Papel do Turismo num novo modelo de desenvolvimento da economia portuguesa
1. Pós – Graduação em Marketing Turístico
Tema: Papel do Turismo num novo modelo de desenvolvimento da
economia portuguesa
Seminário: “Políticas de Desenvolvimento Turístico”
Docente: Dr. José Poças Esteves
Discente: Cláudia Sofia Rodrigues Samouqueiro e Vasconcellos
N.º 20095935
Local: Campo Grande, Lisboa
Data: 2009/10/31
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A economia portuguesa está a sofrer um processo de descontinuidade e
reajustamento dos seus padrões de modernização e modelos de
desenvolvimento. Neste contexto, o Turismo pode ter um papel
determinante no futuro da economia portuguesa.
a. Qual o papel que o Turismo pode ter num novo modelo de
desenvolvimento da economia portuguesa?
O Turismo tem uma grande importância num novo modelo de desenvolvimento
da economia portuguesa, pela capacidade de criar emprego e gerar riqueza
para o país, contracenando com o aumento do endividamento do país. É um
sector em que existem diversas vantagens competitivas.
O turismo é um dos mais importantes sectores da economia portuguesa,
representando cerca de 8% do PIB (INE, 2007) e absorvendo perto de 10% do
emprego (INE, 2007).
Segundo o PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo), o turismo irá
contribuir para a economia com mais de 15% do PIB no ano de 2015 e irá criar
mais de 15% de emprego (Turismo de Portugal, 2008)
Portugal ocupa a 20ª posição no "ranking" dos principais destinos turísticos ao
nível mundial (OMT, 2007) com 12,3 milhões de turistas, e na 21ª posição no
“ranking” das receitas, com 10,9 mil milhões de dólares.
Houve um crescimento de receitas turísticas de 0,5% em relação ao ano
anterior, uma taxa melhor que a média europeia de -1,1%. (Jornal de Negócios,
2009).
- A competitividade global e indução de factores diferenciadores, de inovação e
modernização, irão atrair recursos, competências e riqueza para o país.
Portugal necessita de especializar-se em sectores onde detém o know-how e,
associado a novas tecnologias, poderá produzir uma parte de um
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produto/serviço num local, e através da globalização, aliado a outros países,
ser produzidas as restantes partes do produto/serviço noutra parte do Mundo,
gerando diferenciação, especialização e inovação tendo como consequência
mais riqueza para o país.
- A sociedade portuguesa / agentes económicos estão a mudar ao nível de
comportamentos e valores, estão a homogeneizar-se, facilitando a
comunicação, fluxo de informação e uma comercialização/prestação de
serviços mais exigente, inovadora e diferenciadora.
- O conceito de imagem/marca “Atlântica” adquire uma importância extrema, ao
ser Portugal conhecido ao nível internacional. O país adquire uma imagem
mais abrangente (e não a imagem do pequeno País implantado à beira mar na
periferia da Europa). Por exemplo, face às novas plataformas de localização
das actividades económicas: Portugal, Brasil e Angola têm a Costa Atlântica
como denominador comum, havendo negócios económicos de grande
importância neste triângulo de países localizados na Costa Atlântica. Os
negócios ganham expressão e conhecimento através desta marca/imagem.
- A variedade na oferta turística no país irá provocar um efeito multiplicador na
grande diversidade de serviços e actividades económicas associados ao
turismo. O turismo tem impacto em outros sectores como os transportes, o
alojamento, a alimentação, as práticas desportivas, o comércio a retalho, a
construção e muitos outros que fornecem produtos de férias ou serviços
relacionados com lazer e negócios.
O turismo organiza os outros sectores acima referidos que se encontram
dispersos (saúde, alimentação, estradas, transportes, desportos), pois precisa
dos mesmos para dar uma oferta com qualidade e diversificada.
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b. Apresente e justifique as razões que, na sua opinião, considera as mais
importantes desse papel.
- odem considerar-se factores-chave da atracção de Portugal como destino
turístico, o agradável clima português e a beleza da sua costa marítima de
1.792 km.
Acresce a esta beleza natural, o património cultural e histórico, a identidade do
nosso povo, os monumentos, a hospitalidade, os recursos humanos
qualificados, as infra-estruturas de qualidade para a prática de desportos
náuticos e radicais, e sobretudo de golfe, bem como ao nível da hotelaria
(desde os hotéis de luxo, de charme, ao turismo de habitação, às pousadas
históricas até ao turismo rural), a gastronomia tradicional diversificada (como é
o caso dos rojões, passando pelas migas com carne, carne de porco à
alentejana, a caldeirada à fragateiro ou o ensopado de enguias, não
esquecendo a deliciosa doçaria portuguesa como o toucinho do céu, as
barrigas de freira ou o pão de rala) e, por outro lado temos o vinho de grande
qualidade reconhecido internacionalmente como é o caso do Vinho do Porto e,
a capacidade de diversificar a oferta com mais destinos de grande qualidade.
No entanto, Portugal tem ainda outros pontos fortes:
- Posicionamento geoestratégico relevante, com potencialidades de realizar
fortemente investimentos nos clusters do mar (conjunto de actividades ligadas
às actividades do mar que geram riqueza e competitividade, melhorando
consequentemente a economia portuguesa no futuro (Esteves, 2009).
- País europeu moderno com grande crescimento em áreas tecnológicas e do
conhecimento e nas energias renováveis. É detentor de recursos humanos e
serviços com elevada qualidade e profissionalismo, mas com preços muito
competitivos, no entanto não é suficiente pois há outros países detentores
desse know-how.
- Portugal tem condições para as empresas criarem redes de valor
acrescentado, graças à globalização, existindo uma articulação entre os
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agentes públicos e privados, facilitando a actividade do turismo e sectores
associados.
- Para o turismo, a competitividade não está só entre os países mas sim entre
as regiões de um País. Os autarcas também têm responsabilidades nesta área,
têm que ter consciência de quais são os grandes sectores geradores de
riqueza com condições competitivas para a região poder desenvolver-se num
quadro de desenvolvimento nacional turístico.
- O desenvolvimento do turismo deverá estar associado à requalificação e ao
crescimento em valor, apostando no sol e mar e na redução da sazonalidade
potenciada pela aposta no turismo de negócios e no golfe. Pretende-se ainda
aumentar a diversidade, desenvolvendo outros produtos como o turismo
residencial, o turismo de saúde e turismo espiritual / religioso e potenciar
resorts integrados com oferta hoteleira de referência internacional.
O trinómio Turista, TIC (tecnologias da informação e do conhecimento) e
Transportes irão condicionar a forma e a dimensão do turismo até 2025, na
medida que surge um novo turista com comportamentos diferentes e atitudes
de compra diferentes em circunstâncias diferentes (designado por multivíduo)
numa sociedade onde existe uma procura sofisticada, diversificada (sociedade
mosaico), por outro lado surgem novas TIC que são mais baratas, mais
eficientes, fornecem mais informação e conhecimento do cliente (gostos e
necessidades), existe uma maior relação cliente / prestador do serviço e por
último, existe uma maior mobilidade dos turistas face à eficiência e custo dos
transportes. A sociedade está mais aberta, os transportes são melhores, mais
eficientes e baratos.
São estas as vantagens competitivas que tornam com que o Turismo em
Portugal assuma um papel de destaque no desenvolvimento de um novo
modelo de desenvolvimento económico em Portugal.
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BIOGRAFIA
ESTEVES, José (2009), “Políticas de Desenvolvimento Turístico”, Seminário,
ESTEVES, José (2009), “ O Governo está a realizar investimento recorrendo a
um paradigma do passado”, Jornal Semanário
TURISMO DE PORTUGAL, IP (2008), “PENT – Plano para o Desenvolvimento
do Turismo em Portugal”
NEGÓCIOS, Jornal (2009), “Portugal é o 20º destino turístico mundial pelo
número de turistas estrangeiros”, consultado em 31 de Outubro de 2009 em
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=376296
BANCO DE PORTUGAL (2007), “O Turismo – Importância na economia
portuguesa”, consultado em 31 de Outubro de 2009 em
http://pt.shvoong.com/law-and-politics/1682577-turismo-importancia-na-
economia-portuguesa/