdade da passagem do ar inalado e exalado pelo filtro. Os respiradores descartáveis possuem resistência à respiração mais baixa que respira- dores com filtros substituíveis, po- rém seu uso é limitado a situações com presença de particulados. Res- piradores descartáveis não protegem contra gases e vapores. Outro fator importante de ser ana- lisado é a existência ou não da válvula de exalação. No processo respirató- rio há duas fases: inalação e exalação. A fase de inalação é forçada pela mo- vimentação do tórax, já a exalação é um processo de relaxamento do tó- rax. Quando se tem uma resistência à passagem do ar nessa última fase, o trabalhador vai sentir mais que a resistência à inalação. Por isso, a im- portância da válvula. Ainda deve-se ter cuidado especial com a qualida- de da válvula. Ela deve permitir a sa- ída do ar exalado de forma bem na- tural, mas impedir a passagem do ar inalado, pois este está contaminado e precisa passar pelo meio filtrante. Muitas válvulas de exalação utili- zadas em respiradores descartáveis não funcionam bem porque oferecem resistência à exalação maior que a re- sistência do filtro. Outros modelos de respiradores como linha de ar com- primido e respiradores motorizados
  • 7. REVISTA PROTEÇÃO 7 OUTUBRO / 2021 são boas opções para situações de trabalhos pesados, ao mesmo tempo que propiciam maior nível de prote- ção global. TEMPERATURAS Ambientes muito frios ou muito quentes exigem cuidados especiais na seleção de respiradores. No caso de ar frio, pode ser uma boa opção utilizar respiradores descartáveis sem válvula de exalação, uma vez que eles mantêm uma atmosfera aqueci- da e umedecida no espaço ‘morto’ criado entre a superfície do respira- dor e as vias respiratórias do usuá- rio. De forma inversa, em ambientes quentes deve-se dar prioridade para o uso de respiradores leves, com bai- xa resistência à passagem do ar inala- do e, principalmente, do ar exalado. A válvula de exalação ajuda a man- ter o espaço ‘morto’ mais refrigera- do, não retendo o calor da exalação. Usando o mesmo raciocínio feito para atividades que demandam muito esforço físico, respiradores de linha de ar e motorizados são muito bem aceitos nesses ambientes com alta temperatura. Existe um modelo de respiradores de linha de ar que in- corpora um resfriador de ar, possibi- litando que o trabalhador receba ar puro e refrigerado, o que seria ideal para ambientes com alta temperatu- ra. Atenção redobrada deve ser da- da para situações com alta demanda fisiológica em ambientes quentes. O uso de respiradores que dificultem a respiração poderá aumentar ainda mais a demanda fisiológica e causar estresse térmico. VEDAÇÃO Em relação aos fatores relaciona- dos aos usuários do Equipamento de Proteção Respiratória, o principal de- les é a vedação facial. Ela depende de características faciais do usuário e do tipo de respirador que está sen- do selecionado para o uso específico. Deve-se verificar se o tamanho da co- bertura facial é adequado ao traba- lhador; se existe algum aspecto que dificulte a vedação facial, como bar- bas, cicatrizes, etc. Lembrando que os respiradores com vedação facial foram desenvolvidos para promover vedação adequada em 95%, ou mais, das diferentes características faciais encontradas na população em geral. SHUTTERSTOCK
  • 8. OUTUBRO / 2021 8 REVISTA PROTEÇÃO O uso concomitante de outros EPIs com os Equipamentos de Pro- teção Respiratória pode causar pro- blemas relativos à vedação do respi- rador na face. Por exemplo, uso de peças semifaciais descartáveis ou com filtros substituíveis combinado com óculos de proteção pode cau- sar dificuldades para se conseguir uma boa vedação do respirador na face do usuário. Deve-se dar prefe- rência ao uso de respirador facial in- teiro nessa situação. O uso de peça facial inteira é requerido no caso de gases e vapores que irritam ou cau- sem problemas nos olhos. Capace- tes e protetores auditivos também podem interferir na vedação facial de respiradores. Por todas essas questões, é funda- mental a realização de um ensaio de vedação facial sempre que o respi- rador exigir. OCASIONAL OU EMERGÊNCIA Já os usos não rotineiros e emer- gênciais de Equipamentos de Prote- ção Respiratória são situações que expõem os trabalhadores, na maio- ria das vezes, a riscos desconheci- dos. Para selecionar um respirador nesses casos, primeiramente deve-se verificar se há algum elemento que permita estimar o risco. Ambientes que exponham o traba- lhador a atmosferas imediatamente perigosas à vida ou à saúde, por pre- sença de agentes químicos nocivos ou falta de oxigênio, só podem ser aden- trados com uso de máscaras autôno- mas. Por outro lado, se a atmosfera local estiver sob controle, monitorada ou conhecida, pode-se seguir os pas- sos normais de seleção de respirado- res para uso rotineiro, levando-se em consideração os tópicos mencionados anteriormente: circunstâncias que requerem o uso do EPR; atividades desenvolvidas pelos trabalhadores; características ambientais; e uso em conjunto com outros EPIs. Vale destacar que o ensaio de veda- ção, quando necessário, deve ser re- alizado antes do uso do respirador, e ser repetido sempre que houver algu- ma alteração nas características fa- ciais do usuário como implantação de dentes postiços, cicatrizes, aumento ou diminuição de peso significativos, ou anualmente. Ainda, a verificação de vedação é um teste que precisa ser feito toda vez que o respirador for colocado na face do usuário. Esse teste deve es- tar descrito na embalagem ou bula que acompanha o produto. Existem respiradores motorizados e de linha de ar comprimido que não exigem ve- dação facial para garantir a proteção do trabalhador. Após a seleção dos Equipamentos de Proteção Respiratória, e antes do uso, também é preciso promover a capacitação de trabalhadores, su- pervisores, pessoal de suprimento e demais envolvidos. O treinamen- to deve contemplar os riscos que os respiradores buscam eliminar ou mi- tigar, incluindo os efeitos dos conta- minantes sobre o sistema de saúde do trabalhador e os meios de controle existentes, incluindo os respiradores. É importante que os participantes entendam perfeitamente as caracte- rísticas, limitações de uso, cuidados para manutenção, guarda e limpeza dos EPRs. Por fim, e talvez o mais importante: os usuários devem saber colocar o respirador de forma a ob- ter boa vedação facial e maior segu- rança. Isso inclui ensaios de vedação que podem ser qualitativos ou quan- titativos e métodos para verificação da vedação. A capacitação deve ser realizada de forma anual. Colaboração técnica: Osny Camargo - higienista ocupacional, engenheiro químico e de Segurança do Trabalho ofcamargo@yahoo.com.br Milton M. M. Villa - especialista em proteção respiratória da Consultoria Villa PPR villappr@gmail.com
  • 9. REVISTA PROTEÇÃO 9 OUTUBRO / 2021 Este manual é parte integrante da Revista Proteção - Edição 358 - Outubro/2021. Não pode ser vendido separadamente. Editado por: DIRETOR Alexandre Gusmão Sede Rua Domingos de Almeida, 218 Fone (51)2131-0400 - Fax (51)2131-0445 93510-100 - Novo Hamburgo - RS protecao@protecao.com.br www.protecao.com.br www.facebook.com/revistaprotecao www.instagram.com/revistaprotecao www.linkedin.com/company/revista-protecao REDAÇÃO Fone: (51)2131-0429 redacao1@protecao.com.br Editora: Daniela Bossle Textos: Raira Cardoso Colaboração técnica: Osny Camargo - higienista ocupacional, engenheiro químico e de Segurança do Trabalho (ofcamargo@yahoo.com.br) e Milton M. M. Villa - especialista em proteção respiratória da Consultoria Villa PPR (villappr@gmail.com) Edição de Arte: Karina Brito PARA ANUNCIAR comercial@protecao.com.br Gerente: Márcia Gonçalves PARA ASSINAR A REVISTA PROTEÇÃO Fone/fax: (51)2131-0410 assinaturas@protecao.com.br Gerente: Rejane Barth Assinatura impressa: 1 ano (12 edições) R$229,00 2 anos (24 edições) R$369,00 Exemplar avulso impresso: R$20,50 Assinatura impressa exterior: 1 ano (12 edições) US$170,00 Assinatura digital (com acervo desde out/2004): 1 ano (12 edições) R$110,00 2 anos (24 edições) R$179,00 Exemplar avulso digital: R$15,50 www.lojavirtualprotecao.com.br assinaturas@protecao.com.br Fone: (51)2131-0410