O documento discute o Projeto AMPAL (Atenção Multiprofissional ao Longevo), que avalia o estado de saúde e condições de vida de pessoas com 90 anos ou mais em suas casas. O projeto identifica as necessidades desse grupo e busca articular os cuidados entre a atenção primária e especializada. O AMPAL avaliou 244 pessoas em 2016 e vem realizando estudos desde então. Recentemente, analisou o impacto da pandemia nesses idosos, mostrando redução na atividade física.
1. Projeto AMPAL ontem
hoje e sempre
Ângelo José Gonçalves Bós, MD PhD
Professor Titular da Escola de Medicina
Pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia
Coordenador do Projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo
(AMPAL)
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
3. Causas de morte entre
os centenariáveis
Mortes sem assistência
Outros sinais e sintomas anormais
Pneumonia
Doenças cerebrovasculares
Outras doenças cardíacas
4. Primeira experiência –
Ambulatório Nonagenários e
centenários
• Serviço de Geriatria Hospital São Lucas –
Centro de Referência SUS (2 no Estado)
• 2012 – Lista de espera de 1951 idosos
• Longevos 136, com telefone
• 22 compareceram (contatos iniciais)
• (dificuldade transporte)
5. AMPAL – Atenção multiprofissional ao
Longevo
• Objetivo: avaliar o estado de saúde e
condições de vida de longevos (90+) a nível
domiciliar;
• Identificar demandas de tratamento e
cuidado
• Criar instrumentos de comunicação com a
atenção primária (SUS, Convênio, Privado)
• Identificar dificuldades da atenção primária
na resolução e encaminhamento das
demandas
11. Projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo
(AMPAL)
• 2016
• – Avaliação domiciliar de nonagenários e centenários
• – Amostra representativa (setores censitários nas regiões do Orçamento
Participativo)
• – Apoio do Fundo Municipal do Idoso de Porto Alegre
• – 244 avaliados
• – Acompanhamento em 2018 e diversos projetos de mestrado e doutorado
do Programa de Gerontologia Biomédica PUCRS
• – Março 2021: Sobreviventes: 110; Óbitos: 129, Perda de
acompanhamento: 5
14. Diminuição da Atividade Física de Nonagenários e Centenários
Durante a Pandemia da COVID-19, Projeto AMPAL.
Francielle Bonett Aguirre, Josemara de Paula Rocha, Ana Paula Tiecker, Vivian Ulrich, Liziane da Rosa Camargo, Ângelo José
Gonçalves Bós.
• A Atividade Física diminuiu durante a pandemia, principalmente em homens, idade > 95 anos,
que reduziram as saídas de casa, moravam com acompanhante e pioraram os níveis de AVD.
• Nonagenários e centenários poderiam ser mais encorajados a praticar AF talvez por
estratégias como a teleassistência como o programa ViviFrail.
15. A partir da avaliação determina-se o nível mais apropriado
de programa físico multicomponente, quanto à capacidade
funcional e risco de quedas dos adultos mais velhos.
Tipo A Pessoa com incapacidade
Tipo B Pessoa com fragilidade
Tipo B+ Pessoa com fragilidade e risco de quedas
Tipo C Pessoa com pré-fragilidade
Tipo C+ Pessoa com pré-fragilidade e risco de quedas
Tipo D Pessoa robusta
IZQUIERDO, M. et al. ViviFrail - A Practical Guide for Prescribing a Multi-Component Physical Training Program to prevent weakness and falls in People over 70, 2017. Disponível
em: <http://vivifrail.com/wp-content/uploads/2019/11/VIVIFRAIL-ENG-Interactivo.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2020
Essas intervenções incluirem um trabalho de resistência, equilíbrio e
coordenação, conhecido como exercício multicomponente que diminui a
ocorrência de fragilidade e também contribui para a redução do risco de quedas.
16. Mestranda: Ana Paula Tiecker
ACEITAÇÃO E ADEQUAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE
EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE, FORÇA E EQUILÍBRIO PARA
LONGEVOS
Orientador: Ângelo José Gonçalves Bós - PUCRS
Coorientador: Eduardo Lusa Cadore - UFRGS
Comissão Examinadora:
Patricia Krieger Grossi - PUCRS
Mikel Izquierdo – Universidade Pública de Navarra
17. 14 longevos que
concluíram
Renda
36%(5) tinham entre 3 a 6
salários mínimos(SM);
36%(5) de um a dois salários
mínimos;
7%(1) menos de um salário
mínimo;
e 7%(1) com mais de 10
salários mínimos.
Média de
idade
89±6,30 anos
(min.80 e
máx.99 anos)
Escolaridade
57%(8) tinham mais de 10
anos de estudo;
21,5%(3) tinham entre 1 a
5 anos de estudo;
21,5%(3) tinham entre seis
e 10 anos de estudo.
Sexo
79%(11) eram do
sexo feminino;
21%(3) do sexo
masculino.
18. Aceitação do ViviFrail por videoconferência
em nonagenários e centenários
Fonte: Tiecker, 2021
19. Conclusões finais
• Os nonagenários e centenários de Porto Alegre não saiam de casa antes da
pandemia
• Mesmo assim houve diminuição, com piora os sintomas depressivos
• Parece ter ocorrido maior suporte social e familiar principalmente no
cuidado com a alimentação
• Pouco estímulo à atividade física
• Pouco cuidado com a saúde oral
• Concluímos ser possível a avaliação multiprofissional do longevo por
telefone durante a COVID, incluindo avaliação funcional tanto de membros
inferiores quanto de membros superiores.
20. Proposta
• Utilizar a experiência do AMPAL como instrumento de avaliação
das necessidades, inicialmente, de nonagenários e centenários
recebedores do Benefício de Prestação Continuada, começando
pelos registrados no CRAS Partenon.
• Discutir os casos avaliados e definir demandas de cuidado
articulando a Rede de Cuidados no Partenon
• Realizar estudos de intervenção funcional e nutricional em
longevos.