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O CASO STANFORD POR ALEXSANDRO REBELLO BONATTO SITE: WWW.VENTURACOPORATE.COM.BR E-MAIL: ALEX@VENTURACORPORATE.COM.BR
 
O GOLPE A SEC – Securities and Exchange Commission (Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos) acusou o multimilionário texano Robert Allen Stanford de operar um fundo de investimentos fraudulento com o qual captou US$ 8 bilhões junto a investidores .  Stanford alegava que tinha alcançado uma rentabilidade de dois dígitos nos últimos 15 anos, e garantiu às vítimas que os depósitos eram seguros, pois investia principalmente em ativos financeiros "líquidos", o que era mentira, de acordo com a SEC.
O GOLPE Entre as companhias acusadas de participar da fraude estão a Stanford International Bank, com sede na ilha caribenha de Antígua, a Stanford Group Co., baseada em Houston, nos EUA, e a consultoria Stanford Capital Management, que tiveram parte de seus ativos congelados. Além disso, o grupo Stanford possui vários negócios na América Latina, o que fez com que muitos acionistas ficassem preocupados.  A fraude do Stanford Group não se limitou à venda de certificados de depósito, conforme a SEC. Desde 2005, os consultores do Stanford Group venderam mais de 1 bilhão de dólares de um fundo de investimento que apresentava dados de desempenho falsos.
PÂNICO NA AMÉRICA LATINA O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos causou preocupação e uma corrida aos bancos da empresa em países da América Latina e do Caribe. Em países como Venezuela, México e na ilha caribenha de Antígua e Barbuda (paraíso fiscal onde Stanford tem grandes investimentos), centenas de pessoas correram às agências bancárias ligadas ao grupo para checar suas economias ou retirar dinheiro, com medo de que os ativos dos bancos sejam congelados.
PÂNICO NA AMÉRICA LATINA A Venezuela confiscou as operações locais do Stanford International Bank, depois que centenas de investidores se aglomeraram em frente do escritório do banco, em Caracas, na tentativa de recuperar seus investimentos. Stanford era particularmente ativo na Venezuela, tirando vantagem da fuga de capital desencadeada pelas tentativas do presidente Hugo Chávez de fundar o que ele chama de "socialismo do século XXI".  Desde que o governo implantou controles de capital em 2003, os venezuelanos vêm procurando meios de tirar seu dinheiro do país. Analistas diziam ontem que o Stanford representava uma opção mais fácil do que os bancos americanos ou europeus, uma vez que ele pedia apenas uma cópia de um passaporte e um endereço para fazer depósitos.
PÂNICO NA AMÉRICA LATINA Na esteira das alegações, a autoridade reguladora do mercado de valores mobiliários do Peru suspendeu as operações da subsidiária do Stanford Group Usa em Lima, como medida "preventiva". A corretora peruana, com ativos líquidos de cerca de 6,8 milhões de sóis novos (US$ 2,1 milhões), não vai operar durante 30 dias sob a ordem imposta pela Comissão Supervisora Nacional de Companhias e Valores Mobiliários (Conasev). No Panamá, a autoridade que regula a atividade bancária anunciou a tomada do controle da filial do Stanford Financial Group no país.
PÂNICO NA AMÉRICA LATINA Já a filial do grupo na Colômbia suspendeu suas operações, com a autorização da Superintendência Financeira do país. Segundo um comunicado divulgado pelo órgão, a Stanford S.A. só poderá utilizar os recursos em seu poder para cumprir operações e compromissos pendentes.  No Equador, uma subsidiária local do grupo anunciou que deverá suspender suas operações na Bolsa de Quito por trinta dias. A filial do grupo no país, no entanto, afirmou que os investidores domésticos não serão afetados pelo escândalo que atinge a companhia nos Estados Unidos, já que ela seria independente da sede americana.  Já na Cidade do México, dezenas de investidores reivindicaram suas economias em frente aos escritórios da Stanford Financial, que mantém suas operações encerradas. Mesmo assim, a mexicana Stanford Fondos divulgou um comunicado onde afirma que o "Stanford International Bank é uma entidade diferente do mesmo grupo".
LIGAÇÕES POLÍTICAS E CONDUTA DA SEC CAUSAM EMBARAÇO Em 2007, quando a SEC descobriu que o Stanford Group não tinha o capital líquido necessário para atuar como corretora, a empresa pagou US$ 20 mil para encerrar a questão. Mais tarde, no mesmo ano, foi censurada e desembolsou outros US$ 10 mil para se livrar da acusação de fornecer "informações enganosas, injustas e parciais" sobre os seus certificados de depósito, como indicam os registros da FINRA - Financial Industry Regulatory Authority, braço da SEC que monitora Wall Street. No final de 2008, o grupo Stanford pagou US$ 30 mil para resolver uma terceira onda de acusações da FINRA, desta vez por não reportar como deveria os métodos de pesquisa e de avaliação de determinados títulos. Segundo um resumo das violações postado no site da FINRA, há dois anos a companhia distribuiu material de vendas que não revelava sua afiliação a um banco relacionado, tendo "falhado em apresentar um tratamento justo e equilibrado dos riscos e benefícios potenciais" dos instrumentos que comercializava como certificados de depósito.
LIGAÇÕES POLÍTICAS E CONDUTA DA SEC CAUSAM EMBARAÇO Os registros financeiros das campanhas também mostram que, em 2008, Allen Stanford doou pelo menos US$ 28 mil aos comitês controlados pelo deputado democrata Charles B. Rangel, campeão em leis que favorecem os interesses econômicos de países e habitantes do Caribe.  As viagens foram outro recurso da corte aos legisladores. Logo após a eleição de 2004, por exemplo, o Stanford Group levou o senador republicano texano John Cornyn, juntamente com a mulher, para uma viagem de três dias a Antigua e Barbuda - ou melhor, para uma "missão de apuração do status das indústrias locais de serviços financeiros", como registrou a LegiStorm, que monitora as transgressões éticas do Congresso.
UMA VIDA DE LUXO E MORDOMIAS Entre os ativos do empresário, está uma frota de aviões, um iate com 40 metros de comprimento e várias propriedades. "Ele possui restaurantes, aviões e até uma ilha nas Caraíbas", lê-se nos documentos de um processo judicial que Stanford enfrentou no ano passado. Através da sua empresa Aviation LLC, o empresário tem à sua disposição uma frota de aviões particulares que inclui dois aparelhos ‘Gulfstream'G-IV, e mais quatro jatos. O multimilionário, sua ex-companheira e os seus dois filhos também costumavam viver no Castelo de Wackenhut, uma mansão de 57 quartos em Miami. No entanto, Stanford e a família optaram por ir viver numa casa de 3.650 metros quadrados em 2004, que alugavam pela soma de 25 mil dólares por mês. O castelo foi demolido no ano passado. Depois da separação da sua companheira, o multimilionário pagou 673 mil euros por ano em despesas de habitação, alimentação e educação para garantir que os seus filhos mantinham o seu "estilo de vida luxuoso e privilegiado", indicam os documentos judiciais, que informam a disponibilização de uma limusine e motorista 24 horas por dia, sete dias por semana.
BIBLIOGRAFIA http://br.invertia.com/ http://diario.iol.pt/ http://dn.sapo.pt/l http://economico.sapo.pt/l http://euronews.net/ http://noticias.uol.com.br/ http://www.bpionline.pt/l  http://www.economico.pt/ http://www.folha.uol.com.br/ http://www.fraudes.org/ http://www.correiodamanha.pt/ http://www.jornaldenegocios.pt/  http://www.publico.clix.pt/

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O Caso Stanford 260209

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  • 2. O CASO STANFORD POR ALEXSANDRO REBELLO BONATTO SITE: WWW.VENTURACOPORATE.COM.BR E-MAIL: ALEX@VENTURACORPORATE.COM.BR
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  • 4. O GOLPE A SEC – Securities and Exchange Commission (Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos) acusou o multimilionário texano Robert Allen Stanford de operar um fundo de investimentos fraudulento com o qual captou US$ 8 bilhões junto a investidores . Stanford alegava que tinha alcançado uma rentabilidade de dois dígitos nos últimos 15 anos, e garantiu às vítimas que os depósitos eram seguros, pois investia principalmente em ativos financeiros "líquidos", o que era mentira, de acordo com a SEC.
  • 5. O GOLPE Entre as companhias acusadas de participar da fraude estão a Stanford International Bank, com sede na ilha caribenha de Antígua, a Stanford Group Co., baseada em Houston, nos EUA, e a consultoria Stanford Capital Management, que tiveram parte de seus ativos congelados. Além disso, o grupo Stanford possui vários negócios na América Latina, o que fez com que muitos acionistas ficassem preocupados. A fraude do Stanford Group não se limitou à venda de certificados de depósito, conforme a SEC. Desde 2005, os consultores do Stanford Group venderam mais de 1 bilhão de dólares de um fundo de investimento que apresentava dados de desempenho falsos.
  • 6. PÂNICO NA AMÉRICA LATINA O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos causou preocupação e uma corrida aos bancos da empresa em países da América Latina e do Caribe. Em países como Venezuela, México e na ilha caribenha de Antígua e Barbuda (paraíso fiscal onde Stanford tem grandes investimentos), centenas de pessoas correram às agências bancárias ligadas ao grupo para checar suas economias ou retirar dinheiro, com medo de que os ativos dos bancos sejam congelados.
  • 7. PÂNICO NA AMÉRICA LATINA A Venezuela confiscou as operações locais do Stanford International Bank, depois que centenas de investidores se aglomeraram em frente do escritório do banco, em Caracas, na tentativa de recuperar seus investimentos. Stanford era particularmente ativo na Venezuela, tirando vantagem da fuga de capital desencadeada pelas tentativas do presidente Hugo Chávez de fundar o que ele chama de "socialismo do século XXI". Desde que o governo implantou controles de capital em 2003, os venezuelanos vêm procurando meios de tirar seu dinheiro do país. Analistas diziam ontem que o Stanford representava uma opção mais fácil do que os bancos americanos ou europeus, uma vez que ele pedia apenas uma cópia de um passaporte e um endereço para fazer depósitos.
  • 8. PÂNICO NA AMÉRICA LATINA Na esteira das alegações, a autoridade reguladora do mercado de valores mobiliários do Peru suspendeu as operações da subsidiária do Stanford Group Usa em Lima, como medida "preventiva". A corretora peruana, com ativos líquidos de cerca de 6,8 milhões de sóis novos (US$ 2,1 milhões), não vai operar durante 30 dias sob a ordem imposta pela Comissão Supervisora Nacional de Companhias e Valores Mobiliários (Conasev). No Panamá, a autoridade que regula a atividade bancária anunciou a tomada do controle da filial do Stanford Financial Group no país.
  • 9. PÂNICO NA AMÉRICA LATINA Já a filial do grupo na Colômbia suspendeu suas operações, com a autorização da Superintendência Financeira do país. Segundo um comunicado divulgado pelo órgão, a Stanford S.A. só poderá utilizar os recursos em seu poder para cumprir operações e compromissos pendentes. No Equador, uma subsidiária local do grupo anunciou que deverá suspender suas operações na Bolsa de Quito por trinta dias. A filial do grupo no país, no entanto, afirmou que os investidores domésticos não serão afetados pelo escândalo que atinge a companhia nos Estados Unidos, já que ela seria independente da sede americana. Já na Cidade do México, dezenas de investidores reivindicaram suas economias em frente aos escritórios da Stanford Financial, que mantém suas operações encerradas. Mesmo assim, a mexicana Stanford Fondos divulgou um comunicado onde afirma que o "Stanford International Bank é uma entidade diferente do mesmo grupo".
  • 10. LIGAÇÕES POLÍTICAS E CONDUTA DA SEC CAUSAM EMBARAÇO Em 2007, quando a SEC descobriu que o Stanford Group não tinha o capital líquido necessário para atuar como corretora, a empresa pagou US$ 20 mil para encerrar a questão. Mais tarde, no mesmo ano, foi censurada e desembolsou outros US$ 10 mil para se livrar da acusação de fornecer "informações enganosas, injustas e parciais" sobre os seus certificados de depósito, como indicam os registros da FINRA - Financial Industry Regulatory Authority, braço da SEC que monitora Wall Street. No final de 2008, o grupo Stanford pagou US$ 30 mil para resolver uma terceira onda de acusações da FINRA, desta vez por não reportar como deveria os métodos de pesquisa e de avaliação de determinados títulos. Segundo um resumo das violações postado no site da FINRA, há dois anos a companhia distribuiu material de vendas que não revelava sua afiliação a um banco relacionado, tendo "falhado em apresentar um tratamento justo e equilibrado dos riscos e benefícios potenciais" dos instrumentos que comercializava como certificados de depósito.
  • 11. LIGAÇÕES POLÍTICAS E CONDUTA DA SEC CAUSAM EMBARAÇO Os registros financeiros das campanhas também mostram que, em 2008, Allen Stanford doou pelo menos US$ 28 mil aos comitês controlados pelo deputado democrata Charles B. Rangel, campeão em leis que favorecem os interesses econômicos de países e habitantes do Caribe. As viagens foram outro recurso da corte aos legisladores. Logo após a eleição de 2004, por exemplo, o Stanford Group levou o senador republicano texano John Cornyn, juntamente com a mulher, para uma viagem de três dias a Antigua e Barbuda - ou melhor, para uma "missão de apuração do status das indústrias locais de serviços financeiros", como registrou a LegiStorm, que monitora as transgressões éticas do Congresso.
  • 12. UMA VIDA DE LUXO E MORDOMIAS Entre os ativos do empresário, está uma frota de aviões, um iate com 40 metros de comprimento e várias propriedades. "Ele possui restaurantes, aviões e até uma ilha nas Caraíbas", lê-se nos documentos de um processo judicial que Stanford enfrentou no ano passado. Através da sua empresa Aviation LLC, o empresário tem à sua disposição uma frota de aviões particulares que inclui dois aparelhos ‘Gulfstream'G-IV, e mais quatro jatos. O multimilionário, sua ex-companheira e os seus dois filhos também costumavam viver no Castelo de Wackenhut, uma mansão de 57 quartos em Miami. No entanto, Stanford e a família optaram por ir viver numa casa de 3.650 metros quadrados em 2004, que alugavam pela soma de 25 mil dólares por mês. O castelo foi demolido no ano passado. Depois da separação da sua companheira, o multimilionário pagou 673 mil euros por ano em despesas de habitação, alimentação e educação para garantir que os seus filhos mantinham o seu "estilo de vida luxuoso e privilegiado", indicam os documentos judiciais, que informam a disponibilização de uma limusine e motorista 24 horas por dia, sete dias por semana.
  • 13. BIBLIOGRAFIA http://br.invertia.com/ http://diario.iol.pt/ http://dn.sapo.pt/l http://economico.sapo.pt/l http://euronews.net/ http://noticias.uol.com.br/ http://www.bpionline.pt/l http://www.economico.pt/ http://www.folha.uol.com.br/ http://www.fraudes.org/ http://www.correiodamanha.pt/ http://www.jornaldenegocios.pt/ http://www.publico.clix.pt/