1. CONTINUA NA PRÓXIMA PÁGINA
Nº 5.647
Rio de Janeiro, 26 de junho de 2017
Editado por Insight Comunicação
www.insightnet.com.br
Editores
Claudio Fernandez | Alexandre Falcão
Redação
21 2509-5399
Temer avança
O Banco do Brasil vai aumentar
o volume de recursos disponíveis
para o financiamento habitacional,
em todas as faixas do mercado.
Seguirá, assim, os passos da Caixa
Econômica – ver RR de 13 de
junho. Consultado, o BB não se
pronunciou sobre o assunto.
q q q
Por falar em banco público, a Caixa
Econômica deverá se juntar ao
BNDES no apoio à privatização de
concessionárias de saneamento.
De Lula para o mundo
Lula articula uma entrevista a
jornal estrangeiro de grande
expressão. Pretende dizer que
seu maior propósito é unificar
o país, criar um clima de
concórdia e terminar com a raiva
que hoje os brasileiros têm de
brasileiros. Tudo bem que esse
seja o discurso lá fora. Mas aqui
dentro, depois da sentença de
Moro, o pau vai comer firme.
Bye, bye, Magnesita?
Burburinho do momento no
mercado: a Magnesita fecha o
capital na Bovespa e passa a
ser listada na Bolsa de Londres.
Sentido faz: a austríaca RHI,
nova controladora da fabricante
de refratários, já tem capital
aberto na City.
A Kroton está prestes a ser
abalroada por dois bólidos: de um
lado, o Cade; do outro, o GIC, que
surge como novo consolidador do
mercado de educação. O fundo so-
berano de Cingapura se aproveita do
duplo chapéu de acionista tanto da
Cruzeiro do Sul Educacional quanto
da Somos Educação para costurar a
associação entre as duas companhias.
Da primeira, os asiáticos têm 40%;
da segunda, 18%. As tratativas são
conduzidas por Eduardo Samara,
que assumiu, em fevereiro, o posto
de vice-presidente sênior do GIC no
Brasil. A proposta de fusão conta com
o apoio de outros acionistas das duas
empresas, sobretudo daqueles que
mais pesam na balança, tanto de um
lado quanto do outro: pela Cruzeiro
do Sul, as famílias Figueiredo e Pa-
dovese, fundadoras e ainda acionistas
majoritárias; pela Somos, a Tarpon
Investimentos, dona de 74,8% da
companhia. Todos, assim como a
própria GIC, teriam uma participação
relevante na nova empresa.
As duas redes de ensino vivem
circunstâncias distintas. Desde que
assumiu o controle da antiga Abril
Educação no lugar dos Civita, há pouco
mais de dois anos, a Tarpon corta
um dobrado para colocar o negócio
nos eixos. Em 2015, amargou um
prejuízo de mais de R$ 600 milhões.
No ano passado, à custa de muitos
cortes, conseguiu reduzir as perdas
para R$ 70 milhões. Nesse período,
ainda teve de desmantelar um esque-
ma montado por alguns funcionários
da Somos para a compra irregular
de material no âmbito do Programa
Nacional do Livro Didático (PNDL).
A Cruzeiro do Sul tem tirado
melhores notas no quesito perfor-
mance financeira. Nos últimos dois
anos, teve um lucro combinado de
quase R$ 150 milhões. Ainda assim,
falta-lhe escala e capilaridade para
concorrer com os grandes grupos
do setor – sua atuação está pra-
ticamente restrita a São Paulo. Há
pelo menos dois anos, as famílias
Figueiredo e Padovese alimentam a
ideia do IPO do grupo. No entanto,
a chegada do GIC, que, em janeiro
deste ano, comprou a participação
do fundo inglês Actis, colocou no
horizonte a possibilidade de fusão
com a Somos. A combinação resul-
taria em um grupo com um Ebitda
de mais de R$ 600 milhões e um
faturamento de R$ 2,6 bilhões, a
números de 2016 – para efeito de
referência, algo como um terço da
receita somada de Kroton e Estácio.
Fundo de Cingapura é o novo
adversário da Kroton
O Carrefour pretende bater o martelo na Bolsa até agosto. É o IPO mais aguardado do ano.
2. Assinaturas e-mail: relatorio@relatorioreservado.com - Tel: 21 2526-7004 | Disponível para os assinantes em www.relatorioreservado.com.br
Copyright Relatório Reservado - Negócios & Finanças. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo deste jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita.
As informações publicadas neste veículo não exprimem declarações oficiais das empresas e personagens citados, à exceção de circunstanciais afirmações de caráter formal, identificadas pela divulgação entre aspas.
Sercomtel entre o aporte ou a guilhotina
A grave crise financeira da Sercomtel, operadora de telefonia de Lon-
drina, deverá bater no cofre do Tesouro paranaense. Uma fonte do governo
do estado informou ao RR que há discussões para um aporte emergencial da
Copel na companhia. A distribuidora de energia detém 44% do capital – o
restante pertence à própria Prefeitura de Londrina. Um anacrônico enclave
estatal no meio de um setor totalmente privado, a Sercomtel carrega uma
dívida de R$ 140 milhões, o dobro do seu patrimônio. Na última semana, a
Anatel deu um ultimato: se, em um mês, a empresa não apresentar um
plano de saneamento das suas finanças e garantias de continuidade das
operações, a Agência deverá decretar a caducidade da concessão.
Na falta do ideal, Sabesp apela para o possível
O RR apurou que a Sabesp deverá fazer uma oferta de debêntures de até
R$ 500 milhões. Boa notícia? Sim e não. A emissão denota a dificuldade do
governo paulista de colocar de pé seu Plano A para a capitalização da esta-
tal: a criação de uma holding que teria o capital aberto em bolsa. O projeto
chegou, inclusive, a ser apresentado com pompa pelo próprio governador
Geraldo Alckmin a investidores em Nova York, há pouco mais de um mês.
BNDES paz e amor
O novo presidente do BNDES,
Paulo Rabello de Castro, tem se
mostrado disposto a renegociar a
dívida do Estaleiro Atlântico Sul
com o banco, de mais de R$ 1,3
bilhão. Camargo Corrêa e Queiroz
Galvão agradecem. O acordo
funcionaria como uma “carta-
finança” que as duas empreiteiras
usariam para tentar vender o
estaleiro. Consultado, o banco diz
que só "se manifesta nos casos
em que eventuais renegociações
tenham sido de fato concluídas".
A Eletronuclear vai retomar
as obras de Angra 3 no
primeiro trimestre de 2018.
Se a Lava Jato deixar, claro.
Biblioteca Rocha Loures
Rodrigo Rocha Loures sempre foi
um homem muito organizado.
Além do longo histórico de
mensagens em seu celular, a
Polícia Federal colheu um vasto
e valioso acervo de e-mails e
arquivos em seus computadores.
A força-tarefa da Lava Jato já
está se deliciando com o material.
Ponto final
As seguintes empresas não retornaram
ou não comentaram o assunto:
GIC, Somos, Cruzeiro do Sul, Copel,
Magnesita, BNDES e Atlântico Sul.
A mosca azul da “perenidade”
parece ter picado Jayme Garfinkel,
controlador da Porto Seguro. O em-
presário tem flertado com a ideia de
remendar mais uma vez o estatuto
da seguradora e estender sua perma-
nência na presidência do Conselho.
Pela regra original, ele deveria ter
deixado o cargo de chairman em
novembro de 2016, ao completar 70
anos. No entanto, pouco antes da
data limite, subiu o teto para os 72
anos, prorrogando seu mandato até
o fim de 2018. Agora, se pergunta
por que não seguir “aconselhan-
do” formalmente seus executivos
até os 74 ou 75 anos? Talvez seja a
proximidade com Roberto Setubal,
seu sócio – o Itaú é dono de 30% da
seguradora. Setubal mudou o estatuto
do banco e ganhou mais dois anos
na presidência. De todo o modo,
caso Garfinkel se contente em ser
jubilado ao fim do ano que vem, o
clã já tem um potencial sucessor
no Conselho da Porto Seguro: em
março deste ano, Bruno Garfinkel,
filho de Jayme, deixou a diretoria
de automóvel da empresa para se
aninhar no board. Procurada pelo RR,
a Porto Seguro não se pronunciou
até o fechamento da edição.
“Síndrome de Setúbal”