O documento é uma carta de servidores da Superintendência de Recursos Humanos da UERJ respondendo às críticas do Conselho Universitário. Eles afirmam que as demandas da SRH foram prejudicadas pela ocupação estudantil em 2015 e pelas greves de 2016-2017. Também relatam os impactos negativos da falta de pagamento, como dívidas e suspensão de planos. Apesar das dificuldades, continuaram atendendo solicitações e realizaram diversos processos entre janeiro e junho de 2017. Repudiam a manifestação do
Oficio - reuniao com reitor sobre exoneracao de chefia da dinutri
Resposta às críticas do Consun sobre atrasos na SRH/Uerj
1. CARTA-RESPOSTA ÀS CRÍTICAS DO CONSUN
Nós, servidores lotados na Superintendência de Recursos Humanos da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (SRH/Uerj), reunidos no dia 20 de junho de 2017, vimos a público repudiar, veementemente, as
duras e injustas críticas proferidas durante a sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consun),
realizada em 09 de junho de 2017, esclarecendo que:
As demandas de incumbência da SRH foram bastante prejudicadas, primeiramente, por impedimento de
acesso às dependências da universidade, em razão da ocupação dos estudantes, ocorrida em dezembro de 2015
(fim da gestão anterior). No início de 2016, com a transição de gestão, algumas rotinas sofreram alterações,
adequando-se às novas diretrizes, objetivando-se dar mais celeridade, eficiência e transparência. Com a
deflagração da primeira greve (março a agosto de 2016) e a atual (desde janeiro de 2017), todavia, não houve,
ainda, oportunidade de implementar e imprimir o perfil desejado.
Outrossim, conforme os demais servidores técnicos desta casa, também estamos em greve (direito de
todos), sofrendo os impactos negativos motivados pelos sucessivos atrasos de pagamento (inclusive do décimo
terceiro salário do ano passado). Contas atrasadas, com consequente interrupção no fornecimento de serviços
básicos (água, energia, gás...), suspensão de plano de saúde, despejo de imóvel; sobretudo, o mais vital: falta de
comida à mesa. Esses dissabores e amarguras vivenciados comprometem a manutenção de nossos lares,
afetando familiares. Estamos desmotivados, angustiados, atolados em dívidas e doentes.
Salientamos que, apesar do cenário catastrófico e adversidades impostas pelo Governo do Estado do Rio
de Janeiro, em nenhum momento houve interrupção das atividades, por estarem diretamente atreladas à vida
dos funcionários ativos e inativos, além de seus dependentes. Cientes das atribuições e de tamanha
responsabilidade, em respeito, organizamo-nos em escala, a fim de que pudéssemos continuar atendendo às
solicitações, na medida do possível, minimizando prejuízos; como pode ser observado na tabela abaixo.
No entanto, ainda que tenhamos sensibilidade, discernimento e empatia, e saibamos dos reflexos nas
vidas de nossos colegas, com o agravamento da crise, tem sido cada vez mais difícil cumprir a escala acordada.
Em busca de garantirmos a execução dos serviços, temos recorrido a empréstimos de dinheiro a parentes e
amigos. Atuar na SRH não agrega benefícios e/ou garante privilégios. Muito pelo contrário. Acarreta uma
preocupação maior, tendo em vista a complexidade dos assuntos gerenciados, majoritariamente de natureza
financeira, tais como: aposentadoria, averbação, promoção, progressão e dedicação exclusiva; além da própria
folha de pagamento em si.
Cuidamos de vida funcional, sim. Mas para tudo há limites! Basta! Passou do impossível! O mínimo
que se espera do empregador é respeito, que começa com o recebimento do pagamento em dia, regular,
mensalmente. Não está normal! Intolerável! Anomia sufocante!
Não nos submeteremos a um regime de semiescravidão, trabalhando apenas por passagem e
alimentação. Laboramos para que sejamos devidamente remunerados, permitindo-nos, assim, honrar
compromissos financeiros, dispor de meios dignos de sobrevivência e, principalmente, manter nossas famílias.
Consideramos, portanto, completamente descabida e desarrazoada a manifestação realizada e ratificada na
reunião do Consun supracitada. Afronta-nos, porque tal situação aviltante a que estamos subordinados não é
2. exclusiva da SRH, atinge a toda Uerj. Ela é sentida por aqueles que possuem o Governo do Estado do Rio de
Janeiro como fonte pagadora. Dele esperamos toda crueldade. Não vamos, porém, admitir, tolerar e compactuar
com posturas nefastas e discursos levianos de alguns servidores.
Em vista da repercussão à exaustão nas grandes mídias, deixa-nos perplexos a existência de hostilidade
e insensibilidade voluntárias e/ou providencial amnésia dentro de nosso próprio recinto. Pessoas egoístas
esbravejam, querendo fazer valer, a qualquer custo, seus interesses individuais, em detrimento da necessidade
coletiva. Talvez possuam outros recursos financeiros. Nós, não! Atitude repugnante!
Historicamente, a Uerj possui cisões. Não é raro observar e conviver com a arrogância e prepotência,
sobretudo de alguns docentes. A reoxigenação nos quadros vem permitindo gradativa mudança, eliminando
castas. Afinal, uma universidade que se vangloria por ser vanguardista em implementar e estabelecer políticas
públicas de inclusão deve zelar pela isonomia e impessoalidade. A SRH tem o dever moral e ético de defender
as práticas da administração pública. Para nós, independentemente da natureza do cargo ocupado, de
departamento, de unidade – seja quem for! –, os seres humanos desta Fundação possuem igual valor e
importância no desempenho de suas funções.
Diante do exposto, não podemos determinar prazos, fugindo a nossa alçada eventuais infortúnios.
Sempre procuramos apresentar um trabalho sério e a contento. Para que prossigamos sem interferências, é
fundamental que o pagamento seja totalmente integralizado (com o décimo terceiro), haja insumos
imprescindíveis e condições técnicas favoráveis. A culpa não é dos membros da SRH, sim do governo!
Demandas Recorrentes
De um universo com cerca de 21 mil documentos tramitados de janeiro/2017 até a presente data,
apresentamos algumas rotinas concluídas:
Alteração de Carga Horária 27
Aposentadoria 50
Atendimento (SAUS) 3364
Averbação de Tempo de Serviço 43
Cargo em Comissão e Função Gratificada 69
Concurso Público 262
Consulta Médica 349
Declarações Diversas 309
Estabilidade Funcional 974
Férias 4002
Homologação de Atestado Médico 326
Licença-prêmio 439
Pagamento (lançamentos em folha) 120 mil
Perícia Médica 1320
Progressão e Promoção Docentes 77
Vale-transporte 1239
Servidores lotados na Superintendência de Recursos Humanos
Rio de Janeiro, 26 de junho de 2017.