Curriculum ameaçador: desafios dos veteranos na volta ao mercado
1. Curriculum Ameaçador
Nem mesmo o apagão de mão-de-obra especializada que o Brasil está passando nesta nova
fase de desenvolvimento acelerado, tem sido suficiente para escancarar as portas do mercado de
trabalho para os profissionais que buscam o retorno ao mundo corporativo.
São veteranos de grande experiência, gente com uma enorme bagagem de conhecimento ,
com anos de serviços prestados nas mais diversas áreas técnicas, passando pela Engenharia,
Administração e tantas outras do mesmo quilate, que estão batalhando por emprego, após
experimentar vôo solo, geralmente como microempresários.
Profissionais que tiveram a oportunidade de liderar grandes equipes multidisciplinares, com
excelência e sucesso comprovado, não tem retorno garantido, apesar das necessidades cruciais do
mercado.
Mercado carente e profissionais 'correndo atrás', isto deveria ser como juntar a 'fome com a
vontade de comer'. É, mas não é! A realidade é bem outra.
Estes profissionais que se afastaram de um mercado de trabalho bicudo, de anos atrás, ou
por meio de aposentadorias precoces, incentivadas, ou na busca de novos desafios, empreendendo
em negócios próprios, carregam uma bateria de preconceitos e barreiras que se contrapõe às suas
reconhecidas qualidades.
As dificuldades dos 'veteranos' não somente esbarram na questão da idade – o que, por si só,
já importa em uma série de premissas, verdadeiras ou falsas – mas também em outros fatores, no
momento em que batem nas portas das grandes corporações, buscando sua recolocação:
1- os seus currículos em geral são ameaçadores à posição de certos contratantes, mais jovens
e no meio da carreira;
2- a questão da adequação da contratação de um general “reformado” para trabalhar sob as
ordens de um major em ascensão;
3- a questão do “renomado” líder voltar a posição de liderado, se conformando a trabalhar
em equipe em posição subalterno;
4- a figura do “Professor de Deus”, que muitos profissionais de larga experiência encarnam,
tendo “sempre uma opinião formada sobre tudo”, com poucos ouvidos para os outros e para as
novidades; e
5- a dificuldade de cobrir o salário que o veterano ganhou um dia, com diferenças de até
200% ao que o mercado pagaria hoje, c não houvesse a interrupção da carreira, etc..
Como não há problema sem solução, os veteranos em condições de voltar à luta hão de
perguntar:
–MAS, ENTÃO, TENHO QUE SUPERAR ESTES TANTOS OBSTÁCULOS!
COMO?
1)Antes de mais nada, mostrar que não é um dinossauro, fossilizado pela ausência do ambiente
corporativo. Manter-se atualizado de seu universo profissional é o mínimo que se espera de quem
quer voltar. Hoje há um novo universo, da vida virtual, e para provar que Você está atualizado, seu
currículo de papel, em “hard copy” deixa de ser o primordial, ultrapassado em importância por seu
CV online, que seja no Linked In, ou na plataforma Lates. Aliás, o melhor é estar presente nos dois.
2)É importante – recomendável, mas não mandatório, dependendo do perfil do entrevistador - uma
página/site na internet (não custa mais que R$500,00) ou um blog, cujo custo é zero.
3)O endereço residencial, com CEP e telefone, quase que é desnecessário nos dias de hoje. Além do
endereço de e-mail, o fundamental, o que posiciona o profissional no mundo virtual, é fazer parte de
uma rede social (se não o Linked In, ao menos o Facebook ou o Orkut), isto além de usar o skype.
O melhor de tudo isso é que tais instrumentos são “free of cost”, 0800, de graça, literalmente.
Depois da campanha do Obama e da chegada do Eike Batista, o melhor ainda é o profissional
também estar no twitter.
4)Para reentrar na atmosfera de seu mundo profissional, a primeira medida é “azeitar” sua boa e
2. velha rede de relacionamentos, ressuscitar sua “network”. Muitos dos seus amigos e ex-colegas
prosseguiram em suas carreiras corporativas. Existe uma forte possibilidade de alguns, daqueles que
as saudades são muitas, estarem justamente precisando de um profissional de seu gabarito, em que
possam “botar a mão no fogo”, de confiabilidade e confiança integral.
5)Mais do que isso, só mesmo recomendando um “coach”, especializado em mkt pessoal e
recolocação profissional, o que pode potencializar suas qualidades e ajudar a apontar os melhores
caminhos e diminuir suas fraquezas.
Não existe um bom “coach” que custe menos que U$ 50./hora. Por menos que isto, as consultas
tendem a ser mais largas e menos eficientes. Mas, perante aos seus melhores sonhos de retornar à
sua antiga profissão, aquela que lhe proporcionou seus melhores frutos, fica a questão que não quer
calar:
– Há melhor investimento do que em sua carreira? Se não, por que leu esse texto todo?
Mãos à obra!
(Esse texto, há tempos está amadurecendo na minha cabeça e nunca tinha completado sua
chegada às teclas. Este interminável download ocorreu após um bate-papo informal com um
novíssimo amigo – Carlos Bastos – renomado profissional da GLOBO, na área de iluminação, a
quem vai um abraço apertado. Edu Buys 21 JUN 2010)