O documento descreve itens da infância como cadernos brochurados, cartilhas de alfabetização como a Cartilha Sodré e brincadeiras como a peteca. Refere-se com nostalgia a uma época em que as crianças aprendiam de forma mais simples e as professoras eram figuras maternas, contrastada com conceitos educacionais modernos.
4. Receita simples de peteca:
Pegue um pedaço de tecido bem resistente (couro, lona, brim) e faça
uma trouxinha recheada com areia e serragem, para não ficar muito
dura ou pesada.
Antes de fechar, insira uma meia dúzia de penas de galinha e amarre
forte com um barbante ou fio resistente.
Pronto! Está feita a sua peteca!
5. Era arrancar
uma folha e,
despencar o
caderno inteiro.
O caderno que a gente
tinha, era o de
brochura (capa
impressa numa única
folha, cujo conteúdo é
grampeado pelo
centro).
6. Tinha o caderno de lição, de desenho e de caligrafia... todos em brochura.
Lá vem ela, com mais velharias...mas...veja a letra, não era linda?
7.
8.
9.
10. Quem não foi alfabetizado por essa cartilha, hein?
A garotada de hoje talvez nem saiba da existência dessa cartilha...(risos)
Mas muitos de nós somos o que somos hoje... graças a ela.
Bons tempos... tempo em que a professora era nossa segunda mãe.
Mas.. na vida tudo se renova... inclusive os conceitos.
219.e. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1951. [Não foi possível localizar a
editora que publicou as primeiras edições,
cuja 1a. edição é de 1940. A partir da 46a.
edição, de 1948, a Cartilha Sodré passou a
ser publicada pela Companhia Editora
Nacional. Conforme dados da editora, de
1948 até 1989, data da última edição, a
273a., foram produzidos 6.060.351
exemplares. Em 1977, ela foi remodelada
por Isis Sodré Verganini. Além da alteração
no formato da cartilha, foram acrescentadas
mais de 30 páginas.] Diário de Lições.
Delphina Spiteri Passos [Caderno do
professor indicando como se deveria
trabalhar em sala de aula com a Cartilha
Sodré, lição da para.]
11. A cartilha se chamava só Cartilha Sodré, escrita por Benedicta Stahl
Sodré. Minha professora usava essa cartilha em vez de Caminho
Suave. ‘A pata nada’ é a primeira lição da Cartilha Sodré, não de
Caminho Suave.” Ele está certo. É isso mesmo. É claro que eu
sabia que Abreu Sodré é sobrenome de um ex-governador, que
também foi ministro. Mas achei que a cartilha tinha esse nome.
Também sabia que “a pata nada” era da Sodré, não da Caminho
Suave. Nesse caso, só tava fazendo um gracejo bobo mesmo.
Geraldo lembrou: era a cartilha “verdinha, com uma menina com
trancinha na capa.” Exato. E era meio quadrada, mais curta e mais
larga do que um livro-padrão. Acho que se alfabetizava naquele
tempo, mesmo em escola pública, e sem a quase universalização
da pré-escola. Para ensinar o "b", a barriga do bebê; o "f", o cabo de
uma "faca"; o "g", um gato sentado. A alfabetização ainda não tinha
se transformado no manual do pequenino tarado marxista, como é
hoje, mesmo nas escolas de elite — embora os professores não
saibam o nome do que praticam. Em uma delas, fico sabendo de
fonte seguríssima, quando um garoto faz um gol num jogo de
futebol, não pode fazer outro. Tem de passar a bola para o colega.
Futebol como cooperação. O mundo acabou. Ainda bem que eu vivi
em outros tempos minha infância!!!