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INTRODUÇÃO AO LIVRO AQUECIMENTO GLOBAL E CATÁSTROFE
PLANETÁRIA
Fernando Alcoforado*
O aquecimento global, que era um assunto de interesse exclusivo da comunidade
científica, assume na atualidade uma dimensão muito mais ampla sendo objeto de
preocupação por parte da população mundial e dos governantes em todo o planeta. A
mídia tem contribuído bastante para que a questão do aquecimento global passe a ser
um assunto de interesse geral ao divulgar as mudanças climáticas extremas que vem se
registrando desde a Revolução Industrial até hoje em várias partes do mundo, bem
como a opinião de inúmeros cientistas e instituições atestando a gravidade do problema.
Com este livro de nossa autoria (ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento Global e
Catástrofe Planetária. Santa Cruz do Rio Pardo: Viena- Editora e Gráfica, 2010),
pretende-se levar ao conhecimento do público em geral o máximo de informações sobre
o problema do aquecimento global a fim de que a população possa ter uma medida
exata da dimensão da ameaça que pode colocar em xeque a sobrevivência da
humanidade em nosso planeta. Neste livro, o leitor terá acesso ao conceito do
aquecimento global e do efeito estufa, encontrará as evidências do aquecimento global,
as provas do aumento da temperatura média do planeta, bem como as consequências e
as causas do aquecimento global.
Além disso, o leitor tomará conhecimento da contribuição do Brasil ao efeito estufa e do
sistema de mundial de energia requerido para combater o aquecimento global, bem
como terá a demonstração da insustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento e
da necessidade da celebração de um contrato social planetário para que uma nova ordem
mundial seja edificada para organizar não apenas as relações entre os homens na face da
Terra, mas também suas relações com a natureza. Finalmente, o leitor tomará
conhecimento das políticas mundiais adotadas e requeridas para combater o
aquecimento global contemplando, inclusive, aquelas adotadas nas reuniões de Kyoto e
Copenhague.
Cabe observar que na sua evolução, o planeta Terra sofreu várias mudanças ao longo do
tempo. O planeta Terra formou-se, com o Sol e com os restantes planetas do sistema
solar, a partir de uma nuvem de poeira. Há cerca de 5 bilhões de anos, era parecido a
uma bola de fogo em brasa quando deu início o lento arrefecimento da superfície da
Terra, com a formação da crosta terrestre. Os metais pesados acumulados no interior do
planeta, submetidos a enorme pressão, também se solidificaram e formaram um núcleo
sólido metálico. Foi assim que a Terra se tornou parecida com planeta que hoje
conhecemos com um núcleo de ferro e níquel no centro, um manto de magma plástico e
uma crosta na superfície.
A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e é o único conhecido onde existe vida. A
nossa atmosfera é composta por 78% de azoto, 21% de oxigênio e 1% de outros
componentes. O núcleo da Terra cria um grande campo magnético que, junto com a
atmosfera, nos protege de quase toda a radiação prejudicial vinda do Sol e outras
estrelas. Os continentes formaram-se há muito tempo há cerca de 220 milhões de anos.
Todos os continentes da Terra estavam num supercontinente gigante denominado
Pangeia (palavra derivada do Grego que significa “toda a Terra”). A Pangeia estava
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rodeada por um oceano imenso - Pantalassa. Há 200 milhões de anos, a Pangeia
começou a separar–se dando origem aos continentes.
Os oceanos apareceram muito depois de a Terra ter se formado quando perdeu o aspecto
de uma bola em brasa enublada e se transformou no planeta azul que hoje conhecemos.
Muito antes da formação dos continentes, os oceanos formaram-se a partir de nuvens
que envolviam a terra. Acredita-se que muito antes da formação dos atuais continentes
existia uma grossa, pesada e quentíssima massa de nuvens envolvendo toda a Terra.
Dessa forma, todos os materiais que um dia viriam a constituir a hidrosfera de nosso
planeta estariam sob a forma gasosa, nessa primeira atmosfera terrestre. Quando o
resfriamento da crosta atingiu uma temperatura critica, ainda que muito elevada, tornou-
se impossível a manutenção de todos os materiais líquidos sob o estado gasoso.
Devido ao arrefecimento terrestre, o vapor condensou e caiu sob a forma de chuva.
Então, grossas chuvas quentes, de grande poder de erosão, iniciaram o primeiro ciclo
hidrológico da Terra. Uma parte da água dessas precipitações voltava à atmosfera por
intensa evaporação. O restante preencheu as depressões primárias da superfície do
globo, vindo a formar o primeiro grande oceano de nosso planeta. Existem razões para
se pensar que, por muito tempo, houve um oceano principal e um gigantesco bloco de
terras emersas, que reunia América, África, Europa, Ásia, Oceania e Antártida e que se
manteve uno por dezenas de milhões de anos. Sua fragmentação, porém, iniciou-se há
cerca de 180 milhões de anos, originando a divisão do mar único em um mosaico de
oceanos e continentes.
Existem três possíveis fontes de água que forma hoje os oceanos: 1) água que se
separou das rochas que formam a maior parte da Terra; 2) água que chegou como parte
de meteoritos ricos em água; 3) água que chegou como parte dos cometas.
Consequentemente, até ao presente momento, o melhor modelo para as fontes de água
dos oceanos, é uma combinação de água derivada de meteoritos e cometas com a água
retida no corpo rochoso da Terra quando da sua formação.
É oportuno observar que o clima da Terra não é estático. Já passou por períodos de calor
e de extremo frio que duraram centenas de milhões de anos. De fato, os cientistas
acreditam que, há mais de 500 milhões de anos, a Terra tenha passado por diversos
períodos nos quais o planeta inteiro esteve envolto em gelo. Eles se referem ao
fenômeno como "Terra bola de neve". Com o passar do tempo, os vulcões expeliram
dióxido de carbono suficiente para permitir que o planeta se aquecesse.
Em termos estritamente científicos, a expressão era glacial designa um longo período
(dezenas de milhões de anos) no qual a temperatura da Terra cai ao ponto de permitir a
formação de lençóis de gelo permanentes. Acredita-se que a Terra normalmente
apresente pouco gelo permanente em que o frio se intensifica e as geleiras avançam. Na
história da Terra, as Eras Glaciais são períodos em que grossas camadas de gelo cobrem
vastas áreas do planeta.
As glaciações são fenômenos climáticos que ocorrem ao longo da história do planeta
Terra. Como o próprio nome sugere, são períodos de frio intenso, dentro de uma era do
gelo, quando a temperatura média da Terra baixa, provocando o aumento das geleiras
ou glaciares nos polos e em zonas montanhosas, próximas às regiões de neve perpétua
que nunca derrete.
3
Atualmente as geleiras ocupam 10% da área total do planeta e a maioria está localizada
nas regiões polares como a Antártida e a Groenlândia, mas nem sempre foi assim. Nos
períodos glaciais o gelo cobria cerca de 32% da Terra e 30% dos oceanos. As glaciações
provocaram grandes mudanças no relevo continental e no nível do mar. Quando a
temperatura global diminuiu, ocorreu, como conseqüência, o aumento das geleiras, ou
seja, as baixas temperaturas provocaram o congelamento da água nos polos aumentando
a quantidade de gelo nas calotas polares.
Outra consequência deste processo foi que a formação das geleiras não ficou mais
restrita às regiões polares. A neve e o gelo foram se acumulando nas zonas montanhosas
próximas aos picos, ano após ano, até que seu próprio peso fez com que se deslocassem
lentamente, provocando grandes alterações de relevo no caminho por onde passam,
formando profundos vales em forma de U, chamados fiordes, e as moreias e, em zonas
mais quentes, quando foram se derretendo e formando a cabeceira de um rio ou dando
origem aos lagos glaciais.
Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciais em que a temperatura da Terra se
eleva. O período atual em que vivemos nada mais é do que um interglacial.
Ultimamente, o homem, com a emissão de gases de efeito estufa tem acelerado o ritmo
da interglaciação, com isso provocando o derretimento de gigantescos icebergs,
elevando o nível do mar e ampliando a escala de catástrofes naturais.
Algumas das eras glaciais duraram milhões de anos e alteraram o relevo, a vegetação e a
vida animal dos continentes. A mais antiga delas se deu há mais de 570 milhões de anos
e a mais recente, de menor escala e, por isso, chamada de Pequena Era do Gelo,
começou no século XVI e durou cerca de 3 séculos na Europa, atingindo o seu pico em
1750. Atualmente, cerca de 10% da Terra está coberta de gelo. Há 20 mil anos, 30% do
planeta estava congelado. Na pior era glacial de todas há 800 milhões de anos atrás as
geleiras chegaram perto do Equador.
Ninguém sabe ao certo o que causa essas longas mudanças cíclicas no clima da Terra. O
mais provável é que resultaram de diversos fatores citados a seguir: 1) Mudanças no
eixo e órbita da Terra; 2) Movimentação de placas tectônicas; 3) Expulsão de
particulados pelos grandes vulcões ou impactos de meteoros que bloqueiem a luz solar
e, 4) Composição da atmosfera.
É oportuno observar que os vulcões aqueceram o planeta ao encherem a atmosfera
terrestre de dióxido de carbono. Essa informação é muito importante para que se
compreenda os atuais problemas relativos ao aquecimento global. Todas as eras glaciais
e períodos de aquecimento anteriores foram causados por eventos naturais e levaram
milhares ou milhões de anos para transcorrer. Entretanto, desde a Revolução Industrial,
estamos despejando gás carbônico na atmosfera. O resultado parece ser uma elevação
muito mais rápida do que os processos naturais ocasionariam na temperatura do planeta.
Há muitos indícios de que as geleiras da Terra estão se reduzindo. O índice de perda de
gelo na Antártida está subindo à medida que as geleiras da região deslizam para o
oceano em velocidade sempre maior. A Antártida perdeu 75% mais gelo entre 1996 e
2006 do que costumava acontecer anteriormente, segundo o Science Daily. A calota
polar na região ártica canadense se reduziu em 50% nos últimos 100 anos e pode
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desaparecer dentro de algumas décadas segundo a mesma fonte. Provas fotográficas
extensas demonstram um recuo mundial das geleiras, segundo o Nichols College. Uma
geleira no Peru perdeu 22% de sua área em menos de 40 anos, segundo o The New
York Times.
O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão — um aumento da
temperatura média da superfície da Terra que vem acontecendo nos últimos 150 anos. O
IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas), estabelecido pela ONU
(Organização das Nações Unidas) diz que grande parte do aquecimento observado no
planeta durante os últimos 50 anos se deve muito provavelmente a um aumento do
efeito estufa havendo forte evidência de que o aquecimento global seja devido a
atividades humanas. Muitos meterorologistas e climatólogos consideram provado que a
ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno.
Os fatos da vida estão evidenciando cada vez mais a necessidade de que o paradigma
que tem norteado o desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª. Revolução
Industrial seja profundamente modificado. A insustentabilidade do atual modelo de
desenvolvimento da sociedade repousa no fato de ser ele o grande responsável pela
rápida elevação das temperaturas globais e dos níveis dos mares numa escala superior
no século XXI do que nos 10 mil anos transcorridos desde a última era glacial.
Espera-se que este livro de nossa autoria contribua para criar na mente dos seus leitores
a consciência necessária para que atuem com efetividade nas suas áreas de atuação para,
combatendo as causas do aquecimento global, contribuir para evitar a catástrofe que se
prenuncia para nosso planeta se nada for feito para evitá-la. Esta ação não pode ser
protelada. Tem que ser processada com a máxima urgência. O propósito principal deste
livro é o de contribuir para que a humanidade edifique uma nova ordem mundial que
seja capaz de organizar em novas bases não apenas as relações entre os homens na face
da Terra, mas também suas relações com a natureza.
*Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação e da Academia Brasileira Rotária
de Letras – Seção da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento
Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento
estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é
autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova
(Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São
Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado.
Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e
Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX
e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of
the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável-
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FATORES NATURAIS TERAPEUTICOS #NTF Lazzerini
 

Introdução ao livro aquecimento global e catástrofe planetária

  • 1. 1 INTRODUÇÃO AO LIVRO AQUECIMENTO GLOBAL E CATÁSTROFE PLANETÁRIA Fernando Alcoforado* O aquecimento global, que era um assunto de interesse exclusivo da comunidade científica, assume na atualidade uma dimensão muito mais ampla sendo objeto de preocupação por parte da população mundial e dos governantes em todo o planeta. A mídia tem contribuído bastante para que a questão do aquecimento global passe a ser um assunto de interesse geral ao divulgar as mudanças climáticas extremas que vem se registrando desde a Revolução Industrial até hoje em várias partes do mundo, bem como a opinião de inúmeros cientistas e instituições atestando a gravidade do problema. Com este livro de nossa autoria (ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento Global e Catástrofe Planetária. Santa Cruz do Rio Pardo: Viena- Editora e Gráfica, 2010), pretende-se levar ao conhecimento do público em geral o máximo de informações sobre o problema do aquecimento global a fim de que a população possa ter uma medida exata da dimensão da ameaça que pode colocar em xeque a sobrevivência da humanidade em nosso planeta. Neste livro, o leitor terá acesso ao conceito do aquecimento global e do efeito estufa, encontrará as evidências do aquecimento global, as provas do aumento da temperatura média do planeta, bem como as consequências e as causas do aquecimento global. Além disso, o leitor tomará conhecimento da contribuição do Brasil ao efeito estufa e do sistema de mundial de energia requerido para combater o aquecimento global, bem como terá a demonstração da insustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento e da necessidade da celebração de um contrato social planetário para que uma nova ordem mundial seja edificada para organizar não apenas as relações entre os homens na face da Terra, mas também suas relações com a natureza. Finalmente, o leitor tomará conhecimento das políticas mundiais adotadas e requeridas para combater o aquecimento global contemplando, inclusive, aquelas adotadas nas reuniões de Kyoto e Copenhague. Cabe observar que na sua evolução, o planeta Terra sofreu várias mudanças ao longo do tempo. O planeta Terra formou-se, com o Sol e com os restantes planetas do sistema solar, a partir de uma nuvem de poeira. Há cerca de 5 bilhões de anos, era parecido a uma bola de fogo em brasa quando deu início o lento arrefecimento da superfície da Terra, com a formação da crosta terrestre. Os metais pesados acumulados no interior do planeta, submetidos a enorme pressão, também se solidificaram e formaram um núcleo sólido metálico. Foi assim que a Terra se tornou parecida com planeta que hoje conhecemos com um núcleo de ferro e níquel no centro, um manto de magma plástico e uma crosta na superfície. A Terra é o terceiro planeta a contar do Sol e é o único conhecido onde existe vida. A nossa atmosfera é composta por 78% de azoto, 21% de oxigênio e 1% de outros componentes. O núcleo da Terra cria um grande campo magnético que, junto com a atmosfera, nos protege de quase toda a radiação prejudicial vinda do Sol e outras estrelas. Os continentes formaram-se há muito tempo há cerca de 220 milhões de anos. Todos os continentes da Terra estavam num supercontinente gigante denominado Pangeia (palavra derivada do Grego que significa “toda a Terra”). A Pangeia estava
  • 2. 2 rodeada por um oceano imenso - Pantalassa. Há 200 milhões de anos, a Pangeia começou a separar–se dando origem aos continentes. Os oceanos apareceram muito depois de a Terra ter se formado quando perdeu o aspecto de uma bola em brasa enublada e se transformou no planeta azul que hoje conhecemos. Muito antes da formação dos continentes, os oceanos formaram-se a partir de nuvens que envolviam a terra. Acredita-se que muito antes da formação dos atuais continentes existia uma grossa, pesada e quentíssima massa de nuvens envolvendo toda a Terra. Dessa forma, todos os materiais que um dia viriam a constituir a hidrosfera de nosso planeta estariam sob a forma gasosa, nessa primeira atmosfera terrestre. Quando o resfriamento da crosta atingiu uma temperatura critica, ainda que muito elevada, tornou- se impossível a manutenção de todos os materiais líquidos sob o estado gasoso. Devido ao arrefecimento terrestre, o vapor condensou e caiu sob a forma de chuva. Então, grossas chuvas quentes, de grande poder de erosão, iniciaram o primeiro ciclo hidrológico da Terra. Uma parte da água dessas precipitações voltava à atmosfera por intensa evaporação. O restante preencheu as depressões primárias da superfície do globo, vindo a formar o primeiro grande oceano de nosso planeta. Existem razões para se pensar que, por muito tempo, houve um oceano principal e um gigantesco bloco de terras emersas, que reunia América, África, Europa, Ásia, Oceania e Antártida e que se manteve uno por dezenas de milhões de anos. Sua fragmentação, porém, iniciou-se há cerca de 180 milhões de anos, originando a divisão do mar único em um mosaico de oceanos e continentes. Existem três possíveis fontes de água que forma hoje os oceanos: 1) água que se separou das rochas que formam a maior parte da Terra; 2) água que chegou como parte de meteoritos ricos em água; 3) água que chegou como parte dos cometas. Consequentemente, até ao presente momento, o melhor modelo para as fontes de água dos oceanos, é uma combinação de água derivada de meteoritos e cometas com a água retida no corpo rochoso da Terra quando da sua formação. É oportuno observar que o clima da Terra não é estático. Já passou por períodos de calor e de extremo frio que duraram centenas de milhões de anos. De fato, os cientistas acreditam que, há mais de 500 milhões de anos, a Terra tenha passado por diversos períodos nos quais o planeta inteiro esteve envolto em gelo. Eles se referem ao fenômeno como "Terra bola de neve". Com o passar do tempo, os vulcões expeliram dióxido de carbono suficiente para permitir que o planeta se aquecesse. Em termos estritamente científicos, a expressão era glacial designa um longo período (dezenas de milhões de anos) no qual a temperatura da Terra cai ao ponto de permitir a formação de lençóis de gelo permanentes. Acredita-se que a Terra normalmente apresente pouco gelo permanente em que o frio se intensifica e as geleiras avançam. Na história da Terra, as Eras Glaciais são períodos em que grossas camadas de gelo cobrem vastas áreas do planeta. As glaciações são fenômenos climáticos que ocorrem ao longo da história do planeta Terra. Como o próprio nome sugere, são períodos de frio intenso, dentro de uma era do gelo, quando a temperatura média da Terra baixa, provocando o aumento das geleiras ou glaciares nos polos e em zonas montanhosas, próximas às regiões de neve perpétua que nunca derrete.
  • 3. 3 Atualmente as geleiras ocupam 10% da área total do planeta e a maioria está localizada nas regiões polares como a Antártida e a Groenlândia, mas nem sempre foi assim. Nos períodos glaciais o gelo cobria cerca de 32% da Terra e 30% dos oceanos. As glaciações provocaram grandes mudanças no relevo continental e no nível do mar. Quando a temperatura global diminuiu, ocorreu, como conseqüência, o aumento das geleiras, ou seja, as baixas temperaturas provocaram o congelamento da água nos polos aumentando a quantidade de gelo nas calotas polares. Outra consequência deste processo foi que a formação das geleiras não ficou mais restrita às regiões polares. A neve e o gelo foram se acumulando nas zonas montanhosas próximas aos picos, ano após ano, até que seu próprio peso fez com que se deslocassem lentamente, provocando grandes alterações de relevo no caminho por onde passam, formando profundos vales em forma de U, chamados fiordes, e as moreias e, em zonas mais quentes, quando foram se derretendo e formando a cabeceira de um rio ou dando origem aos lagos glaciais. Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciais em que a temperatura da Terra se eleva. O período atual em que vivemos nada mais é do que um interglacial. Ultimamente, o homem, com a emissão de gases de efeito estufa tem acelerado o ritmo da interglaciação, com isso provocando o derretimento de gigantescos icebergs, elevando o nível do mar e ampliando a escala de catástrofes naturais. Algumas das eras glaciais duraram milhões de anos e alteraram o relevo, a vegetação e a vida animal dos continentes. A mais antiga delas se deu há mais de 570 milhões de anos e a mais recente, de menor escala e, por isso, chamada de Pequena Era do Gelo, começou no século XVI e durou cerca de 3 séculos na Europa, atingindo o seu pico em 1750. Atualmente, cerca de 10% da Terra está coberta de gelo. Há 20 mil anos, 30% do planeta estava congelado. Na pior era glacial de todas há 800 milhões de anos atrás as geleiras chegaram perto do Equador. Ninguém sabe ao certo o que causa essas longas mudanças cíclicas no clima da Terra. O mais provável é que resultaram de diversos fatores citados a seguir: 1) Mudanças no eixo e órbita da Terra; 2) Movimentação de placas tectônicas; 3) Expulsão de particulados pelos grandes vulcões ou impactos de meteoros que bloqueiem a luz solar e, 4) Composição da atmosfera. É oportuno observar que os vulcões aqueceram o planeta ao encherem a atmosfera terrestre de dióxido de carbono. Essa informação é muito importante para que se compreenda os atuais problemas relativos ao aquecimento global. Todas as eras glaciais e períodos de aquecimento anteriores foram causados por eventos naturais e levaram milhares ou milhões de anos para transcorrer. Entretanto, desde a Revolução Industrial, estamos despejando gás carbônico na atmosfera. O resultado parece ser uma elevação muito mais rápida do que os processos naturais ocasionariam na temperatura do planeta. Há muitos indícios de que as geleiras da Terra estão se reduzindo. O índice de perda de gelo na Antártida está subindo à medida que as geleiras da região deslizam para o oceano em velocidade sempre maior. A Antártida perdeu 75% mais gelo entre 1996 e 2006 do que costumava acontecer anteriormente, segundo o Science Daily. A calota polar na região ártica canadense se reduziu em 50% nos últimos 100 anos e pode
  • 4. 4 desaparecer dentro de algumas décadas segundo a mesma fonte. Provas fotográficas extensas demonstram um recuo mundial das geleiras, segundo o Nichols College. Uma geleira no Peru perdeu 22% de sua área em menos de 40 anos, segundo o The New York Times. O aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão — um aumento da temperatura média da superfície da Terra que vem acontecendo nos últimos 150 anos. O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas), estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) diz que grande parte do aquecimento observado no planeta durante os últimos 50 anos se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa havendo forte evidência de que o aquecimento global seja devido a atividades humanas. Muitos meterorologistas e climatólogos consideram provado que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno. Os fatos da vida estão evidenciando cada vez mais a necessidade de que o paradigma que tem norteado o desenvolvimento da sociedade humana desde a 1ª. Revolução Industrial seja profundamente modificado. A insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento da sociedade repousa no fato de ser ele o grande responsável pela rápida elevação das temperaturas globais e dos níveis dos mares numa escala superior no século XXI do que nos 10 mil anos transcorridos desde a última era glacial. Espera-se que este livro de nossa autoria contribua para criar na mente dos seus leitores a consciência necessária para que atuem com efetividade nas suas áreas de atuação para, combatendo as causas do aquecimento global, contribuir para evitar a catástrofe que se prenuncia para nosso planeta se nada for feito para evitá-la. Esta ação não pode ser protelada. Tem que ser processada com a máxima urgência. O propósito principal deste livro é o de contribuir para que a humanidade edifique uma nova ordem mundial que seja capaz de organizar em novas bases não apenas as relações entre os homens na face da Terra, mas também suas relações com a natureza. *Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação e da Academia Brasileira Rotária de Letras – Seção da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016) e A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017). Possui