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Grau Geral
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Módulo G - 1
Vamos ver e ouvir o MundoVamos ver e ouvir o Mundo
_______________________________________________________________________________________________
_
2
Grau Geral
Módulo: VAMOS VER E OUVIR O MUNDO
40 horas
Este módulo tem como finalidade principal promover formas diversificadas de auscultação do
mundo actual e constitui um espaço de abertura a acontecimentos e notícias da comunidade, do país
ou do mundo e/ou a interesses específicos dos formandos.
Pretende-se assim despertar o seu interesse pelos problemas do mundo de hoje, pela relatividade e
complexidade das relações que se estabelecem com os acontecimentos e, simultaneamente, fomentar
um auto descentramento através de uma reflexão sobre “o que é actual, para quem, onde, quando?”,
promovendo uma análise crítica do processo de produção de informação e de “fabrico da
actualidade”, através de uma reflexão sobre as suas fontes e os seus veículos, assim como sobre as
diversas percepções e representações da informação.
A ênfase no desenvolvimento de capacidades de auscultação do mundo actual confere assim a
principal especificidade a este módulo, neste grau de formação. Por arrastamento, lançam-se
algumas bases para o desenvolvimento de capacidades de recolha (com referência a fontes), de
organização e de produção e divulgação da informação (com diversos suportes) - capacidades
cujo desenvolvimento é objectivo dos vários módulos do programa.
Este módulo poderá apontar ainda para um trabalho interdisciplinar1
e constitui uma oportunidade
para promover atitudes essenciais à compreensão e à participação activa no mundo actual: o
desenvolvimento de atitudes de maior disponibilidade para a formação permanente, de promoção
da acessibilidade à informação em suporte digital, de gosto pela compreensão e pela intervenção
no mundo que nos rodeia. Recomenda-se, por isso, que na abordagem deste módulo se promova a
negociação das temáticas a estudar e das metodologias a utilizar, na convicção de que as
competências que lhes estão associadas irão ser procuradas pelos próprios formandos se forem
reconhecidas como centrais ao seu desenvolvimento pessoal e profissional.
1
Nomeadamente com o domínio de “Língua e Cultura portuguesa” e, eventualmente, com domínios da componente
tecnológica, no âmbito das ciências sociais, da língua estrangeira, etc.
3
Poderão ser exemplos de alguns temas a abordar as questões relacionadas com o trabalho, o
emprego e a profissão, questões associadas aos grandes problemas do mundo contemporâneo (as
desigualdades, o desenvolvimento tecnológico e os seus impactos sociais, os direitos humanos, o
ambiente, etc.) e, como é natural, os problemas do grupo, das relações interpessoais e do
desenvolvimento pessoal e social.
Considera-se, no entanto, que a decisão sobre que temas abordar deverá surgir através de processos
de auscultação e negociação que, por um lado, garantam uma real implicação dos formandos e, por
outro, favoreçam interacções que permitam tomadas de posição - tanto quanto possível –
consensuais, sem prejuízo de, num mesmo grupo-turma de formandos coexistirem diferentes
processos e objectos de trabalho-estudo.
1. - Competências
As competências valorizadas neste módulo são essencialmente de natureza metodológica e
centram-se, quer no desenvolvimento de capacidades de pesquisa, organização e análise de
informação - essenciais a uma capacidade (auto-sustentada) de compreensão do mundo actual –
quer no domínio de metodologias e de instrumentos de auto-formação, perspectivando-se assim a
intervenção dos formandos como cidadãos activos num mundo em constante mudança.
Neste sentido, deverão aqui privilegiadas as seguintes competências tranversais, que procuram
“cobrir” os domínios do saber, do saber-fazer e do saber-ser:
• Saber observar e ser capaz de recolher, organizar e analisar informação, recorrendo a fontes
diversificadas e a instrumentos disponibilizados pelo formador;
• Contextualizar os problemas do mundo actual, relacionando factos de modo a estabelecer
generalizações e/ou hipóteses
• Identificar elementos éticos, políticos ou religiosos nas mensagens / nos fenómenos que
analisa
• Formular opiniões fundamentadas, reconhecer e respeitar pontos de vista diferentes
• Cooperar e compreender princípios de cooperação e ser capaz de estabelecer compromissos
• Identificar problemas significativos para o seu desenvolvimento pessoal e social
• Aprender a aprender e ser capaz de ensinar os outros
• Mobilizar conhecimentos adquiridos na busca de soluções para problemas que afectam o
grupo-turma, a instituição de formação ou o meio local
4
Às competências tranversais atrás explicitadas deverão juntar-se algumas competências específicas
mais associadas aos conteúdos inerentes às temáticas que vierem a ser estudas ou aprofundadas,
devendo o formador explicitá-las assim que estas forem escolhidas pelos formandos.
Estas competências, numa perspectiva de trabalho interdisciplinar, irão surgir muito próximas das
que venham a ser privilegiadas em módulos de outros domínios com os quais, formal ou
informalmente, seja desenvolvida uma articulação de práticas de formação.
2. - Conteúdos
Apesar de não ser possível antecipar aqui, desde já, quaisquer conteúdos para este módulo, é
desejável que, em função dos temas seleccionados pelos formandos, o formador defina objectos de
estudo e explicite alguns conteúdos pertinentes, que virão a ser “trabalhados” no âmbito das
actividades de formação e que constituem suporte para a aquisição e desenvolvimento das
competências atrás listadas, e em particular das competências específicas.
3 – Sugestões metodológicas
De acordo com os objectivos enunciados, pretende-se que os formandos desenvolvam processos
diversificados de auscultação do mundo actual e se confrontem com a diversidade de concepções,
valorações e pertinências dos problemas do mundo contemporâneo em função da situação
concrecta de cada grupo, região, país ou da conjuntura. Isto é, pretende-se promover uma reflexão
sobre questões do tipo: “Será que o que é actual e/ou pertinente para mim/para nós, o é também
para “o outro” - indivíduo, país, região ou povo ? Como vivemos (com satisfação, preocupação ou
indiferença...) os problemas do quotidiano dos outros, daqueles que estão longe e que conhecemos
através dos media ? Serão os media uma fonte de informação neutra ? Ou, pelo contrário, (também)
eles filtram, moldam e fabricam a actualidade, (re)construindo assim as nossas concepções do
mundo actual e, em parte, (o modo como vemos) os problemas da sociedade contemporânea ?
Como podemos entender que o nosso quotidiano, o quotidiano da nossa região ou da nossa
5
comunidade, seja estranho ao mundo actual dos media que, com frequência, só tendem a vê-lo – ou
a tratá-lo - pelo lado do fait-divers, da curiosidade “superinteressante” ?
Uma actividade inicial, centrada num debate orientado pelo formador sobre questões deste tipo –
eventualmente com recurso a materiais autênticos - poderá dar o “pontapé de saída” para uma
abordagem deste módulo.
Sugere-se que o formador utilize metodologias que promovam:
. a recolha de informação por parte dos formandos;
. alguma responsabilização dos próprios formandos na definição das metodologias de
trabalho;
. o tratamento da informação recolhida através, nomeadamente, da organização de dossiers
temáticos, “jornais de parede”, expositores, etc.
. a discussão das temáticas trabalhadas, dando ocasião ao debate de ideias.
A título de exemplo apresentam-se em seguida duas sugestões de actividades possíveis. A primeira
propõe uma actividade centrada na análise das primeiras páginas de vários “jornais” diários ou dos
últimos números de jornais locais e pretende privilegiar a construção de uma relação mais
distanciado e crítica dos media, “interrogando-os” sobre o porquê dos destaques que fazem e dos
dados informativos que seleccionam no “fabrico” da actualidade. A segunda apresenta-se como um
conjunto de diversas sugestões de actividades de pesquisa de terreno e/ou de animação do contexto
(turma, instituição formadora, meio local) que poderão ser implementadas quando a opção dos
formandos se oriente mais nesse sentido.
6
Actividade A
Análise das primeiras páginas de X jornais diários e do destaque do telejornal da
RTP de um mesmo dia.
OU
Análise de alguns dos últimos números e/ou de primeiras páginas de jornais locais,
ou de jornais desportivos
OU
Vamos saber o que é actual para outro povo/ região/ país através ...
a) das primeiras páginas de jornais (de língua portuguesa) de várias regiões do
mundo
b) das imagens da secção No Coments da EuroNews.
O formador deve solicitar aos formandos que tragam para a aula de determinado dia, jornais diários
do dia X (procurando também ele garanti-los embora sempre sem prejuizo das contribuições dos
formandos). O recursos a jornais em formato digital deverá, sempre que possível, ser considerado,
ficando a pesquisa e recolha de primeiras páginas a cargo dos próprios formandos que, para tal,
deverão ter um tempo de pesquisa previamente definido e acesso a informação sobre alguns
endereços adequados. 2
Os formandos, em pequeno grupo, comparam as primeiras páginas de dois ou três “jornais” –
incluindo as versões impressas dos jornais digitais - de acordo com uma grelha previamente
construída e distribuída pelo formador. Pretende-se analisar a selecção e tratamento da informação
que um e outro jornal promovem. Nomeadamente:
- comparando destaques3
;
2
A última opção proposta, que implica o acesso a jornais de língua portuguesa de várias regiões do mundo, poderá ser
concretizada através das edições em suporte digital a consultar em http://canais.sapo.pt/jornais . O acesso à EuroNews
deverá, neste caso, ser disponibilizado através de gravações prévias realizadas pelo formador e do estimulo à recolha de
novas imagens.
3
Poderá ser necessário o uso de régua graduada.
7
- seleccionando uma noticia comum e analisando as formas de tratamento da informação e dos
factos em cada um dos jornais;
- identificando temas /problemas que fazem a actualidade em cada região do país ou do mundo
(ou a actualidades das comunidades portuguesas espalhada pelo mundo e dos “ecos” de
Portugal presentes nesses media).
Neste último caso, será possível recorrer a uma localização no globo das regiões onde os
acontecimentos reportados na EuroNews ocorreram ou onde essas comunidades portuguesas
residem e, eventualmente, a elementos da sua história, das suas origens em Portugal continental e
nas regiões autónomas, etc. Por outro lado, recorrendo a revistas, a pesquisa na Web, ou a outro
material autêntico disponível no Centro de Recursos da instituição de formação sobre essas várias
regiões do mundo, poderá construir-se um dossier temático que ilustre as respectivas vivências
quotidianas, os problemas pertinentes e actuais para esses diferentes povos, comunidades, regiões
ou países.
Este trabalho deverá ser implementado segundo uma metodologia de projecto4
para, em pequeno
grupo, se desenvolver uma definição mais precisa dos respectivos objectos de estudo, das
estratégias a implementar (selecção de fontes, recolha e análise de informação) e dos processos
meios que irão ser utilizados na apresentação das conclusões do trabalho de grupo.
O formador poderá construir - ou recolher e organizar - e disponibilizar aos formandos diversos
instrumentos metodológicos, quer para apoio do trabalho de pesquisa, quer para o de produção de
informação em diversos suportes. São particularmente indicados instrumentos de trabalho que
facilitem a aquisição e/ou o desenvolvimento das competências enunciadas para este módulo,
através da exploração adequada das fontes e dos materiais utilizados, tais como roteiros de
exploração, fichas de leitura e fichas de trabalho visando a recolha de informação (por ex: como se
faz um inquérito ou uma entrevista), ou ainda materiais diversos que permitam a organização da
informação recolhida (por ex: como organizar a documentação, com se prepara uma comunicação à
turma, ideias para grelhas, tabelas e gráficos, etc).
4
Deverão ser consideradas as várias fases no desenrolar de um projecto: (i) identificação/negociação de um (sub-)
problema; (ii) definição de metas, produtos e/ou objectivos; (iii) faseamento e calendarização dos trabalhos; (iv)
levantamento de recursos/"design" de suportes escritos destinados à recolha de informação; (v) pesquisa de terreno e
recolha de informação; (vi) tratamento da informação /organização do material; (vii) produção e apresentação do
produto final; (viii) discussão e avaliação de resultados.
8
Um momento decisivo da realização do projecto será a apresentação e comentário / discussão dos
produtos construídos pelos diferentes grupos, o qual é um momento de aprendizagem, quer pela
socialização de produtos-resultados, quer por permitir o desenvolvimento de outras competências
igualmente prevista neste módulo, quer ainda pela oportunidade de auto e hetero-avaliação que
encerra.
Finalmente, convém recordar que as actividades atrás sugeridas poderão ser desenvolvidas em
simultâneo, isto é, nas mesmas sessões lectivas, embora por diferentes grupos de formandos, em
funções dos seus próprios interesses. Assim, enquanto a análise de primeiras páginas de jornais
portugueses é o projecto de alguns grupos, a pesquisa centrada noutras regiões do mundo e/ou nas
comunidades portuguesas, poderá ser o projecto de outros grupos de formandos.
Outras actividades Actividades de Pesquisa de Terreno e de Animação
As actividades seguintes não impõem quaisquer conteúdos ou temas pré-definidos nem pretendem
que os mesmos sejam induzidos pela comunicação social mas antes que o possam ser pelo próprio
quotidiano dos formandos.
A selecção dos temas / objectos de trabalhos deverá ser feita pela construção de consensos e/ou
pelo confronto de argumentos em torno da explicitação dos objectivos inerentes à pertinência da
abordagem de cada um dos temas/problemas identificados. A opção pode ser determinada pela
conjuntura politica nacional ou internacional, pela identificação de um problema interno ao grupo
ou sugerida pela relação que este constrói com os diversos contextos em que está inserido, pelo
interesse em intervir ou divulgar uma situação de âmbito profissional ou laboral ou em conhecer
melhor um problema do meio local, etc., etc...
A negociação poderá ainda estender-se, embora com significativo apoio do formador, às formas de
organização do trabalho, ao tipo de produtos a elaborar, à calendarização e à avaliação, devendo esta
incidir sobre as competências adquiridas pelos formandos; os conteúdos surgirão naturalmente no
decurso do trabalho, devendo o formador ajudar a sua explicitação progressiva por parte dos grupos e
a sua abordagem obrigatória, de modo a que sejam visíveis nos produtos-resultados dos trabalhos de
grupo.
9
A titulo exemplificativo, apresentam-se algumas sugestões de actividades possíveis definidas a partir
de problemas considerados significativos para o grupo-turma, ou ainda a partir de questões
emergentes da interacção entre o grupo e os seus contextos ou que a estes digam especificamente
respeito (curso de formação, empresa, sector de actividade, profissão, comunidade, região, país,
mundo,...).
As sugestões aqui apresentadas estão organizadas segundo os seguintes itens: (i) objectos de
estudo; (ii) processos e produtos de aprendizagem; (iii) meios de suporte e outros instrumentos de
apoio. E poderão ser apresentadas como tal aos formandos sugerindo desta forma actividades de
formação legítimas e um campo de (in)definição e de negociação em aberto.
A - TEMAS / OBJECTOS POSSÍVEIS DE TRABALHO
1 - ENTRE NÓS... NA TURMA... NO GRUPO...
. conflitos e segregações;
. atitudes (face ao trabalho, à formação, à profissão, ao grupo)
2 - PROBLEMAS DO GRUPO OU SIGNIFICATIVOS PARA O GRUPO
. saídas profissionais;
. trabalho precário e trabalho a tempo parcial;
. formação profissional e polivalência;
. trabalho, carreira e formação permanente;
. desemprego e exclusão social;
. droga, sida;
. atitudes (face ao trabalho, à politica, aos outros, ...);
3 - CONFLITOS / DIVISÕES / BARREIRAS :
(na empresa, na comunidade, na associação cultural/ desportiva,...)
. segregação/ etnocentrismo étnico, religioso, técnico, profissional;
. integração dos formandos na empresa ou na instituição de formação;
. exclusão e marginalização social
4 - ACONTECEU ... E AGORA ?
. acidentes/ segurança no trabalho;
10
. crise/ (re)conversão d(e um)a empresa;
. poluição de cursos de água.
B - PROCESSOS / PRODUTOS / RESULTADOS
1 - TRABALHO JORNALISTICO (para o jornal de parede/ da turma)
. reportagem
. entrevistas
2 - MINI-ESTUDO DE CASO
3 - EXPOSIÇÃO TEMATICA
. na turma
. na empresa
. na associação cultural/ desportiva
4 - DEBATE/ PAINEL TEMÁTICO
. a realizar na turma
5 - COLOQUIO/ DEBATE PUBLICO (com convidados exteriores)
. na empresa
. na associação cultural/ desportiva
6 - EDIÇÃO DE UM JORNAL
(com distribuição/ venda)
. na empresa
. na comunidade
7 – EDIÇÃO DE UMA PÁGINA WEB
. com divulgação no site da instituição de formação
. com links sobre o tema / objecto de estudo
11
C – RECURSOS DE FORMAÇÃO e MEIOS DE SUPORTE
Dossier/ fichas informativas:
1) Como fazer
. uma comunicação à turma
. uma entrevista/ um questionário
. uma sondagem relâmpago
. um mini-estudo de caso
. um mini-relatório
. um mini-jornal
. uma pagina Web
2) Como organizar
. o trabalho de grupo
. uma exposição temática
. um colóquio/ um debate
3) Como Pesquisar
. na WEB
. na biblioteca
4. - Avaliação
Tendo como base os trabalhos realizados pelos formandos, a avaliação deverá privilegiar as suas
aquisições e o desenvolvimento de competências nos domínios da:
- recolha, organização da informação e análise do material recolhido;
- produção de informação sobre as temáticas abordadas;
- participação no trabalho e no debate de ideias.
- grau de autonomia evidenciada pelo grupo na realização do “seu” projecto.
Considera-se ainda que devem ser igualmente valorizadas os casos em que das tomada de posição
dos formandos resultaram impactos evidentes na aquisição/ desenvolvimento de competências de
intervenção e/ou de animação do grupo e dos contextos. Neste sentido, os desempenhos na
apresentação dos produtos-resultados deverão ser valorizados e disso deverá ser dado “reforçado”
conhecimento aos formandos, induzindo-os a explicitarem critérios e/ou parâmetros de avaliação
pertinentes para este momento da realização do seu projecto. Deste modo, a avaliação deverá
incluir duas componentes: (i) a avaliação da(s) actividade(s) desenvolvida(s) e dos seus produtos;
12
(ii) a auto e hetero-avaliação dos desempenhos (formandos e/ou grupos de formandos),
particularmente no momento de apresentação de trabalhos e debate de conclusões.
5. - Recursos
1) Suportes diversificados:
. imprensa local e nacional;
. documentos em formato digital;
. documentação video (telejornais e outros programas televisivos, filmes, etc.);
. conjuntos de fotografias.
2) Para apoio teórico e metodológico ao formador sugerem-se as seguintes obras, algumas das quais
utilizáveis igualmente pelos formandos:
- CARITA, A. E SILVA, A. Como Ensinar a Estudar, Lisboa, Ed. Presença, 1998
- ESTANQUEIRO, A. , Aprender a Estudar – um guia para o sucesso na escola, Lisboa, Texto
Editora, 1995
- GÓMEZ, P. E GARCIA, A., Manual de TTI – Procedimientos para aprender a aprender, Editoraila
EOS, s/d
- PINTO, Manuel , Educar para a comunicação, Ministério da Educação, Lisboa, 1988
- PINTO, Manuel, A imprensa na escola, Porto, Jornal O Público, 1999 (bem como diversas outras
publicações – os “dossiers” - do projecto “O PÚBLICO na Escola”)
- RODRIGUES, A. et al Comunicação social e jornalismo - O fabrico da actualidade Lisboa, A regra
do Jogo, 1981
- RODRIGUES, A. et al Comunicação social e jornalismo - Os media escritos Lisboa, A Regra do
Jogo, 1981
- RODRIGUES, A. et al Comunicação social e jornalismo - Os media audio-visuais Lisboa, A regra do
Jogo, 1981
13
3) Como exemplos de recursos metodológicos utilizáveis pelos formandos sugere-se ainda:
- GOMES, Isabel et al Eu vou fazer um trabalho – do 7º ao 12º , Porto, Porto Ed., 1994
- ZENHAS, A., SILVA, C., et al., Ensinar a estudar, aprender a estudar, Porto, Porto Ed. 1999
4) ... e indicam-se ainda alguns sites onde, quer o formador, quer os formandos, poderão encontrar
jornais do mundo, e em particular jornais em língua portuguesa, publicados em Portugal ou no
estrangeiro, as principais agências noticiosas, jornais em formato digital, bem como os canais da
lusofonia:
http://canais.sapo.pt/jornais
http://www.lusomundo.net
http://www.jornaldigital.com/portugal
http://www.diariodigital.pt
Aconselha-se ainda o recursos aos principais portais portugueses (sapo, cusco, aeiou, netc,
lusomundo) e de língua portuguesa, nomeadamente brasileiros (cade, webguide, ...), domínio onde,
como sabemos, estão sempre a surgir novidades.
14

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  • 3. Grau Geral Módulo: VAMOS VER E OUVIR O MUNDO 40 horas Este módulo tem como finalidade principal promover formas diversificadas de auscultação do mundo actual e constitui um espaço de abertura a acontecimentos e notícias da comunidade, do país ou do mundo e/ou a interesses específicos dos formandos. Pretende-se assim despertar o seu interesse pelos problemas do mundo de hoje, pela relatividade e complexidade das relações que se estabelecem com os acontecimentos e, simultaneamente, fomentar um auto descentramento através de uma reflexão sobre “o que é actual, para quem, onde, quando?”, promovendo uma análise crítica do processo de produção de informação e de “fabrico da actualidade”, através de uma reflexão sobre as suas fontes e os seus veículos, assim como sobre as diversas percepções e representações da informação. A ênfase no desenvolvimento de capacidades de auscultação do mundo actual confere assim a principal especificidade a este módulo, neste grau de formação. Por arrastamento, lançam-se algumas bases para o desenvolvimento de capacidades de recolha (com referência a fontes), de organização e de produção e divulgação da informação (com diversos suportes) - capacidades cujo desenvolvimento é objectivo dos vários módulos do programa. Este módulo poderá apontar ainda para um trabalho interdisciplinar1 e constitui uma oportunidade para promover atitudes essenciais à compreensão e à participação activa no mundo actual: o desenvolvimento de atitudes de maior disponibilidade para a formação permanente, de promoção da acessibilidade à informação em suporte digital, de gosto pela compreensão e pela intervenção no mundo que nos rodeia. Recomenda-se, por isso, que na abordagem deste módulo se promova a negociação das temáticas a estudar e das metodologias a utilizar, na convicção de que as competências que lhes estão associadas irão ser procuradas pelos próprios formandos se forem reconhecidas como centrais ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. 1 Nomeadamente com o domínio de “Língua e Cultura portuguesa” e, eventualmente, com domínios da componente tecnológica, no âmbito das ciências sociais, da língua estrangeira, etc. 3
  • 4. Poderão ser exemplos de alguns temas a abordar as questões relacionadas com o trabalho, o emprego e a profissão, questões associadas aos grandes problemas do mundo contemporâneo (as desigualdades, o desenvolvimento tecnológico e os seus impactos sociais, os direitos humanos, o ambiente, etc.) e, como é natural, os problemas do grupo, das relações interpessoais e do desenvolvimento pessoal e social. Considera-se, no entanto, que a decisão sobre que temas abordar deverá surgir através de processos de auscultação e negociação que, por um lado, garantam uma real implicação dos formandos e, por outro, favoreçam interacções que permitam tomadas de posição - tanto quanto possível – consensuais, sem prejuízo de, num mesmo grupo-turma de formandos coexistirem diferentes processos e objectos de trabalho-estudo. 1. - Competências As competências valorizadas neste módulo são essencialmente de natureza metodológica e centram-se, quer no desenvolvimento de capacidades de pesquisa, organização e análise de informação - essenciais a uma capacidade (auto-sustentada) de compreensão do mundo actual – quer no domínio de metodologias e de instrumentos de auto-formação, perspectivando-se assim a intervenção dos formandos como cidadãos activos num mundo em constante mudança. Neste sentido, deverão aqui privilegiadas as seguintes competências tranversais, que procuram “cobrir” os domínios do saber, do saber-fazer e do saber-ser: • Saber observar e ser capaz de recolher, organizar e analisar informação, recorrendo a fontes diversificadas e a instrumentos disponibilizados pelo formador; • Contextualizar os problemas do mundo actual, relacionando factos de modo a estabelecer generalizações e/ou hipóteses • Identificar elementos éticos, políticos ou religiosos nas mensagens / nos fenómenos que analisa • Formular opiniões fundamentadas, reconhecer e respeitar pontos de vista diferentes • Cooperar e compreender princípios de cooperação e ser capaz de estabelecer compromissos • Identificar problemas significativos para o seu desenvolvimento pessoal e social • Aprender a aprender e ser capaz de ensinar os outros • Mobilizar conhecimentos adquiridos na busca de soluções para problemas que afectam o grupo-turma, a instituição de formação ou o meio local 4
  • 5. Às competências tranversais atrás explicitadas deverão juntar-se algumas competências específicas mais associadas aos conteúdos inerentes às temáticas que vierem a ser estudas ou aprofundadas, devendo o formador explicitá-las assim que estas forem escolhidas pelos formandos. Estas competências, numa perspectiva de trabalho interdisciplinar, irão surgir muito próximas das que venham a ser privilegiadas em módulos de outros domínios com os quais, formal ou informalmente, seja desenvolvida uma articulação de práticas de formação. 2. - Conteúdos Apesar de não ser possível antecipar aqui, desde já, quaisquer conteúdos para este módulo, é desejável que, em função dos temas seleccionados pelos formandos, o formador defina objectos de estudo e explicite alguns conteúdos pertinentes, que virão a ser “trabalhados” no âmbito das actividades de formação e que constituem suporte para a aquisição e desenvolvimento das competências atrás listadas, e em particular das competências específicas. 3 – Sugestões metodológicas De acordo com os objectivos enunciados, pretende-se que os formandos desenvolvam processos diversificados de auscultação do mundo actual e se confrontem com a diversidade de concepções, valorações e pertinências dos problemas do mundo contemporâneo em função da situação concrecta de cada grupo, região, país ou da conjuntura. Isto é, pretende-se promover uma reflexão sobre questões do tipo: “Será que o que é actual e/ou pertinente para mim/para nós, o é também para “o outro” - indivíduo, país, região ou povo ? Como vivemos (com satisfação, preocupação ou indiferença...) os problemas do quotidiano dos outros, daqueles que estão longe e que conhecemos através dos media ? Serão os media uma fonte de informação neutra ? Ou, pelo contrário, (também) eles filtram, moldam e fabricam a actualidade, (re)construindo assim as nossas concepções do mundo actual e, em parte, (o modo como vemos) os problemas da sociedade contemporânea ? Como podemos entender que o nosso quotidiano, o quotidiano da nossa região ou da nossa 5
  • 6. comunidade, seja estranho ao mundo actual dos media que, com frequência, só tendem a vê-lo – ou a tratá-lo - pelo lado do fait-divers, da curiosidade “superinteressante” ? Uma actividade inicial, centrada num debate orientado pelo formador sobre questões deste tipo – eventualmente com recurso a materiais autênticos - poderá dar o “pontapé de saída” para uma abordagem deste módulo. Sugere-se que o formador utilize metodologias que promovam: . a recolha de informação por parte dos formandos; . alguma responsabilização dos próprios formandos na definição das metodologias de trabalho; . o tratamento da informação recolhida através, nomeadamente, da organização de dossiers temáticos, “jornais de parede”, expositores, etc. . a discussão das temáticas trabalhadas, dando ocasião ao debate de ideias. A título de exemplo apresentam-se em seguida duas sugestões de actividades possíveis. A primeira propõe uma actividade centrada na análise das primeiras páginas de vários “jornais” diários ou dos últimos números de jornais locais e pretende privilegiar a construção de uma relação mais distanciado e crítica dos media, “interrogando-os” sobre o porquê dos destaques que fazem e dos dados informativos que seleccionam no “fabrico” da actualidade. A segunda apresenta-se como um conjunto de diversas sugestões de actividades de pesquisa de terreno e/ou de animação do contexto (turma, instituição formadora, meio local) que poderão ser implementadas quando a opção dos formandos se oriente mais nesse sentido. 6
  • 7. Actividade A Análise das primeiras páginas de X jornais diários e do destaque do telejornal da RTP de um mesmo dia. OU Análise de alguns dos últimos números e/ou de primeiras páginas de jornais locais, ou de jornais desportivos OU Vamos saber o que é actual para outro povo/ região/ país através ... a) das primeiras páginas de jornais (de língua portuguesa) de várias regiões do mundo b) das imagens da secção No Coments da EuroNews. O formador deve solicitar aos formandos que tragam para a aula de determinado dia, jornais diários do dia X (procurando também ele garanti-los embora sempre sem prejuizo das contribuições dos formandos). O recursos a jornais em formato digital deverá, sempre que possível, ser considerado, ficando a pesquisa e recolha de primeiras páginas a cargo dos próprios formandos que, para tal, deverão ter um tempo de pesquisa previamente definido e acesso a informação sobre alguns endereços adequados. 2 Os formandos, em pequeno grupo, comparam as primeiras páginas de dois ou três “jornais” – incluindo as versões impressas dos jornais digitais - de acordo com uma grelha previamente construída e distribuída pelo formador. Pretende-se analisar a selecção e tratamento da informação que um e outro jornal promovem. Nomeadamente: - comparando destaques3 ; 2 A última opção proposta, que implica o acesso a jornais de língua portuguesa de várias regiões do mundo, poderá ser concretizada através das edições em suporte digital a consultar em http://canais.sapo.pt/jornais . O acesso à EuroNews deverá, neste caso, ser disponibilizado através de gravações prévias realizadas pelo formador e do estimulo à recolha de novas imagens. 3 Poderá ser necessário o uso de régua graduada. 7
  • 8. - seleccionando uma noticia comum e analisando as formas de tratamento da informação e dos factos em cada um dos jornais; - identificando temas /problemas que fazem a actualidade em cada região do país ou do mundo (ou a actualidades das comunidades portuguesas espalhada pelo mundo e dos “ecos” de Portugal presentes nesses media). Neste último caso, será possível recorrer a uma localização no globo das regiões onde os acontecimentos reportados na EuroNews ocorreram ou onde essas comunidades portuguesas residem e, eventualmente, a elementos da sua história, das suas origens em Portugal continental e nas regiões autónomas, etc. Por outro lado, recorrendo a revistas, a pesquisa na Web, ou a outro material autêntico disponível no Centro de Recursos da instituição de formação sobre essas várias regiões do mundo, poderá construir-se um dossier temático que ilustre as respectivas vivências quotidianas, os problemas pertinentes e actuais para esses diferentes povos, comunidades, regiões ou países. Este trabalho deverá ser implementado segundo uma metodologia de projecto4 para, em pequeno grupo, se desenvolver uma definição mais precisa dos respectivos objectos de estudo, das estratégias a implementar (selecção de fontes, recolha e análise de informação) e dos processos meios que irão ser utilizados na apresentação das conclusões do trabalho de grupo. O formador poderá construir - ou recolher e organizar - e disponibilizar aos formandos diversos instrumentos metodológicos, quer para apoio do trabalho de pesquisa, quer para o de produção de informação em diversos suportes. São particularmente indicados instrumentos de trabalho que facilitem a aquisição e/ou o desenvolvimento das competências enunciadas para este módulo, através da exploração adequada das fontes e dos materiais utilizados, tais como roteiros de exploração, fichas de leitura e fichas de trabalho visando a recolha de informação (por ex: como se faz um inquérito ou uma entrevista), ou ainda materiais diversos que permitam a organização da informação recolhida (por ex: como organizar a documentação, com se prepara uma comunicação à turma, ideias para grelhas, tabelas e gráficos, etc). 4 Deverão ser consideradas as várias fases no desenrolar de um projecto: (i) identificação/negociação de um (sub-) problema; (ii) definição de metas, produtos e/ou objectivos; (iii) faseamento e calendarização dos trabalhos; (iv) levantamento de recursos/"design" de suportes escritos destinados à recolha de informação; (v) pesquisa de terreno e recolha de informação; (vi) tratamento da informação /organização do material; (vii) produção e apresentação do produto final; (viii) discussão e avaliação de resultados. 8
  • 9. Um momento decisivo da realização do projecto será a apresentação e comentário / discussão dos produtos construídos pelos diferentes grupos, o qual é um momento de aprendizagem, quer pela socialização de produtos-resultados, quer por permitir o desenvolvimento de outras competências igualmente prevista neste módulo, quer ainda pela oportunidade de auto e hetero-avaliação que encerra. Finalmente, convém recordar que as actividades atrás sugeridas poderão ser desenvolvidas em simultâneo, isto é, nas mesmas sessões lectivas, embora por diferentes grupos de formandos, em funções dos seus próprios interesses. Assim, enquanto a análise de primeiras páginas de jornais portugueses é o projecto de alguns grupos, a pesquisa centrada noutras regiões do mundo e/ou nas comunidades portuguesas, poderá ser o projecto de outros grupos de formandos. Outras actividades Actividades de Pesquisa de Terreno e de Animação As actividades seguintes não impõem quaisquer conteúdos ou temas pré-definidos nem pretendem que os mesmos sejam induzidos pela comunicação social mas antes que o possam ser pelo próprio quotidiano dos formandos. A selecção dos temas / objectos de trabalhos deverá ser feita pela construção de consensos e/ou pelo confronto de argumentos em torno da explicitação dos objectivos inerentes à pertinência da abordagem de cada um dos temas/problemas identificados. A opção pode ser determinada pela conjuntura politica nacional ou internacional, pela identificação de um problema interno ao grupo ou sugerida pela relação que este constrói com os diversos contextos em que está inserido, pelo interesse em intervir ou divulgar uma situação de âmbito profissional ou laboral ou em conhecer melhor um problema do meio local, etc., etc... A negociação poderá ainda estender-se, embora com significativo apoio do formador, às formas de organização do trabalho, ao tipo de produtos a elaborar, à calendarização e à avaliação, devendo esta incidir sobre as competências adquiridas pelos formandos; os conteúdos surgirão naturalmente no decurso do trabalho, devendo o formador ajudar a sua explicitação progressiva por parte dos grupos e a sua abordagem obrigatória, de modo a que sejam visíveis nos produtos-resultados dos trabalhos de grupo. 9
  • 10. A titulo exemplificativo, apresentam-se algumas sugestões de actividades possíveis definidas a partir de problemas considerados significativos para o grupo-turma, ou ainda a partir de questões emergentes da interacção entre o grupo e os seus contextos ou que a estes digam especificamente respeito (curso de formação, empresa, sector de actividade, profissão, comunidade, região, país, mundo,...). As sugestões aqui apresentadas estão organizadas segundo os seguintes itens: (i) objectos de estudo; (ii) processos e produtos de aprendizagem; (iii) meios de suporte e outros instrumentos de apoio. E poderão ser apresentadas como tal aos formandos sugerindo desta forma actividades de formação legítimas e um campo de (in)definição e de negociação em aberto. A - TEMAS / OBJECTOS POSSÍVEIS DE TRABALHO 1 - ENTRE NÓS... NA TURMA... NO GRUPO... . conflitos e segregações; . atitudes (face ao trabalho, à formação, à profissão, ao grupo) 2 - PROBLEMAS DO GRUPO OU SIGNIFICATIVOS PARA O GRUPO . saídas profissionais; . trabalho precário e trabalho a tempo parcial; . formação profissional e polivalência; . trabalho, carreira e formação permanente; . desemprego e exclusão social; . droga, sida; . atitudes (face ao trabalho, à politica, aos outros, ...); 3 - CONFLITOS / DIVISÕES / BARREIRAS : (na empresa, na comunidade, na associação cultural/ desportiva,...) . segregação/ etnocentrismo étnico, religioso, técnico, profissional; . integração dos formandos na empresa ou na instituição de formação; . exclusão e marginalização social 4 - ACONTECEU ... E AGORA ? . acidentes/ segurança no trabalho; 10
  • 11. . crise/ (re)conversão d(e um)a empresa; . poluição de cursos de água. B - PROCESSOS / PRODUTOS / RESULTADOS 1 - TRABALHO JORNALISTICO (para o jornal de parede/ da turma) . reportagem . entrevistas 2 - MINI-ESTUDO DE CASO 3 - EXPOSIÇÃO TEMATICA . na turma . na empresa . na associação cultural/ desportiva 4 - DEBATE/ PAINEL TEMÁTICO . a realizar na turma 5 - COLOQUIO/ DEBATE PUBLICO (com convidados exteriores) . na empresa . na associação cultural/ desportiva 6 - EDIÇÃO DE UM JORNAL (com distribuição/ venda) . na empresa . na comunidade 7 – EDIÇÃO DE UMA PÁGINA WEB . com divulgação no site da instituição de formação . com links sobre o tema / objecto de estudo 11
  • 12. C – RECURSOS DE FORMAÇÃO e MEIOS DE SUPORTE Dossier/ fichas informativas: 1) Como fazer . uma comunicação à turma . uma entrevista/ um questionário . uma sondagem relâmpago . um mini-estudo de caso . um mini-relatório . um mini-jornal . uma pagina Web 2) Como organizar . o trabalho de grupo . uma exposição temática . um colóquio/ um debate 3) Como Pesquisar . na WEB . na biblioteca 4. - Avaliação Tendo como base os trabalhos realizados pelos formandos, a avaliação deverá privilegiar as suas aquisições e o desenvolvimento de competências nos domínios da: - recolha, organização da informação e análise do material recolhido; - produção de informação sobre as temáticas abordadas; - participação no trabalho e no debate de ideias. - grau de autonomia evidenciada pelo grupo na realização do “seu” projecto. Considera-se ainda que devem ser igualmente valorizadas os casos em que das tomada de posição dos formandos resultaram impactos evidentes na aquisição/ desenvolvimento de competências de intervenção e/ou de animação do grupo e dos contextos. Neste sentido, os desempenhos na apresentação dos produtos-resultados deverão ser valorizados e disso deverá ser dado “reforçado” conhecimento aos formandos, induzindo-os a explicitarem critérios e/ou parâmetros de avaliação pertinentes para este momento da realização do seu projecto. Deste modo, a avaliação deverá incluir duas componentes: (i) a avaliação da(s) actividade(s) desenvolvida(s) e dos seus produtos; 12
  • 13. (ii) a auto e hetero-avaliação dos desempenhos (formandos e/ou grupos de formandos), particularmente no momento de apresentação de trabalhos e debate de conclusões. 5. - Recursos 1) Suportes diversificados: . imprensa local e nacional; . documentos em formato digital; . documentação video (telejornais e outros programas televisivos, filmes, etc.); . conjuntos de fotografias. 2) Para apoio teórico e metodológico ao formador sugerem-se as seguintes obras, algumas das quais utilizáveis igualmente pelos formandos: - CARITA, A. E SILVA, A. Como Ensinar a Estudar, Lisboa, Ed. Presença, 1998 - ESTANQUEIRO, A. , Aprender a Estudar – um guia para o sucesso na escola, Lisboa, Texto Editora, 1995 - GÓMEZ, P. E GARCIA, A., Manual de TTI – Procedimientos para aprender a aprender, Editoraila EOS, s/d - PINTO, Manuel , Educar para a comunicação, Ministério da Educação, Lisboa, 1988 - PINTO, Manuel, A imprensa na escola, Porto, Jornal O Público, 1999 (bem como diversas outras publicações – os “dossiers” - do projecto “O PÚBLICO na Escola”) - RODRIGUES, A. et al Comunicação social e jornalismo - O fabrico da actualidade Lisboa, A regra do Jogo, 1981 - RODRIGUES, A. et al Comunicação social e jornalismo - Os media escritos Lisboa, A Regra do Jogo, 1981 - RODRIGUES, A. et al Comunicação social e jornalismo - Os media audio-visuais Lisboa, A regra do Jogo, 1981 13
  • 14. 3) Como exemplos de recursos metodológicos utilizáveis pelos formandos sugere-se ainda: - GOMES, Isabel et al Eu vou fazer um trabalho – do 7º ao 12º , Porto, Porto Ed., 1994 - ZENHAS, A., SILVA, C., et al., Ensinar a estudar, aprender a estudar, Porto, Porto Ed. 1999 4) ... e indicam-se ainda alguns sites onde, quer o formador, quer os formandos, poderão encontrar jornais do mundo, e em particular jornais em língua portuguesa, publicados em Portugal ou no estrangeiro, as principais agências noticiosas, jornais em formato digital, bem como os canais da lusofonia: http://canais.sapo.pt/jornais http://www.lusomundo.net http://www.jornaldigital.com/portugal http://www.diariodigital.pt Aconselha-se ainda o recursos aos principais portais portugueses (sapo, cusco, aeiou, netc, lusomundo) e de língua portuguesa, nomeadamente brasileiros (cade, webguide, ...), domínio onde, como sabemos, estão sempre a surgir novidades. 14