A carta resume as reivindicações dos servidores públicos municipais de Belo Horizonte contra a prefeitura. Eles alegam que a prefeitura não investe em áreas sociais, desrespeita os trabalhadores e não apresentou proposta para as reivindicações salariais entregues há um mês. Por isso, os servidores decidirão fazer uma greve a partir de 30 de abril caso a prefeitura continue sem responder.
1. Carta aberta à população de Belo Horizonte
Se começar uma greve em BH, a culpa é da prefeitura, que não
investe no serviço público e não respeita os trabalhadores!meça
umão respeita os trabalhadores!
Os servidores públicos municipais de Belo Horizonte vêm a público para repudiar a atitude da prefeitura de
Belo Horizonte de não apresentar proposta e de nem sequer negociar as reivindicações dos trabalhadores –
que foram entregues à prefeitura há mais de um mês.
A prefeitura de Belo Horizonte mostra cada vez mais que não tem respeito à sociedade. Além de beneficiar
os grandes empresários e não investir nas áreas sociais, a administração de Márcio Lacerda insiste em
desrespeitar e desvalorizar os servidores. Esse desrespeito é uma demonstração de como vem sendo tratado o
serviço público de Belo Horizonte – provavelmente para garantir o lucro fácil das grandes empresas e,
consequentemente, garantir o financiamento das próximas campanhas eleitorais.
Não é por acaso que obras são refeitas desmanchando outras recém terminadas e serviços públicos na edu-
cação, na saúde, na limpeza urbana e até na segurança pública são privatizados.
Enquanto isso, a educação das crianças e dos jovens está cada dia mais comprometida, pois, não há investi-
mento nos professores e demais profissionais: apenas gasta-se dinheiro com construções, muitas vezes mal
feitas e inadequadas. Contrata-se pessoal para as escolas sem concursos públicos possibilitando um grande
cabide de empregos para se manipular eleitoralmente.
Na saúde não são poucos os problemas: a explosão da dengue é apenas a ponta da situação calamitosa da
saúde que sofre sem profissionais, sem infraestrutura e sem ações eficazes para garantir a prevenção e o
atendimento às pessoas. Os discursos da prefeitura sobre a dengue apenas culpam a população e escondem a
responsabilidade, a omissão e a negligência da prefeitura, que poderia ter feito ações pra prevenir e
minimizar os efeitos catastróficos da epidemia.
A cidade também sofre com o caos do trânsito e do transporte público. As obras com a desculpa da Copa são
tocadas e retocadas gastando todo o dinheiro, mas o investimento sério em transporte como a ampliação do
metrô e da criação do ramal do Barreiro ficam de lado. Apenas aumenta-se o preço dos ônibus, dos taxis, dos
talões de estacionamento...
Outra situação grave é a do aumento da violência, principalmente entre os jovens que ficam a mercê da sorte,
pois não contam com sérios projetos de qualificação profissional, de acesso ao trabalho e de lazer e cultura.
Diante desses e de vários outros problemas, os servidores municipais de toda a PBH estão unificados e
resolveram dar um basta ao prefeito Márcio Lacerda. Decidiram defender melhores condições
salariais e de trabalho para bem desempenharem suas funções para o povo da cidade. Os
trabalhadores sempre buscaram atender da melhor forma possível a população mesmo não tendo as
melhores condições e nem sendo dignamente valorizados. Mas não podem suportar isso para sempre.
Como a prefeitura não apresentou nenhuma resposta às nossas reivindicações, os servidores decidiram em
assembleia fazer um dia de paralisação no dia 23 de abril, para estarem presentes numa audiência
pública na Câmara sobre a campanha salarial dos servidores, e iniciar uma greve por tempo
indeterminado a partir do dia 30 de abril, caso continue o silêncio irresponsável do prefeito.