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Fronteiras e Globalização: velho conceito, novos processos.
Entende-se por fronteiras os limites terrestres, marítimos e aéreos ( físicos, como rios, ou abstratos, como
linhas imaginárias), que separam um território de outro, delimitando o espaço que configura o território nacional
( ou uma unidade política). no entanto, nem sempre esse conceito está ligado apenas a uma dimensão política,
conforme veremos a seguir diversos tipos de fronteiras:
Fronteiras políticas: foram criadas , sobretudo, para delimitar o território de um estado nacional, englobando
também o espaço aéreo e suas águas territoriais. há muitos conflitos e tensões quando o assunto é fronteira
internacional, visto os inúmeros conflitos que sempre ocorreram na história em decorrência disso. na dimensão
política, esse conceito de fronteira está sobretudo ligado à questão da soberania nacional.
Fronteiras econômicas: por fronteiras econômicas, podemos entender o processo de formação de mercados
regionais em todo mundo advindo da globalização ( como o Mercosul, NAFTA, União Europeia, APEC) nos
quais em muitos desses megablocos econômicos é permitida a livre circulação de pessoas, bens e serviços, ou
mesmo os limites econômicos entre os setores de produção dentro de um determinado território, por exemplo
no estado do Rio de Janeiro temos um setor Metal-Mecânico no sul do estado e a atividade extrativista no
norte, com a exploração de petróleo, passando pela indústria têxtil na região serrana.
Fronteiras culturais: as fronteiras culturais são os limites territoriais entre os grupos étnicos e religiosos, caso
por exemplo, dos índios no Brasil, ou num plano internacional, do povo Basco na Espanha, ou do povo
palestino. em muitas dessas fronteiras podemos explicar conflitos étnicos entre muitos desses grupos. uma
relação de uma determinada cultura impede que se chegue a outra . o que acaba muitas vezes gerando esses
atritos.
Fronteiras naturais: são as fronteiras determinadas por elementos da natureza, como por exemplo, os climas,
as florestas, os solos, relevo... geralmente, esses limites não correspondem aos limites políticos, como no caso
do Brasil, temos o norte de minas com um clima semelhante ao do nordeste, no entanto, não corresponde ao
mapa político. a Floresta amazônica também é um exemplo, se estendendo para países vizinhos ao Brasil. um
dos casos em que um fator natural delimita partes políticas é nos montes Urais, na Rússia, que separam a
Europa da Ásia.
A pergunta que fica é: diante do atual processo de globalização, como podemos tratar o conceito de fronteira
quando o capital global se impõe às culturas, e até mesmo à natureza? Há esse processo mesmo diante de
uma unificação e interdependência cada vez mais acentuada? O imperialismo, a exploração dos recursos
naturais, sobreposição da cultura dos países hegemônicos nas relações de poder mundial e concentração de
muitos recursos nas mãos de poucos são o contraponto dessa ideia de fronteira, que vem cada vez mais sendo
dissipada em prol dos interesses dos países dominantes no cenário Geopolítico mundial, em que podemos
perceber essa noção em que ser desenvolvido significa deixar de lado a cultura, as leis, e até mesmo os
recursos naturais locais em busca de um desenvolvimento idealizado pelos próprios países hegemônicos do
globo. Jefferson Araujo
Fronteira, Território e Territorialidade
As fronteiras dividem povos, separam nações e distanciam culturas. Essas barreiras imaginárias já foram
cenário de batalhas sangrentas, em que pessoas se digladiavam com um único objetivo de ampliar o domínio
geográfico de seus países.
Daí a ideia de as fronteiras serem conhecidas como linhas vermelhas, E entrar no território alheio pode ser uma
afronta.
Os conceitos de território e territorialidade, no sentido de espaço ou área definida e caracterizada por relações
de poder, estão interligados. A noção de poder, domínio ou influência de vários agentes (políticos, econômicos
e sociais) no espaço geográfico expressa a territorialidade, daí a afirmação "entrar em território alheio" poder
ser considerada uma afronta. O território é o espaço que sofre o domínio desses agentes, e à forma como eles
moldaram a organização desse território chamamos territorialidade. As metrópoles mundiais, os organismos
econômicos mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (BIRD), grandes empresas transnacionais e até mesmo organizações criminosas exercem a
territorialidade, ou domínio, em várias regiões do espaço geográfico.
Para compreender o que é um território, é preciso considerá-lo como produto do trabalho de uma sociedade,
com toda a sua complexidade econômica e cultural. Uma determinada área, em qualquer ponto do espaço
geográfico, pode ser definida por seu tipo de governo, sua cultura, seu sistema econômico e outros agentes
que influenciam a sua organização e que a individualizam nesse espaço. Na política, o território é o espaço
nacional controlado por um Estado - nação.
As fronteiras delimitam ou separam os lugares, os territórios e as paisagens e podem ter um significado mais
amplo do que simples linhas de separação entre países.
Principais tipos de fronteira
Fronteiras políticas
O espaço onde o Estado Nacional exerce sua soberania também é chamado território. Esses territórios são
separados por limites, que muitas vezes são acidentes naturais (rios, lagos, cadeias de montanhas). Algumas
vezes, esses limites são apenas rua ou uma estrada. De qualquer forma, construídos pela natureza, ou não,
esses limites foram estabelecidos após séculos de um passado que envolveu guerras, acordos, conquistas e
tratados.
Se, por um lado, as fronteiras são elementos de separação de povos e culturas, elas podem significar também
uma aproximação entre nações vizinhas, quando essa separação territorial não implica disputas e rivalidades.
As fronteiras políticas podem ser:
-Fronteiras efetivas, que representam limites territoriais reconhecidos internacionalmente, como a fronteira
entre Brasil e Uruguai.
-Fronteiras em litígio, onde existe um limite territorial de fato, sobre o qual não há acordo, ou que está sujeito
a arbitragem, como ocorre com Venezuela e Suriname.
Existem ainda as fronteiros indefinidos, onde não foram demarcados limites fixos entre os Estados; os limites
mostram, apenas, áreas aproximadas de soberania, como, por exemplo, entre lêmen e Arábia Saudita.
Podemos representar essas fronteiras através da cartografia. A cada um desses territórios delimitados
chamamos países. Hoje, no planisfério político, temos 192 países. Eram apenas 82, em 1950. À medida que
novos países são acrescentados no mapa-múndi, aumenta o número de disputas de fronteiras internacionais.
O Estado - nação é essencialmente formado de três elementos: 1) o território; 2) um povo; 3) a soberania.
A utilização do território pelo povo cria o espaço. As relações entre o povo e seu espaço e as relações entre os
diversos territórios nacionais são reguladas pela função da soberania.
A ação das sociedades territoriais é condicionada no interior de um dado território: 1) pelo modo de produção
dominante à escala internacional; 2} pelo sistema político; 3) pelos impactos dos modos de produção e dos
momentos precedentes ao modo de produção atual."
O Estado é soberano no território delimitado pelas fronteiras, onde exerce seu poder a partir de uma cidade
que abriga os órgãos governamentais, a capital.
Um Estado pode ter fronteiras internas, caso seja subdividido em partes menores, que podem ser
departamentos (França), províncias (Argentina) ou estados (Brasil).
O conceito de nação envolve a existência de um povo organizado sob as leis do Estado. Os indivíduos que
formam um povo são unidos por laços culturais comuns, como religião, língua, história, tradições e costumes.
Encontramos, em alguns lugares, dois ou mais povos com características distintas, vivendo em um mesmo
Estado. Essa situação desperta o sentimento de nacionalismo, isto é, o desejo de ter o seu próprio Estado-
nação estabelecido em um território definido.
A dança das fronteiras políticas
As fronteiras entre os países alteraram-se radicalmente com o tempo e a história. Na última década, o Leste
europeu tem sido muito afetado por mudanças de fronteiras políticas. Depois da queda do comunismo, o mapa
da Europa do Leste mudou profundamente de fisionomia. Países ficaram independentes, muitos se
desmembraram ou juntaram-se.
A descolonização da África e da Ásia, após a Segunda Guerra Mundial, modificou profundamente o traçado
das fronteiras desses continentes. O planisfério ficou muito diferente, principalmente após as décadas de 1950
e 1960, depois que muitas colônias africanas e asiáticas conquistaram a sua independência.
Na África, os limites dos novos países são, o reflexo das fronteiras coloniais. As metrópoles europeias não
levaram em conta a existência de tribos nativas, de etnias e culturas diferentes e, não raro, inimigas
irreconciliáveis, para delimitar esse traçado. As rivalidades tribais conduziram a sangrentos conflitos após a
independência das colônias africanas.
Fronteiras econômicas e geopolíticas
Nem sempre as fronteiras separam Estados nacionais. Elas podem significar, também, limites de entidades
supranacionais (União Europeia, Mercosul, Nafta).
A era bipolar gerou o aparecimento de uma fronteira bem específica, que isolava o mundo capitalista do mundo
socialista - a Cortina de Ferro.
A globalização também tem sua fronteira criada pelas desigualdades sociais, econômicas e de acesso à
tecnologia: a linha que divide o mundo rico (países do Norte) do mundo pobre (países do Sul).
As novas migrações (de países pobres para ricos) criaram fronteiras político- econômicas, extremamente
vigiadas para impedir a passagem de imigrantes ilegais. As duas mais concorridas são as fronteiras México
-Estados Unidos e Marrocos-Espanha.
Fronteiras naturais
Existem, ainda, fronteiras que separam os ecossistemas e são determinadas por elementos da natureza. São
as chamadas faixas de transição, que funcionam como fronteiras entre ecossistemas diferentes. No Brasil, por
exemplo, os ecossistemas amazônicos e da caatinga são separados pela Zona dos Cocais (Meio-Norte). Em
escala global, os semidesertos formam uma fronteira natural ao longo dos desertos.

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Fronteiras econômicas: por fronteiras econômicas, podemos entender o processo de formação de mercados regionais em todo mundo advindo da globalização ( como o Mercosul, NAFTA, União Europeia, APEC) nos quais em muitos desses megablocos econômicos é permitida a livre circulação de pessoas, bens e serviços, ou mesmo os limites econômicos entre os setores de produção dentro de um determinado território, por exemplo no estado do Rio de Janeiro temos um setor Metal-Mecânico no sul do estado e a atividade extrativista no norte, com a exploração de petróleo, passando pela indústria têxtil na região serrana. Fronteiras culturais: as fronteiras culturais são os limites territoriais entre os grupos étnicos e religiosos, caso por exemplo, dos índios no Brasil, ou num plano internacional, do povo Basco na Espanha, ou do povo palestino. em muitas dessas fronteiras podemos explicar conflitos étnicos entre muitos desses grupos. uma relação de uma determinada cultura impede que se chegue a outra . o que acaba muitas vezes gerando esses atritos. Fronteiras naturais: são as fronteiras determinadas por elementos da natureza, como por exemplo, os climas, as florestas, os solos, relevo... geralmente, esses limites não correspondem aos limites políticos, como no caso do Brasil, temos o norte de minas com um clima semelhante ao do nordeste, no entanto, não corresponde ao mapa político. a Floresta amazônica também é um exemplo, se estendendo para países vizinhos ao Brasil. um dos casos em que um fator natural delimita partes políticas é nos montes Urais, na Rússia, que separam a Europa da Ásia. A pergunta que fica é: diante do atual processo de globalização, como podemos tratar o conceito de fronteira quando o capital global se impõe às culturas, e até mesmo à natureza? Há esse processo mesmo diante de uma unificação e interdependência cada vez mais acentuada? O imperialismo, a exploração dos recursos naturais, sobreposição da cultura dos países hegemônicos nas relações de poder mundial e concentração de muitos recursos nas mãos de poucos são o contraponto dessa ideia de fronteira, que vem cada vez mais sendo dissipada em prol dos interesses dos países dominantes no cenário Geopolítico mundial, em que podemos perceber essa noção em que ser desenvolvido significa deixar de lado a cultura, as leis, e até mesmo os recursos naturais locais em busca de um desenvolvimento idealizado pelos próprios países hegemônicos do globo. Jefferson Araujo Fronteira, Território e Territorialidade As fronteiras dividem povos, separam nações e distanciam culturas. Essas barreiras imaginárias já foram cenário de batalhas sangrentas, em que pessoas se digladiavam com um único objetivo de ampliar o domínio geográfico de seus países. Daí a ideia de as fronteiras serem conhecidas como linhas vermelhas, E entrar no território alheio pode ser uma afronta. Os conceitos de território e territorialidade, no sentido de espaço ou área definida e caracterizada por relações de poder, estão interligados. A noção de poder, domínio ou influência de vários agentes (políticos, econômicos e sociais) no espaço geográfico expressa a territorialidade, daí a afirmação "entrar em território alheio" poder ser considerada uma afronta. O território é o espaço que sofre o domínio desses agentes, e à forma como eles moldaram a organização desse território chamamos territorialidade. As metrópoles mundiais, os organismos econômicos mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), grandes empresas transnacionais e até mesmo organizações criminosas exercem a territorialidade, ou domínio, em várias regiões do espaço geográfico. Para compreender o que é um território, é preciso considerá-lo como produto do trabalho de uma sociedade, com toda a sua complexidade econômica e cultural. Uma determinada área, em qualquer ponto do espaço geográfico, pode ser definida por seu tipo de governo, sua cultura, seu sistema econômico e outros agentes que influenciam a sua organização e que a individualizam nesse espaço. Na política, o território é o espaço nacional controlado por um Estado - nação. As fronteiras delimitam ou separam os lugares, os territórios e as paisagens e podem ter um significado mais amplo do que simples linhas de separação entre países. Principais tipos de fronteira Fronteiras políticas O espaço onde o Estado Nacional exerce sua soberania também é chamado território. Esses territórios são
  • 2. separados por limites, que muitas vezes são acidentes naturais (rios, lagos, cadeias de montanhas). Algumas vezes, esses limites são apenas rua ou uma estrada. De qualquer forma, construídos pela natureza, ou não, esses limites foram estabelecidos após séculos de um passado que envolveu guerras, acordos, conquistas e tratados. Se, por um lado, as fronteiras são elementos de separação de povos e culturas, elas podem significar também uma aproximação entre nações vizinhas, quando essa separação territorial não implica disputas e rivalidades. As fronteiras políticas podem ser: -Fronteiras efetivas, que representam limites territoriais reconhecidos internacionalmente, como a fronteira entre Brasil e Uruguai. -Fronteiras em litígio, onde existe um limite territorial de fato, sobre o qual não há acordo, ou que está sujeito a arbitragem, como ocorre com Venezuela e Suriname. Existem ainda as fronteiros indefinidos, onde não foram demarcados limites fixos entre os Estados; os limites mostram, apenas, áreas aproximadas de soberania, como, por exemplo, entre lêmen e Arábia Saudita. Podemos representar essas fronteiras através da cartografia. A cada um desses territórios delimitados chamamos países. Hoje, no planisfério político, temos 192 países. Eram apenas 82, em 1950. À medida que novos países são acrescentados no mapa-múndi, aumenta o número de disputas de fronteiras internacionais. O Estado - nação é essencialmente formado de três elementos: 1) o território; 2) um povo; 3) a soberania. A utilização do território pelo povo cria o espaço. As relações entre o povo e seu espaço e as relações entre os diversos territórios nacionais são reguladas pela função da soberania. A ação das sociedades territoriais é condicionada no interior de um dado território: 1) pelo modo de produção dominante à escala internacional; 2} pelo sistema político; 3) pelos impactos dos modos de produção e dos momentos precedentes ao modo de produção atual." O Estado é soberano no território delimitado pelas fronteiras, onde exerce seu poder a partir de uma cidade que abriga os órgãos governamentais, a capital. Um Estado pode ter fronteiras internas, caso seja subdividido em partes menores, que podem ser departamentos (França), províncias (Argentina) ou estados (Brasil). O conceito de nação envolve a existência de um povo organizado sob as leis do Estado. Os indivíduos que formam um povo são unidos por laços culturais comuns, como religião, língua, história, tradições e costumes. Encontramos, em alguns lugares, dois ou mais povos com características distintas, vivendo em um mesmo Estado. Essa situação desperta o sentimento de nacionalismo, isto é, o desejo de ter o seu próprio Estado- nação estabelecido em um território definido. A dança das fronteiras políticas As fronteiras entre os países alteraram-se radicalmente com o tempo e a história. Na última década, o Leste europeu tem sido muito afetado por mudanças de fronteiras políticas. Depois da queda do comunismo, o mapa da Europa do Leste mudou profundamente de fisionomia. Países ficaram independentes, muitos se desmembraram ou juntaram-se. A descolonização da África e da Ásia, após a Segunda Guerra Mundial, modificou profundamente o traçado das fronteiras desses continentes. O planisfério ficou muito diferente, principalmente após as décadas de 1950 e 1960, depois que muitas colônias africanas e asiáticas conquistaram a sua independência. Na África, os limites dos novos países são, o reflexo das fronteiras coloniais. As metrópoles europeias não levaram em conta a existência de tribos nativas, de etnias e culturas diferentes e, não raro, inimigas irreconciliáveis, para delimitar esse traçado. As rivalidades tribais conduziram a sangrentos conflitos após a independência das colônias africanas. Fronteiras econômicas e geopolíticas Nem sempre as fronteiras separam Estados nacionais. Elas podem significar, também, limites de entidades supranacionais (União Europeia, Mercosul, Nafta). A era bipolar gerou o aparecimento de uma fronteira bem específica, que isolava o mundo capitalista do mundo socialista - a Cortina de Ferro. A globalização também tem sua fronteira criada pelas desigualdades sociais, econômicas e de acesso à tecnologia: a linha que divide o mundo rico (países do Norte) do mundo pobre (países do Sul). As novas migrações (de países pobres para ricos) criaram fronteiras político- econômicas, extremamente vigiadas para impedir a passagem de imigrantes ilegais. As duas mais concorridas são as fronteiras México -Estados Unidos e Marrocos-Espanha. Fronteiras naturais Existem, ainda, fronteiras que separam os ecossistemas e são determinadas por elementos da natureza. São as chamadas faixas de transição, que funcionam como fronteiras entre ecossistemas diferentes. No Brasil, por exemplo, os ecossistemas amazônicos e da caatinga são separados pela Zona dos Cocais (Meio-Norte). Em escala global, os semidesertos formam uma fronteira natural ao longo dos desertos.