O documento discute o mal-estar causado pelos algoritmos na era pós-digital, mencionando exemplos de arte-ativismo hacker que usaram táticas como hackeamento e notícias falsas para protestar. Apresenta características deste tipo de ativismo como questionamento crítico e anonimato, discutindo obras que desconstroem falsos consensos nas mídias sociais ou visibilizam dados ocultos. Finalmente, lista referências teóricas e coletivos artísticos associados a estas práticas.

1. MAL-ESTAR DO ALGORITMO: notas sobre o
arte-ativismo hacker na era pós-digital
#17.ART
Brasília, outubro de 2018
DANIEL HORA, Prof. Dr. | Centro de Artes | Ufes
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2. “[…] o acidente revela a substância […] porque o QUE
ACONTECE (accidens) é um tipo de análise, uma
tecnoanálise do QUE SUBJAZ (substare) qualquer
conhecimento.
[…] combater os danos provocados pelo Progresso
significa, acima de tudo, descobrir a verdade oculta de
nosso sucesso na revelação acidental […] das
substâncias incriminadas”
VIRILIO, Paul. The Original Accident. Cambridge, 2007. p. 11

3. MAL-ESTAR
ALGORÍTMICO

4. 2011: redirecionamento e notícia falsa no site do jornal The Sun, em
ação de protesto reivindicada por ativistas do LulzSec

5. 2011: The National Anthem, episódio 1 da série Black Mirror

6. ARTE-
ATIVISMO
HACKER

7. hackeamento
arte
ativismo
diferença
tecnológica
manifesto +ação
político/estética
interferência
informacional

8. jodi, CAE, EDT, IAA, etoy,
0100101110101101.org,
epidemiC, !Mediengruppe
Bitnik, UBERMORGEN,
Preguiça Febril, Orquestra
Organismo, Gambiologia

9. “As práticas futuras de vanguarda serão aquelas da não
existência […] Essas estratégias compreenderiam a ação não
existente (o não fazer); aspectos humanos ainda não
mensuráveis; ou a propagação de dados desprezíveis. Não há
prejuízo em se deixar rastrear a partir de comportamentos
forjados, propiciando assim efeitos de controle inefetivo e
incongruente"
GALLOWAY, Alexander et THACKER, Eugene, The Exploit: A Theory of Networks,
Minneapolis, University of Minnesota Press, 2007. p. 136

10. “[…] O período pós-contemporâneo carece de obras de arte que
construam gestos de visibilidade translúcida […] Uma arte que
[…] conecte corpos reais com corpos de dados […] um gesto de
presença radical que rompa com a necessidade da arte
telemática de se esconder atrás do ‘imperceptível’, e incomode
a máquina do estado-mercado, em sua necessidade de manter
corpos inertes ocultos no deserto do real"
DOMINGUEZ, Ricardo, « Entr’actions: From Radical Transparency to Radical Translucency
», in Jordan Geiger, (éd.). Entr’acte: Performing Publics, Pervasive Media, and
Architecture, éd. Jordan Geiger, New York, Palgrave Macmillan US, 2015, p. 73 84, [En‑
ligne : http://link.springer.com/10.1057/9781137414182_4].

11. função autor
(+)revogação
(-)contrafação
(+)renúncia
(-)deserção
agenciamento
anonimato

12. Características do arte-ativismo hacker
Inutensílio crítico (x utilitarismo)
Devir-anônimo (x monopolismo)
Assincronismo (x obsoletismo)
Des/locativo (x territorialização vigiada)
Indecisão tácita, tática, tátil (x eficiência corporativa-
governamental e efetividade tecnocientífica)

13. Hybrids
1998: EVA & FRANCO MATTES

14. Biennale.py
2001: E & F MATTES + EPIDEMIC

16. contravigilância
visualização/mineração de dados
desconstrução de falsos consensos
das mídias sociais

22. Packet Garden
2006: JULIAN OLIVER

23. Odiolândia
2017: GISELLE BEIGUELMAN

24. Paulista Invaders
2013: SUZETE VENTURELLI E MIDIALAB

26. Slow Game
2015- : GARNET HERTZ, WILL ODOM,
RON WAKKARY AND OTHERS

27. REFERÊNCIAS
Alexander Galloway & Eugene Thacker
Electronic Disturbance Theater
Michel Foucalt
André Mesquita
Gregory Sholette
Gerald Raunig
Brian Holmes
Critical Art Ensemble
McKenzie Wark
Gilles Deleuze & Félix Guattari
Tatiana Bazzichelli

28. obrigado!
daniel.hora@ufes.br
ufes.academia.edu/DanielHora
@danielhora