O documento descreve a prática histórica da roda dos expostos para abandonar recém-nascidos indesejados e como alguns desses expostos foram posteriormente legitimados por testamentos. Ele também fornece detalhes genealógicos sobre a filiação do trisavô do autor, Tenente José Joaquim Duarte e Castro, que foi originalmente exposto e depois legitimado.

1. RODA DE EXPOSTOS E FILIAÇÃO DO MEU TRISAVÔ TEN.JOSÉ JOAQUIM DUARTE E CASTRO
A roda dos expostos ou roda dos enjeitados consistia num mecanismo utilizado para abandonar (expor
ou enjeitar na linguagem da época) recém-nascidos que ficavam ao cuidado de instituições de caridade.
Também eram colocados em casas de casais sem filhos, de padres, de pessoas mais ricas e famílias que
queriam esconder os filhos naturais de parentes ou de amigos.
Todavia, por ocasião de testamentos, muitos expostos foram legitimados, como os citados abaixo:
Certidão de Batismo (Transcrição) de Maria Olinta Pinto Coelho da Cunha, batizada como exposta em em
11/08/1821 em Passagem Mariana a Luiz José Pinto Coelho da Cunha.
Padrinhos: Luiz José e Mariana Paes de Oliveira Horta, por proc. que apresentou o dito padrinho. Fonte:
Microfilme n.o 1284524/Item 1/Livro de Batismos/Pag.75v. Igreja Católica, N.Sra. da Assunção, Mariana-
MG, Arquidiocese de Mariana. On line, vide https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939J-DN9F-
98?i=722&cc=2177275&cat=23791 imagem 723 de 781, registro n.o 1
Certidão de Batismo (Transcrição) de Maria Olinta Pinto Coelho da Cunha, com a petição de Jozé
Feliciano Pinto Coelho da Cunha (Barão de Cocais), citada abaixo
Igreja Católica, N.Sra. da Assunção, Mariana-MG, Capella de S.Antonio do Morro da Passagem,
Arquidiocese de Mariana. Vide http://www.projetocompartilhar.org/Familia/PintoCoelhodaCunha.htm, item
3.2
Pais: Cel. Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha e D.Maria Olinta de Araujo.
Padrinhos: Luis José Pinto Coelho da Cunha e D.Maximiana Pais de Oliveira Horta.
Padre: José Botelho da Costa.
Coadjutor: Francisco Roiz de Paula
O Cura José Bonifácio de Souza Barradas em 28/08/1844, recebeu uma petição do Ten.Cel. Jozé
Feliciano Pinto Coelho da Cunha, Tutor dos Orfãos D.Maria Olinto Pinto Coelho da Cunha e Antonio Olinto
Pinto Coelho da Cunha, filhos do seu finado irmão Cel.Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha, que forão
batisados como expostos e D.Maria, exposta a Luiz José Pinto Coelho. Declara o seu Procurador que a
innocente Maria é filha legitima do Cel.Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha e de D.Maria Olinta de
Araujo pelo casamento subsequente. Vide https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939J-DNS3-
8Z?i=120&cc=2177275&cat=23791
Pag.244, registro n.o 1, imagem 121/733
Até que enfim, achei a filiação do meu trisavô Ten. José Joaquim Duarte e Castro no inventário de Maria
Custódia Moreira de Castro (sua 1.a esposa), gentilmente cedido pela genealogista Rosana Coelho de
Alvarenga e Melo
Consta que o Ten. José Joaquim Duarte e Castro era filho do Ten.Cel..José Batista da Cunha e Castro e
Teresa Clotildes Duarte e Freitas, ele, filho do Alferes Antonio José de Castro e de Maria Espírito Santo e
Cunha Osório (com ascendentes no meu blog) , ela, exposta a Joana Jacinta Cláudia de Freitas, casada
com o Sarg.-mor Manoel Pereira Duarte. Teresa Clotildes não é mencionada nos inventários dos seus pais
adotivos:
http://www.projetocompartilhar.org/DocsMgMZ/manoelpereiraduarte1785joanajacintaclaudiadefreitas1833.
htm
Como já destaquei acima, um exposto pode ser posteriormente legitimado, portanto, é importante
pesquisar nos anos subsequentes ao nascimento/batismo, o que eu sempre faço. Do exposto é bom
observar as pessoas envolvidas no batismo, como os padrinhos que podem ser os pais e parentes que
vieram de locais mais distantes para a cerimônia.
Antonio Carlos de Castro
Campinas, 17 de setembro de 2019