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Baixar para ler offline
E STA D O D E M I N A S         ●     D O M I N G O ,        1 5         D E          A B R I L   D E   2 0 0 7



   2                                                                                         CLASSIFICADOSVEÍCULOS




            FOTOS: CBS/REPRO
                            DUÇÃO



                                    PARADO NA CONTRAMÃO
                                                                                                    ROLIMÃ                                                                         PAREI NA CONTRAMÃO
                                                                                                                                                                                        Daí em diante, o rei
                                                                                                                                                                                                                   DOCE LOUCURA Até o fim de
                                                                                                                                                                                                                   1965, Roberto Carlos acumulava
                                                                                                                                                                                            iniciou a fase de      sete automóveis (foto central): o
             O monarca absoluto do cancioneiro sentimental                                                                                                                          simbiose entre as letras       Impala, um Oldsmobile
               brasileiro completa 66 anos nesta quinta-feira.                                                                                                                       turbinadas com temas          conversível, um Esplanada, um
             Supersticioso ao limite do transtorno obsessivo                                                                                                                            automotivos e uma          Cadillac, um velho calhambeque
          compulsivo (TOC), Roberto Carlos Braga deve estar                                                                                                                              paixão visceral por       e um Fusca 1.6 para os serviços
       com o altar de seu apartamento no Bairro da Urca, no                                                                                                                          carros. Ainda em 1963,        de casa. Em 1968, ganhou um
        Rio de Janeiro, repleto de velas azuis e brancas acesas                                                                                                                      trocou o Fusca por um         Jaguar da gravadora CBS, e, em
        orando para Nossa Senhora. O 66 é o quase diabólico                                                                                                                        Chevrolet Bel Air e, dois       1971, recebeu de presente da
       666, que, dependendo da interpretação dos versículos                                                                                                                          anos depois, com o hit        Chrysler um Dodge Charger. No
                         bíblicos, pode ser o número da besta.                                                                                                                     Quero que tudo vá para          livro está a declaração de
                                                                                                                                                                                   o inferno (1965), sentiu-       Roberto: “Eu apenas procuro
                                                                                                                                                                                  se um monarca absoluto           recompensar as coisas que não
                                          EDITORA
                                                  PLANETA/
                                                          REPRODUÇ
                                                                  ÃO
                                                                                                                                                                                  a bordo de um Chevrolet          tive durante a minha infância de
COMO DOIS E DOIS Tudo vai mal                                                                                                                                                             Impala vermelho          menino pobre em Cachoeiro do
para o rei. A alentada biografia                                                                                                                                                                 conversível.      Itapemerim”.
Roberto Carlos em detalhes
(foto), de Paulo César de Araújo,                                                                                                                                                 ESTRADA DE SANTOS A doutora em ciência ambiental
atrapalha o sono de sua                                                                                                                                                           Tatiana Schor, professora do Departamento de Geografia da
majestade e teve audiência de                                                                                                                                                     Universidade Federal do Amazonas, usa a canção Nas curvas
conciliação entre o autor e                                                                                                                                                       da estrada de Santos como exemplo para sua tese de que
biografado marcada para o                                                                                                                                                         vivemos em uma sociedade na qual as pessoas se reconhecem
malfadado dia 13 – sexta-feira,                                                                                                                                                   como iguais pelo que têm. Para Tataiana, “aqueles que se
às 13h30. Porém, os                                                                                                                                                               vestem com roupas do mesmo tipo, usam sapatos da mesma
advogados do cantor                                                                                                                                                               marca, dirigem carros de valores iguais se reconhecem como
conseguiram adiá-la para dia                                                                                                                                                      pares”. E completa, citando a clássica canção de Roberto : "Se
27. O dia 13 é tão macabro                                                                                                                                                        você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer: entre no
quanto vestir um paletó                                                                                                                                                           meu carro e na estrada de Santos você vai me conhecer".
marrom para o cantor, que
só usa branco e tons azuis.                                                                                                                                                       120...150...200KM/H Foi a bordo do Jaguar, pelas ruas de
                                                                                                                                                                                  São Paulo, que o rei compôs os versos da música que prega o
MEXERICO DA CANDINHA Com tanto qüiproquó, Roberto                                                                                                                                 excesso de velocidade e que dá título à nota. A música,
Carlos voltou às colunas de fofoca, dessa vez não por ser                                                                                                                         conforme ressalta Paulo César na biografia, encerra o ciclo de
“louco, esquisito e cabeludo” ou “porque dirige em                                                                                                                                canções automotivas.
disparada”. Aliás, dirigir em disparada é uma das brasas do
rei, desde quando usava bermuda e era chamado de Zunga,                                                                                                                           A 300 KM /H Além das músicas, a velocidade impulsionou os
em Cachoeiro do Itapemerim (ES), sua terra natal. Época em                                                                                                                        três filmes do rei: Roberto Carlos em ritmo de aventura (1967),
que, como conta Paulo César de Araújo na biografia, teve sua                                                                                                                                                   Roberto Carlos e o diamante cor-de-
paixão despertada pelo automóvel.                                                                                                                                                                              rosa (1969), A 300 km por hora (1971)
                                                                             RONALDO MORAES/O CRUZEIRO/ARQUIVO EM-10/12/66                                                                                     (fotos à esquerda), todos dirigidos
ARQUIVO/EM - 1971                                                                                                                                                                                              por Roberto Faria. Nos dois
                                                                              O CALHAMBEQUE O primeiro foi um jipe                                                                                             primeiros, Roberto interpreta ele
                                                                              de pedal, na vitrine do principal magazine                                                                                       mesmo, em situações que servem
                                                                                da cidade. O pai, Robertino, não pôde                                                                                          de mote para suas músicas. No
                                                                              comprar, mas meses depois, no Natal, deu                                                                                         terceiro, transforma-se no mecânico
                                                                              ao filho um jipinho de madeira, desses de                                                                                        Lalo, que sonha ser piloto de
                                                                                puxar pela cordinha. Com uma forte                                                                                             Fórmula 1.
                                                                                  chuva, o brinquedo desmanchou.
                                                                                                                                                                                                                NOSSA SENHORA Depois da
                                                                             A PRIMEIRA VEZ Anos depois, entre idas                                                                                             overdose de gasolina , só em 1984,
                                                                             e vindas, insucessos e muita persistência,                                                                                         com Caminhoneiro, Roberto Carlos
                                                                                Roberto estourou com Splish splash                                                                                              bebe um pouco de diesel e volta a
                                                                             (1963) e comprou o primeiro carro. Paulo                                                                                           pisar no acelerador. Em 1993,
                                                                                   César conta em detalhes: “Um                                                                                                 retorna ao tema, com O velho
                                                                             Volkswagen 1960, bege, com estofamento                                                                                             caminhoneiro e com a boléia
                                                                                vermelho de chenile, equipado com                                                                                               enfeitada por santinhos e terços.
                                                                               calotas cromadas, antena estilo rádio                                                                                            Com o beatismo atual, a brasa do rei
                                                                                     patrulha e outras bossas”.                                                                                                 agora é pegar carona no papamóvel.
                                                                                                                                 O CRUZEIRO/ARQUIVO/EM




REVISÃO                                                                                                                                                                                                  MOTOR
                                                 REPRESENTANTE                                                                                                    SEGUROS




                                                                                                                               Carlos Cortes/Especial para o EM

                                                                                                               A Bravox inovou no Salão de
                                                                                                            Acessórios, em São Paulo, e
                                                                                                            lançou o subwoofer FLT10D para
                                                                                                            pequenos espaços.
                                                                                                               No estande da marca, Hudson
                                                                                                            Navarro, Cássia Moraes (gerente
                                                                                                            nacional de Marketing da Bravox),                     CHAVES
                                                                                                            Wilson Navarro e Marco Lopes.

                                                                                                           DISTRIBUIDOR

                                                 AR CONDICIONADO




  REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICA
  DE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS
     NACIONAIS E IMPORTADOS.
  AV. BIAS FORTES 954 FONE: (31) 3222-8822



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Rolima 11

  • 1. E STA D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 1 5 D E A B R I L D E 2 0 0 7 2 CLASSIFICADOSVEÍCULOS FOTOS: CBS/REPRO DUÇÃO PARADO NA CONTRAMÃO ROLIMÃ PAREI NA CONTRAMÃO Daí em diante, o rei DOCE LOUCURA Até o fim de 1965, Roberto Carlos acumulava iniciou a fase de sete automóveis (foto central): o O monarca absoluto do cancioneiro sentimental simbiose entre as letras Impala, um Oldsmobile brasileiro completa 66 anos nesta quinta-feira. turbinadas com temas conversível, um Esplanada, um Supersticioso ao limite do transtorno obsessivo automotivos e uma Cadillac, um velho calhambeque compulsivo (TOC), Roberto Carlos Braga deve estar paixão visceral por e um Fusca 1.6 para os serviços com o altar de seu apartamento no Bairro da Urca, no carros. Ainda em 1963, de casa. Em 1968, ganhou um Rio de Janeiro, repleto de velas azuis e brancas acesas trocou o Fusca por um Jaguar da gravadora CBS, e, em orando para Nossa Senhora. O 66 é o quase diabólico Chevrolet Bel Air e, dois 1971, recebeu de presente da 666, que, dependendo da interpretação dos versículos anos depois, com o hit Chrysler um Dodge Charger. No bíblicos, pode ser o número da besta. Quero que tudo vá para livro está a declaração de o inferno (1965), sentiu- Roberto: “Eu apenas procuro se um monarca absoluto recompensar as coisas que não EDITORA PLANETA/ REPRODUÇ ÃO a bordo de um Chevrolet tive durante a minha infância de COMO DOIS E DOIS Tudo vai mal Impala vermelho menino pobre em Cachoeiro do para o rei. A alentada biografia conversível. Itapemerim”. Roberto Carlos em detalhes (foto), de Paulo César de Araújo, ESTRADA DE SANTOS A doutora em ciência ambiental atrapalha o sono de sua Tatiana Schor, professora do Departamento de Geografia da majestade e teve audiência de Universidade Federal do Amazonas, usa a canção Nas curvas conciliação entre o autor e da estrada de Santos como exemplo para sua tese de que biografado marcada para o vivemos em uma sociedade na qual as pessoas se reconhecem malfadado dia 13 – sexta-feira, como iguais pelo que têm. Para Tataiana, “aqueles que se às 13h30. Porém, os vestem com roupas do mesmo tipo, usam sapatos da mesma advogados do cantor marca, dirigem carros de valores iguais se reconhecem como conseguiram adiá-la para dia pares”. E completa, citando a clássica canção de Roberto : "Se 27. O dia 13 é tão macabro você pretende saber quem eu sou, eu posso lhe dizer: entre no quanto vestir um paletó meu carro e na estrada de Santos você vai me conhecer". marrom para o cantor, que só usa branco e tons azuis. 120...150...200KM/H Foi a bordo do Jaguar, pelas ruas de São Paulo, que o rei compôs os versos da música que prega o MEXERICO DA CANDINHA Com tanto qüiproquó, Roberto excesso de velocidade e que dá título à nota. A música, Carlos voltou às colunas de fofoca, dessa vez não por ser conforme ressalta Paulo César na biografia, encerra o ciclo de “louco, esquisito e cabeludo” ou “porque dirige em canções automotivas. disparada”. Aliás, dirigir em disparada é uma das brasas do rei, desde quando usava bermuda e era chamado de Zunga, A 300 KM /H Além das músicas, a velocidade impulsionou os em Cachoeiro do Itapemerim (ES), sua terra natal. Época em três filmes do rei: Roberto Carlos em ritmo de aventura (1967), que, como conta Paulo César de Araújo na biografia, teve sua Roberto Carlos e o diamante cor-de- paixão despertada pelo automóvel. rosa (1969), A 300 km por hora (1971) RONALDO MORAES/O CRUZEIRO/ARQUIVO EM-10/12/66 (fotos à esquerda), todos dirigidos ARQUIVO/EM - 1971 por Roberto Faria. Nos dois O CALHAMBEQUE O primeiro foi um jipe primeiros, Roberto interpreta ele de pedal, na vitrine do principal magazine mesmo, em situações que servem da cidade. O pai, Robertino, não pôde de mote para suas músicas. No comprar, mas meses depois, no Natal, deu terceiro, transforma-se no mecânico ao filho um jipinho de madeira, desses de Lalo, que sonha ser piloto de puxar pela cordinha. Com uma forte Fórmula 1. chuva, o brinquedo desmanchou. NOSSA SENHORA Depois da A PRIMEIRA VEZ Anos depois, entre idas overdose de gasolina , só em 1984, e vindas, insucessos e muita persistência, com Caminhoneiro, Roberto Carlos Roberto estourou com Splish splash bebe um pouco de diesel e volta a (1963) e comprou o primeiro carro. Paulo pisar no acelerador. Em 1993, César conta em detalhes: “Um retorna ao tema, com O velho Volkswagen 1960, bege, com estofamento caminhoneiro e com a boléia vermelho de chenile, equipado com enfeitada por santinhos e terços. calotas cromadas, antena estilo rádio Com o beatismo atual, a brasa do rei patrulha e outras bossas”. agora é pegar carona no papamóvel. O CRUZEIRO/ARQUIVO/EM REVISÃO MOTOR REPRESENTANTE SEGUROS Carlos Cortes/Especial para o EM A Bravox inovou no Salão de Acessórios, em São Paulo, e lançou o subwoofer FLT10D para pequenos espaços. No estande da marca, Hudson Navarro, Cássia Moraes (gerente nacional de Marketing da Bravox), CHAVES Wilson Navarro e Marco Lopes. DISTRIBUIDOR AR CONDICIONADO REVISÃO GERAL, TROCA TÉCNICA DE ÓLEOS E FILTROS P/ VEÍCULOS NACIONAIS E IMPORTADOS. AV. BIAS FORTES 954 FONE: (31) 3222-8822 LANTERNAGEM E PINTURA