1) O documento critica as visões de que os resultados e eventos acontecem por acaso ou são culpa de terceiros, afirmando que na verdade eles são consequência dos nossos próprios atos e hábitos ao longo do tempo.
2) Defende que ao invés de atacar apenas os sintomas, é necessário identificar as causas profundas que levam aos problemas, para que estes não se repitam no futuro.
3) Sustenta que os atuais problemas econômicos de Portugal não surgiram recentemente, mas sim são resultado de há
1. Estes acetatos que se seguem são, sem tirar
nem pôr, os acetatos que tenho na parte
inicial de um módulo a que chamo “Não há
acasos!” e ilustram toda uma forma de
vida, toda uma forma de ver o mundo que
procuro eliminar, eliminar é forte, que
procuro descredibilizar dentro das
empresas.
2.
3. ESTOU FARTO DE
CARREGAR AQUI E NÃO
APARECE A LETRA “B”
DILBERT,
CHEGUE
AQUI
4.
5. SE ESTÁ A USAR A TECLA
“A”, COMO PODE ESPERAR
QUE APAREÇA O “B”!?
6. Rimo-nos do chefe do Dilbert?
Esperem pelo final de 2011 e vamos ver se
os impostos extraordinários agora criados
vão ser eliminados.
Se continuamos a fazer e a agir como
anteriormente, sem ir às causas-raiz, só
atacando e escondendo os sintomas
provisoriamente, como podemos aspirar a
um desempenho diferente?
7. Muita gente acredita que os eventos, que o
desempenho de uma organização, ocorre por
acidente, como um meteoro caído dos céus
8. Esta postura de surpresa é a postura de
muitos jornalistas…
Não sabíamos!!!
Foi uma completa surpresa!!!
Típico de quem não olha para os números
ou, olhando para eles só vê o último valor, e
não percebe tendências.
O maior representante deste grupo é o ex-
ministro Pinho, quando em Setembro de
2007, em entrevista ao DE afirma “A crise
financeira não vai ter qualquer impacte na
economia” (basta ver o marcador sobre o
tema no blogue)
9. Outros acreditam que o
lado negativo do
desempenho acontece
porque existem
culpados, terroristas que
fazem mal de propósito
10. Esta postura de que o mundo está cheio de
maus, verdadeiros terroristas que não nos
deixam em paz, é a preferida dos políticos:
Assis, Sócrates, Costa e, sobretudo, como se
viu ontem na SIC-N, para quem aguentou a
náusea até ao fim, Luís Nazaré.
Esta é a postura que põe todas as culpas nos
malvados das agências de rating, nos
especuladores, nos…
Nos outros… típico de uma população
habituada a gerir a sua vida como se o locus
de controlo estivesse no exterior e não
dentre de si…
12. Que falta de sorte… estávamos a conseguir
controlar o défice abaixo de 3% e aparece
isto e…
Esta é a postura dos peresmetelizadores,
mais uma vez nunca temos culpa de nada,
somos vítimas da sorte ou do azar.
13.
14. Só que a verdade é que não há acasos.
Percebem o que isto quer dizer?
16. Não há bruxaria…
Está tudo escrito nas estrelas, são os nossos
actos, as nossas omissões que nos colocaram
aqui.
17.
18. Os números do défice que agora nos
atormentam, os valores do risco da dívida
portuguesa (repararam como ontem voltou
a dar um salto…) não são um
acontecimento dos últimos 15 dias.
Agora, para muitos, emergem como uma
novidade e…
… metem medo, geram pânico!
20. Como só nos fixamos no evento, no
acontecimento, nas parangonas dos jornais,
só vemos o hoje e o agora.
Por isso, concentramo-nos a atacar o que
vemos, o que é palpável, atacamos os
sintomas, apagamos o fogo.
E sentimo-nos heróis, estamos a lutar
corajosamente para apagar o fogo…
Somos da mesma estirpe dos que morreram
no 11 de Setembro a combater as chamas.
21.
22. E a nossa mente está tão agrilhoada, tão
algemada a este modelo mental de ver o
mundo como uma série de eventos que
ficamos prisioneiros dele…
Daí Passos Coelho, daí Lobo Xavier, daí
Ferreira Leite não terem alternativa a
Sócrates e ao aumento de impostos.
Esta desculpa de Passos Coelho, seria a
mesma que nos daria se fosse primeiro-
ministro, na senda das de Barroso e
Sócrates I.
23. Na nossa cultura mediterrânica logo
aparecem as carpideiras profissionais...
24. Ai que nos corre tudo mal!
Ai que os especuladores estão contra nós!
Ai que temos tanto azar!
25. ... e os "progroms" organizados para
encontrar os culpados do costume...
26. Temos de arranjar uns culpados, uns bodes
expiatórios que sirvam de alvo para
descarregar a nossa ira, para
culpabilizarmos pela nossa sorte, ou falta
dela.
27. ... e a crucificação dos culpados do
costume...
28. Não vai servir de nada!
Não serve de nada!
O inimigo somos nós, está dentro de nós,
sempre esteve connosco… há algo de Hellen
Ripley.
30. Hoje, perante a emergência de um evento,
taxas de juro da dívida soberana e
dificuldade dos bancos obterem
empréstimos, o prime-time, os horários
nobres, os tempos de antena, são ocupados
com o tema como se de um evento isolado
se tratasse.
Como disse Assis e Sócrates, foi na outra
semana que tudo se precipitou.
31. Porque os vemos como
acontecimentos
isolados, atacamos os
sintomas
32. Quando tratamos os assuntos como eventos
isolados aplicamos o penso-rápido, fazemos
o tratamento sintomático, o tratamento
epidérmico…
34. Logo, daqui a uns anos eles emergem
novamente…
… para surpresa dos otários que só
conseguem equacionar o futuro em termos
do espaço de tempo que medeia entre o que
comeram ao almoço e o que vão comer ao
jantar.
É o velho “I’ll be back!” do Terminator, é a
velha Lei de Murphy e do seu corolário
“Murphy era um optimista”
36. Só que o desempenho não é um
acontecimento excepcional, é o fruto de um
hábito
37. O nosso desempenho económico ou político
como país, não acontece por acaso, não é
algo de excepcional…
É o produto perfeitamente natural dos
nossos hábitos.
Carlos Pereira da Cruz
ccruz@redsigma.pt
balancedscorecard.blogspot.com