1. Trecho do livro Em Busca Do Paraíso – Judith McNaught
“Meredith notou que Parker estava bebendo demais e muito rápido. Isso
não seria tão grave, se ele não insistisse em continuar com as recordações de
coisas que fizera com ela. E se Matt não estivesse ficando zangado.
Matt não estava ficando zangado. Já se encontrava furioso com o
evidente empenho de Parker em deixar claro que ele era socialmente inferior,
apesar de todo o dinheiro que tinha. O banqueiro desenterrara até histórias do
tempo em que Meredith era adolescente, como aquela em que, no baile de
encerramento de um curso de boas maneiras, ela deixara cair a bolsa e um
colar.
Meredith levantou-se abruptamente, quando Parker começou a contar
que ele e ela haviam trabalhado juntos num leilão beneficente.
— Vou ao toalete — anunciou, interrompendo-o.
— Eu também vou — disse Lisa.
Quando entraram no espaçoso toalete, Meredith andou até a pia e,
apoiando as mãos no tampo de granito, curvou a cabeça, sentindo-se
completamente infeliz.
— Não aguento mais — lamentou-se. — Nunca imaginei que seria tão
ruim.
— Quer que eu me finja de doente para obrigá-los a nos levar para
casa? — a amiga prontificou-se, inclinando-se para o espelho com um batom
na mão.
— Parker pouco se importaria, mesmo que nós duas desmaiássemos a
seus pés — observou Meredith, irritada. — Está ocupado demais, fazendo tudo
o que pode para arrastar Matt para uma briga.
[...]
Pouco depois, as duas saíram do toalete, e Matt, que já fora avisado que
a mesa estava pronta, levantou-se, observando-as atravessar o salão lotado.
Parker imitou-o, sem muita firmeza nas pernas. Parara de contar coisas
sobre ele e Meredith e começara a crivar Matt de perguntas sobre suas
origens.
— Que universidade frequentou, Farrell?
— Estadual de Indiana.
— Eu fui para Princeton.
— E daí?
— Praticava algum esporte?
— Não.
— Fazia o quê, então? — Parker insistiu.
— Trabalhava.
— Onde?
— Numa usina de aço e como mecânico.
— Eu jogava pólo e pratiquei um pouco de boxe. Ah, sabia que o
primeiro homem que beijou Meredith fui eu?
2. — E eu tirei-lhe a virgindade — Matt informou, olhando para Meredith e
Lisa, que se aproximavam.
— Seu filho da puta! — Parker rosnou, erguendo um braço e fechando o
punho, jogando-se contra ele para socá-lo.
Matt percebeu a tempo de evitar o soco. Reagindo automaticamente,
ergueu o braço esquerdo e golpeou com a mão direita.
Um verdadeiro pandemônio começou. Homens levantaram-se
rapidamente, derrubando cadeiras, mulheres gritaram, Parker esparramou-se
no chão e luzes brancas de flashes explodiram. Lisa xingou Matt de cafajeste e
deu-lhe um soco no olho, enquanto Meredith curvava-se para ajudar Parker a
levantar. Matt recuou ao ser golpeado, bateu com o cotovelo em algo atrás
dele, e Meredith gritou. Joe1
correu para eles, abrindo caminho entre as
pessoas que fugiam, enquanto Matt segurava Lisa pelos pulsos, com apenas
uma das mãos. Fotógrafos apareceram de todos os lados.
Com a mão livre, Matt afastou Meredith de Parker e empurrou-a para
Joe, que os alcançara.
— Tire-a daqui! — ordenou, tentando protegê-la, colocando-se entre ela
e as câmeras. — Leve-a para casa.
De repente, Meredith viu-se erguida do chão e carregada para a
cozinha.”
1
Motorista de Matt