1) Um massacre ocorreu em um estádio de futebol no Egito, deixando mais de 70 mortos e mil feridos.
2) O massacre foi organizado pelas forças de segurança e grupos pró-governo para atacar torcedores revolucionários.
3) O ataque provocou protestos contra o governo militar no Cairo, que foram violentamente reprimidos.
1. 03/02/2012 EGITO: MASSACRE NO ESTÁDIO
UMA NOVA PROVOCAÇÃO CONTRAREVOLUCIONÁRIA DOS OFICIAIS DO EXÉRCITO
ASSASSINO, CONTINUADORES DE MUBARAK, CONTRA AS MASSAS
N
o dia 1 de fevereiro, na cidade de
Port Said, sobre a costa do Mar
Mediterrâneo, desenvolvia-se um
jogo pela liga egípcia de futebol
entre o clube local Al Masri e o visitante Al
Ahly.
3 a 1 era o resultado parcial, a favor dos
locais, que mais de 20 anos não conseguia
derrotar ao famoso clube do El Cairo. A
tensão brotava no ar (esta partida já tinha
sido reprogramado 5 vezes por temor a
incidentes). Até que o desastre
desencadeou toda sua fúria.
Os “Ultras” do Clube Al Masri, com a
cumplicidade das forças de segurança
(3.000 efetivos cobriam o jogo, uma
quantidade altamente demasiada para Ataque contrarrevolucionario en el estadio de Al Masri, Port Said
uma partida de futebol que tinha 13.000
espectadores), invadiram o terreno do jogo exploradas. “No Egito segue o caos. É que apenas um
para linchar aos jogadores e torcedores do dia após o massacre no estádio de Port
time rival. A matança e o terror sangrento Este fato, brutal e assassino, não é um Said que deixou um saldo de 71 mortos, os
tinham começado. caso isolado. Já faz meses que vêm se manifestantes que se ajuntaram nos
Fogo e fumaça invadia o estádio. Paus, protagonizando assassinatos a sangue frio arredores do Ministério do Interior no El
facas, pedras e facões lançavam-se sobre contra as massas revolucionárias egípcias Cairo para repudiar a falta de medidas de
os torcedores do clube Al Ahly. Nos que saem a enfrentar ao governo da junta segurança no estádio foram duramente
primeiros minutos, entre o pânico e o militar por ser a continuidade do deposto e reprimidos pela polícia. O saldo? 388
desespero, já se falava de centenas de odiado Mubarak. feridos”. Outro dos diários importantes
feridos e dezenas de mortos, dentro e fora Não obstante, também não pode ser visto manifestava que os manifestantes que
do estádio. Alguns por asfixia e outros por como um fato “nacional” ou por uma “crise saíram à rua a expressar sua fúria eram
golpes e facadas. política egípcia” como quer passar a milhares. Buscavam protestar contra o
Hoje já se sabe que os mortos são mais de imprensa burguesa que com desprezo fala Conselho Supremo das Forças Armadas,
70 e os feridos mais de mil, aumentando de que essa “é a violência da primavera que governa o país desde a queda de
assim a lista de mártires entregados à árabe”. Esses “jornalistas” mentem com Hosni Mubarak, a raiz da tragédia que se
heróica revolução no Norte da África e total desaforo. Este ataque é parte dos viveu depois da partida entre Al-Masry e Al-
Oriente Médio. É que só com uma ação massacres que na Síria executam o Ahly”.
contra revolucionária, meditada e exército de Assad contra as massas e o
preparada conscientemente, pode ser povo pobre. É parte dos assassinatos em Nestas horas se fala de mais vários mortos
explicado tanta fúria criminosa. Aqui nada massa no Bharein, em Iêmen. Dos ataques pelas mãos das forças repressivas.
pode dilacerar o verso que tamanho por parte do CNT contra as milícias Líbias. Enquanto, aproveitando os
massacre se deve a uma rivalidade entre Das repressões violentas contra os acontecimentos, saem a declarar os
clubes de futebol. Isto foi preparado pelas trabalhadores desempregados e a oportunistas desse partido burguês
bandas fascistas do Mubarak, a casta de juventude tunisina. Dos massacres chamado os “Irmãos Muçulmanos” (que
oficiais do exército assassino e a junta generalizadas do estado sionista-fascista hoje, bancados pelas monarquias do golfo
militar comandada por Tantawi que de Israel contra as heróicas massas pérsico e depois da fraudulenta
governa o país sob as ordens do carniceiro palestinas. “Assembleia Constituinte”, governam
Obama e o Pentágono (o imperialismo Isto é, os acontecimentos de Port Said são Tunísia através do partido Enahda). Estes
ianque financia com 3.000 milhões de um elemento a mais de um plano “Irmãos Muçulmanos”, que sempre cuidam
dólares por ano ao exército egípcio). contrarrevolucionário, do imperialismo e as muito bem de se localizarem a milhares de
burguesias cipaias, que tem como objetivo quilômetros de distância das balas e dos
Seguindo o calendário da histórica banhar e afogar em sangue a revolução no combates das massas -demonstrando que,
Revolução Russa, poderíamos definir Norte da África e Oriente Médio, para que como ontem foi com o Mubarak, seguem
estes fatos como uma mini “Jornada de esta não cruze o Mediterrâneo e insurja aos sendo fiéis sustentadores do regime
julho”, que teve como objetivo dar uma explorados de toda Europa que estão assassino- buscam utilizar o genuíno ódio
punição e um duro golpe sendo terrivelmente atacados pelos e mobilização das massas para exigir uma
contrarrevolucionário sobre setores governos imperialistas. saída pactuada e “democrática” do
específicos da vanguarda proletária e dos governo de Tantawi. Desta forma os
estudantes combativos. Uma verdadeira A confirmação do massacre de Port Said “Irmãos Muçulmanos” tentam para que não
armadilha cinicamente calculada pela ser uma ação contrarrevolucionária, são os sejam as massas revolucionárias as que
burguesia contra explorados indefesos. acontecimentos que continuaram no El conquistando o armamento e pondo em pé
Indubitavelmente o ataque devia ser Cairo em 2 de fevereiro onde as massas, suas milícias, isto é pelo caminho da
certeiro e provocar nesse mesmo dia identificando que o ataque foi organizado revolução na Líbia, esmaguem ao regime e
porque, tal como se conhece O Cairo e todo pela junta militar assassina, voltaram a sejam um impulso revolucionário para
Egito, os torcedores do Al Ahly são em sua ganhar as ruas, a instalar suas barricadas todos os explorados da região; começando
maioria trabalhadores e estudantes (a de combate e ocupar a Praça Tahrir. pelas massacradas massas da Síria e
imprensa os cataloga como Também ocorreu uma mobilização em Palestina.
“extremamente radicais”) que foram parte massa dos “torcedores de vários times e
dos piquetes e comitês de autodefesa que milhares de civis” (como informa a O ódio cresce e com ela a repressão
no ano passado, na praça Tahrir, imprensa) contra o Ministério do Interior assassina do governo. As ruas do Cairo
enfrentaram os bandos fascistas enviadas pedindo “a renúncia do governo da junta voltam a estar em chamas.
pelo presidente Mubarak que foi derrotado militar”. Dita mobilização foi ferozmente
pela luta revolucionária das massas reprimida. Esta era a parte atualizada de Segue na pág. 17
uns dos diários de maior circulação do país: