1. Mariana Fonseca 11ºF
Minha metade,
Já fez algum tempo em que te tornaste o maior alimento da minha alma. A ti me
entreguei por completo e assim formamos uma aliança.
Hoje aqui estou, uma vez mais, a renovar e justificar esta devoção que te tenho…
Não é segredo para ninguém que te considero uma ilusão, quase como magia, onde todos
os traços que te definem foram feitos com o maior detalhe e com o principal objectivo de
me atraírem… Oh fantasiosa paleta de verdes e mel em que me permiti entrar para,
aparentemente, não sair. Essa é aquela que me deixa quase como embevecida quando
chama por mim e caímos num rodopio sem fim …
Sinto-me presa nessa robustez possante que me ofereceste, sinto que não tenho fuga, mas
sinto também que não é uma fuga que eu quero … Sentir os teus lábios a dançarem com
os meus não é viver amarrada de forma tortuosa, mas sim ver-me presa numa fantasia
onde se respira unicamente magia.
Estou numa euforia tal, numa ansiedade tamanha, quase infantil, como sempre, e tudo
porque me ensinaste o que é ter um chão, o que é descobrir a estabilidade da minha
essência noutro corpo que não o meu, mas o teu, o que é sentir o equilíbrio do meu ser no
segredo da tua pessoa e, sobretudo, o que é ter alguém por quem incondicionalmente a
minha alma desesperadamente berra!
Desculpa se demonstro independência e imaturidade, desculpa se deixo o meu peso sobre
as tuas mãos, desculpa não ser uma fantasia, mas obrigada por estares comigo em
qualquer parte do Mundo, obrigada por me sentir abrigada no calor das tuas palavras
amigas e obrigada por me fazeres sentir como a outra face de uma mesma moeda …
Hoje, hoje, como ontem e amanhã, digo-te que aqui estou porque o teu coração está
discretamente a aquecer o meu e hoje, hoje, como ontem e amanhã, peço-te que não
largues a minha mão, porque não me vejo forte o suficiente para lutar contra o meu
próprio escudo. Perder-te era perder-me a mim. Perder-te? Perder-te era perder a magia
que está por detrás de cada letra. Perder-te? Perder-te era brotar, como correntes de águas
selvagens, as inúmeras lágrimas que fervilham apaixonadamente por ti. Perder-te?
Perder-te era perder o resto das páginas em branco …
Meu amor, minha metade, minha magia e consequente fantasia, a ti me entreguei de
corpo e alma e contigo deixei o meu coração, não só neste dia (14/02/2010), mas hoje,
ontem e amanhã.