1. Os Nomes das Sephiroth
O modelo da Árvore da Vida Sefirótica ordena de maneira
prototípica as forças verdadeiras que constantemente
produzem o fato criacional, ou seja, o descenso das
emanações espirituais que conformarão posteriormente
aquilo que vulgarmente chamamos matéria, ou plano físico,
ou hylico.
Portanto, graças à familiarização com estas energias, ou
seja, com sua apreensão, pode se tecer o sentido analógico
de vibrações e correspondências que mantêm, entre si,
ligado o Universo em seus aspectos visíveis e invisíveis,
materiais ou imateriais, com o propósito de ascender a
outros planos de identificação com o Ser Universal por meio
dos veículos Herméticos e da doutrina tradicional.
Na continuidade, oferecemos outras correspondências
astrológicas e alquímicas do diagrama. Também incluímos
nele o En Sof (Sem Fim), que se acha acima de Kether,
simbolizando o Não-Ser, o autenticamente metafísico e
supra-cósmico, inclusive o não manifestado nem sequer
como Princípio.
Com o objetivo de ir “carregando” às esferas da Árvore da
Vida com idéias que sirvam de suporte à meditação e
promovam a realização, queremos adicionar alguns
elementos referentes a suas relações astrológicas, que nos
ajudarão a compreendê-los melhor.
Elas estão vinculadas com as nove esferas da Cosmogonia
tradicional, sete delas correspondentes aos planetas.
En Sof, o Não-Ser, assimilado pelos cabalistas muitas vezes ao Nada supra-essencial, ou seja,
à Vacuidade, encontra-se além do firmamento, e a ele se chega atravessando Kether, a quem
se pode atribuir o simbolismo da estrela polar, como Porta dos Deuses, verdadeira pedra
filosofal da qual pende o prumo do Arquiteto do Universo.
Este astro reina no empíreo, lugar do fogo puro e eterno, lugar do céu em que os arcanjos,
anjos e bem-aventurados gozam da presença perene da Suprema Deidade, pois nele converge
o eixo central, sendo as estrelas fixas e incorruptíveis assimiladas a Hokhmah.
A Binah se lhe relaciona com Saturno ou Cronos, o Tempo Vivo e sempre presente, que
devorando seus filhos, a criação inteira, regenera-a perenemente e faz possível que os seres
manifestados regressem a sua imanifestada morada eterna, sendo este o pai de Zeus ou
Júpiter –Rei do Olimpo– que como Hesed governa e legisla a Criação inteira. Gueburah, o
rigoroso destruidor, é assimilado a Marte, deus guerreiro.
E Tifereth, a Beleza divina, Centro dos Centros, relaciona-se claramente com o Sol, doador da
vida, luz e calor, através do qual acedemos àqueles mundos superiores.
Os três planetas interiores, que se encontram, com relação à Terra, mais próximos do que o
Sol, e cujos ciclos são mais rápidos, são colocados no mundo de Yetsirah, e se relacionam
com as esferas deste plano. Netsah, como já sabemos, corresponde a Vênus, deusa do Amor,
amante de Marte, a quem “desarma” pelo delírio passional.
2. Ela, como as Musas e as Graças, é inspiradora dos artistas, e dá a vitória aos que a
compreendem, sendo então emissária da beleza e da união. Hod é relacionado com Hermes-
Mercúrio, o rápido mensageiro alado dos deuses, que distribui na Terra seus ensinos e sinais.
É representado com asas nos pés, que se referem a sua velocidade e a sua relação com o que
voa.
E, por isso mesmo, com o símbolo do Caduceu, as duas serpentes que ascendem pelo eixo
vertical, que têm um par de asas que nos indicam seu aspecto volátil. Este último passou a ser
o símbolo da medicina, pois como dissemos Hermes-Mercúrio –e os deuses, anjos e espíritos
que se lhe relacionam– foi sempre considerado como um médico de corpos e almas, o
curandeiro divino, promotor dos ritos e da morte iniciática, graças à qual recuperamos a saúde.
Finalmente, a Yesod se lhe relaciona a Lua, a rainha da noite que, unanimemente, foi vinculada
com a mãe celeste, a ilusão das formas as águas inferiores e os mares –bem como com todos
os líquidos– e sobretudo com a fecundação e a fertilidade que se concretiza na Terra.