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DE EXPRESSÃO
R$ 12,50
M
A confiança da população sertaneja é
essencial para que a luta do Cesvasf continue
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA
Entrevista Professora Ana Gleide
Mais uma vez, com uma postura
vanguardista, o Centro de Ensino
Superior do Vale do São Francisco
– CESVASF encabeça um projeto
grandioso. Em parceria com a
Revista Movimentto, a instituição
mantida pela presidência da
Autarquia Belemita de Cultura,
Desportos e Educação, através
da sua presidente Ana Gleide de
Souza Leal Sá desde 2015,
homenageia nesta edição 30
mulheres fortes que contribuem
e fazem a diferença na microrre-
giãodoSertãodeItaparica.
Formado por sete municípios –
Belém do São Francisco,
Carnaubeira da Penha, Floresta,
Itacuruba, Jatobá, Petrolândia e
Tacaratu – a região faz divisa com
os Estados de Alagoas e Bahia e
possui uma forte representativi-
dade feminina seja em gestões
municipais ou transformando as
comunidadesemquevivem.
Nas próximas páginas você
acompanha uma entrevista com
nossa primeira homenageada,
Professora Ana Gleide, esta
florestana que levou ao CESVASF
uma nova forma de gestão e já
conseguiu trazer avanços expres-
sivos para uma das mais impor-
tantes autarquias de ensino
s u p e r i o r d o E s t a d o d e
Pernambuco.
Em dezembro de 2017, você
recebeu o título de cidadã
belemita na Câmara dos
Vereadores de Belém do São
Francisco, como foi essa expe-
riência?
Chorei do início ao fim de emoção
(risos). Me emocionei porque
sentiqueninguémestavalápara
me bajular, todo o ato foi movido
por reconhecimento. Os vereado-
res e a sociedade reconheceram,
pudenotarpelosdepoimentos.
Sei que todo o gesto para me
agraciar foi de coração e não por
uma relação de poder. Então
vibrei e agradeci muito, primeira-
mente a Deus, minha família e
depois a minha equipe. Esse é o
pagamento mais valioso que
pude receber como forma de
reconhecimento pelo nosso
trabalho.
Como você se sente contribuin-
do para o desenvolvimento do
Sertão de Itaparica, podendo
realizar um trabalho tão trans-
formador na região em que você
nasceuecresceu?
Confessoquenuncafizuma
avaliação assim. Acredito que
nossabuscaenossalutanãoé
em vão. Vivemos um momento
em que as faculdades a distân-
cia,aschamadasEAD,
estão captando alunos a todo
custo, porém vemos que ainda se
consegue despertar o interesse
dos alunos na educação presen-
cial, é algo que nos alegra.
Sentimos muita satisfação em
saber que temos um dedinho de
mérito nisso, mas isso é o resulta-
do da credibilidade que o
CESVASF tem na região e dos
esforços em garantir parcerias
com as prefeituras e governos
estadualefederal.
Você acha que o notável êxito na
sua gestão deve-se ao fato de
você ter sido aluna e em seguida
6
ter lecionado na instituição,
antes de atingir o posto de
presidente?
Seguramente, minhas experiên-
cias anteriores fizeram com que
eu criasse um vínculo forte.
Posso dizer que cheguei à
presidência conhecedora das
fragilidades e potencialidades do
Cesvasf, o que não implica dizer
que seja o essencial para uma
boa administração. Nossa
eleição deu uma legitimidade a
isso, além do aspecto de valoriza-
ção da classe de professores.
Meu bom relacionamento com a
instituição e com as pessoas
facilitou, reforço, mas não é um
determinante.
E o que você pode citar como
determinanteentão?
Desde os 14 anos trabalhei com
minha mãe, Maria Almira, conhe-
cida como "Maninha", na loja de
confecções dela. Quando assumi
ali foi durante um dos piores
momentos de recessão já vistos
no Brasil. Vimos muita gente falir,
fechar as portas e, mesmo
assim, conseguimos passar por
isso. Minha mãe era viúva e eu
era a mais velha de sete irmãos,
ficamos na linha de frente. Isso
eu posso dizer que me deu know-
how para administrar uma
instituição, que hoje tem mais de
mil alunos e é referência no
Sertão de Pernambuco na
formaçãodepessoas.
Já foi possível avaliar de alguma
forma o impacto do trabalho
que vêm desenvolvendo no
Cesvasfnos últimosanos?
Apresentamos um relatório ao
Governo do Estado mostrando o
impacto da autarquia na região.
Entre os pontos observados está
o fato de no último concurso do
Estado para professores a maior
parte dos aprovados serem
egressos do CESVASF. Na divul-
gação para o vestibular nos
municípios encontramos em
escolas de ensino médio boa
receptividade pelas equipes
gestoras, formadas, na maioria
por ex-alunos do CESVASF.
Sabemos que nosso papel social
é muito forte, entregamos um
bempreciosoasociedade.
Quantos cursos foram abertos
desde o início da sua gestão e
como pode ser definida a
relação da instituição com o
município de Belém do São
Francisco?
Nesses dois anos e meio da
nossa gestão conseguimos abrir
os cursos de Licenciatura em
Pedagogia e os bacharelados em
Educação física, Farmácia e
Administração. Isso se deve a
equipe parceira que assumiu,
disposta a explorar todo o poten-
cial do CESVASF. Sobre nossa
relação com o município, somos
muito gratos. Entre tantos fatores
que posso citar, soubemos
recentemente que muitos
apartamentos e casas estão
sendo alugadas por alunos do
CESVASF e os proprietários
estavam exultantes com isso.
Essa realidade mostra que a
cidade está sendo beneficiada
com as nossas ações. Estamos
dando ao município de Belém um
retorno dessa confiança que a
população depositou na gente e
é essencial para que nossa luta
continue.
Como você pode definir a
relação do CESVASF com o
alunado?
De muita confiança. Nosso
alunado é muito presente e
participativo. Trabalhamos com a
noção de que estamos situados
e m u m a r e g i ã o c a r e n te .
Sabemos o quanto é importante
entender cada caso com suas
particularidades e encaramos
cada aluno como um ser humano
singular. Implantamos o NAE
(Núcleo de Apoio ao Estudante),
que funciona como ouvidoria,
com representantes de vários
setores, do financeiro ao pedagó-
gico. A direção e a presidência
estão sempre abertos e fazemos
questão de mostrar que em nós
elesvãosempreencontrarapoio.
Com tantos ex-alunos passando
em concursos e atuando na
área, você se envaidece de
alguma forma, por ter contribuí-
do?
A gente abre a porta e dá as
condições de ele entrar, mas
cada um tem suas dificuldades e,
superá-las, é mérito deles. A
gente trabalha com isso de
maneira tranquila, sem vaidade,
mas com orgulho, com muito
orgulho dos objetivos conquista-
dos. Fazemos questão de come-
morarcadavitoriaalcançada.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão-
SERTÃO DE ITAPARICA
‘‘Sabemos
que nosso
papel social é
muito forte,
entregamos um
bem precioso
a sociedade.’’
7
Bia Numeriano - a voz feminina da Câmara
de Vereadores de Floresta
"Ter 18 anos, entrar de cabeça
na vida adulta e me deparar com
autonomia com a decisão que
mudaria os rumos da minha vida
não foi fácil". Foi com essa idadee
cheia de sonhos na cabeça que
Ana Beatriz Numeriano, Bia
Numeriano, vereadora pelo
município de Floresta-PE, entrou
de vez na política. A oportunidade
surgiu de forma inesperada.
"Meu pai foi vereador duas vezes
aqui, em Floresta, e em 2012 um
grupo o impediu de se candidatar.
Como eu já era afiliada a um
partido, me coloquei à disposição
dele e como o partido tinha uma
deficiência no número de
mulheres no pleito, saí candida-
ta",explicaajovemvereadora.
Atualmente no segundo man-
dato, manteve a média de mais
900votos,assimcomonaeleição
anterior, Bia, hoje com 24 anos,
diz que teve no pai, João Berto de
Sá, mais conhecido como
Betinho, uma grande inspiração
para a postura política que possui
hoje. "Nas minhas duas campa-
nhas foquei sempre na apresen-
tação de propostas e durante
meu período na câmara sempre
tive muito respeito pela oposição,
não tenho a postura de agredir,
mas de mostrar sugestões. Eu e
meus irmãos acompanhávamos
meu pai nas visitas do período de
campanha dele e aprendi muito
comisso",destaca.
Mulher e jovem, Beatriz diz que
desde a primeira campanha
sentiu que estava tendo uma boa
aceitação devido a sua represen-
tatividade, mesmo assim, reele-
ger-se foi, de fato, uma surpresa.
Num ambiente masculino em sua
maior parte, ela diz que não
sentiu medo do desafio ao ser a
única mulher eleita e que apren-
deu muito com os colegas do
poder legislativo. "No início eu
era bastante tímida, mas ao
entrar em contato com coisas tão
relevantes para a sociedade vi
que não poderia, de forma algu-
ma, ficar passiva. Era tudo muito
novo, mas os outros vereadores,
principalmente os mais experien-
tes, me auxiliaram bastante e
foram muito importantes para o
m e u a m a d u r e c i m e n to n a
Câmara", ressalta Beatriz com
gratidão.
Bia é considerada por muitos
a grande responsável por trazer
mais jovens, essa parcela da
população geralmente apática
durante os pleitos, para os
debates políticos durante o
período de eleição, dialogando
com eles através das redes
sociais, construindo propostas
através das sugestões e dos
feedbacks que recebe nas redes.
Estas ferramentas são utilizadas
emseu diaadiadetrabalho.
Formada em direito, ela estuda
agora para o exame da Ordem dos
Advogados do Brasil – OAB, Ana
Beatriz diz que vai continuar na
política sugerindo e fiscalizando
atravésdassuasideiaspositivas.
Quando perguntada sobre sua
atuação como vereadora, Bia
Numeriano nunca fala "eu fiz" ou
"eu propus", o trabalho desenvol-
vido é sempre creditado ao
coletivo. Segundo ela, na câmara
somos representantes dos
interesses dos eleitores e não dos
interessespessoais.
Para as mulheres que almejam
seguir carreira política, Bia deixa
um recado: "As mulheres ficam
receosas de entrar, geralmente
colocamos como prioridade
outras atividades. A maioria
pensa que não é possível concili-
ar a vida que já tem com a política,
mas é. Precisamos da sensibilida-
de de mais mulheres no legislati-
vo, sendo mais uma voz em favor
dalutadasmulheres",finalizou.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Ana Beatriz Numeriano
Formada em Direito, Bia, pelo segundo mandato é a única mulher em uma bancada de vereadores.
8
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Constância Carvalho
Empreendedorismo na área da saúde
Saúde é um assunto delicado:
para falar nele é preciso muito
tato, para trabalhar com ele é
preciso empatia e talento.
Constância Carvalho tem todas
essas características e por isso
divide com o esposo Manoel
Alves o comando do Consultório
Médico e Laboratório Santa
Luzia, localizado em Belém do
SãoFrancisco.
Nascida em Serra Talhada, a
farmacêutica foi para Recife com
sua família quando tinha dias de
vida. Criou-se, formou-se em
Farmácia devido a influência de
um professor, casou-se, passou
no concurso do Governo do
Estado de Pernambuco e lá
pretendia viver todos os seus
dias, até que seu marido foi
transferido para Belém do São
Francisco. "Então, pedi minha
transferência também. No
começo foi difícil, nunca tinha
saído de perto da minha mãe e
dos meus irmãos, mas quando
comecei a trabalhar tudo ficou
mais fácil", relembra a bioquími-
ca, que quando chegou ao municí-
pio começou a atuar no Hospital
Dr. José Alventino Lima, onde
ficouatéseaposentar.
Mãe de duas mulheres,
Constância construiu com o
maridoo consultórioonde os dois
atendem até hoje e diz se sentir
abraçada pela população da
cidade. "Temos muitos clientes
fiéis, alguns voltam aqui mesmo
depois de se consultar com outros
médicos, apenas para saber
nossa opinião. Isso é muito
gratificante",dizsatisfeita.
No espaço, que funciona das
6h às 17h, é possível encontrar
profissionais de diferentes
seguimentos como nutrição,
cardiologia, odontologia, labora-
tório,pediatriaeultrassonografia.
E sobre o sucesso do espaço,
ela garante que veio através de
muito trabalho, dificuldades
apareceram durante toda a
trajetória, mas tudo foi superado.
"Colocamos amor e carinho aqui
desde o início, atendendo todos
sem fazer diferença entre pacien-
tes públicos ou privados e isso foi
notado pela população. Você
sempre terá um retorno quando
se dedicar ao que gosta de fazer",
ressaltou a profissional que tem
maisde30anosdeexperiência.
Para os jovens que pretendem
entrar na área da saúde,
Constância, que equilibra o
melhor da determinação e da
calma, deixa um recado: "Procu-
rem ser profissionais humanos e
competentes naquilo que fazem.
A dor dos outros pode ser a sua
dor. Aquela pessoa que vai ser
atendida por você está ali preci-
sando de ajuda e precisa ser, no
mínimo, tratada com atenção e
respeito".
Ao lado do marido Manoel Alves, Constância administra o Consultório Médico e o Laboratório Santa Luzia.
9
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Durvalina Gomes Xavier
Dona Durvalina, 98 anos cheios de vitalidade
Considerada uma das mulheres
mais idosas de Tacaratu, no
sertão de Itaparica, Dona
Durvalina Gomes Xavier, comple-
tará 98 anos no dia 04 de outubro
deste ano. Questionada sobre
qual o segredo para viver muito,
ela ri e responde que o segredo é
conversar com as pessoas. "Para
mim não existe remédio melhor
doqueconversar".
Seus cabelos brancos impõem
respeito e ao mesmo tempo
admiração pelo estilo de vida
simples e saudável. Mãe de 10
filhos, tem 20 netos e 25 bisne-
tos, Dona Durvalina conta sua
história com lucidez e cita um a
um o nome de todos os seus
filhos. Mesmo com a família
volumosa, conseguiu formar e ver
os filhos com uma profissão. Na
família existem diferentes tipos
de profissionais: médica, profes-
sora, ex-prefeito, comerciante
entre outros. O filho mais velho,
Hélio Xavier, foi vice-prefeito e,
posteriormente, prefeito de
Tacaratu,nosanos80.
Nascida em 1920, na zona
rural do município de Floresta, foi
lá que viveu sua infância até a
adolescência. Há 62 anos reside
no sítio Bebedouro, antiga zona
rural de Tacaratu, que cresceu e
tornou-se parte da cidade com o
logradourodeRuadaAurora.
Dona Durvalina adora ler e até
começou a escrever um livro.
Mulher de uma fé inabalável,
todos os dias, antes do almoço lê
as suas orações que guarda com
carinho dentro uma caixa. "Todos
os dias, antes do almoço eu leio
essas orações, rezo também meu
terço e assisto minhas novenas
pelatelevisão",afirmou.
Filhadepaicomercianteemãe
dona de casa, tinha três irmãs,
sendo ela hoje a única viva da
família. Sua beleza atraia muitos
pretendentes, mas se considera-
va muito exigente nesse aspecto.
"Ainda jovem, tive alguns noivos,
mas sentia que ainda estava para
conhecer aquele que se uniria a
mim para o resto de nossas vidas,
foi quando conheci meu marido,
Manoel Xavier Sobrinho. Conheci
ele numa festa de casamento.
Nesse dia dançamos e ele foi me
levar em casa. Depois me man-
dou uma carta me pedindo em
namoro e eu respondi dizendo
queaceitava",contasorrindo.
Após seis meses de namoro e
com a idade de 24 anos, dona
Durvalina e Manoel se casaram e
fo r a m m o r a r n a f a z e n d a
C i p o z i n h o , m u n i c í p i o d e
Petrolândia.
Com apenas 37 anos ficou
viúva, criou os filhos com a ajuda
da família e trabalhando com a
criação de animais. Mesmo após
os filhos criados, sem mais ter
que se preocupar com trabalho,
Dona Durvalina não se entregou
ao cansaço da idade, com tanta
vitalidade, ela ainda vende leite
do gado que cria no grande curral
aoladodasuacasa.
Dona Durvalina, aos 98 anos, lúcida e com disposição para o trabalho.
10
Uma jornalista de fé
Aos 38 anos, a jornalista Elba
Quirino está no auge da sua
carreira profissional. Dona de
uma empresa de comunicação –
“Comunica – Ideias e soluções” –
é uma das poucas na região de
Itaparica a prestar serviços
especializados em assessoria de
comunicação, marketing e
design.
A empresa já nasceu com uma
proposta inovadora: oferecer
serviços com acompanhamento
deresultados.“Somosestrategis-
tas, planejamos as ações, traça-
mos metas e, quase sempre, as
alcançamos. Tudo isso tem dado
muito certo, e a Comunica amplia
sua carta de clientes”, afirma a
jornalista.
Com pouco mais de um ano de
funcionamento, a empresa tem a
marca de uma gestão moderna. A
equipe é formada exclusivamente
por mulheres, que trabalham
home office. O sistema adotado
pela empresária Elba Quirino tem
uma razão de ser: “Trabalhamos
basicamente com criatividade.
Para criar, precisa-se estar bem.
Entendi que é em casa, nesse
ambiente onde ficamos à
vontade, que fluem as melhores
ideias. Mas são necessários
compromisso, disciplina e sinto-
niadetodaaequipe”,explica.
Quem vê essa história de
sucesso nem imagina quantas
pedras precisaram ser retiradas
do caminho. Aos 14 anos de
idade, Elba mudou-se para
Recife, em busca de uma forma-
ção superior. Tão jovem, apren-
deu a ser independente e encarar
avidadefrente.
Cursou Comunicação Social –
Habilitação em Jornalismo na
Universidade Católica de
Pernambuco. Era final do curso
quando se casou com o também
florestano, Audomark Ferraz. Já
com emprego fixo, com carreira
em ascensão, quis Deus mudar
os rumos da história que ela tinha
traçado.
“Passamos por uma fatalidade
em nossa família, o que nos
trouxe de volta para Floresta. Não
foi fácil largar tudo que já tinha
conquistado. Naquele momento
acreditei que nunca mais fosse
exe rc e r m i n h a p ro fi s s ã o .
Contudo, uma certeza trazia paz
ao meu coração: Deus estava
comigo”,afirmou.
Elba nunca ficou desemprega-
da. Logo que chegou assumiu
função na assessoria de comuni-
cação da Prefeitura Municipal de
Floresta, onde trabalhou por 13
anos. “Era agosto de 2016,
quando em oração senti que tinha
chegado o momento de abrir meu
próprio negócio, e assim fiz. Em
novembro, a Comunica já estava
em pleno funcionamento”,
lembra.
As bênçãos de Deus não foram
apenas no campo profissional, a
florestana voltou à convivência
diária com seus pais, o comerci-
ante Edivaldo de Menezes Leal e
a funcionária pública, Iracema
Gomes de Sá Quirino, já falecida.
“Agradeço a Deus por ter me
permitido, antes da partida de
minha mãe, viver ao seu lado
momentos inesquecíveis. Ele
preparou esse presente para
mim”.
Elba tem dois irmãos, a peda-
goga Isabella e o enfermeiro Ênio
Quirino. É mãe de dois filhos
lindos e carinhosos, Raquel (12
anos) e Davi (8 anos). Além de
profissional, mãe, esposa, ela
dedica parte de sua vida aos
serviços na Primeira Igreja
Batista em Floresta onde congre-
ga e é professora de Escola
Bíblica.
Ao final da entrevista, Elba
revela que neste ano completa 15
anos de profissão. “Somente
Deus para traçar caminhos tão
perfeitos”,concluiu.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Elba Quirino
Elba Quirino é dona da empresa Comunica - ideias e soluções.
11
Determinação para transformar realidades
Só um coração “grande” para
abraçar tantas causas sociais,
por muitas vezes, sacrificando o
próprio tempo para fazer mais
pelo próximo. A dona desse
coraçãoéFabríciaLopes.
A psicóloga é formada pela
Faculdade de Ciências Humanas
Esuda, em Recife, mas é em sua
terra natal, Carnaubeira da
Penha-PE, onde coloca em
prática todos os ensinamentos
aprendidos na instituição e,
principalmente, na jornada da
vida. São valores como respeito,
amor ao próximo, ética, que
determinam sua maneira de
enfrentar o mundo e se relacionar
comaspessoas.
Fabrícia é Secretaria de
Assistência Social, função que,
apesar de árdua, traz realização
para sua vida. Ela é responsável
pela garantia da proteção social a
quem dela precisar e pela promo-
ção da cidadania, por meio da
implementação do Sistema Único
da Assistência Social (Suas) no
município.
Casada com o prefeito da
cidade, Dr. Manoel Silva, que já
esteve à frente da Prefeitura por
dois mandatos, a primeira dama
comanda uma equipe comprome-
tida e que se doa pelas questões
sociais, desenvolvendo progra-
mas, projetos e açõesde fortaleci-
mento dos vínculos familiares e
comunitários, voltados para
diferentes públicos: crianças e
adolescentes, vítimas de violên-
cia e maus-tratos, idosos, pesso-
as com deficiência e população
derua.
"Dentro desta política, busca-
se um caminho para que as
nossas crianças cresçam com
cidadania, não se tornando
pessoas excluídas do contexto
social, trazendo, como resultado,
uma adolescência desprotegida e
entregue à delinquência. O idoso,
da mesma forma, recebe da
Secretaria um tratamento com
vistas a mantê-lo integrado na
sociedade em que vive, com a
valorização de sua experiência e
do seu potencial", explica a
Secretária.
Esse presente e futuro estão
emboasmãos.Aforçadevontade
de fazer mais e a determinação
dessa mulher em enfrentar as
dificuldades para driblar os
poucos recursos, estão garantin-
do que famílias vivam com
dignidade e tenham esperança
dediasaindamelhores.
As responsabilidades de
Fabrícia não param por aí, mãe de
quatro filhos, Laura, Larissa,
Letícia e Manoel Felipe, é preciso
encontrar tempo, em uma rotina
tão intensa, para cuidar e ensinar
os valores aos filhos, os mesmos
valores que fazem dessa, uma
mulherinspiradora.
Experiência e disponibilidade para trabalhar pelas causas sociais.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Fabrícia Lopes
12
BR 316 km 315 - DNER, Floresta - PE
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Qualidade indescritível
ANIVERSÁRIO
ano
20182018
1
Cultura, resistência e empoderamento feminino
Conhecer Fátima Belém é se
inspirar o tempo todo com sua
energia, força e gentileza. Para
nossa entrevista ela nos atende
na sede da Associação Café Com
Arte, formada apenas por mulhe-
resartesãs.
As peças expostas são várias,
artesanato dos mais variados
seguimentos, de pesos de porta
caprichados a telas com moldu-
ras únicas – mas a menina dos
olhos são realmente os produtos
feitoscomcourodetilápia.
No local, o couro é seco,
tingido e utilizado na produção de
sandálias, bolsas e carteiras,
entre outros produtos, com
acabamento impecável, pelo qual
ela faz questão. As peças fazem
tanto sucesso que grandes
varejistas de calçados nacionais
já tentaram fechar parcerias, mas
Fátima declinou de todos os
convites: em nenhuma proposta
a Associação estaria sendo
valorizada como deveria. Essa
atitude diz muito sobre a presi-
dente, que conduz com sabedoria
oprojeto.
Nascida no Recife, logo nos
primeiros anos de vida Fátima
ficou órfã de mãe e pai. Foi
separada dos irmãos e adotada
por uma família de Petrolândia.
Atritos aconteceram e ainda
adolescente voltou a morar no
Recife, a fim de se tornar profes-
sora. Sem família por perto,
passou por incontáveis dificulda-
des e momentos de desolação,
mas jamais baixou a cabeça.
Formou-se, casou-se com
Expedito Belém, teve dois filhos,
Patrícia e Joaquim, e junto deles
r e c o m e ç o u s u a v i d a e m
Petrolândia. Foi professora,
manicure, deu curso de pintura
até que se envolveu com gastro-
nomia e obteve muito sucesso,
chegando a montar seu restau-
rante e criar a famosa buchada de
tilápia.
O envolvimento com a arte veio
no mesmo período e a paixão por
ajudar pessoas a fez tomar a
frente do projeto, na busca por
benefícios mais expressivos para
as35mulheresassociadas.
Hojea CafécomArteéexemplo
de planejamento, organização e
irmandade, tendo diversos
projetos aprovados em nível
municipal e estadual, graças à
liderança de Fátima que, em meio
a tudo isso, ainda se dedica a
trabalhossociais.
Lançando um olhar sobre a
cultural de forma sustentável,
posturas como a da artesã
colaboram para que se torne
cada vez mais forte discutirmos
cultura considerando sempre a
vertente da geração de emprego
e renda para muitos pernambuca-
nos.
Fátima Belém é a essência do
que queremos, representando
nossa cultural no presente e no
futuro.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Fátima Belém
Fátima conduz com sabedoria o projeto Associação Café Com Arte.
14
Talento para administrar e inovar
Está na alma e no sangue a
habilidade para administrar.
Visão, conhecimento e muita,
muita garra, são elementos
usados por Gabriella Martins
para tocar seu empreendimento
d e s u c e s s o , o C o m p a r e
Supermercado 02, na cidade de
Floresta.
Gabriella nasceu em uma
família de empreendedores e faz
jus à responsabilidade de estar à
frente de uma das empresas do
Grupo Compare, presidido por
seupai,HeraldoMenezes.
A empresária de apenas 31
anos, especializou-se em
Administração de Empresas pela
Universidade Católica de
Pernambuco, em Recife. Como
muitas meninas do interior,
"Baby", como prefere ser chama-
da, também teve que enfrentar a
saudade da família ao sair do
conforto da casa dos pais para
amadurecer e conquistar uma
profissão.
"O Compare 02 nasceu em
2009, visão que o meu irmão
mais velho, Hércules Martins,
teve diante do crescimento dos
bairros Caraibeiras e Santa Rosa.
Eu havia acabado de voltar do
Recife e não me intimidei diante
do desafio. O segredo da conquis-
ta não está em apenas acreditar,
mas também lutar pelo que se
acredita. Minha família, os
clientes e toda a equipe acredita-
ram em mim. Sou muito grata
pelaconfiança",revela.
Única filha mulher do casal
Heraldo Menezes de Sá e Maria
das Graças Martins de Sá, tem
como marca forte a simplicidade.
De uma personalidade pacata,
soma valores como generosida-
de, honestidade e espírito de
liderança. Com tantas qualida-
des, é difícil encontrar entre os
colegas de trabalho quem não a
admire.
Apesar da pouca idade e da
carga de responsabilidade que
Gabriella Martins carrega, ela
afirma que está sempre motivada
para o trabalho, e atribui sua
audácia ao simples fato de ser
uma mulher de coragem.
"Acredito que minha coragem se
deva ao exemplo de meu pai que
desde muito jovem já trabalhava.
Tenho nele meu maior exemplo.
Cresci acompanhando essa
rotina intensa de trabalho e
reconheço que tudo o que
possuímos é resultado do seu
esforço.
Fundar o Compare 02 não foi
tão difícil, porque há 24 anos
meupai desbravouessecaminho
ao concretizar o sonho do seu
primeiro empreendimento, o
Compare Supermercado 01. Ao
longo desse tempo conquista-
mos a credibilidade dos clientes
e visibilidade no mercado. Isso
colabora para o sucesso da filial",
reconhece.
Gabriella enxerga nichos de
oportunidades de negócios e,
sempre que é possível, aposta na
abertura de novos setores e
oferta de serviços no Compare
Supermercado 02. Nele está a
mais completa sessão de livros
da cidade de Floresta. "Meu
gosto pela leitura e carência
desses produtos na cidade foram
decisivos para a implantação
dessasessão",explica.
Além disso, a empresária apoia
o Projeto Ler Bem, que atua como
forma de incentivo à leitura para
criançasejovensdomunicípio.
Recém-casada, Baby vive um
momento pleno de realização
pessoal e profissional e já faz
novos planos para sua vida.
"Casei recentemente e ainda não
tenho filhos, mas os planos de
construir minha família são para
muitoembreve",revelou.
Com tanta sabedoria para lidar
com pessoas e desafios, sem
dúvidas, esse novo time (filhos e
marido) será conduzido com
maestria.Administradora, Gabriella é responsável pelo sucesso do Compare Supermercado 02.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Gabriella Martins
15
Coragem para vencer obstáculos
Não existe limitação quando há
desejo de superação. Assim pode
ser definida a Prefeita da cidade
de Jatobá, no sertão de Itaparica,
GoreteVarjão.
Em 2016, a pequena cidade
escreveu seu nome na história
quando elegeu a primeira
prefeita mulher do município e a
primeira prefeita cadeirante do
país. Natural de Arcoverde, Maria
Gorete Cavalcanti Varjão é
casada com Itomar Varjão, ex-
prefeitodeJatobá.
Pedagoga, admirada por todos
que a rodeiam, antes mesmo de
ser Prefeita, Gorete Varjão já
trabalhava pelos mais necessita-
dos. Durante os anos de 2005 e
2008, exerceu o cargo de
Secretária de Ação Social, quan-
do teve a oportunidade de desen-
volver e apoiar diversos trabalhos
sociais voltados para os mais
carentes da cidade, dentre eles a
Casa do Leite e programas de
atençãoaoidoso.
Muito querida pela população
e motivada pela influência
política do esposo, entrou para o
ramo em 2016, quando disputou
a prefeitura da cidade e desban-
cou seus candidatos. Sua vitória
foi considerada como um reco-
nhecimento a sua liderança
política.
Há 20 anos uma fatalidade a
fez perder os movimentos inferio-
res, mas o fato nunca a impôs
limites. Superou todos os obstá-
culos e hoje com muita autono-
mia dirige o seu próprio automó-
vel, além de realizar outras
atividades comuns como cuidar
dafarmácia,dacasaedafamília.
Gorete Varjão é mãe de três
filhos, aos quais acompanha e
dedica atenção, apesar de
estudarem foradomunicípio.
Gorete é considerada uma
mulher de fibra, com atitudes
firmes em suas decisões, atribu-
tos que a fez conquistar o respeito
eaadmiraçãodetodos.
Estando no segundo ano da
sua gestão, Gorete reconhece
que os desafios que têm pela
frente são enormes, porém a
vontade de lutar para superá-los
sãomaioresainda.
Em seu primeiro ano de man-
dato, considerado um período
difícil, sobretudo pela necessida-
de de organização da casa,
Gorete deu destaque na sua
gestão ao compromisso assumi-
do de valorização dos servidores.
Enquanto diversas prefeituras do
Estado não conseguem pagar os
seus servidores, a prefeitura de
Jatobá prioriza a folha de paga-
mentoemdia.
Quando perguntada sobre o
futuro, Gorete afirma não temer.
"Tenho muita coragem para
enfrentar os desafios que a vida
possa me apresentar, buscando
construir caminhos que facilitem
avidadaspessoas".
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Gorete Varjão
Gorete é a primeira prefeita cadeirante do país.
16
MODA
Feminina
Masculina
Infantil
Floresta - PE
O melhorO melhorO melhor
da modada modada moda
está aqui!está aqui!está aqui!
Beleza levada a sério
O bom humor de Hilke Diniz é
conhecido como um dos maiores
atrativos do Salão de Beleza que
ela possui, batizado com o
mesmonome.
Há 10 anos no mercado da
beleza, a empresária revela que
optou por outras carreiras antes
de se render ao setor pelo qual é
apaixonada: a estética. "Sempre
gostei muito de me arrumar e de
arrumar os outros. Iniciei como
micropigmentadora, trabalhando
com sobrancelha, porque isso
devolve uma beleza natural a
mulher",explica.
No entanto, até chegar os dias
de hoje, um longo caminho foi
percorrido. Em Recife, começou a
cursar direito, mas não se encon-
trou profissionalmente e pela
saudade voltou à Floresta,
quando iniciou o curso de peda-
gogia e, outra vez, não se viu
realizada com a nova área de
atuação. Foi quando a ficha caiu
e entendeu que precisava traba-
lharcomoqueamava.
"Fui fazer um curso de cabelei-
reira em Serra Talhada, porque vi
que aquilo me atraia. Durante o
curso, as minhas colegas sempre
elogiavam o trabalho que eu
desenvolvia, ao ponto de passar
a atender pessoas que eu não
conhecia e que me procuravam
durante as aulas para fazer a
sobrancelhacomigo",relembra.
Com o crescimento da deman-
da, Hilke viu a oportunidade de
se qualificar e aproveitar essa
carência do mercado. Dessa
forma, tornou-se a primeira
micropigmentadora da região. O
trabalho se expandiu para além
dos limites do município de
Floresta.
Mesmo com vasta experiência,
Hilke buscou sempre se aperfei-
çoar através de vários cursos e
especializações, que a tornam
hoje uma das maiores especialis-
tasnoramodabelezafeminina.
Após muitos anos de trabalho e
persistência, nasceu o Centro de
Estética HD, atualmente com
duas unidades: uma em Floresta,
comandada por Hilke, e uma em
Serra Talhada, que tem a frente
suairmã,HelgaDiniz.
Com um estilo de trabalho
diferenciado, o Centro de
Estética HD continua crescendo
através de muito trabalho e
sensibilidade.
Segundo Hilke, novidades vêm
por aí, "até junho estaremos nos
mudando para um espaço novo e
maior, com uma área específica
para noivas, um SPA e muitas
outrasinovações".
Mãe de dois filhos, casada há
17 anos com Bruno Lívio, empre-
sária realizada profissional e
pessoalmente, Hilke é um
verdadeiro exemplo de supera-
ção através da ousadia e da
determinação.
Hilke aconselha que "as pesso-
as têm que lutar pelo seu sonho,
mesmo surgindo as dificuldades,
você tem que persistir, correr
atrás e se dedicar. Com essa
obstinação você vai chegar onde
quer, tudo é possível – eu sou a
provadisso".
Dona do Centro de Estética HD, Hilke Diniz é referência quando o assunto é beleza feminina.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Hilke Diniz
18
Uma profissional de alta performance
Saúde e estética são o foco do
e m p r e e n d i m e n to d e I s i s
Gonçalves Oliveira, que toca seu
negócio com a habilidade de
quem conhece o assunto. Dona
da academia de ginástica Lify
Gym, que funciona na cidade de
Belém do São Francisco, ela é
responsável pela revolução na
oferta desse tipo de serviço na
região.
Cearense, formada em
E d u c a ç ã o F í s i c a p e l a
Universidade Regional do Cariri
(URCA), no Crato, mostrou ser
uma mulher que sabe ir em
busca dos seus objetivos. Sua
qualificação profissional e
experiência, associadas à visão
empreendedora, fez da professo-
ra Isis uma empresária de suces-
so. Investiu pesado nesse ramo
da atividade física, e hoje oferece
equipamentos modernos,
assistência personalizada e
ambiente agradável para quem
precisaseexercitar.
Observando o rápido cresci-
mento do mercado, Isis saiu na
frente e garantiu sua pós-
graduação. Quem já tinha uma
boa perspectiva de progresso
nos negócios com a implantação
de uma academia moderna,
agora viu abrirem-se novas
oportunidades, os conhecimen-
tos adquiridos possibilitaram a
garantia de serviços mais especi-
alizados.
"Adquirir conhecimento é um
passo importante para garantir
serviços diferenciados. Sabemos
que os exercícios físicos são um
dos pilares da qualidade de vida,
além de serem essenciais à
saúde. No entanto, praticar
atividades físicas de forma
inadequada pode gerar uma
série de problemas, então é
fundamental contar com a
orientação de um profissional
qualificado”,ressaltou.
Antes da Life Gyn, Isis dividia
seus conhecimentos com alunos
que frequentavam a Academia
das Cidades, onde era professo-
ra, foi aí que ela percebeu que
existia um campo mais amplo
onde poderia atuar. “Eu desejava
poder oferecer um atendimento
individualizado, no qual eu
pudesse entender quais necessi-
dades das pessoas. Em nossa
academia isso se tornou possível,
estou em um relacionamento
direto, acompanhado o processo
eseusresultados”,finalizou.
Ísis mantém clientes engajados e satisfeitos na Academia Gym.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Isis Gonçalves
FOTO:JoãodiCarvalho
19
A coroação do trabalho em equipe
Garra, dedicação e amor pelo
que faz. São três das muitas
qualidades marcantes que
Ivoneide Ferraz possui. Esposa,
mãe, primeira dama e secretária
de Assistência Social e Trabalho
do município de Floresta, Vone,
como é carinhosamente chama-
da por todos, é uma mulher
simpática e admirável, sobretu-
do, pela vontade de fazer mais
pelopróximo.
É com muita empolgação que
a Secretária recebe nossa equipe
para contar sobre os avanços e as
superações de sua gestão. Para
Vone, o trabalho em equipe,
encabeçado por ela, possibilitou
que fossem implantadas mudan-
ças significativas na forma de
administrar uma das pastas mais
importantes do governo munici-
palempoucomaisdeumano.
Ações com o objetivo de erradi-
car o trabalho infantil, foram
fortalecidaspelo envolvimento de
toda equipe da secretaria, a
exemplo das campanhas feitas
na zona rural e urbana, cuja
prioridade é a garantia da assis-
tênciahumanizada.
"No município temos o Projeto
Conviver, que funciona no Cras e,
desde que assumimos, consegui-
mos triplicar o número de crian-
ças atendidas. Entre tantas
ações, destaco a comemoração
do Dia das Crianças, quando
fizemos uma grande festa para
vivenciar um dia diferente, porém
alegre com nossas crianças. No
ano passado, mais de três mil
crianças de 0 a 12 anos foram
atendidas”.
"Mesmo cuidando do nosso
futuro ao promovermos ações em
favor das nossas crianças, não
esquecemos dos nossos idosos,
que, com muito carinho e respei-
to, recebem total atenção da
nossa Secretaria", destacou
Vone.
Quem vê tanto sucesso na
gestão não imagina que Vone foi
resistente em aceitar assumir o
cargo que hoje ocupa. “Levou um
tempo para que eu aceitasse. Não
queria ocupar nenhum cargo,
meu desejo era colaborar com a
gestão, mas como havia recebido
a missão, coloquei-me à disposi-
çãodagestãoedecidiaceitar.
Para isso, busquei me cercar
de pessoas comprometidas e
assim podermos realizar o traba-
lho sério e com resultados signifi-
cativos”,explicaaprimeiradama.
À frente de uma secretaria
formada em sua grande maioria
por mulheres, a primeira dama
destaca a importância do planeja-
mento coletivo para se atingir os
objetivos propostos. “Sabemos
exatamente onde queremos
chegar, pois priorizamos as ações
que partem de um planejamento
em equipe”, aconselha Ivoneide
Ferraz, com a seriedade de quem
tem compromisso com o futuro
dosflorestanos.
Vone é uma pessoa de fé, que
acredita em um mundo melhor e
na bondade das pessoas. Para
ela, uma das suas maiores
motivações para viver é a família.
É nela, seu porto seguro, onde
desfruta do amor de seu marido,
o atual prefeito de Floresta,
Ricardo Ferraz, e dos seus dois
filhos, Isabele e Ricardinho. “Sou
muito feliz. Minha família sempre
me dá muito apoio e me encora-
jam a enfrentar todos os desafios.
Tenho um marido que é também
meu grande amigo. Agradeço a
Deus pela honra da presença do
meu pai e da minha mãe comigo.
Tenho filhos que me tornaram a
pessoa realizada que sou hoje”,
enfatizou.
À frente da Assistência Social, "Vone" dá exemplo de amor e determinação.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Ivoneide Ferraz
20
Uma vida de amor e solidariedade
Aos 85 anos, Izabel Ferraz
Pires, carinhosamente chamada
por Dona Bezinha, tem alma de
adolescente e costuma levar a
vida pensando e realizando
apenas coisas boas. Nascida em
30 de setembro de 1932, na
antiga Petrolândia, nunca casou
ou teve filho, nem por isso sente-
se sozinha.Dona Bezinha é
mulher simpática, de sorriso fácil,
rodeada por parentes e amigos
que têm nela uma companhia
agradável.
Em um grande retrato na
parede da sua casa, observa-se a
imagem de uma moça loira,
cabelos longos e traços afilados e
quando perguntada sobre a foto,
ela revela ser sua, tirada na
juventude. Mulher de traço forte e
bonita certamente não lhe faltou
pretendente e não casar foi uma
opção.
De uma família de costurei-
ras, aprendeu o ofício e chegou a
ser considerada uma das melho-
res profissionais da cidade. Hoje
já não costura mais. Com sauda-
de, ela se lembra dos belos
vestidos das formaturas, de noiva
e peças sofisticadas que fazia.
Suas habilidades são ensinadas
em um curso de corte e costura,
projeto desenvolvido com o apoio
do governo municipal, através do
qual Dona Bezinha ajuda mulhe-
res a terem uma profissão e a
conquistarem a independência
financeira. "Não me imagino em
outra área que não seja pratican-
do o bem e a caridade. Essas
mulheres têm acesso gratuito às
aulas, estamos dando condições
para que elas se desenvolvam e
possamterumarenda",reforça.
Dona Bezinha define seus dias
como agitados. "Estou sempre em
movimento. Minha rotina é
corrida. Sou líder do Grupo da
Legião de Maria na igreja, dou
aulas de corte e costura e tam-
bém desenvolvo outros trabalhos
sociais como Natal Solidário e o
GrupodaTerceiraIdade".
No passado, chegou a ser
chefe de departamento social da
Prefeitura de Petrolândia, função
que permitia exercer de forma
ampla aquilo que mais gosta,
ajudar pessoas. A solidariedade
parece estar na sua essência.
Preocupada com os integrantes
do grupo da terceira idade, que
por questões de saúde já não
podem frequentar os encontros,
Dona Bezinha idealiza a realiza-
ção de visitas com serestas nas
casas desses idosos. "Acredito
que a partir do próximo mês já
começaremos. O objetivo é levar
alegria, estar perto dos amigos
que não podem mais frequentar
os encontros e promover a sociali-
zação", afirma Dona Bezinha, nos
ensinando sobre o amor ao
semelhante.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Izabel Ferraz Pires
Izabel é uma mulher de coração "grande" e muitas amizades
21
Ana Beatriz Numeriano
Vereadora
Constância Carvalho
Farmacêutica e Bioquímica
Durvalina Xavier
Agropecuarista
Elba Quirino
Jornalista e empresária
Fabrícia Lopes
Secretária de Assistência Social
Fátima Belém
Presidente da Associação Café com Arte
Gabriela Martins
Empresária-Supermercado
Gorete Varjão
Prefeita do Município de Jatobá
Hilke Diniz
Empresária - Centro de Estética
Izabel Joana
Integrante da Confrar
Isis Gonçalves
Formada em Educação Física/Dona de Academia
Ivoneide Ferraz
Secretária de Assistên
Izabel Ferraz Pires
Costureira
Janira Moraes e Jac
Diretora da Escola Un
Professora e empreend
Karina Ferraz
Contadora
Marcélia Marques
Advogada
Maria Josefa
Agricultora
Janielma Souza
Prefeita do Município
Lariça Lafayette
Médica
Jeane Wilma Costa
Empresária-sapataria
ria do Rosário
ncia Social e Trabalho
s
cira Nogueira
niverso Infantil e
dedora
o de Petrolândia
Núbia Granja
Professora e teatróloga
Raimunda Barbosa e Senilda Freire
Diretoras do Centro Espírita Zita Lustosa
Rita de Kássia
Diretora de Assuntos Indígenas e Quilombolas
Rosa Maria
Professora Universitária do CESVASF
Sílvia Vasconcelos
Presidente da Associação dos Piscicultores
Valdeci Ana dos Santos
Fundadora da Associação Quilombola
Verônica Duarte
Educadora
Wilka Freire
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Yara Marques
Fisioterapeuta
Mikaelly Karoliny
Dona do CETEC
A força da sutileza
Aos 95 anos, Dona Izabel mantém viva a tradição da Confraria do Rosário
Forte e matriarca de uma
família inspiradora, Izabel Joana
de Jesus possui um sorriso
tímido e uma fé impossível de
medir.
Com 95 anos de idade, Dona
Izabel, como é mais conhecida,
não se lembra de um tempo em
que não fez parte da Confraria do
Rosário, irmandade secular
tradicional do município de
Floresta-PE. Seguindo a tradição
de seus pais, ela acompanhava
desde criança a procissão
realizada no dia 31 de dezembro
e recebeu da mãe um pedido
quando esta partia para o céu:
fazer sempre o trajeto da procis-
são descalça, pagando promes-
sa. "E eu obedeci. Acho que até
hoje estou com os pés dormentes
por conta disso, mas nos últimos
anos não consegui mais ir descal-
ça", diz com um pouco de descon-
tentamentonavoz.
Habilidosa, ao chegar na sua
casa você provavelmente vai
encontrá-la fazendo bonecos e
utensílios de barro. "Aprendi aos
10 anos, na beira do rio Pajeú e
até hoje faço. Tiro as pedrinhas e
só trabalho quando o barro está
lisinho", explica. Dona Isabel
finaliza a peça, mas não vende,
presenteia sempre amigas e
familiares.
Vinda de uma família de 12
irmãos, Dona Izabel conseguiu
criar para si uma família igual-
mente volumosa. Do seu casa-
mento com João Contente teve
sete filhos, que deram origem a
43 netos, 25 bisnetos e dois
trinetos. Os tempos eram outros,
ainda mais difíceis do que hoje,
mas força não faltava a essa
mulher: aprendeu a costurar
para fazer a roupa das filhas e
dos filhos, limpava roça, plantava
e colhia para alimentar sua
família, trabalhava para fora
colhendo algodão sob o sol
castigante e ainda encontrava
tempo para educar suas crianças
com rigor, ensinando os princípi-
os da honestidade e do respeito
aooutro.
Em meio a tudo isso, dona
Izabel mantinha a sua fé em
Nossa Senhora do Rosário e em
São João Batista. Participava de
novenas e se dedicava à Confra-
ria do Rosário, coisa que faz até
hoje.
Antes do grande dia da procis-
são, a florestana fica ansiosa,
arruma sua roupa com cuidado e
se prepara para acordar cedo e
acompanhar tudo de pertinho.
Por ser uma das mais antigas da
irmandade, tem o direito de ir
segurando o manto do Rei, a fim
deconseguirgraças.
Bem quista por todos da comu-
nidade, Dona Izabel mora na
zona rural do município e geral-
mente só vai à cidade quando
acontecem as reuniões bimestra-
is da Confraria. Em toda reunião
se forma uma fila de homens,
mulheres e crianças para lhe
pedir a bênção. "A gente já sabe
que isso leva uns quinze minutos
antes de cada encontro", explica
o Rei Perpétuo desde 2007 e
representante legal da institui-
ção,professorJoãoLuizdaSilva.
Há mais de duzentos anos a
irmandade existe na cidade de
Floresta e por ser formada
principalmente por remanescen-
tes quilombolas, é tida como um
importante símbolo de resistên-
cia negra. Hoje a Confraria do
Rosário de Floresta é Patrimônio
VivoeImaterialdePernambuco.
Com seu jeito simples e deter-
minado, Dona Izabel atuou como
uma verdadeira guardiã da
tradição, inspirando pessoas a
conhecer a irmandade religiosa e
transformando a comunidade na
qual está inserida, através das
suas ações e da sua fé. Dona
Izabel representa, sem dúvidas,
o exemplo de mulher de expres-
sãoederesistência.
MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Izabel de JesusM
24
Irmãs movidas pela paixão por ensinar
Janira Maria de Souza Moraes
e Jacira Maria de Souza Nogueira
são irmãs que compartilham da
mesmapaixão,ensinar.
Paulistas e florestanas de
coração, elas têm uma história de
empreendedorismo de sucesso.
Duas importantes instituições de
ensino da cidade de Floresta são
geridas por elas: o Educandário
Universo Infantil e o curso prepa-
ratório para Enem e concursos -
“Líder”.
De acordo com Janira, a tia
Jane, como é chamada por
muitos alunos, quando precisou
matricular o filho em uma
escolinha percebeu a carência do
serviço na cidade. Foi então que
decidiu investir nesse nicho.
"Comecei a sonhar com uma
escola com profissionais capaci-
tados e com talento para lidar
com crianças. "Queria um lugar
onde as mães tivessem a certeza
de que seus filhos seriam
acolhidos em sua subjetividade",
contaJane.
Ao compartilhar o sonho com
Jacira, que é formada em Língua
Portuguesa, recebeu o apoio que
faltava para transformar sonho
em realidade. No começo, o
Educandário Universo Infantil
tinha apenas duas salas e cin-
quenta crianças divididas entre o
maternal, pré-escolar I e II. O
espaço administrado pelas irmãs
foi bem recebido pela comunida-
de e no segundo ano já havia
necessidade de ampliação,
devido à grande demanda de
matrículas. As educadoras não
perderam tempo e deram início às
obras.
Jane, a mais velha entre seis
irmãos, vendeu uma casa e
comprou o local onde hoje funcio-
na o Educandário Universo
Infantil. Todo o esforço valeu a
pena, atualmente a escola conta
com mais de 400 alunos, dividi-
dos em 20 turmas, funcionando
nos turnos da manhã e tarde. A
instituição é um sucesso. Jane e
Jacira creditam tudo isso ao olhar
sensível que é lançado na relação
aluno/professor/escola, que
compreende outros fatores além
dos observados em sala de aula,
como o diálogo com todas as
partes envolvidas. "No final de
2017, durante a conclusão do 9º
ano,umasdasmãespresentesse
levantou e disse que nossa escola
era mais que uma simples escola,
era uma casa, que acolheu os
filhos dela e a família também.
Para mim, ouvir isso foi um
prêmio", avaliou Jane Moraes,
queéformadaemPsicologia.
Anos depois, em 2015, nasce-
ria mais um empreendimento
educacional, o Curso Líder.
Administrado por Jacira, que
também dá aulas de português, o
cursinho já carrega a marca da
excelência. “Muitos alunos
nossos já foram aprovados em
concursos e no Enem, e é expres-
sivo o número de alunos que
alcançou lugar de destaque, com
elevadas notas”, afirma a
professora.
Juntas, Jane e Jacira, são
exemplo de determinação,
perseverança, união e força em
busca de uma causa – a concreti-
zaçãodesonhos.
Mais de 400 alunos recebem o carinho da diretora Jane. Jacira é professora e dona do Curso Líder.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Janira Moraes e Jacira Nogueira
25
Petrolândia em boas mãos
Janielma Maria Ferreira
Rodrigues Souza entrou para a
história como a primeira mulher
prefeita do município de
Petrolândia ao assumir o cargo
em agosto de 2017, após renún-
cia do prefeito eleito em 2016.
“No início não foi fácil aceitar a
missão, mas o desejo de continu-
ar ajudando a melhorar a vida do
povo de Petrolândia prevaleceu,
então aceitei o desafio", afirma
Jane,comoprefereserchamada.
Jovem, com apenas 43 anos,
ocupar uma função política não
foi novidade para ela. Por duas
vezes foi vice-prefeita da cidade e
primeira dama, Jane é casada
com o ex-prefeito de Petrolândia,
Dr. Antônio Marcos de Souza
(Marquinhos).
Sua trajetória de vida no muni-
cípio começou ainda aos 23 anos,
quando veio de Monteiro, na
Paraíba, em busca do primeiro
e m p r e g o . F o r m a d a e m
Enfermagem, pela Universidade
Federal da Paraíba, conseguiu
trabalhar como enfermeira da
Prefeitura. Sua ascensão
profissional não demorou aconte-
cer. Com apenas dez meses na
cidade, foi aprovada no concurso
municipalnasuaárea.
Desde então, assumiu vários
desafios em uma carreira
profissional marcada por cargos
de Gestão. Foi coordenadora de
agentes comunitários, diretora do
Centro de Saúde, administradora
do hospital e Secretária de
Saúde. "Passei mais tempo da
minha vida aqui, em Petrolândia,
do que na minha cidade natal,
Monteiro. Saí muito jovem para
estudar em João Pessoa e após
me formar, vim para esta cidade,
pela qual sou apaixonada. Não
imaginava que faria minha
história numa cidade, na época
estranha, sem nenhum familiar.
Mas aqui fiz muitos amigos,
conheci meu esposo, criei meus
filhos. Tudo o que conquistei devo
à Petrolândia”, afirmou com
gratidão.
Como primeira dama, Janielma
Souza buscou estar envolvida nas
questões do município. "Sempre
estive mergulhada nas causas
sociais, além de organização do
espaço urbano e festividades
locais. Apesar de sempre ter
atuado na área da gestão, ser
prefeita é bem diferente", conta
Jane que tem como maior desafio
aquedadereceitanomunicípio.
Fazendo parte do pequeno
universo de mulheres chefe de
e x e c u t i v o n o E s t a d o d e
Pernambuco, ela tenta conciliar a
vida de gestora com a de mãe,
esposa e filha. "Eu sei que minha
família precisa mais de mim, mas
nesse momento eu resolvi abra-
çar essa missão e sou muito
grata, pois eles entendem e
colaboram muito comigo. Estou
me descobrindo em uma nova
fase, a cada dia avanço um pouco
mais, estou passando por uma
metamorfose, dando conta de
uma tripla jornada, mas me sinto
forte, segura, confiante em meio a
tantos desafios. Hoje, sinto-me
águia, sem medo de voar", asse-
verouJane.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Janielma Souza
A Prefeita de Petrolândia, Jane, enfrenta com determinação os obstáculos de uma gestão municipal.
26
Talento para vender e fazer amigos
Jeane Wilma Epaminondas
Ramalho Costa é o que se pode
chamar de empreendedora nata.
Natural de Serra Talhada, a
empresária de 55 anos é proprie-
tária da loja Jeane Calçados, que
atualmente é uma das principais
lojas de calçados da cidade de
Floresta, município que adotou
decoração.
Desde jovem buscou a inde-
pendência e percebeu que
precisaria trabalhar muito para
atingir seus sonhos e garantir
uma vida mais confortável e
digna para sua família. Então, aos
14 anos começou a trabalhar em
atividades informais, vendeu
picolé por um bom tempo e com
isso conseguia ajudar seus pais
nas despesas da casa. O sucesso
nas vendas desde a juventude,
segunda ela, é por valorizar o
fator humano na negociação.
"Sempre gostei de estar envolvida
com pessoas, conversando,
interagindo",explica.
Ainda jovem teve a oportuni-
dade de vender calçados de porta
em porta através da empresa
Nara Calçados. Muitas vendas
aconteceram confirmando o que
todos já tinham percebido: ela
tinha nascido para vender e
levava muito jeito para os negóci-
os. Jeane então casou-se com
Nivaldo Leandro Costa e começou
avenderemoutrascidades.
Montou uma banca na feira de
Floresta, em 1996, e investiu
trabalho e tempo no sonho de ter
sua própria loja. Foram momen-
tos difíceis. "Tive que dormir
embaixo da banca com meus
filhos, na rua. Esse é um exemplo
de uma das dificuldades que eu
passei, mas foram muitas",
confessaJeane.
No entanto, todos os esforços
seriam recompensados futura-
mente. O casal conseguiu alugar
uma loja e três anos depois já
estavam entrando no processo de
compra. Em 2017, fez 21 anos
que a Jeane Calçados funciona
em sede própria, e vai muito bem,
com clientes satisfeitos e boas
vendas. Segundo ela, o apoio da
família foi determinante para que
fosse atingindo o sucesso que
podemos ver hoje. Esposa amoro-
sa, Jeane é também uma mãe
dedicada aos seus quatro filhos –
Eveline, Everton, Evandro e
Erivelton.
Gostar de gente e saber ouvir,
foram habilidades essenciais
para o sucesso da Jeane
Calçados, que atualmente comer-
cializa grandes marcas como
Arezzo, Ramarim, Bebecê e
Kildare.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Jeane Costa
Jeane preside uma das mais bem-sucedias sapatarias de Floresta.
27
Um jeito diferente de fazer contabilidade
Em ascensão, a contadora Karina Ferraz detém uma carteira de clientes com cerca de 60 empresas.
Um longo caminho precisou
ser percorrido para que Karina
Ferraz atingisse o sucesso que
idealizou quando iniciou sua
carreira no meio contábil, mas
determinação nunca faltou para
ela.
Filha de Paulo Roberto Ferraz
e de Maria de Fátima Moraes
Ferraz, família tradicional de
Floresta, Karina nasceu em
Recife e voltou para lá quando
tinha 15 anos, estudou e se
formou no curso de Ciências
Contábeis no ano de 2007,
contudo, o retorno ao lugar onde
seu pai nasceu estava nos planos
da vida. Em 2011 conseguiu abrir
o escritório, que leva o nome da
sua cidade, "Contabilidade
Floresta", com ajuda de uma
sócia. Havia poucos contadores
no município e logo a dupla
conquistou clientes expressivos.
"Tive medo de largar o emprego
de analista contábil que eu tinha
em Recife, então fiquei numa
rotina bem difícil durante um ano.
Eu passava três dias na capital e
o resto da semana em Floresta,
eram cinco horas de viagem, eu
estava casada e tinha uma filha
pequena, não posso dizer que
nãosofri",desabafaacontadora.
O sucesso estava dobrando a
esquina, logo a dupla conseguiu
clientes suficientes para que
Karina pudesse ficar de vez em
Floresta. Guardando, hoje, nas
lembranças com carinho do seu
primeiro cliente, a Administrado-
ra Quirino. "Foi muito importante
para mim aquela confiança - eu
tinha um cliente para começar.
Eu não podia abandonar o
trabalho em Recife porque tinha
que arcar com os custos daqui,
mas tive forças. O escritório foi
uma aposta e ainda bem que foi
certeira",comentaaliviada.
Além da rotina intensa de
trabalho, Karina cumpre também
o papel de mãe e esposa. Casada
com Querino Luciano, juntos os
dois têm dois filhos: Guilhermina
Ferraz, de dez anos, e João
Guilherme Ferraz, de três. Um trio
que está sempre disposto a
incentivar e inspirar essa mulher
desucesso.
Desde a abertura, o escritório
(que atua nas áreas pessoal,
contábil e fiscal) vai bem e
mudou de endereço, acomodan-
do-se agora em um lugar maior e
mais confortável para a clientela.
Se antes era preciso apenas uma
pessoa para auxiliar nas deman-
das do espaço, hoje quatro
funcionários são necessários
para dar conta das mais de 60
empresas atendidas. Com
clientes em Floresta, Belém e
Itacuruba, Karina Ferraz diz que a
crise chegou sim, para todos,
mas que se mantém positiva,
pois no setor o impacto não foi
tão grande. "Este ano já perde-
mos alguns clientes, que fecha-
ram, conquistamos outros e
assim vamos seguindo, faz parte
de ter um negócio", argumenta a
contadora, que nos últimos anos
tem recebido prêmios de qualida-
de no atendimento em pesquisas
de preferência pública realizadas
no município. Com esse pensa-
mento e essa persistência é fácil
apostar que vem muito mais
sucessoporaí.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Karina Ferraz
28
Apaixonada por crianças
A missão não é fácil, cuidar da
saúde de crianças, isso é o que
Dr. Lariça Bulhões de Lemos
Moraes Lafayette faz todos os
dias, e faz com perfeição. Nasceu
no Rio de Janeiro, mas muito nova
veio morar no Nordeste, mais
especificamente em Maceió – AL,
onde ficou até formar-se em
Medicina pela Universidade
Federal.
Não sabia ela que era em
Pernambuco, na cidade de
Petrolândia, onde daria os
primeiros passos para a vida que
hoje desfruta. Recém-formada,
logo que chegou à cidade come-
çou atendimento no Hospital Nair
Alves de Souza, em Paulo Afonso
–BA, ao mesmo tempo que
oferecia os serviços de saúde
ondemantinharesidência.
Daí por diante Dra. Lariça só
aumentou a clientela, pessoas
que acreditam e confiam em suas
mãos seus bens mais preciosos,
os filhos. E que mãos! Cuidadosa,
experiente, estudiosa, a médica
sempre que pode participa de
seminários e cursos que proporci-
onam a atualização do conheci-
mento de forma a oferecer
excelência no atendimento em
saúde.
A cada avanço na conversa, a
médica revelava com entusiasmo
mais detalhes de uma vida
profissional inspiradora. "Além
dos atendimentos na região de
Itaparica, ainda trabalho há 15
anos como médica plantonista de
emergência e tenho especializa-
çãoemdermatologia",informou.
Além de Petrolândia, a profissio-
nal atende nas cidades de
Ibimirim, Arcoverde e Floresta,
nessa última está a sua atual
moradia. Não só a residência,
mas em Floresta também está o
coração. Uma mulher de família,
Dra. Lariça se doa ao marido, o
advogado Kelby de Menezes
Lafayette, com quem é casada há
16 anos, e aos filhos, Camila e
Gustavo.
Quando questionada sobre o
que mais gosta de fazer, Dra.
Lariça não hesita em responder:
"Adoro viajar e conhecer novos
lugares e costumes. Sou apaixo-
nada por minha família, por
crianças e pela medicina. Adoro
animais,principalmentegatos".
Lariça tem uma filosofia de vida
que procura passar aos filhos:
faça com os outros o que gostaria
que fizessem com você. "Preocu-
pa-me saber qual o mundo
deixaremos para nossos filhos.
Todos precisamos entender que
para mudar o mundo se faz
necessário que a mudança
comece dentro de nossas casas,
que tenhamos mais tempo para
Deus, nossa família, para o
próximo. Sejamos felizes e
façamos o próximo feliz", aconse-
lhou.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Lariça Lafayette
Lariça é referência no sertão de Itaparica em pediatria.
30
Referência em Direito, de Petrolândia para o Brasil
"As coisas acontecem quando
tem que acontecer!" Muitas vezes
ouvimos isso sem nos dar conta
de que esta é sim, uma grande
verdade. Quando Marcélia
Marques decidiu fazer o vestibu-
lar para direito na Universidade
Católica de Pernambuco, já tinha
29 anos, era formada em Letras e
diretora de uma escola. Após ser
aluna, professora e supervisora,
chegou ao cargo mais alto da
instituição de ensino até que
ouviu de uma grande amiga um
c o n s e l h o p a r a m u d a r d e
profissão.
"Maria dos Santos foi quem me
convidou para trabalhar como
professora. Ela acreditou na
educação até se aposentar, mas
os professores já estavam sendo
desvalorizados, então ela me
disse: 'Educação não compensa
financeiramente, para estar tem
que ser só por amor. Procure
outra área que você se identifique
e que possa realizar pessoal e
financeiramente' e eu ouvi",
recordou.
Como acontecem nas históri-
as de sucesso, dificuldades
apareceram no caminho – e não
foram poucas. No fim do primeiro
ano de curso, Marcélia deu à luz
ao seu terceiro filho e teve que
trancar a graduação por um ano,
mas logo apareceu a oportunida-
de de concluí-lo no município de
Caruaru. Às vezes saía de
Petrolândia, cidade onde ainda
mora, às 15h30 para assistir a
aula e só retornava às 2h da
madrugada. Anos se passaram
nessa rotina até o curso ser
concluído, mas nada foi em vão.
Mesmo com a ideia fixa de
estudar para concursos, em
busca da estabilidade financeira
que a fez mudar de carreira, a
vidatinhaoutrosplanos.
A convite de um amigo, a
advogada voltou para Petrolândia
e lá conseguiu seu primeiro caso.
A cliente ficou muito satisfeita e o
boca a boca fez a sua parte.
Desde esse dia, segundo ela, não
faltou mais trabalho. Este ano
Marcélia completa 20 anos de
atuação na área e diz que é uma
prova viva de que quando Deus
quer, tudo conspira a favor. "Sou o
resultado da soma da minha
experiência acadêmica e da
minha experiência de vida. Se eu
tivesse cursado direito jovem, não
sei se teria o mesmo aproveita-
mento. Minha maturidade antes
de começar foi essencial para que
eu me tornasse a profissional que
souhoje",apontou.
Atualmente Marcélia Marques
atende clientes do Brasil inteiro e
diz que não se imagina parando
de trabalhar. "A satisfação dos
clientes multiplica minhas for-
ças", ela observa, "assim eu sigo,
oferecendo sempre o meu
melhor".
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Marcélia Marques
Marcélia completa 20 anos de atuação na área do Direito.
31
Uma vida de superação
Serenidade é uma palavra que
pode definir Maria Josefa da
Silva, conhecida como Dêta,
apesar dos trajetos difíceis que a
vida preparou. Com 80 anos de
idade, essa é uma mulher que
entendesobresuperação.
Nascida no sítio dos Pereiros,
n a z o n a r u r a l d a a n t i g a
Petrolândia, sempre viveu dos
frutos que a terra onde morava
produzia. Lá estavam seus
recursos, sua moradia, seus
laços de amizade e familiares.
Mas todos esses vínculos e uma
história de vida foram inundados
pelas águas da Usina Hidrelétrica
LuizGonzaga.
Em um período de mudanças
e incertezas, há 30 anos ela viu
tudo que construiu com tanto
sacrifício desaparecer nas águas
do São Francisco, com a constru-
ção da Hidroelétrica. "Tudo que
tinha construído com meu marido
ficou embaixo da água. Precisei
vir morar nessas terras (nova
Petrolândia) com os meus filhos e
quando chegamos aqui não havia
um só pé de árvore, apenas uma
simples casa construída pela
Chesf e muita terra. Tive que
começardozero".
Nessa época já viúva, Dona
Dêta passou a morar no Projeto
Apolônio Sales, zona rural da nova
Petrolândia e voltou a cultivar
banana, limão e coco para vender
na feira livre, foi assim que conse-
guiu criar os filhos e construir
patrimônio. Sua história de luta é
lembrada por ela com lágrimas
nos olhos. "Naquela época era
muito difícil as coisas, não tinha
emprego, não tinha opção,vivía-
mos numa roça. Quando chovia,
plantava, quando não, nossa
situação era ainda mais compli-
cada",lembra.
Casou-se muito cedo, com
apenas 17 anos, com um primo, e
dessa união nasceram nove
filhos, quatro homens e cinco
mulheres. Com pouco estudo, até
a antiga 3ª série, nunca teve
oportunidade de obter uma
formação por sempre ter vivido
longedacidade.
Filha dos agricultores, Miguel
Arcanjo da Silva e Afonsina
Josefa, mesmo com avançada
idade, Dona Dêta continua cheia
de vitalidade, com uma alma e
disposição de uma pessoa jovem,
ainda trabalhando na roça. No
loteamento em que vive, mostra
com orgulho sua enorme planta-
ção, que ela mesma faz questão
decuidar.
Mulher de poucas palavras e
muita atitude, é um exemplo para
os filhos. "Sempre fiz questão de
levá-los para ajudar na plantação.
No entanto, a medida que iam
crescendo eram enviados para
estudar na cidade para que
pudessem ter a opção de esco-
lher uma profissão", disse Dona
Dêta, que respira aliviada por ter
conseguido oferecer melhores
condiçõesdevidaaosfilhos.
Considera-se uma pessoa forte
e de muita fé em Deus. "Nunca
tive medo de trabalhar. Precisei
recomeçar duas vezes na vida,
quando fiquei viúva e precisei vir
morar na nova Petrolândia, mas
sempre me apeguei a Deus e
NossaSenhoraAparecida".
Dona Dêta é uma mãe e avó
acolhedora, cuidadosa e proteto-
ra. A mais velha de uma família
numerosa adora quando a casa
está cheia. Possui 20 netos e 16
bisnetos e deixa um legado de
forçaesuperação.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Maria Josefa
Aos 80 anos, Dona Dêta é responsável pela enorme plantação de coco, banana, manga e limão.
32
Visão aguçada para as oportunidades
Mikaelly Karoliny Nascimento
Silva é uma belemita formada em
Enfermagem. Logo após conclu-
são do curso, atuou em importan-
tes cargos, sempre associados às
atividades inerentes a sua
formação. Foi professora na área,
supervisora de estágio, coorde-
nadora e enfermeira de urgência
eemergência.
Cheia de sonhos, planejou e
executou o projeto que alavanca-
ria sua carreira profissional.
Arrojada e intuitiva, MiKaelly
apostou alto na fundação do
CETEC - Centro Educacional
Técnico, que cada dia atrai novos
alunos. Seu objetivo era poder
formar profissionais na área de
saúde. "A ideia surgiu da carência
de cursos em nossa região. Existe
uma demanda desses profissio-
nais, mas faltava oportunidade
para que pessoas pudessem se
especializar. Atuamos nesse
ramo oferecendo os cursos de
formação em ACS – Agente
Comunitário de Saúde, ACE –
Agente Comunitário de Endemias
e, em breve, o Técnico em
Enfermagem, que aguarda
publicação da portaria para que
possaserministrado”,explica.
"Minha formação associada à
experiência como gestora e
professora da área, somada à
carência do mercado, despertou
em mim a necessidade de criar e
tocar esse empreendimento.
Assim que me formei queria
apenas atuar na área de enfer-
magem, mas a vida reservou voos
maiores. Hoje estou pronta para
atender ao anseio do mercado e
preparar novos profissionais na
cidade e região", fala categorica-
mente.
Os planos de Mikaelly Karoliny
não param por aí. Especialista em
saúde pública e pós-graduanda
em obstetrícia, ela pretende
tornar a centro de ensino uma
referência e futuramente abrir
novos cursos. "A equipe está
sendo muito bem selecionada.
Procuramos agregar a nossa
equipe de professores os melho-
res profissionais da região, são
todosexperientesegraduados".
Mulher decididae de coragem,
Mikaelly Karoliny chegou para
fazer história em Belém do São
Francisco. Com olhar visionário,
serve de inspiração para outras
mulheres que desejam empreen-
der.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Mikaelly Karoliny
Micaelly Karoliny teve visão para empreender.
FOTO:JoãodiCarvalho
33
Uma vida dedicada a cuidar do próximo
O amor como agente de trans-
formação social. É com esse
lema que Nubia Maria Amando
Granja Coelho, 52 anos, voluntá-
ria no projeto Reviver, que funcio-
na no Centro de Integração Social
José Cantarelli, em Belém do São
Francisco, atende 35 crianças e
jovens deficientes com ativida-
dessocioeducativas.
Sensível, versátil e dona de
uma habilidade excelsa na área
da interpretação, a professora
Núbia proporciona a seus alunos,
com jeitinho, uma troca vibrante
de experiências através do
teatro.
Nubinha, como é carinhosa-
mente conhecida, desde sempre
soube que os caminhos para a
realização pessoal estavam
ligados ao trabalho social. Entre
lágrimas, contou sua história de
vida e seu amor pela causa.
"Sempre procurei fazer trabalhos
sociais. Ajudar o próximo me faz
sentir mais humana. Mas, sou
muito pequena para o todo que
aindaprecisaserfeito",declarou.
Nubia nasceu em Parnamirim-
PE, e quando tinha apenas 4
anos de idade mudou-se com os
pais para a cidade de Belém do
São Francisco. "Tudo que somos
e aprendemos foi com os nossos
pais. É prazeroso o orgulho de
saber que tenho uma raiz familiar
fincada no amor e que posso
levar isso para minha história de
vida. Tenho uma formação de
raízes, flores e frutos baseada na
integridade, carrego isso comigo
e busquei passar esse valor para
osmeusfilhos".
Belemita de coração, Núbia
gradou-se em Letras pelo
CESVASF – Centro Educacional
do Vale do São Francisco. Nesse
período, já namorando Anailton
Coelho, o "Tinho Amando", como
elaochama,noivouecasou.
Com a voz trêmula, suspirava
ao falar do esposo e da família.
"Aqui conheci meu "Tinho
Amado", meu alicerce de vida. Há
27 anos casamos e ele me deu
dois filhos maravilhosos, e agora
tenho mais um presente, um
neto. Somos de uma cumplicida-
de grandiosa. O que um pensa o
outro pensa, o que um fala o
outro fala. Dele vem o incentivo e
o estímulo para seguir com meus
trabalhos sociais. Essa sintonia
permeia todo o nosso lar",
avaliou.
Nubia Granja sem dúvidas
exala amor, até mesmo seu
sobrenome expressa a forma
como ela convive com o ser
humano,"Amando".
Através do teatro, Núbia dá consciência a crianças especiais das sua potencialidades
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Núbia Granja
34
Vocação para fazer o bem
A admiração que Senilda Freire
e Raimunda Barbosa têm por Zita
Lustosa é possível de notar nos
primeiros minutos de conversa.
Figura conhecida na cidade por
suas atitudes gentis e caridosas,
Zita faleceu em 2009 deixando
um legado de boas ações e uma
incumbência para as duas:
levarem adiante o Centro Espírita
montado por ela. E assim está
sendo feito. As duas dividiram as
responsabilidades e continuam
inspirando as pessoas da comu-
nidade através da doação e da
dedicação que colocam na
manutenção do Centro Espírita
Zita Lustosa – CEZIL, localizado
emBelémdoSãoFrancisco.
Já bastante conhecido na
cidade, o Cezil desenvolve um
belíssimo trabalho com crianças,
sempre aos domingos. Por volta
das 8h30 tudo começa, elas
chegam e são divididas em três
salas da seguinte forma: de 3 a 6
anos, de 7 a 11 anos e acima de
12 anos. Após isso segue-se uma
hora de estudo do evangelho, que
Raimunda faz questão de esclare-
cer: "não buscamos converter
ninguém. A evangelização é feita
com o objetivo de contribuir com a
moral, plantar uma semente em
cada criança presente para que
ela se torne uma pessoa de bem.
O estudo é feito através de aposti-
las sistematizadas pela idade do
grupo e são passados os ensina-
mentos de Jesus, como valoriza-
ção da família e amor ao próxi-
mo",salientou.
Após isso é sempre servido um
almoço ou um lanche a todas às
crianças e às mães presentes.
Estima-se que a cada domingo o
Cezil atenda de 120 a 140 crian-
ças, sendo a maior parte de
comunidades carentes. Outra
ação desenvolvida pela institui-
ção é o atendimento de gestantes
sempre na última quarta-feira do
mês. Muitas recebem o enxoval
completo do bebê e orientações a
respeito da gravidez, no aspecto
físico e religioso, no entanto, para
o acompanhamento ser feito é
preciso estar com a carteirinha do
pré-natalemdia.
Com tantos projetos de carida-
de sendo desenvolvidos, o Cezil
está sempre precisando de
doações, apesar do apoio que
recebe de empresários do municí-
pio. "Não podemos só ficar
esperando que os políticos façam
alguma coisa por nós, temos que
nos ajudar. Se todos nós fizermos
um pouquinho, será muito.
Quando você contribui dentro das
suas condições, ajuda a tornar,
não apenas sua cidade em um
lugar melhor, mas o mundo
inteiro",enfatizoucomemoção.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Raimunda e Senilda
Raimunda e Senilda são exemplo de quem acredita e faz um mundo melhor.
36
Resistência pela liberdade quilombola
"Não sou descendente de
escravos, sou descendente de
povo guerreiro", faz questão de
ressaltar Rita de Kássia Soares
da Silva, Secretária de Assuntos
Indígenas e Quilombolas da
PrefeituradePetrolândia-PE.
Ativista conhecida na região,
Kássia já desenvolvia um impor-
tante trabalho na luta pelos
direitos dos quilombolas da
Comunidade Borda do Lago, que
fica entre os municípios de
Petrolândia e Tacaratu. Durante
anos lecionou na escola da
comunidade, levando até às
crianças um conhecimento que
vai além da grade curricular de
ensino. "Eu sempre consegui, nos
últimos meses do ano, abordar
assuntos que remetem aos
nossos antepassados, aos
curandeiros da comunidade e às
lideranças. É feito todo um
resgate da nossa história e no dia
20 de novembro temos um
festival onde acolhemos outras
comunidades e apresentamos
várias manifestações culturais,
como o maculelê", explica a
secretária.
Formada em pedagogia e pós-
graduada em psicopedagogia
clínica, além de possuir diversas
formações educacionais ofereci-
das pelo Governo Federal, Rita
dialoga com a gestão municipal
em nome da comunidade desde
2005 e diz sempre ter tido apoio
da prefeitura, que abraçou a
causa e sempre olhou as solicita-
ções com muito respeito e sensi-
bilidade.
Ela já foi auxiliar de serviços
gerais, merendeira, professora de
escola quilombola e sempre fez a
diferença por onde passou,
promovendo a valorização das
suas raízes. Isso não passou
despercebido e no fim de 2016 foi
convidada a assumir a função na
qual se encontra. "Gosto de
ajudar e defender o direito das
pessoas. Quando veio o convite
pensei e percebi que o trabalho
eraaminhacara",afirma.
Com mais de 20 anos de
ativismo no currículo, Kássia
participa constantemente de
fóruns e encontros que debatem
os direitos e a representatividade
dos remanescentes quilombolas.
Segundo ela, durante a caminha-
da surgiram vários "nãos", mas
eles nunca foram capazes de
desmotivá-la. "É minha maneira
deresistir",explica.
Apesar de trabalhar na cida-
de, Rita de Kássia ainda mora na
comunidade quilombola onde
nasceu e criou-se, local que
atualmente abriga mais de cem
famílias, cujo meio de subsistên-
cia é a agricultura e o artesanato.
Apesar dos constantes questiona-
mentos, ela diz que não pretende
sair de lá nunca. "Não posso
deixar meu lugar, meu berço,
minha casa. É lá que coloco meu
pé no chão, danço, corro e sou
feliz. É lá onde posso dizer para
meupovo:vamosàluta!''.
Rita de Kássia Secretária de assuntos indígenas e quilombolas.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Rita de Kássia
37
Paixão por aquilo que faz
Uma vida dedicada à educação
e à família, essa é Rosa Maria da
Silva, professora no CESVASF -
Centro de Ensino Superior do
Vale do São Francisco, instituição
de ensino superior mantido pela
Autarquia Belemita de Cultura,
Desportos e Educação, com sede
nacidadedeBelém.
Aos 61 anos de idade, toda a
experiência profissional de Rosa
Maria está na área da educação,
"meu prazer está na transmissão
do conhecimento, preparar
p e s s o a s p a r a a v i d a e
profissionais para atuarem na
sociedade", afirma com brilho no
olhar, visto apenas em quem tem
paixãopeloquefaz.
Formou-se no magistério e
ainda muito jovem foi aprovada
no concurso público estadual
para atuar como professora da
rede pública, no município de
Belém do São Francisco.
Encontrou o reconhecimento às
suas habilidades e ao seu esfor-
ço no então professor Alípio
Lustosa, a quem é eternamente
grata por ter sido o grande
responsável por ela trilhar a
carreira na área pedagógica.
"Quando nem imaginava, Alípio
me inscreveu para prestar
vestibular para o curso de Letras
no CESVASF. Ele me ligou dizendo
que havia realizado minha
inscrição para prestar vestibular
para o curso de Letras. Alípio
dizia que eu não podia parar de
estudar. Fui aprovada no vestibu-
lar. Era o que faltava para eu me
apegar de vez à educação e fazer
dela uma das minhas razões de
viver",enfatiza.
O destino de Rosa Maria com
o CESVASF estava traçado, era
uma relação para toda a vida.
Hoje a professora leciona na
Instituição nos cursos de Letras,
Administração e Educação
Física, nos quais atua como
funcionária pública há 24 anos.
Quis o destino que a aprendiz se
tornasse mestre, contribuindo
para que, assim como ela teve,
tantos outros jovens tenham a
oportunidade de construir uma
carreira. "Não consigo imaginar
como teria sido meus dias
atuandoemoutraárea",reiterou.
Outra grande razão para sua
existência é a família. A mais
velha de onze irmãos, Rosa Maria
bem sabe a importância dos
laços afetivos, os quais dá muito
valor. Mãe de três filhos, Rosa
revela as dificuldades de ter
assumido, desde o divórcio, a
responsabilidade de ser pai e
mãe. Criou os filhos com a ajuda
deumairmãeoapoiodafamília.
As duas paixões, profissão e
família, colocam Rosa em uma
rotina intensa de viagens. Hoje
mora em Petrolina, há 232 km de
distância do seu local de trabalho
e divide sua rotina entre continu-
ar lecionando e os cuidados com
os filhos e com a sua netinha. "Há
11 anos divido minha vida entre o
trabalho, em Belém do São
Francisco e os meus filhos, em
Petrolina. Vida de professor é
muito dinâmica. A gente não
consegue ficar parada. No
entanto, apesar de achar que
ainda existe muita coisa para
viver, posso dizer que já me sinto
realizada".
Professora no CESVASF há 24 anos, Rosa Maria é exemplo de profissional e mãe.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Rosa Maria
38
Sabor para lembrar
e voltare voltar
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Vivendo o melhor de dois mundos
Atuar em duas áreas profissio-
nais distintas e conseguir ter
sucesso nas duas é coisa para
poucos - Sílvia Vasconcelos
conseguiu. Com duas carreiras
paralelas que lhes dão satisfa-
ção: a educação e a piscicultura,
ela se vê feliz neste momento da
vida e diz saber que tem muito
aindaháconquistar.
Sílvia casou jovem e antes de
terminar os estudos teve sua
primeira filha. Uma pausa foi
necessária para cuidar da crian-
ça e ela prometeu a si mesma:
voltaria a estudar e só teria outro
filho quando concluísse tudo.
Assim como prometido foi feito.
Ela concluiu os estudos e come-
çou a atuar como professora na
rede municipal de ensino de
Petrolândia. Passou no concurso
da Prefeitura e foi direcionada
para uma creche, lá encontrou a
primeira paixão da sua carreira:
trabalhar com crianças. A
educação infantil me dá espaço
para trabalhar com o lúdico e
permite uma maior aproximação
com aluno, uma vez que os
pequenos precisam de ainda
mais amor, por estarem, tempo-
rariamente, longedasmães.
Formada em pedagogia e pós-
graduada em educação infantil,
Silvia está fazendo sua segunda
pós-graduação, dessa vez em
psicopedagogia, para conseguir
desenvolver ainda melhor seu
trabalho com o público infantil na
Creche Criança Feliz. Enquanto
esse lado profissional era
desenvolvido, uma fatalidade
acabou a atingindo, o falecimen-
to do seu marido, Josinaldo
França, um dos sócios fundado-
r e s d a A s s o c i a ç ã o d o s
Piscicultores de Petrolândia
(APP).
A Associação, pioneira na
região, demandava mais atenção
e assim Sílvia foi se envolvendo
cada vez mais com as atividades.
Antes eu não gostava muito de
peixe, mas agora tenho outra
visão. Eu sempre frequentava as
reuniões, acompanhando ele,
mas quando passei a fazer parte
de verdade comecei a gostar, me
doar, e isso foi reconhecido pelos
outros associados, ressalta ela,
que está há quatro anos à frente
daAssociação.
Com um total de 12 famílias
associadas, que tiram de lá seu
sustento, a APP conta com muito
apoio da gestão municipal,
segundo ela. O apoio vai do
suporte técnico para garantir o
bom desenvolvimento dos peixes
até promoção de cursos de
qualificação e ajuda com ques-
tões burocráticas, e tudo isso é
motivodemuitagratidão.
Indagada de como é ser a
presidente de uma instituição tão
importante para o setor, ela
responde: É um trabalho cansati-
vo, árduo, pesado para todos nós,
mas recompensador. Não vejo a
mim mesma como presidente,
me vejo só como mais uma sócia.
Faço a minha parte e contribuo da
mesma forma que todos os outros
e as outras associadas contribu-
em.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Sílvia Vasconcelos
Associação dos Piscicultores de Petrolândia.
40
Uma mulher determinada a manter as tradições
Líder quilombola da comunida-
de Poço dos Cavalos, zona rural
de Itacuruba-PE, onde nasceu,
Dona Valdeci Ana dos Santos
Nascimento é uma mulher que
trouxe para si a responsabilidade
de manter viva a tradição dos
seus antepassados, dos negros
quilombolas. Aos 64 anos, hoje
aposentada, dedica grande parte
do seu tempo à luta para firmar e
garantir os direitos e deveres do
seupovo.
Ainda muito jovem, quando os
tempos eram mais difíceis, e o
preconceito racial imperava,
Dona Valdeci alcançou o seu
maior sonho, se alfabetizar e,
posteriormente, ter uma forma-
ção. Sua vida nunca foi fácil,
principalmente por não ter o
apoiodafamíliaparaestudar.
Meu desejo de estudar aflorou
ainda muito pequena, porém
meus pais não estimulavam.
Então, com apenas 6 anos eu
fugia de casa para assistir aula
na turma de adultos e foi assim
que me alfabetizei, praticamente
sozinha,lembra.
Aos 9 anos, Dona Valdeci já era
requisitada por toda comunidade
para fazer pequenas anotações e
ela queria ir além, com muita
insistência conseguiu convencer
seus pais a deixá-la morar na
cidade e, assim, dar continuida-
deaosseusestudos.
Ela lembra com precisão como
tudo aconteceu. Por minha avó,
neto dela não estudava em casa
de branco, e meus padrinhos
eram brancos. Então, pedi para
minha mãe me levar para tomar a
bênção a madrinha, que morava
na cidade. Na hora de ir embora
eu agarrei com ela e pedia para
não deixar que me levassem,
porque eu queria estudar. E lá
mesmo eu fiquei, com a roupa do
corpo,contaemocionada.
Com apenas 13 anos, em
1968, foi morar em Floresta-PE
para cursar o magistério. Já
concluídos os estudos, foi convi-
d a d a p e l a P r e fe i t u r a d e
Itacuruba para trabalhar como
professora e voltou para sua terra
natal, onde em 1977 casou e
constituiu família. A determina-
ção de Dona Valdeci para estudar
não terminou aí. Cursou nível
superior em Geografia pelo
CESVASF – Centro Educacional
do Vale do São Francisco, na
cidade de Belém do São
Francisco, e de lá para cá, sem-
preatuounaáreaeducacional.
Hoje, mãe de 4 filhos, divorcia-
da, Dona Valdeci divide seu
tempo entre os afazeres domésti-
cos, responsabilidade com a
Associação Quilombola e a
prestação de serviço voluntário
na cidade. Muito religiosa e
influente no meio quilombola, se
define uma mulher sensível às
causas sociais e ao mesmo
tempo uma mulher de fibra. Eu
gosto muito de ajudar as pesso-
as, me considero uma pessoa
servidora, mas sou muito exigen-
te. Para mim a disciplina está
acima de tudo e foi assim que eu
venci.
Segunda filha de nove, é
considerada líder na família e na
comunidade, tornou-se aquela
pessoa a quem todos procuram
pararesolverosproblemas.
Dona Valdeci é fundadora da Associação Quilombola em Itacuruba.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Valdeci Ana dos Santos
41
Lições de um coração de ouro
Dona de um coração do tama-
nho do mundo, Maria Verônica
de Menezes Campos Duarte é
uma pessoa apaixonada pela
educação, talvez porque ela
tenha sentido na pele as dificul-
dadespara teracessoa essebem
devalorimensurável.
Nascida no interior da Bahia, na
cidade de Chorrochó, Verônica
veio com os pais para Belém do
São Francisco para estudar. Foi
aluna na Escola Nª Senhora do
Patrocínio e se formou professora
ainda bem jovem, voltando à
Bahia para lecionar. Foi professo-
ra em diversas cidades do interior
bahiano e voltou para mais uma
temporada em Belém, onde
cursou Licenciatura em História,
no Centro de Ensino Superior do
ValedoSãoFrancisco–CESVASF.
Lá conheceu Adelmir de
Alencar Duarte, que viria ser seu
marido dez anos depois, e mais
uma vez voltou a solo bahiano.
Muitas viagens aconteceram até
que os dois se casaram em Paulo
Afonso e voltaram para Belém do
SãoFrancisco.
Mãe Amorosa e dedicada a três
filhos (Soraia, Sarita e Adelmar
Neto), a educadora aposentou-se
cedo, por ter começado a traba-
lhar bem jovem. Desenvolta, logo
foi convidada a ser Secretaria de
Assistência Social do município
onde mora até hoje. Uma das
característicasdasuagestãofoia
busca por igualdade social.
Implantou projeto de atividades
artísticas para os jovens da
comunidade, com aulas de violão
e pintura, entre outras ações, que
garantiam a inserção social e o
desenvolvimentodehabilidades.
Envolvida constantemente em
trabalhos voluntários, Verônica
tem uma verdadeira paixão pelo
conhecimento e lembra bem das
dificuldades que passou para
isso. Em toda a convivência com
os jovens, Verônica sempre
insistiu na importância de se
estudar. “Fazíamos o social, mas
o tempo todo eu reforçava a
importância dos estudos. Essas
meninas e meninos não podiam
desperdiçar tantas oportunida-
des. Eu morava no interior. Lá a
gente só estudava até a 4ª série,
quando se preparava para a
admissão, e quem passasse tinha
que se deslocar até outra cidade”,
relembra.
Verônica volta no tempo e conta
sobre as preocupações do seu pai
quando se tratava de ensino: “ele
dizia que queria deixar um pre-
sente para os filhos e seria a
educação. E de fato eles nos deu,
mesmo em meio as dificuldades,
a melhor educação que estava a
seu alcance”, diz emocionada,
enfatizando que as orientações
dos pais foram acolhidas pelos os
cinco filhos e as cinco filhas do
casal,hojetodosformados.
Verônica conseguiu passar
adiante, para suas filhas e seus
filhos, esse valor que herdou dos
pais e diz que nunca foi mão de
ferro para que eles estudassem.
“Nunca forcei a barra e nunca
precisei. Deixei os três sempre
bem à vontade, porque nunca é
tarde para estudar e nunca é
tardeparaserfeliz”.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Verônica Duarte
Verônica tem na educação e no serviço social motivação para viver.
42
Na linha de frente pelos direitos de quem vive no campo
Filha de agricultores, Wilka
Freire teve contato desde a sua
infância com trabalhadores
rurais e movimentos organiza-
dos. Aos 19 anos iniciou sua
jornada de trabalho no movimen-
to sindical e não parou mais.
Atualmente é presidente do
Sindicato dos Trabalhadores
Rurais Agricultores e Agricultoras
Familiares de Floresta, sendo a
primeiramulheraocuparocargo.
Esse Sindicato tem o papel de
representar e defender os direi-
tos do trabalhador e da trabalha-
dora rural, como os trabalhistas e
previdenciários, além da busca
pela garantia da educação e
saúde para o campo, e a luta pelo
combate ao trabalho infantil e
escravo.
Técnica em Agroecologia, Wilka
entrou no sindicato para cumprir
a cota de mulheres e jovens que
era exigida no estatuto. “Foi muito
difícil entrar em um espaço
bastante machista e levantar com
firmeza a bandeira de lutas
desafiadoras, como reforma
agrária, soberania alimentar,
saúde de qualidade para o
campo, educação do campo
contextualizada e igualdade de
gênero”,confessaapresidente.
Dona de uma trajetória inspira-
dora, Wilka possui um vasto
conhecimento adquirido ao longo
do tempo nas suas experiências
profissionais. Driblando desafios,
ela foi ocupando espaços com
muito trabalho e empenho,
iniciando seu primeiro mandato
como secretária de Organização e
Formação do STTR, depois
membro do Conselho Fiscal, vice-
presidente da organização e vice-
presidentedoPT municipal. Hoje,
além de presidente, é suplente da
Diretoria de Política Agrícola da
F E TA P E ( F e d e r a ç ã o d e
Trabalhadores Rurais Agricultores
e Agricultoras Familiares de
Pernambuco) e coordenadora da
CPT - Comissão Pastoral da Terra-
DiocesedeFloresta.
São vários os fatores que a
motivam a seguir em frente,
travando batalhas diariamente
pela causa, entre eles o apoio
incondicional da família, princi-
palmente da filha Tamy Beatriz
Freire de Sá Martins, e dos
amigos, mas ela revela que
encontra forças também no seu
desejo de garantir uma vida mais
digna para o homem e a mulher
do campo. “A minha persistência
e a minha garra têm suas raízes
na esperança em ver nosso Brasil
mais democrático, com menos
desigualdade social. Tornando-se
um lugar onde os trabalhadores
rurais, agricultores e agricultoras
familiares sejam mais reconheci-
dos, respeitados e valorizados
pelo seu papel fundamental para
asociedade”,articulouWilka.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Wilka Freire
Wilka, à frente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, luta pelos direitos da classe.
44
O dinamismo e a tenacidade da juventude
Desde cedo Yara demonstrou
que tem muita perseverança
dentro de si. Essa florestana
decidiu, aos 17 anos, morar em
Petrolina para cursar alguma
graduação na área de saúde. Ao
conferir os cursos oferecidos
seus olhos brilharam para a
fisioterapia e essa escolha foi
certeira. Assim que comecei o
curso, me encontrei, declara
com um sorriso de satisfação.
Cinco anos se passaram até que
o curso foi concluído e a jovem
voltou para Floresta, com o
desafio de agora encarar a vida
comoumaprofissionalformada.
Um curso de Dermatologia na
área de estética estava sendo
oferecido em Recife, e após
algumas aulas veio a decisão de
trabalhar esse tipo de serviço na
região. Ousada e de olho nesse
nicho do mercado, a fisioterapeu-
ta iniciou seus atendimentos no
município oferecendo limpeza de
pele, drenagem linfática e
reabilitação. Com o tempo, a
divulgação boca a boca fez sua
parte e hoje Yara atende na
Clínica Mais Saúde, de segunda à
sexta.
Quando o assunto é especia-
lização, a jovem não perde
tempo. Esse ano termina a pós-
graduação em Fisioterapia
Dermato Funcional, que faz em
Petrolina. Mesmo assim, ressalta
que os atendimentos mais
voltados para a base da fisiotera-
pia, como reabilitação física de
pessoas com dificuldades
motoras e que passaram por
algum tipo de trauma, não serão
abandonados. Amo muito
fisioterapia, não penso de forma
alguma em deixar de atender
reabilitação. Eu não ficaria tão
realizada,confessa.
No seu consultório é possível ver
muito investimento em equipa-
mentos, o que expressa o cuida-
do que a profissional possui em
oferecer sempre o melhor.
Atualmente estão disponíveis os
serviços de criolipólise, depila-
ção a laser e rádio frequência,
entre outros vários tratamentos
voltados para a perda da gordura
localizada e da flacidez. Isso
garante todos os horários de
atendimentos preenchidos,
muitas vezes por pessoas de
outras cidades do Sertão de
Itaparica, como Itacuruba e
Petrolândia.
No campo da motivação, Yara
Marques destaca a presença e a
liberdade que recebeu da mãe
para seguir seus sonhos e tomar
as decisões que precisava.
Minha mãe sempre confiou em
mim. Isso me deixou à vontade
para seguir o caminho que eu
desejava e fazer o que realmente
me motiva no dia a dia, afirma a
profissional,hojecom25anos.
Garantiruma melhorana auto-
estima da paciente, promover
uma recuperação eficaz, enfim,
trabalhar para garantir a qualida-
de de vida de mulheres e homens
como um todo, tudo isso inspira
Yara, que diz sentir a maior
realização nos atendimentos
quando vê o cliente também
comprometido com o processo.
Quando vejo que o paciente está
sendo disciplinado para que
juntos possamos atingir um
resultado positivo, é o momento
e m q u e fi c o m a i s f e l i z .
Precisamos desse comprometi-
mento, dessa troca. Na fisiotera-
pia, a gente não consegue fazer
nadasozinha,finalizou.
Yara Marques aposta em cursos e especializações para garantir a qualidade dos serviços que oferece.
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Yara Marques
45
Artigo Por Jena Agra
Aprendendo a ser uma mulher de expressão
Uma mulher de expressão, certa-
mente é alguém que se destaca no
meio onde está inserida, não neces-
sariamente uma grande empresá-
ria, mas alguém que com seu modo
de vida ou de ver a vida, é diferencia-
da.
Essa diferença está no se conhe-
cer, lidar com situações adversas,
superar pressões, obstáculos e
problemas, e reagir positivamente a
eles sem entrar em conflito psicológi-
co ou emocional. Muito desse
conhecimento aprendemos no dia a
dia,comassituações.
Mas já pensou que é possível
aperfeiçoar ou até mesmo aprender
afazertudoisso?
A pessoa certa para auxiliar nesse
processo é uma Coach. Esse profissi-
onal auxilia a encontrar suas capaci-
dades e competências, comporta-
mentais e técnicas, que melhorem o
seu desempenho e o levem a alcan-
çarsuasmetas.
Há ainda outras possibilidades
para avançar nesse autoconheci-
mento. Você já ouviu falar dos cursos
sob imersão? Sabe o que eles são e
quais os benefícios que eles podem
trazer para a sua vida? Esses cursos
são de duração mais longa e possu-
em um conteúdo amplo sobre um
tema específico. Os cursos de
imersão são uma boa alternativa
para quem quer se atualizar, mas não
quer investir em um curso de especi-
alização, seja por falta de tempo ou
porfaltadeinteresse.
A imersão dá oportunidade de
descobrir novas técnicas, aprimorar
técnicas antigas, renovar o conheci-
mento, conhecer novas pessoas e
fazercontatosprofissionais.
Ao meu ver, toda mulher pode ter
expressão,bastaquerer!
M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA
JENA AGRA é Graduada em Administração de Empresas,
Pós-graduada em Administração Hospitalar, Consultora na
área de Gestão Empresarial e Financeira, Practitioner em
PNL (Programação Neuro Linguística), COACH Integral
Sistêmico e Analista de Perfil Comportamental. Também é
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Mulheres que transformam o Sertão de Itaparica

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  • 3.
  • 4. M
  • 5.
  • 6. A confiança da população sertaneja é essencial para que a luta do Cesvasf continue M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA Entrevista Professora Ana Gleide Mais uma vez, com uma postura vanguardista, o Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco – CESVASF encabeça um projeto grandioso. Em parceria com a Revista Movimentto, a instituição mantida pela presidência da Autarquia Belemita de Cultura, Desportos e Educação, através da sua presidente Ana Gleide de Souza Leal Sá desde 2015, homenageia nesta edição 30 mulheres fortes que contribuem e fazem a diferença na microrre- giãodoSertãodeItaparica. Formado por sete municípios – Belém do São Francisco, Carnaubeira da Penha, Floresta, Itacuruba, Jatobá, Petrolândia e Tacaratu – a região faz divisa com os Estados de Alagoas e Bahia e possui uma forte representativi- dade feminina seja em gestões municipais ou transformando as comunidadesemquevivem. Nas próximas páginas você acompanha uma entrevista com nossa primeira homenageada, Professora Ana Gleide, esta florestana que levou ao CESVASF uma nova forma de gestão e já conseguiu trazer avanços expres- sivos para uma das mais impor- tantes autarquias de ensino s u p e r i o r d o E s t a d o d e Pernambuco. Em dezembro de 2017, você recebeu o título de cidadã belemita na Câmara dos Vereadores de Belém do São Francisco, como foi essa expe- riência? Chorei do início ao fim de emoção (risos). Me emocionei porque sentiqueninguémestavalápara me bajular, todo o ato foi movido por reconhecimento. Os vereado- res e a sociedade reconheceram, pudenotarpelosdepoimentos. Sei que todo o gesto para me agraciar foi de coração e não por uma relação de poder. Então vibrei e agradeci muito, primeira- mente a Deus, minha família e depois a minha equipe. Esse é o pagamento mais valioso que pude receber como forma de reconhecimento pelo nosso trabalho. Como você se sente contribuin- do para o desenvolvimento do Sertão de Itaparica, podendo realizar um trabalho tão trans- formador na região em que você nasceuecresceu? Confessoquenuncafizuma avaliação assim. Acredito que nossabuscaenossalutanãoé em vão. Vivemos um momento em que as faculdades a distân- cia,aschamadasEAD, estão captando alunos a todo custo, porém vemos que ainda se consegue despertar o interesse dos alunos na educação presen- cial, é algo que nos alegra. Sentimos muita satisfação em saber que temos um dedinho de mérito nisso, mas isso é o resulta- do da credibilidade que o CESVASF tem na região e dos esforços em garantir parcerias com as prefeituras e governos estadualefederal. Você acha que o notável êxito na sua gestão deve-se ao fato de você ter sido aluna e em seguida 6
  • 7. ter lecionado na instituição, antes de atingir o posto de presidente? Seguramente, minhas experiên- cias anteriores fizeram com que eu criasse um vínculo forte. Posso dizer que cheguei à presidência conhecedora das fragilidades e potencialidades do Cesvasf, o que não implica dizer que seja o essencial para uma boa administração. Nossa eleição deu uma legitimidade a isso, além do aspecto de valoriza- ção da classe de professores. Meu bom relacionamento com a instituição e com as pessoas facilitou, reforço, mas não é um determinante. E o que você pode citar como determinanteentão? Desde os 14 anos trabalhei com minha mãe, Maria Almira, conhe- cida como "Maninha", na loja de confecções dela. Quando assumi ali foi durante um dos piores momentos de recessão já vistos no Brasil. Vimos muita gente falir, fechar as portas e, mesmo assim, conseguimos passar por isso. Minha mãe era viúva e eu era a mais velha de sete irmãos, ficamos na linha de frente. Isso eu posso dizer que me deu know- how para administrar uma instituição, que hoje tem mais de mil alunos e é referência no Sertão de Pernambuco na formaçãodepessoas. Já foi possível avaliar de alguma forma o impacto do trabalho que vêm desenvolvendo no Cesvasfnos últimosanos? Apresentamos um relatório ao Governo do Estado mostrando o impacto da autarquia na região. Entre os pontos observados está o fato de no último concurso do Estado para professores a maior parte dos aprovados serem egressos do CESVASF. Na divul- gação para o vestibular nos municípios encontramos em escolas de ensino médio boa receptividade pelas equipes gestoras, formadas, na maioria por ex-alunos do CESVASF. Sabemos que nosso papel social é muito forte, entregamos um bempreciosoasociedade. Quantos cursos foram abertos desde o início da sua gestão e como pode ser definida a relação da instituição com o município de Belém do São Francisco? Nesses dois anos e meio da nossa gestão conseguimos abrir os cursos de Licenciatura em Pedagogia e os bacharelados em Educação física, Farmácia e Administração. Isso se deve a equipe parceira que assumiu, disposta a explorar todo o poten- cial do CESVASF. Sobre nossa relação com o município, somos muito gratos. Entre tantos fatores que posso citar, soubemos recentemente que muitos apartamentos e casas estão sendo alugadas por alunos do CESVASF e os proprietários estavam exultantes com isso. Essa realidade mostra que a cidade está sendo beneficiada com as nossas ações. Estamos dando ao município de Belém um retorno dessa confiança que a população depositou na gente e é essencial para que nossa luta continue. Como você pode definir a relação do CESVASF com o alunado? De muita confiança. Nosso alunado é muito presente e participativo. Trabalhamos com a noção de que estamos situados e m u m a r e g i ã o c a r e n te . Sabemos o quanto é importante entender cada caso com suas particularidades e encaramos cada aluno como um ser humano singular. Implantamos o NAE (Núcleo de Apoio ao Estudante), que funciona como ouvidoria, com representantes de vários setores, do financeiro ao pedagó- gico. A direção e a presidência estão sempre abertos e fazemos questão de mostrar que em nós elesvãosempreencontrarapoio. Com tantos ex-alunos passando em concursos e atuando na área, você se envaidece de alguma forma, por ter contribuí- do? A gente abre a porta e dá as condições de ele entrar, mas cada um tem suas dificuldades e, superá-las, é mérito deles. A gente trabalha com isso de maneira tranquila, sem vaidade, mas com orgulho, com muito orgulho dos objetivos conquista- dos. Fazemos questão de come- morarcadavitoriaalcançada. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA ‘‘Sabemos que nosso papel social é muito forte, entregamos um bem precioso a sociedade.’’ 7
  • 8. Bia Numeriano - a voz feminina da Câmara de Vereadores de Floresta "Ter 18 anos, entrar de cabeça na vida adulta e me deparar com autonomia com a decisão que mudaria os rumos da minha vida não foi fácil". Foi com essa idadee cheia de sonhos na cabeça que Ana Beatriz Numeriano, Bia Numeriano, vereadora pelo município de Floresta-PE, entrou de vez na política. A oportunidade surgiu de forma inesperada. "Meu pai foi vereador duas vezes aqui, em Floresta, e em 2012 um grupo o impediu de se candidatar. Como eu já era afiliada a um partido, me coloquei à disposição dele e como o partido tinha uma deficiência no número de mulheres no pleito, saí candida- ta",explicaajovemvereadora. Atualmente no segundo man- dato, manteve a média de mais 900votos,assimcomonaeleição anterior, Bia, hoje com 24 anos, diz que teve no pai, João Berto de Sá, mais conhecido como Betinho, uma grande inspiração para a postura política que possui hoje. "Nas minhas duas campa- nhas foquei sempre na apresen- tação de propostas e durante meu período na câmara sempre tive muito respeito pela oposição, não tenho a postura de agredir, mas de mostrar sugestões. Eu e meus irmãos acompanhávamos meu pai nas visitas do período de campanha dele e aprendi muito comisso",destaca. Mulher e jovem, Beatriz diz que desde a primeira campanha sentiu que estava tendo uma boa aceitação devido a sua represen- tatividade, mesmo assim, reele- ger-se foi, de fato, uma surpresa. Num ambiente masculino em sua maior parte, ela diz que não sentiu medo do desafio ao ser a única mulher eleita e que apren- deu muito com os colegas do poder legislativo. "No início eu era bastante tímida, mas ao entrar em contato com coisas tão relevantes para a sociedade vi que não poderia, de forma algu- ma, ficar passiva. Era tudo muito novo, mas os outros vereadores, principalmente os mais experien- tes, me auxiliaram bastante e foram muito importantes para o m e u a m a d u r e c i m e n to n a Câmara", ressalta Beatriz com gratidão. Bia é considerada por muitos a grande responsável por trazer mais jovens, essa parcela da população geralmente apática durante os pleitos, para os debates políticos durante o período de eleição, dialogando com eles através das redes sociais, construindo propostas através das sugestões e dos feedbacks que recebe nas redes. Estas ferramentas são utilizadas emseu diaadiadetrabalho. Formada em direito, ela estuda agora para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, Ana Beatriz diz que vai continuar na política sugerindo e fiscalizando atravésdassuasideiaspositivas. Quando perguntada sobre sua atuação como vereadora, Bia Numeriano nunca fala "eu fiz" ou "eu propus", o trabalho desenvol- vido é sempre creditado ao coletivo. Segundo ela, na câmara somos representantes dos interesses dos eleitores e não dos interessespessoais. Para as mulheres que almejam seguir carreira política, Bia deixa um recado: "As mulheres ficam receosas de entrar, geralmente colocamos como prioridade outras atividades. A maioria pensa que não é possível concili- ar a vida que já tem com a política, mas é. Precisamos da sensibilida- de de mais mulheres no legislati- vo, sendo mais uma voz em favor dalutadasmulheres",finalizou. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Ana Beatriz Numeriano Formada em Direito, Bia, pelo segundo mandato é a única mulher em uma bancada de vereadores. 8
  • 9. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Constância Carvalho Empreendedorismo na área da saúde Saúde é um assunto delicado: para falar nele é preciso muito tato, para trabalhar com ele é preciso empatia e talento. Constância Carvalho tem todas essas características e por isso divide com o esposo Manoel Alves o comando do Consultório Médico e Laboratório Santa Luzia, localizado em Belém do SãoFrancisco. Nascida em Serra Talhada, a farmacêutica foi para Recife com sua família quando tinha dias de vida. Criou-se, formou-se em Farmácia devido a influência de um professor, casou-se, passou no concurso do Governo do Estado de Pernambuco e lá pretendia viver todos os seus dias, até que seu marido foi transferido para Belém do São Francisco. "Então, pedi minha transferência também. No começo foi difícil, nunca tinha saído de perto da minha mãe e dos meus irmãos, mas quando comecei a trabalhar tudo ficou mais fácil", relembra a bioquími- ca, que quando chegou ao municí- pio começou a atuar no Hospital Dr. José Alventino Lima, onde ficouatéseaposentar. Mãe de duas mulheres, Constância construiu com o maridoo consultórioonde os dois atendem até hoje e diz se sentir abraçada pela população da cidade. "Temos muitos clientes fiéis, alguns voltam aqui mesmo depois de se consultar com outros médicos, apenas para saber nossa opinião. Isso é muito gratificante",dizsatisfeita. No espaço, que funciona das 6h às 17h, é possível encontrar profissionais de diferentes seguimentos como nutrição, cardiologia, odontologia, labora- tório,pediatriaeultrassonografia. E sobre o sucesso do espaço, ela garante que veio através de muito trabalho, dificuldades apareceram durante toda a trajetória, mas tudo foi superado. "Colocamos amor e carinho aqui desde o início, atendendo todos sem fazer diferença entre pacien- tes públicos ou privados e isso foi notado pela população. Você sempre terá um retorno quando se dedicar ao que gosta de fazer", ressaltou a profissional que tem maisde30anosdeexperiência. Para os jovens que pretendem entrar na área da saúde, Constância, que equilibra o melhor da determinação e da calma, deixa um recado: "Procu- rem ser profissionais humanos e competentes naquilo que fazem. A dor dos outros pode ser a sua dor. Aquela pessoa que vai ser atendida por você está ali preci- sando de ajuda e precisa ser, no mínimo, tratada com atenção e respeito". Ao lado do marido Manoel Alves, Constância administra o Consultório Médico e o Laboratório Santa Luzia. 9
  • 10. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Durvalina Gomes Xavier Dona Durvalina, 98 anos cheios de vitalidade Considerada uma das mulheres mais idosas de Tacaratu, no sertão de Itaparica, Dona Durvalina Gomes Xavier, comple- tará 98 anos no dia 04 de outubro deste ano. Questionada sobre qual o segredo para viver muito, ela ri e responde que o segredo é conversar com as pessoas. "Para mim não existe remédio melhor doqueconversar". Seus cabelos brancos impõem respeito e ao mesmo tempo admiração pelo estilo de vida simples e saudável. Mãe de 10 filhos, tem 20 netos e 25 bisne- tos, Dona Durvalina conta sua história com lucidez e cita um a um o nome de todos os seus filhos. Mesmo com a família volumosa, conseguiu formar e ver os filhos com uma profissão. Na família existem diferentes tipos de profissionais: médica, profes- sora, ex-prefeito, comerciante entre outros. O filho mais velho, Hélio Xavier, foi vice-prefeito e, posteriormente, prefeito de Tacaratu,nosanos80. Nascida em 1920, na zona rural do município de Floresta, foi lá que viveu sua infância até a adolescência. Há 62 anos reside no sítio Bebedouro, antiga zona rural de Tacaratu, que cresceu e tornou-se parte da cidade com o logradourodeRuadaAurora. Dona Durvalina adora ler e até começou a escrever um livro. Mulher de uma fé inabalável, todos os dias, antes do almoço lê as suas orações que guarda com carinho dentro uma caixa. "Todos os dias, antes do almoço eu leio essas orações, rezo também meu terço e assisto minhas novenas pelatelevisão",afirmou. Filhadepaicomercianteemãe dona de casa, tinha três irmãs, sendo ela hoje a única viva da família. Sua beleza atraia muitos pretendentes, mas se considera- va muito exigente nesse aspecto. "Ainda jovem, tive alguns noivos, mas sentia que ainda estava para conhecer aquele que se uniria a mim para o resto de nossas vidas, foi quando conheci meu marido, Manoel Xavier Sobrinho. Conheci ele numa festa de casamento. Nesse dia dançamos e ele foi me levar em casa. Depois me man- dou uma carta me pedindo em namoro e eu respondi dizendo queaceitava",contasorrindo. Após seis meses de namoro e com a idade de 24 anos, dona Durvalina e Manoel se casaram e fo r a m m o r a r n a f a z e n d a C i p o z i n h o , m u n i c í p i o d e Petrolândia. Com apenas 37 anos ficou viúva, criou os filhos com a ajuda da família e trabalhando com a criação de animais. Mesmo após os filhos criados, sem mais ter que se preocupar com trabalho, Dona Durvalina não se entregou ao cansaço da idade, com tanta vitalidade, ela ainda vende leite do gado que cria no grande curral aoladodasuacasa. Dona Durvalina, aos 98 anos, lúcida e com disposição para o trabalho. 10
  • 11. Uma jornalista de fé Aos 38 anos, a jornalista Elba Quirino está no auge da sua carreira profissional. Dona de uma empresa de comunicação – “Comunica – Ideias e soluções” – é uma das poucas na região de Itaparica a prestar serviços especializados em assessoria de comunicação, marketing e design. A empresa já nasceu com uma proposta inovadora: oferecer serviços com acompanhamento deresultados.“Somosestrategis- tas, planejamos as ações, traça- mos metas e, quase sempre, as alcançamos. Tudo isso tem dado muito certo, e a Comunica amplia sua carta de clientes”, afirma a jornalista. Com pouco mais de um ano de funcionamento, a empresa tem a marca de uma gestão moderna. A equipe é formada exclusivamente por mulheres, que trabalham home office. O sistema adotado pela empresária Elba Quirino tem uma razão de ser: “Trabalhamos basicamente com criatividade. Para criar, precisa-se estar bem. Entendi que é em casa, nesse ambiente onde ficamos à vontade, que fluem as melhores ideias. Mas são necessários compromisso, disciplina e sinto- niadetodaaequipe”,explica. Quem vê essa história de sucesso nem imagina quantas pedras precisaram ser retiradas do caminho. Aos 14 anos de idade, Elba mudou-se para Recife, em busca de uma forma- ção superior. Tão jovem, apren- deu a ser independente e encarar avidadefrente. Cursou Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco. Era final do curso quando se casou com o também florestano, Audomark Ferraz. Já com emprego fixo, com carreira em ascensão, quis Deus mudar os rumos da história que ela tinha traçado. “Passamos por uma fatalidade em nossa família, o que nos trouxe de volta para Floresta. Não foi fácil largar tudo que já tinha conquistado. Naquele momento acreditei que nunca mais fosse exe rc e r m i n h a p ro fi s s ã o . Contudo, uma certeza trazia paz ao meu coração: Deus estava comigo”,afirmou. Elba nunca ficou desemprega- da. Logo que chegou assumiu função na assessoria de comuni- cação da Prefeitura Municipal de Floresta, onde trabalhou por 13 anos. “Era agosto de 2016, quando em oração senti que tinha chegado o momento de abrir meu próprio negócio, e assim fiz. Em novembro, a Comunica já estava em pleno funcionamento”, lembra. As bênçãos de Deus não foram apenas no campo profissional, a florestana voltou à convivência diária com seus pais, o comerci- ante Edivaldo de Menezes Leal e a funcionária pública, Iracema Gomes de Sá Quirino, já falecida. “Agradeço a Deus por ter me permitido, antes da partida de minha mãe, viver ao seu lado momentos inesquecíveis. Ele preparou esse presente para mim”. Elba tem dois irmãos, a peda- goga Isabella e o enfermeiro Ênio Quirino. É mãe de dois filhos lindos e carinhosos, Raquel (12 anos) e Davi (8 anos). Além de profissional, mãe, esposa, ela dedica parte de sua vida aos serviços na Primeira Igreja Batista em Floresta onde congre- ga e é professora de Escola Bíblica. Ao final da entrevista, Elba revela que neste ano completa 15 anos de profissão. “Somente Deus para traçar caminhos tão perfeitos”,concluiu. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Elba Quirino Elba Quirino é dona da empresa Comunica - ideias e soluções. 11
  • 12. Determinação para transformar realidades Só um coração “grande” para abraçar tantas causas sociais, por muitas vezes, sacrificando o próprio tempo para fazer mais pelo próximo. A dona desse coraçãoéFabríciaLopes. A psicóloga é formada pela Faculdade de Ciências Humanas Esuda, em Recife, mas é em sua terra natal, Carnaubeira da Penha-PE, onde coloca em prática todos os ensinamentos aprendidos na instituição e, principalmente, na jornada da vida. São valores como respeito, amor ao próximo, ética, que determinam sua maneira de enfrentar o mundo e se relacionar comaspessoas. Fabrícia é Secretaria de Assistência Social, função que, apesar de árdua, traz realização para sua vida. Ela é responsável pela garantia da proteção social a quem dela precisar e pela promo- ção da cidadania, por meio da implementação do Sistema Único da Assistência Social (Suas) no município. Casada com o prefeito da cidade, Dr. Manoel Silva, que já esteve à frente da Prefeitura por dois mandatos, a primeira dama comanda uma equipe comprome- tida e que se doa pelas questões sociais, desenvolvendo progra- mas, projetos e açõesde fortaleci- mento dos vínculos familiares e comunitários, voltados para diferentes públicos: crianças e adolescentes, vítimas de violên- cia e maus-tratos, idosos, pesso- as com deficiência e população derua. "Dentro desta política, busca- se um caminho para que as nossas crianças cresçam com cidadania, não se tornando pessoas excluídas do contexto social, trazendo, como resultado, uma adolescência desprotegida e entregue à delinquência. O idoso, da mesma forma, recebe da Secretaria um tratamento com vistas a mantê-lo integrado na sociedade em que vive, com a valorização de sua experiência e do seu potencial", explica a Secretária. Esse presente e futuro estão emboasmãos.Aforçadevontade de fazer mais e a determinação dessa mulher em enfrentar as dificuldades para driblar os poucos recursos, estão garantin- do que famílias vivam com dignidade e tenham esperança dediasaindamelhores. As responsabilidades de Fabrícia não param por aí, mãe de quatro filhos, Laura, Larissa, Letícia e Manoel Felipe, é preciso encontrar tempo, em uma rotina tão intensa, para cuidar e ensinar os valores aos filhos, os mesmos valores que fazem dessa, uma mulherinspiradora. Experiência e disponibilidade para trabalhar pelas causas sociais. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Fabrícia Lopes 12
  • 13. BR 316 km 315 - DNER, Floresta - PE reservas@trevohotel.com | (87) 3877-1405 | 9 9825-1208 Qualidade indescritível ANIVERSÁRIO ano 20182018 1
  • 14. Cultura, resistência e empoderamento feminino Conhecer Fátima Belém é se inspirar o tempo todo com sua energia, força e gentileza. Para nossa entrevista ela nos atende na sede da Associação Café Com Arte, formada apenas por mulhe- resartesãs. As peças expostas são várias, artesanato dos mais variados seguimentos, de pesos de porta caprichados a telas com moldu- ras únicas – mas a menina dos olhos são realmente os produtos feitoscomcourodetilápia. No local, o couro é seco, tingido e utilizado na produção de sandálias, bolsas e carteiras, entre outros produtos, com acabamento impecável, pelo qual ela faz questão. As peças fazem tanto sucesso que grandes varejistas de calçados nacionais já tentaram fechar parcerias, mas Fátima declinou de todos os convites: em nenhuma proposta a Associação estaria sendo valorizada como deveria. Essa atitude diz muito sobre a presi- dente, que conduz com sabedoria oprojeto. Nascida no Recife, logo nos primeiros anos de vida Fátima ficou órfã de mãe e pai. Foi separada dos irmãos e adotada por uma família de Petrolândia. Atritos aconteceram e ainda adolescente voltou a morar no Recife, a fim de se tornar profes- sora. Sem família por perto, passou por incontáveis dificulda- des e momentos de desolação, mas jamais baixou a cabeça. Formou-se, casou-se com Expedito Belém, teve dois filhos, Patrícia e Joaquim, e junto deles r e c o m e ç o u s u a v i d a e m Petrolândia. Foi professora, manicure, deu curso de pintura até que se envolveu com gastro- nomia e obteve muito sucesso, chegando a montar seu restau- rante e criar a famosa buchada de tilápia. O envolvimento com a arte veio no mesmo período e a paixão por ajudar pessoas a fez tomar a frente do projeto, na busca por benefícios mais expressivos para as35mulheresassociadas. Hojea CafécomArteéexemplo de planejamento, organização e irmandade, tendo diversos projetos aprovados em nível municipal e estadual, graças à liderança de Fátima que, em meio a tudo isso, ainda se dedica a trabalhossociais. Lançando um olhar sobre a cultural de forma sustentável, posturas como a da artesã colaboram para que se torne cada vez mais forte discutirmos cultura considerando sempre a vertente da geração de emprego e renda para muitos pernambuca- nos. Fátima Belém é a essência do que queremos, representando nossa cultural no presente e no futuro. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Fátima Belém Fátima conduz com sabedoria o projeto Associação Café Com Arte. 14
  • 15. Talento para administrar e inovar Está na alma e no sangue a habilidade para administrar. Visão, conhecimento e muita, muita garra, são elementos usados por Gabriella Martins para tocar seu empreendimento d e s u c e s s o , o C o m p a r e Supermercado 02, na cidade de Floresta. Gabriella nasceu em uma família de empreendedores e faz jus à responsabilidade de estar à frente de uma das empresas do Grupo Compare, presidido por seupai,HeraldoMenezes. A empresária de apenas 31 anos, especializou-se em Administração de Empresas pela Universidade Católica de Pernambuco, em Recife. Como muitas meninas do interior, "Baby", como prefere ser chama- da, também teve que enfrentar a saudade da família ao sair do conforto da casa dos pais para amadurecer e conquistar uma profissão. "O Compare 02 nasceu em 2009, visão que o meu irmão mais velho, Hércules Martins, teve diante do crescimento dos bairros Caraibeiras e Santa Rosa. Eu havia acabado de voltar do Recife e não me intimidei diante do desafio. O segredo da conquis- ta não está em apenas acreditar, mas também lutar pelo que se acredita. Minha família, os clientes e toda a equipe acredita- ram em mim. Sou muito grata pelaconfiança",revela. Única filha mulher do casal Heraldo Menezes de Sá e Maria das Graças Martins de Sá, tem como marca forte a simplicidade. De uma personalidade pacata, soma valores como generosida- de, honestidade e espírito de liderança. Com tantas qualida- des, é difícil encontrar entre os colegas de trabalho quem não a admire. Apesar da pouca idade e da carga de responsabilidade que Gabriella Martins carrega, ela afirma que está sempre motivada para o trabalho, e atribui sua audácia ao simples fato de ser uma mulher de coragem. "Acredito que minha coragem se deva ao exemplo de meu pai que desde muito jovem já trabalhava. Tenho nele meu maior exemplo. Cresci acompanhando essa rotina intensa de trabalho e reconheço que tudo o que possuímos é resultado do seu esforço. Fundar o Compare 02 não foi tão difícil, porque há 24 anos meupai desbravouessecaminho ao concretizar o sonho do seu primeiro empreendimento, o Compare Supermercado 01. Ao longo desse tempo conquista- mos a credibilidade dos clientes e visibilidade no mercado. Isso colabora para o sucesso da filial", reconhece. Gabriella enxerga nichos de oportunidades de negócios e, sempre que é possível, aposta na abertura de novos setores e oferta de serviços no Compare Supermercado 02. Nele está a mais completa sessão de livros da cidade de Floresta. "Meu gosto pela leitura e carência desses produtos na cidade foram decisivos para a implantação dessasessão",explica. Além disso, a empresária apoia o Projeto Ler Bem, que atua como forma de incentivo à leitura para criançasejovensdomunicípio. Recém-casada, Baby vive um momento pleno de realização pessoal e profissional e já faz novos planos para sua vida. "Casei recentemente e ainda não tenho filhos, mas os planos de construir minha família são para muitoembreve",revelou. Com tanta sabedoria para lidar com pessoas e desafios, sem dúvidas, esse novo time (filhos e marido) será conduzido com maestria.Administradora, Gabriella é responsável pelo sucesso do Compare Supermercado 02. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Gabriella Martins 15
  • 16. Coragem para vencer obstáculos Não existe limitação quando há desejo de superação. Assim pode ser definida a Prefeita da cidade de Jatobá, no sertão de Itaparica, GoreteVarjão. Em 2016, a pequena cidade escreveu seu nome na história quando elegeu a primeira prefeita mulher do município e a primeira prefeita cadeirante do país. Natural de Arcoverde, Maria Gorete Cavalcanti Varjão é casada com Itomar Varjão, ex- prefeitodeJatobá. Pedagoga, admirada por todos que a rodeiam, antes mesmo de ser Prefeita, Gorete Varjão já trabalhava pelos mais necessita- dos. Durante os anos de 2005 e 2008, exerceu o cargo de Secretária de Ação Social, quan- do teve a oportunidade de desen- volver e apoiar diversos trabalhos sociais voltados para os mais carentes da cidade, dentre eles a Casa do Leite e programas de atençãoaoidoso. Muito querida pela população e motivada pela influência política do esposo, entrou para o ramo em 2016, quando disputou a prefeitura da cidade e desban- cou seus candidatos. Sua vitória foi considerada como um reco- nhecimento a sua liderança política. Há 20 anos uma fatalidade a fez perder os movimentos inferio- res, mas o fato nunca a impôs limites. Superou todos os obstá- culos e hoje com muita autono- mia dirige o seu próprio automó- vel, além de realizar outras atividades comuns como cuidar dafarmácia,dacasaedafamília. Gorete Varjão é mãe de três filhos, aos quais acompanha e dedica atenção, apesar de estudarem foradomunicípio. Gorete é considerada uma mulher de fibra, com atitudes firmes em suas decisões, atribu- tos que a fez conquistar o respeito eaadmiraçãodetodos. Estando no segundo ano da sua gestão, Gorete reconhece que os desafios que têm pela frente são enormes, porém a vontade de lutar para superá-los sãomaioresainda. Em seu primeiro ano de man- dato, considerado um período difícil, sobretudo pela necessida- de de organização da casa, Gorete deu destaque na sua gestão ao compromisso assumi- do de valorização dos servidores. Enquanto diversas prefeituras do Estado não conseguem pagar os seus servidores, a prefeitura de Jatobá prioriza a folha de paga- mentoemdia. Quando perguntada sobre o futuro, Gorete afirma não temer. "Tenho muita coragem para enfrentar os desafios que a vida possa me apresentar, buscando construir caminhos que facilitem avidadaspessoas". M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Gorete Varjão Gorete é a primeira prefeita cadeirante do país. 16
  • 17. MODA Feminina Masculina Infantil Floresta - PE O melhorO melhorO melhor da modada modada moda está aqui!está aqui!está aqui!
  • 18. Beleza levada a sério O bom humor de Hilke Diniz é conhecido como um dos maiores atrativos do Salão de Beleza que ela possui, batizado com o mesmonome. Há 10 anos no mercado da beleza, a empresária revela que optou por outras carreiras antes de se render ao setor pelo qual é apaixonada: a estética. "Sempre gostei muito de me arrumar e de arrumar os outros. Iniciei como micropigmentadora, trabalhando com sobrancelha, porque isso devolve uma beleza natural a mulher",explica. No entanto, até chegar os dias de hoje, um longo caminho foi percorrido. Em Recife, começou a cursar direito, mas não se encon- trou profissionalmente e pela saudade voltou à Floresta, quando iniciou o curso de peda- gogia e, outra vez, não se viu realizada com a nova área de atuação. Foi quando a ficha caiu e entendeu que precisava traba- lharcomoqueamava. "Fui fazer um curso de cabelei- reira em Serra Talhada, porque vi que aquilo me atraia. Durante o curso, as minhas colegas sempre elogiavam o trabalho que eu desenvolvia, ao ponto de passar a atender pessoas que eu não conhecia e que me procuravam durante as aulas para fazer a sobrancelhacomigo",relembra. Com o crescimento da deman- da, Hilke viu a oportunidade de se qualificar e aproveitar essa carência do mercado. Dessa forma, tornou-se a primeira micropigmentadora da região. O trabalho se expandiu para além dos limites do município de Floresta. Mesmo com vasta experiência, Hilke buscou sempre se aperfei- çoar através de vários cursos e especializações, que a tornam hoje uma das maiores especialis- tasnoramodabelezafeminina. Após muitos anos de trabalho e persistência, nasceu o Centro de Estética HD, atualmente com duas unidades: uma em Floresta, comandada por Hilke, e uma em Serra Talhada, que tem a frente suairmã,HelgaDiniz. Com um estilo de trabalho diferenciado, o Centro de Estética HD continua crescendo através de muito trabalho e sensibilidade. Segundo Hilke, novidades vêm por aí, "até junho estaremos nos mudando para um espaço novo e maior, com uma área específica para noivas, um SPA e muitas outrasinovações". Mãe de dois filhos, casada há 17 anos com Bruno Lívio, empre- sária realizada profissional e pessoalmente, Hilke é um verdadeiro exemplo de supera- ção através da ousadia e da determinação. Hilke aconselha que "as pesso- as têm que lutar pelo seu sonho, mesmo surgindo as dificuldades, você tem que persistir, correr atrás e se dedicar. Com essa obstinação você vai chegar onde quer, tudo é possível – eu sou a provadisso". Dona do Centro de Estética HD, Hilke Diniz é referência quando o assunto é beleza feminina. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Hilke Diniz 18
  • 19. Uma profissional de alta performance Saúde e estética são o foco do e m p r e e n d i m e n to d e I s i s Gonçalves Oliveira, que toca seu negócio com a habilidade de quem conhece o assunto. Dona da academia de ginástica Lify Gym, que funciona na cidade de Belém do São Francisco, ela é responsável pela revolução na oferta desse tipo de serviço na região. Cearense, formada em E d u c a ç ã o F í s i c a p e l a Universidade Regional do Cariri (URCA), no Crato, mostrou ser uma mulher que sabe ir em busca dos seus objetivos. Sua qualificação profissional e experiência, associadas à visão empreendedora, fez da professo- ra Isis uma empresária de suces- so. Investiu pesado nesse ramo da atividade física, e hoje oferece equipamentos modernos, assistência personalizada e ambiente agradável para quem precisaseexercitar. Observando o rápido cresci- mento do mercado, Isis saiu na frente e garantiu sua pós- graduação. Quem já tinha uma boa perspectiva de progresso nos negócios com a implantação de uma academia moderna, agora viu abrirem-se novas oportunidades, os conhecimen- tos adquiridos possibilitaram a garantia de serviços mais especi- alizados. "Adquirir conhecimento é um passo importante para garantir serviços diferenciados. Sabemos que os exercícios físicos são um dos pilares da qualidade de vida, além de serem essenciais à saúde. No entanto, praticar atividades físicas de forma inadequada pode gerar uma série de problemas, então é fundamental contar com a orientação de um profissional qualificado”,ressaltou. Antes da Life Gyn, Isis dividia seus conhecimentos com alunos que frequentavam a Academia das Cidades, onde era professo- ra, foi aí que ela percebeu que existia um campo mais amplo onde poderia atuar. “Eu desejava poder oferecer um atendimento individualizado, no qual eu pudesse entender quais necessi- dades das pessoas. Em nossa academia isso se tornou possível, estou em um relacionamento direto, acompanhado o processo eseusresultados”,finalizou. Ísis mantém clientes engajados e satisfeitos na Academia Gym. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Isis Gonçalves FOTO:JoãodiCarvalho 19
  • 20. A coroação do trabalho em equipe Garra, dedicação e amor pelo que faz. São três das muitas qualidades marcantes que Ivoneide Ferraz possui. Esposa, mãe, primeira dama e secretária de Assistência Social e Trabalho do município de Floresta, Vone, como é carinhosamente chama- da por todos, é uma mulher simpática e admirável, sobretu- do, pela vontade de fazer mais pelopróximo. É com muita empolgação que a Secretária recebe nossa equipe para contar sobre os avanços e as superações de sua gestão. Para Vone, o trabalho em equipe, encabeçado por ela, possibilitou que fossem implantadas mudan- ças significativas na forma de administrar uma das pastas mais importantes do governo munici- palempoucomaisdeumano. Ações com o objetivo de erradi- car o trabalho infantil, foram fortalecidaspelo envolvimento de toda equipe da secretaria, a exemplo das campanhas feitas na zona rural e urbana, cuja prioridade é a garantia da assis- tênciahumanizada. "No município temos o Projeto Conviver, que funciona no Cras e, desde que assumimos, consegui- mos triplicar o número de crian- ças atendidas. Entre tantas ações, destaco a comemoração do Dia das Crianças, quando fizemos uma grande festa para vivenciar um dia diferente, porém alegre com nossas crianças. No ano passado, mais de três mil crianças de 0 a 12 anos foram atendidas”. "Mesmo cuidando do nosso futuro ao promovermos ações em favor das nossas crianças, não esquecemos dos nossos idosos, que, com muito carinho e respei- to, recebem total atenção da nossa Secretaria", destacou Vone. Quem vê tanto sucesso na gestão não imagina que Vone foi resistente em aceitar assumir o cargo que hoje ocupa. “Levou um tempo para que eu aceitasse. Não queria ocupar nenhum cargo, meu desejo era colaborar com a gestão, mas como havia recebido a missão, coloquei-me à disposi- çãodagestãoedecidiaceitar. Para isso, busquei me cercar de pessoas comprometidas e assim podermos realizar o traba- lho sério e com resultados signifi- cativos”,explicaaprimeiradama. À frente de uma secretaria formada em sua grande maioria por mulheres, a primeira dama destaca a importância do planeja- mento coletivo para se atingir os objetivos propostos. “Sabemos exatamente onde queremos chegar, pois priorizamos as ações que partem de um planejamento em equipe”, aconselha Ivoneide Ferraz, com a seriedade de quem tem compromisso com o futuro dosflorestanos. Vone é uma pessoa de fé, que acredita em um mundo melhor e na bondade das pessoas. Para ela, uma das suas maiores motivações para viver é a família. É nela, seu porto seguro, onde desfruta do amor de seu marido, o atual prefeito de Floresta, Ricardo Ferraz, e dos seus dois filhos, Isabele e Ricardinho. “Sou muito feliz. Minha família sempre me dá muito apoio e me encora- jam a enfrentar todos os desafios. Tenho um marido que é também meu grande amigo. Agradeço a Deus pela honra da presença do meu pai e da minha mãe comigo. Tenho filhos que me tornaram a pessoa realizada que sou hoje”, enfatizou. À frente da Assistência Social, "Vone" dá exemplo de amor e determinação. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Ivoneide Ferraz 20
  • 21. Uma vida de amor e solidariedade Aos 85 anos, Izabel Ferraz Pires, carinhosamente chamada por Dona Bezinha, tem alma de adolescente e costuma levar a vida pensando e realizando apenas coisas boas. Nascida em 30 de setembro de 1932, na antiga Petrolândia, nunca casou ou teve filho, nem por isso sente- se sozinha.Dona Bezinha é mulher simpática, de sorriso fácil, rodeada por parentes e amigos que têm nela uma companhia agradável. Em um grande retrato na parede da sua casa, observa-se a imagem de uma moça loira, cabelos longos e traços afilados e quando perguntada sobre a foto, ela revela ser sua, tirada na juventude. Mulher de traço forte e bonita certamente não lhe faltou pretendente e não casar foi uma opção. De uma família de costurei- ras, aprendeu o ofício e chegou a ser considerada uma das melho- res profissionais da cidade. Hoje já não costura mais. Com sauda- de, ela se lembra dos belos vestidos das formaturas, de noiva e peças sofisticadas que fazia. Suas habilidades são ensinadas em um curso de corte e costura, projeto desenvolvido com o apoio do governo municipal, através do qual Dona Bezinha ajuda mulhe- res a terem uma profissão e a conquistarem a independência financeira. "Não me imagino em outra área que não seja pratican- do o bem e a caridade. Essas mulheres têm acesso gratuito às aulas, estamos dando condições para que elas se desenvolvam e possamterumarenda",reforça. Dona Bezinha define seus dias como agitados. "Estou sempre em movimento. Minha rotina é corrida. Sou líder do Grupo da Legião de Maria na igreja, dou aulas de corte e costura e tam- bém desenvolvo outros trabalhos sociais como Natal Solidário e o GrupodaTerceiraIdade". No passado, chegou a ser chefe de departamento social da Prefeitura de Petrolândia, função que permitia exercer de forma ampla aquilo que mais gosta, ajudar pessoas. A solidariedade parece estar na sua essência. Preocupada com os integrantes do grupo da terceira idade, que por questões de saúde já não podem frequentar os encontros, Dona Bezinha idealiza a realiza- ção de visitas com serestas nas casas desses idosos. "Acredito que a partir do próximo mês já começaremos. O objetivo é levar alegria, estar perto dos amigos que não podem mais frequentar os encontros e promover a sociali- zação", afirma Dona Bezinha, nos ensinando sobre o amor ao semelhante. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Izabel Ferraz Pires Izabel é uma mulher de coração "grande" e muitas amizades 21
  • 22. Ana Beatriz Numeriano Vereadora Constância Carvalho Farmacêutica e Bioquímica Durvalina Xavier Agropecuarista Elba Quirino Jornalista e empresária Fabrícia Lopes Secretária de Assistência Social Fátima Belém Presidente da Associação Café com Arte Gabriela Martins Empresária-Supermercado Gorete Varjão Prefeita do Município de Jatobá Hilke Diniz Empresária - Centro de Estética Izabel Joana Integrante da Confrar Isis Gonçalves Formada em Educação Física/Dona de Academia Ivoneide Ferraz Secretária de Assistên Izabel Ferraz Pires Costureira Janira Moraes e Jac Diretora da Escola Un Professora e empreend Karina Ferraz Contadora Marcélia Marques Advogada Maria Josefa Agricultora Janielma Souza Prefeita do Município Lariça Lafayette Médica Jeane Wilma Costa Empresária-sapataria
  • 23. ria do Rosário ncia Social e Trabalho s cira Nogueira niverso Infantil e dedora o de Petrolândia Núbia Granja Professora e teatróloga Raimunda Barbosa e Senilda Freire Diretoras do Centro Espírita Zita Lustosa Rita de Kássia Diretora de Assuntos Indígenas e Quilombolas Rosa Maria Professora Universitária do CESVASF Sílvia Vasconcelos Presidente da Associação dos Piscicultores Valdeci Ana dos Santos Fundadora da Associação Quilombola Verônica Duarte Educadora Wilka Freire Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Yara Marques Fisioterapeuta Mikaelly Karoliny Dona do CETEC
  • 24. A força da sutileza Aos 95 anos, Dona Izabel mantém viva a tradição da Confraria do Rosário Forte e matriarca de uma família inspiradora, Izabel Joana de Jesus possui um sorriso tímido e uma fé impossível de medir. Com 95 anos de idade, Dona Izabel, como é mais conhecida, não se lembra de um tempo em que não fez parte da Confraria do Rosário, irmandade secular tradicional do município de Floresta-PE. Seguindo a tradição de seus pais, ela acompanhava desde criança a procissão realizada no dia 31 de dezembro e recebeu da mãe um pedido quando esta partia para o céu: fazer sempre o trajeto da procis- são descalça, pagando promes- sa. "E eu obedeci. Acho que até hoje estou com os pés dormentes por conta disso, mas nos últimos anos não consegui mais ir descal- ça", diz com um pouco de descon- tentamentonavoz. Habilidosa, ao chegar na sua casa você provavelmente vai encontrá-la fazendo bonecos e utensílios de barro. "Aprendi aos 10 anos, na beira do rio Pajeú e até hoje faço. Tiro as pedrinhas e só trabalho quando o barro está lisinho", explica. Dona Isabel finaliza a peça, mas não vende, presenteia sempre amigas e familiares. Vinda de uma família de 12 irmãos, Dona Izabel conseguiu criar para si uma família igual- mente volumosa. Do seu casa- mento com João Contente teve sete filhos, que deram origem a 43 netos, 25 bisnetos e dois trinetos. Os tempos eram outros, ainda mais difíceis do que hoje, mas força não faltava a essa mulher: aprendeu a costurar para fazer a roupa das filhas e dos filhos, limpava roça, plantava e colhia para alimentar sua família, trabalhava para fora colhendo algodão sob o sol castigante e ainda encontrava tempo para educar suas crianças com rigor, ensinando os princípi- os da honestidade e do respeito aooutro. Em meio a tudo isso, dona Izabel mantinha a sua fé em Nossa Senhora do Rosário e em São João Batista. Participava de novenas e se dedicava à Confra- ria do Rosário, coisa que faz até hoje. Antes do grande dia da procis- são, a florestana fica ansiosa, arruma sua roupa com cuidado e se prepara para acordar cedo e acompanhar tudo de pertinho. Por ser uma das mais antigas da irmandade, tem o direito de ir segurando o manto do Rei, a fim deconseguirgraças. Bem quista por todos da comu- nidade, Dona Izabel mora na zona rural do município e geral- mente só vai à cidade quando acontecem as reuniões bimestra- is da Confraria. Em toda reunião se forma uma fila de homens, mulheres e crianças para lhe pedir a bênção. "A gente já sabe que isso leva uns quinze minutos antes de cada encontro", explica o Rei Perpétuo desde 2007 e representante legal da institui- ção,professorJoãoLuizdaSilva. Há mais de duzentos anos a irmandade existe na cidade de Floresta e por ser formada principalmente por remanescen- tes quilombolas, é tida como um importante símbolo de resistên- cia negra. Hoje a Confraria do Rosário de Floresta é Patrimônio VivoeImaterialdePernambuco. Com seu jeito simples e deter- minado, Dona Izabel atuou como uma verdadeira guardiã da tradição, inspirando pessoas a conhecer a irmandade religiosa e transformando a comunidade na qual está inserida, através das suas ações e da sua fé. Dona Izabel representa, sem dúvidas, o exemplo de mulher de expres- sãoederesistência. MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Izabel de JesusM 24
  • 25. Irmãs movidas pela paixão por ensinar Janira Maria de Souza Moraes e Jacira Maria de Souza Nogueira são irmãs que compartilham da mesmapaixão,ensinar. Paulistas e florestanas de coração, elas têm uma história de empreendedorismo de sucesso. Duas importantes instituições de ensino da cidade de Floresta são geridas por elas: o Educandário Universo Infantil e o curso prepa- ratório para Enem e concursos - “Líder”. De acordo com Janira, a tia Jane, como é chamada por muitos alunos, quando precisou matricular o filho em uma escolinha percebeu a carência do serviço na cidade. Foi então que decidiu investir nesse nicho. "Comecei a sonhar com uma escola com profissionais capaci- tados e com talento para lidar com crianças. "Queria um lugar onde as mães tivessem a certeza de que seus filhos seriam acolhidos em sua subjetividade", contaJane. Ao compartilhar o sonho com Jacira, que é formada em Língua Portuguesa, recebeu o apoio que faltava para transformar sonho em realidade. No começo, o Educandário Universo Infantil tinha apenas duas salas e cin- quenta crianças divididas entre o maternal, pré-escolar I e II. O espaço administrado pelas irmãs foi bem recebido pela comunida- de e no segundo ano já havia necessidade de ampliação, devido à grande demanda de matrículas. As educadoras não perderam tempo e deram início às obras. Jane, a mais velha entre seis irmãos, vendeu uma casa e comprou o local onde hoje funcio- na o Educandário Universo Infantil. Todo o esforço valeu a pena, atualmente a escola conta com mais de 400 alunos, dividi- dos em 20 turmas, funcionando nos turnos da manhã e tarde. A instituição é um sucesso. Jane e Jacira creditam tudo isso ao olhar sensível que é lançado na relação aluno/professor/escola, que compreende outros fatores além dos observados em sala de aula, como o diálogo com todas as partes envolvidas. "No final de 2017, durante a conclusão do 9º ano,umasdasmãespresentesse levantou e disse que nossa escola era mais que uma simples escola, era uma casa, que acolheu os filhos dela e a família também. Para mim, ouvir isso foi um prêmio", avaliou Jane Moraes, queéformadaemPsicologia. Anos depois, em 2015, nasce- ria mais um empreendimento educacional, o Curso Líder. Administrado por Jacira, que também dá aulas de português, o cursinho já carrega a marca da excelência. “Muitos alunos nossos já foram aprovados em concursos e no Enem, e é expres- sivo o número de alunos que alcançou lugar de destaque, com elevadas notas”, afirma a professora. Juntas, Jane e Jacira, são exemplo de determinação, perseverança, união e força em busca de uma causa – a concreti- zaçãodesonhos. Mais de 400 alunos recebem o carinho da diretora Jane. Jacira é professora e dona do Curso Líder. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Janira Moraes e Jacira Nogueira 25
  • 26. Petrolândia em boas mãos Janielma Maria Ferreira Rodrigues Souza entrou para a história como a primeira mulher prefeita do município de Petrolândia ao assumir o cargo em agosto de 2017, após renún- cia do prefeito eleito em 2016. “No início não foi fácil aceitar a missão, mas o desejo de continu- ar ajudando a melhorar a vida do povo de Petrolândia prevaleceu, então aceitei o desafio", afirma Jane,comoprefereserchamada. Jovem, com apenas 43 anos, ocupar uma função política não foi novidade para ela. Por duas vezes foi vice-prefeita da cidade e primeira dama, Jane é casada com o ex-prefeito de Petrolândia, Dr. Antônio Marcos de Souza (Marquinhos). Sua trajetória de vida no muni- cípio começou ainda aos 23 anos, quando veio de Monteiro, na Paraíba, em busca do primeiro e m p r e g o . F o r m a d a e m Enfermagem, pela Universidade Federal da Paraíba, conseguiu trabalhar como enfermeira da Prefeitura. Sua ascensão profissional não demorou aconte- cer. Com apenas dez meses na cidade, foi aprovada no concurso municipalnasuaárea. Desde então, assumiu vários desafios em uma carreira profissional marcada por cargos de Gestão. Foi coordenadora de agentes comunitários, diretora do Centro de Saúde, administradora do hospital e Secretária de Saúde. "Passei mais tempo da minha vida aqui, em Petrolândia, do que na minha cidade natal, Monteiro. Saí muito jovem para estudar em João Pessoa e após me formar, vim para esta cidade, pela qual sou apaixonada. Não imaginava que faria minha história numa cidade, na época estranha, sem nenhum familiar. Mas aqui fiz muitos amigos, conheci meu esposo, criei meus filhos. Tudo o que conquistei devo à Petrolândia”, afirmou com gratidão. Como primeira dama, Janielma Souza buscou estar envolvida nas questões do município. "Sempre estive mergulhada nas causas sociais, além de organização do espaço urbano e festividades locais. Apesar de sempre ter atuado na área da gestão, ser prefeita é bem diferente", conta Jane que tem como maior desafio aquedadereceitanomunicípio. Fazendo parte do pequeno universo de mulheres chefe de e x e c u t i v o n o E s t a d o d e Pernambuco, ela tenta conciliar a vida de gestora com a de mãe, esposa e filha. "Eu sei que minha família precisa mais de mim, mas nesse momento eu resolvi abra- çar essa missão e sou muito grata, pois eles entendem e colaboram muito comigo. Estou me descobrindo em uma nova fase, a cada dia avanço um pouco mais, estou passando por uma metamorfose, dando conta de uma tripla jornada, mas me sinto forte, segura, confiante em meio a tantos desafios. Hoje, sinto-me águia, sem medo de voar", asse- verouJane. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Janielma Souza A Prefeita de Petrolândia, Jane, enfrenta com determinação os obstáculos de uma gestão municipal. 26
  • 27. Talento para vender e fazer amigos Jeane Wilma Epaminondas Ramalho Costa é o que se pode chamar de empreendedora nata. Natural de Serra Talhada, a empresária de 55 anos é proprie- tária da loja Jeane Calçados, que atualmente é uma das principais lojas de calçados da cidade de Floresta, município que adotou decoração. Desde jovem buscou a inde- pendência e percebeu que precisaria trabalhar muito para atingir seus sonhos e garantir uma vida mais confortável e digna para sua família. Então, aos 14 anos começou a trabalhar em atividades informais, vendeu picolé por um bom tempo e com isso conseguia ajudar seus pais nas despesas da casa. O sucesso nas vendas desde a juventude, segunda ela, é por valorizar o fator humano na negociação. "Sempre gostei de estar envolvida com pessoas, conversando, interagindo",explica. Ainda jovem teve a oportuni- dade de vender calçados de porta em porta através da empresa Nara Calçados. Muitas vendas aconteceram confirmando o que todos já tinham percebido: ela tinha nascido para vender e levava muito jeito para os negóci- os. Jeane então casou-se com Nivaldo Leandro Costa e começou avenderemoutrascidades. Montou uma banca na feira de Floresta, em 1996, e investiu trabalho e tempo no sonho de ter sua própria loja. Foram momen- tos difíceis. "Tive que dormir embaixo da banca com meus filhos, na rua. Esse é um exemplo de uma das dificuldades que eu passei, mas foram muitas", confessaJeane. No entanto, todos os esforços seriam recompensados futura- mente. O casal conseguiu alugar uma loja e três anos depois já estavam entrando no processo de compra. Em 2017, fez 21 anos que a Jeane Calçados funciona em sede própria, e vai muito bem, com clientes satisfeitos e boas vendas. Segundo ela, o apoio da família foi determinante para que fosse atingindo o sucesso que podemos ver hoje. Esposa amoro- sa, Jeane é também uma mãe dedicada aos seus quatro filhos – Eveline, Everton, Evandro e Erivelton. Gostar de gente e saber ouvir, foram habilidades essenciais para o sucesso da Jeane Calçados, que atualmente comer- cializa grandes marcas como Arezzo, Ramarim, Bebecê e Kildare. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Jeane Costa Jeane preside uma das mais bem-sucedias sapatarias de Floresta. 27
  • 28. Um jeito diferente de fazer contabilidade Em ascensão, a contadora Karina Ferraz detém uma carteira de clientes com cerca de 60 empresas. Um longo caminho precisou ser percorrido para que Karina Ferraz atingisse o sucesso que idealizou quando iniciou sua carreira no meio contábil, mas determinação nunca faltou para ela. Filha de Paulo Roberto Ferraz e de Maria de Fátima Moraes Ferraz, família tradicional de Floresta, Karina nasceu em Recife e voltou para lá quando tinha 15 anos, estudou e se formou no curso de Ciências Contábeis no ano de 2007, contudo, o retorno ao lugar onde seu pai nasceu estava nos planos da vida. Em 2011 conseguiu abrir o escritório, que leva o nome da sua cidade, "Contabilidade Floresta", com ajuda de uma sócia. Havia poucos contadores no município e logo a dupla conquistou clientes expressivos. "Tive medo de largar o emprego de analista contábil que eu tinha em Recife, então fiquei numa rotina bem difícil durante um ano. Eu passava três dias na capital e o resto da semana em Floresta, eram cinco horas de viagem, eu estava casada e tinha uma filha pequena, não posso dizer que nãosofri",desabafaacontadora. O sucesso estava dobrando a esquina, logo a dupla conseguiu clientes suficientes para que Karina pudesse ficar de vez em Floresta. Guardando, hoje, nas lembranças com carinho do seu primeiro cliente, a Administrado- ra Quirino. "Foi muito importante para mim aquela confiança - eu tinha um cliente para começar. Eu não podia abandonar o trabalho em Recife porque tinha que arcar com os custos daqui, mas tive forças. O escritório foi uma aposta e ainda bem que foi certeira",comentaaliviada. Além da rotina intensa de trabalho, Karina cumpre também o papel de mãe e esposa. Casada com Querino Luciano, juntos os dois têm dois filhos: Guilhermina Ferraz, de dez anos, e João Guilherme Ferraz, de três. Um trio que está sempre disposto a incentivar e inspirar essa mulher desucesso. Desde a abertura, o escritório (que atua nas áreas pessoal, contábil e fiscal) vai bem e mudou de endereço, acomodan- do-se agora em um lugar maior e mais confortável para a clientela. Se antes era preciso apenas uma pessoa para auxiliar nas deman- das do espaço, hoje quatro funcionários são necessários para dar conta das mais de 60 empresas atendidas. Com clientes em Floresta, Belém e Itacuruba, Karina Ferraz diz que a crise chegou sim, para todos, mas que se mantém positiva, pois no setor o impacto não foi tão grande. "Este ano já perde- mos alguns clientes, que fecha- ram, conquistamos outros e assim vamos seguindo, faz parte de ter um negócio", argumenta a contadora, que nos últimos anos tem recebido prêmios de qualida- de no atendimento em pesquisas de preferência pública realizadas no município. Com esse pensa- mento e essa persistência é fácil apostar que vem muito mais sucessoporaí. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Karina Ferraz 28
  • 29.
  • 30. Apaixonada por crianças A missão não é fácil, cuidar da saúde de crianças, isso é o que Dr. Lariça Bulhões de Lemos Moraes Lafayette faz todos os dias, e faz com perfeição. Nasceu no Rio de Janeiro, mas muito nova veio morar no Nordeste, mais especificamente em Maceió – AL, onde ficou até formar-se em Medicina pela Universidade Federal. Não sabia ela que era em Pernambuco, na cidade de Petrolândia, onde daria os primeiros passos para a vida que hoje desfruta. Recém-formada, logo que chegou à cidade come- çou atendimento no Hospital Nair Alves de Souza, em Paulo Afonso –BA, ao mesmo tempo que oferecia os serviços de saúde ondemantinharesidência. Daí por diante Dra. Lariça só aumentou a clientela, pessoas que acreditam e confiam em suas mãos seus bens mais preciosos, os filhos. E que mãos! Cuidadosa, experiente, estudiosa, a médica sempre que pode participa de seminários e cursos que proporci- onam a atualização do conheci- mento de forma a oferecer excelência no atendimento em saúde. A cada avanço na conversa, a médica revelava com entusiasmo mais detalhes de uma vida profissional inspiradora. "Além dos atendimentos na região de Itaparica, ainda trabalho há 15 anos como médica plantonista de emergência e tenho especializa- çãoemdermatologia",informou. Além de Petrolândia, a profissio- nal atende nas cidades de Ibimirim, Arcoverde e Floresta, nessa última está a sua atual moradia. Não só a residência, mas em Floresta também está o coração. Uma mulher de família, Dra. Lariça se doa ao marido, o advogado Kelby de Menezes Lafayette, com quem é casada há 16 anos, e aos filhos, Camila e Gustavo. Quando questionada sobre o que mais gosta de fazer, Dra. Lariça não hesita em responder: "Adoro viajar e conhecer novos lugares e costumes. Sou apaixo- nada por minha família, por crianças e pela medicina. Adoro animais,principalmentegatos". Lariça tem uma filosofia de vida que procura passar aos filhos: faça com os outros o que gostaria que fizessem com você. "Preocu- pa-me saber qual o mundo deixaremos para nossos filhos. Todos precisamos entender que para mudar o mundo se faz necessário que a mudança comece dentro de nossas casas, que tenhamos mais tempo para Deus, nossa família, para o próximo. Sejamos felizes e façamos o próximo feliz", aconse- lhou. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Lariça Lafayette Lariça é referência no sertão de Itaparica em pediatria. 30
  • 31. Referência em Direito, de Petrolândia para o Brasil "As coisas acontecem quando tem que acontecer!" Muitas vezes ouvimos isso sem nos dar conta de que esta é sim, uma grande verdade. Quando Marcélia Marques decidiu fazer o vestibu- lar para direito na Universidade Católica de Pernambuco, já tinha 29 anos, era formada em Letras e diretora de uma escola. Após ser aluna, professora e supervisora, chegou ao cargo mais alto da instituição de ensino até que ouviu de uma grande amiga um c o n s e l h o p a r a m u d a r d e profissão. "Maria dos Santos foi quem me convidou para trabalhar como professora. Ela acreditou na educação até se aposentar, mas os professores já estavam sendo desvalorizados, então ela me disse: 'Educação não compensa financeiramente, para estar tem que ser só por amor. Procure outra área que você se identifique e que possa realizar pessoal e financeiramente' e eu ouvi", recordou. Como acontecem nas históri- as de sucesso, dificuldades apareceram no caminho – e não foram poucas. No fim do primeiro ano de curso, Marcélia deu à luz ao seu terceiro filho e teve que trancar a graduação por um ano, mas logo apareceu a oportunida- de de concluí-lo no município de Caruaru. Às vezes saía de Petrolândia, cidade onde ainda mora, às 15h30 para assistir a aula e só retornava às 2h da madrugada. Anos se passaram nessa rotina até o curso ser concluído, mas nada foi em vão. Mesmo com a ideia fixa de estudar para concursos, em busca da estabilidade financeira que a fez mudar de carreira, a vidatinhaoutrosplanos. A convite de um amigo, a advogada voltou para Petrolândia e lá conseguiu seu primeiro caso. A cliente ficou muito satisfeita e o boca a boca fez a sua parte. Desde esse dia, segundo ela, não faltou mais trabalho. Este ano Marcélia completa 20 anos de atuação na área e diz que é uma prova viva de que quando Deus quer, tudo conspira a favor. "Sou o resultado da soma da minha experiência acadêmica e da minha experiência de vida. Se eu tivesse cursado direito jovem, não sei se teria o mesmo aproveita- mento. Minha maturidade antes de começar foi essencial para que eu me tornasse a profissional que souhoje",apontou. Atualmente Marcélia Marques atende clientes do Brasil inteiro e diz que não se imagina parando de trabalhar. "A satisfação dos clientes multiplica minhas for- ças", ela observa, "assim eu sigo, oferecendo sempre o meu melhor". M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Marcélia Marques Marcélia completa 20 anos de atuação na área do Direito. 31
  • 32. Uma vida de superação Serenidade é uma palavra que pode definir Maria Josefa da Silva, conhecida como Dêta, apesar dos trajetos difíceis que a vida preparou. Com 80 anos de idade, essa é uma mulher que entendesobresuperação. Nascida no sítio dos Pereiros, n a z o n a r u r a l d a a n t i g a Petrolândia, sempre viveu dos frutos que a terra onde morava produzia. Lá estavam seus recursos, sua moradia, seus laços de amizade e familiares. Mas todos esses vínculos e uma história de vida foram inundados pelas águas da Usina Hidrelétrica LuizGonzaga. Em um período de mudanças e incertezas, há 30 anos ela viu tudo que construiu com tanto sacrifício desaparecer nas águas do São Francisco, com a constru- ção da Hidroelétrica. "Tudo que tinha construído com meu marido ficou embaixo da água. Precisei vir morar nessas terras (nova Petrolândia) com os meus filhos e quando chegamos aqui não havia um só pé de árvore, apenas uma simples casa construída pela Chesf e muita terra. Tive que começardozero". Nessa época já viúva, Dona Dêta passou a morar no Projeto Apolônio Sales, zona rural da nova Petrolândia e voltou a cultivar banana, limão e coco para vender na feira livre, foi assim que conse- guiu criar os filhos e construir patrimônio. Sua história de luta é lembrada por ela com lágrimas nos olhos. "Naquela época era muito difícil as coisas, não tinha emprego, não tinha opção,vivía- mos numa roça. Quando chovia, plantava, quando não, nossa situação era ainda mais compli- cada",lembra. Casou-se muito cedo, com apenas 17 anos, com um primo, e dessa união nasceram nove filhos, quatro homens e cinco mulheres. Com pouco estudo, até a antiga 3ª série, nunca teve oportunidade de obter uma formação por sempre ter vivido longedacidade. Filha dos agricultores, Miguel Arcanjo da Silva e Afonsina Josefa, mesmo com avançada idade, Dona Dêta continua cheia de vitalidade, com uma alma e disposição de uma pessoa jovem, ainda trabalhando na roça. No loteamento em que vive, mostra com orgulho sua enorme planta- ção, que ela mesma faz questão decuidar. Mulher de poucas palavras e muita atitude, é um exemplo para os filhos. "Sempre fiz questão de levá-los para ajudar na plantação. No entanto, a medida que iam crescendo eram enviados para estudar na cidade para que pudessem ter a opção de esco- lher uma profissão", disse Dona Dêta, que respira aliviada por ter conseguido oferecer melhores condiçõesdevidaaosfilhos. Considera-se uma pessoa forte e de muita fé em Deus. "Nunca tive medo de trabalhar. Precisei recomeçar duas vezes na vida, quando fiquei viúva e precisei vir morar na nova Petrolândia, mas sempre me apeguei a Deus e NossaSenhoraAparecida". Dona Dêta é uma mãe e avó acolhedora, cuidadosa e proteto- ra. A mais velha de uma família numerosa adora quando a casa está cheia. Possui 20 netos e 16 bisnetos e deixa um legado de forçaesuperação. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Maria Josefa Aos 80 anos, Dona Dêta é responsável pela enorme plantação de coco, banana, manga e limão. 32
  • 33. Visão aguçada para as oportunidades Mikaelly Karoliny Nascimento Silva é uma belemita formada em Enfermagem. Logo após conclu- são do curso, atuou em importan- tes cargos, sempre associados às atividades inerentes a sua formação. Foi professora na área, supervisora de estágio, coorde- nadora e enfermeira de urgência eemergência. Cheia de sonhos, planejou e executou o projeto que alavanca- ria sua carreira profissional. Arrojada e intuitiva, MiKaelly apostou alto na fundação do CETEC - Centro Educacional Técnico, que cada dia atrai novos alunos. Seu objetivo era poder formar profissionais na área de saúde. "A ideia surgiu da carência de cursos em nossa região. Existe uma demanda desses profissio- nais, mas faltava oportunidade para que pessoas pudessem se especializar. Atuamos nesse ramo oferecendo os cursos de formação em ACS – Agente Comunitário de Saúde, ACE – Agente Comunitário de Endemias e, em breve, o Técnico em Enfermagem, que aguarda publicação da portaria para que possaserministrado”,explica. "Minha formação associada à experiência como gestora e professora da área, somada à carência do mercado, despertou em mim a necessidade de criar e tocar esse empreendimento. Assim que me formei queria apenas atuar na área de enfer- magem, mas a vida reservou voos maiores. Hoje estou pronta para atender ao anseio do mercado e preparar novos profissionais na cidade e região", fala categorica- mente. Os planos de Mikaelly Karoliny não param por aí. Especialista em saúde pública e pós-graduanda em obstetrícia, ela pretende tornar a centro de ensino uma referência e futuramente abrir novos cursos. "A equipe está sendo muito bem selecionada. Procuramos agregar a nossa equipe de professores os melho- res profissionais da região, são todosexperientesegraduados". Mulher decididae de coragem, Mikaelly Karoliny chegou para fazer história em Belém do São Francisco. Com olhar visionário, serve de inspiração para outras mulheres que desejam empreen- der. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Mikaelly Karoliny Micaelly Karoliny teve visão para empreender. FOTO:JoãodiCarvalho 33
  • 34. Uma vida dedicada a cuidar do próximo O amor como agente de trans- formação social. É com esse lema que Nubia Maria Amando Granja Coelho, 52 anos, voluntá- ria no projeto Reviver, que funcio- na no Centro de Integração Social José Cantarelli, em Belém do São Francisco, atende 35 crianças e jovens deficientes com ativida- dessocioeducativas. Sensível, versátil e dona de uma habilidade excelsa na área da interpretação, a professora Núbia proporciona a seus alunos, com jeitinho, uma troca vibrante de experiências através do teatro. Nubinha, como é carinhosa- mente conhecida, desde sempre soube que os caminhos para a realização pessoal estavam ligados ao trabalho social. Entre lágrimas, contou sua história de vida e seu amor pela causa. "Sempre procurei fazer trabalhos sociais. Ajudar o próximo me faz sentir mais humana. Mas, sou muito pequena para o todo que aindaprecisaserfeito",declarou. Nubia nasceu em Parnamirim- PE, e quando tinha apenas 4 anos de idade mudou-se com os pais para a cidade de Belém do São Francisco. "Tudo que somos e aprendemos foi com os nossos pais. É prazeroso o orgulho de saber que tenho uma raiz familiar fincada no amor e que posso levar isso para minha história de vida. Tenho uma formação de raízes, flores e frutos baseada na integridade, carrego isso comigo e busquei passar esse valor para osmeusfilhos". Belemita de coração, Núbia gradou-se em Letras pelo CESVASF – Centro Educacional do Vale do São Francisco. Nesse período, já namorando Anailton Coelho, o "Tinho Amando", como elaochama,noivouecasou. Com a voz trêmula, suspirava ao falar do esposo e da família. "Aqui conheci meu "Tinho Amado", meu alicerce de vida. Há 27 anos casamos e ele me deu dois filhos maravilhosos, e agora tenho mais um presente, um neto. Somos de uma cumplicida- de grandiosa. O que um pensa o outro pensa, o que um fala o outro fala. Dele vem o incentivo e o estímulo para seguir com meus trabalhos sociais. Essa sintonia permeia todo o nosso lar", avaliou. Nubia Granja sem dúvidas exala amor, até mesmo seu sobrenome expressa a forma como ela convive com o ser humano,"Amando". Através do teatro, Núbia dá consciência a crianças especiais das sua potencialidades M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Núbia Granja 34
  • 35.
  • 36. Vocação para fazer o bem A admiração que Senilda Freire e Raimunda Barbosa têm por Zita Lustosa é possível de notar nos primeiros minutos de conversa. Figura conhecida na cidade por suas atitudes gentis e caridosas, Zita faleceu em 2009 deixando um legado de boas ações e uma incumbência para as duas: levarem adiante o Centro Espírita montado por ela. E assim está sendo feito. As duas dividiram as responsabilidades e continuam inspirando as pessoas da comu- nidade através da doação e da dedicação que colocam na manutenção do Centro Espírita Zita Lustosa – CEZIL, localizado emBelémdoSãoFrancisco. Já bastante conhecido na cidade, o Cezil desenvolve um belíssimo trabalho com crianças, sempre aos domingos. Por volta das 8h30 tudo começa, elas chegam e são divididas em três salas da seguinte forma: de 3 a 6 anos, de 7 a 11 anos e acima de 12 anos. Após isso segue-se uma hora de estudo do evangelho, que Raimunda faz questão de esclare- cer: "não buscamos converter ninguém. A evangelização é feita com o objetivo de contribuir com a moral, plantar uma semente em cada criança presente para que ela se torne uma pessoa de bem. O estudo é feito através de aposti- las sistematizadas pela idade do grupo e são passados os ensina- mentos de Jesus, como valoriza- ção da família e amor ao próxi- mo",salientou. Após isso é sempre servido um almoço ou um lanche a todas às crianças e às mães presentes. Estima-se que a cada domingo o Cezil atenda de 120 a 140 crian- ças, sendo a maior parte de comunidades carentes. Outra ação desenvolvida pela institui- ção é o atendimento de gestantes sempre na última quarta-feira do mês. Muitas recebem o enxoval completo do bebê e orientações a respeito da gravidez, no aspecto físico e religioso, no entanto, para o acompanhamento ser feito é preciso estar com a carteirinha do pré-natalemdia. Com tantos projetos de carida- de sendo desenvolvidos, o Cezil está sempre precisando de doações, apesar do apoio que recebe de empresários do municí- pio. "Não podemos só ficar esperando que os políticos façam alguma coisa por nós, temos que nos ajudar. Se todos nós fizermos um pouquinho, será muito. Quando você contribui dentro das suas condições, ajuda a tornar, não apenas sua cidade em um lugar melhor, mas o mundo inteiro",enfatizoucomemoção. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Raimunda e Senilda Raimunda e Senilda são exemplo de quem acredita e faz um mundo melhor. 36
  • 37. Resistência pela liberdade quilombola "Não sou descendente de escravos, sou descendente de povo guerreiro", faz questão de ressaltar Rita de Kássia Soares da Silva, Secretária de Assuntos Indígenas e Quilombolas da PrefeituradePetrolândia-PE. Ativista conhecida na região, Kássia já desenvolvia um impor- tante trabalho na luta pelos direitos dos quilombolas da Comunidade Borda do Lago, que fica entre os municípios de Petrolândia e Tacaratu. Durante anos lecionou na escola da comunidade, levando até às crianças um conhecimento que vai além da grade curricular de ensino. "Eu sempre consegui, nos últimos meses do ano, abordar assuntos que remetem aos nossos antepassados, aos curandeiros da comunidade e às lideranças. É feito todo um resgate da nossa história e no dia 20 de novembro temos um festival onde acolhemos outras comunidades e apresentamos várias manifestações culturais, como o maculelê", explica a secretária. Formada em pedagogia e pós- graduada em psicopedagogia clínica, além de possuir diversas formações educacionais ofereci- das pelo Governo Federal, Rita dialoga com a gestão municipal em nome da comunidade desde 2005 e diz sempre ter tido apoio da prefeitura, que abraçou a causa e sempre olhou as solicita- ções com muito respeito e sensi- bilidade. Ela já foi auxiliar de serviços gerais, merendeira, professora de escola quilombola e sempre fez a diferença por onde passou, promovendo a valorização das suas raízes. Isso não passou despercebido e no fim de 2016 foi convidada a assumir a função na qual se encontra. "Gosto de ajudar e defender o direito das pessoas. Quando veio o convite pensei e percebi que o trabalho eraaminhacara",afirma. Com mais de 20 anos de ativismo no currículo, Kássia participa constantemente de fóruns e encontros que debatem os direitos e a representatividade dos remanescentes quilombolas. Segundo ela, durante a caminha- da surgiram vários "nãos", mas eles nunca foram capazes de desmotivá-la. "É minha maneira deresistir",explica. Apesar de trabalhar na cida- de, Rita de Kássia ainda mora na comunidade quilombola onde nasceu e criou-se, local que atualmente abriga mais de cem famílias, cujo meio de subsistên- cia é a agricultura e o artesanato. Apesar dos constantes questiona- mentos, ela diz que não pretende sair de lá nunca. "Não posso deixar meu lugar, meu berço, minha casa. É lá que coloco meu pé no chão, danço, corro e sou feliz. É lá onde posso dizer para meupovo:vamosàluta!''. Rita de Kássia Secretária de assuntos indígenas e quilombolas. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Rita de Kássia 37
  • 38. Paixão por aquilo que faz Uma vida dedicada à educação e à família, essa é Rosa Maria da Silva, professora no CESVASF - Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco, instituição de ensino superior mantido pela Autarquia Belemita de Cultura, Desportos e Educação, com sede nacidadedeBelém. Aos 61 anos de idade, toda a experiência profissional de Rosa Maria está na área da educação, "meu prazer está na transmissão do conhecimento, preparar p e s s o a s p a r a a v i d a e profissionais para atuarem na sociedade", afirma com brilho no olhar, visto apenas em quem tem paixãopeloquefaz. Formou-se no magistério e ainda muito jovem foi aprovada no concurso público estadual para atuar como professora da rede pública, no município de Belém do São Francisco. Encontrou o reconhecimento às suas habilidades e ao seu esfor- ço no então professor Alípio Lustosa, a quem é eternamente grata por ter sido o grande responsável por ela trilhar a carreira na área pedagógica. "Quando nem imaginava, Alípio me inscreveu para prestar vestibular para o curso de Letras no CESVASF. Ele me ligou dizendo que havia realizado minha inscrição para prestar vestibular para o curso de Letras. Alípio dizia que eu não podia parar de estudar. Fui aprovada no vestibu- lar. Era o que faltava para eu me apegar de vez à educação e fazer dela uma das minhas razões de viver",enfatiza. O destino de Rosa Maria com o CESVASF estava traçado, era uma relação para toda a vida. Hoje a professora leciona na Instituição nos cursos de Letras, Administração e Educação Física, nos quais atua como funcionária pública há 24 anos. Quis o destino que a aprendiz se tornasse mestre, contribuindo para que, assim como ela teve, tantos outros jovens tenham a oportunidade de construir uma carreira. "Não consigo imaginar como teria sido meus dias atuandoemoutraárea",reiterou. Outra grande razão para sua existência é a família. A mais velha de onze irmãos, Rosa Maria bem sabe a importância dos laços afetivos, os quais dá muito valor. Mãe de três filhos, Rosa revela as dificuldades de ter assumido, desde o divórcio, a responsabilidade de ser pai e mãe. Criou os filhos com a ajuda deumairmãeoapoiodafamília. As duas paixões, profissão e família, colocam Rosa em uma rotina intensa de viagens. Hoje mora em Petrolina, há 232 km de distância do seu local de trabalho e divide sua rotina entre continu- ar lecionando e os cuidados com os filhos e com a sua netinha. "Há 11 anos divido minha vida entre o trabalho, em Belém do São Francisco e os meus filhos, em Petrolina. Vida de professor é muito dinâmica. A gente não consegue ficar parada. No entanto, apesar de achar que ainda existe muita coisa para viver, posso dizer que já me sinto realizada". Professora no CESVASF há 24 anos, Rosa Maria é exemplo de profissional e mãe. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Rosa Maria 38
  • 39. Sabor para lembrar e voltare voltar Floresta-PE contato:(87)3877.1417-99626.0211 Produtoscomqualidade! Disponíveisemtoda regiãodeItaparica Praça Coronel Fausto Ferraz, centro.Floresta-PE contato: 87.3877.2848 9 9102.9892 9 9963.6303 @imperiodapizza10/imperiodapizza
  • 40. Vivendo o melhor de dois mundos Atuar em duas áreas profissio- nais distintas e conseguir ter sucesso nas duas é coisa para poucos - Sílvia Vasconcelos conseguiu. Com duas carreiras paralelas que lhes dão satisfa- ção: a educação e a piscicultura, ela se vê feliz neste momento da vida e diz saber que tem muito aindaháconquistar. Sílvia casou jovem e antes de terminar os estudos teve sua primeira filha. Uma pausa foi necessária para cuidar da crian- ça e ela prometeu a si mesma: voltaria a estudar e só teria outro filho quando concluísse tudo. Assim como prometido foi feito. Ela concluiu os estudos e come- çou a atuar como professora na rede municipal de ensino de Petrolândia. Passou no concurso da Prefeitura e foi direcionada para uma creche, lá encontrou a primeira paixão da sua carreira: trabalhar com crianças. A educação infantil me dá espaço para trabalhar com o lúdico e permite uma maior aproximação com aluno, uma vez que os pequenos precisam de ainda mais amor, por estarem, tempo- rariamente, longedasmães. Formada em pedagogia e pós- graduada em educação infantil, Silvia está fazendo sua segunda pós-graduação, dessa vez em psicopedagogia, para conseguir desenvolver ainda melhor seu trabalho com o público infantil na Creche Criança Feliz. Enquanto esse lado profissional era desenvolvido, uma fatalidade acabou a atingindo, o falecimen- to do seu marido, Josinaldo França, um dos sócios fundado- r e s d a A s s o c i a ç ã o d o s Piscicultores de Petrolândia (APP). A Associação, pioneira na região, demandava mais atenção e assim Sílvia foi se envolvendo cada vez mais com as atividades. Antes eu não gostava muito de peixe, mas agora tenho outra visão. Eu sempre frequentava as reuniões, acompanhando ele, mas quando passei a fazer parte de verdade comecei a gostar, me doar, e isso foi reconhecido pelos outros associados, ressalta ela, que está há quatro anos à frente daAssociação. Com um total de 12 famílias associadas, que tiram de lá seu sustento, a APP conta com muito apoio da gestão municipal, segundo ela. O apoio vai do suporte técnico para garantir o bom desenvolvimento dos peixes até promoção de cursos de qualificação e ajuda com ques- tões burocráticas, e tudo isso é motivodemuitagratidão. Indagada de como é ser a presidente de uma instituição tão importante para o setor, ela responde: É um trabalho cansati- vo, árduo, pesado para todos nós, mas recompensador. Não vejo a mim mesma como presidente, me vejo só como mais uma sócia. Faço a minha parte e contribuo da mesma forma que todos os outros e as outras associadas contribu- em. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Sílvia Vasconcelos Associação dos Piscicultores de Petrolândia. 40
  • 41. Uma mulher determinada a manter as tradições Líder quilombola da comunida- de Poço dos Cavalos, zona rural de Itacuruba-PE, onde nasceu, Dona Valdeci Ana dos Santos Nascimento é uma mulher que trouxe para si a responsabilidade de manter viva a tradição dos seus antepassados, dos negros quilombolas. Aos 64 anos, hoje aposentada, dedica grande parte do seu tempo à luta para firmar e garantir os direitos e deveres do seupovo. Ainda muito jovem, quando os tempos eram mais difíceis, e o preconceito racial imperava, Dona Valdeci alcançou o seu maior sonho, se alfabetizar e, posteriormente, ter uma forma- ção. Sua vida nunca foi fácil, principalmente por não ter o apoiodafamíliaparaestudar. Meu desejo de estudar aflorou ainda muito pequena, porém meus pais não estimulavam. Então, com apenas 6 anos eu fugia de casa para assistir aula na turma de adultos e foi assim que me alfabetizei, praticamente sozinha,lembra. Aos 9 anos, Dona Valdeci já era requisitada por toda comunidade para fazer pequenas anotações e ela queria ir além, com muita insistência conseguiu convencer seus pais a deixá-la morar na cidade e, assim, dar continuida- deaosseusestudos. Ela lembra com precisão como tudo aconteceu. Por minha avó, neto dela não estudava em casa de branco, e meus padrinhos eram brancos. Então, pedi para minha mãe me levar para tomar a bênção a madrinha, que morava na cidade. Na hora de ir embora eu agarrei com ela e pedia para não deixar que me levassem, porque eu queria estudar. E lá mesmo eu fiquei, com a roupa do corpo,contaemocionada. Com apenas 13 anos, em 1968, foi morar em Floresta-PE para cursar o magistério. Já concluídos os estudos, foi convi- d a d a p e l a P r e fe i t u r a d e Itacuruba para trabalhar como professora e voltou para sua terra natal, onde em 1977 casou e constituiu família. A determina- ção de Dona Valdeci para estudar não terminou aí. Cursou nível superior em Geografia pelo CESVASF – Centro Educacional do Vale do São Francisco, na cidade de Belém do São Francisco, e de lá para cá, sem- preatuounaáreaeducacional. Hoje, mãe de 4 filhos, divorcia- da, Dona Valdeci divide seu tempo entre os afazeres domésti- cos, responsabilidade com a Associação Quilombola e a prestação de serviço voluntário na cidade. Muito religiosa e influente no meio quilombola, se define uma mulher sensível às causas sociais e ao mesmo tempo uma mulher de fibra. Eu gosto muito de ajudar as pesso- as, me considero uma pessoa servidora, mas sou muito exigen- te. Para mim a disciplina está acima de tudo e foi assim que eu venci. Segunda filha de nove, é considerada líder na família e na comunidade, tornou-se aquela pessoa a quem todos procuram pararesolverosproblemas. Dona Valdeci é fundadora da Associação Quilombola em Itacuruba. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Valdeci Ana dos Santos 41
  • 42. Lições de um coração de ouro Dona de um coração do tama- nho do mundo, Maria Verônica de Menezes Campos Duarte é uma pessoa apaixonada pela educação, talvez porque ela tenha sentido na pele as dificul- dadespara teracessoa essebem devalorimensurável. Nascida no interior da Bahia, na cidade de Chorrochó, Verônica veio com os pais para Belém do São Francisco para estudar. Foi aluna na Escola Nª Senhora do Patrocínio e se formou professora ainda bem jovem, voltando à Bahia para lecionar. Foi professo- ra em diversas cidades do interior bahiano e voltou para mais uma temporada em Belém, onde cursou Licenciatura em História, no Centro de Ensino Superior do ValedoSãoFrancisco–CESVASF. Lá conheceu Adelmir de Alencar Duarte, que viria ser seu marido dez anos depois, e mais uma vez voltou a solo bahiano. Muitas viagens aconteceram até que os dois se casaram em Paulo Afonso e voltaram para Belém do SãoFrancisco. Mãe Amorosa e dedicada a três filhos (Soraia, Sarita e Adelmar Neto), a educadora aposentou-se cedo, por ter começado a traba- lhar bem jovem. Desenvolta, logo foi convidada a ser Secretaria de Assistência Social do município onde mora até hoje. Uma das característicasdasuagestãofoia busca por igualdade social. Implantou projeto de atividades artísticas para os jovens da comunidade, com aulas de violão e pintura, entre outras ações, que garantiam a inserção social e o desenvolvimentodehabilidades. Envolvida constantemente em trabalhos voluntários, Verônica tem uma verdadeira paixão pelo conhecimento e lembra bem das dificuldades que passou para isso. Em toda a convivência com os jovens, Verônica sempre insistiu na importância de se estudar. “Fazíamos o social, mas o tempo todo eu reforçava a importância dos estudos. Essas meninas e meninos não podiam desperdiçar tantas oportunida- des. Eu morava no interior. Lá a gente só estudava até a 4ª série, quando se preparava para a admissão, e quem passasse tinha que se deslocar até outra cidade”, relembra. Verônica volta no tempo e conta sobre as preocupações do seu pai quando se tratava de ensino: “ele dizia que queria deixar um pre- sente para os filhos e seria a educação. E de fato eles nos deu, mesmo em meio as dificuldades, a melhor educação que estava a seu alcance”, diz emocionada, enfatizando que as orientações dos pais foram acolhidas pelos os cinco filhos e as cinco filhas do casal,hojetodosformados. Verônica conseguiu passar adiante, para suas filhas e seus filhos, esse valor que herdou dos pais e diz que nunca foi mão de ferro para que eles estudassem. “Nunca forcei a barra e nunca precisei. Deixei os três sempre bem à vontade, porque nunca é tarde para estudar e nunca é tardeparaserfeliz”. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Verônica Duarte Verônica tem na educação e no serviço social motivação para viver. 42
  • 43.
  • 44. Na linha de frente pelos direitos de quem vive no campo Filha de agricultores, Wilka Freire teve contato desde a sua infância com trabalhadores rurais e movimentos organiza- dos. Aos 19 anos iniciou sua jornada de trabalho no movimen- to sindical e não parou mais. Atualmente é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Floresta, sendo a primeiramulheraocuparocargo. Esse Sindicato tem o papel de representar e defender os direi- tos do trabalhador e da trabalha- dora rural, como os trabalhistas e previdenciários, além da busca pela garantia da educação e saúde para o campo, e a luta pelo combate ao trabalho infantil e escravo. Técnica em Agroecologia, Wilka entrou no sindicato para cumprir a cota de mulheres e jovens que era exigida no estatuto. “Foi muito difícil entrar em um espaço bastante machista e levantar com firmeza a bandeira de lutas desafiadoras, como reforma agrária, soberania alimentar, saúde de qualidade para o campo, educação do campo contextualizada e igualdade de gênero”,confessaapresidente. Dona de uma trajetória inspira- dora, Wilka possui um vasto conhecimento adquirido ao longo do tempo nas suas experiências profissionais. Driblando desafios, ela foi ocupando espaços com muito trabalho e empenho, iniciando seu primeiro mandato como secretária de Organização e Formação do STTR, depois membro do Conselho Fiscal, vice- presidente da organização e vice- presidentedoPT municipal. Hoje, além de presidente, é suplente da Diretoria de Política Agrícola da F E TA P E ( F e d e r a ç ã o d e Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco) e coordenadora da CPT - Comissão Pastoral da Terra- DiocesedeFloresta. São vários os fatores que a motivam a seguir em frente, travando batalhas diariamente pela causa, entre eles o apoio incondicional da família, princi- palmente da filha Tamy Beatriz Freire de Sá Martins, e dos amigos, mas ela revela que encontra forças também no seu desejo de garantir uma vida mais digna para o homem e a mulher do campo. “A minha persistência e a minha garra têm suas raízes na esperança em ver nosso Brasil mais democrático, com menos desigualdade social. Tornando-se um lugar onde os trabalhadores rurais, agricultores e agricultoras familiares sejam mais reconheci- dos, respeitados e valorizados pelo seu papel fundamental para asociedade”,articulouWilka. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Wilka Freire Wilka, à frente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, luta pelos direitos da classe. 44
  • 45. O dinamismo e a tenacidade da juventude Desde cedo Yara demonstrou que tem muita perseverança dentro de si. Essa florestana decidiu, aos 17 anos, morar em Petrolina para cursar alguma graduação na área de saúde. Ao conferir os cursos oferecidos seus olhos brilharam para a fisioterapia e essa escolha foi certeira. Assim que comecei o curso, me encontrei, declara com um sorriso de satisfação. Cinco anos se passaram até que o curso foi concluído e a jovem voltou para Floresta, com o desafio de agora encarar a vida comoumaprofissionalformada. Um curso de Dermatologia na área de estética estava sendo oferecido em Recife, e após algumas aulas veio a decisão de trabalhar esse tipo de serviço na região. Ousada e de olho nesse nicho do mercado, a fisioterapeu- ta iniciou seus atendimentos no município oferecendo limpeza de pele, drenagem linfática e reabilitação. Com o tempo, a divulgação boca a boca fez sua parte e hoje Yara atende na Clínica Mais Saúde, de segunda à sexta. Quando o assunto é especia- lização, a jovem não perde tempo. Esse ano termina a pós- graduação em Fisioterapia Dermato Funcional, que faz em Petrolina. Mesmo assim, ressalta que os atendimentos mais voltados para a base da fisiotera- pia, como reabilitação física de pessoas com dificuldades motoras e que passaram por algum tipo de trauma, não serão abandonados. Amo muito fisioterapia, não penso de forma alguma em deixar de atender reabilitação. Eu não ficaria tão realizada,confessa. No seu consultório é possível ver muito investimento em equipa- mentos, o que expressa o cuida- do que a profissional possui em oferecer sempre o melhor. Atualmente estão disponíveis os serviços de criolipólise, depila- ção a laser e rádio frequência, entre outros vários tratamentos voltados para a perda da gordura localizada e da flacidez. Isso garante todos os horários de atendimentos preenchidos, muitas vezes por pessoas de outras cidades do Sertão de Itaparica, como Itacuruba e Petrolândia. No campo da motivação, Yara Marques destaca a presença e a liberdade que recebeu da mãe para seguir seus sonhos e tomar as decisões que precisava. Minha mãe sempre confiou em mim. Isso me deixou à vontade para seguir o caminho que eu desejava e fazer o que realmente me motiva no dia a dia, afirma a profissional,hojecom25anos. Garantiruma melhorana auto- estima da paciente, promover uma recuperação eficaz, enfim, trabalhar para garantir a qualida- de de vida de mulheres e homens como um todo, tudo isso inspira Yara, que diz sentir a maior realização nos atendimentos quando vê o cliente também comprometido com o processo. Quando vejo que o paciente está sendo disciplinado para que juntos possamos atingir um resultado positivo, é o momento e m q u e fi c o m a i s f e l i z . Precisamos desse comprometi- mento, dessa troca. Na fisiotera- pia, a gente não consegue fazer nadasozinha,finalizou. Yara Marques aposta em cursos e especializações para garantir a qualidade dos serviços que oferece. M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA - Yara Marques 45
  • 46. Artigo Por Jena Agra Aprendendo a ser uma mulher de expressão Uma mulher de expressão, certa- mente é alguém que se destaca no meio onde está inserida, não neces- sariamente uma grande empresá- ria, mas alguém que com seu modo de vida ou de ver a vida, é diferencia- da. Essa diferença está no se conhe- cer, lidar com situações adversas, superar pressões, obstáculos e problemas, e reagir positivamente a eles sem entrar em conflito psicológi- co ou emocional. Muito desse conhecimento aprendemos no dia a dia,comassituações. Mas já pensou que é possível aperfeiçoar ou até mesmo aprender afazertudoisso? A pessoa certa para auxiliar nesse processo é uma Coach. Esse profissi- onal auxilia a encontrar suas capaci- dades e competências, comporta- mentais e técnicas, que melhorem o seu desempenho e o levem a alcan- çarsuasmetas. Há ainda outras possibilidades para avançar nesse autoconheci- mento. Você já ouviu falar dos cursos sob imersão? Sabe o que eles são e quais os benefícios que eles podem trazer para a sua vida? Esses cursos são de duração mais longa e possu- em um conteúdo amplo sobre um tema específico. Os cursos de imersão são uma boa alternativa para quem quer se atualizar, mas não quer investir em um curso de especi- alização, seja por falta de tempo ou porfaltadeinteresse. A imersão dá oportunidade de descobrir novas técnicas, aprimorar técnicas antigas, renovar o conheci- mento, conhecer novas pessoas e fazercontatosprofissionais. Ao meu ver, toda mulher pode ter expressão,bastaquerer! M MulheresdeExpreãoMulheresdeExpreãoMulheresdeExpreão- SERTÃO DE ITAPARICA JENA AGRA é Graduada em Administração de Empresas, Pós-graduada em Administração Hospitalar, Consultora na área de Gestão Empresarial e Financeira, Practitioner em PNL (Programação Neuro Linguística), COACH Integral Sistêmico e Analista de Perfil Comportamental. Também é consultoraemGestãoAdministrativa eFinanceira. Serviço: RUA: FRANCISCO ALVES CORREIA, 117 CENTRO , PETROLINA–PE Contato 87-38661736/879.8806-0170 :jenaagra :JenaAgra S E U M E L H O R M O M E N T O , nós eternizamos kecofotografo@gmail.com (87) 99626.5887 / 99132.0171 Claro