O documento discute a história do protestantismo em Portugal e o desenvolvimento da Igreja Lusitana (comunhão anglicana), incluindo as primeiras comunidades protestantes, a estrutura da Igreja Lusitana e seus arquivos. O projeto descreve experiências com a ferramenta ICA-AtoM para catalogar e digitalizar os arquivos da Igreja com o objetivo de preservá-los e torná-los acessíveis.
2. J. António Afonso
Instituto de Educação/CIED
Universidade do Minho
O Arquivo da Igreja Lusitana
(comunhão anglicana)
Notas das primeiras experiências com o ICA-AtoM
António Manuel S. P. Silva
Arquivo Histórico da Igreja
Lusitana C. A. Evangélica
Alexandra Vidal
Arquivo Histórico da Igreja
Lusitana C. A. Evangélica
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3. O protestantismo em Portugal
Até ao séc. XIX, os contactos de personalidades portuguesas com as ideias
religiosas saídas da Reforma foram esporádicos e fruto de correspondências ou
viagensao estrangeiro (ex. Damião deGóis).
A Inquisição, com o seu Index de livros proibidos, impedia qualquer iniciativa de
pensamento religioso heterodoxo e não houve praticamente conversos
protestantes no País, sendo raros também os casos entre portugueses emigrados.
No estrangeiro destacaram-se João Ferreira de Almeida (1628-1691), pastor da
igreja reformada holandesa na ilha de Java e primeiro tradutor da Bíblia em
língua portuguesa e o anglicano Francisco Xavier de Oliveira (1702-1783), o
chevalier d’ Oliveyra, como assinava, com grandeinfluêncialiteráriaem Portugal.
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4. As primeiras comunidades protestantes em Portugal
• Surgem no séc. XIX, beneficiando do clima mais favorável do
Liberalismo, da presença de estrangeiros em Portugal resultante das
invasões francesas (tropas francesas e inglesas) e do investimento da
Sociedade Bíblica Britânica (maior circulação da Bíblia) e sociedades
missionárias estrangeiras (envio de missionários e apoio a iniciativas
locais).
• As primeiras comunidades protestantes foram fundadas essencialmente em
meio urbano e com maior impacto junto das classes operárias e
trabalhadoras mas também junto de alguma classe média mais ilustrada
(sectorespróximosdo republicanismo).
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5. Madeira
1838/1846 – Robert Kalley
Gaia/Porto
1866 – James Cassels
1868 – Frederica Smith Fletcher
Palhal (Albergaria-a-Velha)
1854 – Thomas Chegwin
Portalegre
1877 – George Robinson
Lisboa
1835 – John Cassels
1837 – Vicente Gómez y Tojar
1860 – Helena Roughton
1868 – Angel Herreros de Mora
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7. Igreja Lusitana C. A. E.
Principais datas
1880 – Fundação
1884 – Edição do Livro de Oração Comum
1958 – Sagração 1º bispo
1980 – Integração formal na Comunhão Anglicana
Estrutura orgânica (simplificada)
Sínodo diocesano (nacional) – bispos,
clero, representantes das paróquias,
departamentos, etc.
Departamentos,
comissões…
Arciprestado do Norte
Paróquia 1
Escolas, IPSS, …..
Paróquia 2
Arciprestado do Sul
Paróquia 3 Paróquia 4…
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8. Estrutura e estratégias das primeiras
comunidades protestantes em Portugal
• Até aos começos do século XX estas comunidades compartilharam não só
um fundo teológico largamente comum mas também uma estrutura
organizativa bastante similar, que assentava essencialmente em três
dispositivosde(a/en)culturação:
Igreja (espaço de culto,
serviços religiosos)
Escola Dominical (espaço de formação religiosa
e apoio à alfabetização)
Escolas Diárias – ensino básico e por vezes pré-escolar, secundário e de
educação de adultos (espaço de alfabetização, formação profissional, moral e
cívica)
• A estes dispositivos associavam-se muitas vezes trabalhos sociais mais
amplos, organismos próprios para jovens e, no geral, um grande
investimento na circulação de impressos (Bíblia, folhetos apologéticos,
jornaiserevistas, etc.)
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9. Um exemplo: a vida da Paróquia de S. João Evangelista, V. N. Gaia, de 1868 até c. 1920
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10. Arquivos da Igreja Lusitana – Estrutura geral
Arquivo Diocesano
Arquivos Paroquiais (atualidade: 14)
Arquivos Particulares
(bispos, clérigos, personalidades, IPSS ligadas à igreja e outras entidades colectivas)
Hemeroteca (desde a década de 1870)
Biblioteca Histórica Coleções especiais, como a de edições bíblicas
(desde o séc. XVII)
Edições de interesse direto para a história da IL
12. Situação dos arquivos
1. Dispersos pelas diferentes entidades produtoras (diocese,
paróquias, departamentos, etc.);
2. Feitos trabalhos de recenseamento e organização
parcelares (paróquias do Arcip. do Norte);
3. 2015: início de uma nova fase de tratamento
(higienização), inventário, reorganização e descrição
arquivística (AtoM).
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13. Fases do projeto
1ª fase (década de 1990) - Paróquia de S. João Evangelista
Inventariação (ArqBase)
Re-acondicionamento (c. de 5 m.)
Digitalização de imagens (c. 1.500 fotografias)
Apoios
Ministério da Cultura/Programa de Inventariação do Património
Cultural Móvel (Arquivos)
Arquivo Distrital do Porto
Instituto de Educação/Universidade do Minho
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17. Tomada de Decisão
A suavertenteo pen-so urce (custos)
Facilidadedeinstalação
Flexível/uso intuitivo
Contacto com aArtefactualSystems
Participação no fórum o nline deutilizadoresdo ICA-AtoM
Uso dasnormasrecomendadaspelo CIA
29. Preservação digital a longo prazo:
Integridade da Informação
Ponderação
Archivematica AtoM hosting SLA
Gratuito…
Não é gratuito, mas …
garante: Todos os serviços hospedados
incluem a instalação; desempenho e
otimização de segurança, novos upgrades de
versão, backup remoto geo-noturno, dados
de recuperação de corrupção; suporte por e-
mail e telefone.
36. 3 tópicos finais:
Continuar com o desafio do ICA-AtoM/AtoM na nova versão 2.2
(seguintes) e seus desafios tecnológicos
Humanidade do Arquivo > Memória Institucional e seus
produtores na nova Era da Sociedade de Informação
Permitir > Acesso à Informação de uma Instituição para todos
37. Os Arquivo s são um patrimó nio único e insubstituível transmitido de uma geração a o utra.
Desempenham um papel essencial no desenvo lvimento das so ciedades ao co ntribuir para a
co nstituição e salvaguarda da memó ria individual e co letiva. O livreacessoao s
arquivo s enriquece o co nhecimento so bre a so ciedade humana, pro mo ve a demo cracia,
pro tege o s direito s do s cidadãos e aumenta a qualidade de vida.
Conselho Internacional deArquivos, Declaração Universal sobre o s Arquivo s, 2010.