Este documento analisa a presença de associações espíritas portuguesas na internet. 19 associações responderam a um questionário, a maioria delas tendo Facebook e site, mas divulgando pouco vídeos ou calendários de atividades. O documento conclui que a presença online precisa melhorar a clareza e acessibilidade das mensagens para públicos não familiarizados.
1. Número de associações que responderam: 19
Águeda
Alcobaça
Aveiro (3)
Barcelos
Braga (2)
Caldas da Rainha
Cascais
Covilhã
Évora
Funchal
Leiria
Lisboa (2)
Gondomar
S. João de Ver
Vale de Cambra
A Associação
tem conta no Twitter?
94,7%Não
5,3%Sim 1
185,3%
Na vossa presença
na internet dão a ler
a morada e o contacto?
0%Não
100%Sim 17
0100%
A Associação
tem site na Internet?
31,6%Não
68,4%Sim 13
6
A Associação
tem Facebook?
31,6%Não
68,4%Sim 13
658,8%
Tem calendário
semanal de atividades?
5,9%Não
94,1%Sim 16
194,1%
Mostram fotografias?
11,8%Não
88,2%Sim 15
288,2%
Na vossa presença
na internet usam vídeos?
41,2%Não
58,8%Sim 10
758,8%
Por que motivo
consideraram que deviam
estar presentes na internet?
10,5%Divulgar associação
63,2%Divulgar espiritismo 12
2
26,3%Outros 5
63,2%
REFERENCIAS
A Lusofonia é um mundo! Não é só, o que não é pouco, Portugal
e Brasil. Estar na Internet equivale a disponibilizar informação
que deveria ser basicamente útil para pessoas que saibam
Português, onde quer que estejam, desde as numerosas
comunidades emigrantes aos povos das ex-colónias asiáticas e
africanas.
A presença na Internet das associações espíritas portuguesas
que se observou nesta análise foi muito superior às que
responderam ao questionário. O facto de apenas uma minoria
ter respondido revela fragilidade por apontar despreocupação
no que toca a colaborar em pesquisas que pretendem apenas
levar a uma reflexão suscetível de melhorias, que são sempre
possíveis.
Uma reflexão mais alargada foi feita nas páginas centrais do
“Jornal de Espiritismo” n.º 70, de maio e junho de 2015,
publicado pela ADEP em Portugal.
AGRADECIMENTOS
ADEP, Jornadas de Cultura Espírita do Oeste, Associação
Sociocultural Espírita de Braga, ACEA-Associação de Cultura
Espírita de Alcobaça, Associação Cultural Espírita Estrela de
Aveiro, Associação Cultural Espírita Mudança Interior,
Associação Espirita de Leiria, Associação Espírita de Évora,
Associação Espírita Consolação e Vida, Centro Cultural Espírita
do Funchal, Centro Espírita Perdão e Caridade, Grupo Espirita
Centelha de Luz, Ponte de Luz - Associação Sociocultural
Espírita de Cascais, Associação Espírita Luz e Paz de Aveiro,
Fraternidade Espírita Cristã, Núcleo de Estudos Espíritas de
Barcelos, Casa de Oração Isabel de Aragão, Centro de Cultura
Espírita de Caldas da Rainha, Comunhão Espírita Cristã, Escola
de Beneficência e Caridade Espírita, bem como a Joana Farhat
pelas importantes dicas na apresentação dos dados.
CONTACTOS
Gomes, J. | jorg.cbe@gmail.com
adep@adeportugal.org
www.adep.pt
68,4%
INTRODUÇÃO
As associações espíritas têm uma sede social e é
sobretudo dentro das suas paredes que realizam
atividades.
Normalmente organizam palestras públicas sema-
nais de entrada livre frequentemente complemen-
tadas com a aplicação do chamado passe magné-
tico; realizam também atendimento privado, re-
união mediúnica, tudo isto completamente grátis,
claro, tendo ainda uma boa parte destas asso-
ciações um valor acrescentado: a reunião de infân-
cia e juventude.
E para fora das suas paredes?
Há associações que promovem esporadicamente
eventos no exterior, mas esse tipo de iniciativas
nunca esteve tão facilitado como nos dias que
correm graças à internet.
Praticamente sem custos, uma associação sem fins
lucrativos pode ter uma presença institucional an-
corada num site, numa página nas redes sociais
(por exemplo, no Facebook) e pode também enviar
via e-mail uma newsletter eletrónica a quem se in-
screver com vista a receber informações sobre as
suas atividades a curto prazo.
A possibilidade de uma associação espírita ter site
ajuda quem a visita a saber onde fica, quando pode
ir, que atividades desenvolve, etc. Sem custos.
Como estava este item da comunicação a funcionar
em meados de 2015?
OBJETIVO
Que tipo de presença/ausência têm as associações
espíritas portuguesas na internet?
Exigia muito tempo apurar todas, pelo que, através
de uma listagem que se pretendia o mais completa
possível, atualizada periodicamente pela ADEP,
visitámos a respetiva presença na internet.
Verificou-se que nem todas as associações espíri-
tas tinham site na internet...
Depois pensou-se no questionário que está descrito
ali ao lado, no título de cada gráfico.
MÉTODO
Elaborou-se em julho de 2015 um questionário, es-
truturado nos formulários grátis on-line da Google,
que foi enviado a 117 associações, através de uma
mensagem de correio eletrónico que explicava o
assunto e deixava um link de acesso às perguntas.
Estes e-mails foram extraídos da listagem do site
da ADEP na internet.
As 10 perguntas feitas às associações em estudo
são apresentadas nos resultados.
Foram ali incluídas todas as respostas obtidas du-
rante o período de duas semanas - de 27-07-2015 a
09-08-2015 - mas na verdade admitiram-se res-
postas até 28-9-2015.
Foram excluídas as associações espíritas que cor-
respondiam aos oito e-mails que vieram devolvidos
com a informação de que não tinha sido possível
entregar ao destinatário.
RESULTADOS
Responderam 19 associações com sede nas
seguintes cidades portuguesas: Águeda, Alcobaça,
Aveiro (3), Barcelos, Braga (2), Caldas da Rainha,
Cascais, Covilhã, Évora, Funchal (Arquipélago da
Madeira), Leiria, Lisboa (2), Gondomar, S. João de
Ver, Vale de Cambra. Os gráficos ao lado eviden-
ciam os resultados.
Nota: Oito e-mails vieram devolvidos com a infor-
mação de que não tinha sido possível entregar ao
destinatário.
Na lista de contactos não tinham nem site nem
página no Facebook duas das associações que re-
sponderam às perguntas, embora esta realidade
deva ser, entre as que não responderam, decerto
bem mais expressiva.
CONCLUSÕES
Num universo de cerca de 100 associações a nível
nacional, encontrámos com facilidade 27 com
algum tipo de presença na internet.
Há de tudo.
Alguns bons exemplos, outros mais cheios de boa
vontade do que de eficácia, o que sugere que em
termos de conteúdo e de forma muitos deveriam
merecer uma auto-reflexão para poderem prestar
um melhor serviço informativo à população.
A heterogeneidade de forma e conteúdo é grande.
A mensagem deve ser inteligente, útil, deve prestar
serviço ao próximo. A linguagem deve ser simples,
universal, acessível, sucinta.
Se se pode dizer o mesmo com cinco palavras para
quê usar seis? Se usar neste caso 12 está a afastar
o leitor.
Fora de paredes da associação, não se comunica só
para adeptos da ideia espírita, o que leva a pensar
que terá de se pôr no lugar desses visitantes in-
diferenciados e não introduzir ruído com palavras
invulgares, ou se é de empregar alguma, há que
explicá-la.
Ao mínimo trique de ruído na mensagem que se
quer passar, mesmo sem ouvirmos o clique, as pes-
soas já não estão lá. A luz pode estar em cima do
alqueire, mas as pessoas, na sua maioria, em bicos
de pés já mudaram de cena.
Começar por fundamentar com clareza e solidez o
que se vai passar a outrem é desafio diário.
Emagrecer adjetivos: nas notícias se possível é bom
deixá-los cair.
Normalmente não adiantam mais nada sobre o que
se tem a dizer e podem denunciar informação es-
cassa.
Deixar cair o palavreado, ainda que respeitável, das
religiões tradicionais: a embalagem deteriora o
conteúdo da mensagem.
Encontros periódicos de reflexão com periodicidade
a definir pelos interessados deveriam ser realiza-
dos com um roteiro organizado de trabalho, a fim
de conseguir a otimização deste serviço de infor-
mação.
Textos sucintos, com uma linguagem clara e con-
cisa, valorizados por um grafismo leve e facilmente
legível são mais atrativos.
Imagens construtivas, de leitura simples, cores ad-
equadas e pequenos vídeos com conteúdos ritma-
dos nas coordenadas do equilíbrio e do pragma-
tismo também são muito vistos e permitem levar
mais longe a comunicação neste patamar.
Quando se comunica com destinatários indiferen-
ciados os conteúdos devem ser pensados de forma
útil, com algum conhecimento técnico e bom senso,
o que não se faz numa boa parte dos casos dentro
das paredes de um centro espírita.