Este documento é um resumo de um capítulo de um livro de John Owen refutando erros arminianos sobre a causa da fé, graça e justiça. Ele argumenta que os arminianos erroneamente negam que (1) a fé e regeneração são efeitos do mérito de Cristo e (2) que o Espírito Santo opera eficazmente a fé e obediência em nós. Owen defende que tanto o mérito de Cristo quanto a operação do Espírito são necessários para explicar como recebemos as bênçãos espirituais
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Sobre A Causa Da Fé, Da Graça E Da Justiça:
Uma Refutação De Erros Arminianos
Por John Owen
[Capítulo 10 do Livro A Display Of Arminianism • Editado]
A segunda parte dessa controvérsia é, em especial, relativa à graça, à fé e à santidade, e
obediência sincera aos preceitos da Nova Aliança, todos cujo louvor nós dedicamos ao Al-
tíssimo em razão de um interesse duplo. Em primeiro lugar, pelo mérito de Cristo, que os
adquiriu para nós; em segundo lugar, pelo Espírito Santo, que os opera em nós. A morte
de Cristo é a causa meritória; o Espírito de Deus e a Sua graça eficaz os fazem eficiente,
ao operar instrumentalmente com o poder da Palavra e das Ordenanças. Agora, porque is-
so privaria o ídolo de sua principal glória, e o exporia à ignomínia, como o pássaro “furtivis
coloribus nudata”, os Arminianos avançam em sua discussão, e em nome do seu querido
[livre-arbítrio] totalmente excluem tanto o mérito de Cristo quanto do Espírito de Deus em
relação a qualquer mérito de Sua realização.
Em primeiro lugar, pelo mérito de Cristo. Considerando que nós afirmamos que Deus “nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”, ou por causa
dEle (Efésios 1:3), entre as quais, sem dúvida, a fé não possuía o lugar inferior; que Ele
“para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” [1 Coríntios
1:30]; que Ele foi feito “pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” [2
Coríntios 5:21]; ou seja, “O SENHOR JUSTIÇA NOSSA” [Jeremias 23:6]; e nos gloriamos
de sermos chamados por esse Nome (e tudo o que Ele é para nós, é principalmente pela
forma de mérito); que para nós “foi concedido ὑπὲρ Χριστοῦ em relação a Cristo, não
somente crer nele” (Filipenses 1:29), onde ὑπὲρ Χριστοῦ claramente refere-se a δίδοται,
[ἐχαρίσθη,?] “foi concedido”. Como se o apóstolo dissesse: “Cristo é a causa meritória da
concessão daqueles bons dons, fé e constância até o martírio, a vós”, quando, eu digo, nós
professamos tudo isso como sendo efeitos próprios e imediatos da paixão e sangue de
Cristo, esses Davusses turbulentos veem com uma proibição, e completamente O expul-
sam de ter qualquer participação nisso.
“Não há nada mais vão, nada mais tolo”1, dizem eles em sua Apologia, “do que atribuir a
nossa regeneração e fé à morte de Cristo; pois se Cristo for dito ter merecido a fé e rege-
neração por nós, então a fé não pode ser uma condição cujo desempenho Deus deve exigir
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das mãos dos pecadores sob pena de condenação eterna”*. E, novamente2: “Se a fé for o
efeito do mérito de Cristo, ela não pode ser o nosso dever”. Não? Suponhamos, então, que
a igreja deva orar para que fosse do agrado de Deus, por amor de Cristo, chamar para o
lar aquelas ovelhas que pertencem ao Seu aprisco, ainda não recolhidas, de forma que Ele
concedesse fé e arrependimento, pelo mérito de Seu Filho, para os que ainda estão longe,
seria esta uma oração completamente vã e tola? Deixe que os outros pensem o que quise-
rem, esta é uma tal vaidade da qual eu não desejo ser apartado; nem ninguém, creio eu,
que ama o Senhor Jesus com sinceridade. Oh, que os Cristãos devam suportar paciente-
mente tal diminuição da honra do Seu Salvador, de modo que com um risco de uma caneta
Arminiana os principais efeitos de Sua morte e paixão sejam completamente obliterados!
Se isto é feito por amor e honra ao Filho de Deus, se isso é uma maneira de expor a preciosi-
dade de Seu sangue, pela negação da sua eficácia em habilitar-nos à fé, para que obtenha-
mos uma participação na Nova Aliança, a maioria dos Cristãos no mundo estão sob a ne-
cessidade de ser novamente catequizados por esses doutores seráficos. Até quando, eles
nos deixarão crer, com o apóstolo, que Deus “nos abençoou com todas as bênçãos espiri-
tuais nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1:3); e buscaremos explicar a fé como uma
bênção espiritual, e, portanto, concedida a nós por amor de Cristo. Mais uma vez; desde
que a nossa regeneração nada é senão uma purificação de nossas “consciências das obras
mortas, para servirdes ao Deus vivo” (Hebreus 9:14), a qual é operada pelo “sangue de
Cristo”, como o apóstolo testifica em Hebreus 9:14, atribuiremos o nosso novo nascimento,
ou regeneração, à virtude da graça que é comprada pelo Seu sangue; este “sangue precio-
so” é o que “nos resgata da nossa vã maneira de viver” (1 Pedro 1:18-19), por cuja eficácia
nós somos resgatados do estado de pecado e natureza corrupta em que nascemos.
Os Arminianos têm apenas um argumento, que já pude encontrar, pelo qual eles se
esforçam para roubar de Cristo esta glória dos méritos da aquisição para nós da fé e do
arrependimento, a saber, porque eles são os atos nossos, como no dever e obediência aos
preceitos do evangelho que nós somos obrigados a executar3; e, eles pressionam a isso
amplamente, “usque et usque” [de cima a baixo]. Em termos claros, eles não suportarão
que o seu ídolo seja considerado defeituoso em qualquer coisa que seja necessária para
levar-nos ao céu. Agora, a respeito deste argumento, de que nada que Deus requer de nós
pode ser adquirido por Cristo para nós, eu gostaria de observar duas coisas. Em primeiro
lugar, que a força disso consiste no fato de que nenhum dom que Deus derramou sobre nós
pode ser algo agradável a Ele, como estando em nós, pois todos os Seus preceitos e man-
damentos significam apenas o que é agradável a Ele de forma do que devemos ser ou fa-
__________
* Para que você possa entender melhor a relação entre a ressureição de Cristo e regeneração dos eleitos,
leia, o texto “Cristo, Sua Ressurreição e a Nossa Regeneração”, por A. W. Pink. Baixe este texto usando o
seguinte link: http://issuu.com/oestandartedecristo/docs/cristo__sua_ressurrei____o_e_a_noss — N. do R.
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zer; e não é o mérito de qualquer coisa por meio de Cristo, mas a concessão Divina disso
como o seu efeito, o que o impede de ser uma coisa exigível de nós, como uma parte do
nosso dever, o que considerarei a seguir. Apenas observe agora, que não havendo nada
em nós, pela forma de hábito ou ato, desde o início da nossa fé até a consumação dela, do
nosso novo nascimento até que nos tornemos homens perfeitos em Cristo, pela consuma-
ção de nosso caminhar, de forma que não é exigido de nós no evangelho, toda e qualquer
graça da qual nós somos participantes nesta vida, pois se assim fosse, negaríamos que
elas são dons de Deus. Em segundo lugar, considere a extensão deste argumento em si.
Nada cujo desempenho é nosso dever por ter sido concedido a nós por Cristo, em virtude
dos méritos dEle. Quando o apóstolo roga que nos “reconciliemos com Deus”, eu gostaria
de saber se não faz parte do nosso dever prestar obediência à exortação do apóstolo? Se
não, sua exortação é frívola e vã, em caso afirmativo, então, ser reconciliado com Deus é
uma parte do nosso dever; e ainda os Arminianos às vezes parecem confessar que Cristo
obteve para nós a reconciliação com Deus. Algo semelhante pode ser dito de muitos outros
[casos] particulares. Assim, para que esse argumento ou prove que nós não fruímos de
nenhum fruto da morte de Cristo nesta vida, ou (o que é a mais pura verdade) que isso pro-
va nada absolutamente; pois nem o mérito de Cristo obtém nem Deus concede qualquer
graça de maneira a atrapalhar de qualquer modo, contudo a reconciliação, em seu exercí-
cio, pode ser um dever nosso, na medida em que é feito em nós e por nós. Não obstante,
esta objeção — que não pode permanecer somente por si mesma, sem a ajuda de alguma
outra ainda não descoberta — nós continuaremos nossas orações, como nos é ordenado,
em nome de Cristo; isto é, para que Deus nos conceda essas coisas que pedimos por causa
de Cristo, e isso por um acesso imediato, sim, mesmo quando clamamos com o pobre
penitente: “...Senhor! ajuda a minha incredulidade” [Marcos 9:24], ou com os apóstolos:
“Acrescenta-nos a fé” [Lucas 17:5].
Em segundo lugar, o segundo fundamento, em nome de Deus, para provar-Lhe ser o Autor
e Consumador de todas as graças em que somos participantes nesta vida, vêm a partir do
que a Escritura afirma a respeito de Seu operar estas graças em nós, e isso poderosa-
mente, pela operação eficaz do Seu Espírito Santo. Ao que os Arminianos se opõem a uma
necessidade aparente do que eles devem necessariamente ser os nossos próprios atos,
distintos de Seus dons, porque eles estão em nós e somos ordenados a praticar tais atos
por Ele. O principal, então, desta afirmação entre o nosso Deus e o ídolo deles sobre o
vivificado filho da graça é se Ele pode operar em nós o que Ele assim requer de nós. Vamos
ouvi-los pleiteando a sua causa:
“É mui certo que não deve ser ordenado, aquilo que é operado em nós; e que não pode ser
operado em nós o que é comandado, [pois se tal fosse] Ele tolamente ordenaria o que deve
ser feito de outras pessoas que trabalharão nelas o que Ele ordena”4, diz a Apologia deles.
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O tolo São Próspero** que pensava que isto era tudo uma heresia Pelagiana, disse5 “que
não há nem louvor nem valor, como nosso, naquilo que Cristo concede a nós!”. Tolo Santo
Agostinho, orando6: “Concede-nos, oh Senhor, o que Tu ordenas e ordena o que quiseres!”.
Tolo Benedito, bispo de Roma, que orou como se necessitasse que sua insensatez fosse
remida pelo Altíssimo: “Oh, Senhor”7, diz ele, “ensina-nos o que devemos fazer; mostram-
nos para onde devemos ir; opera em nós o que devemos fazer”; Oh, tolos Pais do segundo
Concílio Arausicano que afirmaram8: “Que muitas coisas boas são feitas no homem as
quais não é ele mesmo que faz; antes um homem não faz nada de bom que Deus não
tenha assim operado para que ele o fizesse!”. E, novamente,
“Todas as vezes que fazemos o bem, Deus opera em nós e conosco, para que possamos
assim fazer”. Em uma palavra, isso torna tolos todos os doutores da igreja que alguma vez
se opuseram à heresia Pelagiana, na medida em que todos eles sustentaram por unanimi-
dade, que não somos participantes de nenhuma coisa boa nisto sem que haja a poderosa
operação eficaz da onipotente graça de Deus, e ainda a nossa fé e obediência, devem ser
assim operadas em nós, para serem mui aceitáveis a Ele. Sim, o que havemos de dizer ao
próprio Senhor, em um lugar ordenando-nos a temê-lO e em outro prometendo que Ele
colocará o temor dEle em nossos corações, para que não nos apartemos dEle? É o Seu
mandamento tolo, ou a Sua promessa falsa? Os Arminianos devem afirmar um ou renunciar
à heresia deles. Mas falaremos sobre isso, após eu ter introduzido um pouco mais sobre
esse erro monstruoso a partir das próprias palavras e escritos deles.
Dizem eles: “Qualquer um pode, sábia e seriamente prescrever o desempenho de uma
condição para outra pessoa, sob a promessa de uma recompensa e ameaça de punição,
que afetará isso dentro daquele a quem se dirige esta prescrição? Esta é uma ação ridícula,
que malmente é digna de um palco”9, ou seja, considerando que Cristo afirmou que “aquele
que crê será salvo; mas quem não crer será condenado” (Marcos 16:16), pelo que a fé é
estabelecida como a condição para a salvação, e a incredulidade ameaçada com o inferno,
se Deus pelo Seu Espírito Santo gera fé nos corações de alguém, levando-os assim a
cumprir a condição, seria uma mera zombaria, vinda de um teatro como uma ficção impro-
vável. O que isso lança sobre todo o Evangelho de Cristo, sim, em todos os lidares de Deus
para com os filhos dos homens, desde que, em razão da Queda, eles se tornaram incapa-
zes de cumprir as Suas ordens por si mesmos, eu deixo para o julgamento silencioso de
todos os homens.
__________
** Próspero de Aquitânia (390?—465? - 75 anos): Em latim: Prosper Aquitanus. Foi um escritor Cristão e dis-
cípulo de Agostinho de Hipona. Próspero era um leigo, mas impôs a si mesmo o ardor das controvérsias reli-
giosas de sua época, defendendo Agostinho e propagando a ortodoxia. Os Pelagianos foram atacados num
apaixonante poema de cerca de 1000 linhas, Adversus Ingratos, escrito em cerca de 430 d.C. (Wikipédia).
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Bem, então, vendo que eles devem ser considerados ἀσύστατα, coisas inconsistentes, que
Deus seja tão justo a ponto de mostrar-nos o nosso dever, e ainda assim tão bom e miseri-
cordioso como a conceder as Suas graças a nós, ouçamos mais isso10: “A fé e a conversão
não podem ser a nossa obediência, se elas são operadas por Deus em nós”, dizem eles,
em Hague; e Episcopius11: “Isso é algo mui absurdo, a saber, afirmar que Deus ou efetua
por Seu poder, ou busca com a Sua sabedoria, que os eleitos façam as coisas que Ele
requer deles”.
Assim que, quando a Escritura chama a fé de dom e obra de Deus, eles dizem que esta é
uma expressão imprópria, pois na medida em que Ele a ordena, propriamente, é um ato ou
obra de nós mesmos. E quanto ao renomado dizer de Santo Agostinho, a saber12: “Deus
coroou Seus próprios dons em nós”, eles dizem, “isso não deve ser recebido sem um grão
de sal”, ou seja, algo assim brilha, com o que eles corrompem a Escritura. A suma do que
eles pretendem é afirmar que Deus conceder quaisquer graças sobre nós, ou efetivamente
efetuá-las em nós, contradiz a Sua palavra, que ordena a fazê-las como nosso dever e
obediência. Pelo que significa que eles têm erguido seu ídolo no trono da livre graça e mise-
ricórdia de Deus, e atribuído a ele todo o louvor devido àquelas muitas qualificações celes-
tiais que os servos de Deus são dotados [...]; tudo o que eles têm ou são é apenas [provindo
da execução] do seu dever; quão depreciativo isso é ao mérito de Cristo, o que eles mes-
mos parecem reconhecer, quando afirmam que Ele não é de outro modo dito ser um Salva-
dor mais do que são todos os que confirmam o caminho da salvação através da pregação,
milagres, martírio e exemplo. De modo que, tendo quase aniquilado os méritos de Cristo,
eles dizem13: “eles nos concedem ser os nossos próprios salvadores em um amplo sentido”
— Apologia Remonstrante p. 96. Todas as afirmações as quais são contrárias à Palavra
expressa de Deus serão agora demonstradas por mim.
Não há um único de todos os textos claros da Escritura — nenhum daqueles argumentos
inumeráveis e invencíveis, em que a obra eficaz da graça de Deus na conversão de um pe-
cador, Seu poderoso transportar-nos da morte para a vida, a partir do estado de pecado e
escravidão para a liberdade dos filhos de Deus — que não derrube esse erro prodigioso.
Contentar-me-ei com a exemplificação em alguns poucos dos que estão diretamente em
oposição a este erro, até mesmo aos termos:
Primeiro, em Deuteronômio 10:16 o Senhor ordena aos Israelitas: “Circuncidai, pois, o pre-
púcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz”, de forma que a circuncisão
de seus corações era uma parte de sua obediência; era o dever deles fazer assim, em
obediência ao mandamento de Deus. E ainda, no capítulo 30, versículo 6, Ele afirma que:
“o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para
amares ao Senhor teu Deus com todo o coração”. Assim o que parece a mesma coisa em
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diversos aspectos pode ser um ato de Deus em nós e nosso dever para com Ele. E como
o Senhor aqui escapa daquela censura Arminiana, que, se Suas palavras são verdade na
última afirmação, o Seu comando na primeira é vão e tolo, “ipse viderit” — que Ele pleiteie
a Sua causa, e vingue-se daqueles que se levantam contra Ele.
Em segundo lugar, Ezequiel 18:31: “Fazei-vos um coração novo e um espírito novo; pois,
por que razão morreríeis, ó casa de Israel?”. A feitura de um novo coração e um novo espí-
rito é aqui exigida sob uma promessa de uma recompensa de vida, e uma grande ameaça
de morte eterna; de modo que assim o fazer necessariamente deve ser uma parte de seu
dever e obediência. E, no entanto, no capítulo 36, versículos 26 e 27, Ele afirma que Ele fa-
rá isso mesmo que aqui Ele exige deles: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de
vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração
de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis os meus juízos, e os observeis”. Em quantos lugares, também somos ordenados
a “temer ao Senhor!”, o que, quando o fazemos, espero que ninguém negará ser um desem-
penho de nosso dever; e ainda assim em Jeremias 32:40, Deus promete: “porei o meu
temor nos seus corações, para que nunca se apartem de mim”.
Em terceiro lugar, esses dois contra os quais eles estabelecem exceções particulares, fé e
arrependimento também são atribuídos expressamente à doação gratuita de Deus: “Na
verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida” (Atos 11:18), e a fé direta-
mente: “não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8). A esta afirmação do Espírito Santo,
eu assim afirmarei minha crença em vez da dos Arminianos, que afirmam que a fé não é
dom de Deus, porque é de nós mesmos; e, embora isso não o impeça, apenas isso pode
ser citado: “vossa santíssima fé” (Judas 1:20). Deixem aqueles que quiserem negar que al-
go que Deus nos concede pode ser propriamente nosso; o profeta não o considera inconsis-
tente quando ele declarou que o Senhor faz “em nós todas as nossas obras” (Isaías 26:12).
Elas são as nossas obras, mas feitas por Ele. O apóstolo trabalhou; todavia não ele, “mas
a graça de Deus” que estava com ele (1 Coríntios 15:10). Ele “opera em nós καὶ τὸ θέλειν
καὶ τὸ ἐνεργεῖν segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:13); e ainda o desempenho do
nosso dever pode consistir nesses atos de nossas vontades e as boas ações, das quais
Ele é o autor. De modo que, de acordo com o conselho de Agostinho14, ainda oraremos pa-
ra que Ele nos conceda o que Ele nos ordena fazer.
Em quarto lugar, 1 Coríntios 4:7: “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não te-
nhas recebido?”. Tudo o que nos faz diferentes de outros é recebido da parte de Deus; por-
tanto, o fundamento de toda a diferença nas coisas espirituais entre os filhos de Adão, sen-
do a fé e o arrependimento, eles também devem necessariamente ser recebidos do alto.
Em resumo, Deus “circuncidando os nossos corações” (Colossenses 2:11), e Ele também
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nos vivifica quando estamos mortos (Efésios 2:1-2), gerando-nos de novo (João 1:13), ope-
rando em nós tudo aquilo que Ele quer que sejamos; tudo isto está contido na promessa da
nova aliança, Jeremias 32:40: “E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de
fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus corações, para que nunca se apartem de
mim”, e de nenhuma maneira é repugnante à Escritura Sagrada, declarar que o nosso dever
seja tudo isso que o Senhor requer que façamos. E agora, que todos os homens julguem
se, contra muitos e claros testemunhos do Espírito Santo, as razões Arminianas, empresta-
das dos antigos filósofos possuem qualquer valor. A suma de todos eles você pode encon-
trar em Cícero, em seu terceiro livro De Natura Deorum15: “Cada um”, diz ele, “obtém virtude
de si mesmo; nunca nenhum homem sábio agradeceu a Deus por isso, por nossa virtude
nós somos elogiados; na virtude nos gloriamos, o que não poderia ocorrer se isso fosse um
dom de Deus”. E realmente isso, em termos mais suaves, é a suma dos argumentos Re-
monstrantes neste caso em particular.
Por último, observe que esse erro é aquele que, dentre todos os outros, os pais ortodoxos
mais se opuseram aos hereges Pelagianos; sim, e neste tempo16, os escolásticos mais eru-
ditos resolutamente mantêm a verdade aqui contra os inovadores Jesuítas. Com alguns
poucos dos testemunhos dos antigos concluirei esse discurso17. “É certo que, quando faze-
mos qualquer coisa, nós o fazemos”, diz Agostinho, “mas é Deus que opera em nós para
que assim o façamos”. E em outro lugar18: “Não consideraremos ser dom de Deus por que
isso é exigido de nós sob a promessa da vida eterna? Deus não permita que isso pareça
assim, para ambos, participantes ou defensores da graça”, onde alguém rejeita isso, tanto
com erro quanto com sofisma ele o sustenta. Assim também Cœlestius, bispo de Roma,
em sua epístola aos bispos da França19, diz: “Tão grandiosa é a bondade de Deus para
com os homens, que Ele nos concederá essas coisas boas para serem os nossos bons de-
veres” (ele os chama de mérito, de acordo com a linguagem daqueles dias) “que são os Se-
us próprios dons”; para o propósito que citei antes dois cânones além do concílcio Arausi-
cano. E São Próspero, em seu tratado contra Cassianus, o semi-Pelagiano, afirma que seria
uma queixa tola de homens orgulhosos, dizer “que o livre-arbítrio é destruído, se o início, o
progresso e a continuidade no bem forem ditos ser dons de Deus”20. E assim é com a im-
putação da insensatez com a qual os Arminianos, em minha primeira citação, acusam os
seus opositores, sendo replicada por este erudito pai, eu encaminho você para estes se-
guintes excertos, para uma conclusão:
Escrituras Livre-Arbítrio
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“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e
não mais endureçais a vossa cerviz”
(Deuteronômio 10:16); “E o Senhor teu Deus
circuncidará o teu coração, e o coração de tua
descendência” (Deuteronômio 30:6) – “fazei-vos
um coração novo e um espírito novo; pois, por
que razão morreríeis, ó casa de Israel?”
(Ezequiel 18:31); “E dar-vos-ei um coração novo,
e porei dentro de vós um espírito novo” (Ezequiel
36:26).
“É mui certo que não deve ser
ordenado, aquilo que é operado em
nós; e que não pode ser operado em
nós o que é comandado, [pois se tal
fosse] Ele [Deus] tolamente ordenaria
o que deve ser feito por outras
pessoas que trabalharão nelas o que
Ele ordena” (Apologia pro
Confessione Remonstrantium)
“Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e derdes
ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao
mandado do Senhor, assim vós, como o rei que
reina sobre vós, seguireis o Senhor vosso Deus”
(1 Samuel 12:14); “E farei com eles uma aliança
eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e
porei o meu temor nos seus corações, para que
nunca se apartem de mim” (Jeremias 32:40).
“É um absurdo afirmar que Deus
opera por Seu poder, ou busca por
Sua sabedoria, que os eleitos devam
fazer aquelas coisas que Deus requer
deles” (Episcopius, Simon)
“Senhor… tu és o que fizeste em nós todas as
nossas obras” (Isaías 26:12); “Porque Deus é o
que opera em vós tanto o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:13).
“A fé e a conversão não podem ser
atos de nossa obediência se elas são
operadas por Deus em nós” (Collatio
Hagiensis); “Que Deus deve requerer
de nós o que Ele mesmo operará em
nós é uma ação ridícula,
escassamente digna de um palco”
(Apologia pro Confessione
Remonstrantium)
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, o qual nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em
Cristo” (Efésios 1:3).
“Essa frase de Agostinho, que ‘Deus
coroou os Seus dons em nós’, não
deve ser admitida facilmente” (Idem)
“Porque a vós vos foi concedido, em relação a
Cristo, não somente crer nele, como também
padecer por ele” (Filipenses 1:29); “Quanto mais
o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se
ofereceu a si mesmo imaculado a Deus,
purificará as vossas consciências das obras
“Não há nada mais inútil e tolo do que
atribuir a Fé e regeneração aos
méritos de Cristo” (Ibidem)
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***
Notas:
[1] “Nihil ineptius, nihil vanius, quam regenerationem et fidem merito Christi tribuere; si enim Christus
nobis meritus dicatur fidem et regenerationem, tum fides conditio esse non poterat quam a
peccatoribus Deus sub comminatione morris aeternae exigeret.” — Rem. Apol., cap. 8. p. 95.
[2] “Si fides sit effectum meriti Christi, non potest esse actus officii nostri.” — Idem.
[3] Rem. Apol., ubi sup.; Corv. ad Molin., cap. 28. sect. 9.
[4] “Illud certissimum est, nec jubendum esse quod efficitur, nec efiiciendum quod jubetur. Stulte
jubet et vult ab alio fieri aliquid, qui ipse quod jubet in eo efficere vult.” — Rem. Apol., cap. 9. p. 105,
a.
[5] “At exigua conclusione pene tu totum Pelagianum dogma confirmas, dicendo, nullius laudis esse
ac meriti; si id in eo Christus quod ipse donaverat praetulisset.” — Prosp. ad Collat., cap. 36.
[6] “Da, Domine, quod jubes, et jube quod vis.” — Aug.
[7] “O Domine, doce nos quid agamus; quo gradiamur ostende; quid efficiamus operare.” — Ben.
Pap. in Concil. Legunstad.
[8] “Multa in homine bona fiunt. quae non facit homo: nulla vero facit homo bona, quae non Deus
praestet ut faciat.” — Consil. Arau. 2. can. 20. “Quoties enim bona agimus, Deus in nobis et
nobiscum, ut operemur, operatur.” — Can. 9.
[9] “Anne conditionem quis serio et sapienter praescribet alteri, sub promisso praemii et poenae
gravissimae comminatione, qui eam, in eo cui praescribit efficere vult! Haec actio tota ludicra, et vix
scena digna est.” — Rem. Apol., cap. 9. p. 105, a.
[10] “Fides et conversio non possunt esse obedientia, si tantum ab aliquo, in alio, efficiantur.” —
Rem. Coll. Hag., p. 196.
[11] “Absurdem est statuere Deum ant efficere per potentiam, aut procurare per sapientiam, ut electi
ea faciant, quae ab ipsis, ut ipsi ea faciant, exigit et postulat.” — Episcop., Disp. Pri. 8. thes. 7.
[12] Apol., cap. 9. ubi. sup. — “Deum dona sua in nobis coronare, dictum hoc Augustini nisi cum
grano salis accipiatur, neutiquam est admittendum.” — Idem, ibid p. 115.
[13] “Atqui dices, sic servatores nostri essent omnes,” — eodem sensu quo Christus, — “saltem ex
parte qui praeconio, miraculis, et exemplo salutis viam, confirmant; esto, quid tum?” — Rem. Apol.,
cap. 8. [p. 94.]
[14] “Petamus ut det quod ut habeamus jubet.” — Aug.
[15] “Virtutem autem nemo unquam acceptam deo retulit. Nimirum recte: propter virtutem enim jure
laudamur, et in virtute recte gloriamur. Quod non contingeret, si id donum a Deo, non a nobis
haberemus.” — Cicero De Nat. Deor. 3. 36,
[16] Alvarez, Disput. 81., ubi Aug., Thom., alios, citat.
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[17] “Certum est nos facere cum facimus; sed ille facit ut faciamus.” — Aug. de Grat., et Lib. Arbit.,
cap. xvi.
[18] “ — Neque id donum Dei esse fateamur, quoniam exigi audivimus a nobis, praemio vitae si hoc
fecerimus oblato? Absit, ut hoc placeat participibus et defensoribus gratiae.” — Aug, de Praedest.
Sanc., cap. 20.
[19] “Tanta est erga homines bonitas Dei, ut nostra velit esse merita quae sunt ipsius dona.” —
Coelest. Epist. ad Ep. Gal., cap. 12.
[20] “Non enim conturbat nos superbientium inepta querimonia; quia liberum arbitrium causantur
auferri: si et principia, et profectus, et perseverantia in bonis usque ad finem Dei dona esse dicantur.”
— Prosp. ad Collat., p. 404.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS
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— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
Pink
Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
3
Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto.
4
Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus.
5
Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
6
Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
7
Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10
Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos;
11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal.
12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos.
14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco.
15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus.
16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia.
17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.