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Rogério Fernandes da Costa
Faculdade Interação Americana – FAINAM. E-mail: rogeriocosta@fainam.edu.br
Paulo César Pinheiro
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires – FIRP. E-mail: paulo.cpinheiro@uniesp.edu.br
Introdução
No contexto da logística humanitária, ainda existe uma lacuna na
modelagem voltada para evacuação de multidões. O debate em torno
da dinâmica da evacuação de multidões precisa levar em conta os
comportamentos emergentes ou o de auto-organização.
Tal discussão se faz necessária na medida em que o comportamento
coletivo está sujeito à influência da entropia ou incerteza da
informação, sendo este, um fator limitante e com potencial desastroso.
Revisão da Literatura
Revisão da Literatura
Rumores ou movimentos entre as multidões promovem o surgimento
de novas normas ou modificam as normas existentes, podendo levar a
massa a tomar decisões irracionais, incoerentes ou erradas (TURNER e
KILLIAN, 1957; GOMES, 2013).
A movimentação de um pedestre está sujeita às forças exercidas pelo
comportamento coletivo em um determinado ambiente (HELBING &
MOLNÁR, 1995).
Ao considerar a interação de um grande número de agentes
independentes, a modelagem em transportes permite analisar
processos urbanos de mobilidade (FURTADO et al., 2015)
Problema de Pesquisa
Enquanto a sociologia lida com o comportamento social organizado e
institucionalizado, em situações de medo ou estresse extremo é
comum à ocorrência de comportamentos não institucionalizados.
Dado a dificuldade em se estabelecer uma métrica que represente a
transição de um estado de normalidade para um estado de pânico,
desenvolver um modelo simplificado e com maior precisão configura-
se como um grande desafio. Exatamente por isso.
Metodologia
Tendo enfoque em sistemas complexos, este estudo adotou uma
metodologia mista:
1. Sistemas multiagentes: para entender como ocorre a interação e o
surgimento de fenômenos emergentes em aglomerações de pedestres.
2. Analogia com o fluxo de fluido: para estabelecer a relação entre
velocidade e densidade de pedestres, ou entre fluxo e densidade de
pedestres.
Discussão
Aglomerações humanas e engarrafamentos são fenômenos da
atualidade originados a partir de 3 variáveis originais: fluxo,
concentração e velocidade.
A discussão sobre circulação de pedestres é apropriada no ambiente
logístico do setor humanitário, pois além de objetivar o bem estar dos
usuários de ambientes coletivos, busca minimizar os possíveis
impactos ocasionados pelas rápidas mudanças no comportamento de
locomoção dos pedestres.
Principais Referências
FURTADO, B. et al. Modelagem de sistemas complexos para políticas
públicas. IPEA-Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília, 2015.
GILBERT, N. and TERNA, P. How to build and use agent-based models
in social science. Mind & Society, v. 1, n. 1, p. 57-72, 2000.
HELBING, D. and MOLNÁR, P. Social force model for pedestrians
dynamics. Physical Review E, 1995.

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  • 2. Introdução No contexto da logística humanitária, ainda existe uma lacuna na modelagem voltada para evacuação de multidões. O debate em torno da dinâmica da evacuação de multidões precisa levar em conta os comportamentos emergentes ou o de auto-organização. Tal discussão se faz necessária na medida em que o comportamento coletivo está sujeito à influência da entropia ou incerteza da informação, sendo este, um fator limitante e com potencial desastroso.
  • 4. Revisão da Literatura Rumores ou movimentos entre as multidões promovem o surgimento de novas normas ou modificam as normas existentes, podendo levar a massa a tomar decisões irracionais, incoerentes ou erradas (TURNER e KILLIAN, 1957; GOMES, 2013). A movimentação de um pedestre está sujeita às forças exercidas pelo comportamento coletivo em um determinado ambiente (HELBING & MOLNÁR, 1995). Ao considerar a interação de um grande número de agentes independentes, a modelagem em transportes permite analisar processos urbanos de mobilidade (FURTADO et al., 2015)
  • 5. Problema de Pesquisa Enquanto a sociologia lida com o comportamento social organizado e institucionalizado, em situações de medo ou estresse extremo é comum à ocorrência de comportamentos não institucionalizados. Dado a dificuldade em se estabelecer uma métrica que represente a transição de um estado de normalidade para um estado de pânico, desenvolver um modelo simplificado e com maior precisão configura- se como um grande desafio. Exatamente por isso.
  • 6. Metodologia Tendo enfoque em sistemas complexos, este estudo adotou uma metodologia mista: 1. Sistemas multiagentes: para entender como ocorre a interação e o surgimento de fenômenos emergentes em aglomerações de pedestres. 2. Analogia com o fluxo de fluido: para estabelecer a relação entre velocidade e densidade de pedestres, ou entre fluxo e densidade de pedestres.
  • 7. Discussão Aglomerações humanas e engarrafamentos são fenômenos da atualidade originados a partir de 3 variáveis originais: fluxo, concentração e velocidade. A discussão sobre circulação de pedestres é apropriada no ambiente logístico do setor humanitário, pois além de objetivar o bem estar dos usuários de ambientes coletivos, busca minimizar os possíveis impactos ocasionados pelas rápidas mudanças no comportamento de locomoção dos pedestres.
  • 8.
  • 9. Principais Referências FURTADO, B. et al. Modelagem de sistemas complexos para políticas públicas. IPEA-Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília, 2015. GILBERT, N. and TERNA, P. How to build and use agent-based models in social science. Mind & Society, v. 1, n. 1, p. 57-72, 2000. HELBING, D. and MOLNÁR, P. Social force model for pedestrians dynamics. Physical Review E, 1995.