3. ANTES DA LEITURA
O que sugere o título do texto?
E a qual gênero pertence?
Quem é o autor? Conhecem?
Onde o texto foi publicado?
Na fonte há pistas sobre o gênero?
4. Conhecendo o autor
Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre no dia 23
de março de 1937, foi um escritor brasileiro. Formado
em medicina, trabalhou como médico especialista em
saúde pública e professor universitário. Scliar publicou
mais de setenta livros, entre crônicas, contos,
ensaios, romances e literatura infanto-juvenil. Entre
suas obras mais importantes estão os seus contos e
os romances O ciclo das águas, A estranha nação de
Rafael Mendes, Caminho dos Sonhos, O exército de
um homem só e O centauro no jardim, este último
incluído na lista dos 100 melhores livros de temática
judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National
Yiddish Book Center nos Estados Unidos. Faleceu em
Porto Alegre no dia 27 de fevereiro de 2011.
5. Durante a leitura
A personagem demonstra pressa? Para onde ela irá? Quem é
ela?
De quem é a voz?
O que quer dizer azedume na voz? Por que ela teria dito dessa
forma?
Será que ele vai trabalhar em pleno domingo?
Por que sua mulher não gostava disso?
Onde fica a casa?
O que realmente fará no hotel?
Por que o chamam de Isidoro?
Quem são essas mulheres?
O seu sono foi tranquilo?
Há palavras ou expressões desconhecidas?
6. Depois da leitura
Entenderam a relação entre o título e
a história?
Samuel alcançou seu objetivo?
Quais elementos marcam tempo e a
velocidade?
Embora seja uma história fictícia, em
algum momento assemelha-se ao
nosso cotidiano?
Há palavras/expressões
desconhecidas?
7. Epitáfio
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
Até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar…
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vie
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar…
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
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8. Não tenho pressa
Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.
Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.
Ninguém anda mais depressa do que as pernas que tem.
Se onde quero estar é longe, não estou lá num momento.
Sim: existo dentro do meu corpo.
Não trago o sol nem a lua na algibeira.
Não quero conquistar mundos porque dormi mal,
Nem almoçar o mundo por causa do estômago.
Indiferente?
Não: filho da terra, que se der um salto, está em falso,
Um momento no ar que não é para nós,
E só contente quando os pés lhe batem outra vez na terra,
Traz! na realidade que não falta!
9. Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passe adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salte por cima da sombra.
Não; não tenho pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço
chega -
Nem um centímetro mais longe.
Toco só aonde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente
verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra
coisa,
E somos vadios do nosso corpo.
E estamos sempre fora dele porque estamos aqui.
Alberto Caeiro
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