O documento discute a violência no campo brasileiro e o trabalho escravo. O autor argumenta que (1) o trabalho escravo é sensacionalista e não representa a realidade, (2) as leis trabalhistas rurais precisam ser mais flexíveis para não desestimular a agricultura, e (3) a violência no campo tem raízes na política fundiária e nos programas sociais do governo que enfraquecem os direitos de propriedade.
Livro A Raiz da Violência no Campo Brasileiro - Autor: Francisco Ramos Corrêa
1. Francisco Ramos Corrêa
A Raíz da Violência
no campo brasileiro:
Se cuida Brasil !
Guaraí/TO
2009
2. C824 v Corrêa, Francisco Ramos.
A Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil!/ Francisco
Ramos Corrêa. Guaraí: S. n., 2009.
64p.
Bibliografia.
1. Trabalho escravo. 2. Violência no campo. 3. Reforma
agrária. 4. Direitos trabalhistas. I. Título.
CDD (21ª ed.)
362.042
(Catalogação na fonte – Bibliotecária Ysabella C. G. Macêdo CRB2/1191)
3. PREFÁCIO
Este trabalho consiste em duas partes, e a princí-
pio a nossa intenção seria publicação em separado, mas
devido o alto custo, resolvemos pela publicação conjun-
ta. Na primeira parte, denominada “A VIOLÊNCIA NO
CAMPO BRASILEIRO - Se cuida Brasil”, fomos mo-
tivados por discordarmos da maneira que o nosso País
considera e age a respeito do chamado TRABALHO
ESCRAVO; por considerarmos exagerada a fiscalização
trabalhista direcionada ao Campo brasileiro; por en-
tendermos que os direitos trabalhistas devem ser dife-
renciados e mais flexíveis para o campo brasileiro. Por
entendermos que a violência no campo tem raízes no
próprio sistema político/social que vem sendo praticado
na política fundiária nos últimos anos, e na proliferação
do MST, e de ONGs nacionais, subsidiadas pelo próprio
sistema organizacional federal, por entendermos que o
Sistema federativo nacional poderá está praticando um
ilícito eleitoral aplicando os atuais programas sociais,
os conhecidos programas de transferências de bens e
renda. E por fim, por percebermos que o direito de pro-
priedade está vulnerável em nosso País.
A segunda parte denominada SALVAÇÃO DA
ALMA – mito ou verdade? consiste na nossa manifes-
tação quanto à proliferação desordenada das diversas
seitas religiosas no Brasil, onde a ganância pelo dinheiro
4. ou pelo Poder Político Partidário (poder Estatal) se mis-
tura com a atividade religiosa, transformando a religião
em palco político e meio de comércio livre de impostos.
Como também percebe-se que a miscigenação da política
partidária com a religião está crescendo vertiginosamente
no País, onde o Poder Político é facilitado pelo corpora-
tivismo religioso, deixando prejudicados os cidadãos co-
muns que se inibem e recuam no processo eleitoral, sendo
que a sociedade está perdendo estímulo, e o País perden-
do na qualidade de uma boa parte de seus políticos. Con-
siste ainda em observar a interferência de algumas ONGs
religiosas no sistema Estatal, trazendo sérios transtornos
sociais e incentivo à violência no Campo em nosso País..
F R Corrêa :.
5. DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família. À esposa
Iracema da Silva Pinto Ramos, aos nossos Filhos; Hugo
Pinto Corrêa, advogado, Heitor Pinto Corrêa e Iara Pin-
to Corrêa, enfermeiros. A todos os Policiais brasileiros,
em especial aos colegas Policiais Rodoviários Federais,
colocando em primeiro lugar aqueles com os quais con-
vivi diuturnamente na Unidade Operacional de Guaraí
em toda a minha trajetória por mais de 29 anos, e os do
meu Distrito, no Tocantins.
Agradeço imensamente a participação e o incen-
tivo daqueles que de alguma forma me ajudaram com
críticas ou elogios como os meus filhos, , e porque não;
àqueles que são a razão maior, ou os anfitriões deste hu-
milde labor; às vítimas da violência, das invasões em
geral, e aos camponeses incompreendidos e que sofrem
com peso do braço da Lei trabalhista brasileiros, àque-
les que se afligem e se desesperam com a vulnerabi-
lidade do direito de propriedade e/ou com a inércia do
sistema agrário na regularização fundiária. Dedico tam-
bém àqueles que no intuito de conhecer a verdade reli-
giosa, às vezes são vítimas de explorações financeiras e
torturas psicológicas disfarçadas, praticados por seitas
que não primam realmente pelos ensinamentos que di-
recione ser humano no caminho da verdadeira Salvação
6. da alma. Não poderia deixar de agradecer e reconhecer a importantís-
sima participação voluntária e gratuita do ilustre amigo, Professor da
Língua Portuguesa, JOSÉ RODRIGUES COSTA (ZÉ CAPOTEIRO)
e à sua filha JOQUEBEDE RODRIGUES MOURÃO que fizeram a
revisão ortográfica deste trabalho.
OBRIGADO!
F R Corrêa : .
7. SUMÁRIO
1 - Apresentacão ..............................................................................09
2 - A violência no campo brasileiro: se cuida Brasil.......................10
2.1 - Trabalho Escravo .................................................................... 11
2.2 - A Raiz da violência no campo brasileiro ................................14
2.3 - Os direitos trabalhistas rurais precisam ser flexibilizados ......19
2.4 - Reforma agrária e direito de propriedade ...............................21
2.5 - Responsabilidade Social e educação ......................................23
2.6 - Política partidária e os Bolsas Federais ..................................26
3 - Salvação da Alma: mito ou verdade ..........................................37
3.1 - Origem da vida dos seres animado .........................................42
3.2 - Batismo ...................................................................................43
3.3 - Juízo Final...............................................................................44
3.4 - A volta de Jesus.......................................................................46
3.5 - Mentir em nome de Deus........................................................49
3.6 - Espíritos bons e espíritos maus...............................................50
3.7 - Ministérios religiosos .............................................................52
3.8 - Igrejas e movimentos sociais ..................................................54
3.9 - Política partidária e sacerdócio ...............................................57
8.
9. Francisco Ramos Corrêa 9
1 - Apresentacão do autor
O meu nome é FRANCISCO RAMOS CORRÊA, sou filho
de camponês maranhense, nasci em 21 de março de 1948, sou casa-
do, pai de três filhos e trabalho na Polícia Rodoviária Federal desde
1979. Presto serviços na Unidade Operacional de Guaraí-TO. Toda
a tradição da minha família é camponesa. São pessoas que até hoje
vivem no campo. Tanto eu como meus pais e quase toda a nossa famí-
lia temos terras e atividades no Campo. Então, falo do que conheço,
principalmente a lavoura familiar manual. Sou técnico em contabili-
dade, mas não cheguei a exercer essa profissão. A profissão que exerci
por mais de dez anos, foi a de barbeiro/cabeleireiro, em Miracema
do Norte, hoje Miracema do Tocantins, cujo estabelecimento tinha o
nome de “SALÃO CORRÊA”. Sou católico. Estudei em colégio de
freiras. Quando jovem fiz o Chamado TLC – Treinamento de Líderes
Cristãos e depois de casado fiz o CURSILHO DE CRISTANDADE,
ambos feitos em Centro de Treinamento Católico, e admito que deva
parte de minha minúscula formação aos ensinamentos católicos, mas
hoje vou às missas esporadicamente. Entrei para o quadro da Polícia
Rodoviária Federal em 1º de outubro de 1979. Na minha função poli-
cial respondi periodicamente pelo menor cargo de confiança aqui na
Unidade Operacional de Guaraí-TO, e por pouco tempo. Sempre fui
o Policial que atuei apenas no operacional da PRF. Mas sempre gostei
de me manifestar nas questões de relevância dessa Instituição, porém
nunca fui ouvido por estar como aquele último na fila hierárquica,
e como tenho dito por lá, acho que na PRF existe certa inversão de
valores que não possibilita o agente ser ouvido. Ainda que licenciado
temporariamente, faço parte da Grande Loja Maçônica do Estado do
Tocantins, tendo ingressado na Loja Mário Bering nº 08, Guaraí – TO
em 1995, na qual fui ao grau de Mestre Maçon.
10. 10 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
2 - A VIOLÊNCIA NO CAMPO
BRASILEIRO
SE CUIDA BRASIL!!!
Entendo que a VIOLÊNCIA no Brasil é um dos mais com-
plexos problemas a se resolver. A origem e as razões da violência
envolvem uma gama de fatores de ordem organizacional no sistema
brasileiro que precisariam ser revistos em nossa Constituição.
Gostaria de me manifestar quanto a esse assunto, estendendo
ainda o meu ponto de vista a todas as autoridades deste País. Co-
meçando pelo chamado TRABALHO ESCRAVO tão badalado nos
últimos tempos, e principalmente sobre a raiz da violência no Campo
Brasileiro.
Caríssimo leitor, essa matéria ou o seu tema central foi ba-
sicamente escrito em setembro de 2006, pois na época eu pretendia
encaminhá-la a um evento que estaria ocorrendo em Palmas-TO so-
bre o trabalho escravo, mas ao longo do tempo venho inserindo ou
modificando algum tópico para melhor complementá-la ou adequá-la
conforme o tempo passa, ou obtenho mais dados, e por fim resolvi
torná-la de conhecimento público em forma de livro.
11. Francisco Ramos Corrêa 11
2.1 - Trabalho escravo
Primeiro faço uma observação: Acredito que o assunto TRA-
BALHO ESCRAVO aqui no Brasil hoje, é algo sensacionalista e não
condiz com a realidade. Até porque são casos isolados. Não é uma
regra, ou uma tendência no País. Entendo que escravidão é outra coi-
sa... Tenho colegas Policiais Rodoviários Federais que participam de
planos estratégicos e operações de combate a este tipo de trabalho,
e penso que é um exagero, por exemplo, considerar-se que somente
porque alguém não tem uma carteira de trabalho assinada, seja classi-
ficado como trabalhador escravo, pois muitas vezes tais trabalhadores
recebem pelo que fazem até numa proporção maior do que o salário
mínimo oficial do Governo Federal. Exemplo: Um diarista aqui em
nossa Região recebe não menos que 20 reais por dia. (época. Julho de
2007). Tirando os feriados, trabalha mais ou menos 25 dias cada mês.
Mas é apenas ponto de vista. Vamos ao que interessa, porque sei que
esse tipo de trabalho está relacionado ao que segue:
Primeiramente vamos aos motivos pelos quais no meu pouco
entender houve nas três ou quatro últimas décadas passadas, uma fuga
quase em massa dos trabalhadores do campo para as periferias das
grandes cidades brasileiras.
Isso ocorreu a meu ver, principalmente com o advento da Cons-
tituição de 88, devido às exageradas ou equivocadas conquistas dos
sindicalistas, associações e políticos radicais, que reduziram o tem-
po para a aquisição do DIREITO DE POSSE. Reduziram também os
prazos para que alguém tenha direito à USUCAPIÃO. Leis e medidas
trabalhistas diversas estenderam todos os encargos sociais trabalhistas
que antes eram aplicados somente no trabalho formal urbano, ao tra-
balho no Campo brasileiro.
12. 12 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
Tal situação fez com que houvesse um esvaziamento do cam-
po, porque quem mantinha alguém em suas propriedades como sim-
ples agregado os mandou embora. Muita gente vivia nas fazendas sem
contrato de parcerias e sem vínculo empregatício, (mas ali prestavam
serviços e se auto-sustentavam trabalhando na lavoura sob a ADMI-
NISTRAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DA FAZENDA). É verdade que
não existiam garantias ou vantagens trabalhistas, mas aquele povo
vivia feliz e não passava fome. Embora a demografia do país fosse
menor, o campo era mais povoado. Os fazendeiros tiveram medo de
perderem suas propriedades devido à redução dos prazos para Direito
de Posse e ao Usucapião, também devido não suportarem o peso dos
encargos trabalhistas, somados à burocracia para a regularização dos
trabalhadores no Sistema, se viram ameaçados e mandaram toda essa
gente embora. Esse povo foi para as periferias dos grandes centros ur-
banos brasileiros, sem escolaridade, e sem oportunidades de trabalho
ou opção de vida. Assim sendo partiram para o óbvio; sobreviver às
suas próprias custas. Era um povo sem escolaridade, sem profissão
nem trabalho, e como o crime dá lucro e quase sempre fica impune,
muitos partiram para o crime. É o que entendo que houve.
Atualmente, os fazendeiros que necessitam de um núme-
ro maior de trabalhadores, estão terceirizando o serviço. Em vez de
contratar várias pessoas, contratam apenas uma pessoa, o chamado
“gato”, que é na verdade um empreiteiro e agenciador informal de
trabalhadores. Todos esses trabalhadores só gostam de se alojar o
mais perto possível do local de trabalho (que é no campo), ou melhor
dizendo, no mato! Explicando melhor, é que para se abrir uma área
no campo, primeiramente tem que se desmatar. Em locais de matas
mais densas esse serviço é quase sempre feito de forma manual ou
com motos-serra. Assim sendo as condições de trabalho e alojamento
são realmente muito rústicas, porém práticas. É ali que está a maior
parte do verdadeiro trabalho que a mídia o chama de TRABALHO
ESCRAVO.
13. Francisco Ramos Corrêa 13
Então só é feito assim. Eu mesmo quando morava na roça tra-
balhava assim com meus irmãos, o nosso pai e outros companheiros
de fora, na maioria das vezes os nossos agregados é que eram pagos
para nos ajudar. Esses companheiros de fora, moravam como agrega-
dos na nossa propriedade ou nas propriedades vizinhas. Era só avisá-
los, administrá-los marcando o dia, a hora, e o serviço era feito.
Quando o trabalhador não recebe, aí é outra história. Está erra-
do. Então vamos tomar providências. Neste caso não diria que o em-
pregador seja um escravizador, mas sim um caloteiro. Acho que não
são escravos porque fazem a única coisa que às vezes sabem fazer, e
o que querem fazer. O que eles não sabem mesmo é se autoadminis-
trarem. Mas se receberem em proporções, não inferior ao salário mí-
nimo oficial do governo federal, paciência. Não pode ser escravidão
até porque nem sempre é uma situação permanente. É UMA OPÇÃO
DE TRABALHO TEMPORÁRIO QUE A PESSOA FAZ, PELO LO-
CAL E POR AQUELE VALOR. FOI ALÍ QUE ELE ENCONTROU
TRABALHO, E SE FOSSE TRABALHAR PARA SÍ PRÓPRIO A
SITUAÇÃO PODERIA SER PIOR! É MELHOR TER AQUELE
TRABALHO FAZENDO O QUE SABE FAZER, DO QUE NÃO
TER NADA.
14. 14 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
2.2 - A raiz da violência no
campo brasileiro
Pelos motivos expostos acima, começaram as invasões da
coisa alheia, que hoje nada mais é do que “CULTURA DA INVA-
SÃO” no Brasil. Aqui, certamente está A RAIZ DA VIOLÊNCIA,
SEM CONTROLE E SEM PERSPECTIVA DE CONTROLE den-
tro da linhagem da atual política educacional, agrária, trabalhista e
de segurança pública que temos, (novembro de 2007). Estou dizendo
isso porque sou de origem camponesa e trabalho no rol da segurança
pública já completando três décadas, em uma das regiões do País que
mais ocorre esse tipo de situação, e vejo que cada dia a coisa só vai
piorando. Falando-se de VIOLÊNCIA, NUNCA SE PODE DIZER:
HOJE ESTÁ MELHOR QUE ONTEM! Então não há mais controle.
Para reverter essa cruel situação, o País precisa de urgentes mudanças
ORGANIZACIONAIS NO SEU SISTEMA.
O que vemos hoje são pessoas sem esclarecimentos intitula-
dos de trabalhadores, manipuladas por irresponsáveis inteligentes,
(líderes de Ong’s diversas) desafiando a polícia e o próprio Estado
de Direitos. São invasores invadindo até o Congresso Nacional. O
nosso País caminha para uma situação em que em breve, as Institui-
ções Policiais precisariam pedir ajuda do Ministério do Trabalho no
sentido de exigir a sua própria segurança no exercício da função. E o
Ministério do Trabalho iria invocar a quem para dar proteção à Polí-
cia? Pergunta-se: como será o comportamento futuro, e o conceito
de direito de propriedade dessa geração de jovens que vivenciam as
invasões como se fossem algo legítimo e atualmente considerado nor-
mal e até banal? Vejam que grande parte desses jovens chega aos as-
sentamentos pela via da invasão que a consideram como uma grande
15. Francisco Ramos Corrêa 15
conquista e bravura. É a chamada “LUTA” tão divulgada nos meios
políticos partidários. Isso não é alimentar a violência? Mas é legítimo.
É coisa oficial no Brasil. Se cuida Brasil!
Ora, ninguém faz o que está ocorrendo no Brasil sem um ideal,
sem dinheiro e muito menos sem liderança ou orientação. Então tem
algo por trás... Com que objetivo?
Trecho inserido em 08-03-08.
“Cenas como as que foram mostradas pelo Jornal Nacional TV
Globo em instalações da VALE, em Açailândia – MA e no Rio de Ja-
neiro, hoje, 08/03/08, nos preocupa sobremaneira. Chega-se a pensar
que o nosso querido Brasil não é mais o País que queremos morar. O
MST, COM SUAS BANDEIRAS VERMELHAS, INSTITUCIONA-
LIZOU A VIOLÊNCIA NO PAÍS! Consigo arrasta as demais Ongs
de todos os cantos do País, que se somam nos atos de vandalismo e
violência. Prevalecem-se de um discurso democrático em suas con-
turbadas ações, mas agem realmente como VÂNDALOS E MALFEI-
TORES. A violência é sempre divulgada pelos meios de comunicação
nacionais, mas QUALQUER PUNIÇÃO NUNCA É CONHECIDA
PELA NAÇÃO. Configura-se uma tática para que cada vez mais o
cidadão de bem se cale, recue ou nunca reaja. Será que ficam todos
impunes mesmo? Chega-se a pensar: Um REGIME DEMOCRÁTI-
CO PLENO é realmente viável para um país nas atuais condições do
Brasil? Ou a democracia só funciona plenamente nos países de pri-
meiro mundo? Sinceramente essa situação nos dá arrepios de medo.
São cenas estarrecedoras, onde vândalos destroem ou se apossam do
que é alheio. Cadê o direito de propriedade? ---- Caro leitor, você ima-
gine: esse tipo de gente é que fica nas margens das estradas brasileiras
e muitos recebem cestas alimentícias do Governo Federal através do
BOLSA FAMÍLIA, INCRA, FOME ZERO etc. Se são assistidos, ou
16. 16 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
contemplados pelos programas sociais (bolsas) porque razões promo-
vem tais atos de vandalismo? Com essa política, ainda que de forma
NÃO INTENCIONAL, na prática é como se o DINHEIRO PÚBLI-
CO ESTIVESSE FINANCIANDO A VIOLÊNCIA. São organizados,
orientados pelas ONGs das quais muitas recebem dinheiro público
para se manterem, (portanto, coisa oficial ou juridicamente legal), in-
clusive ONGs da IGREJA CATÓLICA. Que país é este? Qual seria
o louco que atualmente se arriscaria a investir nesse País, na condição
de desordem que se encontra?
SUGESTÃO – O Governo Federal tem que cortar toda e qual-
quer assistência para quem fizer parte desse tipo de ação. Precisa
urgentemente modificar a Constituição, de modo a proibir terminan-
temente que qualquer cidadão que; RECONHECIDAMENTE fizer
parte de alguma ONG OU QUE SEJA FILIADO A ALGUM PARTI-
DO POLÍTICO, e que venha a fazer parte direta ou indireta nos mo-
vimentos sociais que resultem em vandalismo, SE CANDIDATEM
a qualquer cargo eletivo no País, pois seriam candidatos ou militantes
que estariam concordando ou até incentivando ações criminosas, ti-
rando proveito de tais ONGs ou PARTIDOS, para se beneficiarem
deixando em enorme desvantagens os candidatos que não fazem parte
desses movimentos.
Como também não há nenhuma razão para quem está sendo as-
sistido ou amparado pela Nação através do DINHEIRO PÚBLICO, se
envolver com vandalismo ou ações criminosas, e muito menos pode
crescer politicamente às expensas do dinheiro público. Essas ações
só existem porque alguém está levando vantagem. Se tiver vantagem,
todos querem e a coisa só vai aumentar!
Se o governo não fizer algo para NEUTRALIZAR esse tipo
de ação urgentemente, estará proporcionando incentivo à criação de
novas Ongs e Movimentos Sociais PARA AGIREM CONTRARIA-
17. Francisco Ramos Corrêa 17
MENTE; pois uma ação, só se combate com uma ação contrária que
a neutralize. E aqui fico a imaginar: O artigo 1.210 do Código civil
brasileiro diz o seguinte: “O possuidor turbado, (seria o mesmo que
invadido) poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, con-
tanto que o faça logo; e os atos de defesa ou de esforço, não podem
ir além do indispensável à manutenção ou restituição da posse.” Ora,
se o MST e demais Ongs se organizam, dão treinamentos, cursos, etc.
Parece que já têm até Faculdades para esse fim, e vejam; AGINDO
SEMPRE NA SOMBRA DA DEMOCRACIA. O discurso é sempre
muito democrático. O bandido ignorante é muito perigoso, mas o sa-
bido ou inteligente é muito mais perigoso! Esse quadro social deverá
obrigar os fazendeiros, o agronegócio e por fim a sociedade de bem e
organizada, seguirem o mesmo caminho. Usarem o conhecido discur-
so democrático e agirem para se defenderem. É lei natural de quem
se sente turbado, ameaçado, ou agredido! E não descarto a possibili-
dade de serem criadas ONGs e mais ONGs neste País para combater
as ações do MST. Seria o caso de criar-se por exemplo uma ONG
com a seguinte sigla: MCI – MOVIMENTO DE COMBATE ÀS IN-
VASÕES, com abrangência nacional, com o objetivo de bloquear as
invasões do MST. Seriam ONGs legais e legítimas, podendo inclu-
sive ser subsidiadas pelos organismos governamentais e receberem
doações privadas diversas. Porque não, se apenas estariam seguindo
o exemplo do MST, e garantidas pela nossa constituição e Código
Civil?
Os Estados do Sul do País já iniciaram ações nesse sentido. Já
ouve confronto entre organizações de fazendeiros e o MST. Isso ocor-
rendo será a total ausência do Estado de Direito responsável pela
garantia da ordem da Nação. O que poderá ocorrer daí para frete?
Não é esse o País que queremos. Queremos um “Brasil próspero, or-
ganizado, decente e ordeiro.”
“ Nota do autor: Em 26 de fevereiro de 2009 esse trabalho es-
18. 18 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
tava nas mãos do Professor JOSÉ RODRIGUES COSTA, tendo como
colaboradora a sua filha JOQUEBEDE RODRIGUES MOURÃO,
procedendo a sua revisão ortográfica.
Então, comungando com o nosso pensamento, o Brasil, e por-
que não dizer, boa parte do Mundo assistiu estarrecido o noticiário da
Rede Globo de Televisão, Programas Bom Dia Brasil e Jornal Nacio-
nal, onde na calada da noite, enquanto o povo brasileiro brincava o
carnaval/2009 o MST também fazia o seu carnaval de invasões pelo
País a fora, principalmente em São Paulo. Na oportunidade o Ex-
celentíssimo Dr. Gilmar Mendes, então Ministro do Supremo Tribu-
nal Federal brasileiro, falara que o repasse de dinheiro público para
o MST caracterizava que a sociedade brasileira estava financiando a
violência!
No mesmo sentido, o respeitável jornalista Alexandre Garcia
ao comentar os fatos idênticos, onde mais uma invasão havia ocor-
rida em Xinguara –PA, dissera no Bom dia Brasil do dia 02/03/2009,
que o MST não respeita a Lei e se antecipa onde bem entende, fazen-
do justiça com as próprias mãos.... Isso tudo me deixa convicto de
que ainda que um pouco atrasado, esse humilde trabalho não ficará
em vão!”.
Não concordamos que aqui no Brasil, o trabalhador do campo
seja enquadrado na Lei trabalhista, nos mesmos requisitos que os tra-
balhadores formais urbanos.
Mas caríssimas autoridades brasileiras, como não se pode fa-
zer uma crítica sem pelo menos apontar uma opção de solução, que-
remos dar a nossa sugestão e com a convicção de que o Sistema go-
vernamental brasileiro vai ter que fazer algo semelhante ao que esta-
mos sugerindo adiante, sob pena de em breve, vermos no Brasil uma
REVOLUÇÃO INTERNA! (ISTO É, DE FORMA DECLARADA
E RECONHECIDA, PORQUE DE FATO, MAS DE FORMA ABA-
FADA JÁ EXISTE HÁ MUITO TEMPO). PRESTEM ATENÇÃO.
19. Francisco Ramos Corrêa 19
O efeito psicológico social em geral, principalmente para as partes
envolvidas, (polícia e traficantes e/ou criminosos e seus familiares)
nas operações de combate ao crime organizado no Rio e São Paulo
não fazem nenhuma diferença dos mesmos efeitos sofridos pelas par-
tes envolvidas, por exemplo, na recente Guerra deflagrada entre os
Estados Unidos e o Iraque. E quanto às baixas nas duas comparações
também não faz muita diferença. A diferença está apenas nas origens
dos conflitos dos dois exemplos.
2.3 - Os direitos trabalhistas rurais
precisam ser flexibilizados
O governo federal precisa REVER URGENTEMENTE A LEI
TRABALHISTA DE FORMA DIFERENCIADA para o campo, de
maneira a garantir tão somente o seguro desemprego e as aposenta-
dorias aos trabalhadores rurais. Nada mais. Tem que mudar requisitos
da Constituição, aumentando o prazo para O DIRIETO DE POSSE
E PARA A USUCAPIÃO, quando envolver terrenos rurais, mesmo
para fins da agricultura familiar. Tem que transferir urgentemente
para os Estados TODA A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA. Porque
o INCRA, SE OS ESTADOS PODEM E TÊM MAIS ESTRUTURA
PARA FAZER ESSE TRABALHO? Sabemos que no passado os Es-
tados abusavam da distribuição de terras, mas hoje a situação é outra.
Para tanto existe aí o Ministério Público federal e estadual como guar-
diões da Lei e da sociedade, não se justificando mais somente o go-
verno federal através do INCRA distribuir terras. Não estaria a União
interferindo na a u t o n o m i a dos seus Estados, deixando somente
o INCRA com essa responsabilidade? Cada Unidade da Federação
não possui os seus respectivos Institutos de Terras? Essas medidas
com certeza fariam diminuir a violência no Campo. Tranquilizaria
o empregador rural. Resumindo: Três coisas estão aterrorizando o
20. 20 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
homem do campo no Brasil: Primeiro a inércia do Sistema Fundiário.
Temos propriedades esperando regularização há mais de 40 anos. Se-
gunda coisa: O peso do braço da Lei trabalhista. E terceiro, as inva-
sões promovidas pelas Ongs diversas. É só mexer nesses três pontos
e o campo vai se encher de gente. Se a iniciativa privada do agrone-
gócio absorver este pessoal, vai DESAFOGAR O GOVERNO, e em
pouco tempo não será mais necessário manter os programas sociais
de combate à fome e à miséria. A política fundiária ficando somente
na alçada do governo federal caracteriza ser o seu maior aliado elei-
toral. Queiramos ou não é sim um ilícito eleitoral. A União abraçou
a responsabilidade de distribuição e regularização de terras para sí,
o que é inviável ou quase impossível de resolver o problema, pois
NÃO POSSUI ESTRUTURA FÍSICA NEM FINANCEIRA para re-
solver o problema sozinha. Hoje, no Brasil temos um só Ministro de
Desenvolvimento Agrário, um só Presidente do INCRA. O governo
precisa REPASSAR A RESPONSABILIDADE de Regularizar Terras
para os seus respectivos Estados, pois estes conhecem mais de perto
as suas peculiaridades, desta forma o país terá em cada Estado, uma
cabeça pensante com toda uma estrutura física e financeira. E quanto
à violência?
Com a atual política fundiária, o Governo Federal está possibi-
litando que as ações do MST aconteçam de forma unificada nacional-
mente. Ou seja, Ações desencadeadas em uma determinada Unidade
da Federação se somam a militantes dos demais Estados e dá no que
estamos vendo. INSTITUÍRAM UM MONSTRO SEM CONTROLE,
A VIOLÊNCIA NO CAMPO, que se soma à violência urbana em todo
o País. Distribuindo-se estas responsabilidades, iremos enfraquecer as
ações do MST e demais Ongs a nível Nacional, porque em vez de eles
pressionarem somente o Presidente da República, voltarão suas aten-
ções para cada governador de Estado. Consequentemente a violência
em geral diminuirá.
21. Francisco Ramos Corrêa 21
2.4 - Reforma Agrária e
Direito de Propriedade
As invasões e ações de protestos no campo estão hoje em par-
te, ligadas à Reforma Agrária. Mas não é somente por isso. Com as
medidas apontadas acima, entendemos que se não acabar, diminuirão.
Reinará a paz no campo e desafoga os centros urbanos, e o direito de
propriedade não ficará ameaçado como está.
Falando-se do direito de propriedade, aqui abro um parênte-
se, para comentar um aspecto no mínimo curioso. Vejamos: Todo e
qualquer funcionário público; isto, do Federal ao Municipal, é impe-
dido por lei Federal a receber terras públicas, porque segundo a Lei,
eles têm dedicação exclusiva à função pública e já estão beneficiados
pelo Estado, inclusive depois de aposentados, que não teria o menor
sentido, pois neste caso a pessoa não tem mais a obrigação pela de-
dicação exclusiva ao serviço, não havendo mais nada que o impeça
administrar o que possui, tenha o seu patrimônio a origem que tiver.
Neste caso o argumento seria somente o amparo do sistema Estatal.
Correto. Estão amparados, porém essa conquista muito raramente
vem pela via da ajuda do estado, mas sim dos esforços de cada um.
Porque então todos os contemplados dos programas sociais Federais,
cujo mérito é exclusivo do estado, os quais são na verdade uma es-
pécie de VITALÍCIOS FEDERAIS, portanto também amparados pelo
governo, podem receber terras públicas enquanto amparados? Vamos
ilustrar uma situação de discriminação realmente existente no nos-
so País. O cidadão foi inserido no programa do INCRA para receber
uma terra em Assentamento. Recebeu a terra, mas sem o documento
definitivo, pois este só é entregue após cumprir a carência, a chamada
Cláusula Resolutiva. Antes de receber o documento definitivo, com o
22. 22 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
passar do tempo, adquiriu a condição de funcionário público (seria o
caso do professor lá nos assentamentos do INCRA). Aí estará impe-
dido de ficar com a sua terra. Estamos falando de situações existentes
da qual temos conhecimento. Isso não caracteriza uma discriminação
ou penalização ao funcionário público?
Falamos no parágrafo anterior que as invasões estão em parte
ligadas à reforma agrária, mas que não eram somente por isso. Cita-
mos em parte, porque está claro que o objetivo não é somente a busca
da tão falada transferência de bens e renda. É BRIGA PELO PODER
ESTATAL. O discurso é a distribuição ou transferência de renda. É
que A TERRA CUMPRA A SUA FUNÇÃO SOCIAL. O objetivo é
realmente outro. É político. E é aí onde está o perigo dessa coisa para
o nosso País, caracterizando um enorme desequilíbrio eleitoral onde
usam a terra como trampolim para chegarem ao poder Estatal.
Quem possui terras com áreas maiores hoje neste país está
com o coração na mão, temendo invasões a qualquer momento, ou
mesmo a visita do Ministério do Trabalho que muitas vezes revolta,
desestimula, ou até inviabiliza o camponês a continuar a sua ativida-
de. Não só terras, mas também outros bens do cidadão ou do Estado,
principalmente os imóveis. Aliás, não há mais qualquer critério ou
alvo para as invasões. Há muito tempo, GRUPOS ORGANIZADOS
DENOMINADOS SEM... SÃO OS SEM TUDO..., estão atacando
caminhões carregados seja lá do que for, e saqueando as mercadorias
nas rodovias, depredando o bem ou a carga, dando demonstração clara
de que a luta não é mais somente para sobreviver...
Percebe-se que o importante para esses malfeitores é DESA-
FIAR O SISTEMA ESTATAL! SÃO AQUELES DO QUANTO
PIOR MELHOR. Hoje no Brasil para se investir no Campo tem que
pensar duas vezes, porque o MST invade a coisa alheia sem nenhum
critério. Acha que está acima da Lei de todos.
23. Francisco Ramos Corrêa 23
Enquanto o resto do mundo não mais tolera esse tipo de com-
portamento, isso ocorre a passos largos no Brasil.
Com as medidas sugeridas acima, com um só
ato, o governo estaria transferindo milhões de
trabalhadores urbanos para a iniciativa priva-
da no Campo, e os fixando na terra.
2.5 - Responsabilidade social
e educacão
O governo federal está com um fardo muitíssimo pesado nas
costas, querendo carregar toda a carência social sozinho, como se o
povo brasileiro fosse propriedade sua, e que deles faz o que bem qui-
ser. Ora, são milhões de pessoas com baixa escolaridade, altamente
carentes, (realmente presentes em nossa sociedade) que se encaixaria
muito bem na agricultura por ser ainda um mercado de trabalho me-
nos exigente na qualificação da mão de obra. Porque não proporcio-
nar isso ao País?
Da forma que está, achamos que vai chegar um momento
que a “COISA PODERÁ ESTOURAR!” Para evitar esta conse-
quência o governo precisa DE IMEDIATO, DIVIDIR RESPON-
SABILIDADES. DEPOIS INVESTIR TUDO QUE PUDER NA
EDUCAÇÃO como já falamos várias vezes. É claro que a solução
pela via da educação será a longo prazo. A menor prazo será a dis-
tribuição de responsabilidades administrativas. A solução do país é
CONSTITUCIONAL, e está no campo e na educação.
24. 24 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
Trecho inserido em 23/10/2008.
Matéria que foi ao ar pela TV Globo Jornal Nacional: confir-
mando o que dissemos acima, a TV Globo informa que uma recente e
confiável pesquisa, mostrou que 77% da população brasileira é urba-
na, e que 29% deste total vive nas favelas ou periferias. Sobram então
apenas 23% para o campo. “Se somarmos todas as áreas urbanas dos
5.564 municípios brasileiros e diminuirmos dos 8.511.000 quilôme-
tros quadrados que tem o Brasil, veremos que o nosso campo está
realmente despovoado, e que a população favelada é muito grande.”
Antes, não tão distantes propriedades rurais mantinham vários
agregados ou empregados. Atualmente quase não tem mais gente nas
fazendas, exceto os assentamentos do INCRA que ainda representa um
quantitativo muito pequeno em comparação com população do País. E
pior, NÃO TEM COMANDO. NÃO HÁ ADMINISTRADOR PARA
ESSE PESSOAL NOS ASSENTAMENTOS. Ficam à mercê de um
presidente de associação ou sindicato. Esses na verdade só servem de
ligação entre os assentados, os políticos, o INCRA e os bancos, anga-
riando vantagens financeiras ou políticas para si ou seus apaniguados.
Quase todos esses líderes viram políticos, tornando esses assentamen-
tos em verdadeiros CURRAIS ELEITORAIS FECHADOS. Quando
não são candidatos, são cabos eleitorais. Em muitos casos tais assen-
tamentos são uma verdadeira FAVELIZAÇÃO RURAL. Ali proli-
fera a droga, todo tipo de violência e algo muito grave que é o des-
respeito à natureza. Onde existem assentamentos não há mais peixe,
nem caça, nem madeira. Outro aspecto que é importante observar-se.
Grande parte deles, (por não serem realmente pessoas do campo) não
se fixa por lá. Eles são uma espécie de lançadeiras de tear. Vão e vol-
tam, vão e voltam. Existem lotes de determinados assentamentos que
já passaram por inúmeras mãos.
Enquanto as grandes cidades brasileiras estão com sua demo-
25. Francisco Ramos Corrêa 25
grafia inchada, o campo está vazio, porque os fazendeiros não se ar-
riscam a deixar consigo gente privilegiada com mecanismos legais,
que faculta tomar a propriedade de alguém, ou inviabiliza o lucro.
Ninguém se arrisca a jogar o que tem fora. Com a atual política de re-
forma agrária, tipo “conta gotas” (esta comparação se deve ao obser-
var a procura em relação à oferta no INCRA) como a que está sendo
praticada pelo INCRA, NÃO SE POVOA o campo brasileiro princi-
palmente com justo equilíbrio. As medidas federais têm que ser de
forma que com um ato só, atinja a todos de uma só vez, onde a popu-
lação escolhe a sua opção de ir para o campo de forma generalizada,
sem nenhuma espera imposta pelo sistema agrário, com garantias de
permanência para quem optar pelo campo, e garantias também de que
o proprietário (empregador) que vier absorver esse pessoal não corre
risco de perder o que possui. Daí para frente o papel do Estado, seria
dar educação, saúde e infra-estrutura, crédito, incentivos na agricultu-
ra, pecuária; em fim, ao agronegócio em geral.
A atual política do INCRA limita as áreas a serem Regulariza-
das em áreas pequenas. Quando por pressão da política agrícola e da
sociedade camponesa, aumenta o tamanho das áreas para regulariza-
ção, fica só no papel. O governo só prioriza os assentamentos ou as
menores áreas. A coisa existe na Lei, mas não existe de fato. O país
fica sempre amarrado, porque quanto mais o governo assenta gen-
te, mais os agenciadores arranjam gente para inserir nos programas
de assentamentos, ficando sempre as áreas maiores para trás. Procure
saber, caro leitor, se hoje, outubro de 2008 não existe mais gente na
listagem para serem assentados do que outubro do ano passado.
Não seria melhor o governo liberar INCONDICIONALMEN-
TE o tamanho das áreas e incentivar o cidadão camponês com pro-
gramas viáveis, que possibilite os menos favorecidos a se fixarem no
campo como agregados, comodatários, arrendatários ou outra moda-
lidade nas propriedades rurais com créditos para trabalharem? Não
26. 26 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
seria mais fácil, mais prático e menos oneroso para o País, em vez de
só o INCRA Regularizar e/ou assentar colonos; cada Unidade de Fe-
deração fazer essa função e resolver bem mais rápido a sua respectiva
situação agrária de acordo com a peculiaridade local?
Em que consiste cada Unidade da Federação? Um Estado,
subdivisão administrativa da Federação. Em tese estes são AUTÔ-
NOMOS. Têm o seu Governador, a sua Constituição a sua estrutura
organizacional, mas na prática são parcialmente autônomos. Porque
não assumirem autonomia total e administrarem suas respectivas Ter-
ras em seus perímetros geográficos? Se liga Brasil!
2.6 - Política Partidária e os
Bolsas Federais
Já imaginaram no momento em que o governo federal não pu-
der mais dar comida de graça para os milhões de carentes que estão
recebendo hoje os benefícios advindos dos atuais programas sociais
de transferência de Renda? Entendemos que esse problema se agra-
vou após a INSTITUIÇÃO DA REELEIÇÃO No Brasil. Cada Presi-
dente da República que se elege vem com mais medidas populistas,
instituindo mais programas tipo os bolsas, com o objetivo de se reele-
gerem ou garantir a sucessão.
Primeiro foi o chamado BPC – Benefício de Prestação Conti-
nuada. Parece-nos que ele atende hoje mais ou menos quatro milhões
de pessoas. Não teve um criador específico, neste caso tratou-se de um
interesse social nacional. Foi criado pela constituição de 88, ou seja,
pelo país através da Constituinte. Tem vinte anos de criação e ainda
é pequeno. Em 2004, foi criado pelo sistema de governo federal, o
Bolsa Família. Essa é na verdade um situação diferente, pois trata-se
27. Francisco Ramos Corrêa 27
de uma coisa partidário e não de interesse nacional. Tem atualmente,
em dezembro de 2008, pouco mais de quatro anos de criação e já tem
mais de quarenta milhões de pessoas beneficiadas. É muito recente
para já estar com esse volume de pessoas. Esse programa é uma via-
gem sem volta que o País fez. Ninguém hoje pode se lançar candida-
to a Presidente da República no Brasil com um discurso de que vai
mudar a política social e que esses programas serão substituídos por
outra coisa, pois estaria fatalmente fora da competição. Mas será que
esse é o único caminho para se fazer justiça social, ou é o mais fácil?
--- É realmente bem cômodo. É só tirar de quem trabalha e distribuir
para quem não trabalha. --- Não podemos afirmar se por isso, mas a
verdade é que temos no Brasil uma carga tributária, talvez a mais cara
do Globo Terrestre!
Não se estaria no Brasil praticando um ilícito eleitoral ao dar
de graça benefícios e mais benefícios? A não ser que esses bolsistas
NÃO VOTASSEM, o que iria de encontro à nossa Constituição que
exceto algumas insignificantes restrições, garante o direito de todos
votarem e serem votados. Se o Supremo Tribunal Eleitoral brasileiro
proibisse os bolsistas federais votarem, seria bem provável que ne-
nhum político falasse em fome no Brasil....
Entendemos que culturalmente a Nação Brasileira não está
preparada para entender o que seja democracia plena, nem o que são
direitos e deveres governamentais, quando dos 127,4 milhões de elei-
tores que temos, mais da metade sabem apenas ler e escrever ou não
concluiu o 1º grau (fonte – Jornal do Tocantins, edição de 20/01/2008,
fl. 3, (Dora Kramer). Pergunta-se: Quem não tem discernimento, tem
capacidade de correta escolha em processo eleitoral? Vejamos que
dentro dessa parte menos esclarecida de nossa população é onde estão
todos os Bolsistas Federais e a grande maioria FILIADOS A PARTI-
DOS POLÍTICOS, PERTENCENTES À ANTIGA ESQUEDA, QUE
HOJE JÁ TORNOU-SE POLLÍTICA DE DIREITA. Isto demonstra
28. 28 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
a grande facilidade de manobra ou manipulação do nosso povo pelos
políticos. Acorda Brasil! Existem sim, formas de políticas públicas
mais eficientes e mais justas para todos!
Nós temos no Brasil uma Lei eleitoral que pune severamente
a questão da compra de votos. Parabéns! Deve ser realmente coibi-
da essa lamentável prática, principalmente porque um candidato não
sabe quanto o seu adversário tem no bolso, todavia pergunta-se:
Do ponto de vista prático e objetivo quanto ao sistema eleito-
ral, que diferença faz as cestas básicas oficiais dos atuais programas
assistenciais do governo federal e aquelas que os candidatos oferecem
aos seus submissos eleitores por ocasião das eleições? (As cestas con-
sideradas crimes eleitorais) Por acaso os criadores dos programas bol-
sas NÃO SOBEM E DISCURSAM NOS PALANQUES DOS SEUS
PREFERIDOS CANDIDATOS, isso compreendidos aí do vereador
ao Presidente da República? Não foram, não são, ou não serão bene-
ficiados por isso? Não distribuem bolsas nas vésperas das eleições?
Não serão candidatos em alguma época? Porque somente o governo
federal COM O DINHEIRO PÚBLICO, o que é mais grave; pode dis-
tribuir benefícios em vésperas de eleições? Quando em alguma época
tornarem-se candidatos não serão beneficiados por isso? Aquele que
recebe um benefício não ficará eternamente grato? Qual é a única for-
ma de pagamento que esses pobres coitados têm para oferecer como
pagamento?
Agradecidos e sem discernimento suficiente, eles querem retri-
buir achando que o governo é bom porque está lhes dando as coisas,
e então, pagam com o voto! Aí, se não for compra é aliciamento, pode
ser troca, submissão etc. A consequência ou o resultado não seriam
diferentes; o voto na urna! Políticas públicas nestas condições eviden-
ciam o que verdadeiramente pode se chamar de eleitores CATIVOS
OU DE CABRESTO!
29. Francisco Ramos Corrêa 29
--- Já dizia o saudoso Luiz Gonzaga: “Dar esmola a um homem
são é viciar o cidadão.” Como será o futuro do Brasil com essa ava-
lanche de cidadãos viciados a tudo receber de graça, principalmente
a classe jovem? E o pior, são organizados social, político e financei-
ramente através de ONGS, para forçar o governo a lhes darem mais e
mais. É aquela história, tudo que vier é lucro, e se não der..., já sabe!
Há outro aspecto interessante que se observa com essa prática
de política e que vale ressaltar: A quantidade de pessoas que são in-
cluídas nos programas sociais, os bolsas, é muito maior do que as que
saem. Pelo menos aqui na nossa Região, (Região Norte) são poucos os
que deixam de fazer parte desses programas por ter conquistado prin-
cipalmente através do governo, uma situação privilegiada que dispen-
se o tal benefício. ELES PRATICAMENTE SÓ ENTRAM E NUNCA
SAEM DOS BOLSAS. O que os fariam sair dos programas sociais?
Significativa melhora financeira proporcionada pelo Estado, ou pela
iniciativa privada, ou escolaridade à altura de poder competir no mer-
cado de trabalho. Sabemos que a alternativa por meio da educação só
poderia ocorrer a longo prazo. Daqui a no mínimo vinte anos. Seria
coisa para os filhos dos atuais bolsistas, porque eles próprios não estu-
dam mais e não conseguem significantes melhora financeira por si só,
que dispense o benefício. O que se observa na atualidade é que ainda
que melhorem de condições financeiras, eles permanecem. São uma
espécie de vitalícios Federais. Então está claro que o objetivo não é
somente tirar os milhares de carentes e INESCLARECIDOS do Caos
da Necessidade Humana. O discurso é uma coisa, mas a realidade é
outra coisa. ACORDA BRASIL!...
O sistema trabalhista brasileiro está impondo na marra, que o
agronegócio se responsabilize a carregar esse pesado fardo, que é a
equiparação dos encargos trabalhistas formais urbanos, com o traba-
lho no campo. É uma espécie de ROLO COMPRESSOR do governo
federal agindo no campo, com o Ministério do Trabalho, Ministério
30. 30 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
Público, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal integrados ainda
com os organismos Estaduais, com um discurso de que estão comba-
tendo o tal “TRABALHO ESCRAVO.” Quem mais sofre com isso?
O empregador rural e o próprio trabalhador que ainda não conseguiu
se encaixar nos Programas Sociais Federais, porque aquele que é re-
almente trabalhador se é vítima do mau empregador, é uma potencial
vítima do próprio sistema brasileiro, porque ainda que com uma car-
teira de trabalho assinada, quando ocorre essa repressão aí sim ele fica
realmente desempregado. Primeiro porque fica mal visto pelo empre-
gador que vai informando para os demais sobre o chamado “dedo
duro”. Aquele que denuncia. Aí, aquele não consegue mais trabalho
na Região. Nem pouco nem muito! (Caro leitor, não existe nada pior
para um cidadão, do que uma má informação que lhe desfavoreça.
Como também, ao contrário, nada melhor que uma boa informação!)
Qual o destino dele? Resta-lhe alojar-se às margens das rodovias ma-
nipuladas por um espertalhão chefe de grupos, geralmente aquele que
está sempre denunciando ou incentivando as denúncias trabalhistas,
com o objetivo de trazer mais gente para o seu grupo ou associação.
Quem passa a ser o maior ganhador nessa questão, o cidadão indivi-
dualmente ou os políticos que pretendem se perpetuarem no poder?
Acorda Brasil, acorda povo brasileiro! Você é o vilão dessa jogada e
não percebe quem é o ganhador?
Porque igualar direitos, se no Campo o cidadão não paga:
ALUGUEL, IPTU, AGUA, ESCOLAS PARA FILHOS, E ATÉ A
LUZ quando existe é paga pelo patrão? No bojo da legislação tra-
balhista estão inseridos benefícios para os trabalhadores, que nem o
próprio empregador rural tem para si ou para a sua família. Exemplo:
banheiro com água quente. Na maioria das fazendas de nossa Região
(centro do Tocantins) nem a energia elétrica existe.
Se continuar assim, nós brasileiros poderemos ter uma grande
fome no Brasil. Quando? Não sabemos, mas achamos que caminha-
31. Francisco Ramos Corrêa 31
mos para essa situação. Porque se prevê isso? Ora, o pequeno agricul-
tor não se garante. O que ele produz não excede a sua alimentação, e
às vezes não dá. E as outras necessidades? --- Quem abastece o País
atualmente é a lavoura comercial industrializada. E quando a lavoura
comercial parar de produzir por tornar-se inviável, o que pode aconte-
cer? Observa-se que grande parte das terras que eram plantadas aqui
em nossa região já estão simplesmente abandonadas e pior; devastadas
porque foram desmatadas e não se recuperam sem reflorestamento.
A fome generalizada é uma coisa plenamente possível de acon-
tecer porque estão invadindo e saqueando áreas plantadas e produti-
vas aleatoriamente. Isso é revoltante e altamente desestimulante para
alguém investir! Pouco ou quase nunca sofrem uma punição. Se exis-
te punições o País não conhece. Mas quando há uma reação por parte
das vítimas das invasões é um Deus nos acuda. O mundo inteiro toma
conhecimento através da mídia e dos DIREITOS HUMANOS. Direi-
tos humanos devem ser praticados dessa forma mesmo?
Sabemos que o País tem dados estatísticos quanto à real situ-
ação da nossa agricultura (pois só se ouve boas notícias as quais con-
trariam esse nosso pensamento) mas mesmo assim vamos ilustrar uma
situação para se ter maior clareza com exemplos dos mais simples
possível: Para se colher um saco de arroz (em casca) hoje, estamos
gastando no mínimo 50 ou 60 reais. (situação de maio de 2006 no To-
cantins) Nesta mesma proporção estão os demais gêneros, milho, soja
etc. Na época da colheita ninguém os vende por mais da metade do
custo de produção. A questão da carne também não é muito diferente.
Isso é o que se constata na prática do mercado. Não tem meio termo.
É real.
Conheço caso que o agricultor plantou e não colheu porque
não compensava. (Faz. Cajá, Município de Guaraí-TO. Informação in
loco.) Ofereceu para alguém colher e levar tudo para si, mas ninguém
32. 32 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
quis colher, alegando que não compensaria. Ora, um diarista custa 25
reais (novembro de 2006). O fardo com 5 quilos de arroz limpo custa
até menos de cinco reais nas prateleiras dos supermercados. O feijão
e a carne idem. Tem mais os bolsas. Para que trabalhar? Claro que
essa não pode ser a regra nem a tendência nacional, mas o fato é que
existe esse tipo de situação. Conheço fatos, que o empregado NÃO
QUER TER A CARTEIRA DE TRABALHO – CTPS, ASSINADA
PORQUE RECEBE UMA BOLSA. Se tiver carteira assinada perde a
bolsa que é mais cômoda. Será que o governo vai se responsabilizar,
começando com os pais, amanhã com os filhos, e por fim cuidando
de toda a descendência que vier? Aqui arriscamos uma previsão: É
provável que essa situação perdure somente até a próxima eleição pre-
sidencial que deverá ser em 2010.
Senhores governantes e legisladores: Quem tem visão e tem
realmente interesse de possuir terra neste País, TEM TERRAS. PARA
QUEM NÃO SABE SE AUTO ADMINISTRAR, NÃO ADIANTA
DAR TERRA. Mas a política agrária contemporânea acha que todos
que procuram ou que são agenciados para tanto, devem receber terras
do INCRA. Não se conhece uma política com critérios de seleção
para alguém receber terras. A única imposição é não ter terras em seu
nome. O resto é por ordem de chegada nos acampamentos de espera
nas margens das Rodovias, pois dessa forma chamam mais as aten-
ções da mídia, reforçam e fundamentam tal política, que no final de-
ságua com milhões de votos nas campanhas eleitorais, principalmente
as de Presidentes da República.
Respeitáveis autoridades, vamos dar educação em primeiro lu-
gar, mas vamos proporcionar emprego acompanhado de orientação
técnica, que garanta equilibro financeiro e o auto- sustento do cida-
dão. Para tanto e a menor prazo, só vemos como saída que resolva ou
amenize este crítico quadro social se o governo der condições (por
atacado, Isto é, com um só ato como foi sugerido ao longo desta maté-
33. Francisco Ramos Corrêa 33
ria) para a iniciativa privada no campo brasileiro ajudar no RESGATE
DO TRABALHO E EMPREGO.
Não podemos fazer neste País a CULTURA DO “TUDO DAR
DE GRAÇA”! É Constitucional: A coisa pública não pode ser de gra-
ça para ninguém. Será que o governo brasileiro pensa em reaver em
dinheiro os financiamentos e incentivos gasto pelo INCRA com os
assentados? Está na Lei, que existe uma carência para os assentados
começarem a pagar. Só que ninguém paga! Se alguns estão pagando
é com o objetivo de pegar mais dinheiro. Isto é; REFORMAR O SEU
FINANCIAMENTO AMPLIANDO-O PARA MAIOR VALOR. A
própria Constituição reza: “A pequena propriedade rural, assim de-
finida em Lei desde que trabalhada pela família não será objeto de
penhora para pagamento de dívidas”... O governo está assentando
gente em latifúndios? Não, todos estão sendo assentados em peque-
nas propriedades. Então jamais irá receber. Não pagarão, até porque
não conseguirão condições financeiras para tanto por si só. Pergun-
tamos: Por quanto tempo o País suportará tamanha responsabilidade
financeira? Como já dissemos, estamos repetindo; percebe-se que nos
últimos anos o INCRA só prioriza os assentamentos e pequenas áreas
para serem regularizadas. Transparece então, haver um consenso para
um alinhamento apenas de pequenas ou mini propriedades, ficando
evidente uma política ante-progressista. Com que objetivo? Se o cam-
po brasileiro proporcionasse condições de empregar, jamais teríamos
essa caótica situação de violência e miséria no País. E como ficará a
aposentadoria futura desse povo que não são empregados, não contri-
buem com nenhuma previdência, e que tudo recebem de graça?
Enquanto o governo der, eles entendem que têm direito a rece-
ber tudo de graça para o resto de suas vidas. Desta forma poderá ser
entendido como se o próprio sistema organizacional brasileiro esteja
incentivando a vadiagem, que é uma contravenção penal prevista no
código penal brasileiro, e que daria cadeia se fosse levada a sério.
34. 34 A Raíz da Violência no campo brasileiro: se cuida Brasil !
Não queremos generalizar, mas a grande maioria dos chamados SEM
TERRAS que fica aglomerada nas margens de nossas rodovias são
verdadeiros JOGUETES MANIPULADOS POR ESPERTALHÕES.
Muitos têm casas, carros, profissão, e, portanto teriam serviços, po-
dendo viver por conta própria. Mas reconhecemos que outros são re-
almente carentes. Temos que separar o joio do trigo.
As invasões são um constante ciclo: INVASÕES ASSENTA-
MENTOS, INVASÕES ASSENTAMENTOS. Isso passa de geração
para geração. Os pais invadem, os filhos invadem e deu no que esta-
mos vendo. Criou-se um MONSTRO que não respeita mais nada. Até
parece que são superiores a tudo e a todos. Invadem, matam queimam,
depredam e fica por isso mesmo. O INCRA assenta hoje duas famílias
vizinhas, cada qual com vários filhos. Estes se casam, se multiplicam e
formam nova leva de SEM.... Repito: Essas ONGs nunca respeitam a
Lei. E ainda pior; recebem dinheiro de cada assentado para incluí-los
nos grupos ou associações, o que pode ser entendido como se alguém
esteja sendo remunerado COM O DINHEIRO PÚBLICO para não
respeitar a Lei, tumultuando a Ordem Pública, e causando enormes
despesas para a Nação. Por fim quase todos os dirigentes ou lideres
viram políticos como candidatos ou cabos eleitorais. Estes dispensam
comentários, mas provocam uma coisa bem mais grave: Inibe grande
parte dos cidadãos que são realmente de bem, e reconhecidos de bons
costumes, a NÃO SE PROPOREM NO PROCESSO ELEITORAL.
Caríssimas autoridades, a “COISA EXISTE e corre frouxo”.
Quero que fique bem claro, estamos apenas advertindo como agentes
da Lei, e usando a nossa liberdade de expressão garantida constitu-
cionalmente. Somos um daqueles que nunca é ouvido por estarmos
na ponta da fila dos que trabalham na Segurança Pública. Já ouvimos
relatos estarrecedores. São pessoas doutrinadas para formar grupos e
mais grupos, e também doutriná-los e que estão ganhando e se man-
tendo financeiramente com esta prática. Será que nossas autorida-
35. Francisco Ramos Corrêa 35
des não prevêem esse perigo? É aquela conhecida história: PARA O
TRIUNFO DO MAL, BASTA QUE O BEM NÃO FAÇA NADA... O
que nos preocupa não são tão somente as ações de vandalismo e vio-
lência neste País, mas A INÉRCIA E A DEMORA de resposta à altura
por parte dos que dirigem a Nação!
Queremos ainda ilustrar uma situação: Imaginemos que alguém
(que é líder) e está vivendo da renda advinda da prática de formação
de grupos e mais grupos que se aglomeram. De forma despercebida
e indireta, ele recebe vantagem de um terceiro que recebe legalmente
dinheiro público, mas o fato concreto é que por fim, esse espertalhão
põe o dinheiro no seu bolso. O que poderá acontecer no momento que
ele não tiver mais tal fonte de renda? Veja que ele é um líder. É um
formador de opinião. Uma ordem ou opinião sua tem peso! Ele poderá
ter a grande massa à sua disposição a nível Nacional, no momento que
quiser. Acorda Brasil. Acorda enquanto é tempo!
36. 36 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
Caríssimo leitor, a partir deste capítulo, você
verá um outro assunto que vai lhe parecer completa-
mente estranho ou desconexo com o assunto que você
acabara de ver, porém entendemos que também seria de
interesse do leitor conhecer essa Reflexão a qual ainda
que não pareça ou realmente não tenha nada a ver com
a violência, pensamos que tem muito a ver com o so-
cial do nosso País. O nosso desejo seria publicá-las se-
paradamente, mas ficaria muito mais oneroso, portanto
resolvemos juntá-las em uma peça. Queremos ressaltar
que esta matéria intitulada “Reflexão – Salvação da
Alma Mito ou verdade?”, foi iniciada em dezembro de
2005, até um pouco antes que essa denominada “Vio-
lência no Campo brasileiro”, e que vem em primeiro
lugar, mas doravante se juntam para publicação. Con-
to com a compreensão do leitor.
37. 37
RE F L E X Ã O
3 • SALVACÃO DA ALMA
MITO OU VERDADE?
Após a leitura dessa matéria o leitor poderá ter outro con-
ceito referente à SALVAÇÃO DA ALMA SEM MUDAR DA SUA
RELIGIÃO. O nosso esforço é no sentido de mostrar a fé de forma
RACIOCINADA como realmente pensamos que deve ser vista.
Queremos afirmar que não temos nada contra qualquer reli-
gião, quando agem de forma imparcial, incondicional, honesta e
sincera, muito menos temos a pretensão de desvirtuá-las, mas o nosso
ponto de vista, hoje quanto à SALVAÇÃO DA ALMA, é bem diferen-
te do que imaginávamos antes. Vemos qualquer religião que prega o
Cristianismo, ainda que de forma honesta e sincera, apenas como um
freio contra a perversão da humanidade, ou simplesmente como
uma satisfação que se dá à sociedade, mas nada a ver com a alme-
jada salvação da alma. Não acreditamos que o caminho seja por aí.
E vemos o lado vigarista, fanático, e/ou despreparado da religião
como algo muitíssimo prejudicial à nossa sociedade!
38. 38 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
Vejamos:
Vamos pensar, partindo do ponto de vista lógico e racional de
acordo com o que podemos ver e constatar no mundo em que vive-
mos, em se tratando do ser humano, ou seja, aquilo que existe, que
sempre existiu, e que sempre existirá na face da Terra SEM SE
CONSIDERAR QUALQUER OUTRO MEIO COMO FONTE
DE PESQUISA OU INFORMAÇÃO PARA ANÁLISE DO SER
HUMANO, e das diferentes condições de vidas existentes de pes-
soa para pessoa.
Acreditamos sem a menor dúvida, que Deus existe. Claro, só
um Ser com poderes sobre todas as coisas poderia ter feito este Mun-
do com o Sol, a Lua, Planetas, Galáxias etc. Fez o mundo com tudo
que nele existe. Este Ser, que arquitetou o Universo, e que o rege, e
que não há outro sobre Ele, sem dúvidas, é o Pai que nos Criou.
Pois bem, todo pai ama igualmente a seus filhos, principal-
mente se tudo pode, (como acredito que Deus pode) jamais daria tra-
tamento diferenciado aos seus filhos. Mas o que vemos de fato, e de
forma continuada na face da terra, é que Deus dá tudo de bom e
toda felicidade, (saúde, bens materiais), a uns e a outros, dá a miséria,
a doença, para muitos até a loucura etc. Como vemos olhando ao nos-
so redor, tem gente que nasce em berço de ouro, esbanjando saúde e
dinheiro, outros nunca vêem a luz do dia nem tem o prazer de andar
com as próprias pernas, nem conhecer a beleza das cores, sendo que
muitos vivem na extrema precariedade do início ao fim de suas vidas.
Não é assim que a raça humana se apresenta na face da terra?
Claro que sim... Basta olharmos ao nosso redor! Tenhamos nós os
defeitos ou diferenças, que tivermos, mas todos somos filhos ou cria-
turas de um só responsável pela existência, que é DEUS.
Caríssimo leitor, observando-se o texto acima, poderá transpa-
recer que estaríamos criticando, duvidando ou mesmo zombando de
Deus! Queremos afirmar que jamais teríamos esse propósito. Deus é
39. Francisco Ramos Corrêa 39
bem maior que tudo que se possa imaginar. Todavia, temos que citar
isso para que fique mais fácil de entender o que vem adiante.
Então, somos filhos ou criaturas de um Pai ou Responsável
que está acima de todas as coisas que se possa imaginar! É assim que
vemos e respeitamos o nosso Criador!
Porém, o que citamos é inquestionável. O mundo é assim e está
aí para todos vermos. Sabemos que alguém o fez é comanda a huma-
nidade que nele vive. Então, se conclui que Este Pai Justo e Perfeito,
dará OPORTUNIDADES IGUAIS aos seus filhos. E é aqui aonde
queremos chegar!
Pois bem: sem citar qualquer capítulo ou versículo bíblico, (até
porque a nossa intenção aqui não é mostrar conhecimento bíblico,
mas apenas fazer com que possamos refletir) sabemos que as escritu-
ras sagradas dizem que para que o homem se salve é preciso “nascer
de novo”.
No nosso humilde entender, eis aqui a grande razão que ex-
plica porque uns têm tudo e outros nada têm. Aqui está explicado
porque todos não têm a mesma sorte. Fica claro que ao nascer de
novo, existem várias oportunidades para que o espírito do ser humano
não seja discriminado. Isto é, para que todos sejam iguais. Ou seja,
aquele que não teve uma vida condizente com os desejos de Deus em
uma de suas passagens pela terra, terá em outras passagens ao nascer
novamente. Mas este “nascer de novo”, deve ser nascimento físi-
co e biológico, onde o espírito do homem se incorpora ao corpo
físico; não o nascimento simbólico pelo batismo ou pela conversão,
como ensinam as doutrinas cristãs. Inclusive a Bíblia diz que o pró-
prio Cristo veio ao à Terra assim, nascendo fisicamente do ventre da
virem Maria.
A Bíblia diz que o espírito é apenas criação de Deus e não
filho de Deus. Vemos esta situação, passível de discordância, porque
40. 40 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
em todas as passagens bíblicas que já vimos ou ouvimos, a figura de
Jesus é citada e considerada como o FILHO DE DEUS. A mãe bio-
lógica de Jesus nasceu da forma convencional como todos os demais
seres humanos, e não concebida do Espírito Santo como Jesus. Porque
somente o espírito de Jesus seria filho de Deus e os demais, inclusive
o da sua própria mãe com a mesma semelhança, não seria filha e sim
criatura? De qualquer forma, fazendo-se uma análise mais profunda,
não há tanta diferença entre o homem ser filho ou criatura de Deus,
até porque Jesus, o Filho de Deus, foi uma pessoa humana, nascido
de uma pessoa humana, CRIATURA de Deus. Ambos seriam OBRAS
DE DEUS, OU SEJA, A MESMA COISA. Existem ou existiram por
meio de Deus.
Então, a Bíblia diz que o homem é que tem que se cuidar, por-
que tem o livre arbítrio. Pois bem, a Bíblia é um ensinamento que
ficou escrito. Ninguém nasce sabendo ler. Neste caso, mesmo usan-
do o livre arbítrio, (que nada mais é do que separar o bem do mal)
um analfabeto, que nunca teve o acesso ou conhecimento à leitura,
por si só, jamais saberia separar o “BEM DO mal” baseado em
conhecimentos bíblicos, pois NÃO SABE LER! Sendo assim, os
analfabetos, os índios selvagens, os loucos jamais irão chegar ao Rei-
no de Deus porque eles não têm o DISERNIMENTO adquirido pelo
conhecimento bíblico através da leitura.
Vamos mais longe: O Novo Testamento foi escrito de Cristo
para cá. Tem então pouco mais de dois mil anos. O Velho Testamen-
to é bem mais antigo, mas salvo engano, nos parece que a história
religiosa, só reconhece a existência humana pouco mais de seis mil
anos atrás. Porém, a Ciência tem provado que o ser humano existiu
a milhões de anos antes do Velho Testamento. No entanto as caracte-
rísticas do ser humano (Considerando-se apenas a Carne e o Espírito,
porque no resto o ser humano ao longo do tempo se modifica e muito.)
a partir do primeiro homem, são as mesmas do homem de hoje. Como
41. Francisco Ramos Corrêa 41
ficaria a Salvação daqueles que nunca tiveram qualquer orientação
bíblica nem mesmo do Velho Testamento?
A razão nos leva a crer que quem existiu ou existe nesta si-
tuação não pode ter culpa por isso, e terem como destino o Inferno!
Então, a coisa não pode ser assim...
Pergunta-se qual é o pai responsável que não cuida ou não edu-
ca o seu filho? Considerando-se que Deus não seja Pai, mas o Criador
do homem: Qual o criador que não gostaria de ver a sua Obra na
mais bela forma ou condição? Até os animais selvagens cuidam, e
só abandonam os filhos quando os mesmos estão preparados para a
vida. Ora essa! Deus é o mais responsável Pai do Universo! Porque
deixaria o espírito do homem, criatura Dele, à mercê da própria sorte,
entregue ao livre arbítrio, sendo que Ele tem Poder para fazer tudo
que quiser?
Então, a interpretação de que o “nascer de novo da água e do
espírito”, seja pelo batismo ou pela conversão, é um tanto duvidosa,
porque deixaria claro que Deus usaria dois pesos e duas medidas para
com seus filhos, pois dessa forma Deus não daria ao homem oportu-
nidades iguais para se redimirem ou aperfeiçoarem-se ESPIRITUAL-
MRNTE, INCLUSIVE AQUELES INOCENTES, OS QUAIS MUI-
TOS MORREM AINDA NO FETO, OU APÓS O NASCIMENTO
COM VIDAS, MUITOS MORREM INCONCIENTES POR DEFI-
CIÊNCIAS VÁRIAS. A Bíblia narra que todos serão julgados pelos
seus atos. Alguém incapaz de raciocínio e consciência poderia respon-
der pelos seus atos?
42. 42 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
3.1 - Origem da vida dos seres
animados
Vamos pensar mais um pouco: o espermatozóide que dá ori-
gem à vida dos seres animados, e de cujo grupo faz parte o homem, É
TRASNPORTADO para o ventre materno por um líquido CHAMA-
DO SEMEM no momento do ato sexual, (razão biológica da exis-
tência da vida.) Esse líquido é algo semelhante à ÁGUA. Ele molha
como a água molha. No mínimo a sua maior composição é água. O
feto sobrevive em uma bolsa de líquido semelhante à água no ven-
tre materno até o seu nascimento. E quando é que o FETO humano
recebe o seu espírito? Salvo ledo engano da nossa parte, entendemos
que ao primeiro sinal de vida. Ao ser gerado no ventre materno, a par-
tir da primeira batida do coração. O incontestável é que feto é gerado
na água! Ali começa a vida física, dentro da água, de onde vem a
nascer, e no caso do ser humano, acompanhada de um espírito INTE-
LIGENTE, (diferença entre os homens e os demais seres animados
terrestres). Este deve ser o verdadeiro nascer de novo da água e do
espírito. Há algo mais lógico ou racional como já citamos? Até
o próprio Cristo veio à Terra desta forma. Diz a história bíblica
que o nosso Pai Eterno enviou o Cristo que foi concebido por Ma-
ria, através do Espírito Santo e se fez pessoa humana no ventre
de sua mãe, a esposa de São José. Portanto, Jesus já existia para
Deus antes de nascer do ventre de Maria sua mãe carnal. Existia
como? Em espírito infinitamente evoluído. Tanto é que mereceu a
confiança do Pai Eterno para vir à Terra como filho biológico de
Maria com a missão de resgatar os outros filhos de Deus.
Quem ousaria ou poderia provar que você que lê esta matéria
já não existiu ou veio ao mundo em espírito no passado?
43. Francisco Ramos Corrêa 43
Caro leitor, isto é o que tentaremos defender como tese adian-
te. Vejamos:
3.2 - Batismo
Todas as religiões que pregam e seguem o Cristianismo en-
sinam e interpretam que o “nascer de novo da água e do Espírito é
ser Batizado ou convertido a Jesus”. É ainda, entregar a vida para
Deus, de coração, recebendo-o como único e suficiente salvador. En-
tão, batiza-se ou converte-se uma pessoa, de forma identificada e
individual, com um nome. Do contrário, não se saberia quem estaria
sendo batizado ou convertido ou entregue a Deus, tanto físico ou civil
como espiritualmente.
Vamos então exemplificar melhor aqui usando nomes simbó-
licos para que possamos entender melhor: tomemos como exemplos,
João, ou Antônio, ou Miguel etc., filho de José e de Maria ou de quem
quer que seja, é nascido de novo pelo Batismo ou pela conversão,
com o nome de JOÃO, ou ANTÔNIO OU MIGUEL ou qualquer ou-
tro nome. Como o batismo ou a conversão devem ser algo exclusivo
para o espírito de cada um, o nome batizado ou convertido prevalece-
rá para a eternidade. Então, o João vai existir em espírito BATIZADO
para sempre! A lógica nos mostra isso.
Sendo João diferente de seus irmãos carnais, ou mesmo do res-
to da humanidade, “dizemos diferente nos referindo às diferenças que
estão aos nossos olhos como falamos anteriormente. DIFERENTE
EM ESTADO FÍSICO, MENTAL, E CONDIÇÕES DE VIDA.”
Então, com essa diferença, se a raça humana só viesse ao mun-
do UMA ÚNICA VEZ, DEUS NÃO SERIA JUSTO, porque estaria
discriminando alguns de seus filhos. Seria um Pai muito cruel. Seria
um Pai que ninguém queria ter.
Mas sabemos que Deus é Justo e infinitamente Bondoso. Por
44. 44 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
isso, temos que acreditar que Ele quer o mesmo bem para todos os
seus filhos e/ou CRIATURAS ESPIRITUAIS, da mesma forma que
um pai humano deseja o mesmo bem para os seus filhos biológicos,
tanto é que enviou seu Filho Jesus à Terra para resgatar os outros
filhos que estavam em estado de perversão.
Em sendo o nosso Pai Celestial justo, e desejando o mesmo
bem, tratando as suas criaturas espirituais, sem nenhuma discrimina-
ção, Ele deixará, SEM A MENOR DÚVIDA, que elas venham ao
mundo tantas vezes quantas forem necessárias até que todos alcancem
a perfeição que Ele quer que tenhamos em ESPÍRITO. Essa é a tese
que defendo.
Assim sendo, em cada passagem de um espírito pela Terra, com
diferentes datas de nascimentos ele poderá ser batizado novamente e,
provavelmente, com nomes diferentes; ou seja, a cada nascimento físi-
co, uma outra data de nascimento, um novo batismo, um novo nome.
3.3 - Juízo final
O Cristianismo ensina que haverá um dia do grande juízo final
onde serão julgados os vivos e os mortos. Diz que os mortos ressur-
girão para serem julgados pelo nosso Pai. Aqui existem DUAS SI-
TUAÇÕES QUE SE OPÕEM, à luz da tese defendida acima, a qual
achamos que é a que mais se aproxima da verdade, com razão lógica.
Primeira situação: Considerando-se que o espírito é realmente
imortal, que é uma criação de Deus que sempre existiu e existirá, que
o espírito não nasce com o feto material, mas se incorpora ao feto hu-
mano quando é gerado, e acompanha a sua evolução até a morte física.
Então, por vários corpos físicos passaria um só espírito imortal. Mas
nesse caso, no dia do juízo final, haveria mais de um corpo físico
(RESSUSCITADO) para um só espírito IMORTAL, (obviamente,
também presente para ser julgado.) Haveria corpo à procura de
45. Francisco Ramos Corrêa 45
alma e vise-versa NA HORA DA RESSURREIÇÃO. Em resumo:
haveria mais corpo que espírito. A segunda situação, que é oposta
à primeira: Considerando-se verdadeira a estória do Juízo final, e de
que o homem só vem ao mundo uma única vez, nesse caso estaria
evidente a injustiça de Deus que usaria dois pesos e duas medidas
para seus filhos, de acordo com o que se pode constatar, observan-
do a raça humana na face da terra. Isto é de acordo com o nosso
mundo. Pergunta-se: O espírito humano vem ao mundo várias vezes
ou Deus é injusto?
O que se pode concluir de todo esse imbrólio?
Seria o batismo uma mera formalidade social?
De acordo as situações aqui delineadas, que
conclusão se pode tirar sobre o Grande dia do
Juízo final? Como se explicaria? Haverá ou
não haverá?
A Bíblia estaria com a razão ao afirmar que haverá o dia do
Juízo final? Não seria o dia do Juízo final, o dia de nossa própria morte
física individual? Entendo que haveria ainda outro aspecto um tanto
injusto quanto à ressurreição: Imaginemos que a vinda de Jesus ocorra
no exato momento que você estiver lendo esta matéria. Pronto. Jesus
Veio! Multidões Ressuscitariam. Só que após o Julgamento, TODOS
MORRERIAM NAVAMENTE para que o Universo seja habitado so-
mente por espíritos como dizem as escrituras sagradas. Veja você, que
os ressuscitados teriam duas mortes físicas. A primeira que é infalível
e eles já a tiveram. E a segunda após o julgamento. Aqueles que tives-
sem a felicidade de estarem vivos na chegada de Jesus estariam em
vantagem, pois só teriam uma única morte física, e os já falecidos e
ressuscitados na Vinda de Cristo teriam duas agonias da morte física.
Acreditando na Tese defendida anteriormente, entendo que para
que o homem chegue à perfeição desejada por Deus, nosso Grande
Arquiteto do Universo, tem realmente que vir ao mundo, física e
46. 46 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
biologicamente, nem que seja ao longo de milhões de anos tantas
vezes forem preciso até chegarem à perfeição que Deus lhes deseja.
Então vamos deixar de acreditar em utopias, em falsos pas-
tores e/ou sacerdotes que estão condicionando as mentes dos seus
fiéis, e a grande maioria das seitas estão os extorquindo, moneta-
riamente!
3.4 - A volta de Jesus
Todas as seitas religiosas do Cristianismo intimidam os fiéis,
sendo que algumas até os aterrorizam com preleções assombrosas,
BRINCANDO COM A FÉ, com essa história de que Jesus estará vol-
tando para julgar a todos a qualquer momento (dia do juízo final).
DEPREENDE-SE QUE O DIA EM QUE JESUS VOLTAR SERÁ O
DIA DO FIM DA HUMANIDADE, OU FIM DO MUNDO. Que após
o julgamento final, todos, ressuscitados ou não, iremos morrer fisi-
camente, e o mundo será habitado somente por espíritos. Não é isso
que pregam nas igrejas cristãs? Dizem, então, que o fim do mundo
está próximo e que todos nós devemos estar preparados! Só que essa
história é antiga. Talvez ela já exista desde o rascunho da Bíblia.
NÃO PODEMOS DUVIDAR JAMAIS DE QUE JESUS VOL-
TE, até porque SE ELE já veio uma vez pode vir mais vezes. E NÃO
PODEMOS DUVIDAR DE QUE O MUNDO SE ACABE, MAS
UMA GRANDE E INCONTESTÁVEL VERDADE QUE ESTÁ AO
ALCANCE DOS NOSSOS OLHOS, PORTANTO NÃO HAVENDO
NENHUMA DÚVIDA, É QUE SE O MUNDO NÃO SE ACABAR,
NÓS OS MORTAIS NOS ACABAREMOS PARA O MUNDO! En-
tão, NÃO TEMOS OUTRA SAÍDA. Precisa maior verdade ou razão
QUE A INEVITÁVEL MORTE para que o homem esteja sempre pre-
parado, venha ela da forma que vier e quando vier?
47. Francisco Ramos Corrêa 47
Qual é a média de vida física do homem? Sessenta oitenta anos
ou mais, mas a verdade é que nós teremos um fim! Toda vida física
tem fim. Então, devemos à medida do possível, caminharmos no sen-
tido da perfeição desejada pelo nosso Criador. Mas não devemos nos
afligir, porque teremos inúmeras oportunidades, as quais são sempre
definidas por Deus no momento oportuno.
Como se alcançar a perfeição? Simples! Com mente sadia e
com a prática daquilo que o Grande Arquiteto do Universo quer que
façamos. Amarmos e respeitarmos ao próximo como a nós mes-
mos.
Caro leitor, gostaria de fazer ainda um esclarecimento: esta
nossa opinião nos parece se aproximar da filosofia espírita. Não somos
espírita. Admiramos e respeitamos a filosofia espírita, porém, mais
como ciência do que como religião. Nunca estivemos em um tem-
plo Espírita, muito embora já tenhamos lido algumas obras de Chico
Xavier, a quem passamos a admirar, como admiramos inúmeros es-
critores e pregadores de outras seitas religiosas. Mas este é o nosso
pensamento pessoal sem tendência a qualquer religião.
O que faz manifestarmos nesta questão é observar a enorme
proliferação de igrejas em nosso País sendo que algumas sem qual-
quer critério legal. Observamos também que muitas destas seitas
estão usando a Bíblia e o nome de Deus como escada para anga-
riar dinheiro e promoção pessoal de falsos pastores ou sacerdotes,
os quais alguns viram políticos. São aqueles políticos que sempre dei-
xam a desejar...
Não conhecemos legislação que regulamente a criação de Igre-
jas, principalmente na doutrina evangélica (que de regra denomina-se
popularmente como ‘protestantes’) nas quais, parte dos pastores não
são formados em Teologia ou mesmo qualquer outro curso superior.
Não questionamos a falta de um título em formatura superior que pre-
48. 48 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
judique o conhecimento bíblico ou religioso, mas à questão psicoló-
gica como FORMADORES DE OPINIÕES. Vamos exemplificar o
nosso questionamento:
Coloquemos um leigo sem formação adequada para interpretar
um texto literário qualquer e, aí podemos conhecer a sua verdadei-
ra capacidade de discernimento e assimilação. Na maioria dos casos,
uma negação! Por que razão então, seriam esses Pastores, exímios
intérpretes da Bíblia e na sua correta aplicação? Percebe-se que os
textos bíblicos podem sofrer INÚMEROS sentidos. É aqui que ques-
tionamos a formação de opiniões... No entanto, basta que um membro
de uma determinada seita se sinta insatisfeito no seu meio, debanda-
se, Arranja um Templo, vai fundar outra igreja e torna-se “Pastor”.
Ali é como se ele estivesse adquirindo uma coisa própria, a sua
Igreja. Passa a ser o seu meio de vida! Aliás, pouquíssimos pastores
têm outra atividade que não a atividade pastoral. Assim, também os
padres. Muitos condicionam as mentes dos fiéis com preleções assom-
brosas, usando um timbre de voz chorosa, piedosa, melodiosa, cujos
adeptos passam a defendê-los por acreditar que somente eles estão
com a verdade religiosa, e que seu Pastor ou o seu Padre é um QUA-
SE DEUS... Aí existe apenas a FÉ EMOTIVA E NÃO A FÉ PELA
RAZÃO! Onde está a Salvação da Alma nessas condições?
Vemos com preocupação esse problema social, porque quei-
ramos ou não, estes sacerdotes são FORMADORES DE OPINIÕES!
Será que estão formando opiniões adequadas para a nossa sociedade,
principalmente para a nossa juventude? Não estariam praticando o
charlatanismo? Um dos temores que devemos ter é pelo fanatismo, o
que é muito perigoso... Observemos o exemplo dos homens bombas
que se explodem e matam aos milhares em nome de Deus, segundo as
suas doutrinas pelo mundo afora, onde a política partidária e o Poder
Estatal são miscigenados de religião.
49. Francisco Ramos Corrêa 49
3.5 - Mentir em nome de Deus
Existe uma enorme leva de leigos agindo como Pastores e Pas-
toras. Dizem que operam milagres. Têm a ousadia de PRÉ-ANUN-
CIAR MILAGRES nos meios de comunicações, mentindo em nome
de Deus. Sempre se aproveitando dos momentos de fragilidade das
pessoas, impregnando-lhes fortes emoções. É o que se pode chamar
de “FÉ EMOTIVA E OBSECADA.” Está ocorrendo uma mistura de
seitas religiosas. Pastores denominando-se Bispos. Igrejas evangéli-
cas usando a cruz nos seus templos como símbolo. Existem padres
pregando o Evangelho com rituais de protestantes etc. Está ocorrendo
uma prática muito difundida atualmente, que é a prática da música
gospel ou sacra como maior fonte de renda em todas as igrejas. Tem
uma enorme quantidade de cantores tornando-se religiosos, levando
vantagens nas vendas de seus produtos musicais. É muita gente fican-
do rica, inclusive Padres, à custa da inocência dos outros. As missas e
os cultos não têm mais como ponto principal a aplicabilidade do Evan-
gelho, mas a apresentação de Shous artísticos com os mais diversos
rítimos musicais como chamariscos para atrair o público. Vê-se que
o que interessa mesmo é o dinheiro na Caixa de coleta da Igreja e na
conta bancária do cantor! Existem seitas que praticam verdadeiro
exorcismo! Será que esses leigos, usando a Bíblia e o nome de Deus,
têm a necessária formação e condições psicológicas para tanto?
Quando dizemos que alguém está mentindo em nome de Deus,
poderia ser entendido como se quiséssemos tolher a liberdade de ex-
pressão dos pregadores ou intérpretes da Bíblia Sagrada. Longe de nós
esta pretensão, até porque reconhecemos que existem pessoas sérias, e
que merecem muito respeito no meio religioso. O que queremos dizer
é que o falseamento da verdade é terrível e cruel quando alguém acre-
dita em algo mentiroso imaginando ser verdade. Bem disse o famoso
50. 50 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
escritor Rubens Alves: “As coisas que são ditas ou pensadas têm que
corresponder às que são vistas ou percebidas, esta é a verdade”.
3.6 - Espíritos Bons e Espíritos Maus.
Atualmente ao ligarmos a TV em qualquer canal Evangélico
brasileiro, logo se vê um Pastor expulsando o diabo do corpo de al-
guém. Muda-se de canal e lá tem outro Pastor também expulsando o
diabo. Quantos canais você ligar a história é a mesma. Nunca se vê
falar este nome no plural. Falam que É DO DIABO, sempre no singu-
lar. UM SÓ! No entanto, tem diabo em todo lugar e ao mesmo tem-
po! No mesmo instante que tem um Capeta aqui, tem outro em outro
lugar. Alguns pastores falam mais no Diabo do que em Cristo em suas
pregações. O Diabo também é onipotente, onisciente e tem poderes
iguais aos de Deus? Não seria o Diabo, o Satanás, o Capeta, Espírito
Mau etc. uma mera invenção do pensamento humano? Se assim for,
nada mais é do que a invenção ou a condição psicológica de alguém.
Diabo existe mesmo? A Bíblia diz que o primeiro homem criado por
Deus foi Adão. A primeira mulher, Eva. Narra ainda que Adão foi
tentado por um Espírito Imundo, ou seja Adão foi tentado pelo Diabo.
Então, o Diabo já existia antes de Adão.
Ora, Deus deve ter criado todos os Espíritos em estado puro,
santo e perfeito, e ANTES DE CRIAR O HOMEM. Portanto não se
explicaria haver espírito Imundo antes da criação do primeiro homem
porque Ele nunca teria sido incorporado em um corpo físico humano
para desvirtuar-se e tornar-se Mau. É O QUE PODERÍAMOS DENO-
MINAR DE ESPÍRITO EM ESTADO PURO OU VIRGEM, aquele
que nunca foi incorporado ou usado por Deus. Então logicamente um
Espírito só teria comportamento impuro, mau, ou satânico, após in-
corporar-se em uma pessoa má. Se não existiu ninguém antes de Adão
51. Francisco Ramos Corrêa 51
porque aquele primeiro casal teria sido tentado por um Espírito Mau
ou demônio? Desta forma até transparece que o Diabo é anterior ou
superior a Deus! Segundo a Bíblia Sagrada, o Plano de Deus era que
o homem fosse Puro, e vivesse em estado Santo. Isto é sem pecado.
Teria Deus errado no seu Plano? Ora, Deus é o máximo em tudo.
Nada se passa no mundo que escape aos Olhos ou ao conhecimento
de Deus. Esse é o conceito que temos e devemos ter de Deus. Di-
zem as religiões, que o homem peca por pensamentos, palavras, atos
e omissões. Portanto Deus sabe perfeitamente o que nós pensamos.
Porque não teria previsto que o casal Adão e Eva seria tentado e que
não resistiriam à tentação da Carne? Porque ainda não teria previsto
ou porque teria permitido que um Espírito mau os tentasse, se Ele tem
o controle de tudo que existe no Universo? Essa história está mesmo
bem contada? Foi assim mesmo que aconteceu? Não teria o ser hu-
mano surgido na face da terra tal e qual como sempre se apresentou,
do início até os nossos dias com as mesmas características físicas e
anatômicas? (Não se levando em consideração as diferentes carac-
terísticas decorrentes das misturas de raças existentes, e que estão em
constante evolução cultural em função da evolução do pensamento,
e das descobertas científicas, mas as características raciais, nas suas
originalidades definidas como sejam negros e brancos.) Vejamos que
é impossível um casal negro ou branco puro sangue conceber filhos
ou descendentes com cores ou características fisionômicas diferentes.
Assim também foi que surgiram os demais seres do reino animal na
face da terra, tal e qual como existem até os nossos dias. Nunca mu-
daram as características de suas origens raciais definidas. Só existem
diferenças quando há cruzamentos das raças, mas sempre existiram e
existem os puros sangues definidos das várias espécies.
“Caríssimo leitor, não tenho a menor
pretensão de deixá-lo confuso. A Minha
intenção é mostrar a Fé de forma racio-
nal ou menos misteriosa.
52. 52 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
Seria o Diabo também uma criação de Deus? Deus teria criado
primeiro o MAL (o Diabo) para depois criar o HOMEM? Não seria
mais cômodo e lógico EXISTIR SOMENTE O BEM? Não teria Deus
poder para impedir que o Diabo tentasse a sua Criatura, o homem que,
segundo a Bíblia é a sua imagem e semelhança? Que sentido teria
isso? Deus doou ou vai ceder uma parte do seu Universo (O INFER-
NO) para o Diabo abrigar os seus? Deus não teria poder para elimi-
nar tudo que for prejudicial ao bem da humanidade e que Ele mesmo
criou e pode dominar?
3.7 - Mistérios Religiosos
No início desta matéria, falei que a mesma seria baseada no
que sempre existiu, que existe e que sempre existirá para análise e
avaliação das diferentes condições de vida do ser humano na face da
terra, SEM SE CONSIDERAR QUALQUER OUTRO MEIO COMO
FONTE DE INFORMAÇÃO. Disse também que não iria citar ne-
nhum capítulo ou versículo bíblico. Por quê? Porque Relatá-la aqui
seria reproduzi-la, e a Bíblia já existe, portando não teria nenhum
sentido copiá-la de novo. Mas entendo que se fizéssemos as pergun-
tas constantes do tópico “ESPÍRITOS BONS E ESPÍRITOS MAUS”
para as autoridades ou para os entendidos religiosos, provavelmente
elas ficariam sem respostas, ou simplesmente diriam que eram mis-
térios religiosos. Bom, quero repetir: Sem citar qualquer capítulo ou
versículos da bíblia, porque não os guardo de memória, mas simples-
mente os analiso à medida que os leio ou ouço leituras ou pregações.
Então, dentro do limite do meu raquítico conhecimento bíblico, ob-
servei que existem inúmeras contradições ou perguntas sem respostas,
que poderiam ser entendidas como mistérios. São aquelas questões
que se fossem ser interpretadas como uma prova de título qualquer,
não seria possível uma definição concreta porque seriam misteriosas.
53. Francisco Ramos Corrêa 53
Mistérios deixam dúvidas. Dúvidas não são admitidas em provas. Em
provas, a coisa precisa ser exata como dois e dois são quatro, para
termos a certeza do conhecimento. Quando dizemos que conhecemos
uma coisa, não pode haver dúvidas. Então, quando estudamos a bí-
blia é com objetivo de alcançarmos conhecimentos que irão nortear
a nossa conduta religiosa. Claro, não teria outro sentido. Mas que
caminho escolhermos sem absoluta certeza de onde precisamos ou
gostaríamos de chegar? Devemos confiar ou nos convencer com base
em mistérios?
Tirar o Diabo de alguém e pré anunciar milagres em cultos
religiosos é realmente mentir em Nome de Deus! Como um Sa-
cerdote poderia prevê acontecimentos de milagres, se os milagres só
acontecem pela fé em Deus; e se é impossível ele conhecer, calcular,
ou medir a intensidade da fé de quem ele desejaria que recebesse tal
milagre? Somente Deus pode operar milagres. O dia, a ora, o local e o
merecedor do milagre somente Deus pode saber. Esta é a forma como
se deve compreender e aceitar o verdadeiro milagre! São aqueles
milagres que perduram para o resto da vida de quem os alcançam.
Os milagres preanunciados pelos Falsos Pastores não acontecem. São
fabricados por eles na base do fervor de suas pregações, assim como o
mágico faz a sua mágica. Quando dizem que acontecem não perduram.
No dia seguinte, a situação volta ao que era antes. Milagres ocasionais
até poderão acontecer, porém ninguém jamais poderá prever se vai ou
não acontecer e nem tão pouco marcar o dia e a hora que este irá acon-
tecer! É muito cruel, a decepção de alguém que momentaneamente se
sente como se tivesse recebido um Milagre e no dia seguinte ou após
terminar o fervor da fé emotiva tudo voltar como era antes, porque
realmente NÃO HOUVE MILAGRE ALGUM! Pode até existirem
raríssimos casos, todavia, não por intermédio do Ser humano em vida,
mas por intermédio da Fé em Deus. Se os milagres preanunciados
existissem mesmo; não precisaríamos mais de médicos nem de hospi-
54. 54 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
tais, e os pastores das Igrejas, Universal do Reino de Deus, Renascer e
Mundial já teriam superado a Jesus Cristo em realização de milagres.
Teríamos várias figuras contemporâneas em carne e osso no nosso
meio, superiores a Jesus Cristo somente no Brasil! Quem neste mun-
do, em carne e osso pode ter a ousadia de querer imitar ou superar a
Cristo? É isso que consideramos mentir em nome de Deus.
3.8 - Igrejas e movimentos sociais
A doutrina cristã ensina, condenando o assassinato como sen-
do um pecado mortal. Isto significa que matar um ser humano é real-
mente um pecado sem perdão. Pois bem:
Parte da Igreja Católica vive se envolvendo com “movimentos
sociais: São os Sem Terra, Pastoral da Criança, Pastoral da Terra,
Sem Teto, sem isso sem aquilo etc.”. O catolicismo realiza constan-
tes passeatas e/ou caminhadas pela PAZ. Mas as ações das suas Ongs
são inversas ao que pregam.
Estaria essa facção do Catolicismo usando a Bíblia Sagrada
como degraus para promoções pessoais, e acompanhando a tendência
Mundial onde os homens de quase todas as Nações PREGAM A PAZ
ENQUANTO SE PREPARAM PARA A GUERRA?
Por vezes, líderes destes movimentos incentivam a invasão
da “coisa alheia”,(principalmente invasões de terras) gerando
violências, resultando ás vezes em inúmeras mortes de inocentes.
Isto é público e notório. O mundo inteiro conhece esta história.
Não há o que esconder ou negar. Pergunta-se: O “pecado mortal”
é de quem semeia a violência que resulte em morte, ou de quem exe-
cuta a morte? Em resumo: o pecado é de quem manda matar, de quem
fornece arma, ou de quem puxa o gatilho? Onde está a SALVAÇÃO
55. Francisco Ramos Corrêa 55
DA ALMA nesta questão?
Entendo que o correto papel da Igreja é ficar neutra, acon-
selhar e tentar corrigir o comportamento dos dois lados, quando
existirem conflitos. O que faz o catolicismo perder espaço para ou-
tras religiões é exatamente a preferência declarada pelos menos favo-
recidos, como se os mais aquinhoados (CUJOS BENS PARA MUI-
TOS, SÃO FRUTOS DO TRABALHO HONESTO E DOS SEUS
ESFORÇOS) não merecessem também a clemência de Deus. Dessa
forma, o catolicismo está sendo parcial e promovendo divisões entre
os povos. Ora, quando alguém perguntou para Jesus: “Senhor, na Lei
de Moisés está escrito que devemos perdoar até sete vezes. E vós o
que dizeis?” Jesus respondeu. “Não só sete, mas setenta vezes sete”.
Subtende-se que devemos perdoar tantas vezes quantas forem preciso.
Por que então, renegar a uns e abraçar a outros? Não somos todos
humanos? Porque discriminar? Se a Doroth Stanght tivesse ficado
neutra, e aconselhando os dois lados no conflito de Anapú no Pará,
certamente estaria viva e amada por todos. Da mesma forma o Padre
Josimo. Resumindo, estes Movimentos Sociais miscigenados ou pin-
celados de religiões não têm nada a ver com a salvação da alma, mas
sim almejam o poder Estatal ou o dinheiro. E o grave nesse aspecto é
que estão interferindo no Sistema Organizacional do Estado quando
assim agem! -- Na alçada de um Governo Federal linha dura, a nossa
Nação vai ter problemas com a Paz interna. A nossa paz interna pode-
rá ter consequências imprevisíveis em breves tempos, e neste aspecto,
a Igreja Católica é cúmplice.
São Francisco de Assis, que pelo teor de seu ensinamento, é
talvez o maior conciliador do catolicismo, ao se expressar em oração
assim disse:
“Senhor, fazei de mim um instrumento
de Vossa paz”.
56. 56 Salvacão da Alma ! “ Mito ou Verdade?
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó mestre! Fazei com que eu procure mais
Consolar do que ser consolado, compreender, que ser compre-
endido; amar, que ser amado...
Essa belíssima oração é uma lição de retidão, amor, paz, coe-
rência, humildade, sabedoria, e justiça. Isso é tudo que as religiões de-
veriam praticar! Contudo, esse ensinamento, da maior grandeza, con-
tradiz o que, na prática, fazem alguns militantes do catolicismo, pois
estão sendo parciais quando insuflam a violência incentivando e/ou
apoiando invasões de terras com o argumento de que a terra precisa
cumprir a função social. A Terra tem que cumprir a sua função social
sim, proporcionando condições de vida digna à humanidade. Todavia,
isso não deve e não pode ser atribuição da Igreja e sim do Estado.
Com este tipo de comportamento, a igreja estará sempre construindo
divisões entre os povos e, consequentemente, a violência. Onde está
a Salvação da Alma?
A grandeza da IGREJA É ACONSELHAR E APAZIGUAR,
ENSINANDO SEMPRE O CAMINHO DA RETIDÃO! Para o bem
da “ordem social,” ela não deve ser parcial! Interferir na distribuição
de terras, por exemplo, é querer assumir o papel do Estado, pois o
dever de distribuir terras é único e exclusivo do SISTEMA ORGANI-
ZACIONAL do Estado de Direito de cada Nação, que por sua vez é
57. Francisco Ramos Corrêa 57
quem PROMOVE A ORDEM, O BEM SOCIAL E FAZ CUMPRIR
AS LEIS. Qualquer Organização Não governamental, INCLUSIVE
A IGREJA, que tente interferir no Estado, só promoverá baderna e
tumultua a ORDEM SOCIAL, pois não tem legitimidade para esse
fim.
3.9 - Política partidária e sacerdócio
Ideologicamente a igreja Católica TRANSPARECE OU SE
APRESENTA COMO SOCIALISTA. Se assim é, então porque o
regime governamental do Vaticano não é Comunista ou Socialista?
Sabemos que o sistema governamental do Vaticano é uma espécie de
MONARQUIA VIATALÍCIA (PAPADO VITALÍCIO) É lá onde está
uma das maiores concentrações de renda do mundo. É um dos
maiores poderes econômicos do Mundo, e nos vem com a máscara
de distribuição de bens e renda, pregando a justiça social? Não
somos contra distribuição de renda. Mas pensamos que só se dis-
tribui renda realmente com justiça, pela via da EDUCAÇÃO DE
BOA QUALIDADE E IGUAL PARA TODOS! Sabemos que uma
das fortes atividades do catolicismo é o ensino privado, inclusive
é detentor de grandes estabelecimentos de ensino superior. É de-
tentor também de clinicas hospitalares privadas. Sempre renega
e fala mal da riqueza, mas habita os melhores e mais pomposos
Castelos, possuem os melhores veículos do mercado, e não dis-
pensam as doações dos ricos, inclusive cobrando em dinheiro as
orações. Não rezam para defuntos, não batizam, e nem casam de
graça. Abraçam os pobres e pregam a distribuição de bens e ren-
da, mas não dão do que possuem. Cadê a distribuição de bens e
renda? Cadê a justiça social? Cadê a Salvação da Alma?
Entendo que Política partidária e Sacerdócio são frontalmen-
te incompatíveis. Mas isso é hoje uma prática bastante disseminada