1) Jesus fala sobre a vinda do Filho do Homem e compara com os dias de Noé, quando as pessoas estavam ocupadas demais para perceber o dilúvio iminente.
2) Os discípulos devem ficar vigilantes e preparados porque não sabem o dia em que o Senhor virá.
3) Aqueles que escolhem a "bem-aventurança da pobreza" e seguem Jesus serão acolhidos no Reino dos Céus, enquanto os outros serão deixados.
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1 dicembre 2013
1. E 1º DOMINGO do ADVENTO – 01 de dezembro de 2013
FICAI ATENTOS E PREPARADOS PORQUE NÃO SABEIS EM QUE DIA VIRÁ O
SENHOR – Comentário de Pe. Alberto Maggi OSM ao Evangelho
Mt 24,37-44
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37
“A vinda do Filho do
homem será como no tempo de Noé. 38
Pois nos dias antes do dilúvio, todos
comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que
Noé entrou na arca. 39
E eles nada perceberam até que veio o dilúvio e
arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do homem.
40
Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será
deixado. 41
Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a
outra será deixada.
42
Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
43
Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão,
certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44
Por isso,
também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do
homem virá”.
Para compreender melhor o trecho do Evangelho que a liturgia nos apresenta neste
primeiro domingo do Advento, temos que colocá-lo no contexto. Portanto, voltamos um
pouco atrás e vamos começar a partir do versículo 33 desse mesmo capítulo 24 do
Evangelho de Mateus.
O evangelista escreve: “Assim também vocês”, diz Jesus, “quando virem todas
estas coisas fiquem sabendo que ele está perto, já está às portas”.
Jesus havia anunciado a destruição de Jerusalém e que, com a destruição do templo
de Jerusalém - sede da instituição religiosa judaica - começa o tempo no qual o Reino
de Deus deixa de ser um reduto exclusivo do povo de Israel e vai se estendendo a toda
a humanidade. Desse modo, Jesus não vê essa destruição como uma desgraça, mas
como a eliminação de tudo o que era um impedimento para a implantação do desígnio
de Deus acerca de todos os povos.
Deus não pode ser monopolizado por ninguém, nem por uma nação ou por uma
religião. O amor de Deus é universal. Portanto, o fim do reino de Israel, para Jesus,
coincide com o início do Reino de Deus. De fato, Jesus havia garantido: “Em verdade
eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que morra esta geração que agora
vive”. Na realidade, a geração à qual Jesus fala, verá, no ano 70, a invasão por parte
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2. dos romanos e assistirá à destruição do templo de Jerusalém. E Jesus afirma com
firmeza: “Céu e terra passarão...” - uma maneira para dizer “tudo passará” - “... mas
as minhas palavras não passarão”.
Portanto, Jesus garante que o que ele havia anunciado no Sermão da Montanha (Mt 5,
17-18), dizendo que “antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma
letra ou vírgula serão tiradas da lei, sem que tudo aconteça”, significava que todas
as promessas sobre a Reino de Deus, certamente teriam sido cumpridas!
E, ainda nesse contexto, Jesus diz: “Quanto a esse dia e essa hora...” - e aqui está
falando sobre o fim das pessoas, e não sobre a hora de Jerusalém - “ninguém sabe
nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é quem sabe”.
Para cada geração que passa há um fim do tempo! Mas quem sabe disso é somente o
Pai! E aqui Jesus encaixa o exemplo dos dias de Noé - e não é para uma reprimenda
aos seus contemporâneos - quando diz: “A vinda do Filho do homem será como no
tempo de Noé. Pois nos dias antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-
se e davam-se em casamento...”. Jesus não está repreendendo ninguém sobre
essas atitudes, mas simplesmente quer dizer que, todos, muito atarefados pela
normalidade da vida, não se aperceberam do que estava prestes a acontecer.
Assim, as ações normais da rotina de cada dia podem tornar-se um perigo que tira a
percepção da natureza extraordinária do que está acontecendo! Então Jesus diz: “Dois
homens estarão trabalhando no campo: um será levado...” - o verbo usado aqui
significa “acolhido”, como quando o anjo disse a José de não ter medo de acolher
Maria como sua esposa. Portanto, “um será acolhido”, para receber a salvação “e o
outro será deixado”.
A mesma coisa também para as mulheres.
O que Jesus quer dizer? A arca que foi construída por Noé não acolheu a todos, mas
apenas aqueles que se aperceberam do desastre iminente. Da mesma forma, o Reino
de Deus é uma proposta de salvação para todos, mas entrar mesmo no Reino é o
resultado de uma escolha livre da “Bem-aventurança” da pobreza. Jesus havia dito
neste Evangelho: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o
Reino dos Céus” (Mt 5, 3).
Todos aqueles que escolhem essa Bem-aventurança será acolhidos, e aqueles que
não a escolhem serão deixados. E Jesus continua dizendo: ”Vigiai, ficai atentos,
porque não sabeis em que dia virá o Senhor”. Esse convite à vigilância será
repetido, em breve, no momento dramático do Getsêmani (Mt 26,40-41). A vinda do
Senhor é, então, associada à vigilância e indica também que este é o momento da
perseguição, da matança dos seus discípulos.
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3. É exatamente por isso que Jesus havia associado às Bem-aventuranças, ou melhor, à
primeira Bem-aventurança, aquela que permite a realização do Reino de Deus, a última
Bem-aventurança aquela da perseguição por causa da justiça (Mt 5,10)! Portanto,
Jesus convida a não permanecer despreparados frente a tudo isso. Ele diz:
”Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão,
certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso,
também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do
homem virá”.
O discípulo de Jesus sabe que se ele se compromete em ser um construtor de paz
para os outros, a sua paz é sempre precária e, a qualquer momento, pode se
desencadear uma perseguição repentina que será tanto mais violenta quanto mais
inesperada for a sua proveniência. Jesus havia também dito que “o irmão entregará à
morte o irmão e um pai o seu próprio filho” (Mt 10,21).
Portanto, o convite de Jesus é um convite para renovar a opção para o Reino de Deus,
levando em conta que essa escolha contém a perseguição, mas com a certeza de que
o Deus de Jesus, o Pai, fica sempre ao lado dos perseguidos e nunca do lado daqueles
que perseguem.
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