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Módulo II - Mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico
Ao final deste módulo, você deverá conhecer as regras de acentuação gráfica,
emprego do hífen e a composição e eliminação do trema.
Introdução
Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar:
“De que valeu o esforço para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com
hífen e anti-imperialista, sem ele?”
Entretanto, esteja a favor do Acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de
uma revisão ortográfica.
O Acordo, porém, visa unificar a ortografia e não a pronúncia e o significado
das palavras.
As tiras abaixo são um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal
português; a segunda, num jornal brasileiro.
Unidade 1 - Regras da acentuação gráfica
Pela fala expressamos a melodia da língua. É um processo quase intuitivo, que
praticamos quando expiramos com maior ou menor força.
Na escrita, utilizamos recursos gráficos para “ensinar” ao leitor a cantar essa
melodia, ora apontando a sílaba tônica, ora indicando se o som vocálico é
aberto ou fechado com o uso dos sinais diacríticos. Por isso é que se diz que a
palavra “acento” encontra sua etimologia, ou seja, a origem da sua formação,
na expressão latina ad cantum (=para o canto).
Sinal diacrítico é um signo gráfico que se associa a uma letra para lhe dar uma
característica fonética diferente daquela que a letra possui isoladamente.
Exemplo clássico de sinal diacrítico é a cedilha, que diferencia a pronúncia do
< c > de 'caco' do < c > de 'caço' (do verbo 'caçar'). Além dela, existem o
acento agudo ('lá'), o til ('lã'), o acento circunflexo ('lâmpada') e o acento grave
('àquela').
Então, se aplicamos acentos gráficos para “ajudar a cantar” a melodia da
língua, quais as regras formuladas pelo Novo
Acordo Ortográfico no particular?
No que interessa aos brasileiros, a acentuação gráfica, que é tratada nas
Bases VIII, IX, X e XI do Acordo, é o tema em que se verifica o maior índice de
alterações, se considerada a quantidade de palavras que tiveram a grafia
modificada.
De modo geral, as modificações se concentram:
. nas palavras paroxítonas (‘heroico’, ‘ideia’),
. naquelas em que ocorre hiato (‘feiura’, ‘voo’) e
. nas homógrafas, ou seja, que têm a mesma grafia (‘pelo’, ‘pera’).
Essas modificações têm sempre o objetivo de eliminar os acentos gráficos até
então presentes nesses grupos de palavras, e não de acrescentá-los.
1ª Regra
Elimina-se o acento agudo das palavras paroxítonas cuja sílaba tônica seja
formada pelos ditongos abertos < ei > e < oi >.
Como era antes Como deve ser agora
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
assembléia assembleia
bóia boia
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
Galiléia Galileia
geléia geleia
hebréia hebreia
heróico heroico
idéia ideia
intróito introito
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
onomatopéia onomatopeia
paranóico paranoico
platéia plateia
protéico proteico
tramóia tramoia
O acento PERMANECE:
1. Nas palavras oxítonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei >
e < oi >, como em: 'hotéis', 'heróis', 'papéis';
2. Nas paroxítonas terminadas em < r >, como em: 'destróier';
3. Nos monossílabos tônicos: 'dói', 'méis', 'réis', 'sóis'.
2ª Regra
Elimina-se o acento agudo de palavra paroxítona formada pelas vogais < i > e
< u > precedidas de ditongo.
Como era antes Como deve ser agora
baiuca baiuca
bocaiúva bocaiuva
boiúna boiuna
cauíla cauila
feiúra feiura
maoísmo maoismo
Sauípe Sauipe
taoísmo taoismo
O acento permanece nas palavras oxítonas onde o < i > ou o < u> estiverem
em posição final, após ditongo, mesmo que seguidos de < s >, como em:
'tuiuiú', 'tuiuiús', 'Piauí'.
3ª Regra
Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos:
1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo
dos verbos ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’, ‘ver’ e seus derivados.
Como era antes Como deve ser agora
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
descrêem (do
verbo descrer)
descreem
lêem (verbo ler) leem
relêem (do verbo reler) releem
vêem (verbo ver) veem
2. Na vogal tônica fechada do hiato < oo > em palavras paroxítonas, seguidas
ou não de < s >.
Como era antes Como deve ser agora
abençôo (verbo abençoar) abençoo
dôo (verbo doar) doo
enjôo (verbo ou subst.) enjoo
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vôo (verbo ou subst.) voo
zôo zoo
4ª Regra - Parte 1
Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que contenham <
qu > e < gu > rizotônicos, ou seja, quando o < u > presente nessas sequências
for tônico e fizer parte da raiz do verbo.
Em tempo: para melhor compreendermos os enunciados seguintes, vale
recordar:
As formas verbais regulares podem ser decompostas em três elementos: raiz,
vogal temática e desinências. Assim, em 'amaremos', por exemplo, tem-se o
radical < am >; a vogal temática < a >; e duas desinências: a desinência < mos
>, que indica a pessoa do verbo (no caso, a 1ª pessoa) e o número (no caso,
plural); e a desinência < re >, que anuncia o modo (indicativo) e o tempo (futuro
do presente).
Quando a tonicidade da forma verbal flexionada recai sobre a raiz ou radical,
dizemos que é rizotônica; quando não, dizemos que é arrizotônica. É o caso do
exemplo dado acima. A forma 'amaremos' tem a tonicidade marcada na sílaba
< re >, portanto, recai fora da raiz do verbo (< am >) e é, então, arrizotônica.
Para saber mais, clique aqui.
Na prática, além de perderem o trema quando o < u > é átono, verbos como
‘arguir’ e ‘redarguir’ e suas flexões não mais recebem o acento agudo, ainda
que mantida a tonicidade no < u >.
ARGUIR arguo, arguis, argui, arguímos, arguís, arguem
REDARGUIR
redarguo, redarguis, redargui, redarguímos,
redarguís, redarguem
Quando no hiato < ui > a tonicidade recair sobre o < i > este deve ser
acentuado, como por exemplo: "Eu arguí todas as testemunhas do caso.".
Ainda 'arguíste', 'arguímos', 'arguís'.
Em alguns verbos, o emprego do acento é determinado pela pronúncia, como
em 'aguar', 'desaguar', 'enxaguar', 'obliquar' e 'delinquir'. Nestes casos, admite-
se que sejam grafados de duas formas, de acordo com a pronúncia.
4ª Regra - Parte 2
1. Nas formas rizotônicas, ou seja, quando a tonicidade recai sobre o radical
(aquele elemento que aparece em todas as formas flexionadas de verbos
regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do radical.
Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a
tonicidade recai sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de ‘averiguar’:
AGUAR AVERIGUAR
(eu) águo (que eu) águe (eu) averíguo
(que eu)
averígue
(tu) águas (que tu) águes (tu) averíguas
(que tu)
averígues
(ele) água (que ele) águe (ele) averígua
(que ele)
averígue
(nós) aguamos
(*)
(que nós)
aguemos
(nós)
averiguamos
(que nós)
averiguemos
(vós) aguais
(que vós)
agueis
(vós)
averiguais
(que vós)
averigueis
(eles) águam
(que
eles) águem
(eles)
averíguam
(que eles)
averíguem
(*) Observe que, nas formas destacadas, a sílaba tônica recai fora do radical <
ag > de ‘aguar’ e fora do radical < averig > de ‘averiguar’. Portanto, não são
acentuadas. Veja o caso seguinte.
4ª Regra - Parte 3
2. Já se a tonicidade da pronúncia recai fora do radical (arrizotônica), não se
utiliza o acento. Nos exemplos abaixo, a tonicidade não recai nem sobre o
radical < ag > de ‘aguar’, nem sobre o radical < averig > de ‘averiguar’.
Veja o quadro abaixo:
AGUAR AVERIGUAR
(eu) aguo (que eu) ague (eu) averiguo (que eu)
averigue
(tu) aguas (que tu) agues (tu) averiguas (que tu)
averigues
(ele) agua (que ele) ague (ele) averigua (que ele)
averigue
(nós) aguamos (que nós)
aguemos
(nós)
averiguamos
(que nós)
averiguemos
(vós) aguais (que vós)
agueis
(vós) averiguais (que vós)
averigueis
(eles) aguam (que eles)
aguem
(eles) averiguam (que eles)
averiguem
Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, este não receberá acento gráfico,
como nas formas ‘enxague’, ‘oblique’; porém, se a tonicidade recair sobre as
vogais < a > ou < i > da sílaba anterior, estas, obrigatoriamente, receberão
acento gráfico (‘enxágue’, ‘oblíque’).
"No Brasil, a pronúncia mais frequente é aquela em que "a" e o "i" são
tônicos."
5ª Regra
Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o
fenômeno da homografia.
As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o
mesmo som, apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia isso
representava um complicador, daí a criação de ACENTOS DIFERENCIAIS –
agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente, fora de
contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual campo
semântico pertenciam.
Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no sentido
de que não mais se distinguem palavras homógrafas.
Como era antes Como deve ser agora
pára (verbo parar) / para
(preposição)
para (verbo e preposição)
péla (verbo pelar) / pela
(preposição) / péla
(substantivo)
pela (preposição, verbo e
substantivo)
pólo (substantivo) / pôlo
(substantivo) / polo
(preposição antiga)
polo (substantivos e
preposição)
pélo (verbo pelar) / pêlo
(substantivo) / pelo
(preposição)
pelo (verbo, substantivo e
preposição)
pêro (substantivo) / pero
(conjunção antiga)
pero (substantivo e
conjunção antiga)
pêra (substantivo) / pera
(preposição antiga)
pera (substantivo e
preposição antiga)
Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo
acento gráfico:
- ‘pôr’ (verbo) para diferenciar de ‘por’ (preposição);
- ‘pôde’ (verbo na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para
diferenciar de ‘pode’ (3ª pessoa do singular do presente do indicativo); e
- os verbos ‘ter’ e ‘vir’, bem como seus derivados (‘manter’, ‘deter’, ‘reter’,
‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc.) para diferenciar as formas da 3ª pessoa
no singular (presente do indicativo) das formas da 3ª pessoa no plural
(presente do indicativo).
6ª Regra
CASOS FACULTATIVOS
O Acordo recebeu, ainda, a duplicidade articulatória de algumas palavras
geralmente provenientes do francês, que, como reporta, “nas pronúncias
cultas, ora é registrada como aberta, ora como fechada”, admitindo, pois, tanto
o acento agudo como o acento circunflexo:
1) Algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico admitem tanto o
acento agudo quanto o acento circunflexo.
É facultativo
bebê bebé
bidê bidé
canapê canapé
caratê caraté
crochê croché
guichê guiché
nenê nené
purê puré
rapê rapé
2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas
‘judô’ e ‘metrô’;
3) É facultado, para fins de diferenciação, o uso do acento agudo nas formas
verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do plural,
quando coincidirem com a forma verbal correspondente do presente do
indicativo.
Presente do
Indicativo
Pretérito
perfeito do
Indicativo
Aceita-se a grafia para
representar o pretérito
perfeito
amamos amamos amámos
cantamos cantamos cantámos
dançamos dançamos dançámos
louvamos louvamos louvámos
É facultado o uso do acento da palavra 'fôrma' (substantivo) para diferenciar
da palavra 'forma' (substantivo e verbo 'formar').
Veja, a seguir, um quadro resumido das novas regras de acentuação gráfica:
QUADRO RESUMIDO
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
REGRA NOVA
EXEMPLOS
ATENÇÃO!
Como era Como fica
Não se acentuam
mais os ditongos
abertos < ei > e
< oi > das
palavras
paroxítonas.
andróide,
estóico,
geléia,
heróico, idéia,
platéia
androide,
estoico,
geleia,
heroico, ideia,
plateia
O acento
permanece:
1) Nas palavras
oxítonas,
mesmo que
ocorram os
ditongos abertos
< ei > e < oi >,
como em:
‘hotéis’, ‘heróis’,
‘papéis’, ‘troféu’,
‘troféus’;
2) Nas
paroxítonas
terminadas em
< r >, como
‘blêizer’,
‘contêiner’,
‘destróier’,
‘gêiser’;
3) Nos
monossílabos
tônicos: ‘dói’,
‘méis’, ‘réis’,
‘sóis’.
Não se acentuam
mais o < i > e o
< u > tônicos
quando vierem
depois de
ditongos em
palavras
baiúca
bocaiúva,
cauíla, feiúra
baiuca,
bocaiuva,
cauila, feiura
O acento
permanece:
1) nas palavras
oxítonas em que
o < i > e o < u
> aparecem em
posição final,
seguidos ou não
paroxítonas. de < s >, tal
como em ‘Piauí’
e ‘tuiuiús’;
2) nas
paroxítonas em
que o < i > e o
< u > não vêm
depois de
ditongo, como
acontece em
‘juíza’, ‘uísque’,
‘ruína’ e ‘saúva’.
Não se acentuam
mais as palavras
terminadas em <
eem > e < oo >.
abençôo,
crêem, enjôo,
lêem, perdôo,
vêem
abençoo,
creem, enjoo,
leem, perdoo,
veem
Não se acentua
mais o < u >
tônico precedido
de < g > ou < q
> na conjugação
de verbos como
arguir, redarguir,
apaziguar,
obliquar e
averiguar.
apazigúe,
argúi,
averigúe,
obliqúe
apazigue,
argui,
averigue,
oblique
Não se usa mais o
acento diferencial
em: ‘pára/para’,
‘péla/pela’,
‘pêlo/pelo’,
‘pólo/polo/pôlo’,
‘péra/pêra’.
“Ela pára o
carro”;
“Foi ao
mercado
comprar
pêra”;
“Viajaram ao
pólo Norte”;
“O cachorro
estava com o
pêlo macio”
“Ela para o
carro”:
“Foi ao
mercado
comprar
pera”;
“Viajaram ao
polo Norte”;
“O cachorro
estava com o
pelo macio”.
Permanecem os
seguintes
acentos:
1) o que
diferencia ‘pode’
(verbo ‘poder’,
3ª pessoa do
Presente do
indicativo) de
‘pôde’ (verbo
‘poder’, 3ª
pessoa do
Pretérito Perfeito
do indicativo);
2) o que
diferencia ‘por’
(preposição) de
‘pôr’ (verbo);
3) o que
diferencia o
singular do
plural na 3ª
pessoa do
Presente do
Indicativo dos
verbos ‘ter’ e
‘vir’ e seus
derivados, tais
como ‘manter’,
‘reter’, ‘deter’,
‘conter’, ‘convir’,
‘intervir’, ‘advir’
etc.:
ele mantém/
eles mantêm;
ele detém/eles
detêm; ele
intervém/eles
intervêm.
Devido à
duplicidade
articulatória
observada em
certas regiões,
admite-se tanto o
acento agudo como
o acento circunflexo
em algumas
palavras oxítonas
terminadas em < e
> tônico.
‘bebê ou bebé’; ‘bidê ou
bidé’, ‘caratê ou caraté’;
‘guichê ou guiché’; ‘nenê
ou nené’
São facultativos:
1) o acento circunflexo nas
palavras oxítonas ‘judô’ e
‘metrô’; e
2) o acento circunflexo para
diferenciar as palavras ‘forma’
(substantivo e verbo ‘formar’)
e ‘fôrma’ (substantivo).
Para fins de
diferenciação, é
facultativo o uso do
acento agudo nas
formas verbais
paroxítonas
do pretérito perfeito
do indicativo, na 1ª
pessoa do plural,
quando coincidirem
com a forma verbal
correspondente
do presente do
indicativo.
‘amamos ou amámos’;
‘cantamos ou cantámos’;
‘louvamos ou louvámos’
Complementando os estudos
Módulo II - Unidade 1
Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em
Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
Unidade 2 - O emprego do hífen
O termo deriva do grego hýphen (juntos, juntamente). O vocábulo chegou ao
português pelo latim tardio hyphen, que, frise-se, manteve o < h > na grafia,
muito embora essa letra já não fosse pronunciada.
O hífen, como garante a sua origem, existe para unir e não para “separar”.
Ainda quando “separa”, para evitar a criação de uma sílaba indesejada e,
assim, indicar uma melhor pronúncia, como em ‘mal-humorado’, ‘pan-
hospitalar’, ‘sub-reino’, a sua simples presença preserva a “unidade semântica
e sintagmática” do vocábulo, expressão usada no Novo Acordo Ortográfico.
Eis os casos em que, segundo o Novo Acordo Ortográfico da língua
portuguesa, emprega-se o hífen:
1) Nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais,
estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento.
abóbora-menina fava-de-santo-
inácio
cobra-d’água
bênção-de-deus andorinha-
grande
lesma-de-
conchinha
bem-me-quer cobra-capelo bem-te-vi
couve-flor formiga-branca tartaruga-
marinha
erva-do-chá andorinha-do-
mar
ervilha-de-
cheiro
Tendo em vista que, nestes casos, ora se utilizava o hífen, ora não, o Acordo
uniformizou a grafia.
anti-higiênico pré-história
arqui-hipérbole extra-humano
contra-harmônico semi-hospitalar
circum-hospitalar geo-história
pan-helenismo sub-hepático
eletro-higrômetro neo-helênico
mini-hospital super-homem
2) O Acordo define que o hífen só será usado em palavras formadas por
prefixos ou falsos prefixos, nos seguintes casos:
2.1 Quando o segundo elemento começa por < h >.
Não se usa o hífen em informações que contenham os prefixos < des > e < h
> e nas quais o segundo elemento perdeu o < h > inicial: 'desumano',
'desumidificar', 'inábil', 'inumano', etc.
Pág. 2
Exceção: ‘subumano’, em que ‘humano' perde o < h >. O Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras,
também registra forma 'sub-humano'.
2.2 Quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo coincidir com a vogal inicial
do segundo elemento da composição.
anti-ibérico
micro-ondas
auto-observação
micro-organismo
contra-almirante
semi-intensivo
infra-axilar
supra-auricular
2.3 Nos compostos formados pelos prefixos ‘ex’, ‘sota’, ‘soto’, ‘vice’ e ‘vizo’.
ex-almirante
sota-
piloto
soto-
mestre
vice-reitor
vizo-
rei
ex-hospedeira
vice-
presidente
ex-diretor
ex-primeiro-
ministro-
ministro
2.4 Em palavras formadas pelos prefixos ‘circum’ ou ‘pan’ seguidos de palavras
iniciadas em vogal, < m > ou < n >.
circum-escolar pan-mágico
circum-navegação pan-africano
pan-americano
pan-negritude
2.5 Quando os prefixos ‘hiper’, ‘inter’ e ‘super’ formar compostos com palavras
iniciadas por < r >.
hiper-realista inter-racial super-resistente
hiper-requintado inter-regional super-revista
hiper-resistente inter-relação
3) Para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares
do tipo:
divisas: ‘Liberdade-Igualdade-Fraternidade’
trajetos e percursos: ‘ponte Rio-Niterói’, ‘trecho São Paulo-
Santos’;
em que se opões relações e noções: ‘professor-aluno’,
‘ensino-aprendizagem’.
4) Nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que
representam formas adjetivas, como < açu >, < guaçu > e < mirim >, e quando
a vogal final do primeiro elemento é acentuada graficamente ou quando a
pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos:
amoré-guaçu
anajá-mirim
andá-açu
capim-açu
Ceará-mirim
tamanduá-mirim
5) Nos compostos formados com os advérbios ‘bem’ e ‘mal’ quando estes
formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagmática e
semântica.
bem-aventurado mal-acabado
bem-estar mal-adaptado
bem-humorado mal-afortunado
bem-criado mal-amado
bem-ditoso mal-educado
bem-educado mal-estar
bem-falante mal-curada
bem-mandado mal-entendido
bem-nascido mal-humorado
bem-vindo mal-intencionado
Pág. 3
1) Prefixo < mal->:
Usa – se o hífen com o prefixo < mal->, quando a palavra seguinte começar por
vogal ou então pelas consoantes < h > ou < l >.
Exemplos: mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-
limpo.
Nos outros casos, escreve-se sem hífen:
Exemplos: malcriado, malcomportado, malcheirosos, malfeito, malsucedido,
malvisto.
Quando “mal” significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento
de ligação.
Exemplo: mal-francês.
Se houver elemento de ligação, escreve-se sem hífen.
Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.
2) Prefixo < bem- >:
De modo geral, usa-se o hífen nos compostos com o prefixo < bem- >.
Exemplos: bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido,
bem-nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto.
Há, contudo, vários casos em que < bem > se liga sem hífen à palavra
seguinte, quer ele tenha ou não vida á parte.
Exemplo: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto, benquerença, etc.
Regra de ouro:
Para não correr o risco de errar, é aconselhável consultar o dicionário, que
determina qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos são as palavras
“malmequer” (consagra sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen).
Pág. 4
1) Nos compostos formados por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal em
combinação com palavra iniciada por < r > ou < s >, que, nesses casos, são
dobrados.
Como era
Como deve ser
ante-sala
antessala
auto-retrato
autorretrato
anti-social
antissocial
contra-senso
contrassenso
ultra-sonografia
ultrassonografia
supra-renal
suprarrenal
Observação: A medida uniformiza várias exceções antes existentes.
2) Nos compostos, quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo é diferente
da vogal inicial da palavra com a qual se combinam.
Como era Como deve ser
anti-aéreo antiaéreo
anti-americanismo antiamericanismo
auto-afirmação autoafirmação
auto-ajuda autoajuda
infra-estrutura infraestrutura
neo-impressionista neoimpressionista
3) Nos compostos que, devido ao uso, perderam a noção de composição.
Como era Como deve ser
manda-chuva mandachuva
pára-quedas paraquedas
- -
Observação:
O Novo Acordo incluiu “paraquedas” e derivados ("paraquedista" e
"paraquedismo") entre os casos de "compostos que, devido ao uso, perderam a
noção de composição" (veja o art. 1º da Base XV do Acordo) e deixou de fora
os demais compostos com a forma verbal "para": para-choque, para-lama,
para-raio, para-vento, para-brisa, para-sol. Tanto que o Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, assim
registra essas palavras. Antes do Novo Acordo, tanto “pára-quedas” como
“pára-choque”, "pára-lama" e demais compostos dessa natureza tinham hífen e
o acento diferencial em "pára", para diferenciar a forma conjugada do verbo
"parar" da preposição "para". Tendo em vista que o Novo Acordo eliminou esse
acento diferencial da forma verbal "para", os substantivos compostos com tal
elemento também perderam o acento.
4) Nos compostos que apresentam elementos de ligação.
pé de moleque
pé de vento
pai de todos
dia a dia
fim de semana
cor de vinho
ponto e vírgula
camisa de força
cara de pau
olho de sogra
Observação: Incluem-se neste caso os compostos que formam uma oração,
como: ‘maria vai com as outras’, ‘leva e traz’, ‘diz que diz que’, ‘deus me livre’,
‘deus nos acuda’, ‘cor de burro quando foge’, ‘bicho de sete cabeças’, ‘faz de
conta’.
Exceções (7): ‘água-de-colônia’, ‘arco-da-velha’, ‘cor-de-rosa’, ‘mais-que-
perfeito’, ‘pé-de-meia’, ‘ao deus-dará’, ‘à queima-roupa’.
Pág. 5
5) Nas formações com o prefixo < co >, este se une diretamente ao segundo
elemento, mesmo quando este se inicia por < o > ou < h >.
coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
coocorrência
Observação: Dobra-se o < r > inicial do segundo elemento.
6) Nos vocábulos formados pelos < pre > e < re >, mesmo diante de palavras
começadas por < e >.
preexistente
preelaborar
reescrever
reedição.
Observação: Como o acento do prefixo < pré > é praticamente imperceptível
em algumas palavras, como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é
sempre bom consultar o dicionário.
7) Não se usa o hífen na formação de locuções com o advérbio ‘não’.
(acordo de) não agressão
(reservado para) não fumantes
Observação: O Acordo Ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra
‘não’ tem valor prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não
violência’, ‘não participação’, ‘não governamental’ etc.
Divisão silábica e translineação
Na divisão silábica, quando da translineação de uma palavra composta ou de
uma combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a partição
coincidir com o final de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza
gráfica, repetir o hífen no início da linha imediata:
Exemplos:
“O comandante da polícia é um ex-
-capitão do Exército”
“Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-
-los-emos na próxima semana.”
Ou
“Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-los-
-emos na próxima semana.”
O carro do presidente era seguido de perto pelo do vice-
-presidente.”
Pág. 6
NÃO SE USA O HÍFEN:
Regra
Exemplos
Observações
Em palavras compostas que apresentam elementos de ligação.
pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de
vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra, mão de
obra.
Incluem-se neste caso os compostos que formam uma oração. Ex.: Maria vai
com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor
de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.
* Exceções (7): água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
Se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra
palavra.
autoajuda, autoestrada, autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico,
superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo.
Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por < r > ou < s >,
dobram-se essas letras.
contrarrelógio, minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta.
Quando o prefixo < co- > juntar-se com o segundo elemento, mesmo quando
este se inicia por < o > ou < h >.
coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, corréu,
corresponsável, coocorrência.
Com os prefixos < pre- > e < re- >, mesmo diante de palavras começadas por <
e >.
preexistente, preelaborar, reescrever, reedição.
Como o acento do prefixo é praticamente imperceptível em algumas palavras,
como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o
dicionário.
Na formação de compostos começados por ‘não’.
(acordo de) não agressão
(reservado para) não fumantes.
O acordo ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra "não" tem
valor prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não violência’,
‘não participação’, ‘não governamental’ etc.
Pág. 7
USA-SE O HÍFEN:
Regra
Exemplos
Observações
Com os prefixos < circum- > e < pan- >, quando o segundo elemento começa
por vogal, < h >, < m > ou < n >.
circum-navegação, pan-africano;
Com os prefixos < hiper- >, < inter- > e < super- >, quando o segundo elemento
começa por < r >.
hiper-realista e super-resistente
Quando o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra
palavra.
micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional, infra-axilar
Nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.
guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-
ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.
Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição,
como ‘girassol’, ‘madressilva’, ‘mandachuva’, ‘pontapé’, ‘paraquedas’,
‘paraquedista’, ‘paraquedismo’.
Em palavras onomatopeicas (isto é, que representam ruídos ou sons naturais)
que são compostas, mas não apresentam elementos de ligação.
reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom,
pingue-pongue, zigue-zague, bi-bi, fom-fom, tim-tim (tim-tim por tim-tim).
Como o acento do prefixo é praticamente imperceptível em algumas palavras,
como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o
dicionário.
Nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.
queda-d'água, gota-d'água, copo-d'água.
Nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes de lugares) que
apresentam ou não elementos de ligação.
belo-horizontino (Belo Horizonte);
porto-alegrense (Porto Alegre);
mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul); rio-grandense-do-norte (Rio
Grande do Norte)
Nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de
plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação.
bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-
serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino,
peroba-do-campo, cravo-da-índia.
Não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e
zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença
de sentido entre os pares: 1) arroz-do-campo (certo tipo de erva) e arroz de
festa (alguém que está sempre presente em festas). 2) bico-de-papagaio
(espécie de planta ornamental) e bico de papagaio (deformação nas vértebras).
3) olho-de-boi (espécie de peixe) e olho de boi (selo postal).
Diante de palavra começada por < h >.
anti-higiênico, sub-hepático, super-homem, sobre-humano.
Exceção: ‘subumano’
Com o prefixo < sub- >, usa-se o hífen também diante de palavra começada
por < b > e < r >.
sub-base, sub-bibliotecário, sub-região, sub-reitor, sub-regional.
Com os prefixos < ex- >, < sem- >, < além- >, < aquém- >, < recém- >, < pós-
>, < pré- >, < pró- >, < vice- >.
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação,
pré-vestibular, pró-europeu, vice-rei.
A dúvida, nesse caso, é sempre comum. Como o acento nos prefixos < pré- >,
< pós- > e < pró- > é praticamente imperceptível na fala, em algumas palavras,
como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, muitos não sabem se o hífen deve ou
não ser usado. Assim, também aqui é sempre bom consultar o dicionário.
Com o prefixo < mal- >, quando a palavra seguinte começar por vogal, < h > ou
< l >.
mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo.
* Nos outros casos, escreve-se sem hífen: malcriado, malcomportado,
malcheiroso, malfeito, malsucedido, malvisto.
* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento
de ligação. Ex.: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem
hífen. Ex.: mal de lázaro, mal de sete dias.
Com < bem- >, de modo geral, nos compostos.
bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido, bem-
nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto.
* Mas há vários casos em que bem se liga sem hífen à palavra seguinte. Ex.:
benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto.
Regra de ouro:
Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a palavra perdeu a
noção de composição, é aconselhável consultar o dicionário, que determina
qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos disso são as palavras
malmequer (sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen).
Complementando os estudos
Módulo II - Unidade 2
Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em
Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
Jogo do hífen
Para jogar, acesse o link:
http://educarparacrescer.abril.com.br/regras-hifen/index.shtml
Consulte também:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23
Unidade 3 - Composição do alfabeto
Uma inovação que o texto de unificação ortográfica de 1990 apresenta, logo na
Base I, é a apresentação do alfabeto, acompanhado das designações que
usualmente são dadas às diferentes letras.
No alfabeto português passam a figurar também as letras < k >, < w > e < y >,
pelas seguintes razões:
a) Os dicionários da língua já registram estas letras, apresentando um
razoável número de palavras do léxico português iniciado por elas;
b) Na aprendizagem do alfabeto é necessário fixar qual a ordem que elas
ocupam; e
c) Nos países africanos de língua oficial portuguesa existem muitas palavras
que são grafadas com elas.
Apesar da inclusão no alfabeto das letras < k >, < w > e < y >, mantiveram-se
as regras já fixadas anteriormente quanto ao seu uso restritivo, uma vez que
existem outros grafemas com o mesmo valor fonético daquelas.
Ocorre que se, de fato, fossem abolidas as restrições quanto ao uso das letras
< k >, < w > e < y >, provavelmente seria introduzido no sistema ortográfico
português mais um fator de perturbação, ou seja, a possibilidade de
representar indiscriminadamente por aquelas letras, fonemas que são
transcritos por outras.
O alfabeto passa a ter 26 letras com a reintrodução das letras < k >, < w > e < y
>, largamente utilizadas na escrita de símbolos de unidades de medida, como
km (quilômetro) e W (watt), e em palavras de origem estrangeira, como show,
windsurf e playboy.
Pág. 2
A Base I do Acordo Ortográfico trata do alfabeto e dos nomes próprios
estrangeiros e seus derivados:
1) O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas
com uma forma minúscula e outra maiúscula:
Observação:
a) Além dessas letras, usam-se o < ç > (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos:
< rr > (erre duplo), < ss > (esse duplo), < ch > (cê-agá), < lh > (ele-agá), < nh >
(ene-agá), < gu > (guê-u) e < qu > (quê-u).
b) Os nomes das letras acima sugeridos podem ser designados de outras
formas.
2) As letras < k >, < w > e < y > usam-se nos seguintes casos especiais:
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin,
frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron,
byroniano; Taylor, taylorista;
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait,
kuwaitiano; Malawi, malawiano;
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de
medida de curso internacional: TWA, KLM; K (de kalium – potássio), W (West –
oeste); kg (quilograma); km (quilômetro); kW (kilowatt); yd (yard – jarda); Watt.
3) Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos
derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros, quaisquer
combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que
figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersônia,
de Jefferson; mülleriano, de Müller; shakesperiano, de Shakespeare.
Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em
casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de
fúcsia/ fúchsia e derivados, bungavília/ bunganvílea/bougainvíllea).
4) Os dígrafos finais de origem hebraica (< ch >, < ph > e < th >) podem
conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica, como ‘Baruch’, ‘Loth’,
‘Moloch’, ‘Ziph’, ou então simplificar-se: ‘Baruc’, ‘Lot’, ‘Moloc’, ‘Zif’.
Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, for invariavelmente
mudo, elimina-se, como em ‘José’ e ‘Nazaré’, em vez de ‘Joseph’ e ‘Nazareth’;
e se algum deles, por força do uso, permitir adaptação, substitui-se, recebendo
uma adição vocálica: ‘Judite’, em vez de ‘Judith’.
5) As consoantes finais grafadas (< b >, < c >, < d >, < g > e < h >) mantêm-se,
quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomásticas em que o uso as
consagrou, nomeadamente antropônimos e topônimos da tradição bíblica:
‘Jacob’, ‘Job’, ‘Moab’, ‘Isaac’; ‘David’, ‘Gad’; ‘Gog’, ‘Magog’, ‘Bensabat’,
‘Josafat’.
Integram-se também nessa forma: ‘Cid’, em que o < d > é sempre pronunciado;
‘Madrid’ e ‘Valhadolid’, em que o < d > ora é pronunciado, ora não; e ‘Calcem’
ou ‘Calicut’, em que o < t > se encontra nas mesmas condições. Nada impede,
entretanto, que os antropônimos em apreço sejam usados sem a consoante
final ‘Jó’, ‘Davi’ e ‘Jacó’.
6) Recomenda-se que os topônimos de línguas estrangeiras se substituam,
tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e
ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso
corrente.
Exemplos: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo;
Garonne, por Garona; Genève, por Genebra; Justland, por Jutlândia; Milano,
por Milão; München, por Muniche; Torino, por Turim; Zürich, por Zurique, etc.
Pág. 3
Emprego de maiúsculas e minúsculas
Se compararmos as disposições do Novo Acordo com o que está definido no
Formulário Ortográfico Brasileiro (1943), observaremos que se implementou
uma simplificação quanto ao emprego das letras maiúsculas.
Uso restrito:
· Aos antropônimos reais ou fictícios: Maria, José, Dom Quixote, Sancho
Pança;
· Aos topônimos reais ou fictícios: Belo Horizonte, Pará, Rio de Janeiro,
Lumpalândia, Herzoslováquia;
· Aos nomes de instituições (pessoas jurídicas): Universidade de Brasília,
Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educação;
· Aos nomes de seres mitológicos ou antropomorfizados: Júpiter, Netuno,
Minerva; Saci Pererê;
· Aos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Carnaval, Ano-novo;
· Às designações dos pontos cardeais e colaterais quando se referem a
grandes regiões do Brasil e do mundo: Nordeste, Sudeste, Oriente, Ocidente;
· Às siglas: CPF, IPI, AGU, FAO, ONU;
· Às iniciais de abreviaturas: ‘Sr.’, ‘Gen.’, ‘V. Exª’; e
· Aos títulos de periódicos: Diário do Povo, Veja, Estadão, Folha de S. Paulo.
Uso facultativo:
· Nas citações bibliográficas, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles
obrigatoriamente grafados com letras maiúsculas: O Primo Basílio ou O primo
Basílio; Casa-grande e Senzala ou Casa-grande e senzala, Memórias
Póstumas de Braz Cubas ou Memórias póstumas de Braz Cubas.
· Nos pontos cardeais e colaterais ordinários, mas não nas suas abreviaturas:
norte, sul, leste, mas SW, SE, N etc.
· Nos axiônimos (formas de tratamento e reverência) e hagiônimos (nomes
sagrados e que designam crenças religiosas): Senhor Pedro ou senhor Pedro;
Doutora Marta ou doutora Marta; Governador Agnelo ou governador Agnelo;
Magnífico Senhor Reitor ou magnífico senhor reitor; Santa Cecília ou santa
Cecília; Papa Bento XVI ou papa Bento XVI.
· Nos nomes que designam domínios do saber ou disciplinas: Medicina ou
medicina, Matemática ou matemática, Arte Renascentista ou arte
renascentista.
· Nas categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios: Rua/rua
Teodoro Sampaio, Igreja/igreja de Santa Efigênia, Edifício/edifício Copasa etc.
No particular, nem o Acordo Ortográfico em vigor, nem o Formulário Ortográfico
Brasileiro foram suficientemente explícitos ao tentarem estabelecer normas e
critérios para o emprego das iniciais maiúsculas.
Tanto é assim que o Acordo lança, ao final do trema, a seguinte observação:
“Obs: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam
a que obras observem regras próprias, provinda de código ou normalizações
específicas (terminologias antropológica, geológica, biológica, botânica,
zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras
reconhecidas internacionalmente.”
Ainda assim, vale observar certas tendências.
- O emprego de maiúsculas em excesso, assim como dos negritos, dos
sublinhados ou dos destaques, deve ser evitado, pois “polui" o texto.
- A tendência é, pois, a seguinte:
a) mais formalidade, mais deferência, mais ênfase: maiúsculas;
b) mais modernidade, menos “poluição" gráfica, mais simplicidade: minúsculas.
A mídia é uma fonte inesgotável de criação de tendências, formulando, para
cada caso, normas próprias.
Nunca se pode, no entanto, esquecer a regra taxativa que preceitua o emprego
obrigatório de inicial maiúscula nos substantivos próprios de qualquer natureza.
Complementando os estudos
Módulo II - Unidade 3
Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em
Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
Unidade 4 - Eliminação do trema
Objeto da Base XIV, o TREMA, ou sinal de diérese (divisão de duas vogais
adjacentes em duas sílabas), é inteiramente suprimido em palavras
portuguesas ou aportuguesadas, permanecendo, contudo, em nomes próprios
estrangeiros e derivações: ‘Hübner’, ‘hüberiano’, ‘Müller’, ‘mülleriano’.
Empregado em diversas línguas, o trema ocorre para:
a) indicar alteração do som regular ou ordinário de uma vogal;
b) indicar, em encontros vocálicos, que a vogal átona não formava ditongo com
a anterior;
c) dar identidade própria a determinada letra;
d) assinalar a independência de uma vogal em relação a uma vogal anterior.
No português, o trema era o diacrítico que se empregava sobre a letra < u >,
quando átona, para indicar que ela deveria ser pronunciada nos grupos < gue
>, < gui >, < que >, < qui >.
Histórico do trema
O trema foi extinto da língua portuguesa pela segunda vez!
Sim; até 1971, ainda que pouco difundido, era facultado o uso do trema para
indicar hiatos átonos. Dessa forma, podíamos encontrar o trema sobre o < u >
e até sobre o < i > em palavras como ‘païsinho’ e ‘paraïbano’, para indicar a
pronúncia do hiato pa-i-si-nho (diminutivo de país) e pa-ra-i-ba-no.
Como recurso poético, para estender a métrica da palavra ‘saudade’, era
possível encontrar a grafia ‘saüdade’ (sa-u-da-de).
Entretanto, justamente por ser de emprego facultativo e ainda porque em todas
as línguas impera o princípio do menor esforço (gráfico e oral), o uso do trema
na representação de hiatos átonos, de tão raro, acabou caindo no
esquecimento. Com a reforma ortográfica de 1971, acabou-se por extinguir o
uso do trema nesses casos.
Entretanto, a partir da década de 70, maus articulistas e outros não muito
dedicados autores generalizaram o equívoco de que, com a reforma recém-
implantada, o trema havia sido abolido definitivamente da língua pátria, como
de resto já ocorrera em Portugal desde 1945.
Pág. 2
Pronúncia das palavras afetadas
Mesmo com o fim do trema, não haverá modificação na pronúncia das
palavras.
O Novo Acordo garante o direito de se manter a grafia original com o trema nos
casos de nomes próprios, de empresas e de marcas com registro público.
Observações:
a) Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que
recebiam o trema não mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a
letra < u >.
b) Não esqueça que jamais houve trema quando a letra < u > estava seguida
de “o” ou “a”, como em ambíguo, longínquo, averiguar, adequado etc.
c) Se a letra < u >, antes de < e > ou < i >, fosse pronunciada e tônica,
devíamos usar acento agudo em vez do trema, tal como em “que ele averigúe”,
“que eles apazigúem”, “ele argúi”, “eles argúem” etc. Este acento também foi
abolido, como vimos anteriormente.
Complementando os estudos
Módulo II - Unidade 4
Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em
Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
Exercícios de Fixação - Módulo II
Parabéns! Você chegou ao final do ultimo módulo do curso Conhecendo o
Novo Acordo Ortografico.
Sugerimos que você faça uma releitura do Módulo IV e resolva os Exercícios
de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como
oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a
plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas!
Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se no
Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode receber
a sua certificação de conclusão do curso.
Conclusão do Curso
O curso Conhecendo o Novo Acordo Ortográfico foi concebido para lhe
fornecer um conjunto de informações e conhecimentos que auxiliem sua
atuação profissional.
É importante que você, comprometido como esteve com o curso que lhe foi
proposto, tenha atingido os objetivos de aprendizagem, os quais repetimos
abaixo com a intenção de enfatizar sua importância:
Dominar o contexto do novo acordo ortográfico, a presença da língua
portuguesa no mundo, as alterações no nosso dicionário e também um breve
histórico do acordo ortográfico.
Conhecer as regras de acentuação gráfica, emprego do hífen, e a composição
e eliminação do trema.
Esperamos que você esteja satisfeito com o curso e que o conteúdo
apresentado seja efetivamente útil ao seu desempenho profissional e o ajude a
aumentar a credibilidade de sua organização, de seu setor de trabalho, de sua
equipe.
Igualmente, esperamos que as informações disponibilizadas no curso sirvam
de instrumentos de crescimento pessoal, o que é diretamente proporcional ao
crescimento da organização em que você trabalha.
Ah! Lembre-se que para realizar a Avaliação Final, você deverá realizar todos
os Exercícios de Fixação, ao final de cada módulo.
Para realizar a Avaliação Final, basta passar para a página seguinte.
Boa sorte!

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Novo Acordo Ortográfico

  • 1. Módulo II - Mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico Ao final deste módulo, você deverá conhecer as regras de acentuação gráfica, emprego do hífen e a composição e eliminação do trema. Introdução Com a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, muitos podem pensar: “De que valeu o esforço para entender por que ‘infraestrutura’ se escrevia com hífen e anti-imperialista, sem ele?” Entretanto, esteja a favor do Acordo ou contrário a ele, ninguém está livre de uma revisão ortográfica. O Acordo, porém, visa unificar a ortografia e não a pronúncia e o significado das palavras. As tiras abaixo são um bom exemplo disso. A primeira saiu em um jornal português; a segunda, num jornal brasileiro. Unidade 1 - Regras da acentuação gráfica Pela fala expressamos a melodia da língua. É um processo quase intuitivo, que praticamos quando expiramos com maior ou menor força. Na escrita, utilizamos recursos gráficos para “ensinar” ao leitor a cantar essa melodia, ora apontando a sílaba tônica, ora indicando se o som vocálico é aberto ou fechado com o uso dos sinais diacríticos. Por isso é que se diz que a palavra “acento” encontra sua etimologia, ou seja, a origem da sua formação, na expressão latina ad cantum (=para o canto).
  • 2. Sinal diacrítico é um signo gráfico que se associa a uma letra para lhe dar uma característica fonética diferente daquela que a letra possui isoladamente. Exemplo clássico de sinal diacrítico é a cedilha, que diferencia a pronúncia do < c > de 'caco' do < c > de 'caço' (do verbo 'caçar'). Além dela, existem o acento agudo ('lá'), o til ('lã'), o acento circunflexo ('lâmpada') e o acento grave ('àquela'). Então, se aplicamos acentos gráficos para “ajudar a cantar” a melodia da língua, quais as regras formuladas pelo Novo Acordo Ortográfico no particular? No que interessa aos brasileiros, a acentuação gráfica, que é tratada nas Bases VIII, IX, X e XI do Acordo, é o tema em que se verifica o maior índice de alterações, se considerada a quantidade de palavras que tiveram a grafia modificada. De modo geral, as modificações se concentram: . nas palavras paroxítonas (‘heroico’, ‘ideia’), . naquelas em que ocorre hiato (‘feiura’, ‘voo’) e . nas homógrafas, ou seja, que têm a mesma grafia (‘pelo’, ‘pera’). Essas modificações têm sempre o objetivo de eliminar os acentos gráficos até então presentes nesses grupos de palavras, e não de acrescentá-los. 1ª Regra Elimina-se o acento agudo das palavras paroxítonas cuja sílaba tônica seja formada pelos ditongos abertos < ei > e < oi >.
  • 3. Como era antes Como deve ser agora alcalóide alcaloide alcatéia alcateia apóio (verbo apoiar) apoio asteróide asteroide assembléia assembleia bóia boia clarabóia claraboia colméia colmeia Coréia Coreia Galiléia Galileia geléia geleia hebréia hebreia heróico heroico idéia ideia intróito introito jibóia jiboia jóia joia odisséia odisseia onomatopéia onomatopeia paranóico paranoico platéia plateia protéico proteico tramóia tramoia
  • 4. O acento PERMANECE: 1. Nas palavras oxítonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei > e < oi >, como em: 'hotéis', 'heróis', 'papéis'; 2. Nas paroxítonas terminadas em < r >, como em: 'destróier'; 3. Nos monossílabos tônicos: 'dói', 'méis', 'réis', 'sóis'. 2ª Regra Elimina-se o acento agudo de palavra paroxítona formada pelas vogais < i > e < u > precedidas de ditongo. Como era antes Como deve ser agora baiuca baiuca bocaiúva bocaiuva boiúna boiuna cauíla cauila feiúra feiura maoísmo maoismo Sauípe Sauipe taoísmo taoismo O acento permanece nas palavras oxítonas onde o < i > ou o < u> estiverem em posição final, após ditongo, mesmo que seguidos de < s >, como em: 'tuiuiú', 'tuiuiús', 'Piauí'.
  • 5. 3ª Regra Elimina-se o acento circunflexo nos seguintes casos: 1. Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’, ‘ver’ e seus derivados. Como era antes Como deve ser agora crêem (verbo crer) creem dêem (verbo dar) deem descrêem (do verbo descrer) descreem lêem (verbo ler) leem relêem (do verbo reler) releem vêem (verbo ver) veem 2. Na vogal tônica fechada do hiato < oo > em palavras paroxítonas, seguidas ou não de < s >. Como era antes Como deve ser agora abençôo (verbo abençoar) abençoo dôo (verbo doar) doo enjôo (verbo ou subst.) enjoo magôo (verbo magoar) magoo perdôo (verbo perdoar) perdoo povôo (verbo povoar) povoo vôo (verbo ou subst.) voo zôo zoo
  • 6. 4ª Regra - Parte 1 Elimina-se o acento agudo na vogal < u > das formas verbais que contenham < qu > e < gu > rizotônicos, ou seja, quando o < u > presente nessas sequências for tônico e fizer parte da raiz do verbo. Em tempo: para melhor compreendermos os enunciados seguintes, vale recordar: As formas verbais regulares podem ser decompostas em três elementos: raiz, vogal temática e desinências. Assim, em 'amaremos', por exemplo, tem-se o radical < am >; a vogal temática < a >; e duas desinências: a desinência < mos >, que indica a pessoa do verbo (no caso, a 1ª pessoa) e o número (no caso, plural); e a desinência < re >, que anuncia o modo (indicativo) e o tempo (futuro do presente). Quando a tonicidade da forma verbal flexionada recai sobre a raiz ou radical, dizemos que é rizotônica; quando não, dizemos que é arrizotônica. É o caso do exemplo dado acima. A forma 'amaremos' tem a tonicidade marcada na sílaba < re >, portanto, recai fora da raiz do verbo (< am >) e é, então, arrizotônica. Para saber mais, clique aqui. Na prática, além de perderem o trema quando o < u > é átono, verbos como ‘arguir’ e ‘redarguir’ e suas flexões não mais recebem o acento agudo, ainda que mantida a tonicidade no < u >. ARGUIR arguo, arguis, argui, arguímos, arguís, arguem REDARGUIR redarguo, redarguis, redargui, redarguímos, redarguís, redarguem
  • 7. Quando no hiato < ui > a tonicidade recair sobre o < i > este deve ser acentuado, como por exemplo: "Eu arguí todas as testemunhas do caso.". Ainda 'arguíste', 'arguímos', 'arguís'. Em alguns verbos, o emprego do acento é determinado pela pronúncia, como em 'aguar', 'desaguar', 'enxaguar', 'obliquar' e 'delinquir'. Nestes casos, admite- se que sejam grafados de duas formas, de acordo com a pronúncia. 4ª Regra - Parte 2 1. Nas formas rizotônicas, ou seja, quando a tonicidade recai sobre o radical (aquele elemento que aparece em todas as formas flexionadas de verbos regulares), acentuam-se o < a > e o < i > do radical. Veja, por exemplo, a conjugação dos verbos ‘aguar’ e ‘averiguar’, em que a tonicidade recai sobre os radicais < ag > de ‘aguar’ e < averig > de ‘averiguar’: AGUAR AVERIGUAR (eu) águo (que eu) águe (eu) averíguo (que eu) averígue (tu) águas (que tu) águes (tu) averíguas (que tu) averígues (ele) água (que ele) águe (ele) averígua (que ele) averígue (nós) aguamos (*) (que nós) aguemos (nós) averiguamos (que nós) averiguemos (vós) aguais (que vós) agueis (vós) averiguais (que vós) averigueis (eles) águam (que eles) águem (eles) averíguam (que eles) averíguem
  • 8. (*) Observe que, nas formas destacadas, a sílaba tônica recai fora do radical < ag > de ‘aguar’ e fora do radical < averig > de ‘averiguar’. Portanto, não são acentuadas. Veja o caso seguinte. 4ª Regra - Parte 3 2. Já se a tonicidade da pronúncia recai fora do radical (arrizotônica), não se utiliza o acento. Nos exemplos abaixo, a tonicidade não recai nem sobre o radical < ag > de ‘aguar’, nem sobre o radical < averig > de ‘averiguar’. Veja o quadro abaixo: AGUAR AVERIGUAR (eu) aguo (que eu) ague (eu) averiguo (que eu) averigue (tu) aguas (que tu) agues (tu) averiguas (que tu) averigues (ele) agua (que ele) ague (ele) averigua (que ele) averigue (nós) aguamos (que nós) aguemos (nós) averiguamos (que nós) averiguemos (vós) aguais (que vós) agueis (vós) averiguais (que vós) averigueis (eles) aguam (que eles) aguem (eles) averiguam (que eles) averiguem
  • 9. Assim, se a tonicidade recair sobre o < u >, este não receberá acento gráfico, como nas formas ‘enxague’, ‘oblique’; porém, se a tonicidade recair sobre as vogais < a > ou < i > da sílaba anterior, estas, obrigatoriamente, receberão acento gráfico (‘enxágue’, ‘oblíque’). "No Brasil, a pronúncia mais frequente é aquela em que "a" e o "i" são tônicos." 5ª Regra Quando palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia, verifica-se o fenômeno da homografia. As palavras homógrafas podem também ser homófonas, ou seja, terem o mesmo som, apresentarem os mesmos traços fonéticos. Para a Ortografia isso representava um complicador, daí a criação de ACENTOS DIFERENCIAIS – agudo ou circunflexo –, a fim de que, mesmo se tomadas isoladamente, fora de contexto, essas palavras contivessem “marcas” que indicassem a qual campo semântico pertenciam. Entretanto, com a entrada em vigor do Novo Acordo, a regra geral é no sentido de que não mais se distinguem palavras homógrafas.
  • 10. Como era antes Como deve ser agora pára (verbo parar) / para (preposição) para (verbo e preposição) péla (verbo pelar) / pela (preposição) / péla (substantivo) pela (preposição, verbo e substantivo) pólo (substantivo) / pôlo (substantivo) / polo (preposição antiga) polo (substantivos e preposição) pélo (verbo pelar) / pêlo (substantivo) / pelo (preposição) pelo (verbo, substantivo e preposição) pêro (substantivo) / pero (conjunção antiga) pero (substantivo e conjunção antiga) pêra (substantivo) / pera (preposição antiga) pera (substantivo e preposição antiga) Apenas algumas palavras permanecem acentuadas para se distinguir pelo acento gráfico: - ‘pôr’ (verbo) para diferenciar de ‘por’ (preposição); - ‘pôde’ (verbo na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para diferenciar de ‘pode’ (3ª pessoa do singular do presente do indicativo); e - os verbos ‘ter’ e ‘vir’, bem como seus derivados (‘manter’, ‘deter’, ‘reter’, ‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc.) para diferenciar as formas da 3ª pessoa no singular (presente do indicativo) das formas da 3ª pessoa no plural (presente do indicativo).
  • 11. 6ª Regra CASOS FACULTATIVOS O Acordo recebeu, ainda, a duplicidade articulatória de algumas palavras geralmente provenientes do francês, que, como reporta, “nas pronúncias cultas, ora é registrada como aberta, ora como fechada”, admitindo, pois, tanto o acento agudo como o acento circunflexo: 1) Algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico admitem tanto o acento agudo quanto o acento circunflexo. É facultativo bebê bebé bidê bidé canapê canapé caratê caraté crochê croché guichê guiché nenê nené purê puré rapê rapé
  • 12. 2) Torna-se facultativo o emprego do acento circunflexo nas palavras oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’; 3) É facultado, para fins de diferenciação, o uso do acento agudo nas formas verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do plural, quando coincidirem com a forma verbal correspondente do presente do indicativo. Presente do Indicativo Pretérito perfeito do Indicativo Aceita-se a grafia para representar o pretérito perfeito amamos amamos amámos cantamos cantamos cantámos dançamos dançamos dançámos louvamos louvamos louvámos É facultado o uso do acento da palavra 'fôrma' (substantivo) para diferenciar da palavra 'forma' (substantivo e verbo 'formar').
  • 13. Veja, a seguir, um quadro resumido das novas regras de acentuação gráfica: QUADRO RESUMIDO ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRA NOVA EXEMPLOS ATENÇÃO! Como era Como fica Não se acentuam mais os ditongos abertos < ei > e < oi > das palavras paroxítonas. andróide, estóico, geléia, heróico, idéia, platéia androide, estoico, geleia, heroico, ideia, plateia O acento permanece: 1) Nas palavras oxítonas, mesmo que ocorram os ditongos abertos < ei > e < oi >, como em: ‘hotéis’, ‘heróis’, ‘papéis’, ‘troféu’, ‘troféus’; 2) Nas paroxítonas terminadas em < r >, como ‘blêizer’, ‘contêiner’, ‘destróier’, ‘gêiser’; 3) Nos monossílabos tônicos: ‘dói’, ‘méis’, ‘réis’, ‘sóis’. Não se acentuam mais o < i > e o < u > tônicos quando vierem depois de ditongos em palavras baiúca bocaiúva, cauíla, feiúra baiuca, bocaiuva, cauila, feiura O acento permanece: 1) nas palavras oxítonas em que o < i > e o < u > aparecem em posição final, seguidos ou não
  • 14. paroxítonas. de < s >, tal como em ‘Piauí’ e ‘tuiuiús’; 2) nas paroxítonas em que o < i > e o < u > não vêm depois de ditongo, como acontece em ‘juíza’, ‘uísque’, ‘ruína’ e ‘saúva’. Não se acentuam mais as palavras terminadas em < eem > e < oo >. abençôo, crêem, enjôo, lêem, perdôo, vêem abençoo, creem, enjoo, leem, perdoo, veem Não se acentua mais o < u > tônico precedido de < g > ou < q > na conjugação de verbos como arguir, redarguir, apaziguar, obliquar e averiguar. apazigúe, argúi, averigúe, obliqúe apazigue, argui, averigue, oblique Não se usa mais o acento diferencial em: ‘pára/para’, ‘péla/pela’, ‘pêlo/pelo’, ‘pólo/polo/pôlo’, ‘péra/pêra’. “Ela pára o carro”; “Foi ao mercado comprar pêra”; “Viajaram ao pólo Norte”; “O cachorro estava com o pêlo macio” “Ela para o carro”: “Foi ao mercado comprar pera”; “Viajaram ao polo Norte”; “O cachorro estava com o pelo macio”. Permanecem os seguintes acentos: 1) o que diferencia ‘pode’ (verbo ‘poder’, 3ª pessoa do Presente do indicativo) de ‘pôde’ (verbo ‘poder’, 3ª pessoa do Pretérito Perfeito do indicativo); 2) o que diferencia ‘por’ (preposição) de
  • 15. ‘pôr’ (verbo); 3) o que diferencia o singular do plural na 3ª pessoa do Presente do Indicativo dos verbos ‘ter’ e ‘vir’ e seus derivados, tais como ‘manter’, ‘reter’, ‘deter’, ‘conter’, ‘convir’, ‘intervir’, ‘advir’ etc.: ele mantém/ eles mantêm; ele detém/eles detêm; ele intervém/eles intervêm. Devido à duplicidade articulatória observada em certas regiões, admite-se tanto o acento agudo como o acento circunflexo em algumas palavras oxítonas terminadas em < e > tônico. ‘bebê ou bebé’; ‘bidê ou bidé’, ‘caratê ou caraté’; ‘guichê ou guiché’; ‘nenê ou nené’ São facultativos: 1) o acento circunflexo nas palavras oxítonas ‘judô’ e ‘metrô’; e 2) o acento circunflexo para diferenciar as palavras ‘forma’ (substantivo e verbo ‘formar’) e ‘fôrma’ (substantivo).
  • 16. Para fins de diferenciação, é facultativo o uso do acento agudo nas formas verbais paroxítonas do pretérito perfeito do indicativo, na 1ª pessoa do plural, quando coincidirem com a forma verbal correspondente do presente do indicativo. ‘amamos ou amámos’; ‘cantamos ou cantámos’; ‘louvamos ou louvámos’ Complementando os estudos Módulo II - Unidade 1 Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
  • 17. Unidade 2 - O emprego do hífen O termo deriva do grego hýphen (juntos, juntamente). O vocábulo chegou ao português pelo latim tardio hyphen, que, frise-se, manteve o < h > na grafia, muito embora essa letra já não fosse pronunciada. O hífen, como garante a sua origem, existe para unir e não para “separar”. Ainda quando “separa”, para evitar a criação de uma sílaba indesejada e, assim, indicar uma melhor pronúncia, como em ‘mal-humorado’, ‘pan- hospitalar’, ‘sub-reino’, a sua simples presença preserva a “unidade semântica e sintagmática” do vocábulo, expressão usada no Novo Acordo Ortográfico. Eis os casos em que, segundo o Novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa, emprega-se o hífen: 1) Nas palavras compostas que designam nomes de plantas e animais, estejam ou não ligados por preposição ou qualquer outro elemento. abóbora-menina fava-de-santo- inácio cobra-d’água bênção-de-deus andorinha- grande lesma-de- conchinha bem-me-quer cobra-capelo bem-te-vi couve-flor formiga-branca tartaruga- marinha erva-do-chá andorinha-do- mar ervilha-de- cheiro
  • 18. Tendo em vista que, nestes casos, ora se utilizava o hífen, ora não, o Acordo uniformizou a grafia. anti-higiênico pré-história arqui-hipérbole extra-humano contra-harmônico semi-hospitalar circum-hospitalar geo-história pan-helenismo sub-hepático eletro-higrômetro neo-helênico mini-hospital super-homem 2) O Acordo define que o hífen só será usado em palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos, nos seguintes casos: 2.1 Quando o segundo elemento começa por < h >. Não se usa o hífen em informações que contenham os prefixos < des > e < h > e nas quais o segundo elemento perdeu o < h > inicial: 'desumano', 'desumidificar', 'inábil', 'inumano', etc.
  • 19. Pág. 2 Exceção: ‘subumano’, em que ‘humano' perde o < h >. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, também registra forma 'sub-humano'. 2.2 Quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo coincidir com a vogal inicial do segundo elemento da composição. anti-ibérico micro-ondas auto-observação micro-organismo contra-almirante semi-intensivo infra-axilar supra-auricular
  • 20. 2.3 Nos compostos formados pelos prefixos ‘ex’, ‘sota’, ‘soto’, ‘vice’ e ‘vizo’. ex-almirante sota- piloto soto- mestre vice-reitor vizo- rei ex-hospedeira vice- presidente ex-diretor ex-primeiro- ministro- ministro 2.4 Em palavras formadas pelos prefixos ‘circum’ ou ‘pan’ seguidos de palavras iniciadas em vogal, < m > ou < n >. circum-escolar pan-mágico circum-navegação pan-africano pan-americano pan-negritude
  • 21. 2.5 Quando os prefixos ‘hiper’, ‘inter’ e ‘super’ formar compostos com palavras iniciadas por < r >. hiper-realista inter-racial super-resistente hiper-requintado inter-regional super-revista hiper-resistente inter-relação 3) Para ligar duas ou mais palavras que formam encadeamentos vocabulares do tipo: divisas: ‘Liberdade-Igualdade-Fraternidade’ trajetos e percursos: ‘ponte Rio-Niterói’, ‘trecho São Paulo- Santos’; em que se opões relações e noções: ‘professor-aluno’, ‘ensino-aprendizagem’. 4) Nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como < açu >, < guaçu > e < mirim >, e quando a vogal final do primeiro elemento é acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos:
  • 22. amoré-guaçu anajá-mirim andá-açu capim-açu Ceará-mirim tamanduá-mirim 5) Nos compostos formados com os advérbios ‘bem’ e ‘mal’ quando estes formam, com o elemento que se segue, uma unidade sintagmática e semântica. bem-aventurado mal-acabado bem-estar mal-adaptado bem-humorado mal-afortunado bem-criado mal-amado bem-ditoso mal-educado bem-educado mal-estar bem-falante mal-curada bem-mandado mal-entendido bem-nascido mal-humorado bem-vindo mal-intencionado
  • 23. Pág. 3 1) Prefixo < mal->: Usa – se o hífen com o prefixo < mal->, quando a palavra seguinte começar por vogal ou então pelas consoantes < h > ou < l >. Exemplos: mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal- limpo. Nos outros casos, escreve-se sem hífen: Exemplos: malcriado, malcomportado, malcheirosos, malfeito, malsucedido, malvisto. Quando “mal” significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem hífen. Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.
  • 24. 2) Prefixo < bem- >: De modo geral, usa-se o hífen nos compostos com o prefixo < bem- >. Exemplos: bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido, bem-nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto. Há, contudo, vários casos em que < bem > se liga sem hífen à palavra seguinte, quer ele tenha ou não vida á parte. Exemplo: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto, benquerença, etc. Regra de ouro: Para não correr o risco de errar, é aconselhável consultar o dicionário, que determina qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos são as palavras “malmequer” (consagra sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen). Pág. 4
  • 25. 1) Nos compostos formados por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal em combinação com palavra iniciada por < r > ou < s >, que, nesses casos, são dobrados. Como era Como deve ser ante-sala antessala auto-retrato autorretrato anti-social antissocial contra-senso contrassenso ultra-sonografia ultrassonografia
  • 26. supra-renal suprarrenal Observação: A medida uniformiza várias exceções antes existentes. 2) Nos compostos, quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo é diferente da vogal inicial da palavra com a qual se combinam. Como era Como deve ser anti-aéreo antiaéreo anti-americanismo antiamericanismo auto-afirmação autoafirmação auto-ajuda autoajuda infra-estrutura infraestrutura neo-impressionista neoimpressionista 3) Nos compostos que, devido ao uso, perderam a noção de composição. Como era Como deve ser manda-chuva mandachuva pára-quedas paraquedas - -
  • 27. Observação: O Novo Acordo incluiu “paraquedas” e derivados ("paraquedista" e "paraquedismo") entre os casos de "compostos que, devido ao uso, perderam a noção de composição" (veja o art. 1º da Base XV do Acordo) e deixou de fora os demais compostos com a forma verbal "para": para-choque, para-lama, para-raio, para-vento, para-brisa, para-sol. Tanto que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Academia Brasileira de Letras, assim registra essas palavras. Antes do Novo Acordo, tanto “pára-quedas” como “pára-choque”, "pára-lama" e demais compostos dessa natureza tinham hífen e o acento diferencial em "pára", para diferenciar a forma conjugada do verbo "parar" da preposição "para". Tendo em vista que o Novo Acordo eliminou esse acento diferencial da forma verbal "para", os substantivos compostos com tal elemento também perderam o acento. 4) Nos compostos que apresentam elementos de ligação. pé de moleque pé de vento pai de todos dia a dia fim de semana cor de vinho ponto e vírgula camisa de força
  • 28. cara de pau olho de sogra Observação: Incluem-se neste caso os compostos que formam uma oração, como: ‘maria vai com as outras’, ‘leva e traz’, ‘diz que diz que’, ‘deus me livre’, ‘deus nos acuda’, ‘cor de burro quando foge’, ‘bicho de sete cabeças’, ‘faz de conta’. Exceções (7): ‘água-de-colônia’, ‘arco-da-velha’, ‘cor-de-rosa’, ‘mais-que- perfeito’, ‘pé-de-meia’, ‘ao deus-dará’, ‘à queima-roupa’. Pág. 5 5) Nas formações com o prefixo < co >, este se une diretamente ao segundo elemento, mesmo quando este se inicia por < o > ou < h >. coobrigação coedição coeducar cofundador coabitação coerdeiro corréu corresponsável coocorrência
  • 29. Observação: Dobra-se o < r > inicial do segundo elemento. 6) Nos vocábulos formados pelos < pre > e < re >, mesmo diante de palavras começadas por < e >. preexistente preelaborar reescrever reedição. Observação: Como o acento do prefixo < pré > é praticamente imperceptível em algumas palavras, como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o dicionário. 7) Não se usa o hífen na formação de locuções com o advérbio ‘não’. (acordo de) não agressão (reservado para) não fumantes Observação: O Acordo Ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra ‘não’ tem valor prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não violência’, ‘não participação’, ‘não governamental’ etc. Divisão silábica e translineação
  • 30. Na divisão silábica, quando da translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a partição coincidir com o final de um dos elementos ou membros, deve-se, por clareza gráfica, repetir o hífen no início da linha imediata: Exemplos: “O comandante da polícia é um ex- -capitão do Exército” “Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá- -los-emos na próxima semana.” Ou “Quanto ao Paulo, ao João e ao Pedro, convocá-los- -emos na próxima semana.” O carro do presidente era seguido de perto pelo do vice- -presidente.”
  • 31. Pág. 6 NÃO SE USA O HÍFEN: Regra Exemplos Observações Em palavras compostas que apresentam elementos de ligação. pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra, mão de obra. Incluem-se neste caso os compostos que formam uma oração. Ex.: Maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta. * Exceções (7): água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa. Se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. autoajuda, autoestrada, autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo. Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por < r > ou < s >, dobram-se essas letras. contrarrelógio, minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta.
  • 32. Quando o prefixo < co- > juntar-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por < o > ou < h >. coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro, corréu, corresponsável, coocorrência. Com os prefixos < pre- > e < re- >, mesmo diante de palavras começadas por < e >. preexistente, preelaborar, reescrever, reedição. Como o acento do prefixo é praticamente imperceptível em algumas palavras, como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o dicionário. Na formação de compostos começados por ‘não’. (acordo de) não agressão (reservado para) não fumantes. O acordo ortográfico aboliu o hífen das formas em que a palavra "não" tem valor prefixal: ‘não agressão’, ‘não engajado’, ‘não fumante’, ‘não violência’, ‘não participação’, ‘não governamental’ etc. Pág. 7 USA-SE O HÍFEN: Regra
  • 33. Exemplos Observações Com os prefixos < circum- > e < pan- >, quando o segundo elemento começa por vogal, < h >, < m > ou < n >. circum-navegação, pan-africano; Com os prefixos < hiper- >, < inter- > e < super- >, quando o segundo elemento começa por < r >. hiper-realista e super-resistente Quando o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional, infra-axilar Nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão- ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca. Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como ‘girassol’, ‘madressilva’, ‘mandachuva’, ‘pontapé’, ‘paraquedas’, ‘paraquedista’, ‘paraquedismo’. Em palavras onomatopeicas (isto é, que representam ruídos ou sons naturais) que são compostas, mas não apresentam elementos de ligação. reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, bi-bi, fom-fom, tim-tim (tim-tim por tim-tim). Como o acento do prefixo é praticamente imperceptível em algumas palavras, como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, na dúvida é sempre bom consultar o dicionário. Nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. queda-d'água, gota-d'água, copo-d'água.
  • 34. Nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes de lugares) que apresentam ou não elementos de ligação. belo-horizontino (Belo Horizonte); porto-alegrense (Porto Alegre); mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul); rio-grandense-do-norte (Rio Grande do Norte) Nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da- serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia. Não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares: 1) arroz-do-campo (certo tipo de erva) e arroz de festa (alguém que está sempre presente em festas). 2) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) e bico de papagaio (deformação nas vértebras). 3) olho-de-boi (espécie de peixe) e olho de boi (selo postal). Diante de palavra começada por < h >. anti-higiênico, sub-hepático, super-homem, sobre-humano. Exceção: ‘subumano’ Com o prefixo < sub- >, usa-se o hífen também diante de palavra começada por < b > e < r >. sub-base, sub-bibliotecário, sub-região, sub-reitor, sub-regional. Com os prefixos < ex- >, < sem- >, < além- >, < aquém- >, < recém- >, < pós- >, < pré- >, < pró- >, < vice- >. ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu, vice-rei. A dúvida, nesse caso, é sempre comum. Como o acento nos prefixos < pré- >, < pós- > e < pró- > é praticamente imperceptível na fala, em algumas palavras,
  • 35. como ‘predeterminado’ e ‘preexistente’, muitos não sabem se o hífen deve ou não ser usado. Assim, também aqui é sempre bom consultar o dicionário. Com o prefixo < mal- >, quando a palavra seguinte começar por vogal, < h > ou < l >. mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo. * Nos outros casos, escreve-se sem hífen: malcriado, malcomportado, malcheiroso, malfeito, malsucedido, malvisto. * Quando mal significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento de ligação. Ex.: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem hífen. Ex.: mal de lázaro, mal de sete dias. Com < bem- >, de modo geral, nos compostos. bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido, bem- nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-disposto. * Mas há vários casos em que bem se liga sem hífen à palavra seguinte. Ex.: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto. Regra de ouro: Para não correr o risco de errar, quando não se souber se a palavra perdeu a noção de composição, é aconselhável consultar o dicionário, que determina qual é a grafia consagrada pelo uso. Exemplos disso são as palavras malmequer (sem hífen) e bem-me-quer (consagrada com hífen). Complementando os estudos Módulo II - Unidade 2 Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
  • 36. Jogo do hífen Para jogar, acesse o link: http://educarparacrescer.abril.com.br/regras-hifen/index.shtml Consulte também: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23 Unidade 3 - Composição do alfabeto Uma inovação que o texto de unificação ortográfica de 1990 apresenta, logo na Base I, é a apresentação do alfabeto, acompanhado das designações que usualmente são dadas às diferentes letras. No alfabeto português passam a figurar também as letras < k >, < w > e < y >, pelas seguintes razões: a) Os dicionários da língua já registram estas letras, apresentando um razoável número de palavras do léxico português iniciado por elas; b) Na aprendizagem do alfabeto é necessário fixar qual a ordem que elas ocupam; e c) Nos países africanos de língua oficial portuguesa existem muitas palavras que são grafadas com elas.
  • 37. Apesar da inclusão no alfabeto das letras < k >, < w > e < y >, mantiveram-se as regras já fixadas anteriormente quanto ao seu uso restritivo, uma vez que existem outros grafemas com o mesmo valor fonético daquelas. Ocorre que se, de fato, fossem abolidas as restrições quanto ao uso das letras < k >, < w > e < y >, provavelmente seria introduzido no sistema ortográfico português mais um fator de perturbação, ou seja, a possibilidade de representar indiscriminadamente por aquelas letras, fonemas que são transcritos por outras. O alfabeto passa a ter 26 letras com a reintrodução das letras < k >, < w > e < y >, largamente utilizadas na escrita de símbolos de unidades de medida, como km (quilômetro) e W (watt), e em palavras de origem estrangeira, como show, windsurf e playboy. Pág. 2 A Base I do Acordo Ortográfico trata do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados: 1) O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula: Observação: a) Além dessas letras, usam-se o < ç > (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: < rr > (erre duplo), < ss > (esse duplo), < ch > (cê-agá), < lh > (ele-agá), < nh > (ene-agá), < gu > (guê-u) e < qu > (quê-u).
  • 38. b) Os nomes das letras acima sugeridos podem ser designados de outras formas. 2) As letras < k >, < w > e < y > usam-se nos seguintes casos especiais: a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo: Wagner, wagneriano, Byron, byroniano; Taylor, taylorista; b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano; c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K (de kalium – potássio), W (West – oeste); kg (quilograma); km (quilômetro); kW (kilowatt); yd (yard – jarda); Watt. 3) Em congruência com o número anterior, mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros, quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; jeffersônia, de Jefferson; mülleriano, de Müller; shakesperiano, de Shakespeare. Os vocábulos autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/ fúchsia e derivados, bungavília/ bunganvílea/bougainvíllea). 4) Os dígrafos finais de origem hebraica (< ch >, < ph > e < th >) podem conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica, como ‘Baruch’, ‘Loth’, ‘Moloch’, ‘Ziph’, ou então simplificar-se: ‘Baruc’, ‘Lot’, ‘Moloc’, ‘Zif’.
  • 39. Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, for invariavelmente mudo, elimina-se, como em ‘José’ e ‘Nazaré’, em vez de ‘Joseph’ e ‘Nazareth’; e se algum deles, por força do uso, permitir adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: ‘Judite’, em vez de ‘Judith’. 5) As consoantes finais grafadas (< b >, < c >, < d >, < g > e < h >) mantêm-se, quer sejam mudas, quer proferidas, nas formas onomásticas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropônimos e topônimos da tradição bíblica: ‘Jacob’, ‘Job’, ‘Moab’, ‘Isaac’; ‘David’, ‘Gad’; ‘Gog’, ‘Magog’, ‘Bensabat’, ‘Josafat’. Integram-se também nessa forma: ‘Cid’, em que o < d > é sempre pronunciado; ‘Madrid’ e ‘Valhadolid’, em que o < d > ora é pronunciado, ora não; e ‘Calcem’ ou ‘Calicut’, em que o < t > se encontra nas mesmas condições. Nada impede, entretanto, que os antropônimos em apreço sejam usados sem a consoante final ‘Jó’, ‘Davi’ e ‘Jacó’. 6) Recomenda-se que os topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplos: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Genève, por Genebra; Justland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Muniche; Torino, por Turim; Zürich, por Zurique, etc. Pág. 3 Emprego de maiúsculas e minúsculas Se compararmos as disposições do Novo Acordo com o que está definido no Formulário Ortográfico Brasileiro (1943), observaremos que se implementou uma simplificação quanto ao emprego das letras maiúsculas.
  • 40. Uso restrito: · Aos antropônimos reais ou fictícios: Maria, José, Dom Quixote, Sancho Pança; · Aos topônimos reais ou fictícios: Belo Horizonte, Pará, Rio de Janeiro, Lumpalândia, Herzoslováquia; · Aos nomes de instituições (pessoas jurídicas): Universidade de Brasília, Instituto Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educação; · Aos nomes de seres mitológicos ou antropomorfizados: Júpiter, Netuno, Minerva; Saci Pererê; · Aos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Carnaval, Ano-novo; · Às designações dos pontos cardeais e colaterais quando se referem a grandes regiões do Brasil e do mundo: Nordeste, Sudeste, Oriente, Ocidente; · Às siglas: CPF, IPI, AGU, FAO, ONU; · Às iniciais de abreviaturas: ‘Sr.’, ‘Gen.’, ‘V. Exª’; e · Aos títulos de periódicos: Diário do Povo, Veja, Estadão, Folha de S. Paulo. Uso facultativo:
  • 41. · Nas citações bibliográficas, com exceção do primeiro vocábulo e daqueles obrigatoriamente grafados com letras maiúsculas: O Primo Basílio ou O primo Basílio; Casa-grande e Senzala ou Casa-grande e senzala, Memórias Póstumas de Braz Cubas ou Memórias póstumas de Braz Cubas. · Nos pontos cardeais e colaterais ordinários, mas não nas suas abreviaturas: norte, sul, leste, mas SW, SE, N etc. · Nos axiônimos (formas de tratamento e reverência) e hagiônimos (nomes sagrados e que designam crenças religiosas): Senhor Pedro ou senhor Pedro; Doutora Marta ou doutora Marta; Governador Agnelo ou governador Agnelo; Magnífico Senhor Reitor ou magnífico senhor reitor; Santa Cecília ou santa Cecília; Papa Bento XVI ou papa Bento XVI. · Nos nomes que designam domínios do saber ou disciplinas: Medicina ou medicina, Matemática ou matemática, Arte Renascentista ou arte renascentista. · Nas categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios: Rua/rua Teodoro Sampaio, Igreja/igreja de Santa Efigênia, Edifício/edifício Copasa etc. No particular, nem o Acordo Ortográfico em vigor, nem o Formulário Ortográfico Brasileiro foram suficientemente explícitos ao tentarem estabelecer normas e critérios para o emprego das iniciais maiúsculas. Tanto é assim que o Acordo lança, ao final do trema, a seguinte observação: “Obs: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que obras observem regras próprias, provinda de código ou normalizações específicas (terminologias antropológica, geológica, biológica, botânica, zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras reconhecidas internacionalmente.”
  • 42. Ainda assim, vale observar certas tendências. - O emprego de maiúsculas em excesso, assim como dos negritos, dos sublinhados ou dos destaques, deve ser evitado, pois “polui" o texto. - A tendência é, pois, a seguinte: a) mais formalidade, mais deferência, mais ênfase: maiúsculas; b) mais modernidade, menos “poluição" gráfica, mais simplicidade: minúsculas. A mídia é uma fonte inesgotável de criação de tendências, formulando, para cada caso, normas próprias. Nunca se pode, no entanto, esquecer a regra taxativa que preceitua o emprego obrigatório de inicial maiúscula nos substantivos próprios de qualquer natureza. Complementando os estudos Módulo II - Unidade 3 Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio.
  • 43. Unidade 4 - Eliminação do trema Objeto da Base XIV, o TREMA, ou sinal de diérese (divisão de duas vogais adjacentes em duas sílabas), é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas, permanecendo, contudo, em nomes próprios estrangeiros e derivações: ‘Hübner’, ‘hüberiano’, ‘Müller’, ‘mülleriano’. Empregado em diversas línguas, o trema ocorre para: a) indicar alteração do som regular ou ordinário de uma vogal; b) indicar, em encontros vocálicos, que a vogal átona não formava ditongo com a anterior; c) dar identidade própria a determinada letra; d) assinalar a independência de uma vogal em relação a uma vogal anterior.
  • 44. No português, o trema era o diacrítico que se empregava sobre a letra < u >, quando átona, para indicar que ela deveria ser pronunciada nos grupos < gue >, < gui >, < que >, < qui >. Histórico do trema O trema foi extinto da língua portuguesa pela segunda vez! Sim; até 1971, ainda que pouco difundido, era facultado o uso do trema para indicar hiatos átonos. Dessa forma, podíamos encontrar o trema sobre o < u > e até sobre o < i > em palavras como ‘païsinho’ e ‘paraïbano’, para indicar a pronúncia do hiato pa-i-si-nho (diminutivo de país) e pa-ra-i-ba-no. Como recurso poético, para estender a métrica da palavra ‘saudade’, era possível encontrar a grafia ‘saüdade’ (sa-u-da-de). Entretanto, justamente por ser de emprego facultativo e ainda porque em todas as línguas impera o princípio do menor esforço (gráfico e oral), o uso do trema na representação de hiatos átonos, de tão raro, acabou caindo no esquecimento. Com a reforma ortográfica de 1971, acabou-se por extinguir o uso do trema nesses casos. Entretanto, a partir da década de 70, maus articulistas e outros não muito dedicados autores generalizaram o equívoco de que, com a reforma recém- implantada, o trema havia sido abolido definitivamente da língua pátria, como de resto já ocorrera em Portugal desde 1945.
  • 45. Pág. 2 Pronúncia das palavras afetadas Mesmo com o fim do trema, não haverá modificação na pronúncia das palavras. O Novo Acordo garante o direito de se manter a grafia original com o trema nos casos de nomes próprios, de empresas e de marcas com registro público. Observações: a) Embora o trema não seja mais usado, a pronúncia das palavras que recebiam o trema não mudará, ou seja, deveremos continuar pronunciando a letra < u >. b) Não esqueça que jamais houve trema quando a letra < u > estava seguida de “o” ou “a”, como em ambíguo, longínquo, averiguar, adequado etc. c) Se a letra < u >, antes de < e > ou < i >, fosse pronunciada e tônica, devíamos usar acento agudo em vez do trema, tal como em “que ele averigúe”,
  • 46. “que eles apazigúem”, “ele argúi”, “eles argúem” etc. Este acento também foi abolido, como vimos anteriormente. Complementando os estudos Módulo II - Unidade 4 Complemente o seu estudo, consultando o material que disponibilizamos em Glossário, Dicionários e Biblioteca, localizados no Módulo de Apoio. Exercícios de Fixação - Módulo II Parabéns! Você chegou ao final do ultimo módulo do curso Conhecendo o Novo Acordo Ortografico. Sugerimos que você faça uma releitura do Módulo IV e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas! Porém, não esqueça de realizar a Avaliação Final do curso, que encontra-se no Módulo de Conclusão. Lembramos que é por meio dela que você pode receber a sua certificação de conclusão do curso.
  • 47. Conclusão do Curso O curso Conhecendo o Novo Acordo Ortográfico foi concebido para lhe fornecer um conjunto de informações e conhecimentos que auxiliem sua atuação profissional. É importante que você, comprometido como esteve com o curso que lhe foi proposto, tenha atingido os objetivos de aprendizagem, os quais repetimos abaixo com a intenção de enfatizar sua importância: Dominar o contexto do novo acordo ortográfico, a presença da língua portuguesa no mundo, as alterações no nosso dicionário e também um breve histórico do acordo ortográfico. Conhecer as regras de acentuação gráfica, emprego do hífen, e a composição e eliminação do trema. Esperamos que você esteja satisfeito com o curso e que o conteúdo apresentado seja efetivamente útil ao seu desempenho profissional e o ajude a aumentar a credibilidade de sua organização, de seu setor de trabalho, de sua equipe. Igualmente, esperamos que as informações disponibilizadas no curso sirvam de instrumentos de crescimento pessoal, o que é diretamente proporcional ao crescimento da organização em que você trabalha. Ah! Lembre-se que para realizar a Avaliação Final, você deverá realizar todos os Exercícios de Fixação, ao final de cada módulo. Para realizar a Avaliação Final, basta passar para a página seguinte. Boa sorte!