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Atenção à Saúde Mental na
Saúde das Crianças e
Adolescentes
Maria Cristina Riesinger Pereira
Médica Psiquiatra
SES/HIJG e SM Saúde de Palhoça - CAPSi
Mestre em Antropologia Social – UFSC/SC
Roteiro da Palestra
- Os Problemas de Saúde Mental (PSM) Infanto-Juvenil
- Prevalência dos PSM das Crianças e Adolescentes
- Política de Saúde Mental para Crianças e Adolescentes
/ A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
- Pesquisa na Atenção Básica (AB), no município de São
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- Algumas Tecnologias Leves de Cuidado em Saúde
Mental Infanto-Juvenil
- Conclusão
O impacto dos PSM Infanto-
Juvenil: crianças e adolescentes
sofrem e adoecem
- Sofrimento psíquico X prejuízo no desenvolvimento;
- Impacto nas famílias;
- Risco de TMs na vida adulta.
Pensar sobre crianças e adolescentes é pensá-los a partir
de seus contextos: seu desenvolvimento singular, sua
família e outros laços sociais; as rotinas diárias; a sua
comunidade e os outros espaços de socialização, a
creche, a pré-escola, a escola, o lazer.
• Crianças e adolescentes x escola;
• Fase de Adolescência;
• Suicídio e tentativa de suicídio na adolescência.
Saúde Mental das
Crianças e Adolescentes
Experimentalismos múltiplos: o uso de drogas na
adolescência
- Maconha, bala (LSD-ácido lisérgico), doce (ecstasy- MDMA=
Metileno Dióxido Metanfetamina), cocaína, crack, cristal
(metanfetamina potente), etc... circulam, “soltos”, na vida dos
adolescentes.
- De acordo com estudos, a maconha apresenta um risco
potencial para o desenvolvimento de transtornos
esquizofrênicos, particularmente em indivíduos vulneráveis.
- Esse risco parece estar diretamente relacionado à freqüência
e ao uso precoce
- Sindrome Amotivacional: desinteresse generalizado, mas
principalmente pelos estudo/escola. Risco de evasão escolar.
-Iniciativas com o objetivo de reduzir o uso de maconha
entre os jovens: impacto positivo na prevenção de futuros
casos de esquizofrenia.
-Campanhas esclarecedoras sobre esses achados p/ jovens
são necessárias e relevantes.
Experimentalismos múltiplos: o uso de drogas na
adolescência
• Problemas internalizantes / transtornos emocionais:
mais comuns em meninas;
• Problemas externalizantes / transtornos do
comportamento disruptivo: mais comuns em meninos;
• Transtornos do desenvolvimento.
Os principais grupos diagnósticos
A manifestação desses quadros clínicos está associada a
determinadas características individuais, familiares,
contextuais e experiências de eventos traumáticos e/ou
estressores.
• Eventos de vida negativos;
• Rupturas de vínculos/perdas de laços;
• Violência;
• Doenças crônicas, hospitalizações.
Eventos Estressores
Associações entre problemas de comportamento e variáveis
do ambiente familiar têm sido constantemente verificadas. A
quantidade e qualidade de eventos de vida negativos
provenientes da família vem sendo apontadas como
particularmente prejudicial ao desenvolvimento infantil, sendo
fator predisponente aos problemas de saúde mental.
- Associações entre problemas de
comportamento e variáveis do ambiente
familiar têm sido constantemente verificadas.
- A quantidade e qualidade de eventos de vida
negativos provenientes da família vem sendo
apontadas como particularmente prejudicial ao
desenvolvimento infantil, sendo fator
predisponente aos problemas de saúde mental.
Ambiente Familiar
Ambiente Familiar
• Problemas de SM dos pais: depressão, uso de álcool e
outras drogas, explosividade, etc;
• Estresse materno x problemas internalizantes;
• Vínculos frágeis com o pai;
• Depressão materna X supervisão positiva X agravos no
desenvolvimento infanto-juvenil;
• Violência intra-familiar x problemas externalizantes e
internalizantes x uso de drogas.
A Violência como Estressor Máximo
- A família serve como modelo para o aprendizado de
padrões comportamentais, emocionais e sociais dos filhos.
Quando existe violência, a família atua como um modelo
negativo, gerando comportamentos prejudiciais à
interação social e à SM das crianças e adolescentes.
- Situações de violência física, abuso sexual e violência
psicológica causam enorme impacto no desenvolvimento
emocional e cognitivo.
- Crianças e adolescentes abrigados e a alta vulnerabilidade
psicossocial;
Condições financeiras
desfavoráveis
- Condições de pobreza configuram-se como situações
de violência.
- Instabilidade do ambiente familiar, privações, falta de
estímulos adequado, exclusão social, restrição do
espaço físico, violência intra-familiar, violência urbana.
Saúde Mental das Crianças e
Adolescentes
Prevalência:
Segundo estimativas da Organização das Nações
Unidas (ONU), as crianças e adolescentes
representam respectivamente cerca de 30% e 14,2%
da população mundial.
Em revisão de literatura internacional: a média global
da taxa de prevalência de transtornos mentais nessa
população foi de 15,8%.
No Brasil:
- 10-20% sofre com transtornos mentais;
- 3-4% necessita de tratamento intensivo;
- Estudos entre 1980 e 2006 apontam prevalência
de 12,6%-35% (informantes eram os pais ou as
crianças) e de 7%-12,7% (através de entrevista
diagnóstica).
Saúde Mental das
Crianças e Adolescentes
Estudos no Brasil realizados entre 1980 e 2006:
- Pré-escolares (0-6 anos): 10,2%
- Pré-Adolescentes (6-12,13 anos): 13,2%
- Adolescentes (12 ou 13 anos – 19 anos): 16,5%
Saúde Mental das
Crianças e Adolescentes
• Transtornos ansiosos;
• Depressão;
• Transtornos de Comportamento, incluindo o TDAH;
• Uso de substâncias.
Transtornos mais prevalentes
Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) têm se
mostrado cada vez mais visíveis e prevalentes.
Estudo da OMS:
- Escassez de recursos para promoção da saúde
mental infanto-juvenil é de várias ordens:
econômica, humana, fragilidades nos serviços de
atendimento, falta de programas de capacitação e
de políticas de saúde mental específicas para essa
faixa etária.
Saúde Mental das
Crianças e Adolescentes
• Atenção Básica: ESF e UBS;
• Equipes de AB para populações específicas:
equipes de consultório de rua;
• NASF;
• CAPS i : em Santa Catarina, são 9;
• Centros de Convivência e Cultura;
• Atenção de Urgência e Emergência: UPAS,
SAMU;
• Atenção hospitalar: 4 leitos, em SC.
Política de Saúde Mental Infanto-Juvenil:
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
Pesquisa realizada por Edith Lauridsen-Ribeiro e
Oswaldo Yoshimi TanaKa, na rede de saúde de São
Paulo, no ano 2000 e focalizou o trabalho dos pediatras.
A Atenção Básica e a Atenção em Saúde
Mental de Crianças e Adolescentes
A pesquisa encontrou que os pediatras têm baixa
sensibilidade para reconhecer Problemas de Saúde
Mental em crianças.
A faixa etária das crianças pesquisadas: 5 à 11 anos.
Fatores relacionados ao baixo
reconhecimento de PSM pelos
pediatras da AB:
- Deficiência na formação:
- Foco nos aspectos físicos x desvalorização dos
aspectos psicossociais;
- Consultas focalizam na pesquisa de sintomas
que podem ser comprovados pelos exame físico
e exames complementares.
Fatores relacionados ao baixo
reconhecimento de PSM pelos
pediatras da AB:
- Falhas no processo de organização do trabalho:
- O tempo curto das consultas;
- A falta de profissionais especializados que
possam servir de suporte;
- Dificuldade para encaminhamento para os
serviços especializados.
Desvalorização das tecnologia leves da SM:
- As tecnologias de intervenção privilegiam
medicamentos e intervenções “duras” e
valorizam pouco outras abordagens;
- Dar atenção, ver e conversar mais vezes,
escutar não são consideradas tecnologias de
cuidado.
Fatores relacionados ao baixo
reconhecimento de PSM pelos
pediatras da AB:
Fatores relacionados ao baixo
reconhecimento de PSM pelos
pediatras da AB:
Dificuldades na incorporação dos aspectos
psicossociais nas práticas cotidianas:
- “quando a gente entra neste campo parece
que a gente não é mais médico”;
- Processo saúde-doença fica restrito aos seus
componentes físicos, biológicos e visíveis.
Sobre a dificuldade de acolher as questões de Saúde
Mental, os pediatras, mencionaram:
- A linguagem hermética do campo da SM
(especialmente a psicanálise);
- As características de personalidade do profissional;
- As deficiências na formação que privilegia os aspectos
físicos/biológicos;
- Ausência de instrumentos de intervenção práticos.
Atenção Básica e Problemas de
Saúde Mental Infanto-Juvenil
• Aquelas relacionadas à área dos transtornos
específicos do desenvolvimento (linguagem) ou
somática (enurese, bruxismo) foram as hipóteses
diagnósticas mais freqüentes.
• Hipóteses diagnósticas de transtornos ansiosos ou
depressivos - que na literatura internacional
correspondem a uma prevalência média de 10% - não
foram feitas pelos médicos.
As Hipóteses Diagnósticas de PSM:
- Boa sensibilidade dos pais em relação aos PSM
dos filhos.
- A presença da preocupação dos pais não
aumentou a capacidade de diagnóstico pelos
pediatras o que apontou para problemas na
abordagem de questões da área da SM durante
o atendimento médico.
Preocupação dos pais x PSM dos filhos
Preocupação dos pais x PSM dos filhos
As entrevistas demonstraram que os pais muitas
vezes não trazem, espontaneamente, queixas
sobre o comportamento dos filhos para a
consulta médica.
- Mudança no planejamento e organização dos
serviços de AB;
- Modificações na formação profissional do médico,
tanto na graduação como nas residências e pós-
graduações;
- Foco e perguntas diretas sobre as preocupações
dos pais;
- Necessidade das atividades de educação
permanente;
- Oferta concreta de serviços e profissionais de
apoio em SM.
Os resultados desse estudo
Tecnologias Leves de Cuidado
(Mehry):
- Acolhimento e escuta qualificada;
- Trabalhar com a lógica do Projeto Terapêutico Singular
(PTS) ou Individual;
- Na avaliação das crianças pode-se lançar mão de
questionários padronizados como o Questionário de
Capacidades e Dificuldades (SDQ);
Tecnologias Leves de Cuidado
(Mehry):
- Equipes com suporte de profissionais especializados
em SM - psicóloga, psiquiatra, fonoaudióloga,
psicopedagoga, terapeutas ocupacionais etc - e não
especializados em SM: educador físico, arte educador,
etc / INTERPROFISSIONALIDADE;
-Psicoterapia individual e em grupo.
Tecnologias Leves de Cuidado
- Oficinas de autoexpressão, grupos de conversa,
grupos educativos e de protagonismo;
- Grupo de pais: rodas de conversa sobre o
cuidado dos filhos;
Tecnologias Leves de Cuidado
- Na abordagem de relações conflituosas: promover o
fortalecimento de vínculos familiares através de incentivo à
criação de acordos de convivência quanto à organização da
rotina; material educativo com orientações aos cuidadores
sobre como estimular os filhos;
- Para abordar as dificuldades de acesso ao lazer: projetos
de brinquedoteca comunitária, biblioteca comunitária,
hortas, projetos esportivos, caminhadas em família;
- Na abordagem de problemas escolares: Projeto
Saúde-Escola / parceria do Ministério da Saúde e
Ministério da Educação: ações estendidas ao
ambiente escolar;
- Solicitar relatório escolar; estabelecer espaço e
horários para o estudo em casa, criando rotina e
participação dos pais ou cuidadores.
Tecnologias Leves de Cuidado
Para Concluir
- Reconhecimento e diagnóstico precoce das situações de
risco e do sofrimento/sintomas;
- Cuidado multiprofissional;
- Cuidado compartilhado com famílias e escolas;
- Reflexão entre as equipes sobre os PSM de crianças e
adolescentes;
- Educação permanente e qualificação das equipes;
- Compartilhamento das experiências exitosas.
Situações contemporâneas: atenção às novas
tecnologias e sociabilidades; escassez de espaços
de lazer nas cidades
Fontes / Bibliografia
-Atenção Psicossocial a Crianças e Adolescentes no SUS: tecendo redes
para garantir direitos / Ministério da Saúde, Conselho Nacional do
Ministério Público. -Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
-Barata, MFO; Nóbrega KBG; Jesus, KCS; Lima, MLLT; Facundes, VLD.
Rede de cuidado a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico:
ações de promoção à saúde. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2015 maio-
ago:225-33.
-Ciência & Saúde Coletiva. Violência e Saúde Mental na Infância e
Adolescência. ABRASCO. Volume 14 número 2. Março/Abril 2009.
-Couto, Maria Cristina Ventura; Delgado, Pedro Gabriel Godinho.
Crianças e Adolescentes na Agenda Política da Saúde Mental Brasileira:
Inclusão tardia, Desafios atuais. UFRJ, 2014.
-Ferriolli, SHT; Marturano, EM; Puntel, LP. Contexto Familiar e Problemas
de Saúde Mental Infantil no Programa Saúde da Família. Programa de
Pós-Graduação em Saúde Mental. FMRP. USP
-Lauridsen-Ribeiro, Edith; Tanaka, Oswaldo Yoshimi. Problemas de Saúde Mental das
Crianças: Abordagem na Atenção Básica. São Paulo: Annablume, 2005.
-Pereira, Maria Alice Ornellas. Rev Latino-Am Enfermagem, 2007julho-agosto; 15(4).
www.eerp.usp.br/rlae
-Mehry, Emerson Elias. A Perda da Dimensão Cuidadora na Produção da Saúde: Uma
Discussão do Modelo Assistencial e da Intervenção no seu Modo de Trabalhar a
Assistência.in: Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte - Reescrevendo o Público;
Ed. Xamã; São Paulo, 1998.
-Merhy, Emerson E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em
saúde. Em: Merhy, Emerson E, Onocko, Rosana. Agir em saúde. Um desafio para o
público. São Paulo: Editora Hucitec / Buenos Aires: Lugar Editorial, 1997. p. 71 –
112.
-Polanczyk, Guilherme Vanoni; Lamberte, Maria Teresa Ramos. Psiquiatria da Infância
e Adolescência. São Paulo: Editora Manole, 2012.
-Soares-Weiser, Karla; Davidson, Michael. Uso de maconha na adolescência e risco de
esquizofrenia. In: Ver Bras. Psiquiatr. Vol 25 n. 3 São Paulo Sept. 2003
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462003000300003
-Taño, Bruna Lidia; Matsukura, Thelma Simões. Saúde Mental Infanto-Juvenil e
Desafios do Campo: Reflexões a Partir do Percurso Histórico. Cad. Ter. Ocup. UFSCar.
São Carlos, v. 23, n. 2, p. 439-447,2015.
-Thiengo, Daianna Lima ; Cavalcante, Maria Tavares ; Lovisi, Giovanni Marcos.
Prevalência de transtornos mentais entre crianças e adolescentes e fatores
associados: uma revisão sistemática. UFRJ, 2013.
Autismo:
https://promolifepro.com/autismo/
Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH): orientações para a
família. Rosimeire C. S. Desidério*; Maria Cristina de O. S. Miyazaki**
Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero
Luiza de Lima Braga; Débora Dalbosco Dell'Aglio
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2600, sala
115, 90035-003, Porto Alegre/RS.
Percepção de professores de escola pública sobre saúde mental.
Soares, AGS; Estanislau,G; Brietzkel,E; Lefèvre, F; Bressan, R.
In: Rev Saúde Pública 2014;48(6):940-948
Outras Indicações
O Começo da Vida. Estela Renner. RS/ Brasil. Filme / documentário - está
disponível no NETFLIX
Bebês. Filme / documentário - está disponível no Youtube
GUIA PRÁTICO de
Matriciamento
em Saúde Mental
Manual do
MS
Muito Obrigada!
Contatos: cristina_riesinger@hotmail.com
Perguntas e Respostas
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https://goo.gl/forms/xSMaKlFM6l
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Saúde Mental Infanto-Juvenil

  • 2. Atenção à Saúde Mental na Saúde das Crianças e Adolescentes Maria Cristina Riesinger Pereira Médica Psiquiatra SES/HIJG e SM Saúde de Palhoça - CAPSi Mestre em Antropologia Social – UFSC/SC
  • 3. Roteiro da Palestra - Os Problemas de Saúde Mental (PSM) Infanto-Juvenil - Prevalência dos PSM das Crianças e Adolescentes - Política de Saúde Mental para Crianças e Adolescentes / A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) - Pesquisa na Atenção Básica (AB), no município de São Paulo - Algumas Tecnologias Leves de Cuidado em Saúde Mental Infanto-Juvenil - Conclusão
  • 4. O impacto dos PSM Infanto- Juvenil: crianças e adolescentes sofrem e adoecem - Sofrimento psíquico X prejuízo no desenvolvimento; - Impacto nas famílias; - Risco de TMs na vida adulta. Pensar sobre crianças e adolescentes é pensá-los a partir de seus contextos: seu desenvolvimento singular, sua família e outros laços sociais; as rotinas diárias; a sua comunidade e os outros espaços de socialização, a creche, a pré-escola, a escola, o lazer.
  • 5. • Crianças e adolescentes x escola; • Fase de Adolescência; • Suicídio e tentativa de suicídio na adolescência. Saúde Mental das Crianças e Adolescentes
  • 6. Experimentalismos múltiplos: o uso de drogas na adolescência - Maconha, bala (LSD-ácido lisérgico), doce (ecstasy- MDMA= Metileno Dióxido Metanfetamina), cocaína, crack, cristal (metanfetamina potente), etc... circulam, “soltos”, na vida dos adolescentes. - De acordo com estudos, a maconha apresenta um risco potencial para o desenvolvimento de transtornos esquizofrênicos, particularmente em indivíduos vulneráveis. - Esse risco parece estar diretamente relacionado à freqüência e ao uso precoce - Sindrome Amotivacional: desinteresse generalizado, mas principalmente pelos estudo/escola. Risco de evasão escolar.
  • 7. -Iniciativas com o objetivo de reduzir o uso de maconha entre os jovens: impacto positivo na prevenção de futuros casos de esquizofrenia. -Campanhas esclarecedoras sobre esses achados p/ jovens são necessárias e relevantes. Experimentalismos múltiplos: o uso de drogas na adolescência
  • 8. • Problemas internalizantes / transtornos emocionais: mais comuns em meninas; • Problemas externalizantes / transtornos do comportamento disruptivo: mais comuns em meninos; • Transtornos do desenvolvimento. Os principais grupos diagnósticos A manifestação desses quadros clínicos está associada a determinadas características individuais, familiares, contextuais e experiências de eventos traumáticos e/ou estressores.
  • 9. • Eventos de vida negativos; • Rupturas de vínculos/perdas de laços; • Violência; • Doenças crônicas, hospitalizações. Eventos Estressores Associações entre problemas de comportamento e variáveis do ambiente familiar têm sido constantemente verificadas. A quantidade e qualidade de eventos de vida negativos provenientes da família vem sendo apontadas como particularmente prejudicial ao desenvolvimento infantil, sendo fator predisponente aos problemas de saúde mental.
  • 10. - Associações entre problemas de comportamento e variáveis do ambiente familiar têm sido constantemente verificadas. - A quantidade e qualidade de eventos de vida negativos provenientes da família vem sendo apontadas como particularmente prejudicial ao desenvolvimento infantil, sendo fator predisponente aos problemas de saúde mental. Ambiente Familiar
  • 11. Ambiente Familiar • Problemas de SM dos pais: depressão, uso de álcool e outras drogas, explosividade, etc; • Estresse materno x problemas internalizantes; • Vínculos frágeis com o pai; • Depressão materna X supervisão positiva X agravos no desenvolvimento infanto-juvenil; • Violência intra-familiar x problemas externalizantes e internalizantes x uso de drogas.
  • 12. A Violência como Estressor Máximo - A família serve como modelo para o aprendizado de padrões comportamentais, emocionais e sociais dos filhos. Quando existe violência, a família atua como um modelo negativo, gerando comportamentos prejudiciais à interação social e à SM das crianças e adolescentes. - Situações de violência física, abuso sexual e violência psicológica causam enorme impacto no desenvolvimento emocional e cognitivo. - Crianças e adolescentes abrigados e a alta vulnerabilidade psicossocial;
  • 13. Condições financeiras desfavoráveis - Condições de pobreza configuram-se como situações de violência. - Instabilidade do ambiente familiar, privações, falta de estímulos adequado, exclusão social, restrição do espaço físico, violência intra-familiar, violência urbana.
  • 14. Saúde Mental das Crianças e Adolescentes Prevalência: Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), as crianças e adolescentes representam respectivamente cerca de 30% e 14,2% da população mundial. Em revisão de literatura internacional: a média global da taxa de prevalência de transtornos mentais nessa população foi de 15,8%.
  • 15. No Brasil: - 10-20% sofre com transtornos mentais; - 3-4% necessita de tratamento intensivo; - Estudos entre 1980 e 2006 apontam prevalência de 12,6%-35% (informantes eram os pais ou as crianças) e de 7%-12,7% (através de entrevista diagnóstica). Saúde Mental das Crianças e Adolescentes
  • 16. Estudos no Brasil realizados entre 1980 e 2006: - Pré-escolares (0-6 anos): 10,2% - Pré-Adolescentes (6-12,13 anos): 13,2% - Adolescentes (12 ou 13 anos – 19 anos): 16,5% Saúde Mental das Crianças e Adolescentes
  • 17. • Transtornos ansiosos; • Depressão; • Transtornos de Comportamento, incluindo o TDAH; • Uso de substâncias. Transtornos mais prevalentes Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) têm se mostrado cada vez mais visíveis e prevalentes.
  • 18. Estudo da OMS: - Escassez de recursos para promoção da saúde mental infanto-juvenil é de várias ordens: econômica, humana, fragilidades nos serviços de atendimento, falta de programas de capacitação e de políticas de saúde mental específicas para essa faixa etária. Saúde Mental das Crianças e Adolescentes
  • 19. • Atenção Básica: ESF e UBS; • Equipes de AB para populações específicas: equipes de consultório de rua; • NASF; • CAPS i : em Santa Catarina, são 9; • Centros de Convivência e Cultura; • Atenção de Urgência e Emergência: UPAS, SAMU; • Atenção hospitalar: 4 leitos, em SC. Política de Saúde Mental Infanto-Juvenil: A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
  • 20. Pesquisa realizada por Edith Lauridsen-Ribeiro e Oswaldo Yoshimi TanaKa, na rede de saúde de São Paulo, no ano 2000 e focalizou o trabalho dos pediatras. A Atenção Básica e a Atenção em Saúde Mental de Crianças e Adolescentes A pesquisa encontrou que os pediatras têm baixa sensibilidade para reconhecer Problemas de Saúde Mental em crianças. A faixa etária das crianças pesquisadas: 5 à 11 anos.
  • 21. Fatores relacionados ao baixo reconhecimento de PSM pelos pediatras da AB: - Deficiência na formação: - Foco nos aspectos físicos x desvalorização dos aspectos psicossociais; - Consultas focalizam na pesquisa de sintomas que podem ser comprovados pelos exame físico e exames complementares.
  • 22. Fatores relacionados ao baixo reconhecimento de PSM pelos pediatras da AB: - Falhas no processo de organização do trabalho: - O tempo curto das consultas; - A falta de profissionais especializados que possam servir de suporte; - Dificuldade para encaminhamento para os serviços especializados.
  • 23. Desvalorização das tecnologia leves da SM: - As tecnologias de intervenção privilegiam medicamentos e intervenções “duras” e valorizam pouco outras abordagens; - Dar atenção, ver e conversar mais vezes, escutar não são consideradas tecnologias de cuidado. Fatores relacionados ao baixo reconhecimento de PSM pelos pediatras da AB:
  • 24. Fatores relacionados ao baixo reconhecimento de PSM pelos pediatras da AB: Dificuldades na incorporação dos aspectos psicossociais nas práticas cotidianas: - “quando a gente entra neste campo parece que a gente não é mais médico”; - Processo saúde-doença fica restrito aos seus componentes físicos, biológicos e visíveis.
  • 25. Sobre a dificuldade de acolher as questões de Saúde Mental, os pediatras, mencionaram: - A linguagem hermética do campo da SM (especialmente a psicanálise); - As características de personalidade do profissional; - As deficiências na formação que privilegia os aspectos físicos/biológicos; - Ausência de instrumentos de intervenção práticos. Atenção Básica e Problemas de Saúde Mental Infanto-Juvenil
  • 26. • Aquelas relacionadas à área dos transtornos específicos do desenvolvimento (linguagem) ou somática (enurese, bruxismo) foram as hipóteses diagnósticas mais freqüentes. • Hipóteses diagnósticas de transtornos ansiosos ou depressivos - que na literatura internacional correspondem a uma prevalência média de 10% - não foram feitas pelos médicos. As Hipóteses Diagnósticas de PSM:
  • 27. - Boa sensibilidade dos pais em relação aos PSM dos filhos. - A presença da preocupação dos pais não aumentou a capacidade de diagnóstico pelos pediatras o que apontou para problemas na abordagem de questões da área da SM durante o atendimento médico. Preocupação dos pais x PSM dos filhos
  • 28. Preocupação dos pais x PSM dos filhos As entrevistas demonstraram que os pais muitas vezes não trazem, espontaneamente, queixas sobre o comportamento dos filhos para a consulta médica.
  • 29. - Mudança no planejamento e organização dos serviços de AB; - Modificações na formação profissional do médico, tanto na graduação como nas residências e pós- graduações; - Foco e perguntas diretas sobre as preocupações dos pais; - Necessidade das atividades de educação permanente; - Oferta concreta de serviços e profissionais de apoio em SM. Os resultados desse estudo
  • 30. Tecnologias Leves de Cuidado (Mehry): - Acolhimento e escuta qualificada; - Trabalhar com a lógica do Projeto Terapêutico Singular (PTS) ou Individual; - Na avaliação das crianças pode-se lançar mão de questionários padronizados como o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ);
  • 31. Tecnologias Leves de Cuidado (Mehry): - Equipes com suporte de profissionais especializados em SM - psicóloga, psiquiatra, fonoaudióloga, psicopedagoga, terapeutas ocupacionais etc - e não especializados em SM: educador físico, arte educador, etc / INTERPROFISSIONALIDADE; -Psicoterapia individual e em grupo.
  • 32. Tecnologias Leves de Cuidado - Oficinas de autoexpressão, grupos de conversa, grupos educativos e de protagonismo; - Grupo de pais: rodas de conversa sobre o cuidado dos filhos;
  • 33. Tecnologias Leves de Cuidado - Na abordagem de relações conflituosas: promover o fortalecimento de vínculos familiares através de incentivo à criação de acordos de convivência quanto à organização da rotina; material educativo com orientações aos cuidadores sobre como estimular os filhos; - Para abordar as dificuldades de acesso ao lazer: projetos de brinquedoteca comunitária, biblioteca comunitária, hortas, projetos esportivos, caminhadas em família;
  • 34. - Na abordagem de problemas escolares: Projeto Saúde-Escola / parceria do Ministério da Saúde e Ministério da Educação: ações estendidas ao ambiente escolar; - Solicitar relatório escolar; estabelecer espaço e horários para o estudo em casa, criando rotina e participação dos pais ou cuidadores. Tecnologias Leves de Cuidado
  • 35. Para Concluir - Reconhecimento e diagnóstico precoce das situações de risco e do sofrimento/sintomas; - Cuidado multiprofissional; - Cuidado compartilhado com famílias e escolas; - Reflexão entre as equipes sobre os PSM de crianças e adolescentes; - Educação permanente e qualificação das equipes; - Compartilhamento das experiências exitosas. Situações contemporâneas: atenção às novas tecnologias e sociabilidades; escassez de espaços de lazer nas cidades
  • 36. Fontes / Bibliografia -Atenção Psicossocial a Crianças e Adolescentes no SUS: tecendo redes para garantir direitos / Ministério da Saúde, Conselho Nacional do Ministério Público. -Brasília: Ministério da Saúde, 2014. -Barata, MFO; Nóbrega KBG; Jesus, KCS; Lima, MLLT; Facundes, VLD. Rede de cuidado a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico: ações de promoção à saúde. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2015 maio- ago:225-33. -Ciência & Saúde Coletiva. Violência e Saúde Mental na Infância e Adolescência. ABRASCO. Volume 14 número 2. Março/Abril 2009. -Couto, Maria Cristina Ventura; Delgado, Pedro Gabriel Godinho. Crianças e Adolescentes na Agenda Política da Saúde Mental Brasileira: Inclusão tardia, Desafios atuais. UFRJ, 2014. -Ferriolli, SHT; Marturano, EM; Puntel, LP. Contexto Familiar e Problemas de Saúde Mental Infantil no Programa Saúde da Família. Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental. FMRP. USP
  • 37. -Lauridsen-Ribeiro, Edith; Tanaka, Oswaldo Yoshimi. Problemas de Saúde Mental das Crianças: Abordagem na Atenção Básica. São Paulo: Annablume, 2005. -Pereira, Maria Alice Ornellas. Rev Latino-Am Enfermagem, 2007julho-agosto; 15(4). www.eerp.usp.br/rlae -Mehry, Emerson Elias. A Perda da Dimensão Cuidadora na Produção da Saúde: Uma Discussão do Modelo Assistencial e da Intervenção no seu Modo de Trabalhar a Assistência.in: Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte - Reescrevendo o Público; Ed. Xamã; São Paulo, 1998. -Merhy, Emerson E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. Em: Merhy, Emerson E, Onocko, Rosana. Agir em saúde. Um desafio para o público. São Paulo: Editora Hucitec / Buenos Aires: Lugar Editorial, 1997. p. 71 – 112. -Polanczyk, Guilherme Vanoni; Lamberte, Maria Teresa Ramos. Psiquiatria da Infância e Adolescência. São Paulo: Editora Manole, 2012. -Soares-Weiser, Karla; Davidson, Michael. Uso de maconha na adolescência e risco de esquizofrenia. In: Ver Bras. Psiquiatr. Vol 25 n. 3 São Paulo Sept. 2003 http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462003000300003 -Taño, Bruna Lidia; Matsukura, Thelma Simões. Saúde Mental Infanto-Juvenil e Desafios do Campo: Reflexões a Partir do Percurso Histórico. Cad. Ter. Ocup. UFSCar. São Carlos, v. 23, n. 2, p. 439-447,2015. -Thiengo, Daianna Lima ; Cavalcante, Maria Tavares ; Lovisi, Giovanni Marcos. Prevalência de transtornos mentais entre crianças e adolescentes e fatores associados: uma revisão sistemática. UFRJ, 2013.
  • 38. Autismo: https://promolifepro.com/autismo/ Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH): orientações para a família. Rosimeire C. S. Desidério*; Maria Cristina de O. S. Miyazaki** Suicídio na adolescência: fatores de risco, depressão e gênero Luiza de Lima Braga; Débora Dalbosco Dell'Aglio Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2600, sala 115, 90035-003, Porto Alegre/RS. Percepção de professores de escola pública sobre saúde mental. Soares, AGS; Estanislau,G; Brietzkel,E; Lefèvre, F; Bressan, R. In: Rev Saúde Pública 2014;48(6):940-948 Outras Indicações O Começo da Vida. Estela Renner. RS/ Brasil. Filme / documentário - está disponível no NETFLIX Bebês. Filme / documentário - está disponível no Youtube
  • 39.
  • 40. GUIA PRÁTICO de Matriciamento em Saúde Mental Manual do MS
  • 43. Avalie a webpalestra de hoje: https://goo.gl/forms/xSMaKlFM6l 9IFS652