Trabalho escolhido com intuito de verificar e, posteriormente, comprovar a viabilidade da instalação de uma unidade de negócio voltada para o mercado que entorna a descontaminação e reciclagem de lâmpadas, com foco nas fluorescentes, no município de Lins, que detém favorecida posição logística, certificada com o selo de Município Verde/Azul da Secretaria do Estado de São Paulo e a falta de concorrentes deste segmento na região.
FÓRUM PORTUGAL ENERGY POWER: "Energia e Desenvolvimento Local e Regional"
Sic 15 2012-cassia_f_carvalho
1. RESULTADOS E DISCUSSÃO -24
Nas figuras 1 e 2, apresenta-se o Ciclo da Sustentabilidade” proposta pela empresa TRAMPPO e
o fluxograma do processo de produção, respectivamente:
Figura 1: Ciclo da Sustentabilidade
RESUMO
A energia elétrica e as tecnologias desenvolvidas ao longo dos anos trouxeram consigo um grande
número de facilidades para a humanidade. Por outro lado, todo o desenvolvimento vinculado à
essas tecnologias, associado ao crescimento populacional e ao consumo desenfreado e/ou
inadequado, tem levado ao meio ambiente, muitos efeitos colaterais. Um dos problemas ambientais
da atualidade é o descarte incorreto das lâmpadas fluorescentes, devido ao alto teor de mercúrio
presente em seu interior.. Este trabalho apresenta uma análise de alguns impactos ambientais e
humanitários, associados ao descarte das lâmpadas contendo mercúrio, diagnosticando assim, um
potencial nicho de mercado muito pouco explorado na cidade de Lins, bem como em todo o Brasil,
que nada mais é do que a atividade de Reciclagem de Lâmpadas Fluorescentes. Pretende-se
contribuir, também, para o desenvolvimento econômico, tecnológico, social e ambiental da região
como um todo. Relacionam-se, ainda, empresas e tecnologias de descontaminação de lâmpadas
fluorescentes no Brasil, que contribuem para que as mesmas não venham a tornar-se fontes de
contaminação ambiental. Esta problemática tem sido constantemente objeto de estudo de
pesquisadores e administradores que visam encontrar meios adequados inseridos na Logística
Reversa, com o intuito de atender às questões englobadas pelo tema. E por fim, avaliar a
viabilidade de uma unidade de negócio voltado para o mercado que entorna a descontaminação e
reciclagem de lâmpadas fluorescentes no município de Lins.
Palavras-chave: Lins; lâmpadas; reciclagem; mercúrio; meio ambiente.
INTRODUÇÃO
A invenção da lâmpada elétrica por Thomas Alva Edison nas últimas décadas do século
XIX foi um grande marco para a história da humanidade. De lá para cá, as lâmpadas vêm nos
proporcionando comodidade e segurança para as nossas casas, escritórios, ruas, estradas e etc.
Dentre os diversos tipos de lâmpadas existentes, a invenção de Nikola Tesla – a lâmpada
fluorescente – é sem dúvida, uma das mais eficientes no que tange à economia energética e
durabilidade. No entanto, ao final de sua vida útil, pode tornar-se um resíduo perigoso devido à
presença de mercúrio em seu interior.
O presente trabalho vem discutir alguns aspectos da relação entre mercúrio, lâmpadas
fluorescentes e métodos de descontaminação de seus resíduos. Reciclagem de lâmpadas
fluorescentes é um tema que tem relação direta com a importante preocupação ambiental, isto
porque, a luz produzida pela passagem da corrente elétrica se dá através de um gás ou vapor
contido dentro da mesma – o mercúrio – um metal reconhecidamente tóxico. Por isso a NBR
10004:2004 exige uma destinação adequada a fim de evitar a contaminação do meio ambiente e
garantir a saúde dos seres humanos.
Entre os principais efeitos toxicológicos existentes no mercúrio (metal pesado) estão, a
perda de memória, alterações de metabolismo, irritações à pele, danos ao sistema respiratório e
nervoso, muitas vezes irreversíveis e, em alguns casos, até a morte. É por isso, que o descarte
dessas lâmpadas não deve ser em aterros comuns, ou seja, quando inutilizadas, devem ser tratadas
como resíduo tóxico.
Na tabela de número 1,demonstra-se a quantidade média de mercúrio e sua variação em
miligramas de cada tipo de lâmpadas que tem o metal na sua composição:
Tabela 1: Relação da quantidade de mercúrio presente nas lâmpadas.
Fonte: Adaptado de TRAMPPO apud ABILUX (2008)
No Brasil, a capacidade de produção dessas lâmpadas por ano chega a cerca de 290
milhões, destas, quase a metade são trocadas anualmente, ou seja 145 milhões de lâmpadas são
descartadas e somente 6% são recicladas. Considerando o fato de que até 2016 as lâmpadas
incandescentes de potência inferior a 40watts deverão ser retiradas do mercado – conforme Portaria
Interministerial de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, e Indústria e Comércio publicada no Diário
Oficial da União, a capacidade de produção tende a duplicar e, isso implica numa preocupação com
o devido descarte, bem como a clareza de um potencial nicho de mercado para a região. Dentre as
empresas especializadas no tratamento e disposição final de resíduos perigosos, a maior
dificuldade parece estar presente na logística que a atividade demanda, sendo um processo
oneroso e muitas vezes desestimulado por falta de viabilidade econômica.
Analisando todo o contexto, objetiva-se com o presente trabalho, estudar, sob a ótica da
logística reversa, o descarte de lâmpadas junto a empresas especializadas que fazem da reciclagem
uma atividade comercial. Todavia, o enfoque principal é demonstrar a viabilidade e a necessidade
da atividade de reciclagem de lâmpadas fluorescentes no município de Lins (reconhecida como
micro pólo logístico e certificada como “Município Verde/Azul” pela Secretaria Estadual do Meio
Ambiente). Mesmo diagnosticado o esforço que o governo municipal tem enfrentado para implantar
um eficiente programa de coleta seletiva, para os classificados como resíduos perigosos – caso das
lâmpadas, a coleta e sua posterior descontaminação ainda é uma prática, um tanto quanto carente
na região.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho utiliza-se como orientação, de pesquisa bibliográfica na conceituação de logística e
logística reversa como uma vertente importante no uso da administração empresarial, de pesquisa
quali-quantitativa, sendo fundamentado em pesquisa de campo, mapeando a demanda do município
através da contatação e de questionários sobre como é efetuado o descarte das lâmpadas nas
empresas inseridas parque industrial da região, e em estudo de caso de uma empresa recicladora
de lâmpadas, hoje localizada na cidade de Cotia/SP, porém com suas atividades iniciadas no
CIETEC (Centro Incubador de Empresas de Tecnologia, do campus da Universidade de São Paulo
– USP) em meados de 2003.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABILUX, Associação Brasileira da Indústria de Iluminação. Reunião do Grupo de Trabalho sobre
Lâmpadas Mercuriais do CONAMA. Descarte de lâmpadas contendo mercúrio, 2008.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/0E732C8D
/ApresentacaoCONAMAoUT2008Final.pdf>. Acesso em: 15 jun 2012.
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. Resíduos Sólidos: Classificação NBR
10.004. Rio de Janeiro, 2004.
ALVES, Alexandre da Silva. Ferramentas de Supply Chain Management para a otimização de
estoques. 2008. Disponível: <http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-
academica/ferramentas-de-supply-chain-management-para-a-otimizacao-de-estoques/994>.
Acesso em 21 mar. 2012.
LEITE, P. R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 1 ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2003.
TRAMPPO, Gestão Sustentável de Lâmpadas. [mensagem de trabalho]. Mensagem recebida
por Fabiana: <vendas1@tramppo.com.br>
A localização geográfica da cidade de Lins e o crescimento de seu parque industrial nos
últimos anos é o que insere o município na frente de outras regiões e, vem ser objeto de estudo
para a implantação do projeto-piloto de reciclagem de lâmpadas fluorescentes. No entanto, o
estudo da demanda destes resíduos gerados tanto pela população física e industrial, ainda está
em fase de andamento, mas justamente pelo crescente parque industrial pela falta de
concorrentes neste tipo de segmento para a região, presume-se de antemão que seja um
negócio sustentável que pode contribuir ativamente para o desenvolvimento ambiental, social e
econômico .
CONCLUSÕES
LOGÍSTICA REVERSA:
RECICLAGEM DE LÂMPADAS FLUORESCENTES
Autores e Respectivos Cursos – Amanda Cristina dos Santos Moreira; Cássia Ferreira Carvalho; Greicy Kelly da Silva e Jéssica Polyanna Soares Barbosa
Orientador – Sandro da Silva Pinto
2012
15º SIC - UNILINS
SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
TIPOS DE LÂMPADAS
POTÊNCIA EM QTD. MÉDIA DE VARIAÇÃO DE
WATTS MERCÚRIO MERCÚRIO
Fluorescentes Tubulares 15 à 110w 15 mg 5 à 25 mg
Fluorescentes Compactas 9 à45w 3 mg 3 à 10 mg
Luz Mista 160 à 500w 15 mg 11 à 45 mg
Vapor de Mercúrio 80 à 400w 30 mg 13 à 80 mg
Vapor de Sódio 70 à 700w 20 mg 15 à 30 mg
Vapor Metálico 35 à 2.000w 45 mg 10 à 170 mg
Fonte: Elaborado pela empresa TRAMPPO <www.tramppo.com.br/index2.php?local=43
Figura 2: Fluxograma do processo de produção
Fonte: Elaborado pela empresa TRAMPPO <www.tramppo.com.br/index2.php?local=43
Já não é novidade que a sustentabilidade e a preocupação com o meio ambiente são
princípios cada vez mais levados em consideração na hora de adquirir um produto ou utilizar um
serviço. Atualmente, aqueles que prometem menores impactos na natureza, que utilizam
energias renováveis, que possuem fórmulas biodegradáveis e reciclam seus produtos e
processos, entre outras iniciativas, ganham mais relevância para os seus consumidores finais. No
entanto, na sociedade do futuro, a sustentabilidade não deve se limitar ao produto final, mas a
todo o “ciclo de vida” do mesmo.
Dessa forma pode-se concluir que a reciclagem de lâmpadas fluorescentes, que são hoje
um dos descartes de resíduos sólidos mais preocupantes para o meio ambiente, se tratado por
uma ótica sustentável, pode ser transformado em valor econômico, ambiental e de
responsabilidade social – o que contribui e muito para o desenvolvimento da cidade e região.