O documento discute se o microchip é o sinal da Besta mencionado na Bíblia. Explica que o microchip não é o sinal em si, mas pode ser usado para controlar as pessoas. O sinal verdadeiro é aceitar a autoridade humana em vez da autoridade de Deus, o que será evidenciado pela escolha de guardar o sábado ou o domingo num contexto de prova global ainda por vir. Conclui que os chips em crianças na Flórida não estão relacionados à profecia bíblica.
1. A Marca da Besta é um microchip?
Por Demostenes Neves da Silva
O micro chip não é o sinal da Besta. De acordo com a profecia, a Besta exercerá
controle (o máximo que puder) sobre a humanidade e o micro chip poderá ser um dos
meios de controle sobre as pessoas. O problema não está no micro chip, ou CPF, CIC,
etc. A questão é:
Quando essas coisas isoladamente ou em conjunto se tornarem (o que ainda não
ocorreu) um meio de testar nossa lealdade à verdade, seremos fiéis?
Voltamos à pergunta:
O que é o sinal da besta? Segundo alguns intérpretes dessas idéias alarmistas o sinal é
uma carteira com um chip e faixa magnética que servirá para controlar quem compra e
vende. Esse sistema seria segundo essas pessoas, representado pelo sistema VISA (dos
cartões de crédito). O cartão seria esse sinal. O livro O Grande Conflito discorda desse
ponto de vista:
Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade
[leia-se “sábado”], e honrarem a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia
[leia-se “domingo”], aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma – “o sinal
da besta.” E somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o
povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que,
então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber “o sinal da besta.” i[i]
Portanto,
O sinal (a guarda do domingo somente no contexto do decreto dominical) ainda não
existe - existirá somente quando a lei dominical houver sido imposta e todo o mundo
estiver esclarecido sobre o assunto).ii[ii] Por enquanto a guarda do domingo não é o
sinal da Besta.
É uma escolha de ser leal à autoridade humana em lugar da autoridade de Deus (o sinal
da besta é aceitar ser fiel à autoridade de Roma). Cada um vai demonstrar isso com o
seu comportamento guardando ou não o sábado ou o domingo (o sábado funcionará
como a evidência externa mais destacada da controvérsia dominical, uma “pedra de
toque”) e isto num contexto de prova. Isso é algo que todo mundo verá facilmente.
Não é, pois uma carteira ou algo físico. Formas físicas de controle sobre seres humanos
já foram usadas no passado e um exemplo próximo foi o dos campos de concentração
nazistas. O Sinal é uma coisa e a forma (ou formas) de controle dos leais e desleais ao
sistema é outra. O sinal está no coração e se evidencia pelo comportamento (fugindo,
resistindo ao erro ou aderindo ao sistema). Alguns confundem as formas de controle
(são hoje muitas e poderão ser outras mais sofisticadas no futuro) com o sinal
2. propriamente dito. Assim como a lealdade a Deus (o selo de Deus), não é um sinal
físico, não sendo visível ao olho humano, (conforme as declarações de Ellen White no
Comentário Bíblico Adventista) iii[iii] mas evidenciada através da guarda do Sábado,
também a lealdade à besta (sinal da besta) é evidenciada pela guarda do Domingo no
contexto já citado na passagem do livro O Grande Conflito. (veja também Evangelismo,
p. 235). Devemos ser cautelosos, pois somente saberemos os detalhes desta profecia por
ocasião do seu cumprimento (Testimonies, vol. 8, 159).
Pelo exposto até aqui vemos que os chips nas crianças da Flórida nada tem que ver com
a profecia. Se o sistema será usado no contexto da lei dominical só o futuro dirá.
i[i] Ellen G. White. O Grande Conflito. 28ª ed. (Santo André, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1983), p. 450 (Os grifos e chaves foram supridos, veja também as páginas 610,
611).
ii[ii] Ellen G. White, Evangelismo, (Santo André, SP: Casa publicadora Brasileira, 1978), p.
234
iii[iii] Don F. Neufeld. Editor. Seventh-day Bible Adventist Commentary, vol. 4 (Hagerstown,
MD: Review and Herald Publishing Association, 1996), p. 1161 (CBA em
espanhol, p. 991, 992)