O documento descreve procedimentos de segurança para trabalhos envolvendo alta tensão, incluindo:
1) Exige treinamento específico em segurança elétrica e delimita zonas de risco controladas para trabalhos;
2) Determina que trabalhos em alta tensão só podem ser realizados por equipes treinadas e com procedimentos detalhados;
3) Estabelece requisitos para equipamentos isolantes e ferramentas, como testes periódicos."
0 B Trabalho Envoldendo Alta TensãO. (10 7 A 10 7 9)
1. 10.7 - TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO (AT)
10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta
tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas
controladas e de risco, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item 10.8 desta
NR.
Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de
dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é
permitida a profissionais autorizados.
Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível
inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão,
cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e
instrumentos apropriados de trabalho.
10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de
segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas
proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas
no Anexo II desta NR.
Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e equipamentos
destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição,
inclusive.
Anexo II
Curso complementar - Segurança no sistema elétrico de potência (SEP) e em suas
proximidades.
É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter participado, com
aproveitamento satisfatório, do curso básico da nova NR-10 de no mínimo 40 horas.
Carga horária mínima - 40h
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente para as condições
de trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de
outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade, sendo
obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador.
I - Programação Mínima:
1 - Organização do Sistema Elétrico de Potencia - SEP.
2 - Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços;
b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações;
d) métodos de trabalho; e
e) comunicação.
3. Aspectos comportamentais.
4. Condições impeditivas para serviços.
5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):
2. a) proximidade e contatos com partes energizadas;
b) indução;
c) descargas atmosféricas;
d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos;
f) comunicação e identificação; e
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.
6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)
7. Procedimentos de trabalho - análise e discussão. (*)
8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva;
b) ao potencial;
c) em áreas internas;
d) trabalho a distância;
d) trabalhos noturnos; e
e) ambientes subterrâneos.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verificação,
ensaios) (*).
10. Sistemas de proteção coletiva (*).
11. Equipamentos de proteção individual (*).
12. Posturas e vestuários de trabalho (*).
13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos(*).
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).
16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados (*).
17. Acidentes típicos (*) - Análise, discussão, medidas de proteção.
18. Responsabilidades
10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles
executados no Sistema Elétrico de Potência -SEP, não podem ser realizados
individualmente.
Sempre são executados por equipes de 3, 4 ou 5 profissionais devidamente treinanados
10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que
interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço específica
para data e local, assinada por superior responsável pela área.
10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a
equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia,
estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os
princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade
aplicáveis ao serviço.
"O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às
implicações futuras de decisões presentes" - PETER DRUCKER
3. 10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser
realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por
profissional autorizado.
10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites
estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR, somente pode ser
realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e
dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.
Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível
inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão,
cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e
instrumentos apropriados de trabalho.
Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.
Rr - Raio de
Faixa de tensão Nominal Rc - Raio de
delimitação
da instalação elétrica em delimitação
entre zona de
kV entre zona
risco e
controlada e
controlada em
livre em metros
metros
<1 0,20 0,70
>1 e <3 0,22 1,22
>3 e <6 0,25 1,25
>6 e <10 0,35 1,35
>10 e <15 0,38 1,38
>15 e <20 0,40 1,40
>20 e <30 0,56 1,56
>30 e <36 0,58 1,58
>36 e <45 0,63 1,63
>45 e <60 0,83 1,83
>60 e <70 0,90 1,90
>70 e <110 1,00 2,00
>110 e <132 1,10 3,10
>132 e <150 1,20 3,20
>150 e <220 1,60 3,60
>220 e <275 1,80 3,80
>275 e <380 2,50 4,50
>380 e <480 3,20 5,20
>480 e <700 5,20 7,20
4. Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre
5. Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre,
com interposição de superfície de separação física adequada.
ZL = Zona livre.
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas,
instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos
de segurança.
POSIÇÃO DE TRABALHO
A posição de trabalho deve ser pré- estabelecida, o profissional, deve permanecer
abaixo da linha na qual estiver trabalhando.
Distancia de segurança
Distância livre (dl).
6. É aquela que deve existir entre o ponto de alcance do empregado e os pontos
energizados.
A distância livre é determinada em função da tensão elétrica existente, de acordo
com a tabela a seguir.
Alcance do empregado (d2)
É a distancia máxima que o empregado consegue alcançar, na posição de trabalho
considerando inclusive o comprimento da ferramenta que tiver nas mãos.
Distância de segurança (D)
Entende como “distância de segurança” o resultado da soma da distância livre com
a distância de alcance do eletricista.
d1 = Distância livre.
d2 = Alcance do trabalhador.
D = d1 + d2 = Distância de Segurança
VEJA DESENHO PAGINA SEGUINTE
7.
8. 10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com
identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específico
padronizado.
10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e
dispositivos isolantes ou equipados com
materiais isolantes, destinados ao trabalho
em alta tensão, devem ser submetidos a
testes elétricos ou ensaios de laboratório
periódicos, obedecendo-se as especificações
do fabricante, os procedimentos da empresa
e na ausência desses, anualmente.
10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e
dispositivos isolantes ou equipados com
materiais isolantes, destinados ao trabalho
em alta tensão, devem ser submetidos a
testes elétricos ou ensaios de laboratório
periódicos, obedecendo-se as
especificações do fabricante, os
procedimentos da empresa e na ausência
desses, anualmente.
.
ANEXO V
TESTE DE ISOLAÇÃO DE EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS
Fig. 1 – Montagem do teste de isolação total do equipamento HOTSTIK
TENSÃO DE TESTE 100 kV DURANTE 3 Minutos
CORRENTE DE FUGA NÃO DEVE ULTRAPASSAR 1 mA
9. Fig. 2 – Montagem do teste de isolação da lança superior do equipamento HOTSTIK
TENSÃO DE TESTE 100 kV DURANTE 3 Minutos
CORRENTE DE FUGA NÃO DEVE ULTRAPASSAR 1 mA
Fig. 3 - Montagem do teste de isolação da lança inferior do equipamento HOTSTIK
TENSÃO DE TESTE 50 kV DURANTE 3 Minutos
TESTES DE BASTÕES
ENSAIADOR ELÉTRICO
PORTÁTIL DE BASTÕES
ISOLANTES (RITZ –
TESTER)
10. O RITZ-TESTER é um aparelho portátil que detecta corrente de fuga oriunda de umidade
e impurezas de varas de manobra e tubos isolantes fornecendo indicação direta de
APROVADO ou REPROVADO, correspondendo os valores e uma tensão de 100 kV a
cada 300 mm.
Existem hoje dois modelos de aparelhos, o NORMAL e o REDUZIDO, sendo que ambos
são próprios para os ensaios elétricos de:
♦ Varas de Manobras
♦ Bastões de Manobras
♦ Bastões de Linha Viva
♦ Escadas de Linha Viva
♦ Andaime Modular Isolado
Procedimento de Operação:
1. LIGAÇÃO:
O aparelho opera nas tensões de 110 ou 220 V, 50/60 Hz, conforme o modelo. Antes
de conectá-lo à rede certifique se a tensão da rede é compatível com a do aparelho.
Se possível aterre o aparelho através do plug à tomada, o que proporcionará maior
estabilidade de leitura.
2. CALIBRAGEM:
Não calibre o aparelho com ferramentas ou outro material próximo dos eletrodos.
Coloque o instrumento em uma superfície plana ou segure-o pela alça. Gire o knob de
“zero” até que o ponteiro esteja sobre a “linha de zero” do mostrador.
3. TESTE:
Acompanha o aparelho um bastão de teste para determinar se o mesmo está
funcionando corretamente. Após zerar o galvanômetro introduza o “bastão de teste”
entre os eletrodos e em bom contato com eles (o bastão de teste deve ser mantido
limpo e seco), o galvanômetro deve indicar final de escala.
4. UTILIZAÇÃO:
Sustente em ambas as extremidades o bastão a ser testado e apóie com firmeza o
aparelho sobre o mesmo. Repita esta operação ao longo de todo o bastão, porém sem
desligar o aparelho em sua superfície, tire e recoloque o aparelho ao ensaiar cada
seção. Bastões com diâmetro igual a 51 mm (2”) deverão ser girados 90° em torno de
seu eixo e repetido o ensaio em cada seção.
11. 5. LEITURAS DE GALVANÔMETRO:
5.1 – Leitura na faixa verde:
♦ À direita de “linha de zerar”, bastão em bom estado.
♦ À esquerda da “linha de zerar”, bastão em bom estado.
5.2 – Leituras na faixa vermelha podem ser causadas por problemas como:
♦ Trincas, contaminação do bastão, umidade ou filete de carvão na superfície
ou na parede. Qualquer bastão que registre esse tipo de leitura deve ser
removido do serviço até que o problema seja sanado e o mesmo consiga ser
aprovado no ensaio.
♦ A não uniformidade de leituras tomadas em várias seções ao longo de um
mesmo bastão.
Este procedimento não poderá indicar que o bastão está reprovado, enquanto
não houver nenhuma indicação na faixa vermelha. A não uniformidade indica
apenas uma área de concentração não prejudicial.
Em qualquer caso, a não uniformidade deve ser inspecionada quanto a
contaminações superficiais, trincas e outros danos no bastão.
ATENÇÃO:
12. Para manter a integridade de suas características, bem como o seu perfeito e confiável
funcionamento ao longo de sua vida útil, o RITZ – TESTER deve ser armazenado em lugar
limpo, seco e isento de atmosfera poluída merecendo ainda cuidado especial quanto ao seu
transporte e manuseio no sentido de se evitar trepidações ou baques violentos do mesmo.
TESTE DE CARGA EM BASTÕES