O documento discute o desmatamento da Amazônia, suas causas e consequências. As principais causas incluem incentivos fiscais para agricultura nas décadas de 1970-1980, expansão de pastagens e soja por fazendas médias e grandes, crédito para pecuária e agricultura, extração de madeira. As consequências são erosão do solo, perda de biodiversidade, mudanças no clima devido às emissões de gases de efeito estufa. O combate ao desmatamento envolve monitoramento, fiscalização e educação, bem
1. Desmatamento da Amazônia
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Situação atual
Embora a maior parte da Amazônia permaneça intacta, a taxa de desmatamento é preocupante, principalmente nas
regiões sul e leste da floresta.
Dados oficiais mostram que o índice de desmatamento representa uma perda anual que equivale ao tamanho da
Bélgica. E segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tomando por base levantamentos feitos por
satélite, a Amazônia perdeu, até 2007, cerca de 700 mil km2 de floresta, ou seja, 18% da região.
Causas
Os incentivos fiscais para a agricultura, nas décadas de 1970 e 1980, foram grandes responsáveis pelo
desmatamento.
Entre o final da década de 1980 e início da de 1990, a formação de pastagens para produção de carne bovina e o
avanço das plantações de soja ganharam preponderância no desmatamento, feito, principalmente, por proprietários
de médias e grandes fazendas.
As facilidades de crédito - oferecidas por bancos da região para os setores de pecuária e agricultura - somadas aos
investimentos do governo em infraestrutura contribuíram ainda mais para o desmatamento nos últimos tempos.
Outro importante fator é a extração de madeira. Atualmente, há mais de 3 mil empresas cortando árvores na
Amazônia.
Na verdade, o desenvolvimento da infraestrutura acelera a migração para áreas distantes e aumenta o
desmatamento de propriedades. As estradas para retirada de madeira precedem e/ou acompanham as rodovias,
fazendo com que novas regiões se tornem acessíveis para o investimento dos lucros do comércio da madeira, que
ocorre nas áreas de soja e gado.
Finalmente, não podemos nos esquecer das queimadas. O fogo, utilizado para queimar a mata e dar lugar às
lavouras e aos pastos, leva consigo árvores centenárias e destrói o habitat de inúmeras espécies animais e vegetais,
consumindo também a riqueza natural do solo.
Consequências
• Erosão, exaustão dos nutrientes e compactação do solo: ao contrário
do que pensa o senso comum, o desmatamento faz a produtividade
agrícola diminuir, pois deteriora a qualidade do solo. A adição de
adubos e nutrientes pode conter a degradação, mas de maneira
limitada.
2. • Diminuição das opções de manejo florestal sustentável, tanto no
que se refere aos recursos madeireiros quanto aos farmacológicos e
genéticos.
• Quando a floresta se transforma em pastagem, as chuvas nas áreas
desmatadas escoam rapidamente, levando consigo nutrientes e
interrompendo os padrões regulares das cheias dos rios, importantes
para o funcionamento do ecossistema e para a agricultura de várzea.
• Os incêndios florestais emitem gases de efeito estufa. Um grande
incêndio na floresta pode liberar, através de combustão, toneladas de
carbono equivalente ao carbono de CO2. As emissões de gás
carbônico na atmosfera contribuem para o aumento da temperatura do
planeta e afetam diretamente o clima e o ecossistema da região.
• A perda de partes importantes da floresta empobrece
abiodiversidade da Terra.
Como impedir o desmatamento?
O combate ao desmatamento da Amazônia é prioridade para o governo e também para inúmeras organizações
internacionais. O monitoramento e a repressão (através do controle de licenças, da crescente fiscalização do Ibama e
de multas) são, atualmente, as estratégias principais para conter o desmatamento.
A fiscalização e a arrecadação de multas devem ser acompanhadas, contudo, pela compreensão dos aspectos
sociais, econômicos e políticos da região. E, também, pela contínua educação das comunidades.
Ao mesmo tempo, faz-se necessário encontrar formas de explorar a floresta de maneira sustentável.