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1
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
COMO UM SISTEMA DE PARCERIAS COM FORNECEDORES PODE
CONTRIBUIR EM EMPRESAS CONSTRUTORAS: UM ESTUDO DE CASO
ANDRESSA BERTOCHI
BLUMENAU
2014
2
ANDRESSA BERTOCHI
COMO UM SISTEMA DE PARCERIAS COM FORNECEDORES PODE
CONTRIBUIR EM EMPRESAS CONSTRUTORAS: UM ESTUDO DE CASO
Trabalho de conclusão de curso apresentado
ao Curso de Engenharia Civil do Centro de
Ciências Tecnológicas da Universidade
Regional de Blumenau, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Bacharel
em Engenharia Civil.
Prof. Dr. Helio Flavio Vieira - Orientador
BLUMENAU
2014
3
COMO UM SISTEMA DE PARCERIAS COM FORNECEDORES PODE
CONTRIBUIR EM EMPRESAS CONSTRUTORAS: UM ESTUDO DE CASO
Por
ANDRESSA BERTOCHI
Trabalho de conclusão de curso aprovado
para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia Civil pela Banca examinadora
formada por:
_________________________________________________
Presidente: Prof. Dr. Helio Flavio Vieira, Orientador, FURB
_________________________________________________
Membro: Prof. Me. Édimo Cezar Rudolf, FURB
_________________________________________________
Membro: Prof. Esp. Nilton Speranzini, FURB
Blumenau, 15 de Dezembro de 2014
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado saúde e permitido que tudo
isso acontecesse.
Tenho de expressar todo meu carinho e admiração pelos meus pais, Adriane e
Lauri, por desde sempre serem o exemplo ideal para mim, por terem sido os principais
impulsionadores desta fase da vida em que me encontro, apesar da distância, por serem
meu apoio em todos os momentos difíceis da caminhada me dando força e coragem para
continuar. Sem vocês, nada disso seria possível. Por isso, à vocês meu maior
agradecimento.
Ao meu irmão, por sempre ter se preocupado com minha saúde, mesmo longe
sempre me apoiou e confiou no meu potencial, muito obrigada. Agradeço a toda a minha
família por sempre entenderem minhas ausências em vários momentos especiais das suas
vidas.
Agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Helio Flavio Vieira, por, em
todos os momentos, ter demonstrado toda sua competência pedagógica ao longo do curso.
Obrigada pela paciência e sabedoria dedicadas a este trabalho, somente com a sua enorme
contribuição foi possível obter êxito para minha formação.
Agradeço a empresa Speranzini que oportunizou a realização desta pesquisa.
Aos membros da banca e a todos os professores do Curso de Engenharia Civil,
que contribuíram de forma significativa para meu crescimento pessoal e profissional.
Agradeço de forma geral a todos meus colegas da graduação. Aos meus amigos
Becker, Cris, Veri, Jojo, Jandeco, por estarem sempre presentes nos momentos de estudos
e de confraternização, com certeza serão amigos pra vida toda. Um agradecimento
especial pra minha amiga Juliana, que desde os primeiros anos sempre foi minha dupla
nos trabalhos, obrigada por compartilhar dificuldades, inseguranças e alegrias no decorrer
destes anos. Chegamos ao final com a certeza do dever cumprido.
Um muito obrigada às minhas amigas Ana Paula e Karina, pelos conselhos e
apoio, pois mesmo longe, sempre se mostraram presentes nos momentos mais difíceis
desta caminhada.
Agradeço ao meu namorado, Matheus, por estar comigo em momentos difíceis
e nos momentos felizes. Obrigada por estar sempre perto e me aturar nesta fase final.
Enfim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para o
desenvolvimento deste trabalho e formação acadêmica.
5
RESUMO
O ambiente altamente competitivo no setor da construção civil exige que as empresas
busquem diferenciais e vantagens que a destaquem entre seus concorrentes. Uma
estratégia que pode contribuir muito com este aspecto é o sistema de parcerias com seus
fornecedores. Essa estratégia pode contribuir na redução de estoques, de perdas, de
descontinuidades produtivas, do preço pago pelos materiais e etc. Dentro desse contexto,
o presente trabalho tem o propósito de demonstrar a importância para uma empresa
construtora em manter parcerias com seus fornecedores evidenciando o ciclo de aquisição
de materiais, para que se possa atingir um aumento da produtividade, custo-benefício e
agilidade das atividades construtivas. As análises foram feitas através de pesquisas
bibliográficas em livros e do método de estudo de caso. Através do método de estudo de
caso, os materiais escolhidos para a análise de aquisição foram o bloco cerâmico, piso
cerâmico e o concreto usinado, estes escolhidos por serem utilizados em grande escala na
construção civil. A empresa analisada é uma empresa construtora de médio porte,
localizada na cidade de Blumenau. As análises permitiram apresentar diretrizes que
auxiliam na gestão do ciclo de aquisição de materiais e a importância do sistema de
parcerias. Os resultados obtidos através da implantação do sistema de parcerias
demonstrou que quando a parceria é concretizada, ambos envolvidos se beneficiam de
diferentes maneiras, a empresa se torna competitiva no mercado e o fornecedor torna-se
conhecido demonstrando confiança e qualidade de seus produtos e serviços.
Palavras-chave: Parceria. Competitividade. Construção Civil. Logística.
6
ABSTRACT
The highly competitive environment in the construction industry requires companies to
seek differences and advantages that stand out among its competitors. One strategy that
can contribute much to this aspect is the system of partnerships with suppliers. This
strategy can contribute to the reduction of inventories, loss of productive discontinuities,
the price paid for the materials and etc. In this context, this paper aims to demonstrate the
importance for a construction company in maintaining partnerships with suppliers
showing the cycle of procurement of materials, so that we can achieve an increase in
productivity, cost-effectiveness and agility of constructive activities. The analyzes were
made through library research in books and the case study method. Through the case
study method, the materials chosen for the analysis of acquisition were the ceramic block,
ceramic floor and ready-mix concrete, these chosen for use in large-scale construction.
The company analyzed is a midsize construction company, located in the city of
Blumenau. The analysis allows to present guidelines that assist in materials procurement
cycle management and the importance of the partnership system. Results from the
partnership system implementation has shown that when the partnership is implemented,
both involved benefit in different ways, the company becomes competitive in the market
and the supplier becomes known demonstrating reliability and quality of its products and
services.
Keywords: Partnership. Competitiveness. Construction. Logistics.
7
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Integração da cadeia Logísica........................................................................ 24
Figura 2 - Confiabilidade................................................................................................ 26
Figura 3 - Ciclo do relacionamento ECR ....................................................................... 31
8
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Funções básicas do setor de suprimentos..................................................... 20
Quadro 2- Comparação entre a compra convencional e a coprodução .......................... 28
Quadro 3 - Benefícios e riscos na formação de parcerias............................................... 29
Quadro 4 – Tijolos comuns e sua resistência à compressão........................................... 35
Quadro 5 – Blocos cerâmicos e sua resistência à compressão ....................................... 36
9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................. 14
1.2 QUESTÃO DE PESQUISA..................................................................................... 14
1.3.1 Geral .................................................................................................................... 15
1.3.2 Específicos........................................................................................................... 15
1.4 PRESSUPOSTOS..................................................................................................... 15
1.5 JUSTIFICATIVA PARA O TEMA ......................................................................... 15
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................. 16
2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 18
2.1 LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS.......................................................................... 19
2.2 FORMAS DE COMPRAS DE MATERIAIS USUALMENTE UTILIZADAS ..... 21
2.3 GESTÃO DE COMPRAS........................................................................................ 22
2.4 SISTEMA DE PARCERIA...................................................................................... 24
2.5 COMO É CARACTERIZADO E FORMALIZADO UM SISTEMA DE
PARCERIA .............................................................................................................. 25
2.6 INTEGRAÇÃO ENTRE FORNECEDOR E EMPRESA........................................ 26
2.7 CONTRIBUIÇÕES QUE UM SISTEMA DE PARCERIA PODE OFERECER
PARA AS EMPRESAS............................................................................................ 28
2.8 RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR (ECR)........................................... 30
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................... 32
3.1 PROCEDIMENTOS................................................................................................. 33
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................... 34
4.1 A EMPRESA ANALISADA.................................................................................... 34
4.2 MATERIAIS ANALISADOS.................................................................................. 34
10
4.3 COLETA DE INFORMAÇÕES .............................................................................. 38
4.4 AQUISIÇÃO DOS INSUMOS ................................................................................ 38
4.2.1 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE BLOCO CERÂMICO ........... 39
4.2.2 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE CONCRETO USINADO....... 39
4.2.3 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DO PISO CERÂMICO................ 41
5. RESULTADOS DA PESQUISA ........................................................................... 42
6. CONCLUSÕES....................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 45
11
1. INTRODUÇÃO
A construção civil ainda utiliza métodos e processos do início do século XX,
estes métodos ainda terão algum lugar no mercado, mas certamente, o que irá prosperar
e crescer, serão empresas que buscam processos estruturados, focados na produtividade
e em resultados para todas as partes.
Em virtude da globalização o mercado consumidor também se modificou e, desta
forma, os consumidores mostram-se cada vez mais bem informados e exigentes na hora
de adquirir bens e serviços. Com esses fatores, as empresas são obrigadas a reformularem-
se para atender as exigências do mercado e oferecer aos clientes produtos e serviços com
menor preço e melhor qualidade.
A grande preocupação das empresas manufatureiras seriadas passou a ser a
racionalização de todas as atividades produtivas e a qualidade dos materiais e mão de
obra envolvidas, desde a aquisição da matéria-prima do fornecedor até o atendimento das
necessidades do cliente final. Esta preocupação fez aumentar de uma forma muito
acentuada a importância da logística. (VIEIRA, 2006, p. 12)
Uma das soluções encontradas para tal problema é o aprimoramento do conceito
de logística, pois ela atua nas áreas de suprimentos, estocagem, movimentação e
transporte. A logística visa à integração das áreas e processos da empresa a fim de obter
melhor desempenho entre seus concorrentes.
Através da logística, as empresas construtoras passam a deslocar o foco de suas
estratégias, principalmente para atividades produtivas. De acordo com Vieira (2006, p.
13) começam a aparecer processos de treinamentos e requalificação dos operários,
programas setoriais para melhoria da qualidade de produtos, criação de organismos
independentes de certificação de produtos e sistemas de gestão da qualidade no setor.
Aliado a isso, ainda segundo o autor, tecnologias operacionais começam cada vez mais a
fazer parte do sistema construtivo, contribuindo não só com a produtividade (custos),
como também com o nível de serviço oferecido.
A demanda construtiva vem aumentando muito ao longo dos últimos anos e, com
isso, muitos empreendimentos surgiram na área exigindo das empresas construtoras
maior agilidade, eficiência e constante procura por redução de custos.
Neste universo de crescentes exigências em termos de produtividade, é
necessária uma mudança no processo de gestão do setor construtivo, exigindo que as
empresas passem a introduzir novos procedimentos, métodos e processos. Essas
12
mudanças devem estar ligadas diretamente no pensamento estratégico e na visão
sistêmica do setor.
O sistema de parcerias entre empresas se torna um diferencial imprescindível
para obtenção do sucesso dentro do setor construtivo, tendo como objetivo sempre em
beneficiar o consumidor final. Este sistema pode contribuir significativamente para a
empresa atingir seus objetivos, quanto ao aumento do rendimento e da qualidade do
serviço, consequentemente, diminuindo os desperdícios e reduzindo despesas. Tal
situação gera uma maior confiabilidade entre os envolvidos.
A crescente busca por alta qualidade, baixo custo, rapidez e flexibilidade tem
sido observada no setor da construção civil, tais pressões apresentam repercussões no
estilo das funções organizacionais, desde os recursos humanos até o gerenciamento da
produção. Dentro desse contexto uma função organizacional que merece atenção especial
é a função de compras de materiais, pois é através dela que circulam grande parte dos
recursos financeiros da empresa.
Por meio de um planejamento quantitativo e qualitativo a função de compras de
materiais tem a responsabilidade de suprir as necessidades da empresa possibilitando
quantidades corretas, no momento certo e dentro das especificações desejadas. É
importante salientar que a função de compras está diretamente ligada à produção, isto é,
para haver uma melhoria das atividades que envolvem o processo de produção é
necessária uma melhoria da função de compras.
A influência da logística também se faz presente no controle e manutenção de
estoques e o Just In Time (JIT) é um ótimo sistema para tal situação. De acordo com
Ching (2008, p. 38), “o JIT visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade e
sem desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o
fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e em locais
corretos, utilizando o mínimo de recursos.”
Cada vez mais as empresas têm trabalhado com margens operacionais muito
baixas, devido aos consumidores estarem cada vez mais exigentes. Em consequência
disso, as empresas devem sempre ter como objetivo a melhoria constante do fluxo
produtivo. Surge então, a estratégia do sistema de parceria que é conhecida também como
Resposta Eficiente ao Consumidor – ECR (Efficient Consumer Response).
Com a concorrência cada vez mais forte e a presença de um consumidor cada
vez mais exigente, com preços referenciais que procuram alternativas, valorizar o
atendimento bem realizado e a prestação de um serviço com qualidade, tornou-se
13
explicitamente importante o desenvolvimento de uma estratégia que tivesse como
objetivo a eficiência da cadeia como um todo. O ECR, surgiu então na década de 90, com
o intuito de cumprir tais exigências (GHISI et al., 2001, p.5).
A filosofia do ECR visa uma maior integração das empresas, sendo que, é dada
importância à cadeia de abastecimento como um todo e não como a eficiência individual
das partes. Assim proporcionando a garantia de ressuprimento contínuo, sendo possível
reduzir o nível de estoques, os custos totais do sistema, disponibilizar produtos de melhor
qualidade por um preço inferior ao consumidor final.
“Para que se possa encaminhar uma maior eficiência, produtividade e nível de
serviço é necessário que a tecnologia de informação atue nos processos de
relacionamentos de todos os parceiros ou agentes dessa cadeia produtiva” (VIEIRA,
2006, p. 119). Ainda conforme o mesmo autor, partindo dessa premissa, surge a
necessidade de usar ferramentas de colaboração interativa, as quais estão inseridas na
iniciativa ECR.
A cadeia de distribuição com o ECR tem a mesma base conceitual da cadeia de
logística integrada, o supply chain. Ou seja, as duas estratégias envolvem todos os
integrantes da cadeia por meio de processos interligados e compartilhados, possuindo a
finalidade de agregar valor ao consumidor final.
De uma forma geral, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain
Management – SCM), pode ser entendido como uma extensão da logística de suprimentos
acrescido de outras atividades de fundo mais gerenciais e estratégicos, como a questão
das parcerias e das alianças estratégicas (PIRES, 1995, p. 123). Assim, as empresas
passam a restabelecer as funções organizacionais e aproximam-se dos elos vizinhos da
cadeia de suprimentos (fornecedores e clientes), a fim de resolverem problemas de
qualidade dos materiais adquiridos, produtividade e fluxo de abastecimento.
De acordo com Serra e Branco Junior (2003, p. 8), a utilização do conceito de
cadeia de suprimentos muda o relacionamento empresa-fornecedor. Para os autores, o
foco não se limita somente no crescimento da eficiência interna da organização, mas sim
na inclusão e desenvolvimento das empresas fornecedoras como parceiras e na tentativa
de acrescentar valor em toda a cadeia de suprimentos.
Nesse cenário altamente competitivo e exigente, é vital que as empresas façam
parcerias com fornecedores, baseando-se na confiança mútua, estabelecendo relações
duradouras a fim de obter vantagem competitiva estratégica resultando em um melhor
desempenho do que seria possível individualmente. É justamente dentro deste contexto
14
que o trabalho teve seu foco, ou seja, avaliar a forma de aquisição dos materiais em uma
empresa de construção, demonstrando as vantagens de se efetuar um sistema de parcerias
com fornecedores.
Na construção civil, é visível que estes conceitos ainda são pouco assimilados e
comumente, verificam-se as falhas de comunicação entre os agentes envolvidos. As
informações circulam sem a velocidade necessária para evitar problemas em obras. A
complexibilidade das estratégias de planejamento pode influenciar significativamente as
decisões e formas de aquisições de suprimentos, principalmente materiais.
Devido à complexibilidade da análise da aquisição do insumo material de
construção, o presente trabalho pretende analisar a maneira de aquisição dos insumos
concreto usinado, blocos cerâmicos e cerâmicas de revestimento de uma empresa
construtora da cidade de Blumenau.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
O novo cenário do setor da construção civil evidencia que as empresas deem um
enfoque para as atividades logísticas e estratégias operacionais, exigindo planejamento
estratégico, valorizando a integração de todos os departamentos da empresa e
estabelecendo parcerias com fornecedores. Porém, poucas empresas de construção
possuem sistemas eficazes de gerenciamento de suprimentos, embora os materiais
representem uma porcentagem significativa dos custos da construção.
Decorrente disto, deve ser reconhecido que as empresas de construção civil
precisam investir em melhorias no setor de gerenciamento de suprimentos,
principalmente na formação de parcerias, de forma a garantir que sua empresa atinja o
objetivo de produzir com qualidade e produtividade. O problema da pesquisa consiste em
encontrar um caminho que possa mostrar a contribuição que um sistema de parceria eficaz
e o gerenciamento da aquisição dos materiais pode trazer para a empresa.
1.2 QUESTÃO DE PESQUISA
A questão de pesquisa que norteia esse assunto é a seguinte:
a) qual a contribuição em manter parcerias logísticas em empresas
construtoras com seus fornecedores?
15
1.3 OBJETIVOS
A seguir enunciam-se os objetivos geral e específicos de pesquisa.
1.3.1 Geral
Identificar a contribuição que um sistema de parcerias logísticas pode oferecer
uma empresa construtora e seus fornecedores.
1.3.2 Específicos
 Buscar uma empresa construtora para análise
 Avaliar sua forma de aquisição dos materiais.
 Demonstrar através de pesquisas e comparações a importância do
sistema de parcerias como uma vantagem competitiva no mercado atual.
 Analisar como e quanto as parcerias podem influenciar no aumento da
produtividade e qualidade do serviço.
1.4 PRESSUPOSTOS
Com base na revisão de literatura e resultados de pesquisa na área de logística e
suprimentos, um dos pressupostos é a ausência de implementação de estratégias
competitivas no setor da construção civil. Outro pressuposto deste trabalho é desenvolver
uma pesquisa sobre a aquisição de insumos da construção civil e qual a contribuição do
sistema de parcerias logísticas entre empresas construtoras e seus fornecedores,
evidenciando oferecer aos clientes produtos e serviços com menos preço e maior
qualidade, reduzindo custo e consequentemente aumentando a competitividade da
empresa.
1.5 JUSTIFICATIVA PARA O TEMA
Verifica-se nas empresas brasileiras que a prática das atividades logísticas e de
gestão de informação ainda é muito ausente, existindo ainda a existência de estruturas
16
departamentalizadas e com má comunicação interna. Dessa maneira, o enfoque das
atividades logísticas e de gestão de informação exige planejamento estratégico e trabalho
em equipe, valorizando a integração de todos os departamentos da empresa e
principalmente estabelecendo alianças com fornecedores.
No cenário atual de grande competitividade, é importante que as empresas
busquem diferencial que as tornem mais competitivas no mercado, por isso, uma das
principais razões para a execução dessa pesquisa é avaliar a forma de aquisição dos
materiais de construção e qual contribuição do sistema de parcerias para as empresas.
Este estudo certamente será de grande ajuda para uma melhor escolha ao decidir fazer
uma parceria com fornecedor.
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO
A partir do conhecimento teórico e conceitual adquirido através da revisão
bibliográfica e na delimitação do problema de pesquisa, a presente dissertação foi
desmembrada em cinco capítulos principais apresentados conforme sistematização a
seguir:
Capítulo 1 – “Introdução”: Neste capítulo foi feito uma introdução a
contextualização científica do tema, abrangendo aspectos de caracterização, formulação
e delimitação do problema de pesquisa, as devidas justificativas para a realização do
estudo, definidos assim os objetivos da pesquisa.
Capítulo 2 – “Revisão Bibliográfica”: O objetivo deste capítulo é fazer uma
breve conceituação sobre logística e a importância da gestão de compras de materiais. Em
seguida são enfatizadas as características do sistema de parcerias, bem como, as
contribuições e a integração entre empresa e fornecedor. Por fim, é feita uma breve
conceituação sobre a estratégia do sistema de Resposta Eficiente ao Consumidor (ECR).
Capítulo 3 – “Procedimentos Metodológicos”: Neste capítulo descrevem-se os
procedimentos metodológicos que nortearam esta pesquisa, descrevendo e
conceitualizando os métodos adotados.
Capítulo 4 – “Análise dos Resultados”: Incialmente são relatados os
procedimentos para obter as informações sobre tudo que está relacionado com os
materiais analisados. Em seguida é feita uma designação da empresa, são detalhados os
procedimentos de aquisição destes insumos, bem como a caracterização do sistema de
parceria e relacionamento da empresa com seus fornecedores.
17
Capítulo 5 – “Resultados da Pesquisa”: Baseado nas informações dos
procedimentos reais de aquisição, neste capítulo serão destacados os pontos, em todo o
processo de aquisição, onde o sistema de parcerias mais poderá contribuir.
Capítulo 5 – “Conclusões”: Com base nos estudos realizados são apresentadas
algumas considerações pertinentes ao tema.
Por fim, é apresentada a lista de referências bibliográficas utilizadas no presente
trabalho.
18
2. REVISÃO DE LITERATURA
O conceito de logística existe desde a década de 40, foi utilizado pelas Forças
Armadas norte-americanas. Ele relacionava-se com todo o processo de aquisição e
fornecimento de materiais durante a Segunda Guerra Mundial, e foi utilizado por militares
americanos para atender a todos os objetivos de combate da época (CHING, 2008, p. 15).
Segundo Ching (2008, p. 16), a insuficiente difusão da logística nas empresas
fez com que elas tratassem de problemas logísticos pontuais, como roteirização e
dimensionamento de frota de veículos, localização, seleção de fornecedores, etc. Por
outro lado, é necessária uma maior dedicação à integração das atividades logísticas na
empresa, à quantificação e definição do nível de serviço ao cliente, transportadores e à
integração de todos esses fatores dentro da cadeia logística.
A logística é reconhecida como um elemento que faz interface com todos os
cenários possíveis nas organizações e a construção civil brasileira passa por
transformações significativas em seu desempenho e na sua relação com o mercado, tendo
por essa razão estabelecido um panorama de busca pela excelência.
O funcionamento sinérgico dos atores envolvidos na cadeia de suprimentos
garante o pleno exercício das atividades dentro do canteiro de obras e o setor da
construção civil possui grande importância para a economia, porém o seu crescimento é
limitado devido à escassez de mão de obra e, por vezes também os insumos.
É fundamental dar atenção a administração de materiais nas obras,
principalmente pelo alto valor financeiro do produto final do processo
da construção, também pela elevada quantidade de insumos e alto custo
de algumas matérias-primas envolvidas, ou seja, há grande quantidade
de capital em jogo e caso não haja uma boa administração de materiais
e houver perdas desnecessárias, isso poderá reduzir o lucro que as
construtoras obterão com o empreendimento. (HAGA, 2000, p. 6)
Portanto, é de suma importância estabelecer parcerias duradouras, isso garantirá
que não haverá interrupção de abastecimento dos materiais no canteiro de obras,
diminuindo o risco de atraso de entrega das obras, evitando multas de atraso, além da
empresa se tornar bem vista pelo mercado. Ou seja, uma empresa confiável e de
qualidade, já que quando se tem uma logística de suprimento, como por exemplo, um
sistema de parcerias, consegue-se atingir os padrões de qualidade propostos.
19
2.1 LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS
A logística de suprimentos envolve relações entre fornecedores e empresas,
incluindo atividades, como a garantia da disponibilidade de materiais de alta qualidade
no momento e nas quantidades necessárias. É preciso que as empresas e fornecedores
tenham planos alinhados estratégicos que direcionam recursos para a redução de custos.
Frequentemente, o suprimento de materiais na indústria da construção é repleto
de dificuldades que podem apresentar efeitos significantes na produtividade. “Um maior
ganho na produtividade é possível se o processo de construção for planejado com uma
perspectiva logística” (AGAPIOU, 1998, p. 54). As compras assumem papel estratégico
na empresa, deve-se tornar o processamento de pedidos de compras simplificado e
integrado com o processo de abastecimento a fim de melhorar a produtividade.
Segundo Silva e Cardoso (1997, p. 23), “a logística de suprimentos é a logística
responsável pelo transporte e abastecimento de todos os tipos de recurso (mão de obra,
materiais e equipamentos) necessários à produção dos edifícios dentro e fora do canteiro”.
Ainda de acordo com os mesmos autores, “as principais atividades realizadas por essa
função são: reposição dos recursos previstos no planejamento com a emissão e
transmissão dos pedidos de compra, transporte até a obra e manutenção dos suprimentos
previstos”.
De acordo com Pires (1995, p. 98), uma das várias questões importantes a serem
resolvidas dentro do processo de formulação e implementação de uma estratégia de
suprimentos diz respeito ao gerenciamento da produção, representado principalmente
pelas atividades de planejamento e controle da produção.
Para um funcionamento adequado, o setor de suprimentos necessita de um fluxo
constante de informações confiáveis entre os departamentos interessados. O
funcionamento harmônico entre uma empresa e fornecedor no gerenciamento de
suprimentos garante o pleno exercício de suas funções propiciando coesão operacional e
de planejamento.
O setor de suprimentos em uma empresa construtora possui diversas funções a
ele atribuídas. Uma descrição genérica dessas funções assumidas é apresentada no
Quadro 1 a seguir. (PALACIOS, 1995, p. 81)
20
Quadro 1 - Funções básicas do setor de suprimentos
Fonte: Palacios (1995).
Observa-se que nem todas as funções estão presentes nas empresas construtoras.
As variações podem existir em função da abrangência regional, do tipo de obra, tamanho
da empresa e a existência do sistema de parcerias.
Assim, para a execução destas atividades são necessárias algumas mudanças no
perfil das empresas, principalmente no relacionamento entre empresa e fornecedor,
consolidando o sistema de parceria para a obtenção de qualidade e contínua
produtividade.
21
2.2 FORMAS DE COMPRAS DE MATERIAIS USUALMENTE UTILIZADAS
A crescente busca por qualidade, baixo custo e rapidez são pressões competitivas
frequentemente observadas no setor da construção civil. Uma das funções
organizacionais que tem recebido atenção especial é a função de compras de materiais,
pois é através dela que circulam grande parte dos recursos financeiros da empresa
construtora.
As aquisições de materiais geralmente são feitas com caráter de urgência o que
pode gerar atrasos na entrega desses materiais e atraso na entrega da obra. Desta forma,
é muito importante o bom relacionamento entre as organizações envolvidas na obra, para
que haja alinhamento de interesses e o abastecimento do canteiro não seja prejudicado
pela falta de materiais ou atraso em entrega dos mesmos.
Como se sabe, a construção civil movimenta grandes quantidades de materiais e
assim movimenta também capitais, porém diversos fatores fazem com que haja grande
desperdício de materiais, o que, dá-se principalmente com os materiais de baixo valor.
Muitos dos itens são comprados por oportunidade, ou seja, em períodos de grande oferta
e baixa demanda, o que garante um preço de compra competitivo, o erro ocorre quando
as empresas compradoras não efetivamente controlam a significância dos custos de
armazenamento, movimentação, tempo e até mesmo a possível depreciação de
determinados itens.
O que vai efetivamente contra o que apregoa a gestão contemporânea, cuja
interpretação de Bertaglia (2003, p. 316) se direciona para a avaliação de que “o estoque
é extremamente salutar para a organização, uma vez que um dos aspectos fundamentais
da administração moderna enfatiza a redução dos estoques. O aumento ou a redução dos
níveis de estoques geram forte impacto nas finanças de qualquer empresa”.
É visível uma grande necessidade de melhorias na forma de aquisição dos
materiais, pois inúmeras situações prejudicam o desempenho da função de aquisição de
materiais:
 Falta de controle: devido ao grande fluxo de compras de materiais e o
baixo valor unitário da maioria das requisições, boa parte das empresas
construtoras não investe em controle;
22
 Centralização de compras: são realizadas inúmeras cotações a cada
pedido, por mais simples que seja, contribuindo para a morosidade das
compras;
 Relacionamento conflitante entre a obra e o escritório: desgaste gerado
entre a área de compras e os usuários (obra) que requisitam os materiais
é enorme;
 Falta de tempo para negociações: o planejamento das aquisições e a
criação de parcerias com os fornecedores são essenciais.
O relacionamento tradicional entre empresa e o fornecedor apresenta diversos
elementos como: arranjo “ganha-perde”, incertezas, mínima troca de informações,
aquisição de materiais em diversas empresas para manter a competição do preço,
desonestidade e frustração. Estes elementos, geralmente são considerados negativos,
consequentemente, a produtividade fica ociosa e a empresa não é bem vista no mercado.
O gerenciamento eficaz da aquisição de materiais está diretamente ligado à
produção, assim, o gerenciamento pode representar uma contribuição significativa para o
alcance dos objetivos estratégicos da empresa, promovendo maior agilidade das
operações e melhoria contínua dos materiais adquiridos.
2.3 GESTÃO DE COMPRAS
A gestão de compras tem a responsabilidade de planejar, dirigir, controlar e
coordenar as atividades relacionadas a compra do material. De acordo com Santos e
Jungles (2008, p. 27), “essa gestão assume papel estratégico nos negócios de hoje ante o
volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para
trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro
de despesas e não um centro de lucros.”
Segundo Baily (2000, p. 52), é fácil perceber que mesmo pequenos ganhos
decorrentes de melhor produtividade na função têm grande repercussão no lucro. Por isso
as empresas passaram por reestruturação nos últimos anos, investindo em tecnologias e
novos relacionamentos com os fornecedores.
O posicionamento atual da gestão de compras é bem diferente do modo
tradicional como era antigamente. Antes da Primeira Guerra Mundial, essa função tinha
23
um papel essencialmente burocrático. Depois, já na década de 1970, devido
principalmente à crise do petróleo, a oferta de várias matérias-primas começou a diminuir
enquanto seus preços aumentavam vertiginosamente (ISATTO, 1996, p. 32).
Nesse cenário, saber o que, quanto, quando, e como comprar começa a assumir
condição de sobrevivência, e assim, a área de compras ganha mais visibilidade dentro da
empresa, tendo em vista que o setor de compras é parte integrante da cadeia de
suprimentos.
Stukhart (1995, p. 251) refere-se à função de compras de materiais como um
subsistema de gestão integrada para controlar, planejar e redirecionar esforços com o
intuito de executar as seguintes funções:
 Elaboração do planejamento das compras;
 Quantificação de materiais;
 Preparação de requisições, com documento de suporte que defina os
materiais do projeto;
 Qualificação e seleção de fornecedores;
 Solicitação de cotações;
 Avaliação e aprovação de cotações, negociações e formulação de pedidos
ou contratos;
 Disponibilização das informações necessárias (especificações, projetos,
datas de entrega) aos fornecedores para assegurar a entrega segundo o
cronograma;
 Controle da qualidade para assegurar atendimento às especificações;
 Recebimento, inspeção, armazenagem e distribuição de materiais no
canteiro;
 Pagamento dos fornecedores.
É comum no setor da construção, focar em melhorias para funções que podem
gerar lucro de forma direta para a empresa, como por exemplo, as vendas ou produção, e
assim, grande parte das empresas foca a atividade de compras nas necessidades imediatas
da obra.
Salienta-se que o direcionamento de esforços para o aprimoramento da função
de compras de materiais é de suma importância, haja em vista que essa ação pode se
24
transformar em um importante aliado da empresa de construção na busca da
competitividade e lucratividade.
2.4 SISTEMA DE PARCERIA
Dentro da cadeia de suprimentos o sistema de parceria se torna cada vez mais
relevante para o sucesso da empresa. Segundo Vieira (2006, p. 60), “A parceria tem como
base a confiança mútua, onde o pensamento que prevalece é: se meu parceiro tiver sucesso
eu também tenho.”.
Baseado na confiança mútua, ainda de acordo com o autor, o objetivo básico é
melhorar o desempenho de toda a cadeia de abastecimento, visando melhor atender e
beneficiar o consumidor final. Abaixo é demonstrada a integração de uma cadeia
logística, envolvendo fornecedores e clientes parceiros.
Figura 1 - Integração da cadeia Logísica
Fonte: Ching (2008).
Entre as empresas parceiras deve haver um bom relacionamento gerando uma
maior confiabilidade em questões como prazo de entrega do material, quantidade certa,
qualidade adequada, aumentando assim o nível de produtividade.
Nesse contexto, mantendo uma parceria, a produtividade tem de aumentar
significativamente, pois com os materiais chegando na hora, quantidade, qualidade e local
certo o que consequentemente reduz o desperdício e mantém um ritmo de produção.
25
Para que se possa oferecer preço baixo e produtos de qualidade aos
consumidores,
os clientes e os fornecedores devem operar em parcerias e conseguir
economia por meio: de melhoria de eficiência; giros mais rápidos de
estoques; melhores níveis de inventários; maior variedade de produtos;
e perdas de produtos reduzidas, ou seja, maximizar o nível de serviço
ao cliente. (VIEIRA, 2006, p. 117)
Nesse contexto, a parceria entre empresa e fornecedores envolve transações
comerciais e trocas relacionais. A busca pela obtenção de ganhos por ambos os
participantes, frequentemente envolve relacionamentos de longo prazo, cujo sucesso, de
acordo com Mohr (1994, p. 135) envolve fatores como comprometimento, coordenação
e confiança.
2.5 COMO É CARACTERIZADO E FORMALIZADO UM SISTEMA DE PARCERIA
Com a criação de parcerias, as empresas precisam otimizar as oportunidades de
negócios e fechar os elos com os clientes e fornecedores. Aplicando um sistema eficaz de
parceria, há uma maximização das transações comerciais e minimização de custos.
Para formalizar um sistema de parcerias, segundo Vieira (2006, p. 121) “O
fornecedor se compromete a garantir o ressuprimento do seu cliente em troca de
fornecimento garantido do seu produto para esse mesmo cliente.”. Ainda segundo o autor
“os parâmetros de negociação entre os parceiros são previamente definidos e não há
desgaste nem perda de tempo a cada compra ou pedido.”
É feita a formalização dos procedimentos que irão ser desenvolvidos na
parceria ao longo do tempo nas transações com relação ao transporte,
qualidade dos produtos, preços, frequência das entregas, pontos de
ressuprimentos, entre outros. (VIEIRA, 2006, p. 121)
Através desse sistema as empresas compartilham dificuldades, problemas e
informações, podendo assim definir as melhores soluções possíveis para o benefício
mútuo.
26
Figura 2 - Confiabilidade
Fonte: Guedes (2014).
Para a decisão pela realização de parcerias é necessária uma avaliação dos
benefícios e riscos envolvidos, dado que a implementação das relações empresa
fornecedor através de parceria envolve benefícios e riscos para os participantes.
Outro fator de extrema importância para as empresas é a de identificação por
parte destas vantagens pelos fornecedores potenciais para a realização da parceria, ou
seja, diagnosticar com quais fornecedores o relacionamento de parceria é de grande
importância para a empresa.
2.6 INTEGRAÇÃO ENTRE FORNECEDOR E EMPRESA
A partir do preceito de que os fornecedores têm o poder de colocar a empresa na
frente ou deixá-la para trás, dado que um problema no cronograma de produção do
fornecedor, uma falta de cumprimento dos prazos ou um erro administrativo, podem
interferir nas metas de excelências de serviço da empresa, defende-se a ideia de que
parcerias com fornecedores são um imperativo competitivo.
O relacionamento entre cliente e fornecedor pode se dar de diversas maneiras.
De qualquer forma, para que o relacionamento entre eles alcance o ideal de colaboração,
ele deve passar pelos seguintes estágios:
27
Estágio 1: Tanto fornecedor quanto cliente estão incertos quanto ao nível de
comprometimento da outra parte no esforço de cumprir o acordo;
Estágio 2: O cliente é pressionado a cumprir um objetivo relacionado aos custos
e o fornecedor pressionado a aumentar o volume dentro do orçamento;
Estágio 3: O cliente tenta obter o controle de pedidos e o fornecedor procura
garantir o negócio devido a investimentos realizados;
Estágio 4: Ambos os lados buscam a criação de um novo relacionamento que
traga benefício mútuo;
Estágio 5: Ambas as partes devem abrir mão do interesse pessoal e
independência em favor da confiança, a fim de se obter uma aliança;
Estágio 6: Passa-se a discutir novos valores, tais como investimento em
equipamentos, resolução de problemas e melhoria contínua, para garantir a aliança
realizada;
Estágio 7: Cliente e fornecedor são parceiros, obtendo margens maiores de lucro,
qualidade assegurada, tempo de resposta e estoques menores e produção flexível.
Observa-se que o nível de qualidade geral tende a crescer conforme há evolução
de um passo para outro, devido à mudança de comportamento de cliente e fornecedor e
ao aumento de comprometimento mútuo
Para maiores chances que as habilidades de cada parte sejam aplicadas para
atingir um benefício mútuo, é importante que as empresas mantém um estreito
relacionamento entre fornecedor e comprador. Segundo Christopher (1999, p. 158),
muitas companhias descobriram que através da forte cooperação com os fornecedores
elas poderiam melhorar o projeto do produto e descobrir meios mais eficientes de
trabalharem juntos.
De acordo com o mesmo autor, esta é a lógica que acentua a emergência do uso
do conceito de “coprodução”, que pode ser definida como: “o desenvolvimento de um
relacionamento de longo prazo com número limitado de fornecedores com base na
confiança mútua.” O quadro a seguir apresenta um resumo das diferenças entre a
abordagem convencional nas relações com o fornecedor e o conceito de coprodução.
28
Quadro 2- Comparação entre a compra convencional e a coprodução
Fonte: Christopher (1999).
Dessa forma, pode-se observar que a seleção dos fornecedores corretos é de
suma importância na busca de uma relação de parceria.
2.7 CONTRIBUIÇÕES QUE UM SISTEMA DE PARCERIA PODE OFERECER
PARA AS EMPRESAS
O sistema de parcerias é uma estratégia para eliminar custos excedentes e onde
fornecedores e clientes tiram vantagens. Sendo assim, os fornecedores devem oferecer
serviços de qualidade e confiança para não gerar custos extras, os quais direcionam o
preço do produto final.
De forma a evitar o aumento de custos e não vir a ocorrer descontinuidade
produtiva é importante que a empresa sempre tenha produtos disponíveis evitando a
ociosidade dos trabalhadores e mantendo o ritmo de produtividade. O quadro abaixo
indica alguns riscos e benefícios comumente envolvidos na formação de parcerias.
29
Quadro 3 - Benefícios e riscos na formação de parcerias
Fonte: Santos e Jungles (2008).
Outro fator favorecido com o sistema de parceria é a consistência do prazo de
entrega do fornecedor segundo Vieira (2006, p.120) “maior serão os estoques e, por
consequência, maiores os custos com a manutenção de estoques.”.
Segundo Vieira (2006, p. 119), a estratégia do sistema de parceria que
é efetivada com objetivo de melhorar o fluxo produtivo das empresas é
conhecida no setor manufatureiro como Resposta Eficiente ao
Consumidor – ECR (Efficient Consumer Response). Essas parcerias
podem ser consideradas como implementação de iniciativas
relacionadas aos sistemas de informações numa cadeia de suprimentos.
Com o sistema de parcerias as informações são mais rápidas e podem fluir por
processos eletrônicos obtendo mínimo tempo de interrupções do processo construtivo e
mínimo de perdas.
30
2.8 RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR (ECR)
A dramática reestruturação de empresas em busca de maiores níveis de qualidade
e produtividade, a globalização dos mercados e o surgimento de novas tecnologias de
processamento e transmissão de dados desempenha um papel fundamental na mudança
de práticas tradicionais de negócios entre duas empresas.
A filosofia do ECR (Efficient Consumer Response) visa uma maior integração
das empresas, sendo que, é dada importância à cadeia de abastecimento como um todo e
não como a eficiência individual das partes, sendo assim possível, reduzir o nível de
estoques, os custos totais do sistema, disponibilizar produtos de melhor qualidade por um
preço inferior ao consumidor final (GHISI et al., 2001, p. 3).
A Resposta Eficiente ao Consumidor exige o repensar de toda a cadeia de valor,
de forma a conseguir a torná-la mais ágil e eficiente no fornecimento aos consumidores,
dos produtos certos e ao preço esperado.
Deve-se ressaltar que o calor ao consumidor é criado por meio de
melhores produtos, preços baixos, maior variedade e conveniência,
melhor disposição de produtos, etc. Para que se possa oferecer isso aos
consumidores, os clientes e fornecedores devem operar em parcerias e
conseguir economia por meio: de melhoria de eficiência; giros mais
rápidos de estoques; melhores níveis de inventários; maior variedade de
produtos; e perdas de produtos reduzidas, ou seja, maximizar o nível de
serviço ao cliente. (VIEIRA, 2006, p. 117)
O ECR, tem o objetivo de proporcionar a garantia do ressuprimento contínuo,
porém, para que isso seja possível, é necessário que seja mantido um fluxo consistente de
produtos e informações que caminham bidirecionalmente na cadeia logística de
abastecimento, tampouco é de suma importância que as atividades estejam em sintonia
entre as empresas parceiras através de um amplo sistema de monitoramento.
Ao implementar a estratégia do ECR, que está alinhado ao sistema de parceria,
a empresa e fornecedores passam a manter um ciclo de informações, compartilhando
problemas e encontrando soluções a fim de eliminar custos excedentes da cadeia de
abastecimento. Ou seja, integrando os processos logísticos e comerciais, baseado na
eficiência individual, podem ser obtidos inúmeros benefícios significativos, assim,
atingindo melhores níveis de serviços e sucesso mútuo.
31
Figura 3 - Ciclo do relacionamento ECR
Fonte: UFRJ (2003, apud VIEIRA, 2006)
O objetivo final do ECR é a criação de um sistema eficaz, direcionado ao
consumidor, no qual as empresas construtoras e fornecedores trabalham juntos, com
planos alinhados, focando em minimizar custos e maximizar a satisfação do consumidor.
32
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo descrevem-se os procedimentos metodológicos que nortearam
esta pesquisa. Para a realização deste trabalho, os métodos adotados foram o estudo de
caso com caráter exploratório e também foi realizada uma pesquisa bibliográfica em
livros com ênfase em logística. Segundo Köche (1997, p. 64), “a pesquisa bibliográfica
levanta conhecimento disponível na área, identificando teorias produzidas, analisando-as
e avaliando a sua contribuição para compreender ou explicar o problema objeto da
investigação.” A ideia principal foi realizar uma pesquisa qualitativa com caráter
exploratório, desenvolvendo ideias a partir de padrões encontrados.
A pesquisa exploratória, conforme Severino (2007, p. 123), busca apenas
levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de
trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. É utilizada para realizar
um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa. Por ser uma pesquisa bastante
específica ela assume a forma de um estudo de caso, sempre conciliando com outras
fontes que darão base ao assunto abordado, como é o caso da pesquisa bibliográfica e das
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado.
Ou seja, ela visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo
explícito ou a construir hipóteses.
Com relação aos procedimentos técnicos para a realização da pesquisa, uma das
modalidades escolhida é o Estudo de Caso. Na definição de Yin (2005, p. 32), “um estudo
de caso é uma investigação empírica, que investiga um fenômeno contemporâneo dentro
de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre fenômeno e contexto
estão claramente definidos”.
Ainda com base em Yin (1989, p. 32), pode-se afirmar que o estudo de caso não
é apenas uma tática para coleta de dados, mas uma estratégia de pesquisa abrangente. O
autor expõe, ainda, que o estudo de caso envolve situações únicas, com várias fontes de
evidência e baseia-se no desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a
coleta e a análise dos dados.
O método do estudo de caso " ... não é uma técnica específica. É um meio de
organizar dados sociais preservando o caráter unitário do objeto social estudado"
(GOODE & HATT, 1969, p. 422). De outra forma, Tull (1976, p. 323) afirma que "um
33
estudo de caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular" e Bonoma
(1985, p. 203) coloca que o "estudo de caso é uma descrição de uma situação gerencial".
Na pesquisa qualitativa o objetivo da amostra é de produzir informações
aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz
de produzir novas informações Deslauriers (1991, p. 58 apud GERHARDT e SILVEIRA,
2008, p. 32).
Acerca das técnicas utilizadas, cabe, ainda, salientar que a metodologia é de
grande relevância numa pesquisa científica, uma vez que é uma etapa preponderante para
alcançar os objetivos propostos.
3.1 PROCEDIMENTOS
Primeiramente, uma revisão bibliográfica para caracterização e contextualização
do sistema de parcerias foi feita, pois como o estudo é qualitativo e exploratório, buscou-
se elementos que sustentassem as expectativas criadas dentro do conceito de sistema de
parceria. A partir da revisão, pode-se ter uma base conceitual para posteriormente realizar
o estudo de caso na empresa.
34
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo será abordado tudo que se relaciona com a aquisição dos materiais
na empresa referenciada no estudo. Evidentemente, o estudo terá como foco apenas três
tipos de insumos sendo o bloco cerâmico, concreto usinado e piso cerâmico, os quais são
bastante representativos tendo em vista o grande volume dos mesmos empregados no
desenvolvimento da obra. Inicialmente, será relatada a forma que foram obtidas as
informações, posteriormente, serão detalhadas as maneiras de aquisição destes insumos
pela empresa e a forma de relacionamento com os seus fornecedores. Por último, com
base nas informações dos procedimentos reais de aquisição, serão destacados os pontos,
em todo o processo de aquisição, onde o sistema de parcerias mais poderá contribuir.
4.1 A EMPRESA ANALISADA
A construtora analisada está localizada na cidade de Blumenau – SC, trata-se de
uma construtora de médio porte e conceituada. Em uma cidade de médio porte, alcançou
destaque nacional na área, assim, a empresa destaca-se pela qualidade e busca pela
excelência, possuindo um Portfólio de 83 edifícios lançados, sendo 68 edifícios entregues.
A empresa possui certificações que a destacam e a mantém forte no setor da
construção, um exemplo é a certificação ISO 9001:2008. Esta norma estabelece requisitos
para o Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) de uma organização, ou seja, esta norma
tem o objetivo de lhe prover confiança de que o seu fornecedor poderá fornecer, bens de
serviços de acordo com o que você especificou.
A empresa está sempre me busca de melhorias e qualidade, possuindo também
a certificação PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat), a
qual visa a contribuição para a evolução da qualidade no setor, aumentando a satisfação
dos clientes.
4.2 MATERIAIS ANALISADOS
Os materiais usados na construção civil se destinam a diversos fins, tais como
acabamentos, estruturas, etc., sendo que cada um deles exige características próprias para
35
o fim a que se destinam, pois a durabilidade e a qualidade de uma construção dependem
diretamente dos materiais que nela são empregados.
Os materiais analisados são aplicados em grandes proporções, principalmente
quando a empresa possui mais de uma obra em andamento, a qual se aplica a empresa
analisada. Foram escolhidos 3 materiais, sendo o bloco cerâmico, piso cerâmico e o
concreto usinado.
 Bloco Cerâmico
O bloco cerâmico ou tijolo cerâmico pode ser divididos em dois tipos: maciços
ou vazados.
O tijolo maciço é mais utilizado na execução de muros, alvenarias portantes e
nas primeiras fiadas de alvenarias comuns. Normalmente ele é fabricado por processos
de prensagem, secado e queimado a fim de adquirir as propriedades compatíveis com seu
uso. Segundo a NBR 7170, os tijolos comuns podem ser classificados em A, B e C,
conforme a sua resistência à compressão, demonstrado no quadro a seguir.
Quadro 4 – Tijolos comuns e sua resistência à compressão
CLASSE
RESISTÊNCIA MÍNIMA À COMPRESSÃO (Mpa)
A
1,5
B
2,5
C
4,0
Fonte: IFSUL (2011).
Já os tijolos especiais, podem ser fabricados em formatos e especificações de
acordo com o uso, sempre obedecendo Aos critérios da NBR 7170, que recomenda as
seguintes dimensões nominais para o tijolo maciço: comprimento de 190mm, largura de
90mm e altura de 57 ou 90mm.
Apesar das dimensões apresentadas pela norma, são toleradas diferenças de até
3mm nas dimensões especificadas, porém, no mercado, são encontrados diversos
tamanhos, pois muitos fabricantes desconhecem ou ignoram as normas.
36
Quanto à aparência, a NBR 7170 recomenda que os tijolos não apresentem
defeitos sistemáticos, tais como trincas, quebras, superfícies irregulares, deformações e
desuniformidade na cor. As arestas devem ser vivas e os cantos resistentes. Além disso,
a norma apresenta procedimentos a serem realizados para verificação e aceitação dos lotes
de material.
Os blocos cerâmicos vazados, normalmente, são moldados por extrusão e
possuem furos ao longo do seu comprimento que podem ser prismáticos ou cilíndricos.
Geralmente, os blocos vazados são classificados como blocos de vedação ou estruturais.
O bloco de vedação é utilizado para fechamento de vãos e a única carga que suporta é seu
peso próprio. São utilizados em paredes internas e externas dos mais diferentes tipos de
edificações.
Os blocos estruturais são projetados para suportar carga além de seu peso
próprio. De acordo com a NBR 7171, os blocos estruturais podem ser divididos em
comuns e especiais. Os blocos estruturais especiais podem ter dimensões e formatos
especiais, desde que sigam o disposto na norma. Porém, os comuns de uso corrente, são
classificados conforme a classe e a resistência e estão demonstrados no quadro abaixo.
Quadro 5 – Blocos cerâmicos e sua resistência à compressão
CLASSE
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NA ÁREA BRUTA
(Mpa)
10 1,0
15
1,5
25
2,5
45
4,5
60
6,0
70
7,0
100
10,0
Fonte: IFSUL (2011).
37
A NBR 7171, que trata de blocos cerâmicos para alvenaria, especifica algumas
condições gerais para esse material. O bloco cerâmico deve trazer gravado o nome do
fabricante, o município onde está localizada a fábrica e as dimensões do bloco em
centímetros. Independentemente do tipo de bloco, os mesmos não devem apresentar
defeitos como tricas, quebras, superfícies irregulares ou deformações que impeçam seu
emprego.
 Concreto Usinado
O concreto é um material formado pela mistura de cimento, água, agregados
(areia e pedra) e, eventualmente, aditivos. Inicialmente o concreto encontra-se em estado
plástico, permitindo ser moldado das mais diversas formas, texturas e finalidades.
O concreto é um dos materiais da construção mais utilizado no Brasil. A busca
constante da qualidade, a necessidade de redução de custos e a racionalização dos
canteiros de obras, fazem com que o concreto dosado em central, seja cada vez mais
utilizado.
Segundo a ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de
Concretagem do Brasil), podemos destacar algumas vantagens do concreto usinado, tais
como a eliminação das perdas de areia, brita e cimento, maior agilidade e produtividade
da equipe de trabalho, redução no controle de suprimentos, materiais e equipamentos,
bem como a eliminação das áreas de estoques, com melhor aproveitamento do canteiro
de obras, garantia da qualidade do concreto devido ao rígido controle adotado pelas
centrais dosadoras.
 Piso Cerâmico
A cerâmica pode ser feita em argila pura de massa vermelha, ou de uma mistura
com cerca de nove minerais de tonalidade clara ou branca. No Brasil, a abundância dessa
matéria prima, argila, estimulou o crescimento desse mercado recheado de opções, com
características específicas para se adaptar ou compor diferentes ambientes. Atualmente
existe uma variedade de produtos cerâmicos para atender aos mais variados tipos de
ambientes como: áreas comerciais ou industriais, residências, fachadas e piscinas,
mantendo as características contemporâneas de durabilidade aliada à beleza estética.
38
A grande vantagem da utilização do revestimento cerâmico reside nas seguintes
características: durabilidade do material, facilidade de limpeza, higiene, qualidade do
acabamento final, proteção dos elementos de vedação, isolamento térmico e acústico,
estanqueidade à água e aos gases, aspecto estético e visual agradável.
Algumas propriedades da cerâmica vêm da massa, outras são determinadas pelo
esmalte. A massa, ou o corpo, influência a absorção de água, a expansão por umidade e a
resistência ao peso (mecânica) e ao gelo. O esmalte, torna a placa resistente a abrasão
(PEI), manchas e substâncias químicas. E nas placas de superfície lisa é ele também que
garante um bom coeficiente de atrito, neste caso: antiderrapante.
4.3 COLETA DE INFORMAÇÕES
Por se tratar de um estudo de caso, foi necessário fazer uma visita na empresa
analisada. As informações foram obtidas através de uma reunião com a engenheira
coordenadora da qualidade, responsável pelo sistema de gestão da qualidade incluindo
suprimentos, orçamentos e assistência técnica da empresa. Durante a entrevista, as
questões solicitadas foram referentes ao modo de aquisição dos três tipos de insumos, se
a empresa possuía sistema de parceria com os fornecedores bem como, a qualidade dos
insumos e a relação da empresa com o fornecedor.
4.4 AQUISIÇÃO DOS INSUMOS
A maneira de aquisição dos materiais na construção civil assume papel
estratégico nos negócios de hoje, principalmente em questões como produtividade e
qualidade dos processos de construção. Nesse cenário, a empresa em estudo, se beneficia
em relação aos insumos abordados, através de processos implantados, como o sistema de
parceria.
As compras são realizadas pelos gestores de obras, sendo que cada um faz a sua
cotação, porém, destacando os insumos analisados a empresa já possui fornecedores
específicos os quais não tem nenhum problema, com exceção do concreto usinado. O
processo de compras é feito através de solicitação de obra, uma ordem de compra é
enviada para o fornecedor e a compra é realizada. Assim que o material chega na obra, os
39
materiais são conferidos, em seguida a nota fiscal é lançada para o setor financeiro e por
fim para a contabilidade.
4.2.1 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE BLOCO CERÂMICO
A aquisição do bloco cerâmico realizada pela empresa, é feita somente de um
fornecedor, este localiza-se em Rio do Sul, Santa Catarina. Por se tratar de uma
construtora que possui muitas obras em andamento, necessita-se de um volume muito
grande para suprir todas as obras, dessa forma, a empresa faz prioridade em relação ao
prazo de entrega do insumo à obra.
A engenheira conta que nunca tiveram problemas com o fornecimento, pois o
material sempre chega nos horários combinados e com a quantidade necessária. Ela ainda
comenta que é difícil ter quebras com esse material, porém, quando tem, sempre está de
acordo com o limite de quebra aceitável.
O fornecedor possui tijolo bem dimensionado, paletizado e com selos de
qualidade. Na entrega do material para a empresa, o fornecedor disponibiliza um muque
o qual facilita no manuseio de retirada dos pallets. Desta forma, o fornecedor passa
confiança para a empresa, cumprindo prazos, quantidades e qualidade de serviço.
A parceria é nítida, pois o relacionamento entre empresa e fornecedor é de
maneira contínua e com facilidades, uma vez que, já são conhecidos os procedimentos e
as datas estabelecidas de faturamento, não tendo problemas burocráticos. É importante
destacar que o benefício é mútuo, e a parceria acontece por permuta, ou seja, o fornecedor
compra o apartamento e a empresa compra a cerâmica, mantendo assim um ciclo de
aquisição e fortalecendo a parceria. A permuta não é permanente, na verdade a permuta
é realizada sempre quando está se encerrando um contrato e havendo o interesse de ambas
as partes em realizar nova permuta, sendo realizado novo contrato, caso contrário, as
compras são realizadas de forma normal, mantendo a parceria.
4.2.2 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE CONCRETO USINADO
A empresa possui muitas obras em andamento, o que necessita um volume
muito grande de concreto usinado. A engenheira conta que é muito difícil obter uma
40
parceria com uma única concreteira, em função de que a empresa possui várias obras em
andamento, portanto, uma única concreteira não atenderia às necessidades da empresa.
O relacionamento entre empresa e o fornecedor de concreto usinado é muito
complicado, além de ser tudo programado com antecedência ainda há muitos problemas
com burocracia. Em relação a parte burocrática e valores, a engenheira comentou que é
muito difícil obter um relacionamento mútuo com a concreteira, pois, para conseguir
brigar por valores mais baixos a empresa sempre precisa orçar com outros fornecedores.
Outros fatores importantes que fazem com que o sistema de parceria não ocorra
é o insuficiente número de caminhão bomba para atender todas as obras, além de casos
em que a bomba está estragada, ocorrendo atrasos na entrega fazendo com que ocorra
uma descontinuidade de produção para a empresa.
A falta de compromisso com o cumprimento dos horários programados, com a
qualidade com que o concreto chega a obra, kits de slump que o fornecedor não leva, são
fatores altamente relevantes para não se obter uma parceria, pois não há confiabilidade
nos processos.
Em função desses empecilhos, a empresa possui uma diversidade de 3 a 4
fornecedores, e a concreteira que possui menos obras para serem atendidas no momento
é a escolhida.
Visto que a empresa não possui uma parceria com concreteiras, seria interessante
em função do grande número de obras, a empresa desenvolver uma parceria somente com
duas concreteiras. A parceria poderia iniciar com a formalização do contrato, formulando
as necessidades dos envolvidos e condições de suprimento. Tendo em vista o
comprometimento das duas partes interessadas, a empresa disponibilizaria o cronograma
dos próximos 30 dias, tendo a função de confirmar a concretagem com uma antecedência
de 48 horas e a concreteira se responsabilizaria em confirmar a concretagem e realizar o
serviço com padrões de qualidade e profissionalismo. Caso não havendo o cumprimento
do fornecimento correto de concreto, disposto no contrato, a empresa poderá multar a
concreteira, pois o não fornecimento do concreto influencia na produtividade da obra.
Para a parceria acontecer de fato, é necessário considerar as necessidades e
expectativas de ambas as partes envolvidas no negócio, de forma a estimular a obtenção
de benefícios mútuos. A busca pela obtenção de ganhos envolve um relacionamento de
longo prazo, envolvendo fatores como comprometimento e confiança.
41
4.2.3 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DO PISO CERÂMICO
A empresa trabalha com o mesmo fornecedor há 15 anos, é o único fornecedor
de piso cerâmico e este relacionamento foi se estreitando a ponto de ser considerada uma
parceria. De acordo com a Engenheira, este único fornecedor supre a necessidade de
fornecimento para todas as obras, portanto, a empresa mantém exclusividade no
fornecimento de piso cerâmico.
O relacionamento empresa e fornecedor é de comprometimento e confiança, o
fornecedor disponibiliza um representante, o qual atende na empresa construtora. Este
representante mantém a empresa informada sobre os produtos, bem como se o produto
continuará no mercado ou sairá de linha, facilitando a decisão de escolha do produto que
a empresa necessita.
Quanto aos pedidos, a engenheira comenta que não há problemas com
burocracia, simplesmente o representante atende na empresa, faz o pedido e a nota vem
somente depois que o pedido chega.
Diversos fatores são avaliados para a formalização de parceria, tais como,
habilidade de produção e fornecimento, capacidade de produção quanto às exigências
técnicas do produto, confiabilidade quanto a qualidade e preços competitivos. Desta
forma, este fornecedor atende aos fatores, priorizando a empresa com informações e
disponibilizando visita na fábrica para a empresa conhecer todo o processo de produção.
42
5. RESULTADOS DA PESQUISA
Através das pesquisas bibliográficas e do estudo de caso, pode-se verificar os
benefícios que o sistema de parceria entre a construtora e os fornecedores de dois
insumos. Após depoimentos da Engenheira da empresa, pode-se avaliar os pontos em que
a parceria se torna um diferencial.
A partir da formalização do sistema de parcerias, a perda de tempo com cotações
dos materiais deixa de existir, pois ao decorrer do tempo o fornecedor passa para a
empresa a confiança da qualidade de seu produto e o comprometimento com as questões
de prazos de entrega, qualidade e quantidade de material necessária.
Pode-se observar que nunca houve problemas de relacionamento entre a empresa
e seus fornecedores, pois o grau de confiabilidade entre ambas já está concretizado através
de questões como cumprimento do prazo de entrega do material, quantidade certa,
qualidade adequada, aumentando assim o nível de produtividade.
Outra vantagem que o sistema oferece é que a empresa acaba se tornando
prioridade para o fornecedor, e dessa forma, como os pedidos de insumos sempre são
feitos em grandes volumes, a empresa consegue barganha para conseguir o produto com
um preço mais acessível.
Com relação a parte burocrática dos pedidos, é visível que o sistema de parceria
se destaca, pois quando há fidelidade mútua, os procedimentos de pedidos acabam sendo
de fácil acesso, por exemplo os pedidos que a empresa realiza, de início o pedido é
solicitado, a compra é realizada e em seguida há o recebimento do material, somente após
o recebimento é que a nota fiscal é lançada. Contudo, não havendo problemas pois as
empresas já são parceiras e demonstram comprometimento à sua devida função.
Por fim, a atividade de parceria representa negócios significativos para os dois
lados, pois através do comprometimento mútuo, a empresa e o fornecedor mantém um
relacionamento de longo prazo adquirindo estabilidade e solidez no mercado.
43
6. CONCLUSÕES
Pode-se concluir que o objetivo do trabalho foi alcançado, pois demonstrou a
importância na formação de parcerias entre os fornecedores dos insumos e a construtora,
apontando os benefícios que este sistema traz a todos os envolvidos, inclusive ao cliente
final.
Este trabalho evidencia que precisa-se ter em mente a necessidade de constantes
mudanças no setor da construção civil, otimizando os processos produtivos elevando
ganhos e minimizando as perdas, visando uma negociação e um fornecimento por meio
de uma relação ganha-ganha.
Ao analisar o exposto, percebe-se que se o sistema de parcerias, que é a interação
entre as empresas, deve manter uma troca de informações contínuas e seguras, de modo
que se o sistema não estiver funcionando de forma sincronizada e eficiente, a empresa
estará perdendo competitividade e agilidade na prestação do seu serviço.
Quanto a decisão da escolha dos fornecedores, é necessário avaliar as suas
condições para atender aos requisitos de qualificação e avaliação apresentados no
trabalho, pois foi enfatizado que um fornecedor para ser considerado parceiro, deve
apresentar estratégias alinhadas com as estratégias da construtora.
Foi observado que a empresa e os fornecedores dos insumos piso e bloco
cerâmico, mantém o sistema parceria há vários anos, assim, pode-se obter uma análise
das atividades que envolvem um bom relacionamento, confiabilidade nos produtos e
serviços. A parceria traz o benefício de que a empresa sempre consiga uma continuidade
de produtividade, através dos insumos fornecidos com padrões de qualidade atendendo
as devidas quantidades e locais de entrega.
No estudo de caso apresentado, demonstrou-se a importância da parceria para a
construtora, porém, em relação ao concreto usinado posto que a empresa não mantém
uma parceria, foi sugerido no item 4.2.2 que a empresa avalie a hipótese de implantação
deste sistema de forma a excluir as incertezas que ainda norteiam a empresa no dia a dia,
quanto aos prazos e qualidade do serviço.
Pode ser apontada como uma das limitações do trabalho a falta de revisão
bibliográfica referente à elaboração de contratos entre fornecedores e empresa, para poder
44
ser feita uma análise crítica no caso apresentado e também para fornecer diretrizes que
auxiliem na elaboração de contratos.
Este trabalho pode ser utilizado por profissionais na área de Suprimentos, para
auxiliar na escolha de produtos e fornecedores para a formação de parcerias, analisando
a sua estratégia competitiva e buscando obter vantagem competitiva através da
negociação de aquisição de insumos.
Por fim, o sistema de parceria envolve processos e atividades que criam valor na
forma de produtos e serviços, administrando as relações para o benefício de todos os
envolvidos sempre com foco na agregação de valor ao consumidor final.
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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46
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  • 1. 1 UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL COMO UM SISTEMA DE PARCERIAS COM FORNECEDORES PODE CONTRIBUIR EM EMPRESAS CONSTRUTORAS: UM ESTUDO DE CASO ANDRESSA BERTOCHI BLUMENAU 2014
  • 2. 2 ANDRESSA BERTOCHI COMO UM SISTEMA DE PARCERIAS COM FORNECEDORES PODE CONTRIBUIR EM EMPRESAS CONSTRUTORAS: UM ESTUDO DE CASO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade Regional de Blumenau, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil. Prof. Dr. Helio Flavio Vieira - Orientador BLUMENAU 2014
  • 3. 3 COMO UM SISTEMA DE PARCERIAS COM FORNECEDORES PODE CONTRIBUIR EM EMPRESAS CONSTRUTORAS: UM ESTUDO DE CASO Por ANDRESSA BERTOCHI Trabalho de conclusão de curso aprovado para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil pela Banca examinadora formada por: _________________________________________________ Presidente: Prof. Dr. Helio Flavio Vieira, Orientador, FURB _________________________________________________ Membro: Prof. Me. Édimo Cezar Rudolf, FURB _________________________________________________ Membro: Prof. Esp. Nilton Speranzini, FURB Blumenau, 15 de Dezembro de 2014
  • 4. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado saúde e permitido que tudo isso acontecesse. Tenho de expressar todo meu carinho e admiração pelos meus pais, Adriane e Lauri, por desde sempre serem o exemplo ideal para mim, por terem sido os principais impulsionadores desta fase da vida em que me encontro, apesar da distância, por serem meu apoio em todos os momentos difíceis da caminhada me dando força e coragem para continuar. Sem vocês, nada disso seria possível. Por isso, à vocês meu maior agradecimento. Ao meu irmão, por sempre ter se preocupado com minha saúde, mesmo longe sempre me apoiou e confiou no meu potencial, muito obrigada. Agradeço a toda a minha família por sempre entenderem minhas ausências em vários momentos especiais das suas vidas. Agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Helio Flavio Vieira, por, em todos os momentos, ter demonstrado toda sua competência pedagógica ao longo do curso. Obrigada pela paciência e sabedoria dedicadas a este trabalho, somente com a sua enorme contribuição foi possível obter êxito para minha formação. Agradeço a empresa Speranzini que oportunizou a realização desta pesquisa. Aos membros da banca e a todos os professores do Curso de Engenharia Civil, que contribuíram de forma significativa para meu crescimento pessoal e profissional. Agradeço de forma geral a todos meus colegas da graduação. Aos meus amigos Becker, Cris, Veri, Jojo, Jandeco, por estarem sempre presentes nos momentos de estudos e de confraternização, com certeza serão amigos pra vida toda. Um agradecimento especial pra minha amiga Juliana, que desde os primeiros anos sempre foi minha dupla nos trabalhos, obrigada por compartilhar dificuldades, inseguranças e alegrias no decorrer destes anos. Chegamos ao final com a certeza do dever cumprido. Um muito obrigada às minhas amigas Ana Paula e Karina, pelos conselhos e apoio, pois mesmo longe, sempre se mostraram presentes nos momentos mais difíceis desta caminhada. Agradeço ao meu namorado, Matheus, por estar comigo em momentos difíceis e nos momentos felizes. Obrigada por estar sempre perto e me aturar nesta fase final. Enfim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho e formação acadêmica.
  • 5. 5 RESUMO O ambiente altamente competitivo no setor da construção civil exige que as empresas busquem diferenciais e vantagens que a destaquem entre seus concorrentes. Uma estratégia que pode contribuir muito com este aspecto é o sistema de parcerias com seus fornecedores. Essa estratégia pode contribuir na redução de estoques, de perdas, de descontinuidades produtivas, do preço pago pelos materiais e etc. Dentro desse contexto, o presente trabalho tem o propósito de demonstrar a importância para uma empresa construtora em manter parcerias com seus fornecedores evidenciando o ciclo de aquisição de materiais, para que se possa atingir um aumento da produtividade, custo-benefício e agilidade das atividades construtivas. As análises foram feitas através de pesquisas bibliográficas em livros e do método de estudo de caso. Através do método de estudo de caso, os materiais escolhidos para a análise de aquisição foram o bloco cerâmico, piso cerâmico e o concreto usinado, estes escolhidos por serem utilizados em grande escala na construção civil. A empresa analisada é uma empresa construtora de médio porte, localizada na cidade de Blumenau. As análises permitiram apresentar diretrizes que auxiliam na gestão do ciclo de aquisição de materiais e a importância do sistema de parcerias. Os resultados obtidos através da implantação do sistema de parcerias demonstrou que quando a parceria é concretizada, ambos envolvidos se beneficiam de diferentes maneiras, a empresa se torna competitiva no mercado e o fornecedor torna-se conhecido demonstrando confiança e qualidade de seus produtos e serviços. Palavras-chave: Parceria. Competitividade. Construção Civil. Logística.
  • 6. 6 ABSTRACT The highly competitive environment in the construction industry requires companies to seek differences and advantages that stand out among its competitors. One strategy that can contribute much to this aspect is the system of partnerships with suppliers. This strategy can contribute to the reduction of inventories, loss of productive discontinuities, the price paid for the materials and etc. In this context, this paper aims to demonstrate the importance for a construction company in maintaining partnerships with suppliers showing the cycle of procurement of materials, so that we can achieve an increase in productivity, cost-effectiveness and agility of constructive activities. The analyzes were made through library research in books and the case study method. Through the case study method, the materials chosen for the analysis of acquisition were the ceramic block, ceramic floor and ready-mix concrete, these chosen for use in large-scale construction. The company analyzed is a midsize construction company, located in the city of Blumenau. The analysis allows to present guidelines that assist in materials procurement cycle management and the importance of the partnership system. Results from the partnership system implementation has shown that when the partnership is implemented, both involved benefit in different ways, the company becomes competitive in the market and the supplier becomes known demonstrating reliability and quality of its products and services. Keywords: Partnership. Competitiveness. Construction. Logistics.
  • 7. 7 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Integração da cadeia Logísica........................................................................ 24 Figura 2 - Confiabilidade................................................................................................ 26 Figura 3 - Ciclo do relacionamento ECR ....................................................................... 31
  • 8. 8 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 - Funções básicas do setor de suprimentos..................................................... 20 Quadro 2- Comparação entre a compra convencional e a coprodução .......................... 28 Quadro 3 - Benefícios e riscos na formação de parcerias............................................... 29 Quadro 4 – Tijolos comuns e sua resistência à compressão........................................... 35 Quadro 5 – Blocos cerâmicos e sua resistência à compressão ....................................... 36
  • 9. 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................. 14 1.2 QUESTÃO DE PESQUISA..................................................................................... 14 1.3.1 Geral .................................................................................................................... 15 1.3.2 Específicos........................................................................................................... 15 1.4 PRESSUPOSTOS..................................................................................................... 15 1.5 JUSTIFICATIVA PARA O TEMA ......................................................................... 15 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 18 2.1 LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS.......................................................................... 19 2.2 FORMAS DE COMPRAS DE MATERIAIS USUALMENTE UTILIZADAS ..... 21 2.3 GESTÃO DE COMPRAS........................................................................................ 22 2.4 SISTEMA DE PARCERIA...................................................................................... 24 2.5 COMO É CARACTERIZADO E FORMALIZADO UM SISTEMA DE PARCERIA .............................................................................................................. 25 2.6 INTEGRAÇÃO ENTRE FORNECEDOR E EMPRESA........................................ 26 2.7 CONTRIBUIÇÕES QUE UM SISTEMA DE PARCERIA PODE OFERECER PARA AS EMPRESAS............................................................................................ 28 2.8 RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR (ECR)........................................... 30 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................... 32 3.1 PROCEDIMENTOS................................................................................................. 33 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................... 34 4.1 A EMPRESA ANALISADA.................................................................................... 34 4.2 MATERIAIS ANALISADOS.................................................................................. 34
  • 10. 10 4.3 COLETA DE INFORMAÇÕES .............................................................................. 38 4.4 AQUISIÇÃO DOS INSUMOS ................................................................................ 38 4.2.1 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE BLOCO CERÂMICO ........... 39 4.2.2 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE CONCRETO USINADO....... 39 4.2.3 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DO PISO CERÂMICO................ 41 5. RESULTADOS DA PESQUISA ........................................................................... 42 6. CONCLUSÕES....................................................................................................... 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 45
  • 11. 11 1. INTRODUÇÃO A construção civil ainda utiliza métodos e processos do início do século XX, estes métodos ainda terão algum lugar no mercado, mas certamente, o que irá prosperar e crescer, serão empresas que buscam processos estruturados, focados na produtividade e em resultados para todas as partes. Em virtude da globalização o mercado consumidor também se modificou e, desta forma, os consumidores mostram-se cada vez mais bem informados e exigentes na hora de adquirir bens e serviços. Com esses fatores, as empresas são obrigadas a reformularem- se para atender as exigências do mercado e oferecer aos clientes produtos e serviços com menor preço e melhor qualidade. A grande preocupação das empresas manufatureiras seriadas passou a ser a racionalização de todas as atividades produtivas e a qualidade dos materiais e mão de obra envolvidas, desde a aquisição da matéria-prima do fornecedor até o atendimento das necessidades do cliente final. Esta preocupação fez aumentar de uma forma muito acentuada a importância da logística. (VIEIRA, 2006, p. 12) Uma das soluções encontradas para tal problema é o aprimoramento do conceito de logística, pois ela atua nas áreas de suprimentos, estocagem, movimentação e transporte. A logística visa à integração das áreas e processos da empresa a fim de obter melhor desempenho entre seus concorrentes. Através da logística, as empresas construtoras passam a deslocar o foco de suas estratégias, principalmente para atividades produtivas. De acordo com Vieira (2006, p. 13) começam a aparecer processos de treinamentos e requalificação dos operários, programas setoriais para melhoria da qualidade de produtos, criação de organismos independentes de certificação de produtos e sistemas de gestão da qualidade no setor. Aliado a isso, ainda segundo o autor, tecnologias operacionais começam cada vez mais a fazer parte do sistema construtivo, contribuindo não só com a produtividade (custos), como também com o nível de serviço oferecido. A demanda construtiva vem aumentando muito ao longo dos últimos anos e, com isso, muitos empreendimentos surgiram na área exigindo das empresas construtoras maior agilidade, eficiência e constante procura por redução de custos. Neste universo de crescentes exigências em termos de produtividade, é necessária uma mudança no processo de gestão do setor construtivo, exigindo que as empresas passem a introduzir novos procedimentos, métodos e processos. Essas
  • 12. 12 mudanças devem estar ligadas diretamente no pensamento estratégico e na visão sistêmica do setor. O sistema de parcerias entre empresas se torna um diferencial imprescindível para obtenção do sucesso dentro do setor construtivo, tendo como objetivo sempre em beneficiar o consumidor final. Este sistema pode contribuir significativamente para a empresa atingir seus objetivos, quanto ao aumento do rendimento e da qualidade do serviço, consequentemente, diminuindo os desperdícios e reduzindo despesas. Tal situação gera uma maior confiabilidade entre os envolvidos. A crescente busca por alta qualidade, baixo custo, rapidez e flexibilidade tem sido observada no setor da construção civil, tais pressões apresentam repercussões no estilo das funções organizacionais, desde os recursos humanos até o gerenciamento da produção. Dentro desse contexto uma função organizacional que merece atenção especial é a função de compras de materiais, pois é através dela que circulam grande parte dos recursos financeiros da empresa. Por meio de um planejamento quantitativo e qualitativo a função de compras de materiais tem a responsabilidade de suprir as necessidades da empresa possibilitando quantidades corretas, no momento certo e dentro das especificações desejadas. É importante salientar que a função de compras está diretamente ligada à produção, isto é, para haver uma melhoria das atividades que envolvem o processo de produção é necessária uma melhoria da função de compras. A influência da logística também se faz presente no controle e manutenção de estoques e o Just In Time (JIT) é um ótimo sistema para tal situação. De acordo com Ching (2008, p. 38), “o JIT visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e em locais corretos, utilizando o mínimo de recursos.” Cada vez mais as empresas têm trabalhado com margens operacionais muito baixas, devido aos consumidores estarem cada vez mais exigentes. Em consequência disso, as empresas devem sempre ter como objetivo a melhoria constante do fluxo produtivo. Surge então, a estratégia do sistema de parceria que é conhecida também como Resposta Eficiente ao Consumidor – ECR (Efficient Consumer Response). Com a concorrência cada vez mais forte e a presença de um consumidor cada vez mais exigente, com preços referenciais que procuram alternativas, valorizar o atendimento bem realizado e a prestação de um serviço com qualidade, tornou-se
  • 13. 13 explicitamente importante o desenvolvimento de uma estratégia que tivesse como objetivo a eficiência da cadeia como um todo. O ECR, surgiu então na década de 90, com o intuito de cumprir tais exigências (GHISI et al., 2001, p.5). A filosofia do ECR visa uma maior integração das empresas, sendo que, é dada importância à cadeia de abastecimento como um todo e não como a eficiência individual das partes. Assim proporcionando a garantia de ressuprimento contínuo, sendo possível reduzir o nível de estoques, os custos totais do sistema, disponibilizar produtos de melhor qualidade por um preço inferior ao consumidor final. “Para que se possa encaminhar uma maior eficiência, produtividade e nível de serviço é necessário que a tecnologia de informação atue nos processos de relacionamentos de todos os parceiros ou agentes dessa cadeia produtiva” (VIEIRA, 2006, p. 119). Ainda conforme o mesmo autor, partindo dessa premissa, surge a necessidade de usar ferramentas de colaboração interativa, as quais estão inseridas na iniciativa ECR. A cadeia de distribuição com o ECR tem a mesma base conceitual da cadeia de logística integrada, o supply chain. Ou seja, as duas estratégias envolvem todos os integrantes da cadeia por meio de processos interligados e compartilhados, possuindo a finalidade de agregar valor ao consumidor final. De uma forma geral, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management – SCM), pode ser entendido como uma extensão da logística de suprimentos acrescido de outras atividades de fundo mais gerenciais e estratégicos, como a questão das parcerias e das alianças estratégicas (PIRES, 1995, p. 123). Assim, as empresas passam a restabelecer as funções organizacionais e aproximam-se dos elos vizinhos da cadeia de suprimentos (fornecedores e clientes), a fim de resolverem problemas de qualidade dos materiais adquiridos, produtividade e fluxo de abastecimento. De acordo com Serra e Branco Junior (2003, p. 8), a utilização do conceito de cadeia de suprimentos muda o relacionamento empresa-fornecedor. Para os autores, o foco não se limita somente no crescimento da eficiência interna da organização, mas sim na inclusão e desenvolvimento das empresas fornecedoras como parceiras e na tentativa de acrescentar valor em toda a cadeia de suprimentos. Nesse cenário altamente competitivo e exigente, é vital que as empresas façam parcerias com fornecedores, baseando-se na confiança mútua, estabelecendo relações duradouras a fim de obter vantagem competitiva estratégica resultando em um melhor desempenho do que seria possível individualmente. É justamente dentro deste contexto
  • 14. 14 que o trabalho teve seu foco, ou seja, avaliar a forma de aquisição dos materiais em uma empresa de construção, demonstrando as vantagens de se efetuar um sistema de parcerias com fornecedores. Na construção civil, é visível que estes conceitos ainda são pouco assimilados e comumente, verificam-se as falhas de comunicação entre os agentes envolvidos. As informações circulam sem a velocidade necessária para evitar problemas em obras. A complexibilidade das estratégias de planejamento pode influenciar significativamente as decisões e formas de aquisições de suprimentos, principalmente materiais. Devido à complexibilidade da análise da aquisição do insumo material de construção, o presente trabalho pretende analisar a maneira de aquisição dos insumos concreto usinado, blocos cerâmicos e cerâmicas de revestimento de uma empresa construtora da cidade de Blumenau. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA O novo cenário do setor da construção civil evidencia que as empresas deem um enfoque para as atividades logísticas e estratégias operacionais, exigindo planejamento estratégico, valorizando a integração de todos os departamentos da empresa e estabelecendo parcerias com fornecedores. Porém, poucas empresas de construção possuem sistemas eficazes de gerenciamento de suprimentos, embora os materiais representem uma porcentagem significativa dos custos da construção. Decorrente disto, deve ser reconhecido que as empresas de construção civil precisam investir em melhorias no setor de gerenciamento de suprimentos, principalmente na formação de parcerias, de forma a garantir que sua empresa atinja o objetivo de produzir com qualidade e produtividade. O problema da pesquisa consiste em encontrar um caminho que possa mostrar a contribuição que um sistema de parceria eficaz e o gerenciamento da aquisição dos materiais pode trazer para a empresa. 1.2 QUESTÃO DE PESQUISA A questão de pesquisa que norteia esse assunto é a seguinte: a) qual a contribuição em manter parcerias logísticas em empresas construtoras com seus fornecedores?
  • 15. 15 1.3 OBJETIVOS A seguir enunciam-se os objetivos geral e específicos de pesquisa. 1.3.1 Geral Identificar a contribuição que um sistema de parcerias logísticas pode oferecer uma empresa construtora e seus fornecedores. 1.3.2 Específicos  Buscar uma empresa construtora para análise  Avaliar sua forma de aquisição dos materiais.  Demonstrar através de pesquisas e comparações a importância do sistema de parcerias como uma vantagem competitiva no mercado atual.  Analisar como e quanto as parcerias podem influenciar no aumento da produtividade e qualidade do serviço. 1.4 PRESSUPOSTOS Com base na revisão de literatura e resultados de pesquisa na área de logística e suprimentos, um dos pressupostos é a ausência de implementação de estratégias competitivas no setor da construção civil. Outro pressuposto deste trabalho é desenvolver uma pesquisa sobre a aquisição de insumos da construção civil e qual a contribuição do sistema de parcerias logísticas entre empresas construtoras e seus fornecedores, evidenciando oferecer aos clientes produtos e serviços com menos preço e maior qualidade, reduzindo custo e consequentemente aumentando a competitividade da empresa. 1.5 JUSTIFICATIVA PARA O TEMA Verifica-se nas empresas brasileiras que a prática das atividades logísticas e de gestão de informação ainda é muito ausente, existindo ainda a existência de estruturas
  • 16. 16 departamentalizadas e com má comunicação interna. Dessa maneira, o enfoque das atividades logísticas e de gestão de informação exige planejamento estratégico e trabalho em equipe, valorizando a integração de todos os departamentos da empresa e principalmente estabelecendo alianças com fornecedores. No cenário atual de grande competitividade, é importante que as empresas busquem diferencial que as tornem mais competitivas no mercado, por isso, uma das principais razões para a execução dessa pesquisa é avaliar a forma de aquisição dos materiais de construção e qual contribuição do sistema de parcerias para as empresas. Este estudo certamente será de grande ajuda para uma melhor escolha ao decidir fazer uma parceria com fornecedor. 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO A partir do conhecimento teórico e conceitual adquirido através da revisão bibliográfica e na delimitação do problema de pesquisa, a presente dissertação foi desmembrada em cinco capítulos principais apresentados conforme sistematização a seguir: Capítulo 1 – “Introdução”: Neste capítulo foi feito uma introdução a contextualização científica do tema, abrangendo aspectos de caracterização, formulação e delimitação do problema de pesquisa, as devidas justificativas para a realização do estudo, definidos assim os objetivos da pesquisa. Capítulo 2 – “Revisão Bibliográfica”: O objetivo deste capítulo é fazer uma breve conceituação sobre logística e a importância da gestão de compras de materiais. Em seguida são enfatizadas as características do sistema de parcerias, bem como, as contribuições e a integração entre empresa e fornecedor. Por fim, é feita uma breve conceituação sobre a estratégia do sistema de Resposta Eficiente ao Consumidor (ECR). Capítulo 3 – “Procedimentos Metodológicos”: Neste capítulo descrevem-se os procedimentos metodológicos que nortearam esta pesquisa, descrevendo e conceitualizando os métodos adotados. Capítulo 4 – “Análise dos Resultados”: Incialmente são relatados os procedimentos para obter as informações sobre tudo que está relacionado com os materiais analisados. Em seguida é feita uma designação da empresa, são detalhados os procedimentos de aquisição destes insumos, bem como a caracterização do sistema de parceria e relacionamento da empresa com seus fornecedores.
  • 17. 17 Capítulo 5 – “Resultados da Pesquisa”: Baseado nas informações dos procedimentos reais de aquisição, neste capítulo serão destacados os pontos, em todo o processo de aquisição, onde o sistema de parcerias mais poderá contribuir. Capítulo 5 – “Conclusões”: Com base nos estudos realizados são apresentadas algumas considerações pertinentes ao tema. Por fim, é apresentada a lista de referências bibliográficas utilizadas no presente trabalho.
  • 18. 18 2. REVISÃO DE LITERATURA O conceito de logística existe desde a década de 40, foi utilizado pelas Forças Armadas norte-americanas. Ele relacionava-se com todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais durante a Segunda Guerra Mundial, e foi utilizado por militares americanos para atender a todos os objetivos de combate da época (CHING, 2008, p. 15). Segundo Ching (2008, p. 16), a insuficiente difusão da logística nas empresas fez com que elas tratassem de problemas logísticos pontuais, como roteirização e dimensionamento de frota de veículos, localização, seleção de fornecedores, etc. Por outro lado, é necessária uma maior dedicação à integração das atividades logísticas na empresa, à quantificação e definição do nível de serviço ao cliente, transportadores e à integração de todos esses fatores dentro da cadeia logística. A logística é reconhecida como um elemento que faz interface com todos os cenários possíveis nas organizações e a construção civil brasileira passa por transformações significativas em seu desempenho e na sua relação com o mercado, tendo por essa razão estabelecido um panorama de busca pela excelência. O funcionamento sinérgico dos atores envolvidos na cadeia de suprimentos garante o pleno exercício das atividades dentro do canteiro de obras e o setor da construção civil possui grande importância para a economia, porém o seu crescimento é limitado devido à escassez de mão de obra e, por vezes também os insumos. É fundamental dar atenção a administração de materiais nas obras, principalmente pelo alto valor financeiro do produto final do processo da construção, também pela elevada quantidade de insumos e alto custo de algumas matérias-primas envolvidas, ou seja, há grande quantidade de capital em jogo e caso não haja uma boa administração de materiais e houver perdas desnecessárias, isso poderá reduzir o lucro que as construtoras obterão com o empreendimento. (HAGA, 2000, p. 6) Portanto, é de suma importância estabelecer parcerias duradouras, isso garantirá que não haverá interrupção de abastecimento dos materiais no canteiro de obras, diminuindo o risco de atraso de entrega das obras, evitando multas de atraso, além da empresa se tornar bem vista pelo mercado. Ou seja, uma empresa confiável e de qualidade, já que quando se tem uma logística de suprimento, como por exemplo, um sistema de parcerias, consegue-se atingir os padrões de qualidade propostos.
  • 19. 19 2.1 LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS A logística de suprimentos envolve relações entre fornecedores e empresas, incluindo atividades, como a garantia da disponibilidade de materiais de alta qualidade no momento e nas quantidades necessárias. É preciso que as empresas e fornecedores tenham planos alinhados estratégicos que direcionam recursos para a redução de custos. Frequentemente, o suprimento de materiais na indústria da construção é repleto de dificuldades que podem apresentar efeitos significantes na produtividade. “Um maior ganho na produtividade é possível se o processo de construção for planejado com uma perspectiva logística” (AGAPIOU, 1998, p. 54). As compras assumem papel estratégico na empresa, deve-se tornar o processamento de pedidos de compras simplificado e integrado com o processo de abastecimento a fim de melhorar a produtividade. Segundo Silva e Cardoso (1997, p. 23), “a logística de suprimentos é a logística responsável pelo transporte e abastecimento de todos os tipos de recurso (mão de obra, materiais e equipamentos) necessários à produção dos edifícios dentro e fora do canteiro”. Ainda de acordo com os mesmos autores, “as principais atividades realizadas por essa função são: reposição dos recursos previstos no planejamento com a emissão e transmissão dos pedidos de compra, transporte até a obra e manutenção dos suprimentos previstos”. De acordo com Pires (1995, p. 98), uma das várias questões importantes a serem resolvidas dentro do processo de formulação e implementação de uma estratégia de suprimentos diz respeito ao gerenciamento da produção, representado principalmente pelas atividades de planejamento e controle da produção. Para um funcionamento adequado, o setor de suprimentos necessita de um fluxo constante de informações confiáveis entre os departamentos interessados. O funcionamento harmônico entre uma empresa e fornecedor no gerenciamento de suprimentos garante o pleno exercício de suas funções propiciando coesão operacional e de planejamento. O setor de suprimentos em uma empresa construtora possui diversas funções a ele atribuídas. Uma descrição genérica dessas funções assumidas é apresentada no Quadro 1 a seguir. (PALACIOS, 1995, p. 81)
  • 20. 20 Quadro 1 - Funções básicas do setor de suprimentos Fonte: Palacios (1995). Observa-se que nem todas as funções estão presentes nas empresas construtoras. As variações podem existir em função da abrangência regional, do tipo de obra, tamanho da empresa e a existência do sistema de parcerias. Assim, para a execução destas atividades são necessárias algumas mudanças no perfil das empresas, principalmente no relacionamento entre empresa e fornecedor, consolidando o sistema de parceria para a obtenção de qualidade e contínua produtividade.
  • 21. 21 2.2 FORMAS DE COMPRAS DE MATERIAIS USUALMENTE UTILIZADAS A crescente busca por qualidade, baixo custo e rapidez são pressões competitivas frequentemente observadas no setor da construção civil. Uma das funções organizacionais que tem recebido atenção especial é a função de compras de materiais, pois é através dela que circulam grande parte dos recursos financeiros da empresa construtora. As aquisições de materiais geralmente são feitas com caráter de urgência o que pode gerar atrasos na entrega desses materiais e atraso na entrega da obra. Desta forma, é muito importante o bom relacionamento entre as organizações envolvidas na obra, para que haja alinhamento de interesses e o abastecimento do canteiro não seja prejudicado pela falta de materiais ou atraso em entrega dos mesmos. Como se sabe, a construção civil movimenta grandes quantidades de materiais e assim movimenta também capitais, porém diversos fatores fazem com que haja grande desperdício de materiais, o que, dá-se principalmente com os materiais de baixo valor. Muitos dos itens são comprados por oportunidade, ou seja, em períodos de grande oferta e baixa demanda, o que garante um preço de compra competitivo, o erro ocorre quando as empresas compradoras não efetivamente controlam a significância dos custos de armazenamento, movimentação, tempo e até mesmo a possível depreciação de determinados itens. O que vai efetivamente contra o que apregoa a gestão contemporânea, cuja interpretação de Bertaglia (2003, p. 316) se direciona para a avaliação de que “o estoque é extremamente salutar para a organização, uma vez que um dos aspectos fundamentais da administração moderna enfatiza a redução dos estoques. O aumento ou a redução dos níveis de estoques geram forte impacto nas finanças de qualquer empresa”. É visível uma grande necessidade de melhorias na forma de aquisição dos materiais, pois inúmeras situações prejudicam o desempenho da função de aquisição de materiais:  Falta de controle: devido ao grande fluxo de compras de materiais e o baixo valor unitário da maioria das requisições, boa parte das empresas construtoras não investe em controle;
  • 22. 22  Centralização de compras: são realizadas inúmeras cotações a cada pedido, por mais simples que seja, contribuindo para a morosidade das compras;  Relacionamento conflitante entre a obra e o escritório: desgaste gerado entre a área de compras e os usuários (obra) que requisitam os materiais é enorme;  Falta de tempo para negociações: o planejamento das aquisições e a criação de parcerias com os fornecedores são essenciais. O relacionamento tradicional entre empresa e o fornecedor apresenta diversos elementos como: arranjo “ganha-perde”, incertezas, mínima troca de informações, aquisição de materiais em diversas empresas para manter a competição do preço, desonestidade e frustração. Estes elementos, geralmente são considerados negativos, consequentemente, a produtividade fica ociosa e a empresa não é bem vista no mercado. O gerenciamento eficaz da aquisição de materiais está diretamente ligado à produção, assim, o gerenciamento pode representar uma contribuição significativa para o alcance dos objetivos estratégicos da empresa, promovendo maior agilidade das operações e melhoria contínua dos materiais adquiridos. 2.3 GESTÃO DE COMPRAS A gestão de compras tem a responsabilidade de planejar, dirigir, controlar e coordenar as atividades relacionadas a compra do material. De acordo com Santos e Jungles (2008, p. 27), “essa gestão assume papel estratégico nos negócios de hoje ante o volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucros.” Segundo Baily (2000, p. 52), é fácil perceber que mesmo pequenos ganhos decorrentes de melhor produtividade na função têm grande repercussão no lucro. Por isso as empresas passaram por reestruturação nos últimos anos, investindo em tecnologias e novos relacionamentos com os fornecedores. O posicionamento atual da gestão de compras é bem diferente do modo tradicional como era antigamente. Antes da Primeira Guerra Mundial, essa função tinha
  • 23. 23 um papel essencialmente burocrático. Depois, já na década de 1970, devido principalmente à crise do petróleo, a oferta de várias matérias-primas começou a diminuir enquanto seus preços aumentavam vertiginosamente (ISATTO, 1996, p. 32). Nesse cenário, saber o que, quanto, quando, e como comprar começa a assumir condição de sobrevivência, e assim, a área de compras ganha mais visibilidade dentro da empresa, tendo em vista que o setor de compras é parte integrante da cadeia de suprimentos. Stukhart (1995, p. 251) refere-se à função de compras de materiais como um subsistema de gestão integrada para controlar, planejar e redirecionar esforços com o intuito de executar as seguintes funções:  Elaboração do planejamento das compras;  Quantificação de materiais;  Preparação de requisições, com documento de suporte que defina os materiais do projeto;  Qualificação e seleção de fornecedores;  Solicitação de cotações;  Avaliação e aprovação de cotações, negociações e formulação de pedidos ou contratos;  Disponibilização das informações necessárias (especificações, projetos, datas de entrega) aos fornecedores para assegurar a entrega segundo o cronograma;  Controle da qualidade para assegurar atendimento às especificações;  Recebimento, inspeção, armazenagem e distribuição de materiais no canteiro;  Pagamento dos fornecedores. É comum no setor da construção, focar em melhorias para funções que podem gerar lucro de forma direta para a empresa, como por exemplo, as vendas ou produção, e assim, grande parte das empresas foca a atividade de compras nas necessidades imediatas da obra. Salienta-se que o direcionamento de esforços para o aprimoramento da função de compras de materiais é de suma importância, haja em vista que essa ação pode se
  • 24. 24 transformar em um importante aliado da empresa de construção na busca da competitividade e lucratividade. 2.4 SISTEMA DE PARCERIA Dentro da cadeia de suprimentos o sistema de parceria se torna cada vez mais relevante para o sucesso da empresa. Segundo Vieira (2006, p. 60), “A parceria tem como base a confiança mútua, onde o pensamento que prevalece é: se meu parceiro tiver sucesso eu também tenho.”. Baseado na confiança mútua, ainda de acordo com o autor, o objetivo básico é melhorar o desempenho de toda a cadeia de abastecimento, visando melhor atender e beneficiar o consumidor final. Abaixo é demonstrada a integração de uma cadeia logística, envolvendo fornecedores e clientes parceiros. Figura 1 - Integração da cadeia Logísica Fonte: Ching (2008). Entre as empresas parceiras deve haver um bom relacionamento gerando uma maior confiabilidade em questões como prazo de entrega do material, quantidade certa, qualidade adequada, aumentando assim o nível de produtividade. Nesse contexto, mantendo uma parceria, a produtividade tem de aumentar significativamente, pois com os materiais chegando na hora, quantidade, qualidade e local certo o que consequentemente reduz o desperdício e mantém um ritmo de produção.
  • 25. 25 Para que se possa oferecer preço baixo e produtos de qualidade aos consumidores, os clientes e os fornecedores devem operar em parcerias e conseguir economia por meio: de melhoria de eficiência; giros mais rápidos de estoques; melhores níveis de inventários; maior variedade de produtos; e perdas de produtos reduzidas, ou seja, maximizar o nível de serviço ao cliente. (VIEIRA, 2006, p. 117) Nesse contexto, a parceria entre empresa e fornecedores envolve transações comerciais e trocas relacionais. A busca pela obtenção de ganhos por ambos os participantes, frequentemente envolve relacionamentos de longo prazo, cujo sucesso, de acordo com Mohr (1994, p. 135) envolve fatores como comprometimento, coordenação e confiança. 2.5 COMO É CARACTERIZADO E FORMALIZADO UM SISTEMA DE PARCERIA Com a criação de parcerias, as empresas precisam otimizar as oportunidades de negócios e fechar os elos com os clientes e fornecedores. Aplicando um sistema eficaz de parceria, há uma maximização das transações comerciais e minimização de custos. Para formalizar um sistema de parcerias, segundo Vieira (2006, p. 121) “O fornecedor se compromete a garantir o ressuprimento do seu cliente em troca de fornecimento garantido do seu produto para esse mesmo cliente.”. Ainda segundo o autor “os parâmetros de negociação entre os parceiros são previamente definidos e não há desgaste nem perda de tempo a cada compra ou pedido.” É feita a formalização dos procedimentos que irão ser desenvolvidos na parceria ao longo do tempo nas transações com relação ao transporte, qualidade dos produtos, preços, frequência das entregas, pontos de ressuprimentos, entre outros. (VIEIRA, 2006, p. 121) Através desse sistema as empresas compartilham dificuldades, problemas e informações, podendo assim definir as melhores soluções possíveis para o benefício mútuo.
  • 26. 26 Figura 2 - Confiabilidade Fonte: Guedes (2014). Para a decisão pela realização de parcerias é necessária uma avaliação dos benefícios e riscos envolvidos, dado que a implementação das relações empresa fornecedor através de parceria envolve benefícios e riscos para os participantes. Outro fator de extrema importância para as empresas é a de identificação por parte destas vantagens pelos fornecedores potenciais para a realização da parceria, ou seja, diagnosticar com quais fornecedores o relacionamento de parceria é de grande importância para a empresa. 2.6 INTEGRAÇÃO ENTRE FORNECEDOR E EMPRESA A partir do preceito de que os fornecedores têm o poder de colocar a empresa na frente ou deixá-la para trás, dado que um problema no cronograma de produção do fornecedor, uma falta de cumprimento dos prazos ou um erro administrativo, podem interferir nas metas de excelências de serviço da empresa, defende-se a ideia de que parcerias com fornecedores são um imperativo competitivo. O relacionamento entre cliente e fornecedor pode se dar de diversas maneiras. De qualquer forma, para que o relacionamento entre eles alcance o ideal de colaboração, ele deve passar pelos seguintes estágios:
  • 27. 27 Estágio 1: Tanto fornecedor quanto cliente estão incertos quanto ao nível de comprometimento da outra parte no esforço de cumprir o acordo; Estágio 2: O cliente é pressionado a cumprir um objetivo relacionado aos custos e o fornecedor pressionado a aumentar o volume dentro do orçamento; Estágio 3: O cliente tenta obter o controle de pedidos e o fornecedor procura garantir o negócio devido a investimentos realizados; Estágio 4: Ambos os lados buscam a criação de um novo relacionamento que traga benefício mútuo; Estágio 5: Ambas as partes devem abrir mão do interesse pessoal e independência em favor da confiança, a fim de se obter uma aliança; Estágio 6: Passa-se a discutir novos valores, tais como investimento em equipamentos, resolução de problemas e melhoria contínua, para garantir a aliança realizada; Estágio 7: Cliente e fornecedor são parceiros, obtendo margens maiores de lucro, qualidade assegurada, tempo de resposta e estoques menores e produção flexível. Observa-se que o nível de qualidade geral tende a crescer conforme há evolução de um passo para outro, devido à mudança de comportamento de cliente e fornecedor e ao aumento de comprometimento mútuo Para maiores chances que as habilidades de cada parte sejam aplicadas para atingir um benefício mútuo, é importante que as empresas mantém um estreito relacionamento entre fornecedor e comprador. Segundo Christopher (1999, p. 158), muitas companhias descobriram que através da forte cooperação com os fornecedores elas poderiam melhorar o projeto do produto e descobrir meios mais eficientes de trabalharem juntos. De acordo com o mesmo autor, esta é a lógica que acentua a emergência do uso do conceito de “coprodução”, que pode ser definida como: “o desenvolvimento de um relacionamento de longo prazo com número limitado de fornecedores com base na confiança mútua.” O quadro a seguir apresenta um resumo das diferenças entre a abordagem convencional nas relações com o fornecedor e o conceito de coprodução.
  • 28. 28 Quadro 2- Comparação entre a compra convencional e a coprodução Fonte: Christopher (1999). Dessa forma, pode-se observar que a seleção dos fornecedores corretos é de suma importância na busca de uma relação de parceria. 2.7 CONTRIBUIÇÕES QUE UM SISTEMA DE PARCERIA PODE OFERECER PARA AS EMPRESAS O sistema de parcerias é uma estratégia para eliminar custos excedentes e onde fornecedores e clientes tiram vantagens. Sendo assim, os fornecedores devem oferecer serviços de qualidade e confiança para não gerar custos extras, os quais direcionam o preço do produto final. De forma a evitar o aumento de custos e não vir a ocorrer descontinuidade produtiva é importante que a empresa sempre tenha produtos disponíveis evitando a ociosidade dos trabalhadores e mantendo o ritmo de produtividade. O quadro abaixo indica alguns riscos e benefícios comumente envolvidos na formação de parcerias.
  • 29. 29 Quadro 3 - Benefícios e riscos na formação de parcerias Fonte: Santos e Jungles (2008). Outro fator favorecido com o sistema de parceria é a consistência do prazo de entrega do fornecedor segundo Vieira (2006, p.120) “maior serão os estoques e, por consequência, maiores os custos com a manutenção de estoques.”. Segundo Vieira (2006, p. 119), a estratégia do sistema de parceria que é efetivada com objetivo de melhorar o fluxo produtivo das empresas é conhecida no setor manufatureiro como Resposta Eficiente ao Consumidor – ECR (Efficient Consumer Response). Essas parcerias podem ser consideradas como implementação de iniciativas relacionadas aos sistemas de informações numa cadeia de suprimentos. Com o sistema de parcerias as informações são mais rápidas e podem fluir por processos eletrônicos obtendo mínimo tempo de interrupções do processo construtivo e mínimo de perdas.
  • 30. 30 2.8 RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR (ECR) A dramática reestruturação de empresas em busca de maiores níveis de qualidade e produtividade, a globalização dos mercados e o surgimento de novas tecnologias de processamento e transmissão de dados desempenha um papel fundamental na mudança de práticas tradicionais de negócios entre duas empresas. A filosofia do ECR (Efficient Consumer Response) visa uma maior integração das empresas, sendo que, é dada importância à cadeia de abastecimento como um todo e não como a eficiência individual das partes, sendo assim possível, reduzir o nível de estoques, os custos totais do sistema, disponibilizar produtos de melhor qualidade por um preço inferior ao consumidor final (GHISI et al., 2001, p. 3). A Resposta Eficiente ao Consumidor exige o repensar de toda a cadeia de valor, de forma a conseguir a torná-la mais ágil e eficiente no fornecimento aos consumidores, dos produtos certos e ao preço esperado. Deve-se ressaltar que o calor ao consumidor é criado por meio de melhores produtos, preços baixos, maior variedade e conveniência, melhor disposição de produtos, etc. Para que se possa oferecer isso aos consumidores, os clientes e fornecedores devem operar em parcerias e conseguir economia por meio: de melhoria de eficiência; giros mais rápidos de estoques; melhores níveis de inventários; maior variedade de produtos; e perdas de produtos reduzidas, ou seja, maximizar o nível de serviço ao cliente. (VIEIRA, 2006, p. 117) O ECR, tem o objetivo de proporcionar a garantia do ressuprimento contínuo, porém, para que isso seja possível, é necessário que seja mantido um fluxo consistente de produtos e informações que caminham bidirecionalmente na cadeia logística de abastecimento, tampouco é de suma importância que as atividades estejam em sintonia entre as empresas parceiras através de um amplo sistema de monitoramento. Ao implementar a estratégia do ECR, que está alinhado ao sistema de parceria, a empresa e fornecedores passam a manter um ciclo de informações, compartilhando problemas e encontrando soluções a fim de eliminar custos excedentes da cadeia de abastecimento. Ou seja, integrando os processos logísticos e comerciais, baseado na eficiência individual, podem ser obtidos inúmeros benefícios significativos, assim, atingindo melhores níveis de serviços e sucesso mútuo.
  • 31. 31 Figura 3 - Ciclo do relacionamento ECR Fonte: UFRJ (2003, apud VIEIRA, 2006) O objetivo final do ECR é a criação de um sistema eficaz, direcionado ao consumidor, no qual as empresas construtoras e fornecedores trabalham juntos, com planos alinhados, focando em minimizar custos e maximizar a satisfação do consumidor.
  • 32. 32 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Neste capítulo descrevem-se os procedimentos metodológicos que nortearam esta pesquisa. Para a realização deste trabalho, os métodos adotados foram o estudo de caso com caráter exploratório e também foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros com ênfase em logística. Segundo Köche (1997, p. 64), “a pesquisa bibliográfica levanta conhecimento disponível na área, identificando teorias produzidas, analisando-as e avaliando a sua contribuição para compreender ou explicar o problema objeto da investigação.” A ideia principal foi realizar uma pesquisa qualitativa com caráter exploratório, desenvolvendo ideias a partir de padrões encontrados. A pesquisa exploratória, conforme Severino (2007, p. 123), busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. É utilizada para realizar um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa. Por ser uma pesquisa bastante específica ela assume a forma de um estudo de caso, sempre conciliando com outras fontes que darão base ao assunto abordado, como é o caso da pesquisa bibliográfica e das entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. Ou seja, ela visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Com relação aos procedimentos técnicos para a realização da pesquisa, uma das modalidades escolhida é o Estudo de Caso. Na definição de Yin (2005, p. 32), “um estudo de caso é uma investigação empírica, que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre fenômeno e contexto estão claramente definidos”. Ainda com base em Yin (1989, p. 32), pode-se afirmar que o estudo de caso não é apenas uma tática para coleta de dados, mas uma estratégia de pesquisa abrangente. O autor expõe, ainda, que o estudo de caso envolve situações únicas, com várias fontes de evidência e baseia-se no desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise dos dados. O método do estudo de caso " ... não é uma técnica específica. É um meio de organizar dados sociais preservando o caráter unitário do objeto social estudado" (GOODE & HATT, 1969, p. 422). De outra forma, Tull (1976, p. 323) afirma que "um
  • 33. 33 estudo de caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular" e Bonoma (1985, p. 203) coloca que o "estudo de caso é uma descrição de uma situação gerencial". Na pesquisa qualitativa o objetivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações Deslauriers (1991, p. 58 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2008, p. 32). Acerca das técnicas utilizadas, cabe, ainda, salientar que a metodologia é de grande relevância numa pesquisa científica, uma vez que é uma etapa preponderante para alcançar os objetivos propostos. 3.1 PROCEDIMENTOS Primeiramente, uma revisão bibliográfica para caracterização e contextualização do sistema de parcerias foi feita, pois como o estudo é qualitativo e exploratório, buscou- se elementos que sustentassem as expectativas criadas dentro do conceito de sistema de parceria. A partir da revisão, pode-se ter uma base conceitual para posteriormente realizar o estudo de caso na empresa.
  • 34. 34 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo será abordado tudo que se relaciona com a aquisição dos materiais na empresa referenciada no estudo. Evidentemente, o estudo terá como foco apenas três tipos de insumos sendo o bloco cerâmico, concreto usinado e piso cerâmico, os quais são bastante representativos tendo em vista o grande volume dos mesmos empregados no desenvolvimento da obra. Inicialmente, será relatada a forma que foram obtidas as informações, posteriormente, serão detalhadas as maneiras de aquisição destes insumos pela empresa e a forma de relacionamento com os seus fornecedores. Por último, com base nas informações dos procedimentos reais de aquisição, serão destacados os pontos, em todo o processo de aquisição, onde o sistema de parcerias mais poderá contribuir. 4.1 A EMPRESA ANALISADA A construtora analisada está localizada na cidade de Blumenau – SC, trata-se de uma construtora de médio porte e conceituada. Em uma cidade de médio porte, alcançou destaque nacional na área, assim, a empresa destaca-se pela qualidade e busca pela excelência, possuindo um Portfólio de 83 edifícios lançados, sendo 68 edifícios entregues. A empresa possui certificações que a destacam e a mantém forte no setor da construção, um exemplo é a certificação ISO 9001:2008. Esta norma estabelece requisitos para o Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) de uma organização, ou seja, esta norma tem o objetivo de lhe prover confiança de que o seu fornecedor poderá fornecer, bens de serviços de acordo com o que você especificou. A empresa está sempre me busca de melhorias e qualidade, possuindo também a certificação PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat), a qual visa a contribuição para a evolução da qualidade no setor, aumentando a satisfação dos clientes. 4.2 MATERIAIS ANALISADOS Os materiais usados na construção civil se destinam a diversos fins, tais como acabamentos, estruturas, etc., sendo que cada um deles exige características próprias para
  • 35. 35 o fim a que se destinam, pois a durabilidade e a qualidade de uma construção dependem diretamente dos materiais que nela são empregados. Os materiais analisados são aplicados em grandes proporções, principalmente quando a empresa possui mais de uma obra em andamento, a qual se aplica a empresa analisada. Foram escolhidos 3 materiais, sendo o bloco cerâmico, piso cerâmico e o concreto usinado.  Bloco Cerâmico O bloco cerâmico ou tijolo cerâmico pode ser divididos em dois tipos: maciços ou vazados. O tijolo maciço é mais utilizado na execução de muros, alvenarias portantes e nas primeiras fiadas de alvenarias comuns. Normalmente ele é fabricado por processos de prensagem, secado e queimado a fim de adquirir as propriedades compatíveis com seu uso. Segundo a NBR 7170, os tijolos comuns podem ser classificados em A, B e C, conforme a sua resistência à compressão, demonstrado no quadro a seguir. Quadro 4 – Tijolos comuns e sua resistência à compressão CLASSE RESISTÊNCIA MÍNIMA À COMPRESSÃO (Mpa) A 1,5 B 2,5 C 4,0 Fonte: IFSUL (2011). Já os tijolos especiais, podem ser fabricados em formatos e especificações de acordo com o uso, sempre obedecendo Aos critérios da NBR 7170, que recomenda as seguintes dimensões nominais para o tijolo maciço: comprimento de 190mm, largura de 90mm e altura de 57 ou 90mm. Apesar das dimensões apresentadas pela norma, são toleradas diferenças de até 3mm nas dimensões especificadas, porém, no mercado, são encontrados diversos tamanhos, pois muitos fabricantes desconhecem ou ignoram as normas.
  • 36. 36 Quanto à aparência, a NBR 7170 recomenda que os tijolos não apresentem defeitos sistemáticos, tais como trincas, quebras, superfícies irregulares, deformações e desuniformidade na cor. As arestas devem ser vivas e os cantos resistentes. Além disso, a norma apresenta procedimentos a serem realizados para verificação e aceitação dos lotes de material. Os blocos cerâmicos vazados, normalmente, são moldados por extrusão e possuem furos ao longo do seu comprimento que podem ser prismáticos ou cilíndricos. Geralmente, os blocos vazados são classificados como blocos de vedação ou estruturais. O bloco de vedação é utilizado para fechamento de vãos e a única carga que suporta é seu peso próprio. São utilizados em paredes internas e externas dos mais diferentes tipos de edificações. Os blocos estruturais são projetados para suportar carga além de seu peso próprio. De acordo com a NBR 7171, os blocos estruturais podem ser divididos em comuns e especiais. Os blocos estruturais especiais podem ter dimensões e formatos especiais, desde que sigam o disposto na norma. Porém, os comuns de uso corrente, são classificados conforme a classe e a resistência e estão demonstrados no quadro abaixo. Quadro 5 – Blocos cerâmicos e sua resistência à compressão CLASSE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NA ÁREA BRUTA (Mpa) 10 1,0 15 1,5 25 2,5 45 4,5 60 6,0 70 7,0 100 10,0 Fonte: IFSUL (2011).
  • 37. 37 A NBR 7171, que trata de blocos cerâmicos para alvenaria, especifica algumas condições gerais para esse material. O bloco cerâmico deve trazer gravado o nome do fabricante, o município onde está localizada a fábrica e as dimensões do bloco em centímetros. Independentemente do tipo de bloco, os mesmos não devem apresentar defeitos como tricas, quebras, superfícies irregulares ou deformações que impeçam seu emprego.  Concreto Usinado O concreto é um material formado pela mistura de cimento, água, agregados (areia e pedra) e, eventualmente, aditivos. Inicialmente o concreto encontra-se em estado plástico, permitindo ser moldado das mais diversas formas, texturas e finalidades. O concreto é um dos materiais da construção mais utilizado no Brasil. A busca constante da qualidade, a necessidade de redução de custos e a racionalização dos canteiros de obras, fazem com que o concreto dosado em central, seja cada vez mais utilizado. Segundo a ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem do Brasil), podemos destacar algumas vantagens do concreto usinado, tais como a eliminação das perdas de areia, brita e cimento, maior agilidade e produtividade da equipe de trabalho, redução no controle de suprimentos, materiais e equipamentos, bem como a eliminação das áreas de estoques, com melhor aproveitamento do canteiro de obras, garantia da qualidade do concreto devido ao rígido controle adotado pelas centrais dosadoras.  Piso Cerâmico A cerâmica pode ser feita em argila pura de massa vermelha, ou de uma mistura com cerca de nove minerais de tonalidade clara ou branca. No Brasil, a abundância dessa matéria prima, argila, estimulou o crescimento desse mercado recheado de opções, com características específicas para se adaptar ou compor diferentes ambientes. Atualmente existe uma variedade de produtos cerâmicos para atender aos mais variados tipos de ambientes como: áreas comerciais ou industriais, residências, fachadas e piscinas, mantendo as características contemporâneas de durabilidade aliada à beleza estética.
  • 38. 38 A grande vantagem da utilização do revestimento cerâmico reside nas seguintes características: durabilidade do material, facilidade de limpeza, higiene, qualidade do acabamento final, proteção dos elementos de vedação, isolamento térmico e acústico, estanqueidade à água e aos gases, aspecto estético e visual agradável. Algumas propriedades da cerâmica vêm da massa, outras são determinadas pelo esmalte. A massa, ou o corpo, influência a absorção de água, a expansão por umidade e a resistência ao peso (mecânica) e ao gelo. O esmalte, torna a placa resistente a abrasão (PEI), manchas e substâncias químicas. E nas placas de superfície lisa é ele também que garante um bom coeficiente de atrito, neste caso: antiderrapante. 4.3 COLETA DE INFORMAÇÕES Por se tratar de um estudo de caso, foi necessário fazer uma visita na empresa analisada. As informações foram obtidas através de uma reunião com a engenheira coordenadora da qualidade, responsável pelo sistema de gestão da qualidade incluindo suprimentos, orçamentos e assistência técnica da empresa. Durante a entrevista, as questões solicitadas foram referentes ao modo de aquisição dos três tipos de insumos, se a empresa possuía sistema de parceria com os fornecedores bem como, a qualidade dos insumos e a relação da empresa com o fornecedor. 4.4 AQUISIÇÃO DOS INSUMOS A maneira de aquisição dos materiais na construção civil assume papel estratégico nos negócios de hoje, principalmente em questões como produtividade e qualidade dos processos de construção. Nesse cenário, a empresa em estudo, se beneficia em relação aos insumos abordados, através de processos implantados, como o sistema de parceria. As compras são realizadas pelos gestores de obras, sendo que cada um faz a sua cotação, porém, destacando os insumos analisados a empresa já possui fornecedores específicos os quais não tem nenhum problema, com exceção do concreto usinado. O processo de compras é feito através de solicitação de obra, uma ordem de compra é enviada para o fornecedor e a compra é realizada. Assim que o material chega na obra, os
  • 39. 39 materiais são conferidos, em seguida a nota fiscal é lançada para o setor financeiro e por fim para a contabilidade. 4.2.1 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE BLOCO CERÂMICO A aquisição do bloco cerâmico realizada pela empresa, é feita somente de um fornecedor, este localiza-se em Rio do Sul, Santa Catarina. Por se tratar de uma construtora que possui muitas obras em andamento, necessita-se de um volume muito grande para suprir todas as obras, dessa forma, a empresa faz prioridade em relação ao prazo de entrega do insumo à obra. A engenheira conta que nunca tiveram problemas com o fornecimento, pois o material sempre chega nos horários combinados e com a quantidade necessária. Ela ainda comenta que é difícil ter quebras com esse material, porém, quando tem, sempre está de acordo com o limite de quebra aceitável. O fornecedor possui tijolo bem dimensionado, paletizado e com selos de qualidade. Na entrega do material para a empresa, o fornecedor disponibiliza um muque o qual facilita no manuseio de retirada dos pallets. Desta forma, o fornecedor passa confiança para a empresa, cumprindo prazos, quantidades e qualidade de serviço. A parceria é nítida, pois o relacionamento entre empresa e fornecedor é de maneira contínua e com facilidades, uma vez que, já são conhecidos os procedimentos e as datas estabelecidas de faturamento, não tendo problemas burocráticos. É importante destacar que o benefício é mútuo, e a parceria acontece por permuta, ou seja, o fornecedor compra o apartamento e a empresa compra a cerâmica, mantendo assim um ciclo de aquisição e fortalecendo a parceria. A permuta não é permanente, na verdade a permuta é realizada sempre quando está se encerrando um contrato e havendo o interesse de ambas as partes em realizar nova permuta, sendo realizado novo contrato, caso contrário, as compras são realizadas de forma normal, mantendo a parceria. 4.2.2 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DE CONCRETO USINADO A empresa possui muitas obras em andamento, o que necessita um volume muito grande de concreto usinado. A engenheira conta que é muito difícil obter uma
  • 40. 40 parceria com uma única concreteira, em função de que a empresa possui várias obras em andamento, portanto, uma única concreteira não atenderia às necessidades da empresa. O relacionamento entre empresa e o fornecedor de concreto usinado é muito complicado, além de ser tudo programado com antecedência ainda há muitos problemas com burocracia. Em relação a parte burocrática e valores, a engenheira comentou que é muito difícil obter um relacionamento mútuo com a concreteira, pois, para conseguir brigar por valores mais baixos a empresa sempre precisa orçar com outros fornecedores. Outros fatores importantes que fazem com que o sistema de parceria não ocorra é o insuficiente número de caminhão bomba para atender todas as obras, além de casos em que a bomba está estragada, ocorrendo atrasos na entrega fazendo com que ocorra uma descontinuidade de produção para a empresa. A falta de compromisso com o cumprimento dos horários programados, com a qualidade com que o concreto chega a obra, kits de slump que o fornecedor não leva, são fatores altamente relevantes para não se obter uma parceria, pois não há confiabilidade nos processos. Em função desses empecilhos, a empresa possui uma diversidade de 3 a 4 fornecedores, e a concreteira que possui menos obras para serem atendidas no momento é a escolhida. Visto que a empresa não possui uma parceria com concreteiras, seria interessante em função do grande número de obras, a empresa desenvolver uma parceria somente com duas concreteiras. A parceria poderia iniciar com a formalização do contrato, formulando as necessidades dos envolvidos e condições de suprimento. Tendo em vista o comprometimento das duas partes interessadas, a empresa disponibilizaria o cronograma dos próximos 30 dias, tendo a função de confirmar a concretagem com uma antecedência de 48 horas e a concreteira se responsabilizaria em confirmar a concretagem e realizar o serviço com padrões de qualidade e profissionalismo. Caso não havendo o cumprimento do fornecimento correto de concreto, disposto no contrato, a empresa poderá multar a concreteira, pois o não fornecimento do concreto influencia na produtividade da obra. Para a parceria acontecer de fato, é necessário considerar as necessidades e expectativas de ambas as partes envolvidas no negócio, de forma a estimular a obtenção de benefícios mútuos. A busca pela obtenção de ganhos envolve um relacionamento de longo prazo, envolvendo fatores como comprometimento e confiança.
  • 41. 41 4.2.3 SISTEMA DE PARCERIA E AQUISIÇÃO DO PISO CERÂMICO A empresa trabalha com o mesmo fornecedor há 15 anos, é o único fornecedor de piso cerâmico e este relacionamento foi se estreitando a ponto de ser considerada uma parceria. De acordo com a Engenheira, este único fornecedor supre a necessidade de fornecimento para todas as obras, portanto, a empresa mantém exclusividade no fornecimento de piso cerâmico. O relacionamento empresa e fornecedor é de comprometimento e confiança, o fornecedor disponibiliza um representante, o qual atende na empresa construtora. Este representante mantém a empresa informada sobre os produtos, bem como se o produto continuará no mercado ou sairá de linha, facilitando a decisão de escolha do produto que a empresa necessita. Quanto aos pedidos, a engenheira comenta que não há problemas com burocracia, simplesmente o representante atende na empresa, faz o pedido e a nota vem somente depois que o pedido chega. Diversos fatores são avaliados para a formalização de parceria, tais como, habilidade de produção e fornecimento, capacidade de produção quanto às exigências técnicas do produto, confiabilidade quanto a qualidade e preços competitivos. Desta forma, este fornecedor atende aos fatores, priorizando a empresa com informações e disponibilizando visita na fábrica para a empresa conhecer todo o processo de produção.
  • 42. 42 5. RESULTADOS DA PESQUISA Através das pesquisas bibliográficas e do estudo de caso, pode-se verificar os benefícios que o sistema de parceria entre a construtora e os fornecedores de dois insumos. Após depoimentos da Engenheira da empresa, pode-se avaliar os pontos em que a parceria se torna um diferencial. A partir da formalização do sistema de parcerias, a perda de tempo com cotações dos materiais deixa de existir, pois ao decorrer do tempo o fornecedor passa para a empresa a confiança da qualidade de seu produto e o comprometimento com as questões de prazos de entrega, qualidade e quantidade de material necessária. Pode-se observar que nunca houve problemas de relacionamento entre a empresa e seus fornecedores, pois o grau de confiabilidade entre ambas já está concretizado através de questões como cumprimento do prazo de entrega do material, quantidade certa, qualidade adequada, aumentando assim o nível de produtividade. Outra vantagem que o sistema oferece é que a empresa acaba se tornando prioridade para o fornecedor, e dessa forma, como os pedidos de insumos sempre são feitos em grandes volumes, a empresa consegue barganha para conseguir o produto com um preço mais acessível. Com relação a parte burocrática dos pedidos, é visível que o sistema de parceria se destaca, pois quando há fidelidade mútua, os procedimentos de pedidos acabam sendo de fácil acesso, por exemplo os pedidos que a empresa realiza, de início o pedido é solicitado, a compra é realizada e em seguida há o recebimento do material, somente após o recebimento é que a nota fiscal é lançada. Contudo, não havendo problemas pois as empresas já são parceiras e demonstram comprometimento à sua devida função. Por fim, a atividade de parceria representa negócios significativos para os dois lados, pois através do comprometimento mútuo, a empresa e o fornecedor mantém um relacionamento de longo prazo adquirindo estabilidade e solidez no mercado.
  • 43. 43 6. CONCLUSÕES Pode-se concluir que o objetivo do trabalho foi alcançado, pois demonstrou a importância na formação de parcerias entre os fornecedores dos insumos e a construtora, apontando os benefícios que este sistema traz a todos os envolvidos, inclusive ao cliente final. Este trabalho evidencia que precisa-se ter em mente a necessidade de constantes mudanças no setor da construção civil, otimizando os processos produtivos elevando ganhos e minimizando as perdas, visando uma negociação e um fornecimento por meio de uma relação ganha-ganha. Ao analisar o exposto, percebe-se que se o sistema de parcerias, que é a interação entre as empresas, deve manter uma troca de informações contínuas e seguras, de modo que se o sistema não estiver funcionando de forma sincronizada e eficiente, a empresa estará perdendo competitividade e agilidade na prestação do seu serviço. Quanto a decisão da escolha dos fornecedores, é necessário avaliar as suas condições para atender aos requisitos de qualificação e avaliação apresentados no trabalho, pois foi enfatizado que um fornecedor para ser considerado parceiro, deve apresentar estratégias alinhadas com as estratégias da construtora. Foi observado que a empresa e os fornecedores dos insumos piso e bloco cerâmico, mantém o sistema parceria há vários anos, assim, pode-se obter uma análise das atividades que envolvem um bom relacionamento, confiabilidade nos produtos e serviços. A parceria traz o benefício de que a empresa sempre consiga uma continuidade de produtividade, através dos insumos fornecidos com padrões de qualidade atendendo as devidas quantidades e locais de entrega. No estudo de caso apresentado, demonstrou-se a importância da parceria para a construtora, porém, em relação ao concreto usinado posto que a empresa não mantém uma parceria, foi sugerido no item 4.2.2 que a empresa avalie a hipótese de implantação deste sistema de forma a excluir as incertezas que ainda norteiam a empresa no dia a dia, quanto aos prazos e qualidade do serviço. Pode ser apontada como uma das limitações do trabalho a falta de revisão bibliográfica referente à elaboração de contratos entre fornecedores e empresa, para poder
  • 44. 44 ser feita uma análise crítica no caso apresentado e também para fornecer diretrizes que auxiliem na elaboração de contratos. Este trabalho pode ser utilizado por profissionais na área de Suprimentos, para auxiliar na escolha de produtos e fornecedores para a formação de parcerias, analisando a sua estratégia competitiva e buscando obter vantagem competitiva através da negociação de aquisição de insumos. Por fim, o sistema de parceria envolve processos e atividades que criam valor na forma de produtos e serviços, administrando as relações para o benefício de todos os envolvidos sempre com foco na agregação de valor ao consumidor final.
  • 45. 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGAPIOU, A.; CLAUSEN, L.E.; FLANAGAN, R.; NORMAN, G.; NOTMAN, D. The role of logistics in the materials flow control process. Construction Management and economics, 1998. 137 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7170: Tijolo maciço cerâmico para alvenaria. Rio de Janeiro, 1983. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7171: Bloco cerâmico para alvenaria. Rio de Janeiro, 1992. BAILY, Peter, FARMER, David et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Editora Atlas, 2000. 471 p. BERTTAGLIA, Paulo R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. 509 p. BONOMA, Thomas V. - Case Research in Marketing: Opportunities, Problems, and Process. Journal of Marketing Research, Vol XXII, May 1985. CAMPOS, Luiz Fernando Rodrigues; BRASIL, Caroline V. de Macedo. Logística: teia de relações. Curitiba: Ibpex, 2007. 162 p. CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2008. 221 p. CHRISTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: estratégias para redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1999. 240 p.
  • 46. 46 GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D.T. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. Disponível em: <ftp://ftp.sead.ufrgs.br/Publicacoes/derad005.pdf>. Acesso em: 25 abril 2014. GHISI, Flávia Angeli [et al.] - O surgimento e a difusão do Efficient Consumer Respondes (ECR) na cadeia de suprimentos. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, 2001. Disponível em <URL:http://www.pensaconference.org/arquivos_2001/78.pdf>. Acesso em: 05 agosto 2014. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. GOODE, W. J. & HATT, P. K. Métodos em Pesquisa Social. 3 ed. São Paulo: Cia Editora Nacional, 1969. HAGA, H. C. R. Gestão da Rede de Suprimentos na Construção Civil: Integração de um Sistema de Administração da Produção. São Carlos: [s.n.], 2000. Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade de São Paulo. Disponível em <http://www.centropaulasouza.sp.gov.br/pos- graduacao/workshop-de-pos-graduacao-e-pesquisa/007-workshop- 2012/workshop/trabalhos/servenggest/a-importancia-da.pdf>. Acesso em: 16 maio 2014. Hagemann, S. E. Materiais de construção básicos. Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em < http://tics.ifsul.edu.br/matriz/conteudo/disciplinas/_pdf/apostila_mcb.pdf>. Acesso em: 29 outubro 2014. ISATTO, E. L. As relações entre empresas construtoras de edificações e seus fornecedores de materiais. 1996. 168 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia
  • 47. 47 de Produção) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 1996. KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1997. 180 p. Manual ABESC. Associação Brasileira das empresas de serviços de concretagem do Brasil. São Paulo, 2007. MOHR, J.; SPEKMAN, R. Caracteristics of partnership success: partnership atributes, communication behvior, and conflict resolution techniques. 1994. 152 p. PALACIOS, V. H. R. Gerenciamento do setor de suprimentos em empresas de construção de pequeno porte. Porto Alegre, RS. 1995. Cap. 4. 126 p. PIRES, S. R. I. Gestão estratégica da Produção. Piracicaba, SP: Unimep, 1995. 269 p. SANTOS, A. P. L.; JUNGLES, A. E. Como gerenciar as compras de materiais na construção civil. São Paulo, SP: Pini, 2008. 116 p. SERRA, S. M. B.; BRANCO JUNIOR, A. S. Análise da cadeia de suprimentos em empresas construtoras. Ouro Preto, MG. 2003. 11 p. Artigo técnico. SEVERINO, A. J.Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. 304 p. SILVA, F. B.; CARDOSO, F. F. A importância da logística na organização dos sistemas de produção de edifícios. Florianópolis, SC. 1998. V.2. STUKHART, G. (1995). Construction Materials Management. Marcel Dekker, USA. 328 p.
  • 48. 48 VIEIRA, Helio Flávio. Logística aplicada à construção civil: como melhorar o fluxo de produção nas obras. 1 ed. São Paulo: Pini, 2006. 182 p. YIN, Robert K. - Case Study Research - Design and Methods. Sage Publications Inc., USA, 1989.